92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

download 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

of 15

Transcript of 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    1/15

    X Congreso Latinoamericano de Patologa y XII Congreso de Calidad en la Construccin.CONPAT 2009. Valparaso-Chile.29 de Septiembre al 2 de Octubre

    Anlise das patologias em estruturas de concreto na zona litornea da cidadedo Recife-PE

    J. M. F. Mota1, R. B. Pontes1, J. A. Candeias Neto1, M. F. Oliveira1, H. T. Almeida1, A. M. P. Carneiro1

    1Departamento de Engenharia Civil e Programa de Ps-graduao em Engenharia Civil, Centro de Tecnologia eGeocincia, Universidade Federal de Pernambuco, [email protected]

    RESUMO

    A inevitvel agresso em estruturas de concreto localizadas em zonas costeiras remete a

    necessidade imperativa de manutenes preventivas, tendo em vista que a nvoa salina apresenta-

    se como um elemento veicular operante de ataque por transportar cloretos, fundamentalmente,

    em peas de concreto armado aparente. Portanto, equipamentos com estrutura de concreto

    armado situados na orla martima do Recife, tais como, observatrio, chuveiro, bancos, poste de

    iluminao e aparelhos para exerccios, encontram-se visualmente num estgio avanado dedeteriorao. Este trabalho tem o objetivo de analisar as patologias em peas de concreto de uma

    Regio litornea do Recife-PE. Foi realizada in loco uma ampla inspeo visual com acervo

    fotogrfico e ensaio de carbonatao, bem como se coletou diversas amostras do concreto para

    verificar o teor do cloreto em laboratrio. Os resultados indicaram que, segundo a anlise do

    nvel de deteriorao estabelecido pelo boletim 162 do CEB (1983), as maiorias das peas

    precisam de intervenes imediatas e que, o nvel de cloretos encontrados em todas as amostras,

    eram superiores aos nveis aceitveis e prescritos na NBR 6118 (2004) e em outras normas

    internacionais.

    Palavras chave:Concreto, atmosfera marinha, corroso de armadura.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    2/15

    1. INTRODUO

    A concreta agressividade imposta pela nvoa salina em estruturas de concreto armado, situadasem Regies litorneas, apresenta-se como uma forma peremptria para o surgimento de

    patologias. Pontes et al. (2007) corrobora dizendo que um dos agentes mais agressivos ao

    concreto armado o on cloreto oriundo da atmosfera marinha (fundamentalmente, quando o

    elemento de concreto encontra-se a at 400 m do mar), que so transportados pelo ar, onde esse

    on ataca a camada passiva da armadura, ocasionando uma corroso pontual conhecida como pite.

    No estudo realizado na cidade do Recife por Pontes et al. (2007), foi apresentado a deposio

    mdia de cloretos nas distncias em relao ao mar de 7 m, 100 m, 160 m, 230 m e 320 m, de tal

    forma que, se concluiu, respectivamente, 586,27 (mg/m2.dia), 297,10 (mg/m2.dia), 119,32

    (mg/m2.dia), 35,85 (mg/m2.dia) e 35,87 (mg/m2.dia).

    Sabe-se que desde a entrada da obra em servio, o planejamento para a manuteno das estruturas

    de concreto no pode ser negligenciada, tendo em vista que conforme a lei dos cinco de Sitter

    (1984 apud Carneiro, 2007 e Helene 2005), cada unidade monetria deixada de ser aplicada na

    etapa da manuteno preventiva poder corresponder cerca de 25 vezes mais, para o caso de uma

    manuteno corretiva.

    Diversas manifestaes patolgicas so encontradas no territrio nacional com relao sestruturas de concreto armado, onde a corroso de armadura responsvel por quase 20% dentre

    todas (Helene, 1992). Em diferentes regies no Brasil, a exemplo, no Estado do Rio Grande do

    Sul, observa-se que a incidncia de corroso das armaduras da ordem de 30% (Galvo, 2004), e

    que um ndice dessa mesma ordem foi encontrado na cidade de Braslia (Selmo et al., 2000). Na

    cidade do Recife foi detectado um ndice preocupante e mais elevado devido possivelmente a sua

    posio geogrfica, um valor prximo de 65% (Andrade, 1997).

    A corroso de armadura em concreto armado funo basicamente de aspectos fsicos (barreira -

    cobrimento da armadura) e qumicos (alcanilidade do concreto). Os agentes agressivos como

    sulfatos, cidos, reao lcali-agregado podem levar a deteriorao do cobrimento, propiciando

    as condies necessrias para a despassivao da armadura devido ao ataque de materiais

    deletrios como CO2 e ons cloreto (Helene, 1997). Por conseguinte, a ltima reviso da

    NBR 6118 (2004) estabeleceu valores considerveis no quesito cobrimento das armaduras.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    3/15

    A pesquisa justificada, uma vez que a cidade do Recife apresenta-se com uma considervel

    densidade de construes prximas ao litoral, bem como mostra uma elevada agressividade

    advinda do transporte de ons cloreto atravs das nvoas salinas.

    Nesse contexto, este trabalho objetiva analisar as patologias em peas de concreto armado de uma

    delimitada Regio litornea, mais precisamente, do Bairro de Boa Viagem, Recife-PE.

    2. METODOLOGIA

    A pesquisa foi realizada na Avenida Boa Viagem, prximo ao nmero 7058 / clube da

    Aeronutica, Bairro de Boa Viagem, Recife-PE. Optou-se por examinar algumas peas de

    concreto armado localizadas no calado da orla martima, logo aps a areia da praia (cerca de7 m do mar e com altitude entre 1 m e 4 m, aproximadamente), haja vista que essas estruturas

    sofreram as mais elevadas agresses dos cloretos advindos das nvoas salinas.

    Destaca-se que as peas estudadas representavam diversos outros conjuntos de elementos de

    concreto armado com as mesmas caractersticas, finalidades e patologias, situadas ao longo de

    toda Avenida Litornea - bairro de Boa Viagem, onde desta forma, propicia-se mais um registro

    para servir como um possvel parmetro nesse encadeamento.

    A Figura 1 mostra esquematicamente onde ocorreram os ensaios.

    Figura 1. Regio em que se encontravam as peas de concreto ensaiadas (earth.google.com,2008)

    A Figura 2 apresenta a distribuio em que se encontravam os elementos estruturais (todos de

    concreto armado), sendo assim identificados: 1 Observatrio para salva-vidas; 2 Chuveiro;

    3 Bancos; 4 Prancha para exerccios; 5 Barras para exerccios e 6 Poste de iluminao

    pblica.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    4/15

    Figura 2. Distribuio dos elementos de concreto armado

    Ressalta-se que, visualmente, os elementos estruturais mostravam-se em sua maioria

    deteriorados, indicando falta de manutenes preventivas e, ou, intervenes corretivas

    inoperantes. Deve-se salientar que dever da engenharia despertar a ateno da sociedade civil

    para a necessidade cvica de planejar a manuteno e a reabilitao de todo patrimnio edificado,individualmente e coletivamente (Ripper, 2005).

    As Figuras 3 A, B, C, D e E apresentam os elementos de concreto ensaiados.

    (A) Observatrio para salva-vidas (B) Bancos

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    5/15

    (C) Poste e barras para exerccio (D) Chuveiro

    (E) Prancha para exerccios

    Figura 3 Peas estruturais estudadas (Observatrio para salva-vidas, bancos, poste deiluminao pblica, chuveiro, barras e pranchas para exerccios)

    O planejamento experimental comportou duas fases, a saber:

    a) Em campo - com uma minuciosa inspeo visual que resultou em um rico acervo

    fotogrfico, focou-se na verificao da carbonatao, atravs de asperso contnua da

    soluo de 1% de fenolftalena, 70% de lcool etlico e 29% de gua destilada e no

    acolhimento de amostras do concreto para, em laboratrio, detectar os teores de cloreto;

    b) Em laboratrio analisou-se o nvel de deteriorao a partir do que se encontra

    estabelecido no boletim 162 do Comit International Du Beton CEB (1983) e os nveis de

    cloreto encontrados nas amostras coletadas.

    Relativo carbonatao, observa-se que o intervalo da mudana de cor da soluo de

    fenolftalena situa-se numa faixa de pH entre 8,3 e 10, isto , quando a cor encontrada

    vermelho-carmim o concreto apresenta-se no carbonatado, entretanto, caso fique incolor, de

    fato, o concreto est carbonatado (Basset et al., 1981).

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    6/15

    No que tange a obteno do teor de cloreto em laboratrio, fez-se com que o p fino gerado da

    moagem da amostra do concreto de cada elemento, fosse adicionado a uma soluo contendo

    HNO3 (cido ntrico) e AgNO3 (nitrato de prata), concluindo ao final do processo do ensaio, o

    percentual em relao ao cimento (Andrade, 1992).

    Concisamente, todas as consideraes acerca das peas estudadas, foram dadas atravs da mdia

    das anlises do conjunto de cada tipo de elemento, ou seja, o resultado mdio das anlises de

    todos os bancos de concreto gerou a concluso tcnica concernentes aos bancos, e assim para os

    demais elementos (peas).

    3. RESULTADOS E DISCUSSES

    As condies ambientais foram caracterizadas pelos dados obtidos atravs do Instituto Nacional

    de Meteorologia INMET, localizado em Recife-PE, conforme mostra a Tabela 1. Postou-se 12

    meses para uma maior representatividade. Evidencia-se que os fatores ambientais, em geral, no

    so relevantes em estruturas internas, entretanto, externamente, o nvel de agressividade ao

    concreto armado torna-se mais aguado (Silva et al., 2003).

    Tabela 1. Dados climatolgicos no perodo de um ano

    Ms/Ano

    Direopredominante

    do vento

    Umidaderelativa

    (%)

    Velocidadedo vento

    (m/s)

    Precipitao(mm)

    Temperatura(C)

    Insolao(h)

    1.a 2.a01/2007 SE E 75 2,2 83,5 27,2 256,702/2007 SE NE 76 2,2 226,7 27,4 196,203/2007 SE S 78 2,1 138,7 27,0 226,304/2007 SE Calmo 82 1,7 347,3 26,3 212,405/2007 SE S 85 1,6 208,3 25,6 205,1

    06/2007 S SE 85 1,6 390,8 24,8 129,807/2007 S SE 84 1,7 331,0 24,0 191,708/2007 S SE 81 2,2 223,7 24,3 196,409/2007 S SE 79 2,4 127,1 24,7 207,210/2007 SE S 74 2,8 25,6 25,6 231,811/2007 SE E 72 2,7 40,0 26,5 261,112/2007 SE E 71 2,5 30,6 27,1 265,5

    As peas estudadas apresentavam desempenho em servio j comprometido em quase sua

    totalidade. Sabendo que no se encontrou registros oficiais que caracterizassem os elementos

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    7/15

    estruturais estudados, buscaram-se dados que representasse de forma mais fidedigna, o tempo de

    construdo e a resistncia compresso de cada pea.

    Portanto, no decorrer deste trabalho, em entrevista realizada, o engenheiro civil Gomes (2007)

    informou os perodos estimados de construdos e as resistncias compresso dos elementos de

    concreto armado estudados, conforme mostra a Tabela 2.

    Tabela 2. Caracterizao das peas estruturais ensaiadasPeas de concreto

    armadoTempo em servio

    (anos)Resistncia

    compresso (MPa)Tipo de

    revestimentoBanco de concreto 16 15 Aparente

    Poste deiluminao

    18 13,5 Aparente

    Observatrio parasalva-vidas

    30 15Argamassa e

    pinturaPrancha para

    exerccios16 15 Aparente

    Barras paraexerccios

    16 15Argamassa e

    pintura

    Chuveiro 16 15Argamassa e

    pintura

    3.1 Inspeo visual

    Sublinha-seque todas as peas investigadas estavam posicionadas externamente, salientando os

    bancos, as pranchas, as barras e o poste de iluminao pblica pelos quais eram de concreto

    aparente, sendo os demais, revestidos com argamassa e pintura.

    As Tabelas 3a e 3b apresentam resultados mdios dos danos catalogados por elemento (grupo de

    elementos) estrutural analisado, relatando aspectos identificados e suas causas provveis.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    8/15

    Tabela 3a. Catalogao dos danosPeas deconcretoarmado

    Danos Aspectos identificados Causas provveis

    Banco deconcreto

    Bolor Manchas escurecidas Elevada umidadeEflorescncia Manchas brancas LixiviaoLasqueamento

    do concretoGrandes lascas e, ou,

    rachaduras do concreto

    Corroso da armadura comalto grau de expanso no

    interior do concreto

    Manchas decorroso

    Manchas avermelhadas naregio da armadura

    Cobrimento deficiente,armaduras expostas e comperda elevada da seo

    RunaEsgotamento estrutural -

    colapso praticamente total

    Cobrimento nfimo e perdade quase toda seo da

    armadura na regio centraldos vos (flexo mxima)

    Poste deiluminao

    pblica

    Bolor Manchas escurecidas Elevada umidadeEflorescncia Manchas brancas LixiviaoDeterioraode partes do

    concreto

    Grandes lascas e, ou,rachaduras

    Corroso da armadura comalto grau de expanso no

    interior do concreto

    Manchas decorroso

    Manchas avermelhadas naregio da armadura

    Cobrimento deficiente,armaduras expostas e comperda elevada da seo

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    9/15

    Tabela 3b. Catalogao dos danosPeas deconcretoarmado

    Danos Aspectos identificados Causas provveis

    Prancha paraexerccios

    Bolor Manchas escurecidas Elevada umidadeEflorescncia Manchas brancas LixiviaoLasqueamento

    do concretoGrandes lascas e, ou,

    rachaduras do concreto

    Corroso da armadura comalto grau de expanso no

    interior do concreto

    Manchas decorroso

    Manchas avermelhadas naregio da armadura

    Cobrimento deficiente,armaduras expostas e comperda elevada da seo

    Runa parcialDesagregao avanada do

    concreto e reparos

    inoperantes

    Cobrimento nfimo e perdaelevada da seo da armadura

    Barras paraexerccios

    Bolor Manchas escurecidas Elevada umidadeEflorescncia Manchas brancas Lixiviao

    LasqueamentoGrandes lascas e, ou,

    rachaduras do concreto

    Corroso da armadura comalto grau de expanso no

    interior do concreto

    Manchas decorroso

    Manchas avermelhadas naregio da armadura

    Cobrimento deficiente,armaduras expostas e comperda elevada da seo

    Chuveiro

    Bolor Manchas escurecidas Elevada umidadeEflorescncia Manchas brancas Lixiviao

    Lasqueamentodo concreto Grandes lascas destacadado concreto

    Corroso da armadura comalto grau de expanso nointerior do concreto

    Manchas decorroso

    Manchas avermelhadas naregio da armadura

    Cobrimento deficiente,armaduras expostas e comperda elevada da seo

    Runa parcialDesagregao avanada do

    concreto e reparosinoperantes

    Cobrimento nfimo e perdaelevada da seo da armadura

    Observatrio

    para salva-vidas

    Bolor Manchas escurecidas Elevada umidadeEflorescncia Manchas brancas Lixiviao

    Lasqueamentoe rachaduras Grandes lascas e/ourachaduras do concreto

    Corroso da armadura comalto grau de expanso nointerior do concreto

    Alm dos aspectos de projeto e execuo identificados que colaboraram para as patologias das

    peas, isto , processo tcnico no normalizado, os fatores ambientais contriburam

    categoricamente baila, devido exposio em todo tempo de servio e substancialmente pelo

    acondicionamento exagerado da nvoa salina, essencialmente, pela proximidade do mar.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    10/15

    Remete-se a inspeo visual aos nveis de deteriorao dos elementos de concreto armado, em

    conformidade com o boletim 162 do CEB (1983).

    Esse boletim estabelece nveis de deteriorao de A at E, onde a partir dos nveis C e D, a

    interveno dever ser imediata, tendo em vista a ocorrncia do esgotamento quase que integral

    da vida til da pea estrutural.

    Nesta tica, a seguir apresentar-se-o as consideraes de anlise mdia por grupo de elementos

    segundo o CEB (1983).

    a) Grupo de bancos de concreto Nvel E;

    b) Postes de iluminao pblica Nvel D;

    c) Postos de observao para salva-vidas (corpo de bombeiros) Nvel C;

    d)

    Grupo de pranchas para exerccios Nvel C;e) Grupo de barras para exerccios Nvel C;

    f)

    Grupo de chuveiro Nvel D.

    3.2 Anlise da carbonatao

    Verificou-se que o nvel de carbonatao (ataque da estrutura por CO2) na maioria dos casos foi

    baixo, haja vista as anlises investigatrias realizadas in loco com aplicao da fenolftalena.

    Em condies similares, esse resultado tambm foi atestado por Castro et al. (2000a), uma vezque esses autores verificaram em pesquisa realizada no Mxico uma limitada carbonatao em

    estrutura de concreto em Regio do litoral, atribuindo a corroso da armadura ao ataque de

    cloreto, sendo, no entanto, a carbonatao existente tanto maior, quanto maior fossem o tempo de

    operao (servio), a altitude e a distncia do mar (at 200 m aproximadamente).

    Nesta linha, Castro et al. (2000c) atravs de ensaios realizados, concluram como fatores

    provveis na limitao da carbonatao, a proximidade do mar e uma elevada resistncia

    compresso da estrutura de concreto. Nessas condies, pode-se concluir que em ambientes com

    substancial umidade e salinidade, a penetrao do CO2 dificultada (Lopes e Gonzlez, 1993).

    Outro aspecto a ser considerado concernente ao baixo ndice de carbonatao a umidade

    relativa do ar da cidade do Recife (em mdia acima de 80%), pois conforme Newville 20 uma

    faixa de umidade tima para gerar as condies ideais para o avano da carbonatao seria em

    ambientes com umidade entre 50% e 70%. Vale dizer que, uma vez carbonatada, sua

    profundidade na estrutura de concreto, em condies higromtricas estveis, dependente do

    tempo de construdo e da capilaridade do concreto (Andrade, 1992e Carneiro, 2007), conforme a

    expresso:

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    11/15

    D = Kt0,5 (1)

    Sendo:

    D - profundidade de penetrao de CO2(mm)

    K - coeficiente de carbonatao (mm/ano0,5)

    t tempo (anos)

    A Figura 4 mostra resultado tpico do ensaio de carbonatao.

    Figura 4. Ensaio de carbonatao com a utilizao de soluo de fenolftalena nas barras paraexerccios e banco

    3.3 Teor de cloretosDiferentemente da carbonatao, os teores de cloretos encontrados em todas as amostras

    coletadas mostraram-se elevados quando analisados comparativamente com os nveis

    estabelecidos em normas pertinentes.

    Essa verificao pode explicar o elevado grau de fissurao das peas devido, basicamente, a

    foras internas de expanso de at 15 MPa das armaduras despassivada. sabido que, o banho

    que a nvoa salina impe s peas de concreto, transporta ons cloreto suficiente para se

    combinar (capturar) com elementos que constituem a camada passivadora e protetora da

    armadura (Carneiro, 2007).

    Dentro das seis amostras de concreto e uma da argamassa de recuperao, encontraram-se os

    percentuais de cloretos, a saber: Cl- encontrado na amostra em relao massa de cimento

    1,2%, 0,97%, > (0,6%, 0,6%, 0,6%) e 0,21% (essa amostra apresentava-se com uma elevada

    alcalinidade) e 0,4% para argamassa de restauro. Percentual mdio similar ao apresentado,

    tambm foi encontrado em pesquisa realizada por Castro et al. (2000b) em rea prxima a orla

    martima da cidade do Recife.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    12/15

    Ademais, concernente concentrao de cloreto encontrado em peas de concreto armado,

    Castro et al. (2000b) verificaram em pesquisas realizadas (Yucatn Mxico; Maracaibo

    Venezuela e Recife Brasil) que o percentual dessa concentrao era maior quanto menor fosse

    altitude (at 7,5 m aproximadamente) e a qualidade do concreto (elevada relao a/c), bem como,

    quanto maior fosse o perodo de exposio em meio ambiente de agressividade severa. Tambm

    no se encontrou cloreto em regies de elevadssima umidade ou seca, observando, entretanto,

    altos teores de cloreto em concretos que sofreram ciclos de molhagem e secagem constantes.

    Por conseguinte, independente de alguns detalhes que devam ser considerados para avaliar os

    percentuais de cloretos, tais como, tipo de cimento, finura, dentre outros, os teores de cloretos

    superaram, de forma geral, os prescritos em normas como a NBR 6118 - 0,03%; BS 8110 - 0,2

    a 0,4%; ACI 318 - 0,15 a 0,30%; EP - 0,4% e Cyted (1997) apud IBRACON (2005).Pode-se exprimir que esse trabalho buscou unicamente analisar a influncia do meio marinho

    agressivo em estruturas de concreto armado. Ademais, sabido que toda essa Regio investigada

    j se encontra prontamente recuperada pelos rgos competentes.

    4. CONCLUSO

    Constatou-se na anlise visual a necessidade de reabilitaes imediatas, corroboradoposteriormente com o que estabelece no boletim 162 do CEB (1983), ou seja, as peas de

    concreto estudadas apresentavam nveis de deteriorao elevados, indicando que a vida til

    encontrava-se praticamente esgotada.

    Quanto carbonatao, verificou-se na maioria dos grupos de elementos estruturais analisados,

    um ndice de alcalinidade satisfatria, remetendo para o ataque dos ons cloreto, a causa principal

    da deteriorao avanada das peas, tendo em vista os percentuais elevados de cloreto, em

    relao massa de cimento, quando comparado com o limiar prescrito na literatura (0,4%) e, ou,

    mdia do que rege as normas pertinente.

    Por fim, pode-se realar a importncia do projeto estrutural que contemple a durabilidade e da

    manuteno, pois essas se apresentam como as mais eficazes aes para subsistncia saudvel de

    elementos estruturais, uma vez que, todas as patologias encontradas nessa pesquisa, seriam,

    possivelmente, inibidas ou controladas, sendo certamente sanadas com menores custos.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    13/15

    5. REFERNCIAS

    ANDRADE, J. J. O. (1997) Durabilidade das estruturas de concreto armado: anlise das

    manifestaes patolgicas nas estruturas no estado de Pernambuco. Dissertao (Mestrado em

    Engenharia Civil)-Universidade Federal de Gois. Gois.

    ANDRADE, M. C. P. (1992) Manual para diagnstico de obras deterioradas por corroso de

    armaduras.1.ed. PINI. So Paulo.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6118: (2004) projeto de

    estruturas de concreto: procedimento. Rio de Janeiro.

    BASSET et al. (1981) Anlise inorgnica quantitativa. Editora Guanabara. Rio de Janeiro.

    CARNEIRO, A. M. P. (2007) Notas de Aula da Disciplina: Patologia das construes Ps-

    graduao em estruturas, UFPE - Universidade Federal de Pernambuco. Recife.

    CASTRO, P.; MORENO, E. I.; GENESC, J. (2000a) Influence of marine micro-climates on

    carbonation of reinforced concrete buildings.Cement and Concrete Research. Pergamo.

    CASTRO, P.; RINCON, O; T.; PAZINI, E. J. (2000b) Interpretation of chloride profiles from

    concrete exposed to tropical marine environments.Cement and Concrete Research. Pergamo.

    CASTRO, P.; SANJUN, M. A.; GENESC, J. (2000c) Carbonation of concretes in the

    Mexican Gulf.Building and environment. Pergamon.

    COMITE EURO INTERNATION DU BETON CEB (1983) Assessment of concrete structures

    and design procedure for upgrading (redesign). Paris, Bulletin DInformation no 162, August.

    Earth.google.com. .Net, abril. (2008) Disponvel em: . Acesso em:

    28 abril.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    14/15

    GALVO, S. P. (2004) Avaliao do desempenho de argamassas de reparo estrutural base de

    cimento Portland modificadas por polmeros e contendo adies minerais.Dissertao (Mestrado

    em Engenharia Civil)-Universidade Federal de Gois. Gois.

    GOMES, S. M. S. W. (2007) Engenheiro civil da Prefeitura da Cidade do Recife - Entrevista

    concedida a Joo Manoel de Freitas Mota. Recife, Dezembro.

    HELENE, P. R. L. (2005) Manual de Reparo, Proteo e Reforo de Estruturas de Concreto. Red

    Rehabilitar. So Paulo.

    HELENE, P. R. L. (1992) Manual Prtico para Reparo e Reforo de Estruturas de Concreto.Editora PINI. So Paulo.

    HELENE, P. R. L. (1997) Vida til das estruturas de concreto. In: IV CONGRESSO IBERO-

    AMERICANO DE PATOLOGIA DAS CONSTRUES. Porto Alegre.

    INSTITUTO BRASILEIRO DO CONCRETO. (2005) Patologia das Estruturas de Concreto:

    Conceituao, Inspeo e Diagnstico.47.

    0

    Congresso Brasileiro do Concreto. Recife.

    LPEZ, W.; GONZLES, J. A. (1993) Influence of the degree of pore saturation on the

    resistivity of concrete Research.

    NEVILLE, A. M. (1997) Propriedades do concreto.2. ed. PINI. So Paulo.

    PONTES, R. B.; MONTEIRO, R. A.; OLIVEIRA, R. A.; PAIVA, S. C. (2007) Levantamento da

    concentrao de cloretos em zona costeira do Recife-PE. IX CONGRESSO LATINO-

    AMERICANO DE PATOLOGIA. Quito Equador.

    RIPPER, T. (2005) Sistemas Especiais para Reforo de Estruturas de Beto. O futuro em

    perspectiva segura. Portugal.

  • 7/21/2019 92243-If - RECIFE - Patologias Em Recife

    15/15

    SELMO. S. M. S.; MORENO Jr, R.; MITRE, M. P. (2000) Caracterizao bsica das argamassas

    de reparos para estruturas de concreto industrializadas no Brasil.In: ENCONTRO NACIONAL

    DE CONSERVAO E REABILITAO DE ESTRUTURAS. Lisboa.

    SILVA E. F.; GOMES de S, C.; RAMIREZ, M. C.; RIBAS SILVA, M.; KROPP, J. (2003)

    Panteo da ptria Tancredo Neves Monumento histrico de Braslia. In: VII CONGRESSO

    LATINOAMERICANO DE PATOLOGIA DE LA CONSTRUCCIN CONPTA. Mxico.