82046781 RODRIGO P SILVA Antitrinitarianismo Ou Antitrinitarianismos

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61 ANTITRINITARIANISMO OU ANTITRINITARIANISMOS? RODRIGO P. SILVA, TH.D. Professor de Novo Testamento e Filosofia no Salt, Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP. RESUMO: O presente artigo inicia mos- trando um panorama das diversas formas de antitrinitarianismo histórico, com o intuito de demonstrar que essa pluralidade atualmente se reflete no pensamento dos dissidentes do adventismo, opositores da doutrina da Trindade. Comparando textos veiculados por esses grupos, o autor aponta grande número de contradições e diver- gências, desfazendo a falsa impressão de unidade interpretativa que eles têm procu- rado transmitir. Expõe, ainda, a fragilidade de sua argumentação teológica, pontilhada de equívocos e falta de clareza. ABSTRACT: This article starts with a broad spectrum of the different forms of historical anti-trinitarianism, aiming to demonstrate that such a plurality is reflec- ted on the thought of today’s dissidents of Adventism, opponents of the doctrine of the Trinity. Comparing texts written by these groups, the author indicates an incredible number of contradictions and divergences, destroying the false impression of inter- pretative unity that they try to convey. Yet, the article exposes the vulnerability of their theological argumentation, marked by ambiguities and lack of clarity. INTRODUÇÃO Os atuais debates sobre a Trindade pro- duzem a errônea impressão de que existem apenas dois grupos ideologicamente rivais: os trinitarianos e os antitrinitarianos. Tam- bém dão a entender que assim era no tempo dos pioneiros. Mas não é esse o quadro que a história nos apresenta. A doutrina da Trindade passou por várias abordagens, e o que muitas vezes é rebatido erroneamente como “entendimento adventista da Trindade” é, na verdade, um “entendimen- to católico” que não corresponde à compreen- são adventista do assunto. Fernando Canale 1 e Jerry Moon 2 sistematizaram as diferenças históricas entre o ensinamento adventista da divindade e outras concepções oriundas, principalmente, da filosofia grega. Não obstante, enquanto crença fundamental, o trinitarianismo pode ser considerado uno dentro da posição contemporânea e oficial dos adventistas que preferiram “se limitar às declarações dogmáticas e teológicas, mantendo-se distantes de um desenvolvi- mento sistemático da doutrina de Deus e da Trindade” 3 . O mesmo já não se pode dizer do antitrinitarianismo histórico, que ainda abriga vários grupos divergentes em seu meio. A única coisa que se mantém uniforme em todos os discursos passados (com exceção de alguns subordinacionis- tas) é a negação do Espírito Santo como ser independente e pessoal. O objetivo deste artigo é o de oferecer um breve resumo dos principais segmentos antitrinitarianos do passado e verificar se a mesma falta de unidade teológica pode ser vista nos dissidentes do adventismo hoje. Para isso será apresentada uma lista dos segmentos históricos, seguida de uma série de citações retiradas de livros e sites anti- trinitarianos. As mesmas serão comentadas e disponibilizadas por blocos para que se verifique com clareza as divergências de opinião entre os dissidentes. DEFINIÇÃO DE TERMOS Arianismo: sustenta a visão de Ário, bis- po de Alexandria (312?-328 d.C.), segundo a qual o Filho não era co-eterno com o Pai, mas teve um começo no tempo. Ele foi o

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    AntitrinitAriAnismo ou AntitrinitAriAnismos? rodrigo P. silvA, th.d. Professor de Novo Testamento e Filosofia no Salt, Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP.

    resumo: O presente artigo inicia mos-trando um panorama das diversas formas de antitrinitarianismo histrico, com o intuito de demonstrar que essa pluralidade atualmente se reflete no pensamento dos dissidentes do adventismo, opositores da doutrina da Trindade. Comparando textos veiculados por esses grupos, o autor aponta grande nmero de contradies e diver-gncias, desfazendo a falsa impresso de unidade interpretativa que eles tm procu-rado transmitir. Expe, ainda, a fragilidade de sua argumentao teolgica, pontilhada de equvocos e falta de clareza.

    AbstrAct: This article starts with a broad spectrum of the different forms of historical anti-trinitarianism, aiming to demonstrate that such a plurality is reflec-ted on the thought of todays dissidents of Adventism, opponents of the doctrine of the Trinity. Comparing texts written by these groups, the author indicates an incredible number of contradictions and divergences, destroying the false impression of inter-pretative unity that they try to convey. Yet, the article exposes the vulnerability of their theological argumentation, marked by ambiguities and lack of clarity.

    introduoOs atuais debates sobre a Trindade pro-

    duzem a errnea impresso de que existem apenas dois grupos ideologicamente rivais: os trinitarianos e os antitrinitarianos. Tam-bm do a entender que assim era no tempo dos pioneiros. Mas no esse o quadro que a histria nos apresenta.

    A doutrina da Trindade passou por vrias abordagens, e o que muitas vezes rebatido erroneamente como entendimento adventista

    da Trindade , na verdade, um entendimen-to catlico que no corresponde compreen-so adventista do assunto. Fernando Canale1 e Jerry Moon2 sistematizaram as diferenas histricas entre o ensinamento adventista da divindade e outras concepes oriundas, principalmente, da filosofia grega. No obstante, enquanto crena fundamental, o trinitarianismo pode ser considerado uno dentro da posio contempornea e oficial dos adventistas que preferiram se limitar s declaraes dogmticas e teolgicas, mantendo-se distantes de um desenvolvi-mento sistemtico da doutrina de Deus e da Trindade3 . O mesmo j no se pode dizer do antitrinitarianismo histrico, que ainda abriga vrios grupos divergentes em seu meio. A nica coisa que se mantm uniforme em todos os discursos passados (com exceo de alguns subordinacionis-tas) a negao do Esprito Santo como ser independente e pessoal.

    O objetivo deste artigo o de oferecer um breve resumo dos principais segmentos antitrinitarianos do passado e verificar se a mesma falta de unidade teolgica pode ser vista nos dissidentes do adventismo hoje. Para isso ser apresentada uma lista dos segmentos histricos, seguida de uma srie de citaes retiradas de livros e sites anti-trinitarianos. As mesmas sero comentadas e disponibilizadas por blocos para que se verifique com clareza as divergncias de opinio entre os dissidentes.

    definio de termos

    Arianismo: sustenta a viso de rio, bis-po de Alexandria (312?-328 d.C.), segundo a qual o Filho no era co-eterno com o Pai, mas teve um comeo no tempo. Ele foi o

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    primeiro ser criado e se tornou um deus menor, um ser de natureza intermediria entre Deus-Pai e a humanidade, tanto na criao, quanto na redeno.

    Binitarianismo: ensina que s h um Deus, existente em duas pessoas divinas. Uma, o Pai, existe por todo o sempre. A se-gunda, o Filho, foi gerado, mas no criado, nalgum momento da eternidade. O Esprito Santo a fora ativa e impessoal que une o Pai e o Filho numa mesma co-existncia divina. Embora o Filho tenha surgido no tempo, foi elevado pelo Pai sua prpria categoria, podendo, portanto, ser adorado pelas criaturas. Mas, durante sua encarna-o na Terra, Ele se fez novamente inferior ao Pai, condio que, para alguns se limitou apenas ao seu ministrio terrestre, e que, para outros, perdura por toda a eternidade. Numa viso mais ou menos uniforme, os binitarianos crem que, aps ter sido gerado, o Filho torna-se um com o Pai, formando, assim, um s Deus (e no dois deuses). Deste modo, os binitarianos no entendem como contraditria sua adorao ao Pai e ao Filho em face ao monotesmo. Afinal, so duas pessoas unidas numa mesma divindade, formando um nico Deus. Os que hoje raciocinam prximos a esse conceito no aceitam usar a mesma lgica quando se fala de trs pessoas unidas numa mesma divindade. Quanto a esta ltima, rejeitam-na por consider-la um absurdo do ponto de vista da razo humana. Usam literalmente, dois pesos, duas medidas.

    Subordinacionismo: embora admitam um plural de duas pessoas na divindade (como o binitarianismo), os subordinacio-nistas enfatizam com maior rigor o carter essencialmente subordinado do Filho em relao ao Pai. Cristo foi e continuar para sempre inferior e sujeito ao Pai e, portanto, nunca pde ter obtido qualquer igualdade com Ele, conforme ensinam os binitarianos. Sua natureza, embora de certo modo divina, no a mesma de Deus Pai. Quanto ao Esprito Santo, alguns da linha subordinacionista seguem a tendncia geral dos outros grupos, que a de negar sua existncia como pessoa. Uns poucos, no entanto, o entendem como um ser pessoal

    (talvez um anjo) submisso ao Filho.Origenismo: Orgenes (185?-254?) in-

    ventou um conceito que pode ser entendido como um desdobramento do subordina-cionismo. Para ele, o Logos, na qualidade de Filho, procede do Pai no por meio de diviso ou criao, mas por meio de uma gerao eterna. O Filho eternamente ge-rado pela vontade do Pai, o que exclui da gerao de Cristo a idia de comeo, antes, subentende-se uma idia de relacionamento eterno. Deus amor, e, como tal, deve ter um objeto eterno desse amor, que o Filho, ou, do contrrio, poder-se-ia concluir que houve um tempo em que Deus no amava ou no era Pai. Logo, a paternidade seria em linguagem metafsica um acidente na essncia de Deus e no atributo inerente sua pessoa. O Filho, para Orgenes, tem a mesma natureza do Pai, mas o fato de ser eternamente gerado o coloca numa posio eternamente subordinada.

    Sabelianismo ou Monarquianismo Modalista: O escritor Sablio (c. 215 d.C.) formulou outra maneira de entender a Deus que tambm negava a doutrina da Trindade. Para ele, o Pai, o Filho e o Esprito Santo eram diferentes manifestaes de um nico Deus. Logo, a divindade era constituda de apenas uma pessoa (no duas ou trs), que em momentos diferentes usou distintas maneiras de se apresentar: nalgumas vezes como Pai, noutras como Filho e, finalmen-te, como Esprito.

    Socionismo: Fausto Socinus (1539-1604 d.C.) foi um racionalista que rejeitou a doutrina da Trindade por achar que ela fugia ao senso comum. Suas idias foram precursoras do unitarianismo.

    Unitarianismo: esse termo, cunhado originalmente como uma contradio ao trinitarianismo, sustenta que s h uma pessoa que por natureza pode ser definida como Deus: o Pai. Superenfatizando a com-preenso nica do monotesmo cristo, os unitarianos negam qualquer tipo de divin-dade, adquirida ou derivada, para a pessoa de Cristo. Ele foi apenas um homem co-mum, com uma natureza humana comum, que permaneceu fiel a Deus e cumpriu sua misso, mesmo estando na condio pecaminosa de qualquer filho de Ado.

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    Foi provavelmente aqui que surgiram as primeiras sementes do perfeccionismo com sua nfase na natureza cada de Cristo.

    Os unitarianos tambm rejeitam a dou-trina do nascimento virginal, a preexistncia do Filho e o carter expiatrio de Sua morte na Cruz. Que Jesus foi morto, um fato, mas no por nossos pecados, e sim pela maldade humana que fez dEle um mrtir do amor. Nossa salvao, portanto, no est relacio-nada ao seu sangue derramado, mas atitude que tomamos diante das leis de Deus. A vida de Jesus nos ajuda enquanto modelo de per-feio e no como sacrifcio expiatrio.

    Monofisismo: O Conclio de Calce-dnia, realizado em 451 d.C., sistematizou a crena nas duas naturezas de Cristo (uma divina e outra humana). Como reao a esse conceito, os monofisistas ensinavam que Jesus s tinha uma natureza: a divina; ou ento, uma nica natureza composta, sem qualquer distino entre o divino e o humano. Ao contrrio dos unitarianos, que viam em Cristo apenas um ser humano especial, para os monofisistas no havia natureza humana em Cristo, a sua natureza divina absorveu qualquer trao de huma-nidade que poderia haver nele, tornando o homem Jesus plenamente divino. Sua pessoa, portanto, nunca foi uma unio entre humanidade e divindade, mas a absoro da primeira pela segunda.

    Por essa definio de termos, compre-endemos que, quando algum se proclama descrente da Trindade, deve ter claro em sua mente que tipo de antitrinitarianismo

    est abraando, pois no existe apenas um. Os prprios dissidentes do adventismo s vezes esbarram em contradies entre si, que revelam seu desconhecimento acerca da pluralidade de posies antitrinitaria-nas.

    contrAdies contemPorneAsSeguem-se aqui algumas breves con-

    tradies vistas entre os dissidentes do adventismo, postas com o fim de ilustrar o que acima foi dito. A maioria das citaes provm da Internet e de se esperar que se alegue serem trechos fora de contexto. Contudo, as referncias estaro costumei-ramente nas notas para que se verifique que mesmo vistas no contexto original, as falas permanecem contraditrias.

    tambm possvel que os mesmos se defendam afirmando que esse foi o seu entendimento no passado e que hoje no o defendem mais. Mas se assim, por que no relataram a mudana de conceito ad-mitindo que cometeram um erro?

    A anlise dos vrios materiais dispon-veis nos sites ou nos livros publicados sobre o assunto jamais revelou qualquer admisso de equvoco interpretativo ou mudana de opinio por parte dos autores que alimen-tam as pginas da discusso4 . Igualmente no se encontrou em nenhum momento uma discordncia pblica entre eles, o que traz a errnea impresso de que so unidos em seus conceitos. A relao de textos que apresentaremos a seguir, mostrar a desar-

    Afirmar que Jesus no teve um co-meo, negar que seja o Filho de Deus. Se eterno no pode ser filho e nunca morreria. Se est em p de igualdade com Deus Pai, no pode ser Advogado (mediador) entre Deus e o homem. Ennis Meier5

    Um dos atributos do Pai e do Filho de Deus a Eternidade. A eternidade de Deus e de Cristo diferente da eternidade dos anjos. Os anjos esto sujeitos suces-so do tempo, mas Cristo foi o Criador de todas as coisas, inclusive do tempo. Isaas afirma que Cristo o Pai da Eter-nidade... A questo do tempo da gerao de Cristo to absurdo [sic] quanto uma possvel questo do local da gerao de

    cristo teve um come-

    Cristo um dia foi parte integrante do Pai; e por isso podemos admitir que ele

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    Cristo, sendo ele gerado com o atributo da onipresena. Deus e Cristo so eternos e onipresentes. Ricardo Nicotra6

    Nesses comentrios vemos a ten-dncia origenista de Nicotra contra o arianismo de Meier, que pe as origens de Cristo no tempo, negando assim sua eternidade. Nicotra, por sua vez, res-pondendo pergunta houve um tempo em que Cristo no tenha existido?, simplesmente afirma que tal questo no faz qualquer sentido, pois trata-se de uma tentativa de enquadrar a gerao do Filho de Deus, o Criador de todas as coisas (inclusive o tempo), em uma li-nha cronolgica, o que no possvel.8

    Jairo Carvalho, reafirmando um parecer mais binitariano limita-se a dizer que Jesus teve uma origem antes mesmo de criar o princpio do p do mundo9. Mas no silencia quanto a dizer se esse quando estaria dentro do tempo ou fora dele. Num outro texto ele apenas declara que Cristo teve origem, mas que esta foi nos dias da eternidade. notria a tendncia mais filosfica e menos bblica que os autores tm de separar tempo e eternidade.

    cristo incondicionAlmente imor-

    Ao tornarem Jesus um Deus co-igual ao Pai, os trinitarianos no podem negar a sua imortalidade, assim, afirmam que Jesus no morreu de fato, pois sendo igual ao Pai, no poderia morrer visto que Deus imortal . ... Quem est mentindo? A Bblia afirma que Deus imortal (Ver 1Tm 6:16).

    A palavra imortalidade em si mesma j encerra uma verdade absoluta. Deus no pode morrer, caso contrrio no seria imortal. Ao tornarem Jesus um Deus co-igual ao Pai, os trinitarianos no podem negar a sua imortalidade, assim, afirmam que Jesus no morreu de fato, pois sendo igual ao Pai, no poderia morrer visto que Deus imortal. Ento alegam que apenas seu corpo morreu, porm a sua Divindade no. Esta explicao aproxima-se em muito dos ensinamentos do espiritismo, o qual afirma que o Homem no morre. Ele possui um esprito imortal. Apenas seu corpo que morre. Afinal Jesus morreu ou no? Quem est mentindo, Cristo e os apstolos ou os trinitarianos? Milton Figueiredo10

    A diferena maior entre Cristo e o homem, que enquanto Deus soprou no homem o flego [sic] da vida, empres-tando a sua vida ao homem, e dando-lhe a possibilidade da imortalidade (no ine-rente) mas, sim, dependente (pelo acesso rvore da vida) em relao a Seu Filho, o Verbo, ao vir existncia, gerado ou procedente do prprio Pai, a vida do Pai veio Nele, e esta vida no foi emprestada, no lhe foi dada de forma dependente, e sim, era inerente ao prprio ser, ora gerado. Rogrio Buzzi11

    [O Pai e o Filho so] seres que possuem exclusivamente os atributos da imortalidade, onipotncia, onipre-sena e oniscincia.... Elpdio da Cruz Silva12

    no mais novo que Deus o Pai, porque mesmo antes de existir como ser indepen-dente do Pai, ele j existia, como parte do Pai, antes de ter sido gerado por Ele. Assim, como o Pai eterno, Jesus teve sua origem na eternidade. Jairo Carvalho7

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    Afirmar que Jesus no teve um co-meo, negar que seja o Filho de Deus. Se eterno no pode ser filho e nunca morreria. Se est em p de igualdade com Deus Pai, no pode ser advogado (mediador) entre Deus e o homem. Ennis Meier13

    O Pai concedeu a Cristo ... a prerro-gativa de ter vida em si mesmo. Jairo Carvalho14

    Se Cristo o Deus eterno, como afirma o Manual da Igreja (pg.10), no poderia morrer. Ento por que a Bblia afirma taxativamente que Cristo morreu, e que Deus o Pai o ressuscitou? Adilson de Souza15

    Aqui v-se a falta de clareza dos autores quanto ao ensino trinitariano defendido pela Igreja Adventista. Nunca foi objetivo da teologia adventista explicar o mistrio da morte de Jesus ou como suas naturezas relacionavam-se entre si. Basta aceitar o assombro da incompreenso ou afirmar simplesmente sem a pretenso de elucidar que a humanidade de Cristo achava-se to vinculada sua plena divindade que, ao Ele morrer, podemos verdadeiramente dizer que toda a Divindade estava em Cris-to e sofreu a sua morte expiatria16 . Nas palavras de Ellen G. White: o homem no pode definir esse maravilhoso mistrio a

    mistura das duas naturezas ... [esse mist-rio] jamais poderia ser explicado.17

    Percebe-se ainda a dificuldade dos autores em esclarecer a imortalidade (na-tural ou adquirida de Cristo). Enquanto uns entendem que ele seria um candidato imortalidade semelhante a Ado, outros como Rogrio Buzzi, Jairo Carvalho e Elpdio da Cruz defendem uma imortali-dade incondicional para Cristo, o que os aproxima mais do origenismo (salvo no aspecto em que defendem um comeo para a existncia de Cristo).

    cristo um deus inferior Ao

    A Palavra de Deus diz que Jesus o Filho Unignito; Cristo foi gerado por Deus ... Eva foi gerada de Ado, por esta razo tem a mesma natureza humana de Ado. No correto dizer que Eva, por ter sido gerada de Ado um homem (ser humano) inferior ou um semi-humano. Eva to humana quanto Ado. Seme-lhantemente, Jesus Cristo, por ter sido gerado de Deus, to divino quanto o Pai. ... Por isso Jesus no pode ser con-siderado um semi-Deus ou um Deus com qualidade inferior. Ricardo Nicotra18

    Se Cristo o prprio Deus eterno, por que o livro de Atos afirma que Cristo, alm de ter sido ressuscitado por Deus, foi elevado a Prncipe e Salvador? Como Cristo poderia ser elevado a Prncipe se j era o prprio Deus? Adilson de

    Jesus o Filho de Deus e isso signi-fica ter tido um comeo. Jesus nunca pretendeu ser igual a Deus. E Jesus mes-mo disse que o Pai maior do que ele, e que todo o seu poder provm do Pai.

    O Pai ordenou que o Filho devesse ser considerado igual a Ele. Estando em plena conformidade com a vontade de Seu Pai, por meio dos testemunhos que inspirou sua serva a escrever a cerca de

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    Negamos, SIM, que haja algum no universo igual a Deus. Ennis Meier20

    um sculo, Jesus reafirma Sua Palavras [sic] de que Ele (Cristo) era igual quele (o Pai) antes mesmo da encarnao. Jairo Carvalho21

    Vemos aqui trs abordagens conflitantes sobre o status divino de Jesus. Nicotra diz que a equiparao entre Cristo e o Pai se d naturalmente, assim como Eva natu-ralmente to humana quanto Ado. Jairo Carvalho, por sua vez, embora defenda a igualdade entre ambos (Pai e Filho), sugere que isso se deve a uma ordem do Pai. Logo, Jesus no seria igual a Deus por natureza, mas por decreto. O que gera uma contradio no prprio pensamento do autor, que tambm sugere que Cristo era um com o Eterno Pai, em natureza.22

    Meier e Souza atacam qualquer tenta-tiva de equiparao divina entre Cristo e o Pai o que os faz muito mais prximos do subordinacionismo que seus colegas.

    Tentando esclarecer a questo, o editor do site www.adventistas.com, Robson Ra-mos, traduziu o artigo de um certo Lynn-ford Beachy, segundo o qual a divindade de Cristo no a mesma do Pai.23 O autor argumenta que a palavra Deus tem vrios significados diferentes. Ela pode se referir a homens (x 7:1, Sl 82:6; Jo 10:34) ou anjos (Sl 8:5).

    Assim, estabelece-se, na viso do arti-culista, trs significados para Deus: um limitado (aplicvel a qualquer ser do uni-verso), um especfico (aplicado somente a Cristo) e outro ilimitado (aplicvel somente a Deus Pai).

    Embora seja verdade que a Bblia em raras vezes aplica o termo hebraico Elohim (Deus) a anjos e lderes humanos (como o caso de Moiss e dos juzes), em momento algum separa uma aplicao especfica para Cristo em distino daquela prpria a Deus Pai. A nica diferena entre as aplicaes do termo Elohim a Deus e s criaturas que, no caso do primeiro, o adjetivo assenta-lhe por natureza e nos ltimos por funo. Moiss deveria ser o representante de Deus diante de Fara e os juzes perante o povo

    de Israel. Os anjos, por sua vez, so seus representantes perante o Universo.

    Se existe uma terceira aplicao do ter-mo prpria apenas a Cristo, ela ainda est por ser descoberta. Pois se dissermos que o Filho Deus por funo, igualamo-lo s criaturas que tambm podem exercer esse papel; se entendermos que por natureza, igualamo-lo ao Pai. Assim, tal explicao cria mais problemas que solues para a proposta antitrinitariana.

    O prprio Elpdio da Cruz Silva, ex-ancio e firme defensor do antitrinitari-anismo, apresenta uma idia contrria a tal explicao ao ensinar que quando a palavra Deus aplicada pessoa do Pai e pessoa do Filho, ela diz que existem apenas duas pessoas desta espcie24 . Igualmente o site dos chamados Adventistas Berea-nos esclarece aos leitores que a palavra Deus, utilizada na bblia [sic] de duas formas legais, uma a forma restrita da palavra, quando esta se refere ao nico e verdadeiro Deus, a outra, a forma abran-gente da palavra, o que inclui tudo quanto o homem considera como divino, ou que represente uma forma de divindade25. O mesmo site prossegue afirmando que o primeiro uso da palavra (chamado sentido restrito) refere-se s ao Pai. J o segundo (chamado de sentido amplo) aquele que se refere a todas as criaturas que o Pai decidir tornar um Deus, como Moiss e os juzes. No abre margem para um ter-ceiro sentido especial aplicado a Cristo, pelo que conclui que Sua divindade, ainda que hierarquicamente superior, no seria de natureza diferente daquela aplicada s demais criaturas que receberam esse ttulo (inclusive o Diabo). Cristo s seria mais divino que os anjos por sua funo e no por sua natureza. Eis mais alguns trechos do texto:

    Observe que nestes versos Jesus afirma que Deus chama de deuses aqueles a quem Ele

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    revelara a sua palavra. Quem so estes? Jesus refere-se neste caso ao Salmo 82:1-7; Leia este salmo e observe que Ele est falando dos prprios lderes do povo, em verdade, eram o [sic] prprios sacerdotes, aqueles que deveriam ensinar o povo a amar e temer somente ao Deus nico e verdadeiro. Foram estes que acusavam a Jesus de blasfmia, no porque se colocava na condio de Deus, mas porque dizia ser o Filho de Deus, sim, foram estes que Deus chamou de deuses.

    Quem o deus deste sculo que cega o en-tendimento das pessoas para que no recebam o evangelho da glria de Cristo? No ele, o prprio Satans? Sim. evidente que .

    Ento como ele (Satans) tambm chamado de deus pelo apstolo Paulo? (lembrando que a palavra aqui neste texto a mesma utilizada em Joo 1:1-3, referindo-se a Deus o Pai e ao Filho de Deus, ou seja yeov [sic] = theos)

    Conclumos portanto, que a palavra yeov [sic] = theos, Deus, tem um amplo significado, porm, em sentido restrito, s se aplica ao Altssimo Deus, Pai de nosso Senhor e Salvador Yeshua (Jesus).26

    Pelo visto, esses autores no comparti-lham a idia de Ramos e Beachy de que a palavra Deus tem um significado limita-do para as criaturas, especfico para Cristo e ilimitado para Deus. Jairo Carvalho, outro paladino da mesma causa, tambm escre-veu: h um Filho de Deus, Jesus Cristo, que tambm Deus, dotado pelo Pai de ilimitado poder e comando.27 Ora, se o poder de Cristo ilimitado, nem o Pai pode ser-lhe um limite e seu ttulo de divindade no seria em nada especfico conforme a explicao do site.

    Jesus ou tornou-se (temPorAriAmente) inferior Ao

    Se Jesus era e igual ao Pai hoje, como Ele mesmo afirma, porque ento, quando esteve na Terra, Ele afirmou: o Pai maior que Eu (Jo 14:28)?

    Jesus mesmo nos responde. Inspiran-do o apstolo Paulo a escrever sobre Ele mesmo, nos aclara: [o autor cita Fp 2:6-8 e Hb 2:8-11]. Jesus mesmo diz que Ele, por um pouco de tempo, o tempo de sua encarnao e ministrio na Terra, foi feito menor que os anjos. Sendo menor que os anjos quando subsistindo em sua forma humana, era, enquanto humano, menor que Deus, e Seu testemunho era verdadeiro ao dizer, quando subsistindo em forma humana: o Pai maior que Eu.

    2 - Aps a encarnaoJesus inspirou o apstolo Paulo a dar

    expresso da verdade concernente a Sua natureza aps a encarnao na Terra.

    ... Portanto, Cristo era, antes de Sua encarnao e hoje, Deus, igual o Pai. Consideramo-lo assim para a honra e glria do Pai, para que Sua vontade seja feita na Terra por meio de Seus servos

    Segundo a teologia trinitariana, Je-sus s esteve numa condio menor do que o Pai, enquanto limitado dentro de Sua humanidade. Condio que poderia ser abandonada a qualquer momento caso Ele desejasse, pois bastaria sair daquele corpo que usava provisoria-mente, para encenar teatralmente sua prpria morte.

    ... Por que ento disse Jesus que Deus, o Pai, maior do que Ele, se de fato Deus no era? Qual seria a necessidade destas palavras, se o prprio Jesus fosse sufi-ciente em Si mesmo e independente do Pai para todas as coisas?

    Um dos muitos pontos que os trini-tarianos no conseguem explicar, a informao bblica, dada pelo apstolo Paulo, de que Jesus ser eternamente submisso ao Pai (ver 1Co 15:28). Quem est mentindo, Jesus e Paulo ou os trini-tarianos? Milton Figueiredo29

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    como j o no Cu. Jesus mesmo diz que Ele, por um pouco de tempo, o tempo de sua encarnao e ministrio na Terra, foi feito menor que os anjos. Sendo menor que os anjos quando subsistindo em sua forma humana, era, enquanto humano, menor que Deus, e Seu testemunho era verdadeiro ao dizer, quando subsistindo em forma humana: o Pai maior que Eu. Jairo Carvalho28

    Se o Pai, o Filho e o Esprito Santo so membros de uma Trindade estan-do conseqentemente no mesmo nvel hierrquico, por que Cristo disse que o Pai era maior do que Ele? Adilson de Souza30

    A condicional Se Jesus era menor1 [sic] inaceitvel entre cristos que afirmam crer na Bblia e ter apenas as Escrituras como regra de f e prtica. A inferioridade do Filho em relao ao Pai foi afirmada pelo prprio Jesus Cristo, que disse claramente: O Pai maior do que eu. No uma inveno antitrinita-rista. Propor como o [sic] hiptese Se Jesus era menor colocar em dvida as palavras do Filho de Deus. Quanto ver-dade bblica de que o Filho de Deus no sofreu mudana em seu ser, mesmo com a encarnao, no vemos problema algum em acreditar que Jesus era menor que o Pai ontem, hoje e para sempre. Assim no houve mudana alguma em Sua condio de inferioriadade hierrquica ou submis-so ao Pai. Pois a posio hierrquica que algum ocupa no altera o ser desta pessoa. Ela ser sempre a mesma pessoa, ainda que esteja em condio inferior ou mesmo superior. Robson Ramos31

    A Bblia mostra que a glorificao um ato bilateral entre Deus e seu Filho. O Pai glorificou o Filho e o Filho glorificou o Pai atravs de suas obras. ... Se Cristo no recebesse de volta a glria que tinha antes da encarnao, continuaria despido dos atributos da divindade, dentre os quais a onipresena. Ricardo Nicotra32

    Jesus era essencialmente menor que o Pai (subordinacionismo) ou situacional-mente subordinado? Esta outra questo que encontra vrias posies dentro do antitrini-tarianismo contemporneo. O prprio modo divergente como os autores tratam textos como Joo 14:28 evidencia sua falta de unidade na compreenso do assunto. Enquanto Robson Ramos, Adilson Souza e Milton Figueiredo abraam uma leitura literal e subordinacionista do texto, Jairo Cavalho limita a desigualdade entre o Pai e o Filho ao perodo em que este

    permaneceu encarnado entre os homens. Ricardo Nicotra, embora no cite textual-mente o verso bblico, tambm demonstra simpatia pela mesma posio ao afirmar que a posio equilibrada entre o Filho e o Pai s foi quebrada pelo hiato de tempo em que Cristo esteve na Terra.

    A contradio mais forte fica por conta das explicaes de Jairo Carvalho e Milton Figueiredo. Note que a explicao ofereci-da pelo primeiro (um legtimo defensor do antitrinitarianismo), encarada pelo segun-do como uma teologia trinitariana.

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    o Primeiro mAndAmento refere-se Ao PAi e Ao

    [Aps citar x 20:1-3] O texto acima no diz: Ns somos o Senhor, tambm no diz: No ters outros deu-ses diante de ns.

    O Texto deixa evidente que Deus um s, o Pai, e no uma unidade de trs pessoas co-eternas.

    O dicionrio Michaelis define mim como sendo a variao do pronome pessoal eu (singular) e no ns (plural).

    mimpron. pess. Variao do pron. eu, sem-

    pre regida de preposio: a mim, para

    No h outro Deus alm de Cristo e do Pai. Esta a mensagem enviada do cu para voc. Deus adverte a todos para que ningum aceite a outro Deus alm de Cristo e do Pai. Quem reconhece a outro Deus alm de Cristo e o Pai transgride o primeiro mandamento e comete o pe-cado de idolatria... foram Cristo e o Pai que disseram no Sinai no ters outros deuses diante de Mim ... Talvez voc pergunte: Porque [sic] Cristo e o Pai, que so duas pessoas distintas, procla-mam: No ters outros deuses diante de Mim., como se ambos fossem um s? ... porque Ele um com seu pai um na natureza, no carter, no propsito. Ento, eles podem dizer mim, referindo-se a ambos. Jairo Carvalho34

    [Aps citar Mt 16:17 e Jo 20:17] Algum est mentindo aqui, ou Jesus, ou os trinitarianos. No seria natural que Jesus aps sua ressurreio retornasse a sua condio original, tornando-se nova-mente um Deus, igual ao Pai, visto que j havia cumprido o seu papel de filho na terra? O primeiro mandamento da Lei de Deus, diz: No ters outros deuses diante de mim. Pode um Deus em con-dio de igualdade admitir outros deuses diante dEle? Quem est mentindo? Jesus, que no apenas denominou, mas afirmou que seu Pai era tambm o seu Deus? Ou os trinitarianos, que afirmam ser Jesus o prprio Deus em figura de Filho? Milton Figueiredo35

    No primeiro mandamento, Deus ordena que ningum tenha outro deus diante dEle, e se identifica como pessoa no singular. No ters outros deuses diante de mim. No diz: diante de ns! Sob o disfarce de estar honrando a Cristo, coloca-o em igualdade com Deus Pai, o Eterno. Isso o mesmo que negar que Jesus seja o Filho de Deus e que tenha morrido pelo pecador. Ennis Meier36

    A explicao oferecida para o pri-meiro mandamento evidencia a forma parcial e diversa com que os unitarianos interpretam o tema da unicidade de Deus. Enquanto alguns abraam um extremo literalismo numrico dizendo que a Di-vindade s o Pai e ningum mais, outros admitem (num raciocnio bem similar ao trinitarianismo) que Deus um, em suas pessoas (o Pai e o Filho).

    Milton Figueiredo, Adilson Souza e En-

    nis Meier, negando qualquer compreenso plural da divindade, argumentam que o pronome oblquo singular mim, expresso no primeiro mandamento no admite outra pessoa alm do Pai. Esta postura faz de seu entendimento uma abordagem bastante unitarianista de Deus. Por outro lado, po-rm, Jairo Carvalho inclui o Filho como se admitisse, pelo menos nesse sentido binitariano, que dois podem ser um por

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    mais que tal conceito fira lgica. Deus verdadeiro ao dizer que h um s Deus, defende Jairo, mesmo sendo Ele e seu Filho. ... No correto estudo da Palavra, no questionamos as afirmaes de Deus; simplesmente aceitamos.37 Por que ento argumenta-se tanto que a idia de trs em um no pode ser aceita porque seria incoerente diante da compreenso humana? Como explicar que dois so um e um so dois? No seria isso um mistrio? O mesmo mistrio que os antitrinitarianos rejeitam ao serem expostos diante da compreenso tri-nica de Deus?

    Jairo Carvalho certamente sentiu a incongruncia entre o que dizia crer e aquilo que escrevia, pois mudou o dis-curso na segunda edio de seu livro A Divindade que ser objeto de anlise nesta edio de Parousia. Ali ele advoga uma

    tese contrria primeira que transcrevemos acima. Ele escreve: Jesus Cristo declarou a Lei de seu Pai, na qual diz: No ters outros deuses diante de mim, diz respeito ao Pai de Jesus, o NICO DEUS. ... assim sendo, caro leitor, no podemos ter outros deuses diante do nico e Verdadeiro Deus, o Pai, sob pena de transgredirmos a Santa Lei.38

    Curiosamente, o autor no esclarece em parte alguma da segunda edio de seu livro, que tenha mudado de opinio neste ponto ou que deveramos corrigir o que havia dito anteriormente. O silncio parece ser o seu mtodo para evitar a ad-misso pblica de um erro.

    Podemos AdorAr A cristo?

    Se o Pai o nico Deus verdadeiro, ento deve ficar claro que qualquer outra forma de crena desvia-nos do princpio de que Amars ao Senhor teu Deus de todo o teu corao, de todas as tuas for-as, de todo o teu entendimento e de toda a tua alma e no devemos esquecer que este mandamento foi dado pelo Filho que, ao determinar isto falava de um outro e no de si mesmo.

    O adventismo desvia-nos desta ordem expressa e clara da Bblia e manda-nos adorar o Filho e o Consolador no mesmo nvel do Pai, o que significa erro gros-seiro em relao ordem do Filho aos seus seguidores. Ningum pode ser to exaltado como o Pai (Sl 82:1-6), nem mesmo o Filho que nos salvou e foi feito nosso Senhor (Fp 2:5-11). Muito menos o Consolador que est sob ordens do Filho (Jo 6:7-11). O erro da Trindade est em produzir um desvio na adorao.39

    Quer dizer que no somente Deus o Pai que merece receber a nossa adora-o? Isto mesmo! Jesus Cristo tambm merece o nosso louvor e adorao. Joo Marques40

    Como poderamos adorar ao Pai se no podemos nos achegar a Ele sem antes ter que ir ao Filho? Assim, quando amamos, respeitamos e obedecemos vo-luntariamente a Cristo, ns o adoramos e ao fazermos isso, estamos na verdade ado-rando a Deus o Pai. Jairo Carvalho41

    claro que devemos adorar a Cristo, mas como Senhor e no como Deus! Adventistas histricos leigos (Penha)42

    A Bblia diz que h um s Deus, que o Pai e um s Senhor que Jesus Cristo (1Co 8:6), tambm diz que os verdadeiros adoradores adoraro o Pai, pois so esses

    O que deve ser destacado neste verso [o autor est se referindo a um texto de Ellen White44 ] a meno de que, Deus concedeu autoridade a seu Filho. Agora

  • antitrinitarianismo ou antitrinitarianismos? / 71

    que o Pai procura para seus adoradores (Jo 4:23-24). A quem iremos adorar? Ao nico e verdadeiro Deus, ou ao deus da Igreja catlica?

    ... Talvez para adorarmos o verda-deiro Deus, tenhamos que abrir mo de nossos cargos na igreja. Eu mesmo, tive de abrir mo do cargo de ancio da Igreja Central de Florianpolis, por no concordar com a nova doutrina oficial da igreja. Adilson de Souza43

    no seria mais um nico ser que deveria ser adorado, mas dois, o Pai e o Filho. Elpdio da Cruz45

    Os antitrinitarianos afirmam, neste ponto com razo, que o tema da adorao verdadeira por demais importante para no ser refletido. Contudo, agem como se j tivessem definidos os parmetros do que correto ou errado na adorao dentro de sua viso antitrinitria de Deus.

    A resposta que do pergunta de ser ou no legtima a adorao de Cristo em p de igualdade com o Pai a mostra de sua incoerncia ao tratar do assunto. El-pdio da Cruz e Joo Marques acentuam o direito legtimo de Cristo adorao. Os chamados adventistas histricos leigos da Penha preferem um caminho mediador que aceita adorar a Cristo num modo hierrquico diferente do Pai (mas no mostram uma liturgia que possibili-te isso!). No outro extremo, Adilson de Souza e outro autor (que pode ser Ennis Meier ou Dr. Jean), negavam pelo me-nos enquanto produziam esses escritos que Cristo tivesse qualquer direito adorao como um Deus.

    A novidade aqui parece vir da posio assumida por Jairo Carvalho na segunda edio de seu livro A Divindade. Ele parece disponibilizar uma adorao ao Pai por meio do Filho. Mas ainda assim entende a adorao de Cristo num carter mais pragmtico (a obedincia que agrada ao Pai) e menos litrgico. No se trata tanto de cultuar o Filho, mas obedecer-lhe e, assim, alegramos (isto , adoramos) ao Pai por meio da fidelidade ao Filho.

    Uma disposio confusa, prpria de uma teologia da adorao bastante incompleta e obscura.

    O postulado de Elpdio da Cruz tam-bm merece um destaque adicional por sua m interpretao do texto de Ellen G. White. Ele supe que o Soberano Deus decretou (antes mesmo da encarnao) que Cristo deveria ser adorado como Ele. Que a partir daquele momento os anjos deveriam adorar a duas pessoas e no mais somente a uma, o que pela compreenso antitrinitariana levaria a um politesmo de dois deuses.

    Alm disso, o autor esquece-se de que toda a revelao monotesta do Antigo Testamento se deu depois disso e o silncio em relao divindade de uma segunda pessoa to problemtico quanto o alega-do silncio em relao terceira. Se Deus havia decretado a adorao do Filho antes da queda de Ado, por que no ordenou nos dez mandamentos no ters outros deuses diante de ns ao invs de mim? No seria mais razovel supor que o singular divino admite uma pluralidade de pessoas? Ademais, se a ausncia do Esprito nalgu-mas descries em que s aparecem o Pai e o Filho significaria sua no-existncia pessoal, as menes singulares de Deus Pai no Antigo Testamento silenciando por completo acerca de um segundo ser tambm implicariam na inexistncia pessoal de Cristo!

  • 72 / Parousia - 1 semestre de 2006

    cristo erA oniscien-

    Se havia trs pessoas co-eternas, como afirma a Doutrina da Trindade, por que ento somente o Pai sabe o dia e a hora da segunda vinda de Cristo... ?

    Mas a respeito daquele dia e hora ningum sabe, nem os anjos dos cus, nem o Filho, seno o Pai. (Mt 24:36).

    Nota: Os trinitarianos alegam que Jesus declarou isso porque estava falando como homem.

    Contudo, no livro de Atos, encontra-mos o seguinte dilogo entre os discpu-los e o Messias:

    Ento, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, ser este o tempo em que restaures o reino a Israel? Res-pondeu-lhes: No vos compete conhecer tempos ou pocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade. (Atos 1:6-7).

    Cristo proferiu estas palavras no Monte das Oliveiras, ao aproximar-se o momento de Sua ascenso. Portanto j havia sido morto, ressuscitado e glorifi-cado. Desta forma, j no falava apenas como homem. Diante destes fatos, fica evidente a existncia de uma hierarquia (na divindade) entre o Pai e o Filho. Adilson de Souza, p. 11.

    Prezado Robson,referente s dvidas do irmo que

    foram colocadas sobre a Trindade, fao parte de um grupo que j estudou este assunto. Gostaria tambm que meu nome no fosse divulgado, mas no deixarei de mostrar algumas verdades patentes da Bblia e do Esprito de Profecia que, creio, Deus nos tem revelado...

    Deus onisciente, e no precisa que ningum lhe revele algo, porque Ele j o sabe. Isto oniscincia. Entretanto, vemos que Jesus recebeu a revelao de Deus, o que demonstra que Ele no mais possui este atributo da divindade. Em outras palavras, Deus, que criou Seu filho Jesus como Deus, literalmente o deu para a humanidade, pois Jesus no mais onisciente e nem tampouco onipresente. Isto mostra que o sacrifcio de Jesus foi muito maior do que ns imaginvamos, e somente nos faz am-lo mais como nosso Salvador e nosso Redentor. Annimo46

    [O Pai e o Filho so] seres que pos-suem exclusivamente os atributos da imortalidade, onipotncia, onipresena e oniscincia. ... Elpdio da Cruz Silva47

    O estudo dos chamados atributos inco-municveis de Deus, isto , aquilo que s a Divindade possui e mais ningum, nos aju-da a perceber outro ponto desconcer-tante para os que negam a Trindade. Percebe-se, pelos comentrios, que alguns desses au-tores interpretam a divindade do Filho de um modo pleno conforme a prpria viso trinitariana.

    Josiel Teixeira, num artigo que nega a existncia pessoal e independente do Esp-rito Santo, chega a referir-se a Cristo como a segunda pessoa da Divindade48 um ttulo estranho para aqueles que negam a pluralidade em Deus. Outros autores, no entanto, relativizam o carter divino de Cristo aproximando-se muito das idias

    de rio. Adilson de Souza, por exemplo, chega a repudiar a expresso Deus Filho, dizendo que o correto dizer Filho de Deus49 um detalhe que no parece ter impressionado os outros autores que usam intercam-biavamente os dois ttulos.

    Alm da imortalidade inata, os atribu-tos da onipotncia, oniscincia e onipre-sena so a marca patente da singularidade de Deus. Poderiam eles qualificar tambm a Cristo? Essa uma pergunta que no causa perplexidade teologia da Trindade, mas resulta em divergncia nos segmentos que a negam. As citaes acima so um exemplo disso, enquanto dois autores negam a oniscincia de Cristo, Elpdio da Cruz a sustenta.

  • antitrinitarianismo ou antitrinitarianismos? / 73

    O j citado texto de Nicotra relembra que a a glorificao um ato bilateral entre Deus e seu Filho. Logo, ao voltar ao cu, na viso do autor, Cristo recebera de volta todos os atributos da divindade, dentre os quais a onipresena.50 Embora

    no mencione textualmente, claro que a oniscincia e a onipotncia seriam os outros atributos subtendidos na exemplificao.

    As duAs nAturezAs de cris-

    Quanto a esta questo, ... quando Cristo esteve neste mundo era o mes-mo Filho de Deus, s que agora com a natureza humana... O ensinamento errneo de que Cristo possua duas naturezas, simultaneamente, foi criado para defender a doutrina da Trindade. A Bblia no diz que Cristo encarnou, mas sim, que Ele tornou-se carne, ou seja, Cristo ao assumir a natureza humana, continuou sendo a mesma pessoa, s que despido de sua divindade e de seus poderes, os quais foram concedidos pelo Pai ... Cristo possua uma s natureza, a natureza humana, pois afirma que Cristo estava lutando contra o poder de Satans, o qual afirmava que o Pai o teria rejei-tado. Se Cristo possusse duas naturezas simultneas, jamais se sentiria separado do Pai. Adilson de Souza51

    Cristo nunca foi uma pessoa com duas naturezas simultneas. Podemos, sim, afirmar que o Filho de Deus teve duas na-turezas, porm separadas no tempo. Uma natureza antes da encarnao, e outra aps a encarnao. Elpdio da Cruz52

    Cristo veio com a mesma natureza pecaminosa que ns possumos, cada um de ns pode resistir ao mal tal como Ele resistiu. Pode-se combinar a divindade e a humanidade em ns tal como estas foram combinadas em Cristo. ...

    Como pode Cristo, um Deus, tornar-se um ser humano em carne pecamino-sa, exatamente como ns, para ser um exemplo perfeito de nossa condio? Isto definido pela Bblia como sendo um mistrio.

    Afirma que Jesus homem, e isto tambm verdade tanto quanto verdade que em Cristo reside corporalmente toda a plenitude da Divindade, pois a Bblia sempre atesta a verdade. Como harmo-nizamos estas duas afirmaes? Simples-mente aceitando a ambas desta forma, aceitamos que Cristo 100% humano e 100% divino ao mesmo tempo. Como entendemos isto? Jairo Carvalho53

    A tendncia atual de alguns antitri-nita-rianos parece ser a de criar um monofisismo s avessas, ou seja, acreditar que Jesus tinha apenas uma natureza e essa poderia ser a humana ou a divina, dependendo da situa-o. O que no aceitam que Ele pudesse ter ambas simultaneamente.

    Para Adilson de Souza e Elpdio da Cruz, a natureza humana de Cristo foi um hiato ou uma interrupo em sua natureza

    divina. A primeira tomou o lugar da segunda quando Ele se encarnou. Mas, novamente, vemos o surgimento de novas contradies. O argumento de Jairo Carvalho, embora se preocupe mais em enfatizar a natureza pecaminosa de Jesus, parece sugerir de modo implcito, uma misteriosa unio entre divindade e humanidade durante a encar-nao. No que diz respeito ressurreio e ascenso do Filho de Deus, ele claro em definir que no cu Cristo mantm as duas

  • 74 / Parousia - 1 semestre de 2006

    naturezas humana e divina de uma s vez. Isso se choca com a premissa dos demais autores que entendem uma natureza suplan-tando definitiva ou temporariamente a outra. Sua diferena com o monofisismo clssico

    que aquele apregoava uma absoro da humanidade pela divindade, enquanto esses seguem no sentido contrrio, o da humanida-de absorvendo ou substituindo a divindade que Cristo teria antes da encarnao.

    os Pioneiros erAm AriAnos?

    Nossos Pioneiros constantemente so acusados de serem semi-arianos (porque no totalmente? ser que com isto, querem proteger E.G.W.?) para contrapor-se a uma postura que a atual IASD (1980) adota: o trinitarianismo!

    Porm [sic] a histria nos revela que rio no foi o vilo que os trinitarianos dizem ser, antes, ele foi objeto das profe-cias bblicas (Daniel 7:8) na condio dos trs chifres que foram arrancados para que se estabelecesse o imprio papal... A Histria demonstra que os Hrulos, os Ostrogodos e depois os Vndalos foram todos seguidores de rio e todos eles aceitavam o credo escrito por Euzbio de Cesareia (um bispo que concordava com as idias de rio, que era um simples dicono). ...

    interessante notar que rio usou a palavra criado ao referir-se ao Filho de Deus, mas ... ele deixa claro ter en-tendido que Cristo foi gerado do Pai, e ento teve um comeo. rio acreditou verdadeiramente que Cristo era o nico Filho gerado de Deus. E, foi por ter includo esta palavra criado que hoje ficou esta conotao negativa do aria-nismo... No estranho que o chifre pequeno representando Satans te-nha querido perseguir e destruir povos pagos? Satans contra os seus prprios aliados! A verdade era que todos estes povos eram seguidores de rio e para que Satans pudesse se estabelecer teve que lutar e vencer estas oposies... Uma luta que durou cerca de 200 anos e, hoje, o mundo cristo tornou-se trini-tariano e denigre a imagem de quem um dia defendeu, com a sua prpria vida, a natureza humana de Cristo, o gerado de DEUS, acusando-os de arianos! Minis-trio Estudando a Bblia.54

    Os pioneiros, se em algum tempo no acreditaram que Cristo era Filho de Deus, logo abandonaram essa crena ariana.

    Os pais da f adventista, abandonaram tanto o arianismo quanto o trinitarianis-mo pelo mesmo motivo: tanto um quanto o outro, nega que Cristo seja Filho de Deus.

    O inimigo das almas bem sabe que a salvao depende da aceitao de que Cristo o Filho de Deus. Ele sabe que quando se nega que Cristo o Filho de Deus, a salvao corre risco de no acontecer. Sabendo disso, o diabo preci-sou encontrar uma lgica aparentemente sbia para negar a filiao divina de Cristo.

    Com o arianismo, o inimigo usa a negao da filiao divina de Cristo para negar sua divindade. Com o trinitarianis-mo, o mesmo inimigo usa a divindade para negar a filiao divina de Cristo.

    A moeda a mesma, o intento o mesmo. As duas faces da moeda tm o mesmo objetivo: negar que Cristo seja Filho de Deus.

    Para negar que Cristo o Filho de Deus, o demnio coloca ao alcance dos homens duas alternativas: o arianismo e o trinitarianismo.

    No caso ariano, por no ser Filho, Cristo no Deus. No caso trinitariano, por ser Deus, Cristo no Filho.

    Em ambas as situaes, Satans consegue fazer com que os homens no creiam que Cristo o Filho de Deus en-viado ao mundo para salvar o pecador.

  • antitrinitarianismo ou antitrinitarianismos? / 75

    [Neste texto o autor apresenta sua discordncia, quando Azenilto Brito afirma que a igreja superou sua fase anti-trinitariana] Os pioneiros nunca superaram essa fase. Morreram com sua heresia ariana. Sobre isso j lhe respondi nas seguintes palavras:

    a) Que no foi um ou outro lder, mas a maioria dos pioneiros adven-tistas;

    b) Que no foi por um tempo, mas at o final de suas vidas;

    c) Que no apenas simpatizaram com idias do arianismo, mas que combateram ferrenhamente a doutrina

    Lembramos que o termo arianos uti-lizado para denominar os seguidores das idias de rio, que no cria na divindade de Cristo. Como os adventistas criam que Jesus Cristo Deus, no eram arianos. Jairo Carvalho57

    Muitos dos pioneiros, inclusive Ja-mes White, J. N. Andrews, Urias Smith e Waggoner tinham um entendimento Ariano ou semi-Ariano ... uma grossa mentira, pois era a doutrina oficial da Igreja Adventista at 1980. Constava no Year Book at 1912 e em consecutivos anos anteriores. Ennis Meier58

    Esse ltimo tpico talvez seja o mais interessante de todos, pois tem a ver com o modo divergente como os dissidentes interpretam a posio dos pioneiros do adventismo. Um certo Clvis afirma que os pioneiros morreram firmes no que ele ironicamente chama de heresia ariana. Ennis Meier vai mais longe dizendo que o arianismo ou semi-arianismo no era uma questo de entendimento dos pioneiros, mas de doutrina oficial da Igreja at 1980. Jairo Carvalho, por sua vez, nega que os pioneiros pudessem ser chamados de aria-nos, uma vez que estes criam na divindade de Cristo e rio no.

    O grupo intitulado Ministrio Estudan-do a Bblia procura, interessantemente, dignificar a figura de rio, reputando-o como um verdadeiro mrtir da causa de Deus. J para Elpdio da Cruz, o arianismo seria to satnico quanto o trinitarianismo que ele pretende combater.

    conclusoDistores como essas fazem-nos ques-

    tionar a seriedade teolgica daqueles que se dizem restauradores do adventismo hist-rico. Como podem propor um rumo para a Igreja, quando nem seu prprio discurso est totalmente afinado?

    O uso descuidado de certos termos e conceitos faz supor um srio grau de des-

    conhecimento daquilo que esto tratando. Um exemplo disso pode ser visto nas pa-lavras de Elpdio da Cruz, que apresenta os dissidentes nos seguintes termos: Ns, unitarianos, podemos distinguir nossa con-cepo de Deus da concepo trinitariana, considerando a relao entre Deus e ele mesmo, ou, sendo mais claro, entre ele e a divindade.59

    Ora, conforme conceituado acima, o unitarianismo visto por todos os histo-riadores como uma crena que nega, entre outras coisas, a filiao divina de Cristo, o sentido expiatrio de sua morte na Cruz e sua preexistncia no Cu. Ser que isso que Elpdio est defendendo? Ou sua au-toafirmao como unitariano no passa de um total desconhecimento da questo, que o leva a empregar mal termos tcnicos da teologia? O grande problema que o exces-so de informaes passadas ao pblico faz supor que sejam especialistas escrevendo sobre assuntos que, na verdade, pouco en-tendem o caso tambm da forma como citam palavras ou regras gramaticais do grego e do hebraico.

    Talvez seja essa falta de sintonia in-terpretativa dentre os prprios dissidentes que os impediu at agora de se unirem num movimento organizado como foi o caso de outros dissidentes do passado (adventistas da reforma, adventistas da promessa etc.). Sua unidade como os prprios sites que

  • 76 / Parousia - 1 semestre de 2006

    abrigam seus pensamentos: essencialmente virtual, por isso, dificilmente tero algo a contribuir para o bom andamento do povo

    de Deus.

    1 Fernando Canale, Doctrine of God, in Raoul Dederen [ed.], Handbook of Seventh-day Adventist Theology (Hagertown, MD: Review and Herald, 2000), 140-149.

    2 Jerry Moon, A Trindade na Era da Reforma: quatro pontos de vista, in Woodrow Whiddeen, Jerry Moon e John W. Reeve, A Trindade (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003), 188-200.

    3 Canale, Doctrine of God, 148.4 Aps o fechamento deste artigo verificou-se na

    Internet uma resposta de Ricardo Nicotra resenha crtica feita pelos professores de Teologia do Unasp ao seu livro Eu e o Pai Somos Um. Nessa, o autor admite alguns erros, mas de um modo a torn-los me-ros equvocos que seriam corrigidos numa prxima edio do livro. No se trata, portanto, de nenhuma mudana de conceito.

    5 Ennis Meier, No deixe o Diabo fazer a sua cabea sobre a Trindade, disponvel em www. ad-ventistas.com/julho2002/trindade_ennis.htm 20k, acessado em 21 de abril de 2006.

    6 Ricardo Nicotra, Eu e o Pai Somos Um: e o Esprito Santo? No faz parte da Trindade? (So Paulo: Ministrio Bblico Cristo, 2004), 105.

    7 Jairo Carvalho, A Natureza de Cristo, ontem, hoje e eternamente, disponvel em www.adventistas. com, acessado em 25 de abril de 2006.

    8 Nicotra, Eu e o Pai Somos Um, 105. 9 [Jairo Pablo Alves de Carvalho, org.], A Divin-

    dade, e a maravilhosa conexo entre o cu e a terra, chamada Esprito Santo (Contenda, PR: Ministrio 4 Anjos, [2003]), 15.

    10 Milton Figueiredo, Treze mentiras que os trinitarianos atribuem a Deus, a Jesus e Bblia, disponvel em http://www.adventistas-bereanos.com. br/Edio: Robson Ramos.

    11 Rogrio Buzzi, Jesus igual a Deus, dis-ponvel em www.adventistas.com, acessado em 21 de abril de 2006.

    12 Elpdio da Cruz Silva, Voc pode crer na Trindade, mas ter que rasgar sua Bblia, disponvel em www.adventistas.com, acessado em 21 de abril de 2006.

    13 Ennis Meier, No deixe o Diabo fazer a sua cabea sobre a Trindade, disponvel em adventistas. com/julho2002/trindade_ennis.htm - 20k, acesso em 21 de abril de 2006.

    14 Carvalho, A Divindade, 64.15 Adilson de Souza, Em busca de respostas:

    101 perguntas que clamam por resposta, apostila disponvel em http://averdadeacimadetudo.tripod. com, acesso em 21 de abril de 2006, 6.

    16 Whiddeen, Moon e Reeve, A Trindade, 300.17 Ellen White, Comments on Phillipians in

    Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washing-ton DC: Review and Herald, 1980), VII: 904.

    18 Nicotra, Eu e o Pai Somos Um, 104.19 Souza, Em busca de respostas,6.20 Meier, No deixe o Diabo fazer a sua cabea

    sobre a Trindade.21 Jairo Carvalho, do Ministrio 4 Anjos http://

    www.ministrio4anjos.com.br/, disponvel em www. adventistas.com, acessado em 21 de abril de 2006.

    22 Carvalho, A Divindade, 63. 23 Lynnford Beachy, citado por Robson Ramos,

    Vocs acreditam em dois deuses? isso?, dispo-nvel em www.adventistas.com, acessado em 21 de abril de 2006.

    24 Silva, Voc pode crer na Trindade, mas ter que rasgar sua Bblia.

    25 Disponvel em http://www.adventistas-bereanos.com.br/Pioneiros/O%20que% 20a%20 biblia%20diz%20hebreus%201;7% 20e%208. HTM, acessado em 24 de abril de 2006.

    26 Ibidem.27 Carvalho, A Divindade, p. 63.28 Jairo Carvalho, do Ministrio 4 Anjos.29 Figueiredo, Treze mentiras que os trinita-

    rianos atribuem a Deus, a Jesus e Bblia.30 Souza, Em busca de respostas, 10.31 Robson Ramos, Dez perguntas para os que

    no acreditam na Trindade, disponvel em www.adventistas.com, acessado em 21 de abril de 2006.

    32 Nicotra, Eu e o Pai Somos Um, 83, 84.33 Souza, Em busca de respostas, 8.34 Carvalho, A Divindade, 33 e 47.35 Figueiredo, Treze mentiras que os trinita-

    rianos atribuem a Deus, a Jesus e Bblia.36 Meier, No deixe o Diabo fazer a sua cabea

    sobre a Trindade.37 Carvalho, A Divindade, 17.38 Ibid. [2 ed.],147 e 148.39 Houve certa dvida quanto autoria deste

    trecho, devido forma bastante confusa em que se disponibilizam as informaes no site de Ennis Meier. Aparentemente, o texto seria de autoria do prprio Meier, que o coloca simplesmente sob o ttulo Minha resposta a um senhor chamado Heron sobre: o senhor cr que a forma de crer na trindade [sic] desenvolvida pelos adventistas a mesma dos pagos? Em seguida, vem a resposta e, depois de uma linha de separao, a pergunta O que voc acha desta minha resposta luz do que vem estu-dando sobre o erro da trindade? e ento o nome Dr. Jean. Mas a citao sem qualquer correo ou discordncia por parte do editor do site est

    refernciAs

  • antitrinitarianismo ou antitrinitarianismos? / 77

    disponvel em http://www.adventistas.ws/shalon2.htm, acessado em 24 de abril de 2006.

    40 Joo Marques, Adorao somente a Deus, disponvel em http://www.adventistas-bereanos. com.br/2006marco/Adoracao%20somente% 20a%20Deus.HTM, acessado em 24 de abril de 2006.

    41 Carvalho, A Divindade [2 ed.], 155.42 Adventistas Histricos Leigos (Penha), Je-

    sus Cristo Deus?, disponvel em http://www. adventistas-bereanos.com.br/2004agosto/Jesus%20Cristo%20e%20Deus.HTM, acessado em 24 de abril de 2006.

    43 Adilson de Souza, disponvel em www. arqui-voxiasd.com.br/reao dos leitores 2005, acessado em 22 de abril de 2006.

    44 Conforme ele mesmo cita: Spiritual Gifts, 3: 37.

    45 Elpdio da Cruz Silva, Explicaes falsas acerca da trindade divina, disponvel em adventis-tas.com\ explicaesfalsasacercadatrindadedivina.htm, acessado em 24 de abril de 2006.

    46 Annimo, Negaes da Trindade: Concluses de um grupo, disponvel em http://adventistas.com/trindade/carta_trindade_2.htm, acessado em 24 de abril de 2006.

    47 Cruz Silva, Voc pode crer na Trindade, mas ter que rasgar sua Bblia.

    48 Josiel Teixeira Lima, Por que a trindade no digna de adorao, segundo Apocalipse 14:6-12?, disponvel em www.adventistas.com, acessado em 24 de abril de 2006.

    49 Adilson de Souza, O Pai e o Esprito Santo, disponvel em , acessado em 10 de outubro de

    2005. 50 Nicotra, Eu e o Pai Somos Um, 83 e 84.51 Adilson de Souza, A Verdade de Ellen Whi-

    te sobre os anjos e a mentira dos telogos sobre Deus, disponvel em http://www.adventistas.com/downloads/verdade_anjos.doc, acessado em 24 de abril de 2006.

    52 Elpdio da Cruz Silva, disponvel em http://www.adventistas.com/abril2003/irmao_elpidio 5.htm, acessado em 24 de abril de 2006.

    53 Jairo Carvalho, A natureza de Cristo, ontem, hoje e eternamente, disponvel em www. adventis-tas. com, acessado em 25 de abril de 2006.

    54 Ministrio Estudando a Bblia, vergonhoso ser considerado ariano?, disponvel em http://tem-podofim3.tripod.com/arianovergonha.htm, acessado em 23 de abril de 2006.

    55 Elpdio da Cruz Silva, Pode ser verdadeira uma Igreja que demorou 117 anos para descobrir a verdade?, disponvel em http://www.adventistas. com/fevereiro2004/elpidio_texto17.htm.

    56 Clovis, debate com Azenilto Brito, disponvel em http://www.despertabrasil.com/posts7-0.html &postdays=0&postorder=asc&highlight=, acessado em 23 de abril de 2006.

    57 Carvalho, A Divindade, 65.58 Ennis Meier, disponvel em www.alvorada.

    net/003.htm, acessado em 24 de abril de 2006.59 Elpdio da Cruz Silva, Politestas ou tritestas?

    D na mesma, disponvel em http://www.adventis-tas-bereanos.com.br/2006abril/politeista%20ou%20triteista%20e%20a%20 mesma%20coisa.HTM, acessado em 24 de abril de 2006. Grifo nosso.