A CAPACIDADE DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS NO … · 2020. 1. 31. · aprovação através do...
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A CAPACIDADE DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS NO ÂMBITO
DA SAÚDE PÚBLICA
Valnice de Moraes Rolim1
Klaussia Maria Cavalcanti de Sousa2
RESUMO
O Índice de Capacidade para o Trabalho vem se tornando um importante instrumento para se mensurar como profissionais, em qualquer área de atuação, vêem sua capacidade para o exercício de sua função, neste sentido muitos profissionais que atuam no âmbito da saúde pública, enfrentam em seu dia a dia diversos obstáculos e dificuldades que acabam refletindo significativamente no modo de trabalhar, e na forma como a assistência à saúde é prestada a população, especialmente as de classes menos favorecidas. Pensar a saúde como o bem-estar biopsicossocial e físico é estimular práticas assistenciais que contemplem de forma efetiva esse preceito. Todavia, diante da precariedade como vem se mostrando a saúde pública no Brasil, aumentou-se a demanda de ações por parte do Assistente Social, que não só vislumbra a garantia dos direitos sociais a população, como também tem se inserido na garantia dos direitos inerentes ao acesso fundamental e irrestrito a saúde. Diante do exposto, o presente estudo traz como objetivo principal realizar uma revisão literária sobre a capacidade para o trabalho de Assistentes Sociais que atuam na saúde pública. Desta forma, para alcançar o objetivo proposto, adotou-se como método a pesquisa bibliográfica em artigos científicos, como também em livros de autores que versam a temática adotada. Ao fim da revisão foi possível concluir que o índice de capacidade para o trabalho de assistentes sociais que atuam na saúde pública podem estar sendo prejudicados diante da sobrecarga que vão além da capacidade do trabalhador em respondê-las de modo positivo no seu trabalho, mediante a pouca autoridade de decisão, a dependência de medidas de promoção à saúde do paciente por parte dos gestores, além do compromisso de atendimentos por outros profissionais de saúde, causando assim, limitações no fazer profissional e exaustão mental em decorrência aos atendimentos limitados. PALAVRAS-CHAVE: Assistente Social. Capacidade de Trabalho. Saúde Publica.
1Mestranda em Saúde Pública. Email: [email protected]
2Mestranda em Saúde Pública. Email: [email protected]
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ABSTRACT
The Capacity Index for Work has become an important instrument to measure professionals, in any area of activity, see their capacity for exercise of their function, in this sense many professionals working in the field of public health, face in their day by day several obstacles and difficulties that end up reflecting significantly in the way of working and in the way in which the health assistance is provided to the population, especially of the less favored classes. To think of health as biopsychosocial and physical well being is to stimulate welfare practices that effectively contemplate this precept. However, given the precariousness of public health in Brazil, the demand for action by the Social Worker, which not only envisions the guarantee of social rights for the population, but also has been inserted in the guarantee of inherent rights to fundamental and unrestricted access to health In view of the above, the main objective of the present study is to carry out a literary review on the work capacity of Social Workers working in public health. In order to reach the proposed objective, the bibliographic research method was adopted in scientific articles found in databases such as Scielo, Lilacs and Google academic. At the end of the review it was possible to conclude that the index of work capacity of social workers working in public health may be affected, since the social demands of the work environment have physical and mental consequences to the same, such overloads are very besides the worker's ability to respond positively to their work, through the lack of decision-making authority, dependence on management measures for the health of the patient, and the commitment of other health professionals, thus limitations in professional doing and mental exhaustion due to limited attendance. KEYWORDS: Social Worker. Work Capacity. Public health.
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1 INTRODUÇÃO
A capacidade para o trabalho é o
princípio do bem estar laboral, podendo ser
entendido como a capacidade física e
mental, apresentada pelo profissional, para
execução das tarefas, a partir das
exigências do trabalho. Estudos
demonstram que a capacidade para o
trabalho não permanece satisfatória por
toda vida, sendo que alguns fatores, tais
como o ambiente ocupacional e o estilo de
vida influenciam de maneira importante nos
mais variados contextos laborais (TUOMI,
2005).
No Brasil, os estudos sobre
capacidade para o trabalho iniciaram após a
tradução e adaptação do questionário Índice
de Capacidade para o Trabalho (ICT) para
uso no País. Foram feitas algumas
alterações no texto do instrumento visando
garantir o entendimento das questões e
para poder ser autoaplicável desde que a
escolaridade mínima fosse a quarta série do
ensino fundamental (TUOMI, 2005).
Avaliar a Capacidade para o
Trabalho pode ser o caminho para melhorar
a qualidade da assistência promovida pelos
Assistentes Sociais que atuam na saúde
pública, tendo em vista que, ao se mensurar
esta capacidade poderão ser detectadas às
dificuldades e os problemas que
possivelmente poderão afligir o profissional
e, consequentemente, refletir no seu
desempenho para o trabalho.
O Sistema de Saúde brasileiro vem
enfrentando graves problemas,
comprometendo a qualidade e
resolubilidade dos serviços. É notório que a
sociedade brasileira vem
enfrentando/sofrendo uma série de
dificuldades, restrições e sucateamento das
políticas públicas, mesmo diante de uma
Constituição Federal que assegura, ainda
que em tese, a garantia dos direitos aos
cidadãos. A política de saúde como não
poderia ser diferente, diante da conjuntura
vigente, vem sendo operacionalizada de
forma precária, relegando em segundo
plano as demandas apresentadas pela
população usuária (GUERREIRO;
BRANCO, 2011).
Diante disto, os assistentes sociais
que atuam na área de saúde se veem
compelidos a atuarem em um contexto
totalmente adverso perpassado, pela
escassez, precarização, focalização e
seletividade das políticas públicas, em
especial da política de saúde, exigindo-se
assim, um trabalho ainda mais consistente e
complexo da assistência social usuária
(MENDES, 2013).
São inúmeros os fatores que se
colocam como barreiras na prática do
assistente social, mas que jamais devem se
tornar entraves intransponíveis, uma vez
que, é preciso que estes profissionais
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estejam cada vez mais cientes do seu papel
como mediador das políticas públicas em
geral, principalmente, as inerentes a saúde
da população, pois neste setor a população
tem sofrido bastante com a falta de
efetivação de ações as quais promovam
melhorias na qualidade da vida das pessoas
e ao efetivo cumprimento dos direitos que
lhes são assistidos (LACERDA, 2014).
Fortalecer o exercício dos direitos
sociais não é só é um caminho para
alcançar ações verdadeiramente
comprometidas com a vida das pessoas,
mas como também é o caminho para que
os profissionais venham a compreender a
sua importância, o seu verdadeiro papel
neste espaço, nesse campo de atuação
usuária (MIRANDA et al., 2017).
Diante do exposto, o papel do
assistente social torna-se indispensável, e
de fundamental importância, principalmente
por se inserir no contexto da universalidade
dos direitos fundamentais dos cidadãos,
devendo assim intervir sob as dificuldades
sociais que limitam a capacidade do
indivíduo na efetivação dos direitos sociais
usuária (LACERDA, 2014).
No âmbito da saúde, não é
diferente, tendo em vista que o assistente
social intervém frente as dificuldades
encontradas pelos indivíduos ao acesso
universal e integral a saúde pública usuária
(COSTA; MADEIRA, 2013). O que se tem
defendido é que essa intervenção social é
de extrema importância, visto que o preceito
básico que assiste os indivíduos, nos mais
variados estados de saúde, atendidos em
hospitais e nos centros de referência e
atenção psicossocial (CREAS, CRAS,
CAPS) é a recuperação da saúde, visando
assim o tratamento adequado do paciente
para melhoria de sua saúde e reintegração
ao convívio familiar e social usuária
(MENDES, 2013).
Sabendo-se quão importante é o
trabalho do Assistente Social no âmbito dos
direitos fundamentais e do direito à saúde,
esse trabalho tem como objetivo realizar
uma revisão literária sobre a capacidade
para o trabalho de Assistentes Sociais que
atuam na saúde pública, na possibilidade de
ampliar as discussões em torno desta
temática, haja vista ser um tema pouco
discutido, mas que merece atenção, tendo
em vista que, a capacidade do trabalhador
para idealização do seu trabalho é
imprescindível para a qualidade da
assistência, uma vez que as condições de
trabalho as quais os trabalhadores são
submetidos refletem e interferem
significativamente na sua prática, podendo
trazer consequências negativas ou
positivas, dependendo de todo o contexto
em que o profissional está inserido.
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2 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE
SOCIAL NO ÂMBITO DA SAÚDE
PÚBLICA
O profissional com formação em
Serviço Social atua, historicamente, nas
múltiplas faces da questão social. A ideia
clientelista de atividades benevolentes vem
se modificando através de debates da
categoria que se repensa a profissão, pelas
exigências do mercado de trabalho, por
produtividade, inovação no atendimento e
respostas às demandas do trabalho coletivo
em Serviço Social e com outros
profissionais (PIANA, 2009).
É diante destas transformações, na
relação entre instituições e profissionais,
que se determinam as formas de enfrentar
os problemas no cotidiano. Algumas de
maneira pré-estabelecidas, outras
especificamente hierarquizadas. Visto que a
ação de Serviço Social está associada às
condições objetivas sobre as quais se
desenvolve sua prática profissional. A este
respeito, Iamamoto (2010, p. 18) afirma
que:
O ponto de partida para análise do Serviço Social é o de que a profissão, sendo histórica e socialmente condicionada, se configura e se recria no âmbito das relações entre estado e a sociedade, frutos de determinantes macrossociais que estabelecem limites e possibilidades ao exercício profissional.
A autora foca sua atenção no
cenário onde se desenvolve a prática do
Assistente Social, cuja identificação é
fundamental no sentido de verificar os
limites e possibilidades postos ao
profissional.
Cabe, assim, ao Assistente Social
no âmbito da sua profissão, não limitar
apenas ao cumprimento burocrático de
horário. E sim, ter ação e competência para
propor os seus projetos, defender suas
qualificações e funções no seu campo de
trabalho. O Assistente Social deve ir além
das rotinas institucionais, buscando
aprendizado em sintonia com a realidade.
De acordo com Iamamoto (2010, p. 20):
O Serviço Social Brasileiro, nas últimas décadas, redimensionou-se e renovou-se no âmbito da sua interpretação teórico-metodológica e política, num forte embate com o tradicionalismo profissional e seu lastro conservador, adequado criticamente a profissão às exigências do seu tempo, qualificando-a academicamente, como revela a produção acumulada nas últimas duas décadas do século anterior.
É, a partir dessa perspectiva de
renovação teórico-metodológica, que se tem
aprovação através do Conselho Federal da
Educação, de 15 de agosto de 1982, do
currículo mínimo para o Curso de Serviço
Social. O Serviço Social também fez um
radical giro na sua dimensão ética, através
da normatização do Código de Ética de
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1986, que estabeleceu princípios e valores
humanistas, guias para o exercício cotidiano
(IAMAMOTO, 2010).
Ressalte-se, também, a
regulamentação do Sistema Único de
Saúde (SUS), que se deu a partir da década
de 1990, no Brasil, e trouxe significativas
mudanças tecnológicas, organizacionais e
políticas, que passaram a exigir novas
formas de organização do trabalho no
campo da saúde, provenientes da
hierarquização, descentralização e
democratização, princípios deste sistema
(BARROCO, 2010).
Estas mudanças imprimiram novas
características aos processos de trabalho
das diferentes profissões que atuam nesta
área, entre elas a do Serviço Social,
exigindo dos Assistentes Sociais o domínio
das particularidades e dos fenômenos
singulares da questão social na dimensão
da saúde, em níveis municipal, regional e
nacional.
Nesta direção e considerando a
formação generalista dos Assistentes
Sociais e sua inserção na área da saúde,
definida a partir das condições históricas
sob as quais a saúde pública se
desenvolveu no Brasil e das mudanças no
Sistema Único de Saúde, é importante
pontuar que o trabalho dos Assistentes
Sociais não se realiza independente do
contexto histórico, político e social que o
determinam e o definem. Ao contrario, tem
nas conjunturas socioeconômicas, política e
institucional, suas possibilidades e limites
(FRAGA, 2010).
No âmbito da saúde, tendo em vista
a operacionalização do trabalho e a
efetivação do projeto ético-político
profissional, o Assistente Social desenvolve
seus processos de trabalho mediando o
acesso e a garantia das condições
necessárias ao alcance da saúde individual
e coletiva, bem como, aos bens e serviços
indispensáveis para a sua materialização e
dos demais direitos sociais. A saúde
emerge como direito universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação, com
responsabilidade atribuída ao Estado e
devendo ser garantida mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução
de risco de doenças e de outros agravos
(CARVALHO, 2013).
De acordo com as notas
introdutórias do livro Serviço Sociais e
Saúde, Bravo (2007, p.) destaca que:
A categoria dos Assistentes Sociais na atualidade tem sido fundamental na defesa da Seguridade Social pública e na luta pela implementação do Sistema Único de Saúde – SUS publico universal e de qualidade. O Projeto Ético-Político do Serviço Social construído pela categoria profissional, desde meados dos anos setenta, rompe com a herança conservadora da profissão e tem profundas relações com as proposições da Reforma Sanitária Brasileira.
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É neste sentido que as diversas
expressões da Questão Social colocam
limites e desafios de intervenção para o
Assistente Social, exigindo um exame
atento das relações que se processam no
mundo do trabalho, particularmente, em
instituições que lidam com o binômio saúde-
doença, onde as contradições e as mazelas
de uma sociedade com elevados níveis de
exclusão social emergem com força
(CARVALHO, 2013).
As demandas que se fazem
presentes cotidianamente no Serviço Social
dos Hospitais resultam de processos que
são originários de questões sociais
diversificadas. Essa realidade é tão comum
que se naturaliza e se banaliza no dia-a-dia
dos serviços de saúde em geral. Porém,
nos hospitais particularmente, decorrem de
determinantes que passam ao largo da
vivencia, tanto dos sujeitos que demandam
os serviços quanto dos próprios
profissionais, independente da formação e
das unidades de saúde em que prestam
serviço. São essas manifestações da
questão social que fazem parte do cotidiano
dos serviços de saúde em geral, traduzindo-
se em demandas que muitas vezes não
conseguem ser viabilizadas, seja por
deficiência do serviço em nível local, seja
por deficiência do sistema de saúde como
um todo (BARROCO, 2010).
Essas demandas extrapolam as
questões referentes às doenças e aos
agravos, porque reflete as mazelas que o
capitalismo produz e que se traduzem em
necessidades de todas as ordens, tanto em
relação às pessoas que usam o sistema de
saúde, quanto em relação ao próprio
sistema que incide em nível micro as
questões societárias. Portanto, o Serviço
Social reproduz-se como uma
especialização do trabalho por ser
socialmente necessário. Porem, apesar do
redimensionamento teórico-metodológico e
político que vem ocorrendo na profissão,
sintonizando com os novos tempos há
alguns profissionais que estão no exercício
de sua prática e nem sempre buscam
requalificar-se (PAULO NETTO, 2010).
Neste sentido Iamamoto (2010,
p.37) evidencia que:
O processo de descentralização das políticas sociais públicas, com ênfase na sua municipalização – requer dos Assistentes Sociais – como de outros profissionais – novas funções e competências. Estão sendo requisitadas e devem dispor de competência para atuar na esfera da formulação e avaliação de políticas, assim, como do planejamento e gestão, inscritas em equipes interdisciplinares que tencionam a identidade profissional.
Essa competência se expressa num
perfil profissional relacionada a uma
rigorosa fundamentação teórico-
metodológica e técnico-operativa; ao
planejamento e registro sistemático das
atividades de trabalho; a preocupação
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investigativa sobre a realidade do usuário e
sua problemática; a proposição de
respostas qualificadas e críticas às
demandas postas; perfil político estratégico
que tenha como fundamento a garantia da
universidade do acesso e sua ampliação;
socialização de informações relevantes a
problemática dos usuários.
3 ÍNDICE DE CAPACIDADE PARA
O TRABALHO E O ASSISTENTE
SOCIAL
A capacidade para o trabalhado pode
ser entendida como “os recursos humanos
relacionados às demandas física, mental e
social do trabalho, administração, cultura
organizacional e ambiente de trabalho”. O
Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT)
foi desenvolvido pelos pesquisadores
finlandeses Tuomi, Ilmarinen, Jankola,
Katajarinne e Tulkki, do Instituto Finlandês
de Saúde Ocupacional, com o propósito de
acompanhar empregados municipais em
processo de envelhecimento, tendo como
principal objetivo medir as perdas de
capacidade de trabalho, e também
desenvolvendo métodos de intervenção
para promover e prevenir perdas do
desempenho laboral (TUOMI et al.,2005).
Segundo a equipe multidisciplinar
finlandesa que desenvolveu o ICT, a
ferramenta possibilita mensurar “quão bem
está, ou estará, um trabalhador neste
momento ou num futuro próximo, e quão
bem ele pode executar o seu trabalho, em
função das exigências, de seu estado de
saúde e capacidades físicas e mentais”.
Tuomi et al. (2005) consideram a auto
percepção do trabalhador de sua
capacidade para o trabalho tão importante
quanto a avaliação de especialistas.
Com esse estudo inicial, Tuomi et al.
(2005) trazem uma nova abordagem onde o
próprio trabalhador é o centro do estudo e
possui a autonomia de perceber sua
condição de trabalho, fazendo um
comparativo com seu melhor estado de
produtividade durante a vida, possibilitando
prognosticar de forma precoce a perda de
capacidade do trabalho.
No Brasil, os primeiros trabalhos
desenvolvidos utilizando o ICT começaram
na Universidade de São Paulo, de acordo
com Moreira (2013), pesquisadores e
estudantes de pós-graduação de diversas
universidades fizeram a tradução e
adaptação para que o questionário pudesse
ser aplicado nos trabalhadores brasileiros,
coordenado pela Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo
(USP).
Desta forma, aplicou-se um tipo de
pré-teste tentando manter a linguagem mais
próxima possível do questionário validado
pelos autores finlandeses. Para melhorar a
interpretação e compreensão das
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perguntas, exigiu-se que os entrevistados
tivessem estudado minimamente até a
quarta-série do ensino fundamental.
Posterior a distribuição da primeira edição
do questionário, no ano de 1996, o ICT foi
validado no Brasil publicado e traduzido por
Frida Marina Fischer.
A Organização Mundial de Saúde
(OMS) demonstra uma série de
preocupações com a questão da diminuição
da capacidade laboral dos trabalhadores.
Costa (2009) descreve que a importância
dessa preocupação, pois a diminuição
gradativa da eficácia do trabalhador pode
gerar conflitos nas exigências do trabalho.
As qualidades psicométricas, ou seja,
validade e confiabilidade do estudo
avaliados no Brasil, publicadas por Martinez
et al. (2009) utilizaram o coeficiente ômega
de McDonald, que tem como base a
proporção da variância comum em teste.
Neste estudo, os pesquisadores concluíram
que a versão do questionário ICT no Brasil
mostra-se adequada, com base na
consistência interna do ICT, evidenciada
através de teste-reteste, e também a
validade interna é comprovada através de
correlação entre os resultados subjetivos do
ICT e as avaliações clínicas do estado de
saúde da capacidade funcional.
Conceituando, o ICT é um
instrumento complexo que demonstra a
influência entre as atividades físicas e
mentais, a avaliação subjetiva da saúde e
da competência laboral dos trabalhadores
levando em conta suas condições sociais e
organizacionais particulares. (TUOMI et al.,
2005).
Vale lembrar que, de acordo com
Meira (2008), a ferramenta é transversal e
envolve aspectos subjetivos distintos,
portanto, não é tratada como unanimidade
entre profissionais da área da saúde,
pesquisadores, legisladores, institutos de
pensão e reabilitação de trabalhadores,
empregadores e os próprios trabalhadores,
por ser uma tarefa difícil mensurar a
capacidade do trabalho.
Segundo Tuomi et al., (2005) há três
níveis de recomendação sugeridos a partir
do resultado da capacidade de trabalho
ótima, boa, moderada e baixa:
O primeiro é que se a capacidade
para o trabalho é excelente, deve-se
explicitar ao trabalhador quais fatores do
ambiente do trabalho e ao estilo de vida que
estariam relacionados à manutenção ou à
deterioração da saúde. Além disto, o
encorajamento às práticas que estimulem a
saúde do trabalhador é recomendado.
Já no segundo nível a capacidade de
trabalho é moderada, recomenda-se
incentivar as iniciativas do trabalhador para
a promoção sua capacidade (por exemplo,
dieta adequada, exercício físico, sono e
repouso, atividades sociais, outros
passatempos e estudos). Neste nível, o
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trabalhador pode necessitar de reabilitação
médica.
O terceiro e último nível diz que a
capacidade de trabalho é baixa, deve ser
estabelecida a reabilitação da saúde. Deve-
se avaliar se a capacidade pode ser
restaurada corrigindo-se os riscos
encontrados no ambiente de trabalho e
remodelando sua organização de modo a
torná-lo mais eficiente.
A capacidade para o trabalho pode
ser influenciada pelo estado geral de saúde
física e mental do indivíduo e também por
questões específicas do trabalho como os
aspectos organizacionais, interferindo na
motivação e na satisfação pessoal e as
adequações relacionadas às atividades do
trabalho, como possíveis mediadores de
lesões ou desgastes indevidos (SILVA
JÚNIOR et al., 2011).
Para Meira (2004, p. 42)
As pessoas podem ser motivadas para o bem ou para o mal, fazendo aparecer o melhor ou o pior do que elas têm. Se as pessoas não estão motivadas a fazer alguma coisa ou alcançar uma meta, pode-se convencê-las a fazer algo que elas preferiram não fazer, mas a menos que estejam prontos a assumir as atitudes e os valores do motivador, os comportamentos não serão permanentes.
Outro fator importante reporta-se ao
fato de que todo profissional, independente
da área de atuação, deve ser consciente da
sua capacidade para o trabalho, pois,
quando se tem essa percepção torna-se
viável a adoção de medidas interventivas de
saúde visando melhorar esta capacidade
para o exercício de sua função, quando está
não for ou não estiver satisfatória (SILVA
JÚNIOR et al., 2011).
Segundo Martinez et al. (2010),
quando o profissional apresenta uma
excessiva carga de trabalho, poder-se-á
perceber que esta condição é um potencial
indicador de que existe uma disvirtuação do
processo entre o profissional e o ambienta
de trabalho, pois quando há essa
excedência, provavelmente o ritmo e
intenso e, em consequência destes fatores,
a qualidade da assistência ou da prestação
do serviço torna-se prejudicada interferindo
com isso na forma com este profissional se
relacionará com a equipe de trabalho, com
as demandas do serviço, uma vez que
apresentará fortes desgastes físico com
psíquico.
Neste contexto, é de suma importância
de avaliar a capacidade para o trabalho, de
modo a evitar tais desgastes que, de início
poderá não trazer graves consequências,
mas que, ato contínuo, situações
conflitantes e erros, péssima qualidade de
assistência poderão vir a ocorrerem.
. Por assim ser, a capacidade para o
trabalho tem seu conceito respaldado na
ótica da percepção individual de demandas
no trabalho e o enfrentamento das mesmas
diante da sua aptidão ou não para o
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exercício de sua profissão. Sob esta ótica, o
ICT se torna uma ferramenta de suma
importância na identificação dos riscos à
saúde que o trabalhador está susceptível
quando existe um desequilíbrio entre a
saúde, os recursos pessoais e as
demandas no trabalho (FERNANDES;
MONTEIRO, 2016).
Em alguns estudos de caráter
epidemiológico, o estresse psicossocial no
âmbito do trabalho foi apontado como
sendo um fator primordial. O estudo foi
mensurado via instrumentos de demanda-
controle ou desequilíbrio esforço-
recompensa na expolicitação dos efeitos
adversos na saúde. Além disso, Andrade;
Monteiro (2007) revelaram que estressores
de ordem biopsicossocial provocam
relativos impactos que irão influenciar na
capacidade do trabalho para o exercício da
sua função. Consoante os autores, o risco
de uma limitada capacidade para o trabalho
foi superior para pessoas com alta demanda
e baixo controle no trabalho (odds ratio –
OR = 5,62; intervalo de 95% de confiança
IC95%: 3,55; 8,89) e com elevado
desequilíbrio entre esforço e recompensa
(OR = 3,78; IC95%: 2,60; 5,51).
O estudo também identificou que os
trabalhadores com capacidade limitada para
o trabalho percebem o seu ambiente de
trabalho como particularmente estressante.
No presente estudo, a correlação entre os
baixos escores do ICT e a maior
necessidade de recuperação após o
trabalho remete à observação de Sluiter et
al. (2009), segundo a qual a necessidade de
recuperação reflete os efeitos a curto prazo
da carga de trabalho, que em sua repetição
afetam a saúde dos trabalhadores e, neste
sentido, tendem a reduzir a capacidade
para o trabalho.
Pesquisas sobre a estrutura
dimensional do ICT têm chegado a
diferentes resultados. No Brasil, Martinez et
al., (2010) em estudo com trabalhadores do
setor elétrico identificaram, por meio de
componentes principais, três fatores com
autovalores maiores do que 1, explicando
57,9% da variância total (20,6%, 18,9% e
18,4% para o 1o, 2o e 3o fatores,
respectivamente). Renosto et al. (2009)
investigaram a estrutura dimensional do ICT
em profissionais de enfermagem e
identificaram, utilizando-se de componentes
principais, dois fatores explicando a
estrutura dimensional do ICT em oito
países, e apenas um fator em dois países.
No estudo de Martinez et al. (2010), o
primeiro fator agrega os itens apreciação
das atividades diárias; sentimento de estar
ativo e alerta; e esperança para o futuro que
representa a dimensão “recursos mentais”,
o segundo fator é composto pelos itens
capacidade para o trabalho atual
comparada com a melhor de toda a vida;
capacidade para o trabalho em relação às
exigências físicas do trabalho; e capacidade
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para o trabalho em relação às exigências
mentais do trabalho, que representa a
percepção do trabalhador quanto à sua
capacidade para o trabalho. O terceiro fator
reúne os itens: número atual de doenças
diagnosticadas pelo médico; perda
estimada para o trabalho devido às
doenças; faltas ao trabalho por doenças nos
últimos 12 meses; e prognóstico próprio
sobre a capacidade para o trabalho daqui a
dois anos, relativos à presença de doenças
e restrições decorrentes do estado de
saúde.
No que diz respeito aos profissionais,
dentre vários problemas, merece destacar a
sobrecarga de trabalho imposta pelo ritmo
acelerado de atendimentos e condições
adversas do ambiente de trabalho
decorrente de vários fatores, podendo citar
dentre estes, o déficit de recursos humanos
e de recursos materiais, provocando nos
profissionais muitas tensões e ansiedade,
culminando assim com o adoecimento dos
mesmos, como é o caso do assistente
social, que é um mediador das questões
sociais e faz valer os direitos dos pacientes
no que se refere à promoção da saúde
(CORDEIRO; ARAÚJO, 2015).
Assim, as demandas sociais
advindas do ambiente de trabalho trazem
consequências físicas e mentais ao
assistente social, tais sobrecargas estão
muito além da capacidade do trabalhador
em respondê-las de modo positivo no seu
trabalho, mediante a pouca autoridade de
decisão, a dependência de medidas de
promoção à saúde do paciente por parte
dos gestores, além do compromisso de
atendimentos por outros profissionais de
saúde, causando assim, limitações no fazer
profissional, exaustão mental em
decorrência aos atendimentos limitados
(QUEIROZ; SOUSA, 2012).
Acredita-se que tal realidade venha
contribuir de maneira significativa com a
situação atual de saúde/doença dos
assistentes sociais observada na rotina
diária deles e dos serviços, caracterizada
entre outros problemas, pelo absenteísmo e
pelo número crescente da força de trabalho
com capacidade para o trabalho
comprometida, seja pela idade (capacidade
funcional), ou por doenças: crônicas,
adquiridas no trabalho, relacionadas ao
trabalho, por acidentes em serviço ou outros
fatores, como por exemplo, seu estilo de
vida (MOROSINI, 2009).
No cenário brasileiro os serviços de
saúde, em sua maioria, são marcados por
inúmeros problemas que afetam tanto as
demandas destes serviços, quanto os
profissionais que atuam no mesmo. Em
relação às demandas, problemas tais como
falta de leitos, falta de profissionais e
medicamentos são comuns nas unidades
hospitalares de urgência e emergência, o
que não isenta outros serviços de saúde,
como os Centros de Referências e de
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Assistência Psicossocial, que muitas vezes
apresentam escassez em vários aspectos
(ROSSO, 2014).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta revisão literária,
conclui-se que o contexto de crise na saúde
pública e as novas formas de precarização
e intensificação do trabalho repercutem
diretamente nas condições e relações de
trabalho do assistente social e, por
consequência, na sua saúde física e mental,
interferindo diretamente na sua capacidade
para o trabalho.
A mitigação dos fatores de risco é de
suma importância para aprimorar a
capacidade para o trabalho e a qualidade
de vida dos trabalhadores. Quanto mais
soberana for a qualidade da saúde física e
mental dos trabalhadores, melhores são as
condições do estado de saúde geral, o que
contribui para a melhora da capacidade
para o trabalho.
O estímulo às mudanças no estilo de
vida e à organização do trabalho, por meio
de ajustes administrativos no ambiente de
trabalho, são de fundamental importância.
Durante a idealização e desenvolvimento de
medidas para resguardar a capacidade para
o trabalho é importante abordar a saúde em
sua integralidade e alguns aspectos devem
ser considerados, como: a prevenção das
doenças musculoesqueléticas, que afetam
vários aspectos da capacidade para o
trabalho; o fomento às atividades sociais; a
questão do trabalho em turnos; o controle
do estresse relacionado com o ambiente
psicossocial do trabalho; a prevenção e o
tratamento da dependência de álcool; e o
incentivo ao controle do peso e à prática de
atividade física. Os trabalhadores,
principalmente os mais velhos, devem ser
incentivados a participar de programas
regulares de atividades físicas com
exercícios de alongamento, aeróbicos,
caminhadas e treinamento para o
autocuidado postural.
É importante destacar como limitação
desta revisão a impossibilidade de
comparação dos dados obtidos com os de
trabalhadores de outros países, devido à
heterogeneidade dos achados e às
particularidades que a legislação trabalhista
brasileira apresenta em comparação as de
outros países. Além disso, a representação
de toda população trabalhadora no Brasil
ficou comprometida por ainda faltar à
investigação sobre diversas categorias
profissionais em relação à capacidade para
o trabalho.
Diante do exposto, os resultados
desta revisão podem servir para embasar a
elaboração de políticas públicas voltadas
para a promoção da capacidade para o
trabalho e redução dos afastamentos e
aposentadorias precoces. O investimento
43
em melhores condições de trabalho, em
todas as fases da vida do trabalhador,
repercute não apenas em sua saúde, mas
também no trabalho, uma vez que haverá
um menor número de afastamentos
temporários e permanentes69. Um dos
maiores desafios é aprender a administrar
as questões do local de trabalho associadas
ao envelhecimento da força de trabalho.
A manutenção da capacidade para o
trabalho tem consequências positivas na
determinação da saúde, bem-estar e
empregabilidade dos trabalhadores, com
benefícios para as organizações e para
sociedade em função de seus impactos
sobre a produtividade, absenteísmo e sobre
os custos sociais decorrentes das pensões
por incapacidade e da assistência às
doenças. O ICT é um instrumento de
preenchimento rápido e simples, com baixo
custo, e que permite ser utilizado no nível
individual e coletivo, identificando
precocemente alterações e subsidiando
informações para direcionamento de
medidas preventivas.
As questões sobre capacidade para o
trabalho no Brasil, apesar de relevantes no
atual contexto de transição demográfica e
de modificação no mundo do trabalho, ainda
carecem de maior atenção. Há necessidade
de implementar pesquisas sobre o tema no
Brasil, incluindo: (a) estudos com desenho
longitudinal para avaliar variações,
determinantes e consequências da
capacidade para o trabalho, bem como para
avaliar o resultado de medidas de
intervenção, (b) estudos para avaliação das
propriedades psicométricas da versão
brasileira do ICT e (c) estudos para
validação dos pontos de corte para
categorização do escore do ICT.
Há necessidade de disseminação do
conhecimento junto aos diversos atores
(trabalhadores, profissionais de saúde e
segurança no trabalho, gestores e
empregadores) envolvidos com a
problemática, de forma que a temática seja
incorporada à realidade concreta do mundo
do trabalho.
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