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Garra de Exú (Martynia annua) Posted by Gunfaremim on 28 de novembro de 2011 Garra de Exú Planta que é muito conhecida nas casas de Candomblé pois é fundamental nos assentamentos do orixá Exú, e também dos chamados “catiços”, recebendo por isso os nomes de garra de exú, garra do diabo e unha de pomba-gira. Nesse caso, a parte utilizada é a semente que possui um aspecto bem interessante, realmente lembrando garras afiadas. Suas sementes (ou favas) são utilizadas principalmente para dar força ao assentamento e garantir a proteção desejada. Não podemos esquecer que tudo que é pontiagudo e cortante pertence a Exú. Embora a maioria dos adeptos do Candomblé utilize principalmente as sementes, suas folhas também possuem grande importância dentro do culto. São conhecidas como ewé àránbolè e podem ser empregadas no tratamento de processos convulsivos (oògùn gìrì), como a epilepsia. Ewé àránbolè (Martynia annua)

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Garra de Exú (Martynia annua)

Posted by Gunfaremim on 28 de novembro de 2011

Garra de Exú

Planta que é muito conhecida nas casas de Candomblé pois é fundamental nos

assentamentos do orixá Exú, e também dos chamados “catiços”, recebendo por isso os

nomes de garra de exú, garra do diabo e unha de pomba-gira. Nesse caso, a parte

utilizada é a semente que possui um aspecto bem interessante, realmente lembrando

garras afiadas. Suas sementes (ou favas) são utilizadas principalmente para dar força ao

assentamento e garantir a proteção desejada. Não podemos esquecer que tudo que é

pontiagudo e cortante pertence a Exú.

Embora a maioria dos adeptos do Candomblé utilize principalmente as sementes, suas

folhas também possuem grande importância dentro do culto. São conhecidas como ewé

àránbolè e podem ser empregadas no tratamento de processos convulsivos (oògùn gìrì),

como a epilepsia.

Ewé àránbolè (Martynia annua)

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Seu nome científico é Martynia annua e, segundo alguns estudos científicos, é fonte de

extração de diversas substâncias como o ácido hidróxi-benzóico, ácido palmítico, ácido

linólico e ácido oléico. O seu fruto teria propriedades anti-inflamatória e analgésica,

suas raízes utilizadas no tratamento de picada de cobra e a planta toda teria ação

anticonvulsivante.

Que Exú nos proteja sempre com suas garras, e que elas estejam sempre afiadas para

nos livrar de nossos inimigos..

Folhas Martynia annua

A pade Olonon e

Mo juba Ojisé

A pade Olonon e

Mo juba Ojisé

Awa sé awo,

Awa sé awo, awa sé awo

Mo juba Ojisé

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E Elegbara

Elegbara Esú Aláyé

E Elegbara

Elegbara Esú Aláyé

Flor Martynia annua

Elegbara lewá, asé awo

Elegbara lewá, asé awo

Bara Olonon awa fún ago

Bara Olonon awa fún agò

Elegbara Esú

Ó Sá kere kere

Akesan Bara Esú ó Sá kere kere

Elegbara Esú

Ó Sá kere kere

Akesan Bara Esú ó Sá kere kere

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Garra de pomba-gira

Vamos encontrar o Senhor dos Caminhos,

Meus respeitos àquele que é o Mensageiro,

Vamos nos encontrar com o Senhor dos Caminhos

E reverenciar o Mensageiro

Agradecemos ao Sacerdote,

Vamos cultuar, vamos cultuar

Reverenciamos o Mensageiro

Senhor da Força,

Senhor do Poder, Exu é o Dono do Mundo

Senhor da Força

Cumprimentamos o Chefe

O Senhor da Força é bonito, vamos cultuá-lo

O Senhor da Força é bonito, vamos cultuá-lo

Exu do corpo e Senhor dos Caminhos nos dê licença

Exu do corpo e Senhor dos Caminhos nos dê licença

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Exu, Senhor da Força e do Poder

Faz cortes profundos e pequenos,

Akesan Exu do corpo, faz cortes profundos

Exú, Senhor da Força e do Poder

É baixinho

Akesan Exu do corpo é pequenino

\

Pé de cabaça

O orixá representa a nossa memória ancestral, tudo que carregamos de nossos

antepassados. Essa herança é transportada não apenas no campo mítico, mas também no

universo físico. Esse aspecto está ligado à Natureza e seus quatro elementos

primordiais: Terra, Fogo, Água e Ar. Quando os nossos corpos, mítico e físico, são

montados, eles trazem um pouquinho de cada elemento, sendo que alguns aparecerão

em maior quantidade. Por exemplo, um descendente de Xango, terá certamente grande

quantidade de fogo na sua formação, já um filho de Obaluaye carregará consigo a

presença predominante do elemento terra. O orixá nos imprime a sua marca, expressa

através de nossa constituição física e nossa personalidade.

Ò múnra se bí l’àgbà kése egbé

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Ò múnra se bí ó l’àgbà kése egbé

Ènyin wa òkú ònòn kó ihò

Ènyin wa òkú l’àgbà kó se

Ènyin wa òkú ònòn l’àgbà kóró

Ènyin wa òkú l’àgbà kú egbé

Durante a nossa saída do Orún nos deparamos com o nosso Odú (caminho), entretanto,

é na nossa caminhada no Ayé que iremos “tentar” colocar em prática tudo o que foi

visto por Orí. Tudo que fazemos e vemos aqui no Aye, fica guardado com Egum. Egum

aprende a amar, e também a rejeitar, determinadas coisas e pessoas. Ele representa

nosso lado mais ligado ao aspecto material da vida. Por menos tempo que uma pessoa

viva seu egum sempre levará alguma lembrança daqui da Terra.

Ò múnra se bí l’àgbà kése egbé

Ò múnra se bí ó l’àgbà kése egbé

Ènyin wa òkú ònòn kó ihò

Ènyin wa òkú l’àgbà kó se

Ènyin wa òkú ònòn l’àgbà kojá

Ènyin wa òkú ònòn l’àgbà kú igbó

A junção desses quatro elementos poderia ser comparada com o conceito Cristão de

Alma (derivado do latim anima = que é animado), sendo então o responsável por dar

vida ao corpo material (ara). Por outro lado, o conceito africano consegue explicar, de

forma coerente, o porquê de sermos tão diferentes uns dos outros. Embora o Emí seja o

mesmo sopro divino para todos, e duas pessoas pertençam ao mesmo orixá, jamais elas

possuirão o mesmo Orí e nem tão pouco o mesmo Egum. Cada ser criado é único.