A Cidade e as Serras

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Eça de Queirós

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Eça de Queirós

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Eça de Queirós é considerado o principal escritor realista português.

Este movimento literário, o Realismo, começou por volta do século XIX, e é

caracterizado por sua visão crítica, as vezes pessimista em relação a burguesia,

sustentada por 3 pilares: a família, religião e a propriedade, atacando-os de forma explícita.O Realismo não usa de fantasias, idealizações como no Romantismo, escola literária anterior.Em Portugal, os realistas criticavam o atraso dessa nação em comparação a Europa. Sendo antes um potência e agora instável por conta de dois partidos que alternavam-se no poder.

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A carreira do autor pode ser dividida em 3 fases.

1ª Fase O autor escrevia romances para folhetins.

2ª fase É marcada com o realismo que provocou polêmica na sociedade, tendo como seu 1º livro de sucesso “O crime do padre Amaro”. O crime do Padre Amaro, O primo Basílio, A Relíquia e Os maias são obras da fase realista-naturalista do autor, são chamadas de “romances de tese” das quais tem como base idéias científicas e filosóficas da época: Determinismo, Positivismo ( teoria sobre a ética humana) e Darwinismo.Eça de Queirós ataca a sociedade burguesa por conta do falso moralismo, falsidade de sentimentos e das relações sociais. O atraso cultural de seu país é criticado através de personagens.

3ª Fase O autor da maior espaço as fantasias e ao lirismo, diminuindo a crítica.A ilustre casa de Ramires e A cidade e as serras marcam a fase final do autor.

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Jacinto: Protagonista da história. É o protagonista da história, apelidado de “ Príncipe da Grã Ventura” por seu amigo José Fernandes, e sente-se apenas um aventureiro quando encontra a felicidade em Tormes (no campo). Representa o homem supercivilizado que sofre conseqüências do excesso pela tecnologia.

José Fernandes: Narrador e amigo leal de Jacinto. É culto, viajado. Pode ser considerada a personagem mais complexa do livro pelo seu duplo papel (personagens: vive os fatos; e narrador: procura entender os fatos analisando-os

Grilo: Criado negro

Melchior: Caseiro da casa de Tormes

Silvério: Administrador da propriedade de campo de Jacinto, tenta por limites em Jacinto.

Tia Vicência: Tia de José Fernandes

Joana: prima de José Fernandes que casa-se com Jacinto

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David Efrain: Banqueiro judeu.

Mme. Oriol: Amante de Jacinto.

Mme de Treves: Lisonjeira e falsa, ocupa-se em alimentar a vaidade alheia

Danjon: Historiador

Dornan: Poeta místico; na realidade só diz comentários maliciosos

O “Psicologo feminista”: Autor de romances

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NarradorO narrador é José Fernandes, amigo de Jacinto. É um narrador irônico e bem-humorado;

O bom humor: conformismo em situações desesperadoras. Um exemplo a chegada a Tormes em que as bagagens foram extraviadas.

“Para consolar o meu Príncipe lembrei que Platão quando compunha o Banquete, Vasco da Gama quando dobrava o Cabo, não dormiam em melhores catres! As enxergas rijas fazem as almas fortes, ó Jacinto!... E é só vestido de estamenha que se penetra no Paraíso.”

A ironia: “Tu tens, em abundância, os quatro elementos: o ar, a água, a terra, e o dinheiro.”

Foco Narrativo• Primeira Pessoa• Narrador Testemunha• Personagem Secundário

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1834 1854 1875 1893

Exílio do avô Nascimento de

Jacinto

Amizade com o

narrador

Volta definitiva

para Portugal

TEMPO CRONOLÓGICO

Paris

Narrativa flashback Narrativa Testemunhal

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Primeira fase de Jacinto

Mansão nº 202

Novidades tecnológicas

Príncipe da Grã-Ventura

Cercado pelo conforto proporcionado pela tecnologia na mansão nº 202. Jacinto tinha uma renda de 109 contos, desta forma, comprando todas as novidades tecnológicas do século XIX.A boa vida faz com que os amigos o chamem de O príncipe da Grã-Ventura, ou seja, o príncipe da sorte grande. O autor divide a vida de Jacinto em 3 parte, esta é sobre o Jacinto rico e feliz.

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Equação Metafísica de JacintoSuma Potência x Suma Ciência = Suma Felicidade

“O homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”

Fórmula conhecida como EQUAÇÃO METAFISICA DE JACINTO. A felicidade é resultado da multiplicação do PODER (potencialidade humana) pelo SABER (acúmulo de conhecimentos tecnológicos).

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Jacinto convida o amigo José Fernandes (aquele que conheceu em Paris) para hospedar-se na mansão. Os capítulos do livro a partir desta hospedagem são muito descritivos. José Fernandes surpreendeu-se com o excesso de tecnologia: elevador, telefone, telégrafo, máquina de escrever, máquina de calcular, grande biblioteca. Assim, ele percebe que esse excesso de aparelhagem atrapalha no cotidiano, como o vazamento de água quente pelo rompimento dos canos durante o episódio do jantar, um dos mais detalhados do livro.

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Elevador

Telefone

Telégrafo

Máquina de escrever

Máquina de calcular

Biblioteca

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Um jantar foi oferecido ao Grão Duque Casimiro e toda alta sociedade compareceu. O prato principal seria um peixe encomendado pelo Duque, e a confusão começa quando o mordomo de Jacinto avisa que o peixe ficou preso no elevador usado para levar os pratos à sala de jantar, José Fernandes descreve a cena de forma cômica, pois todos estavam tentando resgatar o peixe até o Duque “pescá-lo” e todos concluem “Fora mais divertido pescá-lo do que comê-lo”.Após o incidente Jacinto reforma o 202, colocando mais aparelhos na mansão. Esta é uma fase de transição da qual Jacinto começa a ficar desanimado. José Fernandes para ajudar o amigo o leva ao ponto mais alto da cidade e a única coisa que Jacinto vê é um amontoado cinzento e imóvel.

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Segunda fase de Jacinto Arthur Schopenhauer “Claramente percebia eu que o meu Jacinto atravessava uma densa

névoa de tédio, tão densa, e ele tão afundado na sua mole densidade...”

“Grilo, seu mordomo, concluiu: V. Exª sofre de fartura”

A segunda fase de Jacinto inicia-se quando José Fernandes volta de uma viagem pela Europa e vê o seu amigo lendo livros sobre reflexões da vida e de um filósofo que dizia que viver é sofrer.O esgotamento chega a Jacinto enjoado de tanta tecnologia, nada era atraente a ele, tornando sua vida um tédio.Grilo, seu mordomo, concluiu: V. Exª sofre de fartura.

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Este título refere-se a comparação criada por José Fernandes para indicar a transformação ocorrida pelo o amigo, que passou de homem entediado a alguém entusiasmado e capaz de ajudar pessoas necessitadas. Terceira fase do protagonista.Jacinto programa uma viagem a Tormes por conta da reforma do cemitério onde estavam os túmulos de seus avós. Com medo de sentir falta do conforto da mansão despachou para Tormes caixas com livros, móveis e roupas. A bagagem é extraviada, indo para Alba de Tormes.A noite foi improvisada com uma cama e roupas emprestadas. Ao contrário do que José Fernandes esperava, Jacinto não volta a Paris e permanece em Tormes, ao encontrar o amigo, tem a surpresa de vê-lo bem por conta do contato com a natureza e a simplicidade, coisas que não existiam na cidade.Jacinto ficou chocado com a miséria local reorganizou a cidade com nova habitações, contratos de emprego e salário.A felicidade tornou-se plena ao casar com Joana, prima de José Fernandes e o nascimento de seus 2 filhos.

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Oposição entre cidade e campo

Paris

Civilização

Jacinto “sem civilização”

Purificação

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Ao longo da narrativa cidade e campo opõem-se, enquanto um é sinônimo de infelicidade, tédio, pessimismo, o outro corresponde a realização pessoal, otimismo, tranquilidade e saúde.A trajetória de Jacinto pode sugerir que Portugal, pais de tradição agrária precisava se modernizar sem que entretanto, essa modernização custasse a perda das raízes.

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Jacinto:

dotado de

muita

beleza.

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FUVEST 1995 – Os romances de Eça de Queirós costumam apresentar críticas a aspectos importantes da sociedade portuguesa, freqüentemente acompanhadas de propostas (explícitas ou implícitas) de reforma social. Em A Cidade e as Serras:

1) Qual o aspecto que se critica nas elites portuguesas?

2) Qual é a relação, segundo preconiza o romance, que essas elites deveriam estabelecer com as classes subalternas?

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1) Qual o aspecto que se critica nas elites portuguesas?

RESOLUÇÃO: O conservadorismo e a futilidade.

2) qual é a relação, segundo preconiza o romance, que essas elites deveriam estabelecer com as classes subalternas?

RESOLUÇÃO: Relação assistencialista.