6 Nov - PÚBLICO
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rui dias
Governo admite extinguir empresas públicas defi citáriasNova lei prevê extinção das empresas com três anos de resultados negativos. Ministério das Finanças ganha novos poderes na supervisão destas companhias. Endividamento mais apertado Economia, 19
Portas faz movimentação diplomática envolvendo 23 postos de embaixador e chefe de missão. Ana Martinho é a primeira mulher secretária-geral dos diplomatas p14
Paulo Macedo disse no Parlamento que o SNS está protegido com o Orçamento. E revelou que privados querem renegociar PPP e até devolvê-las p16
Líder socialista fecha porta à participação do PS no corte de 4 mil milhões de euros na despesa do Estado. Este tema estará no encontro de hoje com Cavaco Silva p9
Mulher estreia-se no posto máximo da diplomacia
Ministro da Saúde reconhece que OE para 2013 tem riscos
Seguro não aceita participar nos cortes de 4 mil milhões
ELEIÇÕES NOS EUABARACK OBAMA PARTE EM VANTAGEM PARA A REELEIÇÃO Reportagem em Chicago, análise de Teresa de Sousa, opiniões de Ana Gomes e Jaime Nogueira Pinto Destaque, 2 a 8
JIM REUTERS/REUTERS
60% das pessoas com 65 e mais anos não se vacinam contra a gripe p16TER 6 NOV 2012EDIÇÃO LISBOA
Ano XXIII | n.º 8247 | 1€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos
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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
ELEIÇÕES NOS EUA
O Presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama,
parte para a votação de
hoje com uma vantagem
sobre o seu adversário
republicano Mitt Romney
que é ao mesmo tempo “modesta”
mas “signifi cativa”: apesar de as
sondagens sobre a intenção de voto
mostrarem uma divisão ao meio
do eleitorado norte-americano,
no conjunto limitado de estados
que desempatam a corrida à Casa
Branca, os números dão uma ligeira
vantagem a Obama para chegar aos
270 votos do Colégio Eleitoral que
consagram o vencedor.
As últimas sondagens da campa-
nha de 2012 mostram polarização do
eleitorado em trincheiras bem de-
marcadas de democratas e republi-
canos — ou liberais e conservadores
— em que cada grupo corresponde
genericamente a 48% do total. Os
números divulgados no domingo
e ontem apontam para um empa-
te técnico, com o intervalo entre
Obama e Romney a fi car dentro da
margem de erro das sondagens: 49-
49 são os valores da CNN/Opinion
Research; 48-48 para o Politico/Ge-
orge Washington University Battle-
ground; 48-47 no inquérito da NBC
News/Wall Street Journal; 49-48 no
da ABC News/Washington Post. A
Rasmussen e a Gallup colocam o
republicano na frente 49-48.
Os números fi nais do Pew Rese-
arch Center — que tem a maior fi a-
bilidade na previsão dos resultados
das eleições anteriores — dão uma
vantagem de três preciosos pontos
ao Presidente candidato à reeleição:
50% contra 47%. Em 2004, os resul-
tados da sondagem do Pew foram
exactamente os mesmos do total da
votação, e em 2008 a sua previsão
de 52% para Obama fi cou um ponto
abaixo do resultado (mas a estima-
tiva de 46% para John McCain foi o
resultado exacto alcançado pelo re-
publicano).
Vários dados deste último inqué-
Últimas sondagens revelam o favoritismo do Presidente, que, depois do furacão Sandy, conseguiu reconquistar a preferência dos eleitores independentes, dos moderados e das mulheres. Mitt Romney tem um caminho mais difícil para a vitória
Barack Obama parte em vantagem para a reeleição
JUSTIN SULLIVAN/AFP
Rita Siza
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | DESTAQUE | 3
rito favorecem o cenário de vitória
de Obama: “Cerca de 39% dos elei-
tores, ou quatro em dez, apoiam
fortemente o Presidente, contra 9%
que apoiam moderadamente. E um
terço dos eleitores apoia Romney
fortemente, contra 11% que apoiam
moderadamente. Desde 1960, o can-
didato com a percentagem mais ele-
vada de forte apoio foi o vencedor da
eleição”, diz o relatório.
Os números apontam para uma
magra vantagem de Obama no voto
antecipado (dos 34% de eleitores que
já votaram, 47% escolheram o Presi-
dente e 45% optaram por Romney), e
também a prevalência do democra-
ta nos nove estados decisivos: 49%
contra 47% para o candidato repu-
blicano. O Pew, tal como a Zogby,
atribuem à performance de Obama
na resposta ao furacão Sandy a sua
vantagem de última hora. Além de
subir cinco pontos junto dos inde-
pendentes, recuperou o favoritismo
entre as mulheres e os moderados, e
eliminou para metade a vantagem de
Romney entre os seniores.
O panorama oferecido pelas mé-
dias das sondagens nos estados deci-
sivos também serve de confi rmação
da ligeira vantagem de Barack Oba-
ma. A campanha do Presidente erigiu
há meses uma “barreira antifogo” em
torno dos estados do Iowa, Ohio e
Wisconsin, e manteve a liderança na
Pensilvânia e no Nevada. A corrida
está sufi cientemente competitiva na
Florida, New Hampshire e Virginia
para que o Presidente ultrapasse os
270 votos do Colégio Eleitoral.
A campanha republicana tem des-
valorizado as indicações das sonda-
gens, insistindo que a amostra que
serviu de base aos inquéritos não
é representativa do eleitorado que
vai comparecer às urnas em 2012.
Mas no domingo, o conhecido con-
sultor republicano Matthew Dowd
já identifi cava os sinais do alarme
entre os conservadores: “O primeiro
sinal de que uma campanha está a
perder é quando diz que não acre-
dita nas sondagens. O segundo sinal
é quando diz que os inquéritos não
refl ectem os eleitores. E o terceiro é
que a única sondagem que importa
é a contagem dos votos.”
Como aconteceu em 2004, os
americanos correm o risco de fi car
toda a madrugada à espera por uma
declaração ofi cial de vitória, en-
quanto se contam os votos. O Ohio
é o estado para onde convergirão
todas as atenções: se as televisões
arriscarem projectar um vencedor
após o fecho das mesas de voto, a
eleição estará decidida.
Se os 27 países da União
Europeia tivessem
de eleger o próximo
Presidente americano,
Barack Obama ganharia
facilmente todos os votos
do Colégio Eleitoral. Por maiorias
esmagadoras em alguns países,
como a Alemanha ou a França, ou
por maiorias muito confortáveis,
como no Reino Unido e na Itália,
ou mesmo nos países da Europa
Central e de Leste a que Donald
Rumsfeld chamava “a nova
Europa”. Talvez um pouco menos
do que nas eleições de 2008.
Ainda assim, uma vitória absoluta
sobre um candidato chamado
Mitt Romney, que tem todas as
características para desagradar aos
europeus — é mórmon, suspeito
de ser um “herdeiro” de George
W. Bush, que gosta de acusar o
seu adversário democrata de ser
demasiado “europeu”.
É noutro Barack Obama, todavia,
que os europeus vão “votar”. Como
todos os outros seres humanos que
vibraram com a simples existência
de Obama, perderam muitas das
suas ilusões. Ofenderam-se com
o facto de a palavra “Europa” não
ter sido uma só vez pronunciada
no debate sobre política externa,
o último dos três que travou com o
candidato republicano. Desconfi am
do facto de não ter sido capaz de
fechar Guantánamo. Criticam-
no por ter dado pouca atenção
às mudanças climáticas. Por não
se ter empenhado o sufi ciente
na paz entre Israel e a Palestina.
Olham com horror a forma como
recorre à acção dos drones (aviões
não tripulados) para eliminar
inimigos no Iémen, no Paquistão
ou na Somália. Desconfi am que
olhe demasiado para o Pacífi co.
Também compreendem as suas
limitações — as difi culdades da
crise económica, a polarização
política, um Congresso hostil. São
realistas. Continuam a preferir o
Presidente que conseguiu apagar a
imagem da América de Bush. Hoje,
estão dispostos a fi car até mais
tarde diante dos televisores para
poderem, depois, ir dormir mais
descansados. Sobre isto ninguém
tem dúvidas.
Dito isto, fi cam as perguntas
difíceis. Quatro anos depois da
eleição de Barack Obama, como
estão as relações transatlânticas?
Até que ponto foram capazes
de se renovar e de se adaptar
a um mundo em acelerada
transformação? Nos quatro anos
que passaram, dois acontecimentos
marcaram-nas, defi nitivamente.
O primeiro foi a crise fi nanceira
e económica global e a força com
que se abateu sobre o continente
europeu. O segundo foi a elevação
da China até ao estatuto de
“segunda superpotência”.
Em 2009, os governos europeus
ainda acreditavam que a Europa
teria melhores condições para
enfrentar uma crise fi nanceira
global da qual responsabilizavam
apenas os Estados Unidos. Em
2010, começaram a perceber
que o impacte da crise os
atingiria brutalmente. Sabe-se
o que aconteceu desde então. A
economia mundial tornou-se refém
da crise europeia. A reeleição
do Presidente viu-se ameaçada
pelas suas consequências.
“Ele compreendeu que, pelo
terceiro ano consecutivo, a
retoma americana era posta
em causa pela persistente crise
europeia”, escreve Ben White,
do Council on Foreign Relations
de Washington. “Percebeu que
o risco de um colapso do euro
tinha uma infl uência enorme no
estado dos negócios na América.”
Tornou-se numa obsessão. Gastou
muito do seu tempo em longas
conversas por videoconferência
com a mulher mais poderosa
da Europa, tentando convencê-
la a agir com a determinação
sufi ciente para colocar o euro
a salvo. Confrontou-a em cada
reunião do G20 com a crítica às
suas políticas de austeridade que
arrastavam a economia europeia
para a recessão e ameaçavam a
retoma da economia global. Sem
sucesso, como também se sabe.
Tudo o que o Presidente garantiu
da chanceler alemã foi que nada
de mau aconteceria à Grécia antes
A Europa quer Obama outra vez
Análise Teresa de Sousa
de 6 de Novembro, para evitar
cenários que nem um, nem outro
tinham a certeza de pode controlar.
A braços com a maior crise da sua
existência, a Europa virou-se para
dentro de si própria, prestando
uma fraca atenção ao mundo
exterior. Sentiu-se traída, quando
Obama anunciou que o século XXI
seria o século do Pacífi co.
O Presidente tinha ofendido
os europeus, quando, em Maio
de 2010, se recusou a participar
numa cimeira UE-EUA em Madrid,
alegando uma agenda praticamente
vazia. Mas a cimeira da NATO
em Lisboa, nesse mesmo ano, foi
ainda um momento de reencontro
estratégico entre os dois lados do
Atlântico. Selou o compromisso
americano em relação à Aliança
Atlântica e ao seu Artigo 5.º e um
entendimento sobre a melhor
maneira de lidar com a Rússia
— o “reset” de Obama era muito
mais confortável do que a política
de Bush, com a insistência no
alargamento da NATO até às
fronteiras da Rússia, ou com uma
“defesa antimíssil” que não incluía
Moscovo.
Como outros presidentes antes
dele, Obama disse também aos
europeus que teriam de passar
a ser mais responsáveis pela sua
própria segurança. Só que, desta
vez, a retórica começou a ser
acompanhada pelos actos. Não se
trata apenas do peso crescente da
China e região da Ásia na economia
global. O “pivô estratégico” que
anunciou no fi nal de 2010 signifi ca
que os EUA estão a reforçar a sua
presença militar na Ásia e a retirar
uma parte das suas tropas da
Europa. A Líbia foi a demonstração
que faltava. Obama prometeu
apoio para forçar a derrota de
Khadafi , mas avisou os europeus de
que teriam de ser a eles a liderar.
Acabou por antecipar a nova
estratégia americana — “liderar do
banco de trás” onde os europeus
podiam e deviam liderar no lugar
da frente. A Líbia também serviu
para revelar as enormes fraquezas
militares da Europa e a sua
dependência da capacidade militar
americana.
“O paradoxo está em que,
apesar de Obama ter conseguido
sarar as feridas transatlânticas,
pode ser também o Presidente
americano que presidiu ao fi m do
Ocidente enquanto comunidade
política”, escreve Mark Leonard,
director do European Council
on Foreign Relations. É talvez
dar um salto demasiado grande.
O Ocidente, com as suas duas
metades, é hoje fundamental para
liderar a transição de um mundo
em que o centro de gravidade
do poder estava no Atlântico
para outro em que se deslocará
progressivamente para o Pacífi co. É
uma inevitabilidade. A Europa tem
consciência de que, seja qual for
a nova Administração americana,
esta mudança estratégica veio para
fi car. Terá, um dia, de lidar com ela.
Os analistas americanos são quase
unânimes a sublinhar que a política
externa de Mitt Romney não seria
muito diferente de Obama. O último
debate entre os dois candidatos
sobre política externa provou
isso mesmo. A crise económica
e a ressaca das duas guerras de
Bush, que delapidaram os recursos
e o apoio da opinião pública
americana, encarregam-se de
dissuadir quaisquer novas aventuras
militares. Mas os europeus querem
jogar pelo seguro. Não sabem com
que Romney podem contar. Há seis
meses, o candidato republicano
classifi cava a Rússia como o
“inimigo geopolítico número um”
e defi nia Israel como “a linha da
frente” de uma nova guerra fria
contra o radicalismo islâmico.
Começou como amigo dos neocons.
Acabou como moderado. Em qual
deles confi ar? O melhor é confi ar
em Obama.
“Seja quem for que ganhe,
podemos apostar que o novo
consenso estratégico americano, tal
como o próprio Obama o defi niu,
traduz um deslocamento do centro
de gravidade das preocupações
norte-americanas para a Ásia-
Pacífi co, dado que a prioridade é
a contenção da China”, escreve
Jean-Marie Colombani, antigo
director do Monde. A Europa terá
de enfrentar o desafi o capital que
constitui esta viragem estratégica
dos EUA. “Ou se decide a tomar
as rédeas do seu destino, e
isso permitirá uma verdadeira
colaboração transatlântica, ou
se resigna a fi car à margem da
História.” Com Romney ou com
Obama, a bola está do lado de cá.
Obama
RomneyJun. Jul. Ago. Set. Out. Nov.
50% Evolução das sondagens
48
46
44
42
47,8
47,4
4 | DESTAQUE | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
ELEIÇÕES NOS EUA
É fácil saber qual das mansões
em Hyde Park é a de Barack
Obama. O acesso está
cortado por barreiras de
segurança metálicas e em
betão e se alguém tentar
atravessar a rua para chegar mais
perto, isso desencadeia uma
reacção automática na carrinha
preta de vidros fumados plantada
na esquina. Como se tivéssemos
carregado num botão, o seu
ocupante, um agente dos serviços
secretos, torna-se subitamente
visível e interpõe-se entre a casa e
a nossa curiosidade. Um autocarro
passa em frente da casa e os
passageiros levantam-se para tirar
fotografi as. Nos últimos quatro
anos, este bairro na zona sul de
Chicago tornou-se visita obrigatória
para os turistas. A ironia é que
foi precisamente quando Barack
Obama deixou de viver aqui e se
mudou para a Casa Branca, a mais
de mil quilómetros de distância,
que a peregrinação começou. Nem
mesmo os jornalistas resistem a
posar para fotografi as frente à casa.
E isto é quando o Presidente
americano não está. Quando ele
está, o trânsito é cortado, toda a
gente é revistada e o trajecto do
autocarro de circulação local é
alterado, obrigando os passageiros
a uma volta maior.
Mas Janice Brewster, 57 anos,
que vive a dois quarteirões, num
apartamento de uma assoalhada,
não se está a queixar. Nessas
ocasiões, ela sente-se como uma
turista na sua própria cidade,
porque é uma quebra na sua
rotina. E ela gosta daquele vizinho
que nunca viu pelo bairro. “Ele é
um bom Presidente. Acho que fez
tudo o que disse que iria fazer. E
também é muito bem-parecido.”
Janice puxava o seu carrinho de
compras pela rua, lentamente, no
domingo de manhã. Ela tinha uma
consulta no médico no dia das
eleições, mas claro que iria votar.
“Acho que não conseguiria viver
comigo própria se não votasse.”
Conciliar dois mundosA casa particular de Barack Obama
é uma mansão de dois andares em
tijolo vermelho, sem cercas mas
protegida dos olhares por árvores.
Ela integra uma secção de Hyde
Park, junto ao Lago Michigan,
chamada Kenwood, onde a elite de
Chicago – em particular industriais
ricos – fi xou residência, no fi nal
do século XIX. Algumas das suas
casas são as maiores da cidade, diz
a Wikipédia. Mas isto é a zona sul
de Chicago, South Side Chicago,
uma área geográfi ca associada com
uma população negra e pobre e
com crime. O gueto de Chicago.
Quando perguntamos a um local se
o bairro de Obama é o mais selecto
de Chicago, ele responde: “Na zona
sul, talvez. Quem vive aqui, vive
cercado de pobreza.”
Ninguém conhece Hyde Park
melhor do que Bruce Sagan,
que estudou na Universidade de
Chicago, a instituição dominante
no bairro, e desde há quase
60 anos é o dono e director do
semanário local, The Hyde Park
Herald, onde um pouco conhecido
senador do Illinois escreveu
regularmente uma coluna durante
dez anos antes de se candidatar à
presidência dos Estados Unidos.
Em 2002, quando Barack Obama
fez o seu agora famoso discurso
no qual disse que não se opunha
a “todas as guerras, mas a guerras
idiotas”, num protesto em Chicago
contra a intervenção militar no
Iraque, o Herald foi o único jornal
que noticiou o evento, diz Bruce,
com orgulho. O Herald ainda
escreve sobre Obama, agora que
ele é Presidente? “Nãooooo”,
responde. O jornal só cobre o
bairro. Mais local do que isto é
impossível.
A comunidade de Hyde Park,
explica, é “classe média-alta,
moderadamente endinheirada”. A
seguir à II Guerra Mundial, quando
a população negra começou a
expandir-se em Chicago, isso levou
à fuga da população branca para
os subúrbios, como aconteceu com
tantas outras cidades industriais
do Norte dos Estados Unidos
que receberam vagas de afro-
americanos vindos do Sul em
busca de emprego. Hyde Park foi
a excepção – uma comunidade
“deliberadamente integrada”
quando ninguém ainda estava a
fazê-lo. “Estamos a falar dos anos
1950. Isto é antes de Martin Luther
King”, nota Bruce. “Se tivessem
dinheiro para comprar uma casa,
os negros eram bem-vindos.”
Pessoas da geração de Bruce
Sagan ou mais velhas, que viveram
esses tempos, não escondem o
orgulho no facto de terem criado
uma comunidade onde Barack
Obama quis viver. “Onde mais é
que ele podia ter feito isso?” Hyde
Park é a perfeita projecção da
história pessoal deste homem bi-
racial, fi lho de uma mulher branca
Algumas pessoas não escondem o orgulho no facto de terem criado uma
Chicago, a cidade de Obama, torce por uma segunda vitória
Percebe-se muito melhor Obama depois de vir a Chicago. É aqui que discursará esta noite, suceda o que suceder. Loretta prefere que a acordem quando tudo acabar. “E que seja uma vitória”
Reportagem Kathleen Gomes, em Chicago
em Portugal sob o título A Minha
Herança. “Eu sou a Angela”, diz,
referindo-se ao pseudónimo que
Obama usa no livro quando se
refere a ela. Loretta é uma das
três mulheres afro-americanas
de meia-idade que trabalharam
voluntariamente na organização
comunitária que o jovem Obama
veio a coordenar e que aparecem
com frequência numa secção do
livro, coquetes e provocadoras
como as gerações mais velhas
podem ser em relação à juventude,
mas também dedicadas e
maternais. Loretta diz que Obama
lhe ensinou tudo o que sabe sobre
organização comunitária: como
ter acesso a decisores políticos,
como motivar as pessoas e formar
alianças. E é como andar de
bicicleta: depois de aprender,
“ninguém deixa de ser organizador
comunitário”. Por exemplo, como
professora, Loretta procurou
incutir nos seus alunos o mesmo
espírito de “eu posso, eu consigo”.
Mas estará Obama a aplicar
as suas técnicas de organização
comunitária na Casa Branca,
quando é notório o seu falhanço
em forjar alianças em Washington
e o nível de obstrução política
do Kansas e de um queniano,
que aprendeu a conciliar os dois
mundos.
Percebe-se muito melhor
Barack Obama depois de vir a
Chicago. Não só porque é mais
fácil encontrar alguém que o
conhece, ou conheceu quando
era organizador comunitário nos
bairros sociais da zona sul, na
segunda metade dos anos 1980, ou
começou a sua carreira política, na
década seguinte. Muitos aspectos
da sua personalidade, da sua
construção identitária, do seu lado
humanitário, podem ser traçados
até Chicago como uma linha
contínua. “Ele não mudou em
relação à pessoa que eu conheci”,
diz Loretta Augustine-Herron, 70,
uma professora reformada que
trabalhou com Obama quando ele
foi organizador comunitário – algo
como um activista profi ssional
que mobiliza as pessoas de uma
comunidade para agirem em
defesa dos seus próprios interesses
– num dos bairros sociais mais
problemáticos do South Side,
chamado Altgeld Gardens. “Eu
apareço no livro dele”, diz Loretta.
O primeiro livro, Dreams From My
Father, a autobiografi a publicada
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | DESTAQUE | 5
‘Mãezinha, vai tudo correr bem.’
Acordem-me quando acabar. E que
seja uma vitória.”
É difícil estacionar perto da
Trinity United Church of Christ,
uma mega-igreja protestante
na zona sul de Chicago, num
domingo de manhã. Os parques
de estacionamento estão repletos,
as ruas estão cheias de carros. Há
pessoas a chegar tarde, depois do
serviço religioso ter começado.
A música vibra assim que se abre
a porta, como quando entramos
numa discoteca. Três jornalistas
são escoltados até junto da
directora de relações públicas,
a reverenda Joan Harrell, que
volta a escoltar-nos até à rua,
com rispidez, indicando que o
“santuário” não está aberto à
imprensa devido a dissabores
no passado, em que jornalistas
“assediaram” membros da igreja.
Ela apontou os limites, que não
poderiam ser ultrapassados,
e sublinhou que se algum
paroquiano se queixasse não
hesitariam em chamar a polícia.
Depois de algumas clarifi cações
e a assinatura de uma declaração
prometendo não gravar nem
captar imagens durante a missa,
voltámos a entrar. O templo, com
a forma de um anfi teatro romano e
o púlpito no meio, estava repleto.
A igreja, com capacidade para
2300 pessoas, tem três serviços
religiosos aos domingos e está
sempre cheia. Nenhuma imagem
de Cristo crucifi cado, apenas uma
cruz suspensa do tecto. Nos vitrais
que representam cenas do Velho e
Novo Testamento, os protagonistas
são negros.
A Trinity United Chruch of Christ
é uma congregação afro-americana
e as missas são uma festa. As
pessoas cantam, dançam, batem
palmas, acenam. Atrás do pastor,
há uma banda, com piano, órgão,
teclado, guitarra, baixo, saxofone,
bateria, tambores, produzindo o
ritmo da redenção. O coro é um
impressionante exército de vozes.
“Se não gostam de abraços, estão
no sítio errado”, diz o pastor de 41
anos, Otis Moss III, ele próprio fi lho
de um reverendo e activista do
movimento dos direitos civis que
foi casado por Martin Luther King.
Por mais do que uma vez, o
jovem pastor prega às pessoas
para irem votar. “Há 60 milhões de
ossos no fundo do Atlântico”, diz,
referindo-se ao tráfi co esclavagista.
“Não votar não é uma opção. Não
depois de tudo o que tivemos
de passar. Seria o mesmo que
cuspir nas campas dos vossos
antepassados.” Ele pergunta quem
é que votou antecipadamente e
mais de metade das pessoas parece
levantar-se. Ele informa que no dia
das eleições a igreja irá transportar
quem quiser até aos locais de voto.
“Mas não somos um serviço de
táxi, não vamos buscar-vos a casa,
têm de vir aqui ter.”
Ele nunca menciona o nome de
nenhum dos candidatos, embora
esta tenha sido a única igreja a que
Obama alguma vez pertenceu.
A igreja tornou-se subitamente
famosa durante a campanha
presidencial de 2008, quando um
vídeo de um sermão do seu pastor
na altura, Jeremiah Wright, se
tornou um rastilho na Internet. O
vídeo continha comentários feitos
no passado pelo clérigo em que
ele responsabilizava a América
pelos motivos que conduziram
aos ataques de 11 de Setembro
e condenava o país de forma
amarga pela forma como tratou a
sua população negra. A polémica
levou Obama a cortar relações
com um pastor que tinha sido uma
fi gura infl uente (antes de ser o seu
segundo livro e um lema inspirador
da sua campanha presidencial,
A Audácia da Esperança foi o
título de um sermão de Wright na
Trinity United Church of Christ)
e a dissociar-se da igreja a que
pertencera.
O pastor Moss III recordou
a polémica no seu sermão de
domingo, dizendo que ele e
Wright viram-se forçados a ter
seguranças privados e que a
igreja chegou a receber ameaças
de bomba que os obrigaram “a
passar todos os bancos a limpo”.
Houve protestos à porta da igreja
e uma invasão de jornalistas
e protojornalistas tentando
alimentar a polémica. O que
explica a hostilidade inicial com
que somos recebidos e o facto de
toda a gente recusar falar, à saída.
Otis Moss III terminou o seu
sermão num pico de intensidade,
eléctrico e com um tremor na
voz, como James Brown. É difícil
visualizar o contido e remoto
Barack Obama na catarse colectiva
em que mais de duas horas de
culto terminam. Mas um fotógrafo
reparou que Moss usou o seu
Blackberry num dado momento,
abstraído do que se passava à
volta, para tratar de algum assunto.
Depois disso, imaginar Obama ali
fazia todo o sentido.
comunidade onde Barack Obama quis viver
JEWEL SAMAD/AFP
entre o Congresso e a presidência
choca o resto do país?
Um lugar estranho“Washington é um lugar
estranho onde as correlações
são estabelecidas com membros
de um partido com a fi nalidade
de prejudicar o outro partido “,
distingue Loretta, sentada numa
poltrona de napa na sua ampla
sala de madeira, em Calumet
City, um subúrbio de Chicago
na fronteira entre o Illinois e o
Indiana. “Não estamos a falar
de uma comunidade, estamos a
falar de Washington D.C.” Nesse
contexto, o activismo comunitário
pode ser uma “fraqueza”. Loretta
acha que ele devia sido mais
agressivo com a oposição e devia
ter considerado a sua promessa
de consensos partidários “água
debaixo da ponte” quando se
percebeu que os republicanos
não estavam dispostos a trabalhar
com ele. “Mas até isso é sinal de
um bom Presidente, quer dizer
que ele procurou deixar toda a
gente contente.” Loretta acredita
que num segundo mandato o país
vai “ver um Presidente Obama
diferente”, alguém que “fará o que
for preciso”. Um Presidente Mitt
Romney, diz, irá eliminar tudo o
que Obama fez “só para fazê-lo
parecer mal”. “Não nos podemos
dar ao luxo de deixar alguém
destruir o que existe em vez de
construir a partir do que foi feito.”
“Tenho visto este homem
basicamente envelhecer na Casa
Branca”, diz Loretta sobre Obama.
“Ele tem feito sacrifícios pelo povo
americano. O peso daquele cargo
é visível no rosto dele.” Mas se
ele perder as eleições hoje, não é
Obama que a preocupa. Presidente
ou não, o cidadão Obama “vai fi car
bem”. “Nós é que vamos sofrer
as consequências. Não quero
imaginar Mitt Romney a chegar e a
subir os impostos da classe média e
a favorecer os mais ricos. Doem-me
as costas só de pensar nisso.”
A última vez que Loretta viu
Barack Obama foi na noite das
eleições de 4 de Novembro de
2008, em Grant Park, Chicago,
quando ele proferiu o seu discurso
de vitória. Ela viu-o no palco,
mas não falaram. “Não, não o
cumprimentei. Acho que nem
a Oprah o cumprimentou e eu
estava mesmo ao pé dela.” Não
há nada que ela gostasse mais do
“Não quero imaginar Mitt Romney a chegar e a subir os impostos da classe média e a favorecer os mais ricos. Doem-me as costas só de pensar nisso”, diz Loretta, 70 anos
que poder chamá-lo de “Senhor
Presidente”, cara a cara.
Mas esta noite Loretta não
planeia juntar-se aos apoiantes
e voluntários que vão seguir
os resultados eleitorais em
McCormick Place, o maior centro
de convenções da América do
Norte, à beira do Lago Michigan, em
Chicago, onde Obama irá discursar,
aconteça o que acontecer. Loretta
vai fi car em casa. “Não sei se vou
acender a televisão. Tenho andado
muito ansiosa ultimamente.
Os meus fi lhos têm-me ligado:
6 | DESTAQUE | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
ELEIÇÕES NOS EUA
Barack Obama é o Presidente certo
para os Estados Unidos da América.
E é o Presidente americano
certo para o mundo. Sem dúvida
nenhuma, eu quero mais quatro
anos de Obama na Casa Branca.
Porque Obama é um Presidente de pés no
chão, que partiu pedra, subiu a pulso e que,
graças a talentos, horizontes cosmopolitas e
excepcionais qualidades humanas, articula
uma visão progressista e dialogante para os
EUA e para a Humanidade.
A sua vitória em 2008 resultou num
avanço civilizacional por ser o primeiro
americano de origem africana a assumir a
presidência dos EUA – e quantos racistas
por esse mundo fora não tiveram de passar
a dobrar a língua!
Assim que entrou na Casa Branca, Obama
passou das palavras aos actos, renegando a
arrogância de superpotência levada ao acinte
pelo seu antecessor. Voltou assim a tornar os
EUA num país frequentável, num parceiro
desejável, numa nação que se dá ao respeito
porque respeita as outras. Substituindo
o machismo belicista pelo diálogo e pelo
esforço de compreender e conciliar, Obama
melhorou a imagem e o relacionamento
internacional dos EUA, dando mais respaldo
ao exercício das suas responsabilidades
globais. Inteligência, sensibilidade política,
abertura cultural tiveram impacto no
abrandamento da confl itualidade e têm
ressonância universal, resultando em mais
efi cácia na cooperação internacional para
enfrentar as ameaças e desafi os que não
faltam: do terrorismo aos desastres naturais,
do combate à pobreza à promoção da
democracia, da crise fi nanceira à resolução
do confl ito israelo-palestiniano.
Eu valorizo que em política externa
Obama procure respeitar e promover
os princípios e valores que regem um
Estado de direito e assentam nos direitos
humanos. Mas não ignoro – e por isso
critico – o alegado “excepcionalismo” que
continua a determinar fl agrantes violações
de obrigações universais por parte dos
EUA. E por isso espero que, num segundo
mandato, Obama cumpra a promessa de
fechar Guantánamo, e que acabe com os
casos de prisão indefi nida e sem julgamento
e ponha fi m aos assassínios selectivos – o uso
de drones nesse intento mais tarde ou mais
cedo voltar-se-á contra os próprios EUA.
Mas há um desafi o global em que Obama
liderou uma visão estratégica consequente
e acertada: a resposta à recessão económica
precipitada pela crise fi nanceira que
herdou de Bush e de décadas de criminosa
desregulação neoliberal. Obama mostrou
saber aprender as lições, erigir como
prioritária a defesa das classes médias
como centro de gravidade da democracia, e
saber construir uma narrativa progressista
e inspiradora de esperança. E adoptou
medidas de promoção do emprego e de
reforço da protecção social que a crise
torna imprescindíveis. Que contraste com
a obstinação tacanha e preconceituosa e
a procrastinação
desesperante
dos governantes
e instituições
europeias, que
cada vez mais
afundam a UE em
espiral recessiva!
E como foram e
são relevantes as
advertências que
Obama tem feito
à UE.
Dentro de
portas, mas com
repercussões
globais também, Obama é o Presidente que
estimula a participação cidadã da juventude
e das mulheres, por ambas fazendo passar
a saída da crise fi nanceira e económica. É o
Presidente que subtrai à polémica pseudo-
religiosa as questões da família, do papel
das mulheres na sociedade e da IVG. Contra
os interesses instalados do big business,
Obama lutou e impôs o Obamacare – será
o ponto de não-retorno, a partir do qual
os americanos já só vão querer olhar em
diante e não regredir, como é programa do
candidato republicano.
Eu votaria Obama também pela coragem
e a tenacidade que demonstrou, ao longo
de quatro anos, ao resistir aos miseráveis
ataques pessoais e políticos de que foi
alvo por parte do bando capitaneado
por Chenney e Rove que domina hoje o
Partido Republicano, tão degradado que
até integra o racista Tea Party. Seria um
perigo voltar a ter na Casa Branca um
boneco manipulado por gangsters – já
tivemos um em George W. Bush.
Eu votaria Obama porque acredito
que mais quatro anos trarão frutos que
o primeiro mandato não chegou para
produzir. Obama é preciso para a fazer mais
e melhor pela América e pelo mundo.
Eurodeputada, eleita pelo PS
Se eu fosse americana, votaria Obama
Opinião Ana Gomes
Como vai sendo costume, a eleição
presidencial norte-americana
está numa competição cerrada e
indecisa até ao fi nal. Foi assim em
2000 com o “empate técnico” e
a polémica dos votos da Florida,
na eleição que George W. Bush acabou por
vencer por 271 votos eleitorais contra 267. E
em 2004, Bush também venceu Kerry por
uma margem escassa, 286 contra 251 votos
eleitorais. Quanto a votos populares, em
2000 o vencedor Bush teve menos que o
vencido Gore e em 2004 Bush ganhou por
três milhões, 2,4% de diferença.
Desta vez, quem consulte os mapas
e sondagens do Real Clear Politics fi ca
elucidado sobre as margens muito estreitas
que parecem separar os candidatos. Isto faz
com que pequenas franjas de eleitores em
estados-chave como a Florida, o Ohio ou a
Pensilvânia possam decidir tudo.
Mas não é uma previsão que me é pedida,
é antes uma posição, um apoio a um dos
candidatos. Como não sou americano e
acho que a defi nição da fronteira é decisiva
para tais apoios, tentarei estabelecer e
fundamentar uma preferência, sob esta
condição e reserva. Sem raiva nem paixão.
Ao contrário de Ronald Reagan ou John
McCain, o primeiro pelas ideias o segundo
pela vida e carácter, Mitt Romney não me
entusiasma especialmente: é um “country
club republican”, “business oriented” e
algo inconstante no passado nos valores
de orientação permanente de família,
costumes e instituições. E é mormon.
Só que, como dizia o cínico Taleyrand, a
política também acaba por ser escolha entre
inconvenientes. E na política externa, a que
mais pode determinar um estrangeiro, as
agendas são próximas e Obama mostrou
realismo, nomeadamente no Médio Oriente
e na luta antiterrorista onde conseguiu
eliminar Bin Laden.
Por todas estas reservas, então por que é
que prefi ro Romney?
Primeiro, por que os símbolos contam e
ele endossou, na sua agenda e programa, os
valores do Partido Republicano, um partido
muito mais à direita que o candidato (e que
todos os partidos no poder na Europa…).
Escusado será dizer também que trará
uma equipa com pessoas, currículos e
agendas com as quais me identifi co mais
que com os democráticos.
Nas questões de Defesa, Romney não vai
cortar nos orçamentos militares e promete
manter uma capacidade de projecção de
poder que, com uma Europa cada vez mais
desarmada, é imprescindível ao Ocidente.
No plano económico, fi nanceiro e
fi scal, acredito que as políticas da equipa
republicana são mais efi cazes para repor
a economia americana em marcha e
salvar a classe média, que as da actual
Administração. Além de que a Casa Branca
fi cará no alinhamento partidário do
Congresso, o que também ajuda.
Embora não me entusiasme a retórica
de Romney sobre o Irão e o Médio Oriente,
com os seus tiques de missionarismo
democrático e o seu discurso “duro” em
relação à China e à Rússia, penso que
na política externa não haverá grandes
mudanças e o realismo vai prevalecer.
Nos próximos anos o mundo vai tornar-
se um lugar (ainda) mais perigoso: a
globalização/fragmentação das economias
e dos territórios, a proliferação dos Estados
falhados, dos fanatismos terroristas, do
crime organizado, a decadência, demissão e
crise da União Europeia, pedem a existência
de um poder forte
e estabilizador.
Com a ascensão
dos novos poderes
asiáticos – da
China antes de
todos – é bom
que haja hoje
uma potência de
matriz cristã e
ocidental capaz
de intervenção e
dissuasão.
Barack Obama
irradia simpatia, teve uma política em certa
medida realista, não cedeu à demagogia
da sua campanha de 2008, não fechou
Guantánamo e não tratou os terroristas
como cidadãos exemplares. A sua retórica
é abrangente de tudo e todos. Mas pelas
razões que o Rui Tavares referiu ontem
aqui no PÚBLICO para apoiar – o seu
“progressismo” de esquerda – eu acho que
é importante que ele não tenha um novo
mandato. Logo, prefi ro Romney, porque a
sua vitória signifi ca a vitória da direita.
E para a segurança do mundo é
importante que a direita ganhe na América.
Assim, sem fazer disso um grande
sucesso, nem do contrário uma tragédia,
espero que ao fi m desta noite a dupla
Romney-Ryan tenha conquistado a Casa
Branca.
Professor universitário
Romney – um apoio crítico
Para a segurança do mundo é importante que a direita ganhe na América
Acredito que mais quatro anos trarão frutos que o primeiro mandato não chegou para produzir
OpiniãoJaime Nogueira Pinto
8 | DESTAQUE | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
ELEIÇÕES NOS EUA
De estado para estado, os
boletins de voto encabeçados
pelos nomes do democrata
Barack Obama e do
republicano Mitt Romney,
candidatos à presidência
dos Estados Unidos, contêm dezenas
de outras eleições: para o Senado e
a Câmara de Representantes, em
Washington, para o governo estadual,
para centenas de cargos locais, e
para responder sim ou não em 177
referendos locais — do consumo
de cannabis no Colorado ao fi m da
pena de morte na Califórnia e ao
casamento gay no Maine, Maryland e
Washington, que podem assim tornar-
se os primeiros estados a autorizar o
casamento de casais homossexuais
por maioria em urna.
Estas corridas são (naturalmente)
importantes per se: o seu desfecho
defi nirá o futuro equilíbrio do poder
no Congresso — a expectativa é que
a maioria na câmara alta permaneça
com os democratas e que os republi-
canos mantenham a sua supremacia
na câmara baixa —, a demarcação do
mapa regional dos partidos e a qua-
lidade de vida dos eleitores.
Hoje, há inúmeras votações que
podem tornar-se históricas, muitas
das quais envolvendo mulheres. Por
exemplo, se se confi rmar a vitória da
democrata Tammy Baldwin no Wis-
consin, será a primeira vez que um
candidato assumidamente homos-
sexual será eleito para o Senado. A
republicana Mia Love, que corre por
um dos distritos eleitorais do Utah,
poderá tornar-se a primeira con-
gressista republicana negra. E se o
Partido Democrata assegurar os dois
lugares em disputa no New Hamp-
shire, pela primeira vez na história a
delegação de um estado na Câmara
de Representantes será integralmen-
te composta por mulheres.
A equipa de Obama espera con-
Rita Siza
Outras corridas que vão defi nir o futuro equilíbrio de poder
Além de eleger o Presidente, os americanos votam hoje em 33 senadores, 435 congressistas, 13 governadores e 177 referendos em 34 estados
apoio do Tea Party para conquistar
o lugar que pertenceu ao “leão” Ted
Kennedy durante mais de três déca-
das; e os duelos dos republicanos
Todd Akin, do Missouri, e Richard
Mourdock, do Indiana, contra os
democratas Claire MacCaskill e Joe
Donnelly, respectivamente, torna-
ram-se competitivos por causa dos
controversos comentários dos con-
servadores sobre o aborto.
Pelo seu lado, os republicanos
acreditam poder segurar os seus
ganhos das intercalares de 2010 e
até talvez alargar a sua maioria na
Câmara dos Representantes — numa
ALEX WONG/AFP
Republicanos devem segurar maioria na Câmara dos Representantes
perspectiva optimista, os democratas
conseguirão cinco dos 25 assentos
que precisavam de retirar aos seus
adversários. Se os americanos ree-
legerem Obama, a dinâmica política
no Congresso não deverá alterar-se
substancialmente, mas poderá forçar
um realinhamento dentro do Partido
Republicano, que verá o seu “extre-
mismo” ideológico recompensado
com a votação para a câmara baixa
(fazendo de Paul Ryan a principal fi -
gura do movimento conservador).
Mas para os candidatos e campa-
nhas presidenciais, a importância
destas eleições “paralelas” é outra:
elas servem o propósito de servir de
“engodo”, de atrair a participação de
franjas do eleitorado que de outra
forma poderia desinteressar-se da
votação. Este ano, os partidos trata-
ram de incluir uma série de “aperi-
tivos” para cativar o eleitorado que
podem infl acionar os votos nos res-
pectivos candidatos presidenciais.
Na Florida, os republicanos esperam
que um referendo para a eliminação
do fi nanciamento público às organi-
zações que possam promover o abor-
to possa contrabalançar a vantagem
que Obama leva no voto hispânico.
Os analistas avisam, contudo, pa-
ra o “risco” que a multiplicidade de
escolha nos boletins de voto pode
representar para as candidaturas
presidenciais na corrida deste ano.
Em estados considerados “campo
de batalha”, como o Colorado ou a
Virginia, a possibilidade de disper-
são do voto em terceiros candidatos
é um desafi o para a candidatura re-
publicana: o representante do Par-
tido Libertário, Gary Johnson, pode
teoricamente “desviar” alguns dos
votos à direita que caberiam a Rom-
ney e assim abrir caminho a uma vi-
tória de Obama (pelos números da
Public Policy Polling, a margem do
Presidente aumenta de 3 para 4% na
Virginia e entre 3 e 5% no Colorado,
quando se inclui a votação de John-
son na contagem).
Numas eleições em que
os dois candidatos estão
tecnicamente empatados,
com uma meia dúzia de
estados que tanto podem
cair para Mitt Romney
como para Barack Obama, todos
os votos contam, e quanto mais
cedo entrarem nas urnas melhor. Já
votaram 30 milhões de americanos,
e a vantagem está com Obama.
Há 34 estados que autorizam a vo-
tação antecipada e, numa eleição tão
renhida, o potencial de disputa — até
de suspeita de fraude — aumenta. Na
Florida, os democratas recorreram
à Justiça para poderem prolongar
a votação antecipada, que deveria
encerrar no sábado mas continua-
va com grande procura em distritos
eleitorais muito populosos, como
Orange County, Miami Dade e Bro-
ward County.
Mais democratas do que republi-
canos tendem a ir às urnas antes da
terça-feira eleitoral e, em 2008, estes
eleitores contribuíram para a vitória
de Obama na Florida. Com 29 votos
no Colégio Eleitoral, a Florida é um
dos estados mais disputados e os
eleitores que votam mais cedo foram
um alvo importante da estratégia de
Obama para ganhar os estados que
podem oscilar entre democratas e
republicanos.
Votar antecipadamente nem sem-
pre é garantia de escapar a fi las e
demoras: muitos esperaram longas
horas para votar, com tempo frio.
Por exemplo no Ohio, em Akron e
em Columbus, o tempo de espera
eram duas horas, relata a Associated
Press (AP).
Ontem, mais de 30 milhões de nor-
te-americanos tinham já votado, de
acordo com estatísticas da Univer-
sidade George Mason, na Virgínia.
Os votos só serão contados na terça-
feira, mas alguns estados revelaram
a fi liação partidária dos eleitores re-
gistados, o que permite ter uma ideia
da tendência de voto, diz a AP: no
Ohio, de que Romney precisava de-
sesperadamente, quem está a ganhar
é Obama (29% contra 23%). Na Flo-
rida, a mesma tendência: 43%-40%.
Já o Colorado dá a vitória a Romney
(37%, e 35% para Obama).
Já 30 milhões votaram e Obama lidera
seguir alguma margem política com
os resultados das 33 eleições para o
Senado — actualmente, a bancada de-
mocrata domina com 53 votos contra
47 dos republicanos. Alguns dos due-
los de hoje, que podem garantir aos
liberais uma maioria mais alargada,
ultrapassaram o âmbito estadual e
tornaram-se casos nacionais, com in-
fl uência na campanha presidencial:
a luta entre a ex-directora da agência
federal que garante a protecção dos
consumidores de produtos fi nancei-
ros Elizabeth Warren e o senador
sensação do Massachusetts, Scott
Brown, que em 2010 contou com o
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | PORTUGAL | 9
Seguro coloca-se à margem dos cortes de quatro mil milhões de euros
DANIEL ROCHA
António José Seguro, líder do PS, reuniu-se ontem durante duas horas com o primeiro-ministro
O dia de ontem do secretário-geral
do PS foi marcado por uma mara-
tona de reuniões. À hora do fecho
desta edição, António José Seguro
reunira na sede do partido a comis-
são política do PS para debater a situ-
ação política do país. A pairar sobre
os socialistas estava o encontro do
líder do principal partido da oposi-
ção com o primeiro-ministro, onde
Seguro fechou a porta à participação
do PS no corte de 4000 milhões de
euros na despesa do Estado. O mes-
mo tema que deverá ser central na
reunião que Seguro terá hoje com
Cavaco Silva.
Foi ontem que fi cou a saber-se do
agendamento da reunião com o Pre-
sidente da República. Seguro relati-
vizou o encontro. “Trata-se de um
diálogo normal, institucional, que
mantenho com o Presidente da Re-
pública, bem como com os parceiros
sociais ou o Governo”, disse.
Horas antes fora a São Bento, à re-
sidência ofi cial do primeiro-ministro,
para comunicar a Passos Coelho que
não contasse com o PS no debate so-
bre os cortes a fazer na despesa pú-
blica. Seguro falou após o encontro
de quase duas horas com Pedro Pas-
sos Coelho, tendo confi rmado que a
questão da refundação “não foi co-
locada em cima da mesa”.
Segundo Seguro, o que o líder do
PSD fez na reunião foi propor um
“debate sobre o modo de cortar
4000 milhões de euros”. A respos-
ta de Seguro foi que a “responsabili-
dade desse corte era integralmente
do Governo e da troika”. E, por isso,
eram estes que deviam tratar disso.
Sobre a refundação, deu ainda a en-
tender que, para ele, havia algo mais
premente: “A urgência nacional não
pode ser substituída por um debate,
por mais importante que seja”. E, por
urgência nacional, Seguro quis dizer
a situação difícil dos desempregados,
das famílias e das empresas.
Interrogado sobre até que ponto
está o PS disponível para evitar que
Portugal seja alvo de um segundo
resgate, Seguro respondeu que se
houver a necessidade de um segundo
resgate “quer dizer que a política do
actual Governo falhou e, em primei-
ro lugar, deve ser o actual Governo a
assumir essa responsabilidade”.
Antes de seguir para S. Bento, Segu-
ro havia divulgado na Internet (na re-
de social Facebook e depois na página
do partido) a carta que enviou na se-
mana passada a Pedro Passos Coelho.
Na resposta ao convite do PSD, Se-
guro afi rmou que o PS não recusava
“o diálogo político e institucional”.
Mas aproveitou para assinalar a au-
sência do mesmo nos meses anterio-
res. “Por exclusiva responsabilida-
de do seu Governo, este diálogo foi
praticamente inexistente, com claro
prejuízo para o interesse nacional”,
escreve. Elencou mesmo os episó-
dios recentes dessa falta de comuni-
cação: “O PS foi mantido à margem
da condução de processos de enor-
me relevância para o interesse na-
cional, de que as cinco actualizações
do Memorando de Entendimento, o
envio para as instituições europeias
do Documento de Estratégia Orça-
mental e o processo de privatizações
são exemplos elucidativos”.
Na carta, o líder socialista reafi r-
mou até onde admitia ir num debate
sobre as funções sociais do Estado:
“Qualquer revisão da Constituição
ou outra iniciativa que coloque em
causa as funções sociais do Esta-
do”. E recusou para o PS o papel de
“cúmplice da política do Governo”,
deixando claro que se opõe à polí-
tica “de austeridade excessiva e de
empobrecimento do país”. Por outro
lado, Seguro avisou que não estaria
disposto a farsas: “Se considera, co-
mo destacados dirigentes da maioria
o têm verbalizado, que o PS é um
partido irresponsável e que não tem
alternativas a apresentar ao país, en-
tão estamos a perder tempo precioso
e a reunião que propõe não passa de
uma encenação”, escreveu.
A agenda do líder socialista incluiu
ainda reuniões com as duas centrais
sindicais. À saída, João Proença, da
UGT, alertou para o impacto dos
cortes previstos — “Não pode haver
cortes de três a quatro mil milhões
de euros nas políticas sociais. Não é
possível, a não ser que ponham em
causa o funcionamento da protecção
social em Portugal”. E a passagem
da CGTP pelo Largo do Rato serviu
para Seguro assinalar aquilo que os
aproximava. “Existe grande conver-
gência entre nós, a CGTP e a UGT re-
lativamente à necessidade de uma
estratégia de crescimento e ao facto
de que qualquer sociedade precisa
de coesão social”, disse Seguro.
Líder do PS classifi cou proposta de corte de quatro mil milhões como um problema criado pelo Governo. E que, assim, terá de ser Passos a resolver. Refundação não foi aprofundada na reunião com Passos
Orçamento 2013Nuno Sá Lourenço
PSD e CDS querem debate sobre funções do Estado
Líderes das bancadas da maioria propõem conferências no Parlamento
Os líderes parlamentares do PSD e do CDS querem que a Presidente da Assembleia da República promova uma
“série de conferências” sobre as funções do Estado.
O pedido foi feito ontem, por carta, à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. Os líderes parlamentares Luís Montenegro (PSD) e Nuno Magalhães (CDS) querem que o assunto seja discutido na conferência de líderes marcada para amanhã.
Na carta, os dois líderes apelam “à participação de todos partidos políticos, parceiros sociais e dos diferentes sectores da sociedade civil”. Mais uma vez, o convite é especialmente dirigido ao PS. “Reformar o Estado apela a esforços de consenso, não só no diagnóstico mas também nas medidas e nas soluções concretas
a empreender. A maioria parlamentar não rejeita as suas responsabilidades, mas convida todos os sectores da sociedade, a começar pelo principal partido da oposição, a reponderar e a repensar conjuntamente as funções do Estado e a procurar soluções concretas para a redução estrutural da despesa pública”, lê-se na carta.
Os dois líderes das bancadas da maioria propõem que as conferências se realizem no âmbito da Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de
Assistência Financeira a Portugal, mas dizem estar abertos a outros modelos.
O desafio à reflexão da sociedade civil sobre as funções do Estado tem sido um dos aspectos sublinhados pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Perante a recusa do líder do PS em cortar quatro mil milhões de euros na despesa do Estado — o que implica uma reforma nas funções do Estado —, os dirigentes do PSD e CDS remeteram-se ontem ao silêncio. Excepção feita ao líder da JSD, Duarte Marques, que reagiu com um novo convite à participação de António José Seguro.
O líder da JSD sublinhou que os socialistas não podem “colocar-se de fora” deste debate e “lavar as mãos como Pilatos da situação a que o país chegou”. Sofia Rodrigues
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Ana Luís é a primeira mulher a ocupar cargo político nas duas regiões
A socialista Ana Luís é a primeira mu-
lher a presidir à Assembleia Legisla-
tiva dos Açores, seguindo o exemplo
de Assunção Esteves, a primeira pre-
sidente da Assembleia da República.
Os deputados Ricardo Cabral (PS) e
Berta Cabral (PSD) foram também
ontem eleitos vice-presidentes, na
sessão constitutiva do novo parla-
mento perante o qual é hoje investi-
do o governo regional chefi ado pelo
socialista Vasco Cordeiro.
Oitavo presidente do primeiro ór-
gão de governo próprio da região, a
economista Ana Luísa Pereira Luís,
36 anos, tinha sido cabeça de lista
do PS pelo círculo eleitoral do Faial,
em cuja capital, a Cidade da Horta,
está sedeado o Parlamento. Foi uma
das apostas do PS, no âmbito da re-
novação que levou Vasco Cordeiro a
substituir Carlos César à frente dos
socialistas. O PS venceu com 49,02%
dos votos, tendo alcançado a vitória
em oito das nove ilhas do arquipé-
lago, perdendo apenas na Graciosa
para o PSD, do qual fi cou a 18 pontos
percentuais a nível regional.
Deputada na Assembleia Municipal
da Horta e presidente do conselho de
administração da Sociedade de Pro-
moção e Reabilitação de Habitação
e Infraestruturas (SPRHI), Ana Luís
ocupou em 2008 a terceira posição
da lista do Faial, após a desistência de
Fernando Menezes, então primeiro
candidato. Mas exerceu o mandato
Socialista Ana Luís é a primeira mulher a presidir à Assembleia dos Açores
por muito tempo, pois foi entretanto
nomeada para a administração da-
quela empresa pública regional, que
deixa para assumir o mais elevado
cargo da autonomia açoriana.
A Assembleia dos Açores teve co-
mo primeiro presidente Álvaro Mon-
jardino, que exerceu funções nos pe-
ríodos de 1976-78 e 1979-84. Também
propostos pelo PSD, seguiram-se Ma-
druga da Costa (1978-79 e 1991-95), e
José Guilherme Reis Leite (1984-91)
e Humberto Melo (1995-96). Depois
de o PS ascender ao poder em 1996,
o órgão legislativo foi dirigido suces-
sivamente pelo socialista Dionísio
Sousa (1996-98), pelo social-demo-
crata Humberto Melo (1998-2000),
por Fernando Menezes (2000-08) e
Francisco Coelho (2008-12), ambos
indicados pelo PS.
O parlamento açoriano integra 57
deputados. O PS, com 31 deputados
eleitos, que lhe garantem a maioria
absoluta, mantém-se como a princi-
pal força política, enquanto o PSD,
que elegeu 20 deputados regionais,
continua a ser o maior partido da
oposição nos Açores. Os restantes
deputados foram eleitos pelo CDS
(3), BE (1), CDU (1) e PPM (1). Relati-
vamente à anterior legislatura, o PS
tem mais um deputado e o PSD mais
dois, enquanto o CDS perdeu dois
deputados, o BE perdeu um e o PPM
mantém o único deputado que tinha.
Para além da recondução de Berto
Messias como líder do grupo parla-
mentar do PS, foram também eleitos
como vice-presidentes da bancada os
deputados José San-Bento, Arlinda
Nunes, Francisco César e Miguel Cos-
ta. Duarte Freitas, até ao momento
único candidato à sucessão de Berta
Cabral, que se demitiu da liderança
do PSD como consequência da derro-
ta eleitoral, volta a dirigir a bancada
social-democrata.
Autonomias Tolentino de Nóbrega
Parlamento regional já tem presidente: é uma mulher, de 36 anos, que é também a primeira a ocupar um cargo político na região
Novo presidente do TC encontrou-se ontem com Cavaco Silva
O presidente do Tribunal Constitu-
cional (TC), Joaquim Sousa Ribeiro,
afi rmou que aquele órgão de sobera-
nia “exercerá as suas competências
normalmente” no momento em que
for “requisitado”. Foram estas as
palavras de Sousa Ribeiro, quando
questionado pelos jornalistas sobre
o que é que os portugueses podem
esperar do TC.
O presidente do Tribunal Consti-
tucional falava à saída de uma audi-
ência que classifi cou como de “cor-
tesia” com o Presidente da Repúbli-
ca e depois de tomar posse como
conselheiro de Estado. Este cargo é
ocupado por inerência. Numa curta
declaração, Sousa Ribeiro quis “es-
clarecer” os jornalistas que foi a seu
pedido que teve uma audiência com
Cavaco Silva para “apresentação
de cumprimentos protocolar sem
agenda”. “O Tribunal Constitucio-
nal exercerá as suas competências
normalmente, no momento próprio
sempre que for requisitado. Em ple-
na normalidade institucional”, de-
clarou Joaquim Sousa Ribeiro.
O presidente do TC escusou-se as-
sim a prestar declarações sobre um
eventual pedido de fi scalização de
constitucionalidade do Orçamento
do Estado para 2013. Em Julho de
2012, Sousa Ribeiro votou a favor do
acórdão que considerou inconstitu-
cional o corte dos subsídios de Natal
TC “exercerá competências com normalidade”
e de férias dos funcionários públicos
bem como dos pensionistas, sem ter
apresentado qualquer declaração
de voto.
Joaquim Sousa Ribeiro, professor
de Direito, foi eleito presidente do
TC a 2 de Outubro passado, suce-
dendo no cargo a Rui Moura Ramos.
Na sua intervenção, o juiz garantiu
a “isenção e independência” do ór-
gão a que preside face a “interesses
político-partidários” e assegurou o
equilíbrio das decisões de “controlo
de constitucionalidade que provo-
cam impacto compreensível”.
Mesmo sem nenhuma reunião do
Conselho de Estado agendada, Cava-
co Silva concedeu uma audiência a
Sousa Ribeiro, numa semana que dá
sinais de envolvimento em torno do
consenso alargado para a reforma
do Estado.
Cavaco Silva tem sido criticado
por não fazer declarações públicas
desde o 5 de Outubro, um silêncio
que só quebrou com um comentário
que colocou no Facebook sobre de-
clarações de responsáveis do FMI.
Hoje, o Presidente da República
recebe o líder do PS, António José
Seguro. A audiência acontece um
dia depois de Seguro ter rejeitado
perante o primeiro-ministro colabo-
rar no corte de quatro mil milhões
de euros de despesa no Estado.
O papel integrador do Presidente
da República neste processo tem si-
do sublinhado pelo ministro de Es-
tado e dos Negócios Estrangeiros,
Paulo Portas.
O primeiro-ministro chamou a
atenção no debate do Orçamento
do Estado, na terça-feira, para a ne-
cessidade de envolver neste proces-
so de repensar as funções do Esta-
do não só o PS, como os parceiros
sociais.
NUNO FERREIRA SANTOS
Tribunal Constitucional Sofia Rodrigues
Novo presidente, Joaquim Sousa Ribeiro, tomou posse como conselheiro de Estado e reuniu-se com Cavaco Silva
Mais de 1700 pessoas assinaram em
duas semanas uma petição que pede
que grupos de cidadãos se possam
candidatar às eleições legislativas,
sem terem de integrar listas de parti-
dos, como estabelece actualmente a
lei. A petição “artigo 151.º” pede aos
deputados que na próxima revisão
da Constituição o artigo com aquele
número passe a ter uma nova redac-
ção para acabar com o “monopólio
partidário no acesso à representação
parlamentar”.
O artigo 151.º da Constituição es-
tabelece que “as candidaturas [à
Assembleia da República] são apre-
sentadas, nos termos da lei, pelos
partidos políticos, isoladamente
ou em coligação, podendo as listas
integrar cidadãos não inscritos nos
respectivos partidos”.
No texto da petição, que o Mo-
vimento Independente para a Re-
presentatividade Eleitoral (MIRE)
pretende entregar no Parlamento,
lê-se que Portugal assiste, em para-
lelo com o aprofundar da crise, “ao
despertar de uma nova sociedade ci-
vil, impulsionada nas redes sociais
e, aparentemente, sem vínculos
formais a associações partidárias,
sindicais ou outras”. “Urge por isso
permitir que grupos e movimentos
de cidadãos tenham a capacidade e
a possibilidade de estarem represen-
tados na Assembleia da República,
fora do âmbito tradicional dos par-
tidos, já que estes candidatos trarão
à função de deputado uma nova di-
nâmica e responsabilidade políticas,
pelo seu envolvimento em causas
específi cas e não partidárias. Esta
mudança manteria a Constituição
da República Portuguesa a par da
mudança social a que o país assis-
tiu nos últimos 30 anos e, estamos
certos, contribuiria para aumentar
a participação cívica em Portugal”,
lê-se no mesmo texto.
“Sentimos que há uns tempos as
pessoas não se revêem na representa-
ção que existe na Assembleia da Repú-
blica”, disse à Lusa Pedro Martins, do
MIRE, apontando os níveis “elevados”
de abstenção nas eleições. Esta ques-
tão tornou-se, provavelmente, “mais
crítica” agora, por causa da crise que
o país atravessa, acrescentou.
A petição pode ser assinada
através do endereço http://www.
peticaopublica.com/PeticaoVer.
aspx?pi=P2012N30781, sendo neces-
sárias 4000 assinaturas para ser dis-
cutida no plenário da Assembleia da
República.
Petição quer partidos sem monopólio eleitoral
Parlamento
DR
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | PORTUGAL | 11
Breves
Ex-líder do CDS
Em defesa da tese sobre TDT
Ribeiro e Castro considera que OE 2013 é “mau”
Petição a favor da investigação académica
O antigo líder do CDS e actual deputado José Ribeiro e Castro considera que o Orçamento do Estado para 2013 é “mau”, mas é “uma necessidade”. Na declaração de voto, Ribeiro e Castro avança com algumas propostas para melhorar a proposta na especialidade. “Um Orçamento do Estado que agrava a carga fiscal como este faz é um mau orçamento. Um Orçamento do Estado que, como com verdade e coragem afirmou o ministro das Finanças, contém um ‘enorme aumento de impostos’, é um mau orçamento. Um Orçamento do Estado em que a nossa margem de decisão fundamental é já nula não pode deixar de considerar-se um mau orçamento”.
Um grupo de universitários lançou na Internet uma petição pela “Liberdade de Investigação Académica”, que conta com mais de 2000 subscritores. Os signatários promovem a denúncia pública de “toda e qualquer tentativa que pretenda condicionar a investigação científica e atemorizar ou silenciar os investigadores”. A iniciativa surgiu em solidariedade com Sergio Denicoli, que defende, na sua tese de doutoramento, que “a Anacom favoreceu a Portugal Telecom” no processo de implementação da Televisão Digital Terrestre, em Portugal. Os signatários exigem que as autoridades académicas facultem enquadramento e suporte jurídico aos investigadores, em particular aos que lidam com “matérias melindrosas e de impacto público”.
Ao rescaldo da eleição que decor-
reu no sábado dos delegados à VIII
Convenção do BE, segue-se uma se-
mana quente para o partido que no
domingo verá sair da liderança, 13
anos depois, o fundador e coorde-
nador, Francisco Louçã.
O arranque do fi m-de-semana do
Louçã inicia despedida com um encontro da esquerda europeia para vencer a troika
Bloco fi cará marcado logo na sexta-
feira por um comício internacional
que reunirá a esquerda europeia pa-
ra “vencer a troika”, no pavilhão do
Casal Vistoso, em Lisboa. A palestra
de oradores integra o grego Alexis
Tsipras, líder do Syriza, o francês
Jean-Luc Mélenchon, do Parti de
Gauche, o alemão Gabriele Zimmer,
do Die Linke, o espanhol Caio Lara,
do Izquierda Unida, as eurodeputa-
das do Bloco Marisa Matias e Alda
Sousa, e, claro, Louçã. O conclave
bloquista decorre sábado e domingo
no mesmo local.
E se em termos de propostas po-
líticas não há grandes divergências
no BE, o funcionamento interno do
partido continua a levantar celeumas
entre as duas moções que se apresen-
tam à convenção.
A moção B acusa o núcleo dirigen-
te de sectarismo e critica o modelo
de direcção sugerido por Louçã e que
levará à coordenação os deputados
João Semedo e Catarina Martins. Mas
os subscritores desta lista, cujo rosto
mais mediático é o de Daniel Oliveira,
opõem-se sobretudo à forma como a
sucessão foi conduzida, por entende-
rem que esta não foi primeiramente
discutida com as bases do partido.
Mas adivinha-se que também o
combate autárquico marcado para
2013 seja um tema forte em discus-
são. Apesar de o partido não ter pra-
Partidos Rita Brandão Guerra
Convenção do Bloco decorre no fim-de-semana. Funcionamento interno do partido aquecerá o debate
ticamente expressão ao nível local,
a moção A defende grandes conver-
gências à esquerda — com PCP e PS
— nos casos em que tal for viável, en-
quanto a moção B prefere entregar
essa decisão às estruturas locais.
Estão eleitos 390 delegados da lis-
ta A, afecta à actual direcção, 84 da
lista B e 14 delegados de plataformas
locais. Os promotores da moção B,
com um resultado próximo dos 20%,
congratularam-se com o “melhor
resultado de sempre de uma lista
não-afecta à direcção”. A tradição
bloquista tem ditado cerca de 15%
de representação na mesa nacional,
órgão máximo do partido, de propos-
tas alternativas à primeira linha.
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
DANIEL ROCHA
Defesa confi rma candidaturas russa e brasileira aos Estaleiros de Viana
Com a exclusão da norueguesa Vols-
tad Maritime e a desistência do grupo
português Atlantic Shipbuilding, ape-
nas duas empresas, uma russa e ou-
tra brasileira, das quatro convidadas
pelo Governo para a última fase de
reprivatização dos Estaleiros Navais
de Viana do Castelo (ENVC), estão na
corrida à alienação de 95% do capital
social da empresa.
No próximo dia 14, os ministros
da Defesa e das Finanças deverão
ter nas mãos o relatório fi nal sobre
as propostas vinculativas apresen-
tadas ontem pela brasileira Rionave
Serviços Navais e pela russa JSC River
Sea Industrial Trading.
Durante o debate do Orçamento na
especialidade, e no dia em que se es-
gotou o prazo para apresentação de
propostas fi nais, o ministro da Defesa
confi rmou a existência de “três pro-
postas vinculativas, de uma empresa
russa, de uma empresa brasileira e
outra norueguesa”. “Não conheço o
seu teor, mas já foram apresentadas e
vão ser estudadas”, afi rmou perante
os deputados.
Mas entretanto a proposta no-
rueguesa foi excluída do processo,
por ter entregue a proposta com
um atraso de 24 minutos, tal como
confi rmou ao PÚBLICO fonte da Em-
pordef, a holding estatal que tutela
as indústrias da Defesa. Fonte gover-
namental contactada pelo PÚBLICO
admitiu essa possibilidade por “in-
cumprimento de formalidades no ca-
derno de encargos”, entre as quais
“o atraso de 24 minutos” na entrega
da proposta.
A “salvaguarda dos interesses pa-
trimoniais do Estado” e a “idoneida-
de, capacidade fi nanceira, técnica e
de execução” dos proponentes são
condições de selecção neste proces-
so, além da salvaguarda do maior nú-
mero de postos de trabalho.
Relativamente ao grupo português
Atlantic Shipbuilding, que integrava
o lote inicial de empresas convidadas
a participar na reprivatização, não
chegou sequer a apresentar qual-
quer proposta vinculativa. Fonte da
Empordef adiantou serem desco-
nhecidos os motivos que estiveram
na base da desistência da empresa
que, em Setembro, assumiu a gestão
dos estaleiros do Mondego. No en-
fi nais à reprivatização dos ENVC, a
empresa açoriana Atlânticoline re-
velou que decidiu processar judi-
cialmente os estaleiros para exigir
o pagamento de uma dívida de 7,9
milhões de euros referente ao navio
Atlântida. O ferry-boat foi encomen-
dado pela Atlânticoline aos ENVC,
para assegurar o transporte marí-
timo de passageiros e viaturas in-
terilhas. Acabou por ser rejeitado,
em 2009, por não atingir a veloci-
dade máxima contratada. De acordo
com os testes de mar efectuados, o
navio apenas atingiu uma veloci-
dade de 16,5 nós a 85 por cento da
potência dos motores, quando o
contrato exigia 19 nós.
Forças Armadas com FMINo Parlamento, o ministro da Defesa
teve de assegurar que não eram os
técnicos do FMI que estavam por trás
do programa de reestruturação das
Forças Armadas. Na audição parla-
mentar a propósito do Orçamento
para 2013, Aguiar-Branco garantiu
não existir nenhuma “imposição de
reestruturação das Forças Armadas”
por parte do Fundo Monetário In-
ternacional (FMI), estando apenas
a ser estudados “alguns ajustamen-
tos para uma gestão mais efi ciente”.
Aguiar-Branco confi rmou já ter havi-
do uma reunião com os técnicos do
FMI, “uma assessoria” para “ajudar
a uma avaliação global do que tem
sido a gestão” do ministério.
A audição circulou ainda à volta
dos números do OE, com o ministro
a defender o emagrecimento do Or-
çamento e a oposição a sustentar um
aumento nos valores. Aguiar-Branco
argumentou que, “numa base com-
parativa” com 2012, o Orçamento pa-
ra 2013 diminui 1,9%, o que foi con-
testado pelo PS, que diz que haver
um aumento da despesa de 8%. “Não
é a comunicação social que diz que
o Orçamento para este ano aumen-
tou, o relatório da proposta afi rma
taxativamente que o acréscimo anda
perto dos 10% e que, mesmo retira-
do o efeito correctivo dos cortes do
subsídio de Natal, esse crescimento
situa-se nos 8%”, afi rmou o socialista
Marcos Perestrello.
Aguiar-Branco anunciou ainda a
escolha do professor universitário e
antigo secretário de Estado Joaquim
Azevedo para coordenar a comissão
de acompanhamento da reforma do
ensino militar. com Lusa
tanto, fonte governamental ligada ao
processo admitiu que o “cenário de
suspeitas lançadas nos últimos tem-
pos pela Comissão de Trabalhadores
(CT) dos ENVC” poderá ter contri-
buído para este desfecho. Segundo
a mesma fonte, as alegadas ligações
a interesses políticos denunciadas
pela CT já tinham originado “mani-
festações de preocupação de alguns
interessados”.
Responsável por operações ma-
rítimas no Brasil e na Argentina, a
Rionave Serviços Navais, com sede
no Rio de Janeiro, está na corrida
à compra dos ENVC e representa
vários interesses dentro da área,
desde armadores a construtores
navais. Concorre com o grupo JSC
River Sea Industrial Trading, de
origem russa mas desconhecido
no sector.
Nos próximos três dias, a Empor-
def vai dar parecer técnico sobre as
propostas, seguindo o processo para
a Comissão de Acompanhamento da
Reprivatização, que terá cinco dias
para se pronunciar. A partir daí, o
processo passa para as mãos do Go-
verno, que deverá decidir até ao fi nal
do ano.
No dia em que se esgotou o pra-
zo para apresentação de propostas
Aguiar-Branco confirmou no Parlamento ter havido reuniões com técnicos do FMI no ministério
No dia em que o ministro foi ao Parlamento discutir o Orçamento da Defesa, fechou o concurso à privatização dos ENVC. Uma empresa norueguesa foi excluída por atraso de 24 minutos na proposta
GovernoAndrea Cruz
Defesa vai pagar dívida de 38 milhões à CP
O Ministério da Defesa vai pagar ainda este ano os cerca de 38 milhões de euros que deve à CP como
compensação pelos descontos efectuados aos militares que, nas viagens de comboios, só pagam 25% do preço do bilhete. Segundo disse ao PÚBLICO fonte oficial, esse pagamento será efectuado ainda este ano, como forma de pôr tudo a zeros para que, a partir de Janeiro de 2013, e tal como contemplado no Orçamento do Estado, desapareça o desconto generalizado aos militares.
O ministro Aguiar-Branco afirmou ontem, no Parlamento, que “não há transportes gratuitos, há 38 milhões a pagar à CP, o conceito de gratuitidade tinha uma interpretação muito lata no anterior Governo e que este não pode acompanhar”.
A prática de militares, polícias, GNR, guardas prisionais, magistrados, oficiais de
justiça e outras categorias socioprofissionais viajarem de comboio gratuitamente ou com desconto é tão antiga como a história do caminho-de-ferro em Portugal. Mas esse direito, que durou mais de cem anos, foi alterado no início deste século. Desde então a CP fez protocolos com os ministérios da Justiça, da Administração Interna e da Defesa, em que estes colmatariam 50% do preço do bilhete do seu funcionário, sendo os restantes 25% suportados pelo passageiro e os outros 25% pela própria empresa. Ao contrário dos outros ministérios, o da Defesa quase nunca pagou à CP. Em 2006, a dívida acumulada era de 21,2 milhões de euros e em 2011 de 36,2 milhões de euros. No fim de 2012, será de 38 milhões. Depois de paga, Aguiar-Branco diz que será feito novo acordo com a CP para situações especiais. Carlos Cipriano
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | 13
Marques Júnior, do CFSIRP
Ter entidades privadas a gerir e guar-
dar documentação digital em bases
de dados com informação classifi ca-
da, nomeadamente a dos serviços
secretos, é “um absurdo completo”.
A expressão, muito crítica, é do pre-
sidente do Conselho de Fiscalização
do Sistema de Informações da Re-
pública Portuguesa (CFSIRP), o ex-
deputado Marques Júnior, que foi
“surpreendido” pela existência de
um estudo do Governo que aponta
para as vantagens económicas da
transferência, para entidades priva-
das, da gestão dos centros de dados
de toda a administração pública, co-
mo noticiou o Diário de Notícias. A
solução apontada como mais van-
tajosa é o recurso ao cloud compu-
ting, a chamada “computação em
nuvem”, em que a informação fi ca
guardada na Internet, alegadamente
em endereços secretos.
“É um absurdo completo uma so-
lução que possa colocar nas mãos
de privados dados tão sensíveis,
especialmente os classifi cados co-
mo ‘informação classifi cada’, e que
possam comprometer a segurança
interna e externa do país, assim co-
mo a posição de Portugal perante
entidades estrangeiras”, critica o ex-
deputado socialista. Marques Júnior
diz preferir acreditar que o Governo
deixará de fora desta intenção a in-
formação classifi cada pelos serviços
secretos, onde se inclui o segredo
de Estado.
Informação secreta em mãos privadas é “absurdo completo”
Marques Júnior espera que o CF-
SIRP seja consultado pelo Governo
no âmbito deste processo. A lei não
prevê que tenha de existir um pare-
cer, mas implica que esta entidade e
os serviços sejam ouvidos, quando
estiver em causa alguma alteração
da organização e funcionamento
dos serviços de informação.
Questionado, o gabinete do mi-
nistro adjunto e dos Assuntos Par-
lamentares garantiu que “a divul-
gação de documentação abrangida
pelo segredo de Estado não está, e
obviamente nunca estará, em risco.
A simples hipótese de entidades pri-
vadas virem a gerir bases de dados
com informações protegidas pelo se-
gredo de Estado é absurda e, como
tal, está totalmente fora de questão”.
“Reafi rma-se com clareza: não
há qualquer decisão de entregar
a privados documentação confi -
dencial que esteja abrangida pelo
segredo de Estado”, lê-se na res-
posta do Grupo de Projecto para
as Tecnologias de Informação e
Comunicação ao PÚBLICO. O es-
tudo referido pelo DN “é um do-
cumento de trabalho embrionário,
muito longe de estar fi nalizado” e
apenas aponta “um cenário”. O GP-
TIC admite que poderá haver uma
“complementaridade de soluções”,
o que abre a porta para eventuais
excepções a esta migração das ba-
ses de dados para a gestão privada.
Freitas do Amaral perplexo Confi rma-se que “está em curso o
levantamento da informação rela-
tiva aos sistemas de tecnologias de
informação e comunicação” para
para perceber quais “as soluções
mais efi cazes, mais seguras e eco-
nomicamente mais vantajosas”.
De manhã, o ministro da Defesa
afi rmou no Parlamento que a situa-
ção sobre as bases de dados do seu
ministério não foi discutida e que
“não está previsto absolutamente
nada” sobre a entrega de informa-
ções a privados.
A deputada independente do PS
Isabel Moreira pediu a presença ur-
gente do ministro Miguel Relvas no
Parlamento para esclarecer o assun-
to. “A ser verdade, estamos peran-
te uma privatização da soberania
nacional e a colocar em perigo um
amplo conjunto de princípios cons-
titucionais e comunitários”, apon-
tou. “Completamente perplexo”,
disse-se Diogo Freitas do Amaral,
fundador do CDS e ex-ministro da
Defesa e dos Negócios Estrangeiros
em diferentes governos, quando
confrontado com o assunto.
Serviços de informação Maria Lopes
Presidente do conselhode fiscalização das secretas é contra a aparente intenção do Governode dar a privados gestãode bases de dados
Número Nacional/Chamada Local
14 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
DANIEL ROCHA
Ana Martinho é a primeira mulher secretária-geral dos diplomatas
Primeiro movimento diplomático da era Portas ocorreu há dez meses, a 2 de Janeiro
É a segunda grande movimentação
diplomática de Paulo Portas desde
que chegou ao Ministério dos Negó-
cios Estrangeiros, há um ano e meio.
O PÚBLICO sabe que já foram envia-
dos ontem aos respectivos países os
pedidos de agrément para 23 postos
de embaixador e chefe de missão.
Dois objectivos defi nidos pelo pró-
prio ministro e que seguem a política
anunciada — e aplicada pela primeira
vez — em Janeiro: redução da idade
dos diplomatas em topo de carreira
e aumento do número de mulheres
nos postos de chefi a.
Aquela que vai ser agora desen-
cadeada e que envolve 23 missões
diplomáticas obedece, disseram ao
PÚBLICO fontes do gabinete do mi-
nistro, a este duplo critério. A idade
média dos embaixadores e chefes de
emissão nomeados desce de 61 para
55 anos. E o número de mulheres em-
baixadoras ou chefes de missão so-
be de três para seis. Uma delas, Ana
Martinho, vai agora ocupar o posto
máximo do ministério — secretário-
geral. Ana Martinho, uma das pri-
meiras embaixadoras da diploma-
cia portuguesa, vem de Viena para
Lisboa para ocupar o novo cargo e
foi conselheira de Durão Barroso na
Comissão Europeia, em Bruxelas.
Na prática, como chefe máximo da
carreira diplomática, vai gerir a casa
(nomear, promover, etc.).
O novo movimento foi acordado
com o Presidente da República e com
o primeiro-ministro, e foi uma das
razões que levaram, na sexta-feira,
Paulo Portas a Belém.
O terceiro objectivo é o fi m dos
embaixadores políticos (que não são
diplomatas de carreira). Em Janeiro,
tinham sido reduzidos alguns destes
postos, como a UNESCO e a OCSE,
cuja representação passou a ser feita
pelos embaixadores em Paris e Vie-
na. A OCDE era neste momento o úl-
timo posto político ainda existente
— e estava vago.
O primeiro movimento diplomá-
tico da era Portas ocorreu a 2 de
Janeiro, quando a nova fi losofi a foi
anunciada. Nessa altura, foram pre-
enchidos postos tão importantes
como a chefi a da Reper (Represen-
tação Permanente de Portugal jun-
to da União Europeia), Washington,
Berlim, Paris, Brasília e Luanda.
Desta vez, Seixas da Costa, antigo
secretário de Estado dos Assuntos
Europeus dos Governos de António
Guterres, abandona Paris por limite
de idade e é substituído por Morais
Cabral, que sai de Nova Iorque, on-
de será substituído por Mendonça e
Moura, outro embaixador de grande
prestígio muito próximo do actual
presidente da Comissão, Durão Bar-
roso. Mendonça e Moura deixa Ma-
drid, para onde será destacado Ta-
deu Soares, que vem de Pequim. An-
tónio Almeida Ribeiro, já nomeado
pelo actual ministro secretário-geral
do MNE, segue para o Vaticano.
Para Pequim vai Jorge Torres Perei-
ra, vindo de Banguecoque, para on-
de irá Barreira de Sousa, que estava
em Timor-Leste. Para Díli vai Manuel
de Jesus, que foi vice-presidente do
IPAD (Instituto Português de Apoio
ao Desenvolvimento), entretanto
fundido com o Instituto Camões. Pa-
ra o Maputo, José Augusto Duarte,
que chefi ou o gabinete de Freitas do
Amaral, na sua fase à frente do MNE,
e que ocupa o cargo de director-geral
da Administração.
Outra novidade política relevan-
te: Paulo Vizeu Pinheiro, actual con-
selheiro diplomático do primeiro-
ministro Pedro Passos Coelho e que
se mudou para Lisboa no início do
Governo, vindo directamente do ga-
binete de Durão Barroso, sai para a
OCDE (Organização para a Coopera-
ção e Desenvolvimento Económico)
em Paris. O lugar, tradicionalmente
ocupado por um embaixador polí-
tico, estava à espera de nomeação
desde a saída de Eduardo Ferro Ro-
drigues. Augusto Peixoto vai para Bel-
grado. João Corte Real para Kinshasa.
Moutinho de Almeida para a dupla
função de embaixador em Viena e na
OSCE (Organização para Segurança e
Cooperação na Europa). António Ga-
mito, subdirector-geral dos Assuntos
Consulares e Comunidades Portugue-
sas, vai para Argel. Daí sai Moreira da
Cunha, que vai para Otava. Quanto às
mulheres nomeadas, Isabel Pedrosa,
desde Maio encarregada de negócios
na embaixada em Trípoli, passa a em-
baixadora. Helena Almeida vai che-
fi ar a missão diplomática de Lima,
Gabriela Albergaria vai para Harare
e Clara Nunes dos Santos para Oslo.
Manuel Franco vai chefi ar o Consu-
lado-Geral de Nova Iorque.
Paulo Portas faz segunda grande movimentação diplomática envolvendo 23 postos de embaixador e chefe de missão. A idade média baixa seis anos e duplica o número de mulheres no topo
DiplomaciaTeresa de Sousa e Bárbara Reis
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | PORTUGAL | 15
O memorando de entendimento que
o ministro da Educação português
celebrou ontem, em Berlim, para
a cooperação com a Alemanha na
área do ensino profi ssional, está a
provocar apreensão em alguns es-
pecialistas, dadas as críticas feitas
por organizações internacionais ao
chamado modelo alemão.
Tem sido identifi cada como ne-
gativa, em concreto, “a orientação
quase compulsiva de crianças muito
jovens para o ensino profi ssional”,
como apontam Ana Maria Betten-
Inspiração de Nuno Cratono modelo alemão do ensino profissional causa preocupações
to-piloto, em 12 escolas do país.
“Haverá muito de positivo a apren-
der com a Alemanha e com inúme-
ros outros países, nomeadamente no
que respeita à ligação entre a escola
e o mundo do trabalho, no ensino
secundário. Já a orientação precoce
para a área profi ssional por crianças
de 11 ou 12 anos, por exemplo, é con-
trária às orientações do CNE, que de-
fende que aos primeiros sinais de di-
fi culdade de aprendizagem os alunos
devem ser apoiados e não desviados
para outras vias”, disse ao PÚBLICO
Ana Maria Bettencourt, que frisou
estar a falar a título pessoal.
court, que preside ao Conselho Na-
cional de Educação, e Luís Capucha,
ex-presidente da Agência Nacional
para a Qualifi cação.
O acordo ontem assinado prevê o
intercâmbio entre alunos, formado-
res e empresários, bem como outras
acções que têm em vista “um maior
conhecimento recíproco e uma aná-
lise comparativa dos sistemas e das
estruturas do ensino profi ssional em
ambos os países”.
No comunicado divulgado através
do gabinete de imprensa, o Ministé-
rio da Educação e Ciência (MEC) não
concretiza, ainda, que tipo de prá-
ticas pretende adoptar. Considera,
de forma geral, que “terão a lucrar
com a experiência alemã” o ensino
profi ssional, que já é oferecido “em
todo o país”, e o vocacional, que é
particularmente recomendado aos
alunos com duas retenções no mes-
mo ciclo ou três retenções em ciclos
diferentes e está em fase de projec-
Educação Graça Barbosa Ribeiro
A orientação profissional precoce, também aplicada em Portugal num projecto-piloto, é criticada por especialistas
Também Luís Capucha, quando
contactado pelo PÚBLICO, frisou
que entidades independentes in-
ternacionais têm apontado críticas
ao modelo alemão. “Ao nível do se-
cundário, teoricamente, é vantajo-
so, mas, como já se provou, uma vez
que o modelo alemão foi introduzido
em Portugal há cerca de 30 anos, o
país não tem um tecido empresarial
sufi cientemente forte e consolidado
para assumir a formação profi ssio-
nal”, analisou.
Sobre o ensino básico, o ex-diri-
gente da ANQ diz “estar provado que
são normalmente encaminhadas
para o profi ssional as crianças com
menos recursos sócio-económicos e,
por isso, com menos apoio”. “Veri-
fi ca-se que também que não há faci-
lidade de transição daqueles alunos
para o ensino regular”, acrescentou,
sublinhando que os dois aspectos
geram “uma situação fl agrante de
falta de equidade”.
O Ministério da Educação (MEC) dei-
xou cair a obrigatoriedade de os pro-
fessores terem 3600 dias de serviço
para se candidatarem à vinculação
extraordinária, mas isso não chegou
para convencer as duas principais
federações de sindicatos. Em causa
– na negociação que prossegue dia
12 — está a situação dos professores
contratados, designação por que são
conhecidos os docentes que, não sen-
do do quadro, são contratados, ano
após ano, para responder a necessi-
dades permanentes do sistema. Na
nova versão da proposta a vinculação
continua a “depender da obtenção
de vaga, sendo a dotação fi xada por
portaria do MEC com a chancela do
ministério de Vítor Gaspar”, contesta
a FNP. Tal como a FNE, esta exige o
vínculo ao quarto contrato.
Proposta de vinculação não agrada a professores
Educação Graça Barbosa Ribeiro
Crato celebrou protocolo com vista a troca de experiências com o Ministério da Educação alemão
16 | PORTUGAL | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
A vacina contra a gripe sazonal
passou este ano a ser gratuita para
todas as pessoas com 65 anos ou
mais, com o objectivo de se atin-
gir a taxa de cobertura pretendida
pela Organização Mundial de Saú-
de (OMS). Contudo, um estudo do
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ri-
cardo Jorge (INSA) indica que só 6%
dos idosos que não foram vacina-
dos (cerca de 60% do total de ido-
sos) apontam o preço como motivo.
Nas conclusões, os autores do es-
tudo salientam que, com base nestes
resultados, é importante “rever as
estratégias de promoção vacinal, fun-
damentalmente nos indivíduos com
65 anos e mais”, já que “é o segundo
ano consecutivo [Inverno 2011/2012]
em que se verifi cou diminuição da
estimativa percentual de vacinados
neste grupo-alvo”.
Os dados surgem quando Portugal
assumiu a meta de 75% de cobertura
da população idosa ou em risco de
complicações para a época 2014/2015
e no primeiro ano em que todas as
pessoas com mais de 65 anos podem
ser vacinadas gratuitamente nos cen-
tros de saúde — o que representa um
investimento do Estado na ordem
dos quatro milhões de euros.
Além deste grupo de risco, as auto-
ridades recomendam a imunização
também aos doentes crónicos, pro-
fi ssionais de saúde e outras pessoas
com profi ssões de risco e pessoas
com idades entre os 60 e os 64 anos.
Ainda assim, estão também disponí-
veis nas farmácias 1,7 milhões de do-
ses para as pessoas que entenderem
vacinar-se, mediante receita médica
e com comparticipação do Estado.
Desvalorização da gripeO problema é que, de acordo com o
estudo do INSA, entre a população
com 65 ou mais anos que não se va-
cinou o principal motivo invocado
foi a “desvalorização/negação da im-
portância da doença (41,4%) e uma
má experiência no passado com a
vacina (21,8%)”. Além disso, quan-
do questionados sobre factores que
poderiam mudar a atitude perante
a vacina, 34,9% responderam que
nada os faria optar pela vacinação e
Só 6% dos idosos não vacinados contra a gripe dizem que o motivo é o preço
SaúdeRomana Borja-Santos
Estudo salienta que o último Inverno foi o segundo consecutivo em que diminuiu o número de idosos que se vacinaram
Paulo Macedo explicou ontem, no Parlamento, orçamento para a Saúde
O ministro da Saúde voltou ontem a
defender que o SNS está protegido
com o Orçamento do Estado para
2013. Porém, não conseguiu con-
vencer a oposição, que insiste estar
perante um “orçamento de risco”.
Na audição das comissões parlamen-
tares da Saúde, Orçamento e Finan-
ças, Paulo Macedo acabou por reco-
nhecer que este OE tem riscos, mas
que “o ponto de partida é melhor
em 2013”.
A propósito da anunciada refun-
dação, confi rmou a aposta na “uni-
versalidade e prestação pública” e
considerou que “o SNS é essencial ao
Estado social”. Entre esclarecimen-
tos sobre as contas da saúde, Macedo
deixou ainda claro que não tenciona
renegociar as parcerias público-pri-
vadas (PPP) que, no caso da saúde,
são ”vantajosas para o Estado”.
A redução da despesa, os valores
da dívida, a prometida reforma da
rede hospitalar, o esforço da raciona-
lização e o perigo do racionamento,
a política do medicamento, os inves-
timentos que ainda faltam fazer, no-
meadamente na área dos cuidados
de saúde primários e continuados,
foram apenas alguns dos temas dis-
cutidos ontem, ao longo de mais de
Ministro da Saúde reconhece que OE para 2013 tem riscos
quatro horas de audição de Macedo.
O ministro limitou-se a repetir o
que tem defendido nos últimos dias
de discussão do OE que destinou pa-
ra a saúde uma verba que ronda os
8 mil milhões de euros. O secretário
de Estado da Saúde, Manuel Teixeira,
trouxe, no entanto, alguns números
novos para o debate. Questionado
sobre as receitas previstas com as
taxas moderadoras, o governante
anunciou que a receita com as ta-
xas moderadoras em 2012 será de
164 milhões de euros, abaixo dos
250 milhões que estavam previstos e
acordados no memorando da troika.
Para 2013, as previsões apontam para
uma receita de 190 milhões de euros,
mantendo-se o “desvio” em relação
ao acordo, que terá de ser compen-
sado com uma redução na despesa.
Ainda na discussão sobre os mi-
lhões a ser gastos, o deputado do
PS Manuel Pizarro questionou o mi-
nistro sobre a alteração no OE que
prevê que a administração central
passe o fi nanciamento das cirurgias
realizadas no âmbito do programa
de recuperação de listas de espe-
ra (SIGIC) para os orçamentos dos
hospitais e que, segundo defendeu,
poderá resultar num agravamento
deste problema. “Quando damos es-
ta responsabilidade aos hospitais, é
para estes poderem ter um maior
controlo da sua produção e produ-
zir mais e não apenas produzir mais à
tarde [no âmbito do SIGIC] do que de
manhã”, respondeu Paulo Macedo.
A excepção desta medida é feita ape-
nas para os hospitais que funcionam
em PPP, como é caso dos hospitais de
Braga e Cascais. Paulo Macedo admi-
tiu que as PPP têm merecido um “tra-
tamento desigual” que as favorece,
mas deixou claro que não tenciona
renegociar estes contratos. “Tenho
os privados a quererem negociar as
PPP e até a quererem dar-mas”, disse.
Insistindo que a sustentabilidade
do SNS “ainda não está assegurada”,
disse que, em 2013, a Saúde entrará
com uma posição “mais equilibrada,
depois do pagamento de quase dois
milhões de euros de dívidas”. E dei-
xou antever que este ano o défi ce dos
hospitais terá um “valor muito mais
baixo” do que em anos anteriores,
mas não disse quanto. Também não
explicou como, após 2000 milhões
de euros saldados este ano, será feito
o pagamento do resto da dívida.
DANIEL ROCHA
Parlamento Andrea Cunha Freitas e Alexandra CamposPaulo Macedo revela que privados querem renegociar parcerias público-privadas e até devolvê-las
Os cheques-dentista, suspensos em Outubro e que deverão ser retomados em Janeiro, registaram
uma taxa de utilização de 99,9% entre as crianças e jovens e de 94,9 entre as grávidas. O secretário de Estado adjunto da Saúde, Fernando Leal da Costa, sublinhou ontem o sucesso desta medida na discussão na especialidade do OE para 2013. Leal da Costa destacou ainda os resultados da campanha de vacinação da gripe sazonal, que, segundo precisou, envolviam este domingo 436.086 pessoas, superando todas as expectativas.
As vacinas e os cheques-dentista
34,6% afi rmaram que só tomariam
se um médico recomendasse.
Contactado pelo PÚBLICO, o
director-geral da Saúde garantiu
que todos estes dados estão a ser
acompanhados, mas que a Direcção-
Geral da Saúde “mantém a meta de
conseguir ter pelo menos 60% desta
população vacinada neste ano e 75%
para o ano”. Quanto a estratégias,
Francisco George disse que a aposta
continuará a passar por dinamizar
“iniciativas junto dos cidadãos”,
alertando ainda que é quando as
semanas frias coincidem com a ac-
tividade gripal que surgem os piores
cenários.
2400 mortos por anoA vacinação contra a gripe é funda-
mental para prevenir a doença e a
transmissão. A gripe é a principal do-
ença do adulto prevenível pela vaci-
nação e, no nosso país, esta infecção
é responsável por milhares de inter-
namentos hospitalares e centenas de
óbitos. Na Europa estima-se que o
excesso médio de óbitos associados
à gripe seja de 40 mil por época. Em
Portugal a média ao longo de várias
épocas foi de cerca de 2400 óbitos.
A gripe é uma infecção aguda
viral provocada pelo vírus Infl uen-
za, que afecta sobretudo o sistema
respiratório. No adulto, o quadro
clínico típico caracteriza-se pelo
aparecimento súbito de mal-es-
tar geral, febre, dores muscula-
res e nas articulações, arrepios,
dor de cabeça e corrimento nasal.
O estudo Vacinação antigripal da
população portuguesa na época 2011-
2012: Cobertura e características do
acto vacinal, de Baltazar Nunes e Ma-
ria João Branco, recorreu a inquéri-
tos para recolher informação rela-
tiva à iniciativa da vacinação, local
onde foi feita, data e atitude perante
a vacina. Assim, foram feitos telefo-
nicamente entre Março e Abril deste
ano 821 questionários válidos numa
amostra de mais de mil lares, o que
corresponde a uma taxa de resposta
de 76,9%. Dentro da amostra, no úl-
timo Inverno foram vacinadas 16,4%
das pessoas, o que representa uma
quebra em relação a 2010/2011, ano
em que foram vacinados 17,5% dos
inquiridos. Nas pessoas com 65 ou
mais anos, a taxa foi de 43,4%, contra
48,3% no ano anterior. A vacinação
sazonal ocorreu, quase totalmente,
até fi nal de Novembro (97,6%), fun-
damentalmente, por indicação do
médico de família (55,8%). Para se
vacinar, a população utilizou mais
frequentemente a farmácia (55,1%)
seguida do centro de saúde (21,2%).
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | LOCAL | 17
Câmara quer vender prédios que serão pagos só depois de reabilitados
O município de Lisboa vai pôr à venda cerca de duas centenas de edifícios degradados. Os compradores podem pagar só depois de efectuarem as obras de recuperação indicadas pela autarquia
PEDRO CUNHA
A Câmara de Lisboa vai vender edifícios para reabilitação na Rua da Madalena, por exemplo
A Câmara de Lisboa vai colocar
à venda 80 edifícios ao abrigo do
programa Reabilita Primeiro, Paga
Depois. Nos próximos anos esse nú-
mero deverá ser acrescido de mais
duas ou três centenas. A novidade
deste programa reside no facto de
os compradores, em troca da reali-
zação de obras de reabilitação defi ni-
das pela autarquia, poderem pagar o
valor dos prédios apenas no fi nal do
prazo contratualizado para fazerem
as obras. A câmara espera obter, no
fi nal do processo, uma receita da or-
dem dos 160 milhões de euros.
“Nesta primeira fase temos já 60
edifícios na cidade de Lisboa e até ao
fi nal do ano contamos ter mais 20.
Ao longo dos próximos anos preten-
demos colocar mais, num universo
de 200 edifícios que temos neste
momento”, afi rma o presidente da
Câmara de Lisboa, António Costa. Os
edifícios já disponíveis, espalhados
por toda a cidade, encontram-se de-
volutos e variam em área e número
de fracções habitacionais e comer-
ciais. O valor a cobrar pelo municí-
pio dependerá da localização, área
e estado de conservação.
De acordo com a câmara, a inicia-
tiva destina-se a “investidores priva-
dos, colectivos, nacionais e interna-
cionais”, sendo os imóveis vendidos
na sua totalidade. Isto é: quem quiser
adquirir apenas um apartamento, só
o poderá fazer se o prédio tiver uma
única habitação.
O programa pretende estimular a
reabilitação urbana, prorrogando o
pagamento do imóvel adquirido à câ-
mara por um prazo que, em média,
não deverá ultrapassar os três anos
– dois para aprovação do projecto e
realização das obras e um para co-
mercialização do imóvel.
O site do programa apenas disponi-
biliza, para já, informações sobre as
áreas, número de pisos, localização e
estado de conservação dos edifícios,
sendo possível efectuar pesquisas
por zonas e freguesias. Neste mo-
mento não estão ainda disponíveis
os valores de venda.
“A Câmara de Lisboa é um grande
senhorio, um dos maiores senhorios
da cidade e nem sempre um bom
senhorio. Temos muito património,
nem sempre o conservamos e trata-
mos como deve ser”, salienta a vere-
adora da Habitação, Helena Roseta.
Dos 320 mil fogos habitacionais que
existem em Lisboa, 26 mil perten-
cem à autarquia. Deste total, 23 mil
localizam-se em bairros municipais
construídos para a população caren-
ciada, estando os restantes dispersos
pela cidade, com uma forte concen-
tração em zonas históricas.
Helena Roseta afi rma que entre o
dinheiro que a câmara recebe de ren-
das e o que gasta em conservação, se
não se fi zer nada, daqui a 10 anos o
município terá “um saldo negativo
de 500 milhões de euros”. A verea-
dora nota, contudo, que a autarquia
tem “a faca e o queijo na mão”, po-
dendo inverter esta tendência. “Se
estes novos programas puderem ser
realizados, os cálculos apontam para
um fl uxo de caixa anual que pode
chegar aos 20 milhões de euros. Ao
fi m de 10 anos podemos conseguir
um valor anual líquido que pode atin-
gir os 160 milhões de euros”, afi rma.
Para facilitar a concessão de em-
préstimos aos investidores que irão
comprar e recuperar estes edifícios,
a câmara assinou ontem um proto-
colo de intenções com o sector ban-
cário. As condições de acesso ao cré-
dito não estão, no entanto, defi nidas
no protocolo e serão analisadas caso
a caso, tendo em conta as especifi -
cidades de cada uma das obras e de
cada cliente.
António Costa afi rma que este pro-
tocolo serve para auxiliar a compra,
feita por pagamento diferido, e que
as obras terão um IVA reduzido a seis
por cento. O presidente da Associa-
ção Portuguesa de Bancos, Faria de
Oliveira, adiantou que à banca “com-
pete analisar, em função dos poten-
ciais compradores, a sua capacidade
fi nanceira”, não havendo condições
especiais de crédito para o efeito.
LisboaLiliana Pascoal Borges
Reabilitar o centro de Lisboa
Maioria dos imóveis está no centro histórico
Dos 60 imóveis já disponíveis para venda nesta primeira fase, a grande maioria localiza-se no centro
histórico da cidade, com um total de 36 edifícios. O programa pretende não só impulsionar a reabilitação do património edificado, como estimular o mercado de arrendamento habitacional e comercial, combatendo igualmente a desertificação de muitas zonas de Lisboa.
Entre os imóveis cujas fotos estão disponíveis no site http://rehabitarlisboa.cm-lisboa.
pt/ encontra-se o prédio com os números 129-137 da Rua da Madalena. O edifício, com um área bruta de 1257 metros quadrados, dispõe de cinco pisos, sótão e cave. Os usos permitidos são habitação, empreendimentos turísticos, comércio e serviços. A freguesia de Santo Estêvão é das que dispõe de mais imóveis camarários para venda, num total de sete. De acordo com o site da câmara, o Reabilita Primeiro e Paga Depois só entrará em vigor depois da sua aprovação pela Assembleia Municipal.
18 | LOCAL | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Destino dos carros apreendidos é muitas vezes a sucata
O Tribunal de Benavente condenou
o Estado a pagar 177 mil euros a um
stand de automóveis por lhe devolver
num estado de completa degradação
56 viaturas que tinham sido apreen-
didas à ordem de um processo judi-
cial. As viaturas estiveram abando-
nadas entre Julho de 2008 e Agosto
de 2010 — de acordo com a sentença
citada pela agência Lusa — “no meio
de erva de cerca de um metro de al-
tura” e com “ninhos de rato nos mo-
tores”, num terreno pertencente à
Câmara de Lisboa.
O local, situado na zona do Vale do
Forno, freguesia de Carnide, é utili-
zado há vários anos para depósito
de centenas de viaturas apreendidas
pelas autoridades e que ali permane-
cem, a céu aberto, podendo conta-
minar os solos e contribuindo para
a proliferação de roedores.
Passados dois anos sobre a retirada
dos veículos, depois de o proprietá-
rio ter sido ilibado no processo em
causa, a Lusa constatou que o cená-
rio se mantém. No local, delimitado
por um muro, permanecem centenas
de viaturas, muitas em avançado es-
tado de degradação.
“Acaba por ser uma lixeira a céu
aberto. É um foco de insalubridade
onde proliferam insectos e roedores,
representando claros riscos para a
saúde pública”, alertou ontem o pre-
sidente da Associação Portuguesa de
Médicos de Saúde Pública. Mário
Estado condenado a indemnizar dono de carros apreendidos
Jorge Santos chamou igualmente a
atenção para o problema de escor-
rerem óleos, combustíveis e ácidos
das baterias para os solos.
“Esses líquidos podem misturar-se
com os cursos de água, os quais po-
derão servir para consumo humano
ou para rega. Com a contaminação
da terra e das hortas as pessoas aca-
bam por ingerir produtos contamina-
dos com metais pesados ou outros.
É uma situação que merece um es-
tudo”, defendeu o médico.
“Estas viaturas estão há anos à chu-
va, o que leva os óleos, os ácidos e
outros líquidos a infi ltrarem-se na
terra e a gerar a contaminação dos
solos. O óleo é um poluente perigoso,
que torna a descontaminação dos so-
los difícil”, afi rmou Rui Berkemeier,
dirigente da Quercus.
O presidente da Junta de Freguesia
de Carnide referiu que o parque “não
dignifi ca a cidade nem a freguesia”.
Paulo Quaresma adiantou que nas
proximidades existem hortas com
alguns poços, alertando para o risco
de contaminação.
Numa resposta escrita enviada à
Lusa, o Ministério da Administração
Interna (MAI) declina responsabilida-
des sobre o parque do Vale do Forno
e de um outro em Telheiras. “A câma-
ra é a proprietária dos referidos espa-
ços, estando à sua responsabilidade a
manutenção dos mesmos. À PSP ca-
be a responsabilidade de protecção e
de vigilância dos espaços e dos bens
neles depositados”, afi rma.
“Quem tem de guardar e tratar dos
carros não é a câmara, mas sim quem
os põe lá. Com aquilo tudo ocupa-
do, com viaturas em cima umas das
outras, como querem que se faça
a manutenção?”, responde José Sá
Fernandes, vereador do Ambiente
na Câmara de Lisboa.
PAULO PIMENTA
Dois homens armados e encapuza-
dos conseguiram roubar mais de
100 mil euros de uma dependên-
cia bancária, ontem de manhã em
Évora. Ameaçado com um arma de
fogo, um dos seis funcionários que
se encontravam então no banco San-
tander Totta da Avenida Dinis de Mi-
randa foi forçado a abrir o cofre e
uma caixa multibanco, informa um
comunicado do comando distrital
da PSP de Évora.
A nota refere que foi roubado um
“montante avultado”, tendo o chefe
Jorge Santos, da PSP de Évora, adian-
tado que os assaltantes levaram mais
de 100 mil euros. Uma fonte da Polí-
cia Judiciária, que está a investigar o
caso, explicou que o valor roubado
é muito superior ao normal, porque
os assaltantes, além de levarem o di-
nheiro que estava com os caixas do
banco, foram ao cofre e a uma caixa
multibanco. O responsável afi rma
que este é o primeiro assalto com
este modo de actuação, que conside-
rou muito arriscado para os assaltan-
tes, já que implica uma permanência
grande na agência, neste caso mais
de 20 minutos.
Enquanto o colega reunia o di-
nheiro, o outro assaltante mantinha
os restantes funcionários e mais seis
clientes encostados a um vidro, que
dava para o exterior, sob a ameaça
de outra arma. Antes de fugirem
num carro cinzento-escuro, os dois
suspeitos fecharam funcionários e
clientes numa casa de banho. A via-
tura tinha uma matrícula falsa que ti-
nha sido furtada de um outro veículo
de passageiros, em Estremoz, no dia
anterior. O chefe Jorge Santos afi rma
que não tem memória de um assalto
a um banco em Évora. Acrescenta
que, neste caso, o alarme da depen-
dência não chegou a ser accionado.
Foi um funcionário do banco que
acabou por dar o alerta do roubo
por volta das 9h50. Os assaltantes,
que falavam entre si com uma pro-
núncia afrancesada, tinham a cara
tapada e usavam peruca.
Contactado pelo PÚBLICO, o gabi-
nete de comunicação do Santander
Totta recusou-se a fazer comentários
sobre o caso.
Os vimaranenses foram surpreen-
didos, quando chegaram aos quios-
ques no fi nal da semana passada.
Em vez dos quatro semanários ha-
bituais, nos escaparates encontra-
ram apenas dois. Notícias de Gui-
marães e Expresso do Ave viram-se
obrigados a suspender a publicação
por problemas económicos. No ano
em que as atenções mediáticas es-
tão voltadas para a Guimarães 2012
Capital Europeia da Cultura, a cri-
se da imprensa atacou em força na
cidade.
Apesar da coincidência na data,
o fi m da publicação destes jornais
acontece em circunstâncias dife-
rentes. O Expresso do Ave já tinha
anunciado, na semana passada, a
suspensão da edição, enquanto o
fi m do Notícias de Guimarães acon-
teceu sem aviso prévio aos leitores. A
contas com difi culdades fi nanceiras
e dívidas a várias entidades, a direc-
ção comunicou aos trabalhadores,
no início da semana passada, que o
jornal, que custava 70 cêntimos, já
não sairia na sexta-feira.
Apesar dos contactos feitos, não
foi possível chegar à fala com ne-
nhum dos elementos da administra-
ção da empresa liderada por Maria
do Carmo Dias de Castro, que é tam-
bém directora. Porém, na redacção
ninguém esconde o que se está a
passar. “O jornal não saiu esta sema-
na, porque vai fechar”, informa uma
das secretárias pelo telefone. Chega
assim ao fi m um dos históricos peri-
ódicos locais, que há dois anos era
líder de audiência no concelho e o
segundo semanário regional mais
lido no distrito de Braga, mantendo
uma tiragem de 5000 exemplares.
O Notícias de Guimarães foi fundado
há 80 anos por Antonino Dias Pinto
de Castro, que o dirigiu quase até à
sua morte, em 2008.
O Expresso do Ave, que saía à quar-
ta e custava 80 cêntimos, era mais
recente e tinha menos expressão na
cidade, com tiragens de 3000 exem-
plares. Mas foi também por difi cul-
dades fi nanceiras que chegou ao
fi m, com dívidas a fornecedores e
aos jornalistas, que há dois meses
não recebiam o salário.
Assalto a banco rendeu mais de 100 mil euros
Guimarães ficou sem metade dos jornais
Segurança Mariana Oliveira
ImprensaSamuel Silva
Ambiente
Assaltantes retiraram dinheiro do cofre e de caixa multibanco. Assalto durou mais de 20 minutos, mas alarme não foi accionado
Notícias de Guimarães e Expresso do Ave não resistiram à crise e já não saíram para as bancas na semana passada
Abandono e degradação de 56 veículos apreendidos, e depois devolvidos por ordem do tribunal, custa 177 mil euros ao Estado
Breves
Madeira
Lisboa
Moita
Fortes chuvas provocam seis feridos
Miguel Graça Moura conhece sentença em Dezembro
Edifício comprado para posto da GNR está ao abandono
O temporal registado na madrugada de segunda-feira na Madeira provocou seis feridos. Dois deles deram entrada no hospital central do Funchal com suspeita de traumatismos cranianos. O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais madeirense, que se deslocou à Ribeira da Janela, uma das zonas mais afectadas pela forte precipitação, disse que foi necessário realojar 13 pessoas no lar do Porto Moniz.
O maestro Miguel Graça Moura, acusado de uso indevido de dinheiros públicos e falsificação de documentos, vai conhecer a sentença a 17 de Dezembro. As alegadas irregularidades são do período 1992-2003, quando foi presidente da entidade pública que gere a Orquestra Metropolitana de Lisboa. O maestro gastou 720 mil euros em “despesas pessoais vergonhosas e inacreditáveis”, diz a acusação.
O deputado José Luís Ferreira, do grupo parlamentar Os Verdes, questionou o Governo sobre um edifício adquirido em 2008 para receber um posto da Guarda Nacional Republicana na Moita e que está ao abandono. Luís Ferreira lembrou que a Câmara da Moita está disponível para ceder terrenos com vista à construção, de raiz, de uma esquadra para a PSP e de um quartel para a GNR.
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | ECONOMIA | 19
Nova lei abre a porta à extinção de empresas públicas defi citárias
Proposta do Governo admite encerramento de empresas que apresentem resultados negativos durante três anos. Finanças passam a ter um representante na administração com direito de veto sobre as decisões
RUI GAUDENCIO
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, passará a ter ainda mais controlo sobre as empresas do Estado com a nova lei proposta pelo Governo
A lei do Sector Empresarial do Esta-
do, que o Governo submeteu na sex-
ta-feira ao Parlamento, abre a porta
à extinção de empresas públicas que
acumulem resultados negativos du-
rante três anos. As Finanças ganham
novos poderes na fi scalização destas
entidades, passando a ter na admi-
nistração um representante com di-
reito de veto sobre todas as decisões
de natureza fi nanceira.
Este novo regime jurídico, uma
das promessas feitas pelo executivo
à troika, estabelece que os adminis-
tradores de empresas que “apresen-
tem capital próprio [diferença entre
o activo e o passivo] negativo por um
período de três exercícios económi-
cos consecutivos” serão obrigados a
apresentar soluções ao Estado num
prazo de 90 dias após a apresentação
das contas do terceiro ano.
Essas soluções podem passar por
“medidas concretas destinadas a su-
perar a situação defi citária” ou pela
“extinção” da empresa, refere a pro-
posta de lei. A primeira hipótese só
será considerada válida caso se con-
siga comprovar “com razoável pro-
babilidade a sua viabilidade econó-
mica”, acrescenta-se no documento,
que, de acordo com o memorando
de entendimento, deveria ter entra-
do no Parlamento em Julho.
Qualquer que seja o caminho su-
gerido pelo conselho de administra-
ção das empresas defi citárias, ne-
nhuma decisão poderá ser tomada
sem o parecer prévio do Ministério
das Finanças, nomeado na proposta
como “titular da função accionista”.
E a solução apresentada terá de ser
acompanhada por “um estudo de-
monstrativo do interesse e viabilida-
de da operação pretendida”.
O reforço do poder da tutela de
Vítor Gaspar fi ca claro na nova lei,
aprovada em Conselho de Ministros
no fi nal de Agosto. Além de passar a
controlar todos os planos de activi-
dades, orçamentos e despesas, o mi-
nistério terá um assento de peso na
gestão das empresas do Estado.
O regime jurídico defi ne que “o
conselho de administração das em-
presas públicas integra sempre um
elemento designado ou proposto pe-
lo membro do Governo responsável
pela área das Finanças, ao qual as-
siste direito de veto sobre quaisquer
operações em matéria fi nanceira”.
No conselho fi scal, que terá um
parecer decisivo na aprovação de
operações de fi nanciamento e de
negócios mais relevantes, haverá um
representante da Direcção-Geral do
Tesouro e Finanças, que também in-
tegra a tutela de Vítor Gaspar.
Nova unidade de controloAlém do reforço do controlo por par-
te das Finanças, o Governo pretende
criar um novo organismo que terá
como missão fi scalizar as contas das
empresas do Estado. Trata-se da Uni-
dade Técnica de Acompanhamento
e Monitorização do Sector Público
Empresarial, que terá um vasto con-
junto de poderes.
Caber-lhe-á, por exemplo, a ava-
liação do cumprimento dos planos e
objectivos traçados pelos administra-
dores destas entidades, bem como a
detectação de práticas que não sigam
as orientações da nova lei. Além dis-
so, será necessário um parecer desta
comissão para criar novas empresas
públicas, alienar ou adquirir partici-
pações empresariais.
Com o poder das Finanças e a cria-
ção desta unidade técnica, os ministé-
rios sectoriais pouco terão a dizer so-
bre a gestão das empresas do Estado.
O regime jurídico atribui-lhes a defi -
nição das políticas orientadoras, o
controlo da operação e da prestação
de serviço público, mas esclarece que
as suas propostas terão de ser aprova-
das pela tutela de Vítor Gaspar.
A nova lei, que abrange também
as empresas municipais, será agora
debatida, em sede da Comissão de
Orçamento e Finanças. A intenção
é que entre em vigor 60 dias após a
publicação em Diário da República.
As empresas terão 180 dias para se
adaptarem às novas regras.
Empresas públicasRaquel Almeida Correia
Tolerância zero ao endividamento
Empresas públicas vão ter limitações ao crédito
O recurso ao endividamento vai ficar condicionado com a nova lei que o Governo submeteu ao
Parlamento. As empresas com capitais próprios negativos só terão acesso a financiamento mediante autorização da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças. Mas as limitações estendem-se às restantes entidades do sector empresarial público, já que todas as operações de crédito com prazos superiores a um ano e derivados financeiros sobre taxas de juro ou de câmbio vão
depender do aval da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Além disso, as empresas públicas reclassificadas, que contam para o défice, vão ficar impedidas de contrair financiamento bancário. O novo regime jurídico estabelece que este universo, que inclui por exemplo a RTP, a Estradas de Portugal e a Refer, fique confinado a recorrer aos créditos do Tesouro. O Governo quer ainda obrigar todas as empresas a comunicar ao IGCP as operações que contratam, num prazo de 30 dias.
20 | ECONOMIA | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Autoridade vai passar a ter mais autonomia funcional
A Autoridade de Segurança Alimen-
tar e Económica (ASAE) vai passar a
controlar todo o processo de instru-
ção e aplicação de multas nos casos
de vendas abaixo do preço de custo e
outras práticas restritivas do comér-
cio que, actualmente, são responsa-
bilidade da Autoridade da Concor-
rência (AdC). Esta é, pelo menos, a
intenção dos Ministérios da Econo-
mia e da Agricultura que, no âmbito
da Plataforma de Acompanhamento
das Relações na Cadeia Agro-Alimen-
tar (PARCA), fi zeram chegar a todos
os intervenientes a proposta de um
novo regime jurídico.
O decreto-lei, que foi analisado
pelos representantes da indústria
agro-alimentar, pequeno comércio,
grande distribuição e produtores,
retira poder ao regulador da con-
corrência, mas permite à ASAE ter
mais autonomia.
Quando em Maio a cadeia de su-
permercados Pingo Doce, detida pe-
lo grupo Jerónimo Martins, lançou
a campanha inesperada de 50% de
desconto em quase todos os produ-
tos, a ASAE detectou incumprimento
da lei que regula as vendas com pre-
juízo. Depois de analisar centenas de
documentos, entregou o processo à
AdC e a decisão do regulador só foi
conhecida em Agosto. O Pingo Doce
foi condenado a pagar uma coima de
Governo quer ASAE a controlar as multas por vendas abaixo do preço de custo
29.927,88 euros, valor máximo defi -
nido por lei, a que se somaram 250
euros por custas com o processo. Em
causa estavam 15 contra-ordenações,
contudo, a Jerónimo Martins impug-
nou a decisão “por ter fundamento
para isso”, disse na altura fonte ofi -
cial da empresa.
Os processos de venda com preju-
ízo estão a aumentar desde o início
do ano. Já em Janeiro, a ASAE apre-
endeu 425 mil litros de leite vendidos
no Continente, do grupo Sonae (do-
no do PÚBLICO) e no Pingo Doce por
estarem a ser comercializados abaixo
do preço de custo. Pouco depois, fo-
ram detectados indícios noutros arti-
gos, a maioria incluídos num folheto
promocional da cadeia Continente.
Contas feitas, a lista fi nal entregue à
AdC ultrapassou os 70 produtos.
O novo regime jurídico, a que o
PÚBLICO teve acesso, responde ain-
da a um pedido repetido por fornece-
dores, indústria e pelas próprias au-
toridades de fi scalização: o aumento
das coimas a aplicar nas práticas de
vendas com prejuízo.
É que, além da morosidade, o re-
sultado fi nal destes processos resu-
me-se a uma contra-ordenação que
não ultrapassa os 14.963 euros. As
multas estão sujeitas à aplicação de
cúmulo jurídico quando em causa
está mais do que um artigo. E, nes-
tes casos, não chegam aos 30 mil
euros, valor que o próprio inspec-
tor-geral da ASAE, António Nunes,
considerou “insufi ciente”.
Os valores máximos agora propos-
tos pelo Governo são 83 vezes supe-
riores aos da actual lei: 2,5 milhões
de euros nas contra-ordenações pra-
ticadas por grandes empresas (as
que têm mais de 250 trabalhadores
e mais de 50 milhões de volume de
negócios). Quanto mais pequena for
a empresa que cometer a infracção,
menos paga: os micronegócios in-
correm numa multa máxima de 50
mil euros.
A mesma lógica subsiste nas altera-
ções aos prazos legais de pagamento
aos fornecedores, que encurtam de
60 para 30 dias. Só são abrangidos
pequenos fornecedores e organiza-
ções de produtores.
ComércioAna Rute Silva
Proposta de decreto-lei prevê retirada de poderes à Autoridade da Concorrência nos casos de más práticas comerciais
2,5As multas por vendas com prejuízo praticadas por grandes empresas aumentam para 2,5 milhões de euros. O valor mínimo a cobrar é de 5 mil euros
Nuno Amado conta com “ano difícil” em 2013
O BCP registou nos primeiros nove
meses do ano resultados negativos
históricos, de 796,3 milhões de eu-
ros, valor que se cifrará, no fi nal do
ano, em 900 a mil milhões de euros.
O regresso aos lucros só é espera-
do em 2014, com 2013 a ser um ano
“muito difícil”, segundo os respon-
sáveis do banco.
As contas trimestrais foram di-
vulgadas horas depois de a actual
gestão ter arrancado com o proces-
so de rescisões amigáveis transver-
sal ao grupo e que abrangerá 600
trabalhadores dos vários escalões
da actividade, além de muitos di-
rectores. O grupo a dispensar pela
equipa de Nuno Amado começou a
receber, logo pela manhã, por cor-
reio electrónico, convites para ini-
ciar conversações com vista a um
despedimento amigável.
Durante a apresentação das con-
tas trimestrais, o presidente do BCP
falou sobre o tema: “Estamos a fa-
zer tudo o que é possível para não
entrarmos num processo de des-
pedimento colectivo”, ainda que
“com sacrifício dos accionistas”,
que irão pagar “mais 50% do que
o valor da base legal” previsto para
indemnizações.
“A nossa intenção é que os acor-
dos sejam amigáveis e fiquem
concluídos no prazo de um mês,
mesmo que apenas entrem em vi-
BCP com prejuízo histórico de 796,3 milhões de euros
gor no próximo ano, pois, quanto
mais longo for este processo, mais
desgastante será para todos”, de-
fendeu o responsável.
Na perspectiva do banqueiro, o
plano de despedimento “é justo,
correcto e equilibrado” e ainda “ra-
zoável”. “Esperamos uma elevada
adesão”, observou. Em simultâneo,
serão encerradas 40 sucursais este
ano, metade das quais já têm o pro-
cesso em curso.
No contexto deste programa de
reestruturação, o banqueiro prevê
poupar, em 2013, mais de 30 mi-
lhões de euros com a redução de
pessoal e 50 milhões com cortes nos
gastos administrativos. “São objec-
tivos muito importantes e, por is-
so, vamos cumpri-los.” Em 2011, os
custos com pessoal foram de 545
milhões de euros; já os administra-
tivos situaram-se em 319 milhões de
euros.
Na conferência de imprensa, onde
revelou prejuízos trimestrais históri-
cos, de 796,3 milhões de euros (um
lucro de 97,6 milhões no mesmo
período de 2011), Amado explicou
o mau desempenho pelo registo de
imparidades para perdas estimadas
e pela operação na Grécia que gerou
um resultado negativo de 531,6 mi-
lhões de euros ( já as operações pola-
cas, angolana e moçambicana gera-
ram um lucro de 174,2 milhões).
Amado concluiu que os “próxi-
mos trimestres serão particular-
mente difíceis”, período em que as
“prioridades” da instituição “serão
o capital e a liquidez”. No fi nal de
Setembro, o BCP apresentava um
rácio core tier 1 de 12,8% de acordo
com o critério do Banco de Portu-
gal e de 10,3% segundo os padrões
da autoridade bancária europeia
(EBA).
PEDRO CUNHA
Banca Cristina Ferreira
Imparidades para perdas e operação na Grécia penalizaram as contas do grupo, que iniciou processo de rescisões
Breves
Redução de 50%
Balanço
Eléctricas recebem menos por cobrar taxa do audiovisual
Exportações para a China continuam em bom ritmo
O Governo vai diminuir para metade o valor da compensação atribuída às empresas comercializadoras de electricidade pela cobrança da contribuição audiovisual — que é agregada na factura da luz. As receitas obtidas por esta via servem para o Estado financiar o serviço público de radiodifusão e de televisão. A situação de emergência nacional que o país vive é a razão invocada para proceder a este corte de 50% na compensação, que assim passa dos actuais 0,066 euros para apenas 0,033 euros por cada cobrança realizada pelas eléctricas. A contribuição para o audiovisual é, este ano, de 2,25 euros por mês, acrescidos de IVA à taxa de 6%. O Orçamento do Estado para 2013 mantém o valor.
As exportações portuguesas para a China aumentaram 45,8% nos primeiros nove meses de 2012, para cerca de 940 milhões de euros, mais do que em todo o ano anterior. “Houve um ligeiro abrandamento em Setembro, mas os números continuam a ser animadores”, comentou o embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares. As importações portuguesas da China diminuíram, entretanto, 12,8%, para 1,466 mil milhões de euros. Em 2011, as exportações portuguesas para o gigante asiático cresceram 54,1% em relação ao ano anterior, para 781,1 milhões de euros, o que colocou a China entre os dez maiores mercados de Portugal, numa subida de mais de vinte lugares em relação a 2000.
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | ECONOMIA | 21
A produção da construção vai con-
tinuar a cair em 2012, segundo um
estudo da consultora DBK, que pre-
vê uma quebra de 9% para este ano
e estima que o sector só recupere a
partir de 2014.
Se este valor se confi rmar, isso
signifi ca que o sector da constru-
ção, em crise acentuada há vários
anos, irá registar um recuo na pro-
dução de cerca de 1500 milhões de
euros.
O estudo sublinha que a deterio-
ração desta actividade acentuou-se
em 2011, ano em que se registou
uma descida da produção de 9,4%,
mantendo-se a tendência de baixa
no biénio 2012/2013.
A DBK antecipa também “uma
contracção signifi cativa” do mer-
cado de construção residencial,
baseando-se na quebra no número
de licenças concedidas para a cons-
trução de novos fogos em 2011 e nos
primeiros meses de 2012.
A construção de edifícios dimi-
nuiu 10,5% no ano passado, sendo
a construção residencial o segmen-
to que teve pior desempenho, com
uma produção de 4326 milhões de
euros, reduzindo a sua quota em
26,9% sobre o total. Os receios de
agravamento da crise e o aperto do
crédito por parte da banca estão
na base deste desempenho mais
negativo.
A consultora DBK prevê que, no
decurso deste ano, a construção
não residencial registará igualmen-
te uma evolução negativa devido à
redução dos novos projectos para
edifícios privados.
A actividade de engenharia civil,
que caiu 2,2% em 2011, aproximan-
do-se dos 7700 milhões de euros,
será penalizada pelos ajustamentos
orçamentais da administração do
Estado, porque trabalha essencial-
mente para os grandes projectos de
obras públicas.
O estudo salienta que “a curto
e médio prazo irá intensifi car-se a
tendência de internacionalização
do sector”, apontando o défi ce de
infra-estruturas em países em de-
senvolvimento como uma oportu-
nidade para as construtoras portu-
guesas. Lusa
Negócio da construção vai cair 1500 milhões
Indústria
Consultora DBK prevê quebra da facturação de 9% este ano e perspectiva recuperação do sector apenas para 2014
NÉLSON GARRIDO
A concessão da exploração dos portos é a única operação quantificada até agora: 277 milhões de euros
A Unidade Técnica de Apoio Orça-
mental (UTAO) identifi cou algumas
discrepâncias nas previsões do Go-
verno para as contas públicas em
2013, que sugerem que o executivo
poderá ter deixado a porta aberta a
medidas temporárias, como a venda
de concessões. Contudo, estas não
estão registadas como tal, nem quan-
tifi cadas. Ou seja, o défi ce estrutural
previsto pelo executivo poderá ser
maior.
O alerta consta da versão fi nal da
análise à proposta do Orçamento do
Estado (OE) de 2013, a que o PÚBLI-
CO teve acesso. Neste documento, os
técnicos do Parlamento responsáveis
pelo acompanhamento da execução
orçamental começam por referir que
o montante de “outras despesas de
capital” irá reduzir-se para metade
(de 1129 milhões de euros este ano
para 566 milhões de euros em 2013),
sem que haja no OE qualquer expli-
cação para essa evolução.
“Apesar de, em contas nacionais,
a receita proveniente de determina-
das operações (como, por exemplo,
a venda de concessões) ser abatida
às ‘outras despesas de capital’, o Mi-
nistério das Finanças não identifi cou
a existência de quaisquer medidas
temporárias relativas a 2013”, refere
a UTAO. Ou seja, para fazer os seus
cálculos, os técnicos do Parlamento
apenas tiveram em conta medidas
temporárias com impacto naquela
rubrica da despesa relativas a 2012:
a concessão da gestora aeroportuá-
ria ANA e o leilão de frequências de
quarta geração móvel.
A UTAO salienta, contudo, que
na proposta do OE 2013, o Governo
está a prever algumas concessões.
É o caso da CP Carga (onde se re-
fere “privatização ou concessão”),
a concluir até ao fi nal do primeiro
semestre do próximo ano.
Além disso, irá avançar-se com a
concessão da operação dos transpor-
tes urbanos de Lisboa e Porto, de-
pois de concluída a reestruturação
das empresas públicas associadas,
ou seja, a Metro de Lisboa, Carris,
STCP e Metro do Porto. A única con-
cessão quantifi cada até ao momento,
referem os técnicos do Parlamento,
Técnicos do Parlamento temem défice estrutural maior por causa de concessões
receitas extraordinárias que os Es-
tados obtenham.
No orçamento, o Governo está a
prever um défi ce estrutural equi-
valente a 2,4% do Produto Interno
Bruto (PIB), enquanto que o défi ce
orçamental global será de 4,5%. A
justifi car esta diferença está apenas
o efeito da componente cíclica, e não
medidas temporárias ou extraordi-
nárias. Ou seja, se o Governo vier a
registar as concessões previstas para
2013 como medidas one-off , o défi ce
estrutural será maior.
O défi ce estrutural é particular-
mente importante, visto que é o
indicador mais utilizado para veri-
fi car qual o esforço de contenção
orçamental que um país realiza. Na
sequência do pacto orçamental as-
sinado no ano passado, Portugal e
os outros países europeus fi caram,
aliás, comprometidos a manter o sal-
do estrutural próximo do equilíbrio,
o que signifi ca que, no máximo, o
défi ce estrutural poderá chegar aos
0,5% do PIB.
No entanto, as operações de con-
cessão previstas para 2013 podem
não mexer apenas com o défi ce es-
trutural, mas também com o défi ce
global, à semelhança do que poderá
ocorrer este ano com a operação da
ANA. O gabinete de estatísticas euro-
peu, o Eurostat, já se mostrou contra
o registo desta concessão, o que le-
varia o Governo a falhar a meta do
défi ce de 5% prevista para 2012.
Finanças públicasAna Rita Faria
UTAO sugere que Orçamento de Estado para 2013 abre a porta a medidas temporárias, mas sem as quantificar
é a da exploração dos portos, que,
segundo informação do Ministério
das Finanças, deverá trazer um en-
caixe de 277 milhões de euros — isto
em contabilidade pública (ou seja,
numa óptica de caixa, diferente da
óptica de contabilidade nacional,
que conta para Bruxelas).
Segundo a UTAO, estas operações
de concessão em 2013 “também po-
derão dar origem a medidas tempo-
rárias, à semelhança do sucedido
para outros anos”. E, se isto se ve-
rifi car, o défi ce estrutural pode ser
maior do que o previsto. O PÚBLICO
questionou as Finanças sobre o te-
ma, mas não obteve resposta até ao
fecho desta edição.
Défi ce estrutural em risco?Ao contrário do défi ce público no-
minal, o défi ce estrutural leva em
conta o efeito do ciclo económico
(quando a economia está em con-
tracção é mais difícil reduzir o dé-
fi ce) e retira das contas quaisquer
CES pede renegociação, Governo recusa
Parecer foi aprovado mas executivo absteve-se
OConselho Económico e Social (CES) foi unânime em defender que é preciso renegociar o acordo
com a troika, mas o Governo desvalorizou as conclusões do órgão e absteve-se na votação do parecer, que foi ontem aprovado no Parlamento.
O presidente do CES, José Silva Peneda, recomendou ontem ao Governo que inicie um processo de negociação com a troika o mais rapidamente possível, para evitar que haja “dor sem ajustamento”. Em causa está uma redução dos
juros do empréstimo a Portugal, a reavaliação dos prazos para pagamento dos empréstimos e um maior equilíbrio entre austeridade e crescimento.
Na sua declaração de voto, o Governo diz que o parecer do CES ignora “elementos fundamentais” e apresenta uma “análise desequilibrada”, salientando que “pedir mais tempo ou adiar o processo de ajustamento tem associados riscos sérios” – o colapso da credibilidade junto dos credores e o risco de um ciclo vicioso na economia.
22 | ECONOMIA | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2012
PSI-20 INDEX -0,62 5350,200 54738113 5366,220 5377,960 5336,830 -0,13 -2,62ALTRI SGPS SA -0,22 1,385 59061 1,390 1,390 1,361 2,13 15,42BANCO BPI SA -1,16 0,853 556468 0,860 0,869 0,850 -0,8 81,22BCP 0 0,071 28421066 0,071 0,071 0,070 -1,39 -19,39BES 0,52 0,775 13300989 0,769 0,777 0,757 0,65 -4,80BANIF-SGPS -2,76 0,141 1081573 0,145 0,145 0,139 -6,45 -58,53COFINA SGPS -1,49 0,462 39260 0,466 0,466 0,456 -3,3 -39,21EDP -1,54 2,043 5469783 2,086 2,086 2,031 -0,77 -14,55EDP RENOVÁVEIS -2,16 3,630 344825 3,710 3,720 3,630 -0,54 -23,22ES FINANCIAL 0,11 5,440 12477 5,430 5,440 5,420 -0,29 5,63GALP ENERGIA -0,25 12,210 701237 12,205 12,310 12,115 -3,32 7,29J MARTINS SGPS 0,33 13,790 257487 13,680 13,840 13,670 0,81 7,82MOTA ENGIL -1,07 1,296 315699 1,303 1,310 1,253 -4,8 25,22PT -1,2 3,858 1574957 3,886 3,908 3,847 1,19 -13,30PORTUCEL -2,6 2,098 544769 2,160 2,174 2,098 1,22 14,08REN -0,45 1,990 89848 1,990 1,995 1,988 -0,05 -5,69SEMAPA -0,3 5,341 46706 5,320 5,348 5,320 0,49 -0,54SONAECOM SGPS 1,36 1,419 247017 1,400 1,420 1,374 5,66 16,79SONAE IND. -0,58 0,518 66959 0,521 0,525 0,515 -3,34 -18,43SONAE 0,35 0,580 883970 0,574 0,580 0,565 -0,34 26,36ZON MULTIMEDIA 0,23 2,560 723962 2,493 2,640 2,493 7,09 10,25
O DIA NOS MERCADOS
Acções PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 28.421.066BES 13.300.989EDP 5.469.783PT 1.574.957Banif-SGPS 1.081.573
Sonaecom SGPS 1,36%BES 0,52%Sonae 0,35%
Banif-SGPS -2,76%Portucel -2,6%EDP Renováveis -2,16%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
7
8
9
10
11
1,27820,8004
102,532,6004
1,207
0,196%0,381%
106,951682,91
5,459%8,597%
-0,62%-1,16%0,16%
2200
2300
2400
2500
2600
4300
4600
4900
5200
5500
0,350
0,475
0,600
0,725
0,850
LOUISA GOULIAMAKI/AFP
A Grécia volta hoje às greves gerais e esta terá 48 horas de duração
Um alto responsável europeu afi r-
mou ontem que considera impro-
vável que a Grécia consiga um acor-
do defi nitivo com os credores inter-
nacionais até à próxima reunião do
Eurogrupo, marcada para a próxima
segunda-feira. Neste quadro — afi r-
mou o responsável, que pediu anoni-
mato —, o país não deve receber a tão
ansiada luz verde para a libertação
da nova tranche de ajuda no valor de
31,5 mil milhões de euros já no dia
12 de Novembro, como esperava o
Governo helénico.
Para além das negociações entre
o Governo do primeiro-ministro An-
tonis Samaras e os representantes
da troika na Grécia, os líderes euro-
peus que acendem a luz verde para
a disponibilização do dinheiro ainda
precisam de discutir a fórmula grega
com os seus parlamentos. “Não va-
mos desembolsar a próxima tranche
até que todos os detalhes estejam em
ordem”, afi rmou a fonte ouvida pela
agência Reuters à margem da reunião
de ontem do G20, no México.
Grécia em risco de ver atrasada a libertação da nova tranche de ajuda
O responsável desdramatizou tam-
bém a posição do primeiro-ministro
grego, que afi rma que o país deixa-
rá de ter capacidade fi nanceira pa-
ra cumprir com as suas obrigações
em meados de Novembro caso não
receba um novo empréstimo, e diz
que “não há tanta urgência como
parece”.
Ontem, foi novo dia de discussão
no Parlamento grego sobre o Orça-
mento do Estado para 2013. O Go-
verno de coligação apresentou um
pacote de medidas de reestrutura-
ção orçamental no valor de 13,5 mil
milhões de euros e uma nova lei do
trabalho que vai fl exibilizar as con-
tratações e despedimentos.
A caminhada acelerada a que o
Governo se impôs na busca de con-
senso parlamentar para as medidas
de austeridade do próximo ano surge
num esforço para conseguir aprovar
o documento fi nal do Orçamento até
domingo, na véspera da reunião do
eurogrupo do dia 12.
No entanto, sem que haja um
acordo com os credores internacio-
nais sobre as políticas de austerida-
de, de nada valerá a aprovação do
orçamento no domingo para a frac-
turada coligação grega. Mas o fi m
das negociações com os represen-
tantes da troika parece estar mais
longe do que o fazem entender os
líderes locais.
O dia de hoje marca o início de
uma greve geral de 48 horas na Gré-
cia, convocada pelas duas princi-
pais uniões de sindicatos: a GSEE,
que representa os trabalhadores do
privado, e a ADEDY, a união sindical
da função pública grega. Os trabalha-
dores protestam contra as medidas
de austeridade e apelam para que os
planos para o orçamento de 2013 se-
jam chumbados no Parlamento. Um
apelo contrário fez Antonis Samaras
no domingo. Apontando à difícil
aprovação das medidas orçamentais,
o primeiro-ministro grego deu ao pa-
ís uma escolha: ou mais austeridade
ou o regresso ao dracma.
Pressão em FrançaEm França, o executivo socialista
recebeu ontem das mãos do gestor
Louis Gallois um estudo que havia
encomendado sobre a decrescente
competitividade do país. Na lista de
recomendações está a fl exibilização
do lei laboral francesa e a proposta
de cortar 30 mil milhões de euros nas
contribuições sociais das empresas
e dos trabalhadores.
A braços com um défi ce comercial
que em 2011 atingiu os 70 mil milhões
de euros e um plano de austeridade
para reduzir o défi ce orçamental de
4,5% para 3% do Produto Interno
Bruto (PIB) em 2012, o presidente
francês, François Hollande, prome-
teu dar uma resposta às recomenda-
ções dos empresários, mas afi rma
que não tomará “medidas de cho-
que”.
Crise da dívidaFélix Ribeiro
Mesmo que aprove o orçamento no domingo, a Grécia pode não conseguir consenso na reunião do Eurogrupo no dia seguinte
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | MUNDO | 23
Generais pedem a Hu Jintao para não passar já a chefi a militar ao sucessor
As fontes ainda são anónimas, mas já falam claro. Há militares que receiam os próximos governantes chineses. Tentam proteger-se e ao poder que detêm. Do lado dos políticos acumulam-se casos suspeitos
LIU JIN/AFP
“Não há quem saiba o que Hu vai fazer” em relação aos militares
O Presidente cessante da China, Hu
Jintao, está a decidir qual será o me-
lhor momento para passar a chefi a
militar ao seu sucessor, Xi Jinping.
De acordo com o jornal de Hong
Kong South China Morning Post, ci-
tando fontes em Pequim, um gru-
po de generais do Exército do Povo
pediu-lhe para reter essa chefi a du-
rante “o período difícil”.
“[Os militares] de topo fi zeram
o pedido a Hu há alguns meses tal-
vez esperançados de que, se ele fi car
com a liderança das forças armadas,
manteriam a sua infl uência durante
o ardiloso processo de transição”,
lia-se na edição de ontem do Post. “O
Exército do Povo quer que seja Hu
a assegurar a continuidade durante
este período difícil”, reforçava uma
fonte do jornal habitualmente bem
informado sobre os bastidores da
política de Pequim.
No dia 8 começa, na capital chi-
nesa, o 18.º Congresso do Partido
Comunista Chinês. Na reunião, será
feita uma mudança de líderes; será
uma das maiores, com 70% das per-
sonagens nos postos mais importan-
tes a cederem os lugares. Hu passa
o testemunho a Xi, serão nomeados
novos ministros e o todo-poderoso
Comité Permanente será renovado
(e, possivelmente, passará a ter sete
membros em vez de nove).
Cabe depois ao Congresso do Po-
vo, que se reúne em Março, a con-
fi rmação dos novos nomes. Legal-
mente, explicava o Post, a passagem
dos cargos principais da hierarquia
(chefi a dos militares, do governo e
do partido), pode acontecer já na
próxima semana, ou pode ser fase-
ada até Março. E “não há quem sai-
ba o que Hu vai fazer”, como disse
outra fonte deste jornal.
A China está, pois, em suspenso,
além de que o silêncio do Presidente
sobre a matéria está enervar — e a
dividir — a cúpula.
O mistério é apenas mais um ele-
mento no momento delicado que se
vive na China. Uma série de casos
pôs a descoberto a luta intensa das
facções pelo poder em Pequim. Se
noutras ocasiões essas lutas fi caram
em segredo, este ano os jornais chi-
neses e ocidentais encheram-se de
histórias de bastidores. Exactamen-
te o que o partido não queria que
acontecesse ao país, que é a segunda
maior economia do mundo.
“A transferência de poder para
outra geração aconteceu apenas três
vezes na História da República Po-
pular da China. A sucessão política
de Jiang Zemin (a terceira geração
de líderes) para Hu Jintao (a quarta
geração) deu-se durante o 16.º Con-
gresso do Partido Comunista Chinês,
em 2002, e foi notável”, considerava
Cheng Li, que dirige a investigação
sobre a China no think tank Brookin-
gs Institution. “Teria sido um grande
impulso para a liderança chinesa e
para todo o país, se a sucessão que
se aproxima tivesse acontecido da
mesma maneira.”
A ascensão da quinta geração não
foi sangrenta, como a primeira, que
levou à Revolução Cultural, ou a re-
volta de Tiananmen, que levou Jiang
Zemin para o poder. Não foi, porém,
pacífi ca. E projecta para o mundo
a imagem de um país assolado por
problemas e métodos comuns a ou-
tros países — uma rede política pou-
co estável e pouco consensual.
O escândalo Bo Xilai, acusado de
corrupção e abuso de poder (e cuja
mulher foi recentemente condenada
à morte por homicídio), pôs a des-
coberto o que se passava. No fi nal
de Outubro, foi o primeiro-ministro,
Wen Jiabao, a ser posto em causa
com uma reportagem do New York
Times que dizia que acumulou uma
fortuna de 2100 milhões de euros.
O PCC anunciou ontem que, a pe-
dido do próprio Wen (que diz estar
inocente), vai investigar a origem da
fortuna da família.
Entre uma e outra história — entre
Bo Xilai e os receios dos generais —,
a classe política vai fi cando cada vez
mais descredibilizada aos olhos dos
cidadãos descontentes.
China Ana Gomes Ferreira
Bo Xilai foi expulso do PCC
Julgamento do ex-dirigente já se pode realizar
O ex-dirigente chinês Bo Xilai já foi expulso do Partido Comunista e, por isso, a Justiça já pode formalizar
acusações contra si e julgá-lo. A decisão foi tomada no
domingo por uma assembleia de 365 pessoas que esteve reunida durante quatro dias à porta fechada, explica a Reuters, citando a agência chinesa Xinhua.
Bo, que era o secretário do partido na província de Chongqing, foi acusado de corrupção e ocultação do crime (a sua mulher confessou ter
assassinado um empresário britânico com quem tinha negócios).
No início do ano, Bo Xilai era um político popular e em ascensão e a sua entrada no Comité Permanente do Politburo era dada como certa.
24 | MUNDO | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Os secretários dos três partidos da coligação a caminho do anúncio
O primeiro-ministro britânico pediu
uma revisão dos resultados de uma
investigação sobre abuso de crianças
à guarda do Estado no País de Gales,
que foi terminada em 2000. David
Cameron anunciou esta decisão de-
pois de uma das vítimas desses abu-
sos ter dito à BBC que tinha sido vio-
lada repetidamente por uma fi gura
importante do Partido Conservador,
quando era criança, e que o relatório
ignorou deliberadamente os abusos
cometidos por pessoas exteriores ao
sistema de Segurança Social galês.
As declarações de Steve Messham
ao programa Newsnight da BBC infl a-
maram ainda mais um país que está a
tentar ajustar contas com um passa-
do em que a pedofi lia era tolerada ou
nem sequer era levada a sério.
Ele foi uma das testemunhas no
inquérito liderado pelo juiz Ronald
Waterhouse sobre acusações de abu-
sos a menores em 40 instituições
estatais, entre 1974 e 1990, que co-
meçaram a vir a público em 1994. O
relatório chamava-se Lost in Care, foi
publicado em 2000, ouviu mais de
650 pessoas, assinalava 28 abusado-
res e falava em cerca de 200 poten-
ciais abusadores — mas sem revelar
as suas identidades.
No entanto, o relatório cingia-se
sempre a pessoas dentro do contexto
das instituições de Segurança Social
ou escolares. “Não compreendo por
A Coreia do Sul prepara-se para fa-
lhas de energia “sem precedentes”
neste Inverno, depois de o Gover-
no ter sido forçado a desligar dois
reactores de uma central nuclear
no Sudoeste do país, onde foram
detectados milhares de compo-
nentes sem a devida certifi cação
de qualidade.
A má notícia — num país em que
a rede eléctrica tem já difi culdades
em responder à procura durante o
Inverno — foi dada pelo ministro da
Economia, que admitiu serem ne-
cessários meses para substituir os
fusíveis, ventiladores e outras pe-
ças que não cumprem as regras. “É
inevitável que assistamos a falhas de
energia sem precedentes durante es-
te Inverno”, disse Hong Suk-Woo.
Segundo o ministro, foi aberta
uma investigação a oito fornecedo-
res que terão falsifi cado garantias pa-
ra quase 7700 peças, que custaram a
Seul 820 milhões de won (cerca de
590 mil euros). Destas, 5200 foram
efectivamente usadas, a esmagado-
ra maioria (90%) nos dois reactores
que foram agora desligados.
Hong sublinhou, no entanto, que
as peças em questão não represen-
tam qualquer ameaça de segurança.
Nem estão relacionadas com as fa-
lhas técnicas que nos últimos meses
levaram ao encerramento tempora-
riamente de três reactores.
Foi em Maio que se começaram a
levantar dúvidas sobre se os reacto-
res sul-coreanos estavam a cumprir
todas as normas de segurança, após
um escândalo em que cinco enge-
nheiros foram acusados de tentarem
encobrir uma falha potencialmente
perigosa no complexo nuclear mais
antigo do país. Dois meses depois,
32 funcionários de duas empresas
que exploram as centrais foram
acusados de receber luvas de for-
necedores.
Apesar disto — e do desastre nu-
clear de Fukushima, no Japão, no
ano passado — o Governo não está
disposto a abandonar os planos para
a expansão da capacidade nuclear
do país. Estão em construção quatro
reactores, que se vão juntar aos 23 já
em funcionamento e há a intenção
de construir mais 16 nas próximas
duas décadas.
A imprensa alemã mais à esquerda
tirou as luvas. A revista Spiegel dizia
que no Governo alemão está “uma
coligação de cobardes”. O Süddeuts-
che Zeitung comentava que o estado
da coligação “é ainda pior do que a
sua reputação”.
Tudo depois do anúncio, ontem,
de que o Governo alemão vai acabar
com uma pouco popular sobretaxa
para o serviço nacional de saúde e
dar um subsídio a pais que fi quem
em casa com os seus fi lhos, prome-
tendo ainda um aumento das refor-
mas mais baixas.
“É um presente eleitoral caro, que
vai ser pago pelos contribuintes”,
reagiu de imediato a oposição, lide-
rada pelo Partido Social-Democrata
(SPD).
A Alemanha vai a votos em Setem-
bro do próximo ano, e não se pode
dizer que a chanceler alemã precise
de aumentar a sua popularidade. A
última sondagem, publicada no se-
manário de grande circulação Bild
am Sonntag, dá à sua CDU (União De-
mocrata-Cristã) e ao seu partido gé-
meo do Sul CSU (União Social-Cristã)
38% nas intenções de voto e apenas
29% aos sociais-democratas.
O busílis está, no entanto, no
parceiro de coligação de Merkel, o
Partido Liberal Democrata (FDP),
que nesta sondagem aparece com
apenas 4%. Há meses que os liberais
não obtêm mais do que isto nas son-
Cameron quer saber se houve elo tory em rede de pedofilia
Coreia do Sul forçada a desligar dois reactores
Governo alemão anuncia aumento de prestações sociais
dagens, fi cando abaixo da barreira
dos 5%, que permite representação
parlamentar.
Assim, o cenário que aparece para
já mais provável é um regresso da
“grande coligação” CDU-SPD como
a do primeiro mandato de Merkel
(2005-2009).
As medidas anunciadas ontem
terão sido uma tentativa de a chan-
celer dar força aos elos mais fracos
da coligação, diz a agência Deutsche
Presse-Agentur. O fi m da sobretaxa
da saúde (10 euros extra a cada tri-
mestre) é um pedido dos liberais e
entrará em vigor a 1 de Agosto do
próximo ano, e o subsídio aos pais
que tratem dos fi lhos em casa é uma
reivindicação da CSU e entrará em
vigor em Janeiro. Falou-se também
de um aumento das reformas mais
baixas, na ordem dos 10 euros.
“A chanceler pode consolar-se
com o pensamento de que irá sem-
pre gozar da imagem de salvadora
do euro”, escreve a Spiegel, contra-
pondo que, no entanto, “como che-
fe deste Governo fraco conseguiu
fazer pouco no campo da política
interna”.
E a revista não deixa de apontar
o esforço de contenção que a chan-
celer pede aos seus parceiros euro-
peus. “E depois ela faz exactamente
o contrário.”
Mas o que realmente terá des-
pertado a ira dos comentadores
foi o longo tempo de reunião que
demorou a chegar ao anúncio de
tão pouco. “Não foi uma grande
reforma”, comentava o Süddeuts-
che Zeitung. “Esta coligação não é
de fazer grandes reformas.” Mais,
o diário diz que, apesar de a medi-
da ter tido como objectivo agradar
aos cidadãos, “fortaleceu apenas
um desejo: de que a coligação aca-
be depressa”.
AlemanhaMaria João Guimarães
Abuso de menoresClara Barata
Nuclear
Oposição critica “presente eleitoral caro”. Discussões longas entre os parceiros mostraram o estado de desacordo na coligação
Um inquérito terminado em 2000 no País de Gales pode ainda hoje vir a incriminar um importante político conservador?
Em causa, problemas de certificação. Governo prevê falhas de energia “sem precedentes”
que é que o inquérito deixou de fo-
ra uns 30% dos abusadores”, disse
Messham ao programa Newsnight.
“Basicamente foi o que me disse-
ram para fazer. Disseram-me para
não entrar em detalhes sobre esta
gente, que não podia dizer o nome
deles, que não me iam fazer pergun-
tas sobre eles.”
Quando os levavam para fora do
Bryn Estyn, um lar para rapazes,
tudo podia acontecer, contou Mes-
sham. “Em casa, eram abusos nor-
mais, violentos e sexuais. Lá fora,
era como se fôssemos vendidos.
Levavam-nos para o Hotel Crest, em
Wrexham, sobretudo nos domingos à
noite”, conta. Entre os seus abusado-
res, identifi cou um político tory, que
diz ter tentado denunciar à polícia
por duas vezes — mas a polícia não
acreditou nele.
Desta vez, num clima social e po-
lítico bastante diferente, David Ca-
meron garante estar a prestar muita
atenção. “Vou pedir a uma fi gura in-
dependente importante para liderar
uma investigação urgente sobre se o
inquérito original terá sido bem con-
duzido e reportar ao Governo”, disse
o primeiro-ministro. O secretário de
Gales do Governo Cameron, David
Jones, irá também encontrar-se em
breve com Messham.
No outro caso de pedofi lia que já
há um mês está a abalar as consciên-
cias britânicas, o do antigo apresen-
tador da BBC Jimmy Savile (falecido
no ano passado, aos 84 anos), já há
pelo menos 43 processos de vítimas
que buscam uma indemnização. Os
gestores da herança da ex-estrela da
televisão pública britânica, a BBC e
cinco outras instituições reconhe-
ceram ter sido notifi cadas por ad-
vogados que representam vítimas.
A polícia suspeita de que existam
pelo menos 300 vítimas do apre-
sentador, que teve amplo acesso a
menores durante a sua carreira de
quatro décadas.
Um dos processos é apresentado
por uma mulher que tinha apenas
oito anos quando terá sido abusada
por Savile, enquanto estava no hos-
pital Stoke Mandeville, a recuperar
de uma cirurgia — é a mais jovem das
mulheres que se revelou como vítima
do apresentador. A herança de Savi-
le, avaliada em 4,3 milhões de libras
(5,3 milhões de euros), foi congela-
da, na expectativa dos processos que
possam surgir.
Por outro lado, a BBC confi rmou
que 20 funcionários actuais da esta-
ção estão a ser alvo de uma investiga-
ção interna por denúncias de abusos
sexuais.
Jimmy Savile, o antigo apresentador da BBC
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | MUNDO | 25
ATTA KENARE/AFP
EUA falam em ciberguerra do Irãomas há quem queira ver as provas
Manifestação antiamericana em Teerão
Hoje em dia, sempre que se fala so-
bre armas nucleares, é natural que
o primeiro país a surgir no mapa do
cérebro seja o Irão. Mas nos últimos
meses tem começado a formar-se
uma outra associação, que pode-
rá tornar-se tão imediata como a
primeira: para os EUA, o Irão está
a caminho de se tornar numa das
maiores potências no mundo dos
ataques informáticos.
Os media norte-americanos têm
multiplicado as notícias sobre alega-
dos ataques orquestrados por gru-
pos de hackers iranianos, alegada-
mente apoiados pelo Governo de Te-
erão. Ainda ontem, a CNN escrevia
que Barack Obama e Mitt Romney
têm debatido o programa nuclear
iraniano, mas “raramente discutem
o perigo mais iminente que o Irão
representa para os Estados Unidos:
a ciberguerra”.
De acordo com Roger Cressey,
vice-presidente da empresa Booz
Allen Hamilton — uma das mais
prestigiadas na área da consultoria
em segurança tecnológica —, “o Irão
está a tentar mostrar que tem capa-
cidade para perturbar a vida no Oci-
dente. O argumento deles é: ‘Saibam
que tudo o que vocês nos podem
fazer terá consequências’”.
Entre Setembro e Outubro, ata-
ques contra os sites de algumas das
mais importantes instituições fi nan-
ceiras norte-americanas, como o
Bank of America e o JPMorgan Cha-
se, e contra o sistema da maior em-
presa petrolífera do mundo, a Saudi
Aramco, levaram os media dos EUA
a escrever títulos como “Principais
bancos afectados pelo maior cibe-
rataque da história” (CNN) e “EUA
interpretam ataque contra empresa
saudita como um contra-ataque do
Irão” (The New York Times).
Na sequência dos ataques contra
bancos norte-americanos, o senador
Joe Lieberman foi o único responsá-
vel a implicar publicamente Teerão:
“Acredito que foi obra do Irão e acre-
dito que foi uma resposta às sanções
económicas decretadas pelos EUA e
pelos nossos aliados europeus.”
Para além das declarações de Joe
Lieberman, nenhum responsável da
Administração Obama ou dos servi-
ços secretos veio a público acusar
Teerão de estar a travar uma guerra
informática contra os EUA, o que
levou Sean Lawson, professor na
Universidade do Utah e especialista
em ciberguerra, a propor um outro
título para as notícias sobre o alega-
do envolvimento do Irão, num texto
publicado no site da revista Forbes:
“Fontes anónimas não apresentam
provas de ciberataques do Irão.”
O jogo das alegações sem provas
já tinha sido referido pelo site da
Bloomberg, no dia 25 de Outubro:
“Apesar de responsáveis norte-ame-
ricanos anónimos terem sugerido
que o Irão é o responsável pelo ata-
que de 15 de Agosto [contra a Saudi
Aramco], o código do vírus não con-
tinha nenhum elemento sofi sticado
que pudesse sugerir o envolvimento
de programadores apoiados por um
Estado.” A informação da Bloom-
berg, baseada em testemunhos dos
responsáveis — também eles anóni-
mos — pela investigação ao vírus que
atacou a Saudi Aramco, foi desmen-
tida pelo secretário da Defesa dos
EUA, Leon Panetta, que descreveu
o ataque como “altamente sofi sti-
cado”, salientando que “há poucos
países com tal capacidade”.
Para o especialista Sean Lawson,
a contradição entre o que dizem as
fontes anónimas das autoridades
norte-americanas e as fontes anó-
nimas das equipas de investigação
tem várias explicações: “A mais ób-
via é que os iranianos estão a ser
usados para que a Administração
decrete uma ordem executiva sobre
cibersegurança, em defesa de uma
nova legislação. Mas também con-
tribui para o sentimento comum de
medo e suspeita à volta do Irão.” O
professor da Universidade do Ohio
termina o texto a recordar uma ci-
tação do ex-secretário da Defesa
Donald Rumsfeld, quando em 2002
foi questionado sobre a ausência de
provas de que o Iraque tinha armas
de destruição maciça: “A ausência
de provas não prova a ausência.”
55mil computadores foram afectados num ataque contra a Saudi Aramco, que os investigadores não acreditam ter sido apoiado pelo Irão
A ideia de que o Irão lançou uma ciberguerra contra os EUA é posta em causa por especialistas norte-americanos, que questionam o grau de sofi sticação dos mais recentes ataques informáticos
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COM O PÚBLICO
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | CIÊNCIA | 27
KAROLY ARVAI/REUTERS
Actualmente, as únicas vacinas comerciais contra a hepatite B são injectáveis
Há vários anos que Olga Borges e a
sua equipa, do Centro de Neuroci-
ências da Faculdade de Farmácia
da Universidade de Coimbra, recor-
rem às nanotecnologias para tentar
desenvolver vacinas não injectáveis
contra diversas doenças. E fabrica-
ram, em particular, uma vacina oral
contra a hepatite B que já deu resulta-
dos positivos no ratinho. A Organiza-
ção Mundial de Saúde (OMS) estima
que as doenças associadas à hepati-
te B são responsáveis anualmente,
a nível mundial, pela morte de 600
mil pessoas.
A nova vacina experimental é feita
de nanopartículas que transportam
diversas substâncias a bordo, tal co-
mo se fossem vírus artifi ciais, mas
inócuos. “Nós preparamos as nano-
partículas, fi zemos tudo aqui”, disse
ao PÚBLICO Olga Borges.
As nanopartículas, explica um co-
municado da universidade, são feitas
de quitosano, um derivado da quitina
(o composto natural da “casca” dos
crustáceos ou insectos), e transpor-
Cientistas portugueses desenvolveram vacina oral contra a hepatite B
tam um antigénio do vírus da hepa-
tite B — ou seja, uma molécula nor-
malmente presente à superfície do
vírus e que desencadeia, por parte
do organismo a ele exposto, a for-
mação de anticorpos contra o vírus.
E, como foram feitas para resistir ao
sistema digestivo, explica-nos ainda
Olga Borges, “o antigénio é transpor-
tado intacto até a umas estruturas
do intestino, chamadas ‘placas de
Peyer’, que pertencem ao sistema
imunitário”. Aí, as nanopartículas
serão “engolidas” por células imuni-
tárias especializadas e, passados uns
tempos, libertarão o seu conteúdo.
Uma vacina oral teria várias van-
tagens em relação às vacinas injectá-
veis. Por um lado, a sua conservação
não precisaria de refrigeração e ela
seria obviamente muito fácil de admi-
nistrar. E, mais, salienta a cientista: a
vacina oral induz a produção de ele-
vadas concentrações de anticorpos
nas mucosas. Ora, como a hepatite B
é uma doença sexualmente transmi-
tida, que penetra pelas mucosas dos
órgãos reprodutores, o vírus poderia
assim ser combatido logo “na porta
de entrada do nosso organismo”.
Os cientistas administraram aos
ratinhos três tomas da vacina oral,
de 15 em 15 dias, e a seguir mediram
não só os níveis de anticorpos anti-
hepatite B no sangue, como também
nas mucosas dos animais tratados.
“Os nossos estudos correram bem,
obtivemos uma boa resposta imuni-
tária”, frisa Olga Borges. O trabalho
foi fi nanciado pela Fundação para a
Ciência e a Tecnologia e pelos labora-
tórios GlaxoSimthKline, que “forne-
ceram o antigénio que usam na sua
vacina injectável do mercado”, refere
Olga Borges.
A fase seguinte, a dos ensaios clí-
nicos, não está ainda à vista, uma
vez que requer “um fi nanciamento
gigantesco”, acrescenta a cientista.
Mas a equipa de Coimbra tem entre-
tanto avançado para outras estraté-
gias de imunização contra a hepatite
B — nomeadamente, para uma vaci-
na nasal. A via nasal promete “uma
maior capacidade de induzir anticor-
pos na mucosa associada aos órgãos
reprodutores do que a via oral”, diz
Olga Borges. Já estão há três anos a
desenvolver nanopartículas especial-
mente destinadas a esta segunda for-
ma de administração e os testes em
ratinhos deverão começar no início
do ano que vem.
Ainda uma outra vantagem apon-
tada pelos cientistas é que este ti-
po de vacinas também poderá ser
benéfi co para as pessoas que já se
encontram infectadas pelo vírus da
hepatite B. “As [nossas] nanopartícu-
las contêm também outras substân-
cias, ditas ‘imunomoduladoras’, e a
resposta imunitária que provocam é
ligeiramente diferente da resposta às
vacinas injectáveis. Isso pode ser útil
para [tratar] os portadores do vírus”,
diz Olga Borges.
NanotecnologiaAna Gerschenfeld
A vacina desencadeou em ratinhos uma resposta imunitária promissora. A equipa vai agora testar a via nasal, talvez mais eficaz
Miguel Seabra: institutos vão ter novas regras de financiamento
No Orçamento do Estado de 2013
reservou-se financiamento para
contratar 400 doutores, anunciou
ontem a secretária de Estado da Ciên-
cia, Leonor Parreira, no Pavilhão do
Conhecimento, em Lisboa. Boa par-
te destas contratações serão para os
Investigadores FCT, o novo concurso
internacional que substitui o progra-
ma Ciência 2007, que fez contratos
de cinco anos com doutorados.
O Ciência 2007 contratou, entre
2007 e 2009, mil investigadores. O
programa Investigadores FCT, lan-
çado este ano pela Fundação para
a Ciência e a Tecnologia, pretende,
segundo o Ministério da Educação
e Ciência, atrair cientistas de “ex-
celência” capazes de ir buscar fi -
nanciamento estrangeiro. “É obri-
gatório haver mais candidaturas,
mais risco, mais participação no VII
Programa-Quadro europeu. É abso-
lutamente necessário conseguirmos
mais fundos”, disse Leonor Parreira,
referindo-se ao actual programa de
fi nanciamento europeu, que acaba
em 2013.
Entre 2007 e 2011, Portugal con-
tribuiu com 450 milhões de euros
para o programa-quadro, mas só foi
buscar 300 milhões em bolsas, disse
ainda Leonor Parreira no Grande de-
bate nacional sobre os investigadores
em ciência e tecnologia, organizado
Ministério da Ciência garante que vai contratar 400 doutores em 2013
por Celeste Pereira, do Instituto de
Engenharia Mecânica e Gestão Indus-
trial do Porto, e Domingos Barbosa,
do Instituto de Telecomunicações
de Aveiro.
No Orçamento do Estado de 2013,
a FCT terá cerca de 420 milhões de
euros. Para Leonor Parreira, o siste-
ma científi co português tem de dei-
xar de ser tão dependente do Estado
e, para ser sustentável, ser fi nanciado
em dois terços por privados.
No entanto, já há cortes. Segundo
a FCT, que é a principal fi nanciado-
ra da ciência portuguesa, o dinheiro
anual para o conjunto de parcerias
com universidades estrangeiras bai-
xará para 10 milhões de euros, cerca
de um terço do que era. Os memo-
randos com as universidade Austin-
Texas e Carnegie-Mellon foram re-
novados por mais cinco anos, com
um fi nanciamento anual de dois e
quatro milhões de euros, respectiva-
mente. A FCT ainda está em negocia-
ções com o Instituto de Tecnologia
do Massachusetts.
Dentro de 420 dias, a União Euro-
peia mudará o paradigma da política
de ciência. Em 2014 entrará em cena
o Horizonte 2020. Estarão em causa
cerca de 80.000 milhões de euros, ao
todo. Portugal, numa altura de vacas
magras, terá de se virar para este pro-
grama. E Miguel Seabra, presidente
da FCT, apresentou ontem o primei-
ro rascunho de um plano nacional
para o sistema científi co se preparar
para esta nova competição.
Além dos Investigadores FCT, cuja
primeira fornada vai ser anunciada
até ao fi m do ano — serão escolhidos
mais de 80 cientistas e os seus projec-
tos, das 1175 propostas apresentadas
—, a fundação vai ainda lançar até
ao fi nal do ano o concurso de novos
programas de doutoramento das uni-
versidades. As candidaturas poderão
ser feitas por universidades com boas
avaliações, associadas a unidades de
investigação também de qualidade.
Há ainda lugar para programas in-
ternacionais, desde que a entidade
estrangeira esteja disposta a entrar
no fi nanciamento.
Outra novidade está relacionada
com o fi nanciamento dos institutos.
No novo modelo, serão as unidades
de investigação a apresentar uma es-
tratégia científi ca avaliada pela FCT.
“O fi nanciamento vai ser para os
objectivos estratégicos a que se pro-
põem”, disse Seabra ao PÚBLICO.
Para já, Domingos Barbosa não
consegue avaliar o plano, mas uma
coisa é certa: veio tarde. “Devíamos
estar a preparar-nos há dois anos pa-
ra o Horizonte 2020.”
Política científicaNicolau Ferreira
Está à porta o novo programa de financiamento da ciência europeia: entre 2014 e 2020, terá 80.000 milhões de euros
28 | CULTURA | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Uma noite com os fantasmas de Patti Smith e Obama ao longe
A cantora chegou a Viena exausta depois do furacão Sandy. Patti, que cantou a revolta, acha que hoje só o ambiente pode voltar a unir as vozes
DR
Patti Smith e Robert Mapplethorpe
Uma mesa e cadeira de café, um ra-
mo de fl ores lá atrás, água e duas
guitarras. E depois os óculos, para
Patti Smith ler pedaços de Apenas
Miúdos, a biografi a em que conta o
seu encontro com Robert Mapple-
thorpe (editada em Portugal pela
Quetzal), em Nova Iorque, quando
eram “apenas miúdos”, mas anun-
ciavam a si próprios isto, em 1969:
“A década de 70 será nossa.” Foi an
evening com Patti Smith, dia 4 de
Novembro, pequena sala do Kino
Metro, Viena.
A data foi escolhida pela própria
para este acontecimento inserido
na Viennale, o festival de cinema
da cidade austríaca (a organização
entregou câmaras a vários dos reali-
zadores do festival para fi lmarem o
espectáculo, entre eles o português
Miguel Gomes). É que a 4 de Novem-
bro (de 1946) nasceu o artista da sua
vida, Mapplethorpe, e a 4 de Novem-
bro (de 1994) morreu o amor da sua
vida, Fred “Sonic” Smith. As coinci-
dências não acabam, Mapplethorpe
morreu a 9 de Março de 1995 e foi
num 9 de Março (de 1976) que Patti
conheceu Smith. “Acho que foi uma
espécie de vingança de Freddie”,
graceja Patti em cima do palco. Pe-
los vistos, não está apenas com uma
mesa, uma cadeira e duas guitarras,
mais a água e os óculos.
O espectáculo está povoado pelos
fantasmas de Patti, aqueles que ela
convoca com as canções, os textos
e que podem ser a mãe, o pai, o ma-
rido, o amigo, e ainda Rimbaud, e
ainda William Blake, e ainda Allen
Ginsberg e...
No dia 5 de manhã, Patti encon-
trar-se-ia com um grupo de jornalis-
tas e diria ao PÚBLICO: “Perdi muita
gente ao longo da minha vida, mas
não sou uma pessoa nostálgica.
Aprendi a lidar com a perda da me-
lhor maneira. Podia fi car a chorar
para sempre. Mas não, tento trazer
as pessoas que perdi para o meu
presente, tento comunicar com os
meus mortos. Sei o que é conver-
sar com o meu marido, por isso falo
com ele, quando se trata de resolver
Música Vasco Câmara, em Viena
um problema da minha fi lha. Falo
com a minha mãe, quando há um
problema qualquer de saúde e tam-
bém posso falar com um artista ou
um poeta, Rimbaud ou Ginsberg. É
uma coisa viva, não é uma coisa do
passado.”
Está bem acompanhada, por isso
começou o serão no Metro Kino com
Grateful, mas não se entendeu com
a guitarra, que era emprestada. Os
seus instrumentos fi caram em No-
va Iorque, culpa do furacão Sandy,
que a deixou cinco dias sem água e
luz, sozinha com os gatos. Chegou a
Viena emocionalmente exausta, não
se quer queixar disso, porque a em-
baraça pensar nos países do mundo
em que a calamidade é o dia-a-dia,
mas de facto não se entendeu com
as guitarras... “Não é culpa delas, eu
é que sou muito limitada.”
Foram seis (tentativas de) can-
ções, que incluíram uma versão
a capella de Because the Night que
agarrou os espectadores em coro
ao refrão (letra que escreveu para
Freddie Smith, enquanto desespera-
va por um telefonema dele que não
chegava), uma recitação da letra de
People have the power (“tema” que
lhe foi lançado pelo marido, como
um desafio, enquanto Patti des-
cascava as batatas para o jantar) e
terminou com os uivos de Banga,
do último disco, canção de home-
nagem ao cão de Pôncio Pilatos em
Margarita e o Mestre, de Bulgakhov,
e o desafi o: Believe or explode!. Entre
elas, as evocações gloriosas e líricas,
doces e ácidas (porque Mapplethor-
pe reluzia em LSD) da Nova Iorque
dos anos 70 contidas em Apenas Mi-
údos. A chegada, no Verão de 1967,
quando morreu John Coltrane: a
Nova Iorque de St Marks Place com
White Rabbit a ecoar do Electric Cir-
cus, a cidade com “a luz do expres-
sionismo abstracto”... Dormia na
rua, nos jardins, até no cemitério.
Um dia estava a morrer de fome e
um desconhecido pagou-lhe uma
sandes. Era Allen Ginsberg, que
julgava que podia ter sorte com o
“bonito rapaz” com que acabava de
se cruzar. Quando descobriu que ele
era ela, não obrigou Patti a devolver
a sandes e foi o início de uma bela
amizade. Noutro dia foi salva “de
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | CULTURA | 29
uma situação difícil” por um rapaz
encharcado em LSD e acabaram os
dois a dizer um ao outro, ao mes-
mo tempo: “Posso dormir em tua
casa?” Tinham-se encontrado, Patti
e Robert. Ela dava-lhe Dylan (e uma
sopa de alface que não se quer pro-
var), ele respondia-lhe com o som
da Motown. Um dia mais tarde ele
fotografava-a para a capa de Horses,
evidenciando a luz que apanhava
a sua camisa branca e levando-a a
imitar a pose de Frank Sinatra pen-
durando o casaco atrás do ombro.
“Quando olho para essa foto, não
me vejo a mim, vejo-nos a nós.”
Foi na tour de Horses que conhe-
ceu o futuro marido, olhou e pensou:
“É com ele que me vou casar.” “Ele
era um revolucionário.” Foi Freddie
que chegou a casa e disse: “Tricia,
‘people have the power’, pensa nis-
so...” Hoje, Patti diz que o povo tem
muito menos poder, porque ainda
não descobriu o poder que pode
ter, se se unir numa causa. Os EUA,
especifi camente, perderam a capa-
cidade de liderança revolucionária.
Os artistas calaram-se “com medo,
puro medo”, nos anos Bush, diz, e a
América, que teve a sua quota-parte
de revoluções, “perdeu o sentido de
compreensão sobre o que as outras
culturas precisam”. Patti sempre
DR
Paulo Castilho é diplomata de carreira
Apesar de estar convencido que os
escritores são as piores pessoas para
falar sobre os livros, Paulo Castilho
voltou ontem a folhear o seu roman-
ce, Domínio Público, porque no do-
mingo à noite foi-lhe atribuído, por
maioria, o Prémio Fernando Namora
no valor de 25 mil euros.
Entre os fi nalistas estavam João
Tordo (Anatomia dos Mártires), Ana
Cristina Silva (Cartas Vermelhas),
Lídia Jorge (A Noite das Mulheres
Cantoras) e Dulce Maria Cardoso (O
Retorno). De acordo com a acta, o
júri presidido pelo poeta e escritor
Vasco Graça Moura escolheu esta
obra porque considerou que se tra-
ta “de um romance que propõe um
olhar tão lúcido quanto irónico sobre
as relações humanas na sociedade
portuguesa actual” e que “a carac-
terização das personagens, nos seus
encontros e desencontros, nas suas
ilusões e expectativas, nas suas boas
intenções ou até no seu cinismo, é
feita em registos bem diferenciados,
com agilidade e humor”.
Um escritor rabujentoO livro publicado em 2011, pela D.
Quixote, foi escrito por Paulo Cas-
tilho numa altura em que Portugal
estava na situação de pré-troika:
entre 2009 e 2010. Por isso, Domí-
nio Público, que é o seu sétimo ro-
mance, tem uma personagem, “um
escritor mal-disposto e rabugento”,
que faz muitos comentários e diz coi-
sas muito negativas sobre o país, que
já mostra “um certo desalento” no
estado de espírito dos portugueses
cuja vida já era afectada pela crise
naquela altura. Este livro Domínio
Público tem várias personagens que
já estiveram em livros anteriores.
“Elas envelhecem, têm idade, sou
muito rigoroso nisso. Faço cronolo-
gias com anos e idades, não há batota
nenhuma. As personagens seguem o
seu curso como se fossem pessoas
reais.” Neste livro procurou incluir
humor e ironia. “Há personagens
retratadas nesse espírito que é uma
maneira de olhar para as coisas. As
pessoas não se levarem excessiva-
mente a sério”, diz.
Prémio Fernando Namora para Paulo Castilho e história de família que cria fundação
A académica Maria Alzira Seixo,
que fez parte do júri, escreveu no
Jornal de Letras que este romance
“poderia ter em subtítulo: como
se faz e desfaz uma fundação”. É
que o livro está estruturado à volta
de uma família que pretende criar
uma fundação para honrar o nome
do avô que morreu há pouco tempo
dedicada à defesa da literatura e da
língua portuguesa. “Na questão do
fi nanciamento da fundação é que as
coisas se complicam”, conta o escri-
tor sem revelar mais.
Paulo Castilho aproveita este
objectivo de criar a fundação para
abordar no romance temas que lhe
interessam. “Um dos problemas
portugueses é o de tratarmos mal
e esquecermos o nosso passado,
tanto no domínio das letras como
em outros, nomeadamente até na
história”, explicou ao PÚBLICO.
“Esquecemos muito os escritores.
Em Portugal, esquece-se tudo, um
desses casos é o próprio Namora.
Ganhei agora o Prémio Fernando
Namora, mas o próprio Namora é
pouco conhecido. A geração mais
nova não faz ideia da popularidade
que teve o Namora. De repente, caiu
no olvido total. Toda a gente acha
que está a descobrir o mundo e,
portanto, como dizia um pensador
americano, estamos condenados a
repetir o passado.”
O escritor vê “uma certa justiça
poética” em lhe ter sido atribuído
um prémio com o nome de um escri-
tor esquecido, e desconhecido para
as novas gerações, pois vê Domínio
Público como “um livro contra o
esquecimento”.
“Não falo de Fernando Namora
no livro, mas falo de Teixeira Go-
mes, que está editado mas ninguém
liga, ninguém sabe quem é, mas é
um grande escritor. Achei curioso e
importante receber este prémio até
por causa disso. E tem um júri pres-
tigiadíssimo e, para quem escreve, é
sempre altamente reconfortante ter
reconhecimento”, concluiu.
O escritor, diplomata de carreira,
foi embaixador de Portugal na Su-
écia, no Conselho da Europa e na
Irlanda. Diz que, quando se vive em
contacto com outras culturas, fi ca-
se com pontos de vista diferentes
sobre as coisas embora nunca se dei-
xe de ser aquilo que se é: “No meu
caso, de ser português”. Regressou
a Portugal: “Estou reformado, já. Fa-
ço parte desse número crescente de
pensionistas que representam um
encargo para o erário público em
que aparentemente ninguém pen-
sou ao longo dos anos. Enfi m, mas
isso é outra história.”
Literatura Isabel Coutinho
O escritor vê justiça poética em receber prémio com nome de escritor esquecido. Domínio Público também é “um livro contra o esquecimento”
Paulo Castilho nasceu em 1944 e é filho do diplomata e ensaísta Guilherme de Castilho e
da escritora Marta de Lima. Enquanto não começa a escrever um novo romance, tem estado a organizar a correspondência literária do seu pai, que gostaria de um dia vir a publicar. “Quando o meu pai chegou a Coimbra, à universidade, a Presença era já uma revista que ele venerava. Era era amigo dos fundadores. Tenho cartas dessa gente toda”, disse ao PÚBLICO. São dezenas de cartas que mostram como eram as relações entre os escritores daquela geração na década de 1930.
Cartas do pai
achou aborrecido, no passado, o fas-
cínio dos europeus perante o clube
CBGB nova-iorquino (“Arranjem vo-
cês o vosso CBGB”, dizia aos miúdos
nos concertos), fascina-a, por isso,
hoje os statements de revolta que sur-
gem através das Pussy Riot.
Mas qual foi o sortilégio dos anos
1960-1970? “O Vietname juntou toda
a gente, independentemente de ser-
mos democratas ou republicanos.
Deu a todos um espaço de união,
para além do estatuto social, econó-
mico, religioso. Por isso as pessoas
pareciam conseguir tudo. E cultural-
mente todos ouvíamos os mesmos
discos, Beatles, Dylan, Neil Young,
e os mesmos programas de rádio.
As canções ecoavam as nossas aspi-
rações. Agora há tantas possibilida-
des — a democracia é maravilhosa,
mas o sentido de liderança fi ca em
perda... — que as pessoas já não se
conseguem encontrar num objectivo
unifi cador. A Internet dá a sensação
de que uma causa pode ser conhe-
cida globalmente, mas a nova gera-
ção tem de aprender que isso não
chega. É preciso que as pessoas se-
jam afectadas directamente para se
unirem. A única coisa, acho, que po-
de conseguir isso é a causa ambien-
tal. Há cada vez mais terramotos,
inundações, tempestades, doenças
motivadas pelo ambiente... Espero
não ser necessário uma grande ca-
tástrofe para as pessoas se unirem.”
Patti está marcada pelo furacão
Sandy. Acha que as sequelas da
tempestade podem infl uenciar os
resultados das eleições americanas.
De um lado, ao ter afectado uma
população com menores recursos,
pode afectar a candidatura de Oba-
ma. “Por outro lado, vivendo nós
uma situação de crise, acho que os
americanos não gostam de grandes
mudanças em situações dessas. Pre-
ferem jogar na estabilidade, ou se-
ja, isso pode ser favorável a Obama”
— um “bom homem em essência”,
mas não concorda com ele em tudo,
por isso Patti abstém-se.
Mostra uma foto da casa dos anos
de 1910 que está a reabilitar em Ro-
ckaway, Nova Iorque: tudo ao lado
foi devastado pela tempestade, mas
o “casebre”, como ela diz, fi cou in-
tacto. É ali que, depois da digres-
são de Banga, que incluirá concer-
tos com Neil Young and the Crazy
Horse, regressará a um projecto de
livro sobre viagens imaginadas em
que um dos capítulos se chamara
Lisbon Antigua, sobre uma cidade
que a fascina desde que, em criança,
viu álbuns de fotografi as com pes-
cadores portugueses.
“Falo com a minha mãe, quando há um problema de saúde, e também posso falar com um artista ou um poeta, Rimbaud ou Ginsberg”, conta Patti Smith
30 | CULTURA | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
FOTOS: ADELAIDE CARNEIRO
Rousset: “A música barroca tornou-se uma moda cheia de oportunismos”
Cravista, maestro fundador do en-
semble Les Talens Lyriques, mu-
sicólogo e pedagogo, Christophe
Rousset (n. Avignon, 1961) dedicou
uma semana à Casa da Música. O
Porto pôde ouvi-lo, em estreia na
Sala Suggia e na cidade, na quarta
e quinta-feira passadas, a solo e à
frente da sua formação, a mostrar o
refi namento do barroco francês na
música de dois dos seus composito-
res maiores, Jean-Philippe Rameau
e François Couperin. Hoje vai poder
vê-lo de novo, desta vez a dirigir a
Orquestra Barroca Casa da Música
(OBCA), no fi nal de uma residência
artística integrada no festival À Volta
do Barroco e no âmbito da progra-
mação que a casa dedica, este ano,
à música francesa.
Depois de dois concertos em que
mostrou por que é considerado um
dos expoentes actuais no estudo e
na interpretação da música barro-
ca, Rousset iniciou na sexta-feira um
programa de quatro dias de ensaios
intensivos com a OBCM. Bach, Ra-
meau, de novo, e Jean-Marie Leclair
foram os compositores escolhidos
pelo maestro para o programa com
a orquestra portuense (hoje, na Sala
Suggia, 19h30). E foi uma atmosfera
festiva e contaminada pela ilumina-
ção da música e pela direcção do
maestro que o PÚBLICO encontrou
na primeira sessão de trabalho na
casa.
“Em Rameau, as suites e a músi-
ca de dança são sempre um diverti-
mento, mesmo que se trate de uma
peça que tem momentos de gravida-
de e de tragédia, com morte e cho-
ro pelo meio, como acontece com
Castor et Pollux”, explica Rousset,
referindo-se à suite da ópera com
aquele título (que integra o progra-
ma do concerto de hoje).
Num intervalo do ensaio, o maes-
tro-cravista partilhou a primeira im-
pressão com que fi cou do colectivo
de 16 instrumentistas da OBCM. “A
matéria-prima está cá; agora é pre-
ciso que trabalhemos em conjunto
para chegar àquilo que queremos.”
Rousset escolheu Bach, Rameau e
Leclair para o programa, em primei-
ro lugar para mostrar a música do seu
país e “como ela foi importante do
ponto de vista da exportação de um
O maestro-cravista ensaiou quatro dias com os músicos da orquestra a interpretação de obras de Bach, Rameau e Leclair. “Em Rameau, as suites e a música de dança são sempre um divertimento, mesmo numa peça que tem momentos de tragédia”, explicou Rousset
O cravista francês dirige hoje a Orquestra Barroca Casa da Música num concerto que fi naliza a sua residência artística no Porto. Christophe Rousset acha que o espírito do barroco está a ser maltratado
À Volta do BarrocoSérgio C. Andrade
muito divertida, uma narrativa cheia
de personagens que estão constante-
mente a mudar, principalmente no
último movimento, que é realmente
louco —, Huw Daniel constatava que
era “muito fácil” ensaiar com o ma-
estro francês.
Também violinista, a portuguesa
Ariana Dantas salientava, no fi nal do
primeiro ensaio com as peças de Ba-
ch, o signifi cado de estar a trabalhar
com “um dos cravistas mais aclama-
dos mundialmente, com mais de 20
anos de pesquisa historicamente in-
formada”. “Vê-se que é um maestro
muito atento ao pormenor, que está
sempre muito focado no estilo que
pretende abordar”, acrescentou esta
instrumentista de Viana do Castelo,
formada na ESMAE, no Porto, e que
estilo”. Nota, de resto, que o próprio
Bach (1685-1750), compositor con-
temporâneo de Rameau (1682-1764)
e que chegou a fazer transcrições de
uma peça de Couperin (1668-1733),
se deixou infl uenciar pelo barroco
francês no início da sua carreira. É
por isso que o concerto da OBCM vai
ter em paralelo suites de Rameau e
de Bach, além do Concerto para cravo
em lá maior, do compositor alemão,
que o próprio Rousset tocará como
solista. De Leclair, será interpreta-
do o Concerto para violino op. 7, n.º
4, sendo solista o galês Huw Daniel,
concertino da orquestra.
Como os seus companheiros, este
músico estava a estrear-se a trabalhar
com Rousset. E depois da “festa” que
foi ensaiar Rameau — “é uma música
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | CULTURA | 31
chegou à OBCM depois de ter pas-
sado pela sua antecessora, a Remix
Orquestra.
Residência artísticaA Casa da Música convidou Rousset
para fazer uma residência artística
com a sua Orquestra Barroca pre-
cisamente por se tratar de “um dos
músicos mais importantes do bar-
roco francês da actualidade, e que
desenvolveu um projecto, quer mu-
sicológico, quer interpretativo, de
grande importância”, explica Ale-
xandre Santos, coordenador da OB-
CM. “Todos os anos, esta orquestra
tem maestros convidados, que vêm
fazer residências do género desta”,
acrescentou. Mas já não é tão habi-
tual que, ao ensaio e direcção da or-
questra, um convidado acrescente
concertos a solo e com um seu gru-
po, como está a suceder com o líder
de Les Talens Lyriques.
“É uma oportunidade rara e muito
interessante poder fazer estas três
coisas, sobretudo numa cidade como
o Porto, que sei — e mostrou-me nos
concertos [de quarta e quinta-feira]
— que tem um público que está dispo-
nível para ouvir”, disse Rousset.
O maestro encontrou a mesma
disponibilidade e entusiasmo para
trabalhar junto dos músicos da or-
questra. No primeiro ensaio em que
já chamava os músicos pelo nome
próprio, Rousset insistia na questão
do ritmo: “Evitem correr, não quei-
ram chegar depressa...”. E chamava
a atenção para a luminosidade das
obras: “Rameau é uma música cheia
de pequenas coisas e sempre muito
relaxante”.
Mas isso não signifi ca que a música
do compositor francês seja fácil. Pelo
contrário: “Rameau é muito comple-
xo”, disse o maestro ao PÚBLICO. “É
preciso encontrar o espírito certo e
o efeito justo, e isso vai demorar o
tempo que for preciso.”
Reconhecido pela exigência que
coloca na investigação histórica e
musicológica que faz como suporte
do seu trabalho de intérprete e ma-
estro — publicou já um livro sobre
Rameau, por exemplo —, Rousset
tem uma visão muito crítica sobre
a situação da música barroca na
actualidade. “Tornou-se uma mo-
da, que tem permitido um grande
oportunismo.” E cita mesmo o caso
da diva italiana Cecilia Bartoli, que
acusa de se ter aproveitado da mú-
sica barroca “para se tornar uma es-
pecialista, que nunca foi”. “Ela não
vem desse domínio, mas percebeu
que esse reportório lhe convinha e,
um pouco por oportunismo, apro-
veitou-se dessa música que funciona
bem junto do público”.
Rousset considera, de resto, que
“há muita gente a maltratar a música
barroca italiana” — da qual se tornou
também um especialista, especifi ca-
mente atento à Escola Napolitana —,
“e a abordá-la de uma forma muito
selvagem, com interpretações ex-
cessivas”. Dá o exemplo de Vivaldi,
“um compositor cuja música, hoje
em dia, se tornou muito violenta,
quando a sua violência não é sono-
ra, mas interior”.
Ao maestro-cravista interessa-lhe
“regressar ao espírito da música, e
compreender a estética” para a ser-
vir e não servir-se dela, reclama. E
faz um paralelismo com a pintura.
“Quando olhamos um quadro vene-
ziano do século XVIII, não estamos
perante a violência, mas perante a
sedução. Quando pegamos numa
música de Couperin, entramos num
mundo que é o mesmo da pintura de
Wateau e de Boucher dos primeiros
anos, extremamente refi nado, que
nos fala do espírito das coisas. Com
Bach estamos também nessa tradi-
ção de refi namento, e é a isso que
eu pretendo chegar.”
Esse espírito da música barroca
não passa, necessariamente, pela
utilização de instrumentos da épo-
ca, como muitos defendem. “Pode-
mos muito bem tocar Bach, Vivaldi
ou Haendel com instrumentos mo-
dernos”. Já com Couperin e Rameau
é mais difícil. Rousset explica que a
música de Couperin “foi pensada es-
pecifi camente para o instrumento,
daí que seja muito difícil transpô-
la”. Em Rameau, distingue a música
para cravo — que, “como a de Bach,
é menos sobre o som e mais sobre
um conceito” — e a que foi composta
para orquestra. “Esta é muito parti-
cular, e já sofre com a utilização de
instrumentos modernos”, diz.
Rousset, que já tocou na Gul-
benkian, em Lisboa, e no Festival
da Póvoa de Varzim, quer conhecer
melhor a música barroca portuguesa.
Já interpretou um concerto de Car-
los Seixas, e adorou. Pediu agora no
Porto que lhe arranjem a partitura de
um concerto para cravo do mesmo
compositor. Também se cruzou com
Marcos Portugal e Francisco António
de Almeida, que achou “interessan-
tes”. Mas diz querer explorar mais o
barroco português.
É a marca da sua carreira. “Aquilo
que mais me agrada é variar, expe-
rimentar coisas diferentes, na vida
como na música, como passar de
Monteverdi a Rameau, de Haendel
a Mozart…”
Breves
Património
Inundação na Politécnica
Elísio Summavielle demite-se e Barreto Xavier aceita
Programação dos Artistas Unidos suspensa
O director-geral do Património Cultural, Elísio Summavielle, apresentou ontem o pedido de demissão ao novo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que o aceitou. De acordo com uma nota de imprensa divulgada ontem à noite pelo gabinete do secretário de Estado da Cultura, o responsável pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) desde Fevereiro alegou “razões de ordem pessoal”. O PÚBLICO tentou contactar Elísio Summavielle, que foi secretário de Estado da Cultura do último Governo PS na altura em que Barreto Xavier se demitiu da Direcção-Geral das Artes, mas até à hora do fecho desta edição não foi possível. Em Agosto, numa entrevista ao PÚBLICO, admitia candidatar-se a uma autarquia, quando abandonasse a DGPC.
A inundação de sábado nos espaços do Teatro da Politécnica, em Lisboa, onde os Artistas Unidos estão instalados desde 2011, obrigou ao cancelamento da estreia de Peça do coração — For him a new fragrance, prevista para quinta-feira no âmbito do Festival Temps d’Images. A permanência da companhia no Teatro da Politécnica está em causa, diz o director dos Artistas Unidos, Jorge Silva Melo. “A programação por ora está suspensa e não sabemos quando é que podemos retomar e se é que podemos continuar aqui. Aguardamos uma reunião com a reitoria [da Universidade de Lisboa]”, disse à Lusa. A inundação “põe em perigo todo o sistema de electricidade. O tecto da casa de banho caiu, há projectores com água”, descreveu.
MIGUEL MANSO
Esta é uma das mais populares óperas cómicas de Donizetti
Se quiser divertir-se um pouco atra-
vés de uma das mais populares ópe-
ras cómicas de Donizetti, e não exigir
com isso fi car extasiado, pode dirigir-
se ao Teatro Nacional de São Carlos
hoje ou nos dias 8 e 10 e assistir a Don
Pasquale: história de um velho abas-
tado que decide casar-se, ao mesmo
tempo que pretende deserdar o seu
sobrinho, apaixonado por uma viúva
sem posses.
É sabido que as restrições de orça-
mento e planeamento que afectam
o nosso único teatro de ópera são
graves: daí resultam o subaproveita-
mento dos seus recursos próprios e
a impossibilidade de organizar uma
temporada regular. As difi culdades
talvez expliquem que o presente
espectáculo adopte uma produção
alheia (do Teatro La Fenice de Vene-
za) e que o elenco de cantores seja
algo desequilibrado. Houve, porém,
critério na escolha da produção: a
encenação de Italo Nunziata, com-
pletada por fi gurinos e cenografi a de
Pasquale Grossi e desenho de luz de
Patrick Latronica, é inteligente, ágil e
económica. O encenador situou a ópe-
ra perto de 1930 e jogou (sem abuso)
com as imagens cinematográfi cas de
então. O grande achado cénico foi a
divisão do palco em três zonas comu-
nicantes mas bem delimitadas, o que
multiplicou as combinações e movi-
mentações. Nesta base, emergiu uma
Don Pasquale, comédia para a família
direcção musical (de Carlo Rizzari)
que se distinguiu pela energia trans-
mitida à orquestra, cujos metais pode-
riam ter sido levados a dar mais valor
à perfeição. O coro, vocal como ceni-
camente, teve um desempenho notá-
vel. Os solistas, à parte uma interven-
ção do notário (bem interpretado por
Frederico Santiago) não são mais que
quatro: Don Pasquale ( José Fardilha),
Norina (Eduarda Melo), Dr. Malatesta
(Yanni Yannissis) e Ernesto (Mathias
Vidal). É neste elenco que o espec-
táculo mostra as maiores limitações.
O conhecido barítono José Fardi-
lha, no papel principal, tem uma in-
terpretação soberba, na segurança
artística e na graça que empresta à
personagem; domina todos os regis-
tos, incluindo o mais grave. O baríto-
no grego Yannissis move-se e canta
com a desenvoltura da experiência,
mas a voz fl ui com difi culdade em
passagens rápidas carregadas de no-
tas. O jovem tenor francês Vidal evi-
dencia garra interpretativa, riqueza
tímbrica e sólida técnica vocal, sem
roçar a excepcionalidade. Já a jovem
soprano Eduarda Melo, no segundo
papel mais importante desta ópera,
foi porventura um erro de casting
motivado pela impossibilidade fi nan-
ceira de contratar uma cantora con-
sagrada. Justamente aplaudida pelo
público pela entrega artística, pelo ta-
lento de actriz, clareza vocal, correc-
ção musical e óptima prestação nos
números de conjunto, tem uma voz
que não surge ainda sufi cientemente
densa, dúctil e amadurecida para o
seu solo, deixando a sensação de uma
presença menor, demasiado ligeira
na afi rmação do texto, sem chegar a
ser leve no fl oreado vocal. Este papel
surgiu cedo de mais no decurso de
uma carreira que se espera dê ainda
muitos e bons frutos.
Crítica de Ópera
Don Pasquale, de Gaetano Donizetti, pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e Coro do TNSC, dir. Carlo Rizzari.
Lisboa, Teatro Nacional de São Carlos,
4 de Novembro, 16h. Sala cheia.
Manuel Pedro Ferreira
mmmMM
Rua Viriato, 131069-315 Lisboa
Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19H32 PÚBLICO, TER 6 NOV 2012CLASSIFICADOS
TRIBUNAL DO TRABALHODE LISBOA
1.º Juízo - 2.ª SecçãoProcesso: 2495/09.8TTLSBAção de Processo Comum
ANÚNCIOAutora: Denise Alves de Assis.Réu: António Pedro Almeida Reis da Veiga Rossa.Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anún-cio, citando o Réu: António Pedro Almei-da Reis da Veiga Rossa, domicílio: Rua Eleutério Teixeira, n.º 12, 4.º Dt.º, Monte da Caparica, 2925-000, com última resi-dência conhecida na morada indicada, para no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor sendo logo proferida sentença a julgar a causa con-forme for de direito e que em substância o pedido consiste, o réu pagar à autora a quantia de € 7.878,00 relativo a férias não gozadas e ao respectivo subsídio, pagar à autora a quantia de € 1.969,50 relativo ao subsídio de Natal, efectuar descontos para a Segurança Social, pa-gar à autora juros vencidos e vincendos à taxa legal sobre todos os valores que se mostrem devidos tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à dis-posição do citando.Deve, com a contestação, juntar os documentos, apresentar o rol de tes-temunhas e requerer quaisquer outras provas.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 4749583Lisboa, 16/10/2012
O Juiz de DireitoDr. António Vieira da Silva Parreira
Cabral Infante de La CerdaA Ofi cial de Justiça
Ana OrnelasPúblico, 06/11/2012 - 2.ª Pub.
Dr. JOAQUIM MATEUS MARQUES
(Médico)
MISSA DE 1.º ANIVERSÁRIO
Sua Mulher, Filhas, Netos e Família, participam que amanhã dia 7, pelas 19.00 horas, na Igreja de Alcântara, será celebrada Missa de 1.º Aniversário do seu falecimento, agradecendo desde já a todas as pessoas que se dignarem assistir a esta celebração.
P.N. A.M.
Loja AlcântaraServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
Mensagens
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ARNALDA NEVES TAVARES DA COSTA
FALECEU
Ana Maria Neves Tavares da Costa, marido e fi lhos, Jorge Manuel Neves Tavares da Costa e sua mulher, Nuno Tristão Neves e demais família participam o falecimento da sua Mãe, Sogra, Avó e Irmã. O Funeral realiza-se hoje dia 6, pelas 13.15 horas, das Capelas Exequiais de S. João de Deus, para Jazigo de Família no Cemitério dos Prazeres. Às 12.30 horas será celebrada Missa de Corpo Presente.
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Serviço Funerário Permanente 24 Horas
Coronel de CavalariaJOSÉ MANUEL
MANSO RIBEIRO SARDINHA
FALECEU
A Família participa o seu falecimento e que o funeral se realiza hoje dia 6, pelas 16:00 horas, do Centro Funerário Basílica da Estrela, para o Cemitério do Alto de São João. Às 15:30 horas será celebrada Missa de Corpo Presente.
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Almada
33PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 CLASSIFICADOS
Público, 06/11/2012
CARTA FECHADAINSOLVÊNCIA DE TÂNIA ALEXANDRA DA SILVA FRAGOSOTribunal Judicial de Santarém - 1.º Juízo Cível - Proc. 974/12.9TBSTR
INSOLVÊNCIA DE PEDRO ALMEIDA TAVARESTribunal Judicial de Santarém - 2.º Juízo Cível - Proc. 978/12.1TBSTRPor determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência e com o acordo do credor hipotecário, vamos proceder à venda extrajudicial com apresentação de propostas em carta fechada, do bem a seguir identifi cado:
BEM IMÓVELVerba 1: Prédio urbano sito em Casais da Alagoa, Lote n.º 5, freguesia de Santarém (Salvador), concelho de Santarém, composto de casa de rés-do-chão e primeiro andar, para habitação, anexo e logradouro, inscrito na matriz com o artigo urbano 5954 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Santarém sob o n.º 2359. Valor mínimo 274.800,00€.
VEÍCULOVeículo automóvel Opel, Vectra Caravan, matrícula 34-03-OR. Valor mínimo 1.500,00€.
REGULAMENTO1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas em carta
fechada até ao dia 16.11.2012 e dirigidas à Leiloeira do Lena.2. As propostas terão de conter: Identifi cação do proponente (nome ou denominação
social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identifi car o nome e processo.
3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque no valor da proposta, para o veículo, assim como o valor da nossa comissão e respectivo IVA. Sobre o imóvel, o cheque é só de 20% de sinal.
4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência.
5. As propostas serão abertas na presença do Administrador da Insolvência e demais interessados, no dia 21.11.2012 às 16h30m na sede da Leiloeira do Lena, Urb. Planalto, Lote 36, r/c Dt.º, Leiria e desde que exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convidados a comparecer pessoalmente ou representados no dia da abertura das propostas acima indicado para licitarem entre si.
6. Os bens são vendidos no estado físico em que se encontram.7. Sobre o imóvel será pago como sinal 20% no acto da adjudicação e os restantes
80% no dia da escritura. Sobre o veículo será pago com a adjudicação.8. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% para o imóvel e 10% para o
veículo e respectivo IVA referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena, pagos com a adjudicação.
INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170 Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dtº
Urb. Planalto 2415-395 LEIRIAObs. Para obter mais informações consulte o nosso site
E-mail: [email protected] Site: www.leiloeiradolena.com
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE COMARCA DE VILA FRANCA DE XIRA
2.º Juízo Família e MenoresProcesso: 2924/11.0TBVFX
Divórcio Sem Consentimentodo Outro Cônjuge
ANÚNCIOAutora: Marinela Fidalgo MiguelRéu: João José Pacheco de Car-valhoNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publica-ção do anúncio, citando o(a) ré(u) João José Pacheco de Carvalho, com última residência conhecida em domicílio: Rua Dr. Zeca Afon-so, N.º 3, 2670-673 Bucelas, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, que-rendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contes-tação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que, em substância, o pedido consiste no decretamento do di-vórcio entre a autora e o Réu, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 8415252Vila Franca de Xira, 21/09/2012
A Juíza de DireitoDr.ª Anabela MartinsO Ofi cial de Justiça
José GueifãoPúblico, 06/11/2012 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIALDO CARTAXO
1.º JuízoProcesso: 735/12.5TBCTX
Divórcio Sem Consentimentodo Outro Cônjuge
ANÚNCIOAutor: Raúl Carlos Alves da SilvaRéu: Carmen Sanú Seidi Alves da SilvaNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última pu-blicação do anúncio, citando a ré Carmen Sanú Seidi Alves da Silva, com última residência conhecida na Rua Jacinto Batista, N.º 5, C/v A, Casal São Brás, 2700-894 Ama-dora, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que, em subs-tância, o pedido consiste na dis-solução do casamento entre autor e ré, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à dispo-sição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 2354175Cartaxo, 26/10/2012
A Juíza de DireitoDr.ª Carla Gonçalves Soares
A Ofi cial de JustiçaCláudia Pereira
Público, 06/11/2012 - 2.ª Pub.
Tribunal Judicial de Loulé. Processo 2309/07.3TBL-LE - 1.º Juízo Cível. Execução Comum. Exequente: Banco Espírito Santo, S.A., Sociedade Aberta; Exe-cutados: Alexandre Bruno Figueira Santos, José António Nobre Duarte, Eduard Kryhan, Natalya Kryhan e Armanda Narciso dos Santos Silva San-tos; Valor: 134.125,56 €, Ref.ª Interna: PE/91/2009.FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 29 de Novembro de 2012, pelas 14.00 horas, no Tribunal Judicial de Loulé - 1.º Juízo Cível, para abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento na Secre-taria do Tribunal, pelos interessados na compra do imóvel abaixo indicado:Direito de superfície da Fracção J, destinada a ha-bitação, correspondente ao terceiro andar esquer-do, com a área coberta de 98,15 m2, do prédio constituído em regime de propriedade horizontal, sito na Expansão Nordeste, Lote n.º 96, freguesia de S. Clemente, concelho de Loulé, inscrito na res-pectiva matriz predial sob o artigo 7.995 e descrito na Conservatória no Registo Predial de Loulé sob o n.º 4420/19930922-J. Valor-base: 60.000,00 Euros (sessenta mil euros).Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 42.000,00 Euros (quarenta e dois mil eu-ros) correspondente a 70% do valor-base.É fi el depositário, que o deve mostrar, a pedido, a Agente de Execução Maria Teresa Viegas.Os proponentes deverão juntar à sua proposta, onde deverá constar a sua identifi cação comple-ta (nome, estado civil, domicílio e NIF) e um che-que visado, à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem ou garantia bancária no mesmo valor, como caução.
A Agente de ExecuçãoMaria Teresa Viegas
Rua Maria Campina, n.º 109 - 1.º Esq.º - 8100-604 Loulé Telefone: 289 411 771 - C.P. 2548
Público, 06/11/2012 - 2.ª Pub.
MARIA TERESA VIEGASAgente de Execução - C.P. 2548
ANÚNCIO
Processo n..º 148/09.6TBLLE - Tribunal Judicial de Loulé - 3.º Juízo Cível. Execução Comum. Exequente: Condomínio Edifício Residen-ce Golf Club. Executado: Graham John Fereday. Valor: 1.023,73 €. Referência Interna: PE/56/2009.FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data da segunda e última publi-cação do anúncio, citando o ausente Graham John Fereday, com última residência conhecida na Rua das Cácias, Edifício Los Arcos, Loja R, em Vilamoura, freguesia de Quarteira, concelho e comarca de Loulé, para os termos do processo executivo supra-identifi cado, que corre termos pelo 3.º Juízo Cível do Tribunal Judicial da Co-marca de Loulé, que lhe foi movido pelo Exequente acima referen-ciado, fi cando citado nos termos do n.º 1 e 2 do artigo 813.º do Código Processo Civil (C.P.C.) para, no prazo de 20 (vinte) dias, decorrido que seja o dos éditos, PARA PAGAR OU DEDUZIR OPO-SIÇÃO À EXECUÇÃO.O pedido consiste no pagamento da quantia exequenda de 1.023,73 Euros (mil e vinte e três euros e setenta e três cêntimos), acrescida das despesas previsíveis da execução (n.º 3 do artigo 821.º do CPC) e dos juros de mora, e demais despesas proces-suais, tudo como melhor consta do duplicado do Requerimento Executivo, que se encontra à disposição do Executado no escritório da Agente de Execução, na morada indicada em rodapé. O paga-mento poderá ser feito mediante a entrega directa no escritório da signatária (Agente de Execução), nos dias e horas constantes do rodapé, em dinheiro ou cheque visado, ou ainda através de Mul-tibanco/Homebanking: Entidade: 20237 - Referência: 121227037. Valor: 1.826,65 euros.Nos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C., tendo em consi-deração o valor do processo, para se opor à execução (que terá de ser apresentada no Tribunal supra-identifi cado) não é obrigatória a constituição de Advogado. Caso não se oponha à execução no prazo supra-indicado e não pague ou caucione a quantia exequen-da, segue-se a PENHORA dos bens necessários para garantir o pa-gamento da quantia exequenda, juros e acréscimo das despesas previsíveis a que se refere o n.º 3 do art.º 821.º do CPC, bem como os honorários da Agente de Execução, que nesta data ascendem a 598,17 Euros sem prejuízo de posterior revisão.Sendo requerido benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o citando juntar aos presentes autos, no prazo da oposição, documento comprovativo da apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompa até notifi cação do apoio judiciário. Artigo 144.º do CPC. - O prazo processual, estabelecido por lei ou fi xado por despacho do juiz, é contínuo, suspendendo-se, no entanto, durante as férias judiciais, salvo se a sua duração for igual ou superior a seis meses ou se tra-tar de actos a praticar em processos que a lei considere urgentes. 2. Quando o prazo para a prática do acto processual terminar em dia em que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte. 3. Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se encerrados os tribunais quando for concedida tolerância de ponto. Artigo 12.º da Lei Org. Func. Tribunais - As férias judiciais vão de Domingo de Ramos a 2.ª feira após a Páscoa, de 1 a 31 de Agosto e de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro. Artigo 252.º-A do CPC (Dilação). 1. Ao prazo de defesa do citando acresce uma dilação de cinco dias quando: a) A citação tenha sido realizada em pessoa diversa do réu, nos termos do n.º 2 do artigo 236.º e dos n.ºs 2 e 3 do artigo 240.º; b) O réu tenha sido citado fora da área da comarca sede do tribunal onde pende a acção, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2. Quando o réu haja sido citado para a causa no território das regiões autó-nomas, correndo a acção no continente ou em outra ilha, ou vice-versa, a dilação é de 15 dias. 3. Quando o réu haja sido citado para a causa no estrangeiro, a citação haja sido edital ou se verifi que o caso do n.º 5 do artigo 237.º-A, a dilação é de 30 dias.
A Agente de ExecuçãoMaria Teresa Viegas
Rua Maria Campina, n.º 109 - 1.º Esq.º - 8100-604 LouléTelefone: 289 411 771 - C.P. 2548
Público, 06/11/2012 - 2.ª Pub
MARIA TERESA VIEGASAgente de Execução - C.P. 2548
ANÚNCIO
TRIBUNAL JUDICIAL DE SESIMBRA
Secção ÚnicaProcesso n.º 74/08.6TBSSB-C
ANÚNCIOHabilitação de HerdeirosRequerente: Banco BPI, S.A.Habilitado: Herdeiros Desco-nhecidosNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, con-tados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando os herdeiros ou suces-sores incertos de José Paulo Morgado Rocha, para no prazo dos éditos virem à causa princi-pal em que são partes:Requerente: Banco BPI. S.A, NIF - 501214534, Endereço: R. Tenente Valadim, 284, 4100-476 Porto.Falecido: José Paulo Morga-do Rocha, NIF - 185024971, BI - 9910276, Endereço: Rua João XXIII, Lote 728, 2.º dto., 2975-000 Quinta do Conde, requererem a sua habilitação como sucessores do falecido, sob pena de não o fazendo, o processo prosseguir com o Ministério Público, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.N/Referência: 1954340Sesimbra, 23-10-2012
A Juíza de DireitoDr.ª Susana Castelão Ferreira
O Ofi cial de JustiçaLuís Salvado
Público, 06/11/2012 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DE SESIMBRA
Secção ÚnicaProcesso n.º 1036/11.1TBSSB
ANÚNCIOCarta Precatória/Solicitação (Averbada)Exequente: Ministério PúblicoExecutado: Paulo Alexandre Fernandes Frescata MoscaProcesso de origem:Processo n.º 384/05.4TTVNG-Ado Vila Nova de Gaia - Tribunal do Trabalho, 2.º JuízoNos autos acima identifi cados foi designado o dia 27-11-2012, pelas 09.30 horas, neste Tribunal para a abertura de propostas, nos termos do artigo 876.º do C.P.C., pelo preço oferecido do Banco Comercial Português, SA, de € 91.300,00, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria deste Tribunal. pelos interessados na compra do seguinte bem/bens:Imóvel sito na Rua Manuel da Maia, lote 788, 2975 Quinta do Conde.Penhorados aExecutado: Paulo Alexandre Fernandes Frescata Mos-ca, profi ssão: desconhecida ou sem profi ssão, estado civil: casado (regime: desconhecido), nascido(a) em 02-10-1969, natural de Portugal, nacional de Portu-gal, NIF - 180741977, BI - 10214, 476, domicílio: Rua da Liberdade, n.º 36 - A - 1 d, 2840-000 Seixal. É fi el depositárioPaulo Alexandre Fernandes Frescata Mosca, des-conhecida ou sem profi ssão. NIF - 180741977. BI - 10214476, Endereço: Rua da Liberdade, n.º 36 - A - 1d, 2840-000 Seixal.Existem créditos reclamados pelo BCP no valor de € 173.567,43 e pelo Ministério Público em representa-ção das Finanças do Seixal no valor de € 809,09.Quantia Exequenda: € 947,99 mais juros acresci-dos e custas.Valor-base: € 947,99Nota: No caso de venda mediante proposta em carta fechada, em Execução Comum (instaurada em data igual ou posterior a 15/09/2003) os proponentes de-vem juntar à sua proposta, como caução. um cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução ou, na sua falta, da secretaria, no montante correspondente a 20% do valor-base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 ao art.º 897.º do CPC).N/Referência: 1962194Sesimbra, 30-10-2012A Juíza de Direito - Dr.ª Cláudia G. T. de Melo Graça
A Ofi cial de Justiça - Maria Manuela Lince
Público, 06/11/2012 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE
COMARCA DO SEIXAL1.º Juízo Criminal
Processo n.º 68/03.8GELSB
ANÚNCIOProcesso Comum (Tribunal Singular)A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Valéria Barros Gomes, do 1.º Juízo Criminal - Tribunal de Família e Meno-res e de Comarca do Seixal:Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.º 68/03.8GELSB, pendente neste Tri-bunal contra o(a) arguido(a) José Carlos da Costa Almeida Pereira, fi lho(a) de Sebastião de Almeida Pereira e de Eduarda da Costa, natural de: Tondela - Lajeosa (Tondela); nacional de Portugal, nascido em 18-11-1956, estado civil: casado, profi ssão: carpinteiro NIF - 108888100, BI - 7208958, do-micílio: Rua Toni de Matos, n.º 68, Vale Figueira, 2825-000 Sobreda, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Falsifi cação ou contrafacção de documento, p. p. pelos art.ºs 255.º al. a) e 256.º n.° 1 aI. c), com referência às als. a) e b) do mesmo número, e n.º 3 do C. Penal, praticado em 28-02-2003; 1 crime(s) de Falsifi ca-ção ou contrafacção de documento, p. p. pelos art.ºs 255.º al. a) e 256.º n.º 1 al. c), com referência às als. a) e b) do mesmo número, e n.º 3 do C. Pe-nal, praticado em 28-02-2003; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 26-10-2012, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realização de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal;b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de nature-za patrimonial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração;c) Proibição de obter quaisquer documentos, certi-dões ou registos junto de autoridades públicas;d) O arresto da totalidade ou em parte dos seus bens, nos termos do disposto no art.º 337.º, n.º 3 do referido diploma legal.N/Referência: 9627326Seixal, 30-10-2012
A Juíza de Direito - Dr.ª Valéria Barros GomesA Escrivã Adjunta - Gabriela Rodrigues A. CândidoPúblico, 06/11/2012 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DE BENAVENTE
1.º JuízoProcesso n.º 1184/12.0TBBNV
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerido: Tiago Filipe Trinda-de de Jesus GueifãoFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é requerido Tiago Filipe Trindade de Jesus Gueifão, com residência em domicílio: Av. 28 de Setembro, n.º 16, Bloco B - 1.º Andar C, 2135-214 Samora Correia, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.N/Referência: 2897116Benavente, 19-10-2012
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Luísa DiasA Ofi cial de Justiça
Zélia P. RuivoPúblico, 06/11/2012
TRIBUNAL JUDICIAL DE OLHÃO
2.º JuízoProcesso n.º 1452/12.1TBOLH
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Luís Silvestre da Conceição MachadoInterdito: Sérgio Martins Azi-nheiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerido Sérgio Mar-tins Azinheira, com residên-cia em domicílio: Belmonte de Baixo, Olhão, 8700-173 Olhão, para efeito de ser de-cretada a sua interdição.
N/Referência: 2721775
Olhão, 29-10-2012
A Juíza de DireitoAna Rita Sarmento Barra
A Ofi cial de JustiçaErcília Marcelino
Público, 06/11/2012 - 2.ª Pub.
CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ
AVISOPlano de Urbanização do Vale do Freixo (PUVF)
Na sequência do período de participação pública do procedimento de formação de contrato para planeamento que decorreu no âmbito da intenção de elaboração do Plano de Urbanização do Vale do Freixo (PUVF), durante o prazo de 10 dias a contar do Aviso n.º 13294/2012, publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 193, de 4 de outubro de 2012 e Declaração de Retifi cação n.º 1303/2012, publicado no Diário da República, 2.ª Série, de 12 de outubro de 2012, e sem que nenhuma manifestação/ sugestão desse entrada nesta autarquia relativamente à minuta de contrato para planeamento publicitada, foi deliberado em 31 de outubro de 2012:
1. Aprovar o Contrato para Planeamento, e mandatar o Sr. Presidente da Câmara Municipal para assinar o referido, para efeitos de elaboração do PUVF;
2. Determinar a elaboração do Plano de Urbanização do Vale do Freixo (PUVF); 3. Aprovar os Termos de Referência do PUVF; 4. Determinar a elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica; 5. Estipular o prazo de elaboração do PUVF em 18 meses; 6. Solicitar o acompanhamento do PUVF à CCDR-Algarve; 7. Publicitar o teor da deliberação, fi xando um prazo de 15 dias (a contar da publicação deste
Aviso no Diário da República) para a formulação de sugestões e para a apresentação expres-sa de informações sobre quaisquer questões que possam ser consideradas no âmbito do procedimento de elaboração do PUVF, as quais deverão ser remetidas A/C Presidente da Câ-mara Municipal, Praça da República, 8100-270, pelo correio ou através do endereço electrónico [email protected] com indicação expressa de “Plano de Urbanização do Vale do Freixo” e com a identifi cação e morada do con-tacto do signatário.
Mais se torna público que o conteúdo integral da deliberação de 31 de outubro de 2012, que inclui a planta com a área de intervenção, os Termos de Referência do PUVF e é ainda acompanhada pelo Contrato para Planeamento, se encontra disponível para consulta nos Paços do Concelho, bem como no site autárquico (http://www.cm-loule.pt), no menu “Pla-neamento e Urbanismo” / “Planeamento e Ordenamento do Território” / “Consultas Públicas” e ainda na Junta de Freguesia de Benafi m.
Loulé, 31 de outubro de 2012.
O Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Sebastião Francisco Seruca Emídio
3.º JUÍZO DE FAMÍLIA E MENORES DO PORTO
2.ª SecçãoProcesso: 779/12.7TMPRT
ANÚNCIODivórcio sem Consentimento do Outro CônjugeAutora: Isa Cristina Moreira San-tos TeixeiraRéu: Muhammad RamzanNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ré(u) Muhammad Ramzan, com última residência conhecida em domicílio: Rua do Benfor-moso, 250, 2.º Andar, 1000-000 Lisboa, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos articula-dos pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste em requerer o divórcio sem consentimento, ao abrigo do disposto nos art.ºs 1773.º n.º 1 e 3 e art.º 1781.º alínea a) do C.C., tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.Porto, 23/10/2012
O Juiz de DireitoDr. Jorge dos SantosA Ofi cial de Justiça
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34 | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
SAIR
CINEMALisboa Castello Lopes - LondresAv. Roma, 7A. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h15, 16h, 18h45, 21h30; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h45 CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 13h25, 15h50, 17h40, 19h30, 21h40, 24h; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; Para Roma com Amor M12. Sala 3 - 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 3 - 21h50, 00h20; Manteiga M12. Sala 3 - 13h20, 15h35, 17h25, 19h15, 21h35, 23h50; As Palavras M12. Sala 4 - 13h25, 15h30, 17h35, 19h40, 22h, 00h05; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 13h40, 15h45, 17h50, 19h55, 22h10, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 13h50, 16h10, 18h30 (V.Port./3D); Terapia a Dois M12. Sala 7 - 19h50; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 17h30 (3D); Frankenweenie M12. Sala 7 - 13h35, 15h30 (3D); A Advogada M12. Sala 8 - 13h35, 15h40, 17h45, 19h50, 21h55, 24h CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h30, 16h15, 19h, 21h45; A Advogada M12. Sala 2 - 13h25, 15h30, 17h35, 19h45, 21h50; Para Roma com Amor M12. Sala 3 - 15h20, 17h30, 21h40; O Gebo e a Sombra M12. Sala 3 - 13h20; Orquestra Geração M12. Sala 3 - 19h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h40, 16h, 18h20 (V.Port.), 21h30 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Casa de Lava + Chã de Caldeiras Sala Félix Ribeiro - 21h30; Mamma Roma + Stendali (Suonano Ancora) Sala Félix Ribeiro - 19h; Eles Vivem Sala Félix Ribeiro - 15h30; Toute une Nuit Sala Luís de Pina - 19h30; Portrait d’’une Jeune Fille de la Fin des Années 60 à Bruxelles Sala Luís de Pina - 22h Espaço NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Shut Up And Play The Hits - O Fim dos LCD Soundsystem M12. Sala 1 - 21h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088007 Skyfall M12. Sala 1 - 14h30, 18h30, 21h45; Linhas de Wellington M12. Sala 3 - 14h45, 18h15, 21h30 Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Linhas de Wellington M12. Sala 1 - 13h, 16h, 19h, 21h45; O Gebo e a Sombra M12. Sala 2 - 14h, 16h, 18h, 20h; A Loucura de Almayer Sala 2 - 22h Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72 - Edifício Monumental. T. 213142223007 Skyfall M12. Sala 4 - Cine Teatro - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 1 - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h15; As Palavras M12. Sala 2 - 13h15, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30, 24h; Linhas de Wellington M12. Sala 3 - 13h, 15h45, 18h30, 21h30, 00h15 UCI Cinemas - El Corte InglésEl Corte Inglés, Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 14h, 16h, 18h, 20h, 22h, 00h25; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 14h15, 16h45, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala
3 - 14h10, 16h40 (V.Port./3D), 19h05 (V.Orig./3D); Frankenweenie M12. Sala 4 - 14h10, 18h55, 00h25; Manteiga M12. Sala 5 - 14h20, 16h25, 18h45, 21h25, 23h45; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 6 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; Galinha Com Ameixas M12. Sala 7 - 19h; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 24h; Elas M16. Sala 7 - 14h05, 16h30; Linhas de Wellington M12. Sala 8 - 15h, 18h10, 21h15, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 9 - 15h, 18h30, 21h30, 00h30; César Deve Morrer M12. Sala 10 - 14h, 16h, 18h, 20h, 22h, 24h; Para Roma com Amor M12. Sala 11 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h45, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 12 - 14h, 17h, 21h15, 00h15; As Palavras M12. Sala 13 - 14h15, 16h50, 19h15, 21h45, 00h05; A Advogada M12. Sala 14 - 14h15, 16h40, 19h05, 21h40, 00h10 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996Arbitrage - A Fraude M12. 16h40, 19h10, 21h35; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 15h50, 18h20, 21h (V.Orig.); Dos Homens Sem Lei M12. 16h15, 18h55, 21h30; 007 Skyfall M12. 16h30, 20h50; 007 Skyfall M12. 17h, 21h20; A Moral Conjugal M12. 16h50, 19h10, 21h40; Balas e Bolinhos - O Último Capítulo M16. 21h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 16h20, 18h50 (V.Port.); Actividade Paranormal 4 M16. 15h30, 17h40, 19h45, 21h50; Manteiga M12. 15h40, 18h, 21h10; Taken - A Vingança M16. 16h25, 18h40, 21h25; A Casa do Fim da Rua M16. 16h, 18h30, 21h25; Looper - Reflexo Assassino M16. 16h10, 18h45, 21h45 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996007 Skyfall M12. 14h, 17h20, 21h, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h30 (V.Port./3D), 16h10, 18h50, 21h40, 00h25 (V.Orig./3D); Dos Homens Sem Lei M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h20, 24h; Linhas de Wellington M12. 12h50, 16h; Um Feliz Evento M12. 19h10, 21h30, 00h20; As Palavras M12. 13h20, 16h20, 18h40, 21h10, 23h50; Para Roma com Amor M12. 13h, 15h20, 18h, 20h50, 23h30; A Moral Conjugal M12. 13h50, 16h40, 19h30, 21h50, 00h10 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996As Palavras M12. 13h25, 16h05, 18h40, 21h40, 00h15; Looper - Reflexo Assassino M16. 13h, 15h40; A Advogada M12. 18h35, 21h10, 23h45; A Casa do Fim da Rua M16. 13h15, 15h50, 18h15, 21h35, 24h; 007 Skyfall M12. 13h20, 16h30, 21h, 00h10; 007 Skyfall M12. 12h50, 15h45, 18h50, 22h; Actividade Paranormal 4 M16. 13h30, 15h55, 18h10, 21h30, 23h50; A Moral Conjugal M12. 13h10, 16h, 18h20, 21h05, 23h35; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 12h55 (V.Port.), 15h30, 18h05, 20h55, 23h55 (V.Orig.); Taken - A Vingança M16. 13h05, 15h25, 18h, 21h15, 23h40; Dos Homens Sem Lei M12. 12h45, 15h35, 18h30, 21h20, 00h05 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Dos Homens Sem Lei M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h20, 24h; Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h20, 17h30, 19h40, 22h, 00h30; Manteiga M12. 13h10, 15h50, 18h20, 21h10, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h40, 15h40, 18h40, 21h50; 007 Skyfall M12. 13h20, 17h, 21h, 00h10; Looper - Reflexo Assassino M16. 21h30, 00h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h30, 16h, 18h30 (V.P./3D)
Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011 - Vale de Mourelos. T. 16996
A Moral ConjugalDe Artur Serra Araújo. Com Maria João Bastos, José Wallenstein, São José Correia, Catarina Wallenstein. POR. 2012. 99m. Drama. M12. Manuela é uma sensual delegada
de propaganda médica,
constantemente envolvida em
fugazes casos com os médicos
com quem trabalha. Até que
as suas acções escapam ao seu
controlo e, entre mentiras,
vê-se numa luta desesperada
por evitar as consequências
conjugais.
César Deve MorrerDe Paolo Taviani, Vittorio Taviani. Com Cosimo Rega, Salvatore Striano. ITA. 2012. 76m. Drama. M12. Na prisão de segurança máxima
de Rebibbia, Roma, um grupo de
prisioneiros encena a peça Júlio
César, de William Shakespeare.
Pelos corredores, fala-se de
morte, liberdade, vingança.
Realidades presentes no texto
shakespeariano, mas também
nas suas próprias histórias.
UCI - El Corte Inglés
As PalavrasDe Brian Klugman, Lee Sternthal. Com Bradley Cooper, Jeremy Irons, Dennis Quaid. EUA. 2012. 97m. Drama, Romance. M12.
A fama chega quando o jovem
Rory Jansen publica um romance
que depressa atinge o estatuto
de best-seller. O problema é que
não é ele o autor das palavras
que compõem o bem-sucedido
livro. E a verdade persegui-
lo-á à medida que acumula um
prestígio que não lhe é devido.
Actividade Paranormal 4De Henry Joost, Ariel Schulman. Com Katie Featherston, Kathryn Newton, Matt Shively. EUA. 2012. 95m.
Terror. M16. Há cinco anos, Katie matou a
irmã Kristi e o cunhado Daniel,
levando consigo o sobrinho.
Agora, ela vive com o pequeno
Robbie. Do outro lado da rua,
mora a adolescente Alice,
que não consegue deixar de
observar a estranheza de Robbie.
E quando o rapaz começa a
arrastar o irmão mais novo de
Alice para outro universo, o
terror regressa.
Dos Homens Sem LeiDe John Hillcoat. Com Tom Hardy, Shia LaBeouf, Guy Pearce, Mia Wasikowska. EUA. 2012. 116m. Drama, Western. M12. A história dos infames irmãos
Broadabent, contrabandistas
de bebidas alcoólicas no estado
da Virgínia durante os tempos
da Lei Seca nos Estados Unidos.
As origens familiares, a relação
fraternal e uma lealdade
constantemente posta à prova.
ManteigaDe Jim Field Smith. Com Olivia Wilde, Jennifer Garner, Ashley Greene, Hugh Jackman, Alicia Silverstone. EUA. 2011. 90m. Comédia. M12. Laura Pickler vive à sombra do
sucesso do marido Bob, campeão
de esculturas de manteiga
do Iowa. Até que ele é levado
a abandonar a competição.
Decidida a manter na sua casa o
troféu das melhores esculturas
de manteiga, Laura ingressa
na prova. Mas pela frente tem
adversários à altura: uma menina
de 10 anos, uma stripper e
pretendente a amante de Bob e
ainda a sua fã número 1.
Shut Up And Play The Hits - O Fim dos LCD SoundsystemDe Will Lovelace, Dylan Southern. GB. 2012. 108m. Documentário, Musical. M12. O último concerto dos LCD
Soundsystem, a 2 de Abril de
2011 em Madison Square, que
durou quatro horas e que incluiu
participações de Arcade Fire ou
Reggie Watts, num documento
que pretende traçar também
o retrato íntimo de James
Murphy e sublinhar todas as
consequências da sua decisão em
terminar com a banda.
Nimas
Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h15, 17h30, 21h30, 00h20; 007 Skyfall M12. 12h50, 16h, 21h, 00h10; Dos Homens Sem Lei M12. 12h40, 15h25, 18h10, 21h10, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h30, 15h40, 18h50, 22h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h10, 15h50 (V.Port.), 18h30, 21h20, 24h (V.Orig.); ParaNorman M6. 13h20, 15h40 (V.Port./3D); Arbitrage - A Fraude M12. 18h40, 21h15, 23h50; Looper - Reflexo Assassino M16. 13h, 15h45, 21h30, 00h15; Frankenweenie M12. 19h (3D); Para Roma com Amor M12. 12h55, 15h35, 21h30, 00h10; Linhas de Wellington M12. 18h15; As Palavras M12. 12h50, 15h10, 17h35, 21h05, 23h30; Taken - A Vingança M16. 12h50, 15h20, 17h45, 21h40, 24h; A Casa do Fim da Rua M16. 13h05, 15h40, 18h25, 21h20, 00h10; A Moral Conjugal M12. 13h30, 16h, 18h45, 21h55, 00h20; Manteiga M12. 13h40, 16h20, 18h55, 22h, 00h25; A Advogada M12. 13h05, 15h55, 18h35, 21h20, 00h15
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030007 Skyfall M12. Cinemax - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; As Palavras M12. Sala 2 - 13h40, 15h40, 17h45, 19h55, 22h, 24h; A Advogada M12. Sala 3 - 13h25, 15h30, 17h40, 19h45, 21h50, 23h55; Para Roma com Amor M12. Sala 4 - 18h30; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h50, 16h10 (V.Port./3D), 21h40 (V.Orig./3D); Frankenweenie M12. Sala 4 - 23h50; Resident Evil: Retaliação M16. Sala 5 - 19h50; A Casa do Fim da Rua M16. Sala 5 - 13h35, 15h35, 21h50, 00h20; Taken - A Vingança M16. Sala 6 - 13h45, 15h50, 17h55, 19h55, 21h55, 23h45; A Possuída M16. Sala 7 - 00h25; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 7 - 13h40, 15h45, 17h35, 21h30; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 13h20, 15h40, 18h (V.Port.); Actividade Paranormal 4 M16. Sala 8 - 14h, 16h, 17h50, 19h40, 21h40, 00h10; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 9 - 13h35, 16h05, 18h40, 21h35, 00h05; Terapia a Dois M12. Sala 10 - 17h50, 19h50; ParaNorman M6. Sala 10 - 17h50 (V.Port.); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 10 - 21h50, 00h15 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1, Venteira. T. 707232221ParaNorman M6. Sala 1 - 13h55, 16h15, 18h45 (V.Port./3D); Linhas de Wellington M12. Sala 1 - 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h, 18h30, 21h30; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 14h15, 16h40, 19h15 (V.Port.), 21h50; Encomenda Armadilhada M12. Sala 4 - 19h, 21h25; Impy na Terra da Magia M4. Sala 4 - 14h25, 16h30 (V.Port.); Brave - Indomável M4. Sala 5 - 13h45 (V.Port.); Patrulha de Bairro M12. Sala 5 - 16h40, 19h05, 21h55; Morangos com Açúcar - O Filme M6. Sala 6 - 14h05; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 6 - 16h20, 19h05, 21h35; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 7 - 14h05, 16h35, 19h10, 21h35; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 8 - 13h50, 16h20, 18h50, 21h20; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 9 - 14h, 16h40, 19h10, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 10 - 14h, 17h, 21h10; Taken - A Vingança M16. Sala 11 - 13h55, 16h30, 19h05, 21h45
Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroFórum Barreiro, Cpo Cordoarias. T. 760789789Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 15h40 (V.Port./3D),
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | 35
A Fundação EDP volta às grandes exposições temáticas. Depois de Povo-People, chegou a vez de Riso. Uma Exposição a Sério que, nas palavras de um dos curadores, Nuno Artur Silva, nos desafia a “pensar o riso e a importância do riso na sociedade contemporânea” e fazer “conviver as obras de arte com obras de entretenimento”. É
assim que, pelo espaço do Museu da Electricidade, Lisboa, vídeos com momentos de humor bem conhecidos, como cenas d’ O Tal Canal de Herman José ou rábulas de Raul Solnado, convivem lado a lado com trabalhos de artistas plásticos como Jeff Koons, Vasco Araújo ou Paula Rego. De terça a domingo, das 10h às 18h, com entrada livre.
Riso a sério no Museu da Electricidade
18h40, 21h40 (V.Orig./3D); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 15h20, 18h10, 21h20; Patrulha de Bairro M12. Sala 3 - 15h50, 18h20; Para Roma com Amor M12. Sala 3 - 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h30, 18h30, 21h30
Cascais Castello Lopes - Cascais VillaAvenida Marginal. T. 760789789Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 15h40, 18h40 (V.Port./3D), 21h; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 15h50, 18h10, 21h10; Até que o Fim do Mundo nos Separe M12. Sala 3 - 15h20, 18h, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h30, 18h30, 21h30; Linhas de Wellington M12. Sala 5 - 15h25, 18h25, 21h20 ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Actividade Paranormal 4 M16. 12h50, 15h10, 18h40, 21h30, 23h50; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h20, 15h50, 18h20; A Casa do Fim da Rua M16. 21h50, 00h05; Dos Homens Sem Lei M12. 12h40, 15h30, 18h10, 21h10, 00h10; 007 Skyfall M12. 12h35, 15h40, 18h45, 22h; 007 Skyfall M12. 13h, 16h15, 21h, 00h20; Taken - A Vingança M16. 13h10, 15h20, 18h, 21h40, 24h; A Moral Conjugal M12. 13h05, 16h, 18h30, 21h20, 23h40
Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 15h45, 18h, 21h30; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 15h50, 18h10, 21h25; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 15h45 (V.Port.), 18h20, 21h15; Taken - A Vingança M16. Sala 5 - 16h, 18h10, 21h30
Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. Com. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h30, 21h30; Elas M16. Sala 2 - 15h45, 21h45
Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643007 Skyfall M12. Cinemax - 16h15, 19h, 21h45; Manteiga M12. Sala 1 - 15h50, 17h40, 19h30, 21h50; As Palavras M12. Sala 2 - 15h35, 17h35, 19h35, 21h35; A Advogada M12. Sala 3 - 15h40 17h45, 19h50, 21h55; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 16h, 18h20 (V.Port./3D), 21h40 (V.Orig./3D); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 15h30, 17h35, 19h40, 22h; Para Roma com Amor M12. Sala 6 - 15h45, 17h55, 21h40; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 7 - 15h50, 18h40, 21h30 Castello Lopes - Fórum SintraC. C. Forum Sintra, Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Frankenweenie M12. Sala 1 - 21h (3D); Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 16h10, 18h30, 21h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 16h, 18h50, 21h20; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h50, 18h40, 21h30; Linhas de Wellington M12. Sala 5 - 15h35, 18h25, 21h25; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 6 - 15h40, 18h20, 21h10; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 15h30, 18h10, 21h50
Leiria
Castello Lopes - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h10, 16h, 18h50, 21h40; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 13h15, 15h40, 18h10, 21h50; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 3 - 21h10; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 13h, 15h20, 18h30 (V.P./3D); Terapia a Dois M12. Sala 4 - 12h50, 15h10, 18h, 21h; Taken - A Vingança M16. Sala 5 - 13h20, 15h30, 18h40, 21h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 13h30, 15h50, 19h, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 12h40, 15h, 18h20, 21h20
Loures Castello Lopes - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003 - Centro Comercial Loures Shopping. T. 760789789Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 13h30, 16h20, 18h30, 21h30; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 2 - 13h20, 16h, 18h10 (V.Port./3D); Frankenweenie M12. Sala 2 - 21h40 (3D); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 13h40, 16h10, 18h55, 21h25; Taken - A Vingança M16. Sala 4 - 13h25, 16h30, 18h40, 21h15; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 12h40, 15h30, 18h20, 21h20; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 13h, 15h50, 18h50, 21h45; Patrulha de Bairro M12. Sala 7 - 13h10, 15h40, 18h; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 7 - 21h10
Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996007 Skyfall M12. 17h30, 20h50; 007 Skyfall M12. 16h30, 20h40; Dos Homens Sem Lei M12. 15h40, 18h15, 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 15h50 (V.P./3D), 18h30, 21h10 (V.O.); Actividade Paranormal 4 M16. 16h, 18h10, 21h30; Taken - A Vingança M16. 16h10, 18h20, 21h20
Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Actividade Paranormal 4 M16. 15h20, 18h40, 21h10; 007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 16h, 18h30 (V.P./3D), 21h20 (V.O.); Taken - A Vingança M16. 15h30, 18h20, 21h30; ParaNorman M6. 15h40, 18h10 (V.P.); Looper - Reflexo Assassino M16. 21h15
Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Arbitrage - A Fraude M12. 12h50, 15h20, 18h10, 21h15, 23h55; 007 Skyfall M12. 14h, 17h15, 21h, 00h10; Dos Homens Sem Lei M12. 12h55, 15h40, 18h30, 21h30, 00h15; As Palavras M12. 13h, 15h25, 18h20, 21h20, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h30, 15h30, 18h40, 21h50; Taken - A Vingança M16. 18h45, 21h40, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h10, 15h45 (V.Port./3D); Manteiga M12. 13h15, 15h50, 18h15, 21h10, 23h45
Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresC. C. Dolce Vita - Av. Túlipas. T. 707 CINEMAAstérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 15h10, 18h10 (V.Port.), 21h10 (V.Orig.); ParaNorman M6. 15h, 18h
(V.Port.); Para Roma com Amor M12. 21h; 007 Skyfall M12. 15h20, 18h20, 21h20; Dos Homens Sem Lei M12. 15h30, 18h30, 21h30
Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30; Encomenda Armadilhada M12. Sala 2 - 12h50, 15h40, 18h30, 21h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 12h40, 15h30 (V.Port./3D), 18h20, 21h10 (V.Orig./3D)
Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Actividade Paranormal 4 M16. 16h15, 18h30, 21h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 16h, 18h45 (V.Port./3D), 21h45 (V.Orig./3D); Taken - A Vingança M16. 15h45, 18h15, 21h35; Linhas de Wellington M12. 14h50, 18h, 21h10; 007 Skyfall M12. 14h40 , 17h45, 21h
Torre da Marinha Castello Lopes - Rio Sul ShoppingQta. Nova do Rio Judeu. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h30, 18h25, 21h20; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h50, 18h45, 21h40; Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 15h10, 18h10, 21h25; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 4 - 15h40, 18h40, 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 5 - 21h10; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 5 - 15h30, 18h30 (V.Port./3D); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 16h, 18h50, 21h50; Patrulha de Bairro M12. Sala 7 - 15h20, 18h20, 21h
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Patrulha de Bairro M12. Sala 1 - 16h10, 19h, 21h40; Taken - A Vingança M16. Sala 2 - 16h20, 19h10, 21h50; Terapia a Dois M12. Sala 3 - 15h50, 18h40, 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 4 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 16h, 18h20 (V.Port./3D); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 5 - 15h30, 18h50, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 15h40, 18h30, 21h20
Setúbal
Auditório CharlotAvenida Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446007 Skyfall M12. Sala 1 - 21h30 Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Encomenda Armadilhada M12. Sala 1 - 15h30, 18h20, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h50, 18h50, 21h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 16h (V.Port./3D), 18h40, 21h30; Para Roma com Amor M12. Sala 4 - 15h40, 18h30, 21h20
Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 1 - 13h55, 16h30, 19h05, 21h40; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 13h45, 16h10, 18h35, 21h05; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h, 18h, 21h; Frankenweenie M12. Sala 4 - 13h10, 15h10, 19h10 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 4 - 16h25; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 4 - 13h55, 19h25, 21h55; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 17h20; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 5 - 14h45; Taken - A Vingança M16. Sala 6 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h25, 21h30 ; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 15h40, 18h40, 21h40; Ted M12. Sala 8 - 14h45, 19h10; Encomenda Armadilhada M12. Sala 8 - 17h05, 21h30; Selvagens M16. Sala 9 - 21h; Patrulha de Bairro M12. Sala 9 - 14h, 16h20 18h40
Albufeira Castello Lopes - Algarve ShoppingEstrada Nac. 125 - Vale Verde. T. 760789789Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 12h45, 15h20, 18h (V.Port./3D); Frankenweenie M12. Sala 1 - 21h05; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 12h40, 15h30, 18h20, 21h20; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 3 - 12h55, 15h40, 18h10, 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h05, 15h45, 18h25, 21h15; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 5 - 12h50, 15h25, 18h05, 21h; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 6 - 13h15, 15h55, 18h30, 21h30; As Palavras M12. Sala 7 - 13h10, 16h, 18h35, 21h25; 007 Skyfall M12. Sala 8 - 13h, 15h50, 18h50, 21h45; Taken - A Vingança M16. Sala 9 - 13h20, 15h40, 18h10, 21h35
Olhão
Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; Desafio Total M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h20; Magic Mike M12. Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h15
Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h30, 18h15, 21h30; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 15h45, 18h15, 21h45 Castello Lopes - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 - Centro Comercial Continente. T. 760789789Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 13h15, 16h, 18h50, 21h40; Taken - A Vingança M16. Sala 2 - 13h30, 16h15, 19h, 21h50; Terapia a Dois M12. Sala 3 - 13h40, 16h20, 19h10, 22h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h05, 15h40, 18h30, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 6 - 21h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 13h20, 16h10, 184h5 (V.Port./3D)
Tavira Zon Lusomundo TaviraC.C. Gran-Plaza, R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996007 Skyfall M12. 15h10, 18h15, 21h20; Actividade Paranormal 4 M16. 15h05, 17h10, 19h15, 21h30; Arbitrage - A Fraude M12. 15h35, 18h20, 21h10; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 15h50 (V.P./3D), 18h30, 21h (V.O.); Linhas de Wellington M12. 14h50, 18h, 21h05
TEATROLisboaA Barraca - Teatro Cine ArteLargo de Santos, 2. T. 213965360 Gil Vicente, e agora? Enc. Carla Alves. Até 6/11. 3ª às 10h30, 11h30 e 14h. Reservas: 917373177. Volátil Enc. Carla Alves, Fernando Pires. Até 6/11. 3ª às 10h30, 11h30 e 14h.Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 707303000 Iluminações Companhia Maior. Enc. Mónica Calle. De 3/11 a 6/11. 2ª, 3ª e Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. Teatro da Cornucópia - Bairro AltoRua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515 Os Desastres do Amor De Pierre de Marivaux. Enc. Luis Miguel Cintra. De 1/11 a 25/11. 3ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 Caveman: Mim Caçar, Tu Colher! Enc. António Pires. Com Manuel Marques. De 4/9 a 18/12. 3ª às 22h. M/16. Duração: 80m. Teatro-Estúdio Mário Viegas Largo do Picadeiro. T. 213257641 O Gato Comp. de Teatro Mole e Erre. Enc. Paulo Duarte Ribeiro. De 18/9 a 18/12. 3ª às 22h (na Sala Estúdio). M/12. Duração: 90m.
AlmadaTeatro Municipal de AlmadaAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 O Mercador de Veneza De William Shakespeare. Comp. de Teatro de Almada.
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
Adeus, Minha Rainha mmmmm – mmmmm
Bellamy mmmmm mmmmm mmmmm
Cirkus Columbia – mmmmm mmmmm
Elas mmmmm a –Frankenweenie mmmmm mmmmm –Galinha com Ameixas mmmmm – mmmmm
O Gebo e a Sombra mmmmm mmmmm mmmmm
Looper, Reflexo Assassino mmmmm – mmmmm
Para Roma, com Amor mmmmm mmmmm mmmmm
007 Skyfall mmmmm mmmmm mmmmm
36 | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
SAIRSkunk Anansie no Coliseu dos Recreios
Enc. Ricardo Pais. Com Albano Jerónimo, João Reis, Sara Carinhas, Pedro Penim, Lígia Roque, Pedro Frias, Maria João Pinho, André Gomes, André Albuquerque, Daniel Fialho, Eduardo Breda, Ivo Alexandre, João Farraia, Pedro Manana. De 20/10 a 11/11. 3ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (na Sala Principal). M/12.
EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Histórias que cabem na palma da mão De Rosana Ricalde. De 24/10 a 30/11. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Desenho, Escultura, Instalação. Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Dois Desenhos, Uma Escultura De José Pedro Croft. De 18/10 a 17/11. 3ª a Sáb das 15h às 20h. Escultura. Art Lounge GaleriaRua António Enes, 9C. T. 213146500 Panorama De João Feijó. De 10/10 a 10/11. 2ª a 6ª das 12h às 19h. Pintura. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Distant Smoke De Gonçalo Sena. De 26/9 a 10/11. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Escultura, Desenho. Pontus De Délio Jasse. De 26/9 a 10/11. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Fotografia. Centro Cultural de BelémPraça do ImpérioT. 707303000 Júlio Pomar: Estudos para O Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro De Júlio Pomar. De 22/10 a 19/1. Todos os dias das 14h30 às 18h30. Pintura, Edição, Outros. Inserido no ciclo CCB - Camilo Castelo Branco: As paixões juvenis e o Amor de Perdição. Centro de Arte Moderna - José de Azeredo PerdigãoR. Dr. Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Carlos Nogueira: O lugar das coisas De Carlos Nogueira. De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Instalação, Escultura, Fotografia, Outros. Gerard Byrne: Imagens ou Sombras De Gerard Byrne. De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Instalação, Vídeo.
Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8. T. 213237335 Peças de Substituição De Renato Ferrão. De 21/9 a 16/11. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Desenho, Instalação. Cristina Guerra - Contemporary ArtR. Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 João Onofre De 27/9 a 7/11. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb e Dom das 15h às 20h. Vídeo, Fotografia. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 As Idades do Mar De Francesco Guardi, Turner, Friedrich, Monet, De Chirico, Amadeo de Souza-Cardoso, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro, João Vaz, entre outros. De 25/10 a 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Um Chá para Alice De Lisbeth Zwerger, Dusan Kallay, Anthony Browne, Chiara Carrer, Anne Herbauts, Nicole Claveloux, Teresa Lima, entre outros. De 31/10 a 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Ilustração, Pintura, Fotografia. Um vaso grego no Museu Calouste Gulbenkian De Maria Helena Rocha-Pereira. De 29/3 a 30/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Instalação. Fundação José SaramagoRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 José Saramago: a Semente e os Frutos A partir de 13/6. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 10h às 14h. Documental, Biográfico, Outros. Galeria do Palácio GalveiasCampo Pequeno, 53. T. 218170534 Passagens (Doclisboa’12) De Chantal Akerman, Pedro Costa. De 20/10 a 30/11. 2ª e Sáb das 13h às 19h. 3ª a 6ª das 10h às 19h. Vídeo, Outros. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 Slater Bradley: Melancholia De 20/9 a 10/11. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Fotografia. Galeria João Esteves de OliveiraRua Ivens, 38. T. 213259940 D’ après nature, (possibly...) De Pedro Cabrita Reis. De 3/10 a 16/11. 2ª das 15h às 19h30. 3ª a 6ª das 11h às 19h30. Sáb das 11h às 13h30 e das 15h às 19h30. Instalação. Galeria Miguel NabinhoRua Tenente Ferreira Durão, 18B. T. 213830834 July 1984 De José Luís Neto. De 25/10 a
30/12. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Fotografia, Pintura. Hospital Miguel BombardaR. Dr. Almeida Amaral. T. 213177400 Hospital De André Cepeda, André Gomes, André Príncipe, António Júlio Duarte, Augusto Alves da Silva, Inês d`’Orey, Jorge Molder, José Pedro Cortes, Maria José Palla, Paulo Catrica, Pedro Ventura, Valter Vinagre, entre outros. De 3/11 a 2/2. 3ª a Sáb das 12h às 18h. Fotografia, Vídeo. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 O Modernismo Feliz - Art Déco em Portugal De Abel Manta, Adelaide de Lima Cruz, Amadeo de Souza-Cardoso, Armando Bastos, Lino António, Joseph Bernard, Mário Eloy, Sarah Afonso, Stuart Carvalhais, entre outros. De 28/6 a 25/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Desenho, Escultura. Violon Fase De Anne Teresa De Keersmaeker. De 30/10 a 11/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Performance, Vídeo. Temps d’Images 2012. MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117 Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Design. Exposição permanente. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Pintura, Outros. Hélio Oiticica - O Museu é o Mundo De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Fotografia, Documental, Outros. O Museu em Montagem De
Rodrigo Bettencourt da Câmara. De 31/10 a 24/2. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Fotografia. Museu da ElectricidadeAvenida Brasília. T. 210028190 Os Comedores de Batatas De Maria Beatriz. Até 25/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Museu da FarmáciaRua Marechal Saldanha, 1. T. 213400680 Día de Muertos. Ontem e Hoje - do México Pré-Hispânico ao México Actual De 6/11 a 26/1. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Objectos, Instalação, Fotografia. Museu do OrienteAvenida Brasília. T. 213585200 Deuses da Ásia A partir de 9/5. Terça, quarta, quinta, sábado e domingo das 10h às 18h (última admissão 17h30). Sexta das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito 18h às 22h). Outros. Exposição permanente. O Chá. De Oriente para Ocidente De 8/6 a 13/1. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Objectos, Documental, Outros. Presença Portuguesa na Ásia. O Coleccionismo de arte do Extremo Oriente De Vários autores. A partir de 9/5. Terça, quarta, quinta, sábado e domingo das 10h às 18h (última admissão 17h30). Sexta das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito das 18h às 22h). Ourivesaria, Pintura, Outros. Exposição permanente. Sakura De Manuela Cardoso, Cristina Dias, Rita Marques, Joana Rosa Fernandes, Inês Pott, Shuang Wú, Mariana Durana, Sara Duarte Ferreira, entre outros. De 19/10 a 16/12. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Ilustração. Museu Nacional de Arte AntigaR. Janelas Verdes, 1249. T. 213912800 Da Ideia à Forma. Desenhos de escultura em Portugal (séculos XVII a XIX) De 16/10 a 13/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h
às 18h. Desenho, Outros. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. Terça das 14h às 18h. Quarta a domingo das 10h às 18h. Pintura, Desenho, Outros. Exposição Permanente. Thesaurus. A Ourivesaria Sacra da Real Abadia de Alcobaça De 28/9 a 2/12. 3ª das 14h às 17h30. 4ª a Dom das 10h às 17h30. Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 A Viagem. Caricaturas de António para a estação Aeroporto do Metropolitano De 26/7 a 29/12. 3ª a Sáb das 10h às 18h. Desenho, Ilustração, Outros. Pente 10 - Fotografia ContemporâneaTrav. da Fábrica dos Pentes, 10. T. 213869569 Blue Mud Swamp De Filipe Casaca. De 2/10 a 22/12. 3ª a Sáb das 15h às 19h. Fotografia.
CascaisCasa das Histórias - Paula RegoAvenida da República, 300. T. 214826970 Innervisions De Paula Rego, Pedro Calapez. Até 7/1. Todos os dias das 10h às 18h. Pintura. Centro Cultural de CascaisAv. Rei Humberto II de Itália. T. 214848900 Charles Landseer De 20/9 a 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura.
MÚSICALisboaColiseu dos RecreiosR.Portas de Santo Antão, 96. T. 213240580 Skunk Anansie Hoje às 21h. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Christian Zacharias Hoje às 19h. Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 Afonso Pais Trio De 6/11 a 7/11. 3ª e 4ª às 23h. Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 Don Pasquale Com Coro do Teatro Nacional de São Carlos, Orq. Sinfónica Portuguesa. Enc. Italo Nunziata. Até 10/11. 3ª, 5ª às 20h. Sáb às 16h.
FARMÁCIAS
LisboaServiço PermanenteBom Sucesso (Belém) - Rua Bartolomeu Dias, 63-A - Tel. 213011454 Freitas (Marvila) - Rua do Vale Formoso de Baixo, 23 - A - Tel. 218681136 Gasparinho (Estados Unidos) - Rua Dr. Gama Barros, 54 - A - Tel. 218490465 Pinheiro (Campo de Ourique) - Rua Campo Ourique, 131 - Tel. 213844313 Prates e Mota (Rego) - Rua da Beneficiência, 91 - Tel. 217973728 Reis (Lumiar - Qtª do Lumiar) - Rua Pedro Bandeira, 2-A Lambert - Tel. 217567937 Salus (Conde Redondo) - Rua Luciano Cordeiro, 73 - Tel. 213156381 Simões (Benfica - Cemitério) - Calçada do Tojal, 102 - A - Tel. 217649649 Simões Pires (Baixa) - Rua da Prata, 115 - Tel. 213462350 Vitalis (Chile - Alto de S. João) - Rua Morais Soares, 69 - C - Tel. 218141779 Nunes Feijão - Rua das Janelas Verdes,90 - Tel. 213962327
Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Duarte Ferreira (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Santiago Maior Albufeira - Piedade Alcácer do Sal - Alcacerense
Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Campeão, Alves (Benedita) Alcochete - Cavaquinha Alcoutim - Caimoto Alenquer - Matos Coelho Aljezur - Furtado, Odeceixense (Odeceixe) Aljustrel - Dias Almada - Vieira Rosa, Macedo Henriques, Higiénica (Costa da Caparica), Feijó (Feijó) Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Ramos Alpiarça - Gameiro Suc. Alter do Chão - Portugal (Chança) Alvaiázere - Pacheco Pereira (Cabaços) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Campos, Girassol, Guizo Amareleja - Duarte Arraiolos - Vieira Arronches - Batista Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Nova Barrancos - Barraquense Barreiro - Campos Farinha, Roldão Batalha - Ferraz Beja - J. Delgado (S. João Batista) Belmonte - Costa Benavente - Central (Samora Correia), Martins (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Central Cadaval - Misericórdia Caldas da Rainha - Rosa Campo Maior - campo Maior Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - Central (Carcavelos), Das Fontainhas, Aragão (Madorna) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo
Branco - Pereira Rebelo Castelo de Vide - Roque Castro Marim - Moderna Castro Verde - Alentejana Chamusca - Joaquim Maria Cabeça Constância - Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Moderna, Pedroso Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Calado Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Costa Évora - Central Faro - Higiene Ferreira do Alentejo - Salgado Ferreira do Zêzere - Graciosa Figueiró dos Vinhos - Vidigal Fronteira - Costa Coelho Fundão - Taborda Gavião - Mendes (Belver) Golegã - Moderna (Azinhaga), Oliveira Freire Grândola - Pablo Idanha-a-Nova - Monsantina (Monsanto/Beira Baixa) Lagoa - Sousa Pires Lagos - Ribeiro Lopes Leiria - Central, Caixa Prev. da E.C.L. (Maceira) Loulé - Pinto, Algarve (Quarteira), Paula (Salir) Loures - Fátima, São João, Tojal, Mendonça (Apelação), Nova da Portela (Portela), Até às 23h - Do Prior Velho, Até às 22h - Valente (Fanhões), Faria (Santo António dos Cavaleiros), Ribeiro Soares (Urb. Quinta do Castelo) Lourinhã - Leal (Rio Tinto) Mação - Saldanha Mafra - Ericeirense, Costa Maximiano (Sobreiro) Marinha
Grande - Moderna Marvão - Roque Pinto Mértola - Maktub, Nova de Mértola Moita - Nunes (Baixa da Banheira), Ass. Socorros Mutuos-União Moitense Monchique - Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Central Montijo - São Pedro Mora - Falcão Moura - Rodrigues Mourão - Mourão Nazaré - Sousa Nisa - Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos) Odemira - Confiança Odivelas - D. Dinis, Do Casal Novo, Gonçalves, Até às 22h - Santa Rita, Aniceto Ferronha (Urb. Bons Dias - Odivelas) Oeiras - Central, Combatentes, Dias, Maria, Silva Branco (Dafundo), Leal, Ribeiro, Até às 22h - De Lavadeiras, Nova de Queijas Oleiros - Garcia Guerra Olhão - Pacheco Ourém - Iriense, Leitão Ourique - Nova (Garvão) Palmela - Central do Pinhal Novo Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Central Pombal - Albergariense (Albergaria dos Doze), Barros Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Chambel Portel - Misericordia Portimão - Amparo Porto de Mós - Mirense (MIRA DE AIRE), Lopes Unipessoal Proença-a-Nova - Roda Redondo - Xavier de Cunha Reguengos de Monsaraz - Paulitos Rio
Maior - Almeida Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Santos Real, Vitorino Santiago do Cacém - Corte Real, Mendes (Santo André) Sardoal - Passarinho Seixal - Bento Lino, Duarte Ramos (Amora), Godinho Serpa - Central Sertã - Lima da Silva Sesimbra - Bio-Latina, Cotovia, Nurei, Leão Setúbal - Bonfim, Isabel Silves - Algarve, Dias Neves, Sousa Coelho, Ass. Soc. Mutuos João de Deus Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Neves, Rodrigues Rato, Simões Lopes (Queluz), Serra Das Minas (Rio de Mouro), Misericórdia, Até às 22h - Idanha (Idanha) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Andrade Tavira - Central Tomar - Alfa (Porto da Laje) Torres Novas - Higiene Torres Vedras - Simões Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila do Bispo - Sagres (Sagres), Vila do Bispo Vila Franca de Xira - Ascenção Nunes, Central de Alhandra, Madragoa, Nova Alverca, Silva Carvalho, Até às 21h - Sequeira (Sobralinho) Vila Nova da Barquinha - Oliveira Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | 37
FICAR
CINEMAMudança de Jogo [Game Change]TVC2HD, 22h00Julianne Moore, Woody Harrelson
e Ed Harris numa crónica que
segue a campanha presidencial de
John McCain, em 2008: desde a
sua decisão de ter a governadora
do Alasca Sarah Palin como sua
vice-presidente até à sua derrota
eleitoral. De Jay Roach, venceu
cinco Primetime Emmys.
Timecode [Timecode]AXN BLACK, 22h31Experiência de Mike Figgis,
fi lmada com câmaras de vídeo
digitais, sincronizadas em quatro
locais e cujo resultado pode ser
visionado no pequeno ecrã em
simultâneo. Entre um homicídio,
negócios escusos e um terramoto,
a história centra-se em quatro
personagens: um produtor de
cinema (Stellan Skarsgard), a
sua esposa (Saff ron Burrows),
uma aspirante a actriz (Selma
Hayek) e uma estranha ( Jeanne
Tripplehorn).
Um Homicídio Perfeito [A Perfect Murder]RTP1, 01h15Versão de Chamada para a
Morte, de Alfred Hitchcock.
Steven Taylor (Michael Douglas)
é um industrial milionário. Mas
falta-lhe o essencial: o amor e
fi delidade de Emily Bradford
(Gwyneth Paltrow), a mulher,
que ele descreve como a sua mais
preciosa aquisição. Mas, Emily
farta-se de ser um acessório na
vida do marido e envolve-se com
David (Viggo Mortensen). Só que
Steven tem um plano. De Andrew
Davis.
DOCUMENTÁRIOS
A Face Oculta da Crise GregaOdisseia, 23h00A chegada da imigração ilegal à
Grécia coincidiu com o início da
grande crise económica mundial.
Um facto que está a fomentar um
clima alarmante de tensões raciais
e a favorecer o crescimento de
partidos xenófobos no país.
O Legado CeltaHistória, 00h00Dólmenes, túmulos e rastos
mostram a evolução dos
primeiros povoadores galegos.
Um documentário que revela
como a ascendência celta
foi determinante na cultura
castrenha.
SÉRIES
WhitneyTV Series, 20h30Estreia a 2.ª temporada. Um
olhar hilariante sobre o amor na
actualidade através da história
de Whitney e Alex que, juntos há
cinco anos, têm uma luta hercúlea
pela frente: contra a monotonia.
Com Whitney Cummings e Chris
D’Elia.
DESPORTO
Futsal: Rússia x GuatemalaRTP2, 11h52Directo. Jogo da fase de grupos do
Campeonato do Mundo de futsal,
que se realiza na Tailândia até
18. Hoje, Rússia x Guatemala, do
Grupo F, do qual também fazem
parte Ilhas Salomão e Colômbia.
Futebol: Dínamo Kiev x FCPTVI, 19h35Directo. Jogo da 4.ª jornada
da fase de grupos da Liga de
Campeões de futebol. Ao FC Porto
basta um empate para garantir o
acesso à fase seguinte.
INFANTIL
Animais DivertidosPanda, 10h30 / 15h00De 2.ª a 6.ª, um microcosmos
invade o Canal Panda. Eles são
pequeníssimos animais que, no
fundo do jardim, formam uma
comunidade muito parecida com
a nossa. Até nas confusões… Mas,
a cada episódio, têm (e dão) uma
lição a aprender.
Os Smurfs (V.P.)TVC3HD, 11h35Depois de sugados por um portal
mágico que os faz desaparecer da
sua aldeia, os pequenos Smurfs
vêem-se perdidos em Nova
Iorque. Quando acidentalmente
vão parar à caixa de correio do
casal Winslow, as suas vidas fi cam
literalmente do avesso. E, mesmo
longe de casa, terão de enfrentar
a pior de todas as ameaças:
Garganel. A versão original passa
às 22h30.
RTP106.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Vidas em Jogo 15.11 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.08 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.00 O Nosso Tempo 21.30 Salvador 21.57 Decisão Final 22.54 BBC Terra: Década de Descobertas 23.52 5 Para a Meia-Noite - José Pedro Vasconcelos convida Catarina Furtado + João Martins 01.01 Filme: Um Homicídio Perfeito 02.48 Ribeirão do Tempo
RTP207.00 Zig Zag 11.52 Futsal: Rússia x Guatemala 13.37 Zig Zag 14.00 Sociedade Civil - Universidades: dinamizadoras das regiões 15.32 Diário Câmara Clara 15.41 Consigo 16.09 National Geographic: Corredores de Ouro 17.03 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.33 Duas Miúdas nas Lonas 18.55 Biosfera 19.39 Nativos Digitais 19.56 Zig Zag 21.07 National Geographic: A Casa Branca de Obama 22.00 Hoje 22.37 Diário Câmara Clara 22.47 Clínica Privada - 5.ª série 23.50 Bairro Alto 00.41 E:2 - Escola Superior de Comunicação Social 01.10 Câmara Clara 02.08 Biosfera 02.52 Nativos Digitais
SIC06.00 Jornal de Síntese 07.00 Edição da Manhã 08.05 Tween Box: Tower Prep 09.10 Cartas da Maya - O Dilema 10.15 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.25 Toca a Mexer - Diário 14.50 Podia Acabar o Mundo 15.55 Boa Tarde 18.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.35 Dancin´ Days 22.35 Gabriela 23.30 Avenida Brasil 00.15 Toca a Mexer - Diário 00.40 Mentes Criminosas - Conduta Suspeita 01.20 Investigação Criminal 02.10 de Corpo e Alma 03.00 Maré Alta
TVI 06.30 Diário da Manhã 10.12 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.45 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua - Directo 18.15 Casa dos Segredos: Diário da Tarde 18.25 Doida Por Ti 19.00 Jornal das 8 19.35 Futebol: Dynamo Kiev x FC Porto - Directo 21.40 Euromilhões 21.53 Casa dos Segredos: Nomeações - Directo 23.00 Louco Amor 23.55 Doce Tentação 00.20 Futebol: Liga dos Campeões - Resumos 01.00 Casa dos Segredos: Extra 02.00 Mini-série: Pinóquio - 2.ª parte 03.34 Mistura Fina
TVC19.00 Os Marretas (V.P.) 10.40 Footloose - A Música Está do Teu Lado (2011) 12.35 Harry Potter e Os Talismãs da Morte - Parte 2 14.45 A Tempestade 16.35 O Quebra-Corações 18.20 Tempo de Heróis 19.50 Os Marretas (V.O.) 21.30 Footloose - A Música Está do Teu Lado (2011) 23.25 Bem-Vindo a Cedar Rapids 0.55 Harry Potter e Os Talismãs da Morte - Parte 2
FOX MOVIES10.53 Contacto 13.18 Passadores 15.23 Supremacia 17.09 O Meu Primeiro Beijo 18.49 O Meu Primeiro Beijo 2 20.26 American Pie - O Casamento 22.00 O Insustentável Peso do Trabalho 23.27 Gigolo Profissional 0.54 Bean: Um Autêntico Desastre 2.21 Procurado
HOLLYWOOD12.20 O Candidato da Verdade 14.30 Como Despachar um Encalhado 16.05 Fuga de Los Angeles 17.45 Rocky 19.45 Algemados 21.30 Chuva de Fogo 23.35 Jogo de Traições 1.25 Máquina Zero 3.25 Delírio em Las Vegas
AXN14.39 C.S.I. 15.29 C.S.I. 16.19 C.S.I. 17.09 C.S.I. 18.00 C.S.I. 18.50 C.S.I. 19.44 20.36 O Mentalista 21.30 C.S.I. Nova Iorque 22.26 C.S.I. 23.20 C.S.I.
AXN BLACK14.48 Filme: Ciúme 16.33 Sobrenatural 17.19 Sem Escrúpulos 18.10 Inadaptados 19.04 Tempos Primitivos 19.53 Tempo para Matar 20.41 A Mesquita da Pradaria 21.07 Ninguém é Perfeito 21.35 Mentes Criminosas: Conduta Suspeita 22.31 Filme: Timecode 0.11 Mentes Criminosas: Conduta Suspeita 1.07 Inadaptados
AXN WHITE14.45 Póquer de Rainhas 17.15 Regras do Jogo 17.41 Medium 18.24 A Vida Secreta de uma Teenager Americana 19.08 Regras do Jogo 19.36 Regras do Jogo 20.04 Póquer de Rainhas 21.00 Pequenas Mentirosas 0.14 Regras do Jogo 0.39 Melissa e Joey
FOX 15.47 Ossos 16.35 Lie to Me 17.24 Casos Arquivados 18.13 Investigação Criminal: Los Angeles 19.04 Family Guy 19.52 American Dad 20.16 Os Simpson
21.05 Foi Assim Que Aconteceu 21.30 Casos Arquivados 22.22 The Killing 0.06 The Finder 0.57 The Killing 2.37 Ossos
FOX LIFE 14.15 As Leis de Kate 15.00 Rizzoli & Isles 15.45 Donas de Casa Desesperadas 16.30 Hope & Faith 16.53 Jess e os rapazes 17.15 Uma Família Muito Moderna 17.37 Glee 18.22 As Leis de Kate 19.07 Clínica privada 19.52 The Voice 20.38 Medium 21.25 Revenge 22.15 Uma Família Muito Moderna 22.39 Jess e os rapazes 23.03 The Voice 23.55 As Leis de Kate
DISNEY15.35 Casper – O Fantasminha 16.05 Rekkit Rabbit 16.30 Recreio 17.00 Phineas e Ferb 18.00 Shake It Up 18.30 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 19.00 Par de Reis 19.30 Boa Sorte, Charlie! 20.00 Shake It Up 20.30 Jessie 21.00 Hannah Montana 21.25 Os Feiticeiros de Waverly Place 21.49 Miúda Atómica
DISCOVERY18.20 Lenhadores: Crise no Moinho 19.10 O Segredo das Coisas 20.05 Trabalho Sujo: Reciclagem Animal 21.00 Como fazem isso? 22.00 Super-Homens de Stan Lee: Homem Eléctrico 22.55 Super-Homens de Stan Lee: Soco Mortal 23.45 Em Câmara Superlenta: Paintball 0.10 Em Câmara Superlenta: Breakdance 0.35 Top Gear
HISTÓRIA 16.00 O Legado Celta 17.00 Monstros Pré-históricos: Ep. 1 e 2 19.00 A Luta dos Deuses: Ulisses e a Maldição do Mar 20.00 Os Reis de Espanha: Os Reis Católicos 21.00 Os Avanços do Século XX: Querida, encolhi o mundo 21.30 Os Avanços do Século XX: Descolagem 22.00 As Estradas dos Himalaias: Ar Empobrecido 23.00 A Tecnologia da Comida: O Pequeno-almoço
ODISSEIA16.00 Nação Sob Ameaça Ataque Nuclear 17.00 O Mistério das Borboletas 18.00 Natureza do Mundo no Odisseia: A Elefante Echo 19.00 Engenharia Letal 20.00 Metrópoles A Vida na Cidade 21.00 Sobreviver na Savana A concentração 22.00 Assassinos em Série Ep. 1 23.00 A Face Oculta da Crise Grega 0.30 Mundos de Água Costa à Vista
RTP2, 21h07 A Casa Branca
de ObamaOs mais vistos da TVDomingo, 4
FONTE: CAEM
TVITVISICSICTVI
18,017,312,811,410,7
Aud.% Share
43,932,824,425,328,8
RTP1
2:
SICTVI
Cabo
10,0,%%
3,2
20,6
28,5
26,3
Secret Story 3 - GalaJornal das 8Jornal da NoiteEntrada LivreSomos Portugal
38 | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
JOGOSCRUZADAS 8247
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
19º
Viana do Castelo
Braga5º 17º
Porto6º 17º
Vila Real3º 12º
6º 17º
Bragança1º 12º
Guarda3º 9º
Penhas Douradas0º 7º
Viseu4º 12º
Aveiro8º 17º
Coimbra6º 16º
Leiria7º 18º
Santarém7º 18º
Portalegre7º 13º
Lisboa9º 17º
Setúbal9º 18º Évora
8º 16º
Beja9º 16º
Castelo Branco5º 15º
Sines10º 18º
Sagres11º 18º
Faro12º 19º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
14º 19º
14º 18º
Flores
Terceira14º 19º
18º 21º
18º 21º
14º 19º
19º
19º
07h09
QuartoMinguante
17h31
00h367 Nov.
1-1,5m
4m
20º
3-4m
23º1,5m
22º3-4m
07h16 2,819h59 2,5
00h49 1,413h40 1,3
06h51 2,819h35 2,6
00h23 1,513h19 1,5
06h53 2,719h35 2,5
00h09 1,413h04 1,4
2-3m
2-3m
3m
18º
18º
Horizontais 1. Aquilo que não pode ser discutido ou em que não se pode tocar (fig.). Levemente molhado. 2. Averiguei. Que é de bronze. 3. Memória de compu-tador. Fiel. Basta! (interj.). 4. Atmosfera. Entoava. 5. Divisão ou subdivisão de um caule. Corajoso. 6. Situado. Alternativa. Sufixo (agente). 7. Sétima nota musi-cal. Excepto. 8. Filósofo da escola ele-ática. Espécie de veado das regiões do Norte. 9. Relatado. Cidade da costa da Índia, conquistada por Afonso de Albuquerque em 1510. 10. Criada de quarto. Disputar com obstinação. 11. Pouco frequente. Converter em soro.
Verticais: 1. Pesar, para abater a tara. Sofrer. 2. Raspas. Qualidade (pop.). 3. Interjeição imitativa do som de tiro ou pancada. Desgraçar. 4. Pátria de Abraão. Gastar com o uso. 5. A pessoa ou coi-sa feminina de que se fala. Transportes Aéreos Portugueses. 6. Género de car-nívoros digitígrados que tem o porte de um grande cão. As forças ocultas que re-gem o destino dos homens. 7. Estrondo. Prefixo (montanha). 8. Caldeirada de sumo da cana-do-açúcar. Abreviatura de frei. 9. Seguir até. Observei. Dor sem lesão. 10. Pronunciado em voz alta para ser escrito. Filtrar. 11. Interjeição que ser-ve para chamar ou saudar. Zurrar.
Depois do problema resolvido encon-tre o nome de uma obra de Fernando Sobral (3 palavras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Apupa. Mossa. 2. Catinga. Ais. 3. Al. Atilar. 4. Varrer. Maga. 5. Amo. Saca. Ur. 6. Eco. FALAR. 7. Arcal. QUE. 8. Aflar. Aru. 9. Mi. Livreiro. 10. BEM. Ai. Alar. 11. Alor. Paloma.Verticais: 1. Acava. Gamba. 2. Palame. Fiel. 3. Ut. Rocal. Mo. 4. Piar. Oral. 5. ANTES. Cria. 6. Girafa. VIP. 7. MAL. CALAR. 8. Amal. Real. 9. Sara. Aquilo. 10. Si. Guru. RAM. 11. Aspar. Enora.Provérbio: Antes bem calar que mal falar.
Oeste Norte Este Sul 1♦ passo 1♠passo 1ST passo 3♠
passo 4♠ Todos passam
Leilão: Qualquer forma de Bridge.
Carteio: Saída: Q♥. Qual a melhor linha de jogo?
Solução: Sul está a olhar para duas per-dentes a copas, uma a paus e, felizmen-te, uma só a espadas: o Ás. Uma das per-dentes a copas pode ir numa das figuras de ouros. Se os trunfos estiverem 2-2 não haverá problemas. Se Oeste tiver os quatro trunfos que faltam, o contrato não se ganhará, mas se for Este a tê-los existe uma possibilidade de se cumprir a partida. Mas, e se os trunfos estiverem 3-1? Sul deve considerar esta distribui-ção com algum cuidado, dado que é possível haver uma promoção de trunfo se o carteio não for bem medido. Sul não pode jogar já trunfo porque tem, antes de mais, livrar-se de uma das per-dentes a copas. Portanto, após ter feito o Ás de copas do morto, Sul tira três voltas
Dador: NorteVul: NS
Problema 4484 Dificuldade: fácil
Problema 4485 Dificuldade: difícil
Solução do problema 4482
Solução do problema 4483
NORTE♠ QJ5♥ A64♦ KQ76♣ Q62
SUL♠ K96432♥ 1072♦ A4♣ K5
OESTE♠ 1087♥ QJ93♦ J105♣ AJ9
ESTE♠ A♥ K85♦ 9832♣ 108743
João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
de ouros, baldando uma copa na tercei-ra ronda. E agora, o que se segue? Não borre a pintura nesta altura! Para preve-nir de forma efetiva uma promoção de trunfo, o declarante deve jogar o quarto ouro do morto e baldar a última copa da sua mão! A defesa fica sem argumentos para bater o contrato. Se Este não assistir ao quarto ouro, mes-mo que corte com um trunfo pequeno, Sul pode na mesma baldar a copa que nada o impedirá de cumprir o contrato.
Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul 1ST passo?
O que marca com a seguinte mão?♠2 ♥AJ108754 ♦863 ♣62
Resposta: Não será normal transferir pa-ra copas e depois concluir em 4 copas? Um único problema: dar espaço aos ad-versários para introduzirem o seu me-lhor naipe, o que poderá gerar um bom sacrifício (ou até mesmo uma partida imbatível) contra a nossa partida em co-pas. Este tipo de mãos exige que se to-me uma ação brusca, que limite a entra-da no leilão por parte dos adversários. A boa voz: 4 copas.
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | 39
Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas
Vendida casa onde morreu M. Jackson
Kristen Bell vai ser mãe na Primavera
Two Door Cinema Club no Optimus Alive
No Doubt retiram novo vídeo e pedem desculpa
A casa alugada onde Michael
Jackson morreu, situada em Bel
Air (Los Angeles), foi vendida, mas
os proprietários não conseguiram
os 30 milhões de euros que
pediam, muito provavelmente por
ter sido a mansão onde o cantor
passou os últimos dias da sua vida.
Foi vendida mas o comprador só
deu 14,2 milhões. O LA Times diz
que a casa, de estilo francês, com
1600m2, sete quartos, 13 casas de
banho, biblioteca, sala de cinema,
elevador, ginásio, piscina e adega,
foi adquirida pelo milionário
Steven Mayers.
Kristen Bell está grávida e a
América está tão feliz como
a “adorável actriz”, assim é
defi nida pelo site da revista
People. Bell vive com Dax
Shepard (Parenthood) e para
ambos este papel será uma
estreia. “Estão muito excitados”,
disse um amigo do casal à
revista. Bell e Shepard namoram
desde 2007 e ainda não se
casaram. A actriz de 32 anos, que
actualmente participa na série
House of Lies, diz que só o farão
depois de o casamento gay ser
legal na Califórnia.
Os britânicos Two Door Cinema
Club são a terceira confi rmação
do festival Optimus Alive, que
acontece de 12 a 14 de Julho, no
Passeio Marítimo de Algés, Oeiras.
A banda actua no dia 12 de Julho.
Depois de este ano terem actuado
no festival Sudoeste, em Agosto,
os Two Door Cinema Club voltam
a Portugal em 2013. Como este
anúncio, o Optimus Alive tem já
um cabeça de cartaz para cada dia
do festival: os Two Door Cinema
Club actuam no primeiro dia, os
Depeche Mode no segundo e os
Kings of Leon encerram o festival.
A banda No Doubt, que este mês lançou um novo disco, foi obrigada a retirar do YouTube o vídeo do single Looking Hot. Este domingo, o grupo pediu desculpa pelo conteúdo do vídeo, após ter sido acusado de racismo pela comunidade indígena dos EUA. No vídeo, a vocalista Gwen Stefani aparece vestida de índia numa luta com cowboys. Vários fãs não gostaram da simulação e as queixas multiplicaram-se. “Apesar de termos consultado amigos nativos e especialistas da Universidade da Califórnia, percebemos agora que [o vídeo] ofende as pessoas”, lê-se na nota publicada no site dos No Doubt. “Como uma banda multi-racial, a nossa fundação foi construída com base na diversidade e na consideração por outras culturas. A nossa intenção nunca foi ofender, magoar ou banalizar os nativos americanos, a sua cultura ou a sua história”, continua a nota. Looking Hot é o primeiro trabalho da banda desde 2001 — desde então, a banda esteve parada e Gwen Stefani dedicou-se a uma carreira a solo.
DR
PESSOAS
HOJE FAZEM ANOS
Melinda Allen, actriz, 40; Barry Newman, actor, 74; Christopher Knight, actor, 55; Christopher Daniel Barnes, actor, 40; Jason e Jeremy London, actores, 40; Joni Mitchell, cantora, 69; Johnny Rivers, cantor, 70; Marc Rosset, ex-tenista, 42; Jonathan Palmer, antigo piloto de Fórmula 1, 56
40 | DESPORTO | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Um ponto chega mas o FC Porto não vai “a lado nenhum jogar para o empate”
Após um percurso 100% vitorio-
so na primeira volta do Grupo A
da Liga dos Campeões, o FC Porto
pode garantir já hoje, na Ucrânia
(19h45, TVI), o apuramento para
os oitavos-de-fi nal da prova. Para o
conseguir, o campeão nacional ape-
nas necessita de um empate frente
ao Dínamo, no Estádio Olímpico de
Kiev, mas Vítor Pereira quer mais.
O treinador afi rmou ontem, na an-
tevisão do jogo, que quer “que a
equipa mantenha o ADN” e saia da
capital ucraniana com a pontuação
máxima. Embora tenha confi rmado
que já escolheu o substituto de Mai-
con, o técnico não revelou quem
será o companheiro de Otamendi
no centro da defesa.
Alex Sandro, Maicon e Fernando
estão defi nitivamente fora de com-
bate, devido a lesão. A utilização
de Helton e Lucho permanecerá
em dúvida até à hora de jogo. O FC
Porto vai apresentar-se no palco da
fi nal do Euro 2012 bastante condi-
cionado, mas Vítor Pereira garan-
te ambição máxima para a partida
em Kiev: “Independentemente de
quem jogar, o FC Porto tem um gru-
po forte e vai manter a característi-
ca de sempre”.
O treinador quer “que a equipa
mantenha o ADN”, que se traduz
em “muita posse de bola” e “agres-
sividade”, colocando de parte a
possibilidade de defrontar o Dína-
mo a pensar no empate, resultado
que garante automaticamente o
apuramento do FC Porto para os
oitavos-de-fi nal da Liga dos Campe-
ões. Segundo Vítor Pereira, os por-
tistas não vão “a lado nenhum jogar
para o empate” e, dessa forma, o
técnico quer regressar a Portugal
com 12 pontos e manter a tradição:
nas quatro partidas anteriores reali-
zadas na Ucrânia, os “azuis e bran-
cos” nunca perderam (três vitórias
e um empate).
Para derrotar a formação ucra-
niana, que “é um adversário difícil,
como fi cou demonstrado no Dragão
há duas semanas”, Vítor Pereira pe-
de uma equipa “ambiciosa” e “fi el”
ao seu “estilo de jogo”. O nome do
substituto de Maicon no centro da
defesa não foi, no entanto, revela-
do. “Já sei quem vai jogar, mas não
falei com os jogadores sobre isso”,
afi rmou o técnico que, em princí-
pio, deverá manter Mangala no lado
esquerdo da defesa, sobrando Ro-
lando e Abdoulaye como hipóteses
para jogar ao lado de Otamendi.
O argentino, que também marcou
presença na conferência de impren-
sa de antevisão da partida, jogou à
defesa quando foi questionado so-
Vítor Pereira quer um FC Porto agressivo e com muita posse de bola
SERGEI SUPINSKY/AFP
Vítor Pereira, treinador dos “azuis e brancos”, quer terminar a quarta jornada da Liga dos Campeões com 12 pontos. Substituto de Maicon é a grande incógnita no “onze”
Liga dos CampeõesDavid Andrade
D. Kiev 4-2-3-1
FC Porto 4-3-3
TaiwoKhacheridiMikhalikBetão
Shovkovskiy
Helton
Defour
Jackson Martínez
DaniloOtamendiRolandoMangala
JamesVarela
Vukojevic
Brown
Yarmolenko
Estádio OlímpicoKiev, Ucrânia
Árbitro: U. Mallenco Espanha
19h45TVI
Miguel Veloso
KranjcarGusev
J. Moutinho Lucho
CLASSIFICAÇÕESGRUPO A
GRUPO B
GRUPO C
4.ª JornadaDínamo Kiev - FC PORTO 19h45, TVIPSG - Dínamo Zagreb 19h45
4.ª JornadaSchalke 04 - Arsenal 19h45Olympiakos - Montpellier 19h45
4.ª JornadaAnderlecht - Zenit 19h45AC Milan - Málaga 19h45
J V E D G P
J V E D G P
J V E D G PFC PORTO 3 3 0 0 6-2 9PSG 3 2 0 1 6-2 6Dínamo Kiev 3 1 0 2 5-7 3Dínamo Zagreb 3 0 0 3 0-6 0
Schalke 04 3 2 1 0 6-3 7Arsenal 3 2 0 1 5-4 6 Olympiakos 3 1 0 2 4-6 3 Montpellier 3 0 1 2 4-6 1
Málaga 3 3 0 0 7-0 9AC Milan 3 1 1 1 3-3 4Zenit 3 1 0 2 3-6 3Anderlecht 3 0 1 2 0-4 1
GRUPO D4.ª JornadaManchester City - Ajax 19h45, SP-TV2Real Madrid - B. Dortmund 19h45, SP-TV1
J V E D G PB. Dortmund 3 2 1 0 4-2 7Real Madrid 3 2 0 1 8-5 6Ajax 3 1 0 2 4-6 3Manchester City 3 0 1 2 4-7 1
OPSG recebe, no Parque dos Príncipes, os croatas do Dínamo Zagreb, na outra partida do grupo
do FC Porto, e Carlo Ancelotti, treinador dos franceses, afirmou na antevisão do encontro que espera uma “reacção forte” da sua equipa após a derrota no último fim-de-semana, em casa, frente ao Saint-Étienne, para o campeonato francês. O italiano reconheceu que o PSG ainda não fez “um jogo fantástico neste início de temporada”, mas considera que os parisienses têm “qualidade e equilíbrio” e vão “melhorar”.
Ancelotti quer “reacção forte”
bre quem preferia para formar du-
pla frente ao Dínamo, que precisa
de ganhar para manter viva a espe-
rança do apuramento: “Estou pre-
parado para qualquer jogador que
actue ao meu lado. A decisão é do
treinador. O importante é fazer bem
as coisas e jogar concentrado”, assi-
nalou. “O Dínamo Kiev tem grandes
jogadores. Temos de estar na máxi-
ma força. Estamos motivados para
vencer”, acrescentou Otamendi.
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | DESPORTO | 41
O Málaga CF é um caso que merece
estudo. Quando a equipa entrar em
San Siro, com a confortável almo-
fada de três vitórias em três jogos
na Liga dos Campeões, vai suscitar,
certamente, algumas interrogações.
A factura é alta mas o retorno eco-
nómico insufi ciente e o que se passa
em La Rosaleda não é propriamente
um mar de rosas, com receitas blo-
queadas por causa das dívidas.
O Verão foi relativamente agitado
em Málaga. Pagamentos adiados,
a saída de alguns jogadores que ti-
nham sido muito importantes no
caminho para o acesso à Liga dos
Campeões e rumores sobre o de-
sinteresse do xeque pelo projecto
lançado em 2010, face a algumas
surpresas pouco encorajadoras.
Perdeu-se uma referência que era
Santi Cazorla, seduzido pelo Arse-
nal, Nistelrooy decidiu acabar a car-
reira, Maresca rumou para a Sam-
pdoria, Rondon para o Rubin Kazan
e o internacional Mathijsen regres-
sou à Holanda, ao Feyenoord.
Por estes dias, o AC Milan (que
parte para o jogo desta noite a cinco
pontos do rival espanhol, no Grupo
C) também tem sido referido como
alvo do interesse de investimento
por parte da família Al-Thani, do
Qatar. Há muitos milhões em cir-
culação no futebol, oriundos dos
organizadores do Mundial de 2022,
mas este não é um poço de petróleo
sem fundo.
O xeque Abdullah Al-Thani, apai-
xonado por cavalos, vice-presidente
do Banco de Doha, do Qatar, homem
de muitos negócios em diversos paí-
ses, e primo do dono do Paris Saint-
Germain, quis fazer uma aposta for-
te no Sul de Espanha. Resgatou o
clube por 36 milhões de euros, com
a ideia de criar um pólo que pudes-
se aproximar-se do Real Madrid e do
Barcelona, mas as receitas da tele-
visão e os direitos de imagem é que
são infi nitamente menores e as dí-
vidas desproporcionadas. Jesualdo
Ferreira, que tinha estado no arran-
que do projecto, saiu ao fi m de nove
jogos sem os resultados previstos
e voltou a não ser feliz em Málaga
quando lá regressou este ano, com
Não há um poço de petróleo em Málaga
os gregos do Panathinaikos. Perdeu
por 2-0 e não recuperou no relvado
de Atenas (0-0), o que signifi ca que
foram os andaluzes que entraram
na Liga dos Campeões.
O professor foi substituído pelo
“engenheiro”, o chileno Manuel
Pellegrini, e depois dos sustos da
época anterior, a equipa andaluza
chegou este ano ao quarto lugar,
que lhe abriu o caminho para a
Liga dos Campeões. O Málaga não
tem superestrelas como o Paris SG
e para esta época tirou apenas um
coelho da cartola: o argentino Savio-
la, que passou três anos no Benfi ca
e se estreou com um golo em 18 de
Setembro, dia da vitória clara sobre
o Zenit de S. Petersburgo (3-0). A lis-
ta tem agora mais jogadores conhe-
cidos: o norte-americano Onyewu,
que esteve no Sporting, foi juntar-
se a Duda e a Eliseu, que marcou
dois grandes golos ao Anderlecht,
em Bruxelas, e também a Weligton,
defesa-central que esteve três épo-
cas em Penafi el.
O Málaga tem surpreendido pe-
los resultados e vive uma atmosfe-
ra estranha, semelhante à de 2003,
quando chegou aos quartos-de-fi nal
da Taça UEFA, acabando elimina-
do pelo Boavista nos penáltis, após
uma vitória de cada um por 1-0.
Mário Almeida
Eliseu tem sido uma das figuras do Málaga de Manuel Pellegrini
Em Setúbal, o Sporting somou a terceira derrota no campeonato
Apenas duas vitórias em 14 jogos ofi -
ciais marcam o mau desempenho do
Sporting em todas as frentes nesta
temporada. No campeonato, o gran-
de objectivo do clube no início da
época, está a realizar um arranque
historicamente mau. Os números
revelam, de resto, que é o pior que
teve nas 79 edições da competição.
Depois de cumpridas oito jornadas,
o Sporting nunca teve uma classifi -
cação tão má e regista ainda um
recorde negativo de pontos e golos
marcados.
A derrota em Setúbal deixou a for-
mação agora orientada por Franky
Vercauteren no 13.º lugar (entre 16
equipas), a dez pontos do terceiro
e apenas um ponto acima da linha
de água. Antes desta temporada, só
por uma vez os “leões” estiveram
fora do top 10 da Liga após oito ron-
das. Em 1964-65, por esta altura na
prova ocupavam a 11.ª posição – mas
também só tinham três equipas atrás
de si, porque o campeonato tinha 14
participantes.
Nessa época e na de 1966-67, quan-
do era o 9.º classifi cado, o Sporting
só somava sete pontos à entrada pa-
ra a 9.ª jornada, mas esse recorde
mínimo foi igualado agora. No entan-
to, a pontuação actual pode mesmo
considerar-se a pior de sempre, uma
vez que os dois registos anteriores
foram obtidos ainda na era dos dois
Os números confirmam o pior Sporting à 8.ª ronda
pontos por vitória – em ambos os ca-
sos, os resultados traduzir-se-iam em
nove pontos seguindo os moldes cor-
rentes.
O melhor que os “leões” de 1964-
65 conseguiram foi recuperar até ao
5.º lugar, que já foi repetido mais três
vezes entretanto e é ainda a classi-
fi cação fi nal mais baixa de sempre
do clube.
Com um triunfo, quatro empates
e três derrotas, o Sporting de 2012-
13 conquistou apenas 29,17% dos 24
pontos possíveis. Mau até comparan-
do com o que aconteceu em 2009-10
e 2010-11, épocas em que aproveita-
ram somente 53,3% dos 90 pontos
disponíveis, os seus piores registos
em campeonatos completos.
Um dos destaques pela negativa
tem sido a incapacidade da equipa
em concretizar as oportunidades.
O Sporting, que tem o segundo pior
ataque da Liga, com seis golos, nun-
ca marcou tão pouco até este ponto
da competição. Até à edição actual,
o pior desempenho ofensivo do con-
junto de Alvalade pertencia às tem-
poradas de 1997-98 e 2010-11, com
sete golos, que, contudo, renderam
bem mais pontos a essas equipas:
15 e 12, respectivamente. Uma pro-
va das difi culdades sportinguistas
para facturar é o facto de o golo de
Jeff rén, no Estádio do Bonfi m, ter
sido o primeiro obtido pela equipa
nas primeiras partes dos jogos no
campeonato.
No capítulo dos golos sofridos, o
Sporting, que acumula sete jogos se-
guidos sem vencer em todas as pro-
vas, já tem nove, o que não sendo
brilhante para uma equipa grande
não é o seu pior registo. Em três das
dez épocas anteriores a esta, sofreu
mais golos em oito jogos: 11 em 2005-
06 e 2003-04 e dez em 2002-03.
RUI GAUDÊNCIO
FutebolManuel Assunção
Os “leões” têm as piores classificação, pontuação e quantidade de golos marcados de sempre depois de oito jogos na Liga
O FC Porto e o Sporting vão iniciar
a prova na Madeira, o V. Guimarães
e o Sp. Braga encontram-se pela
segunda vez esta época e o Benfi -
ca começa a defender o troféu em
Olhão. Em traços gerais, foi este o
resultado do sorteio da terceira fase
da Taça da Liga, que já conta com
os principais emblemas do futebol
nacional.
A sexta edição da competição,
que arrancou já no fi nal de Julho,
com jogos entre equipas da II Liga,
verá os clubes “grandes” entrarem
em campo a 19 de Dezembro, na
primeira das três jornadas da fase
de grupos. O Benfi ca (soma quatro
troféus consecutivos) vai começar a
defender o título frente ao Olhanen-
se, seguindo-se Moreirense e Acadé-
mica, no Grupo D. “Queremos voltar
a ganhar. É uma prova que deve ser
valorizada”, afi rmou Sílvio Cervan,
vice-presidente dos “encarnados”,
citado pela agência Lusa.
O mesmo objectivo terão o FC
Porto, o Sp. Braga e o Sporting,
“cabeças-de-série” dos grupos A,
B e C, respectivamente. Os campe-
ões nacionais terão que ultrapassar
o Nacional (1.ª ronda) no Funchal,
o Estoril (novamente fora de casa,
depois do jogo para a Liga) e o V.
Setúbal, no Dragão. Até porque só o
primeiro classifi cado se apura para
as meias-fi nais.
O vencedor do Grupo A jogará o
acesso à fi nal com o vencedor do
Grupo C, onde o Sporting surge co-
mo fi gura de proa. Os “leões” arran-
cam também na Madeira, frente ao
Marítimo, jogando posteriormente
com o Rio Ave, em Vila do Conde, e
com o Paços de Ferreira, em Alvala-
de. “O objectivo é tentar vencer esta
prova”, sublinha Beto, director de
relações externas do Sporting.
Para o director desportivo do Sp.
Braga, Rui Casaca, a Taça da Liga
é uma oportunidade para o clube
“subir mais um degrau”. Como obs-
táculos a caminho da fi nal (marcada
para 14 de Abril, em Coimbra) terá o
eterno rival V. Guimarães, a Naval,
na Figueira da Foz, e o Beira-Mar,
na última jornada, em casa. “É um
grupo difícil”, alerta o dirigente.
O Funchal receberá dois “grandes” na Taça da Liga
FutebolNuno Sousa
A sexta edição do troféu já conta, na próxima fase, com os principais emblemas nacionais. Benfica inicia a defesa do título em Olhão
42 | DESPORTO | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Andy Murray ainda não recebeu o
troféu correspondente ao triunfo no
Open dos EUA, em Setembro, mas
nem por isso se sente menos cam-
peão do que os demais rivais pre-
sentes no Barclays ATP World Tour
Finals. No regresso a Londres após
a conquista da medalha de ouro nos
Jogos Olímpicos, que decorreram em
Wimbledon, o escocês sentiu bastan-
te o apoio dos 20 mil compatriotas
presentes na Arena O2 e que o aju-
daram a estrear-se no Masters com
uma vitória importante.
“O barulho e o ambiente no início
foram fantásticos. Ambos servimos
bem e não perdemos muitos pontos
no pimeiro serviço. Dependeu de al-
guns pontos aqui e ali”, afi rmou Mur-
ray, logo após ter derrotado Tomas
Berdych, por 3-6, 6-3 e 6-4.
Berdych utilizou toda a potência
do seu ténis para anular os sete bre-
ak-points que enfrentou no set inicial,
o que lhe deu ainda mais confi ança
para quebrar o adversário para 4-2.
Na segunda partida e depois de
anular dois break-points a 1-1, Mur-
Murray e Djokovic não desiludem na abertura do Masters
ray soltou-se e, no jogo imediato, fez
fi nalmente o break, na 11.ª oportu-
nidade. Os adeptos fi zeram-se ouvir
ruidosamente e o escocês partiu para
uma exibição sólida, confi rmada no
break.
O início do evento que reúne os
melhores do ranking – com excep-
ção do lesionado Rafael Nadal – fi cou
marcado por alguns avisos sobre os
controlos antidoping, no rescaldo
do castigo aplicado a Lance Arms-
trong. “Seria bom haver controlos
fora das competições, em especial
em Dezembro, quando se prepara a
época seguinte”, disse Murray. Roger
Federer também concordou: “Sim,
penso que devia haver mais contro-
los, principalmente sanguíneos. É
vital para um desporto limpo”.
Ainda para o Grupo A, Novak
Djokovic bateu Jo-Wilfried Tsonga,
por 7-6 (7/4), 6-3. O sérvio iniciou o
Masters novamente na pele de nú-
mero um do ranking, mas também
sentindo o peso do desgaste das últi-
mas semanas. A derrota precoce em
Bercy, frente a Sam Querrey, confi r-
mou um Djokovic longe da melhor
forma física. “É normal não estar
sempre na melhor forma, sobretu-
do neste período do ano em que os
efeitos de uma longa época se fazem
sentir, física e mentalmente”.
Hoje, disputa-se a ronda inicial do
Grupo B, com Federer a defrontar
Janko Tipsarevic e, à noite, Del Potro
joga com David Ferrer, vindo de um
importante triunfo em Paris-Bercy.
Ténis Pedro Keul
A potência de Tomas Berdych foi insuficiente para travar o vencedor do torneio olímpico. Djokovic impôs-se a Tsonga
JOHN MACDOUGALL/AFP
Robert Enke suicidou-se há três anos e abriu uma vasta discussão sobre a depressão no desporto
Não foi fácil para Ronald Reng lidar
com o sucesso alcançado pela bio-
grafi a que escreveu sobre Robert
Enke. Uma vida curta demais foi
originalmente editado na Alemanha
há dois anos e agora foi traduzido
para português pela Lua de Papel.
A obra foi aclamada e em Inglaterra
recebeu o prémio William Hill para
livro do ano na área do desporto, em
2011. Mas o jornalista alemão não es-
tava preparado para lidar com isso.
“Foi um sentimento estranho. Pen-
sava: ‘Tenho direito a estar feliz? A
que o livro tenha sucesso? A ganhar
dinheiro com o livro?’ Não consegui
desfrutar”, confessa ao PÚBLICO.
“Agora começo a sentir-me aliviado.
Recebi muitos contactos de pessoas
que sofriam de depressão, e supo-
nho que o livro teve um efeito posi-
tivo, o que me deixa em paz.”
A conversa com o PÚBLICO foi
uma de várias numa agenda pre-
enchida nesta breve passagem por
Lisboa. Responde às perguntas en-
quanto retempera forças com uma
Uma vida curta demais, memória do homem para além do guarda-redes
sanduíche de queijo e dois pastéis
de nata. E questiona-nos ele próprio
sobre a situação económica do país
e sobre como estão as pessoas a li-
dar com ela. Recorda a convivência
que teve com o guarda-redes alemão
que passou pelo Benfi ca entre 1999
e 2002 e que acabaria por cometer
suicídio, há três anos.
“Gostava da companhia de pesso-
as, mas num grupo adoptava a pos-
tura de observador. Quando estava
são, não acho que fosse uma pes-
soa solitária”, afi rma Ronald Reng,
lembrando a ligação especial que
Robert Enke e a esposa, Teresa, ti-
nham com Lisboa e Portugal: “Eles
eram jovens quando vieram para
Lisboa, foi um grande passo. Ele
não queria, ao início. Mas depois,
quando se estabeleceu em Lisboa,
enquanto guarda-redes e capitão do
Benfi ca, ganhou muita confi ança e
sentiu-se feliz”. “Sempre tiveram a
ideia de regressar. Eles teriam vivido
em Portugal no fi nal da carreira do
Robert”, acrescenta o autor.
Com a mudança para Barcelona,
em 2002, foi-se a confi ança ganha
em Lisboa. “Quando ele teve a pri-
meira depressão clínica, em 2003,
era claro que a pressão a que ele se
sujeitou, ao querer ser o número 1
do Barça, e o quanto ele se culpabi-
lizava por falhar, foram a causa da
doença”, aponta Reng. “Os próprios
guarda-redes se lembram muito
mais dos erros que das defesas. O
psiquiatra do Robert colocou bem
as coisas: tem de se aprender a viver
com os erros. Perceber que um erro
não é todo um jogo. Um jogo não é
uma época. Uma época não é uma
carreira. E a carreira não é a vida.
Há outras coisas além disso. Para o
Robert era muito difícil aprender a
lidar com os erros”, sublinha.
As razões da segunda depressão
clínica, em 2009, “não são claras”,
nota Reng. Enke adoptara uma fi lha
(a biológica morrera em 2006), so-
mava bons desempenhos na baliza
do Hannover 96 e afi rmava-se na se-
lecção alemã. “Ele próprio não via a
razão. Escreveu no diário: ‘Porquê,
porquê agora?’”
O que aconteceu com Robert Enke
ajudou à compreensão da depressão
como doença, no meio desportivo
e fora dele. “As coisas mudaram
na Alemanha, devido à morte do
Robert. É mais fácil um futebolis-
ta falar publicamente sobre a sua
doença. Embora a depressão seja
uma doença com a qual a maioria
das pessoas tenta lidar em privado”,
indica o autor.
Enke, diz Reng, gostaria de ser
lembrado como alguém que se deba-
teu com uma doença. “Signifi caria
muito para ele que as pessoas sou-
bessem que era preocupado com os
outros e um guarda-redes fantástico.
E que percebessem que não se ma-
tou conscientemente, mas que foi a
doença que o levou a esse acto.”
FutebolTiago Pimentel
Passam três anos sobre a morte de Robert Enke, que sucumbiu à depressão, e acaba de ser editada em Portugal a sua biografia
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XII CONGRESSO DA U.G.T.CONVOCATÓRIA
Nos termos do art.º 23.º dos Estatutos da UGT, e no seguimento de deliberação do Con-selho Geral, sob proposta do Secretariado Nacional, convoco o XII Congresso da União Geral de Trabalhadores - UGT, para reunir ordinariamente nos dias 20 e 21 de Abril de 2013 no Pavilhão do Casal Vistoso em Lisboa, com a seguinte Ordem de Trabalhos:1. Aprovação do Regimento do Congresso2. Discussão e Votação do Relatório do Secretariado Nacional3. Discussão e Votação da Revisão dos Estatutos4. Discussão e Votação do Programa de Acção e Defi nição das Grandes Linhas de Orien-
tação Político-Sindical5. Eleição dos Órgãos EstatutáriosO Congresso iniciar-se-á às 10.00 horas do dia 20 e encerrará às 18.00 horas do dia 21 de Abril de 2013.A eleição e designação dos delegados das Associações Sindicais Filiadas serão feitas nos termos do Regulamento Eleitoral e até 9 de Abril de 2013.Os projectos de revisão dos Estatutos e as demais propostas relativas à Ordem de Traba-lho serão entregues ao Presidente da Comissão Organizadora do Congresso até às 10.00 horas do dia 21 de Março de 2013.Lisboa, 24 de Outubro de 2012
O Presidente da UGTJoão de Deus Gomes Pires
Fomos mais rápidosdo que a nossa própria sombra.
O Público dá-lhe a conhecer, em primeira mão, a nova aventura do cowboy mais rápido do
planeta “Lucky Luke - Todos Por Conta Própria”. Depois de um assalto falhado, os
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44 | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
A eleição que Obama fez por merecer
Se, mais logo, já pela madrugada, o
nome de Barack Obama surgir como
o vencedor das presidenciais nos
Estados Unidos, milhões de pessoas
suspirarão de alívio. Uns por terem
visto nele, por contraste com George W.
Bush, o Presidente “humano” que a América
merecia; outros por considerarem que a
parte justa das suas políticas pesa mais na
sua herança do que as falhas e erros que lhe
são apontados; outros ainda porque acham
que só com mais quatro anos Obama poderá
levar até ao fi m o seu programa, ou seja,
aquilo a que se comprometeu com o povo
americano, em primeiro lugar, mas também
com o mundo. Na frente interna, continua
a prometer oportunidades e justiça; na
frente externa moderação e fi rmeza, sem
aventuras bélicas que poderiam custar
Se a Europa votasse nele, estava eleito. Nos EUA leva uma vantagem que procurou ganhar no terreno
muito caro a muita gente. Dizem os analistas
e peritos dos centros de sondagens que o
furacão Sandy o “ajudou”. Mas na verdade
foi Obama, perante a possibilidade de
uma catástrofe, que fez os avisos certos
no momento certo e, no rescaldo da
tempestade, esteve junto das populações,
como Presidente (dirão que também como
candidato), mas sobretudo como pessoa.
E é isso que Obama tem mostrado querer
ser junto dos eleitores, desde antes da sua
primeira eleição: uma pessoa que chegou a
Presidente, não um político que se esforça
por parecer “pessoa” para ganhar votos e
ser eleito. A tenacidade de Romney para
o destronar tem dado alguns frutos, mas
só hoje o candidato republicano verá até
que ponto as políticas e ideias que tem
defendido têm eco na maioria do povo
americano. A polarização exacerbada entre
republicanos e democratas nos últimos dias
da campanha acena com um empate, mas
por detrás dele surgirá uma vitória; que
as sondagens atribuem cautelosamente a
Obama, mas que não está de todo afastada
dos horizontes de Romney. Se o povo
americano der ao Presidente o que ele se
esforçou por merecer, Obama ganhará.
PS rompe com troika
Afi nal, o Governo já tem um “modo de cortar 4 mil milhões de euros” na despesa social do Estado. Quem o revelou foi o líder socialista após uma reunião com o primeiro-ministro.
Infelizmente, porém, António José Seguro nada disse em que consiste esse “modo” de cortar no Orçamento. De resto, essa questão não o parece preocupar. O PS está contra qualquer corte e, mais, aproveita a oportunidade para renunciar ao memorando de entendimento que assinou com a troika. Tudo o que acontecer a seguir, diz Seguro, é da responsabilidade “do Governo e da troika”. Fugir da realidade é sempre um recurso possível e por vezes lucrativo de quem está na oposição. Mas o PS não é o PCP ou o Bloco. Face à volatilidade da situação, Seguro pode ser convocado para governar antes do fi m da legislatura. E, se essa “desgraça” lhe acontecer, vai ter de assumir que tem um buraco no compromisso com a troika para resolver. Fugir à discussão (envenenada, é certo) que Passos propõe pode ser, por isso, um enorme tiro no pé.
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
CARTAS À DIRECTORA
A propósito de umas afirmações de Vasco LourençoNão gosto muito do estilo do
major Vasco Lourenço (ou será
tenente-coronel, não sei bem a
patente), mas também devo dizer
que não gostei nada do editorial
do PÚBLICO do passado dia 2/11,
intitulado “Vasco outra vez,
em Novembro” (Vasco Pulido
Valente, logo a seguir, no dia 4,
domingo, voltou a apoucar o
ponto de vista do “capitão de
Abril” relativamente à grave crise
que atravessamos). Na verdade,
Vasco Lourenço tem razão para
estar preocupado, ao “acenar
com previsões catastrofi stas”, e
mais razão tem, quando afi rmou
que o poder tinha sido tomado
por um “bando de mentirosos”
(mentira?). O facto, de, segundo o
editorial do PÚBLICO do passado
dia 2, “os mentirosos terem sido
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
eleitos” não invalida que estes
sejam mesmo mentirosos (que
interessa que tenham sido eleitos,
como candidamente nos lembra
o PÚBLICO?). A base social deste
Governo esboroou-se — não
é preciso ser um politólogo a
credenciar tal afi rmação — e o que
afi rma Vasco Lourenço não deixa
de ser preocupante. Se aquilo
que disse “o capitão de Abril”
fosse afi rmado por um qualquer
intelectual ao serviço do PÚBLICO
(por exemplo, Vasco Pulido
Valente, que aprecio muito, mas
que aproveitou a crónica do dia
4 para depreciar as afi rmações
de Vasco Lourenço), a direcção
doPÚBLICO não ripostava e não
faria uma análise negativa.
No fundo há um preconceito
e um menoscabo pelo que disse
Vasco Lourenço, esquecendo-
se o PÚBLICO que, em certos
editoriais que partureja, o jornal
de referência também dá uma no
cravo, outra na ferradura… Como
convirá para manter este estado
político miasmático.
Deixem expressar-se Vasco
Lourenço e não o condenem por
aquilo que diz! Condenem mais
os empresários corrupto e venais
e os políticos profi ssionais que
com as suas jogadas de bastidores
defraudam o erário público… Se
não fosse este militar (e outros),
talvez não existisse o PÚBLICO…
António Cândido Miguéis, Vila Real
Surdos e cegos
Estou preocupada com os nossos
governantes, porque acho que
devem ter tido uma virose
qualquer que os deixou surdos
e cegos: não conseguem ouvir o
clamor do povo, em especial os
que estão já no limiar da pobreza,
assim como os que brevemente
vão lá parar, dada a enormidade
dos impostos que constam já
no OE2013. Esperemos que não
surjam mais... Por outro lado,
também não conseguem ler
jornais e pareceres de pessoas
abalizadas. Parece-me que não
é por ignorância que todas as
medidas que têm tomado só
têm contribuído para aumentar
o desemprego, diminuir as
receitas fi scais (apesar dos
brutais aumentos de impostos),
encerramento de centenas de
empresas etc., etc.
Como é lógico, quem não tem
dinheiro ou não consome ou
consome o mínimo, e a ideia com
que toda a gente fi ca é que o sr.
ministro das Finanças faz as contas
esperando um consumo que não
pode existir. E é assim que no
fi m do ano está tudo errado! Não
sei se a ideia não é transformar
Portugal num protectorado ou
colónia de outros.
Maria do Rosário Monteiro,
Ervideira
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | 45
E se Cavaco Silva estivesse incapacitado?
José Vítor Malheiros
O silêncio do Presidente da
República nas últimas semanas
— e a extrema parcimónia das
suas intervenções nos últimos
meses — tem motivado as
mais variadas interpretações,
que vão do simples desejo
de não estorvar a acção do
Governo num momento difícil
a uma singular manifestação
de sageza. Marcelo Rebelo de Sousa
considerou mesmo que o silêncio de Cavaco
prestigiava a função presidencial, já que
discutir as vacuidades que têm preenchido
o discurso do Governo e o debate político,
como a “refundação” do memorando
da troika, seria “discutir o nada” e isso o
Presidente não o deve fazer. A explicação
é generosa, mas é excessivamente
benevolente.
Penso, pelo contrário, que, numa
situação de extrema gravidade como a
actual, apenas comparável a uma situação
de guerra, onde à crise fi nanceira e
ao brutal empobrecimento de toda a
população se somam uma crise política e
uma crise de confi ança sem paralelo nas
instituições democráticas, seria natural e
conveniente que o Presidente aparecesse e
falasse. No entanto, Cavaco nem fala nem
aparece. Seria normal que o Presidente nos
viesse garantir que, apesar das difi culdades
de entendimento que são conhecidas no
interior da coligação, o Governo possui a
estabilidade e a coesão necessárias para
levar avante o seu trabalho e que ele se
empenhará em que assim continue a
ser. Seria natural que viesse garantir-nos
que o regime democrático possui todas
as ferramentas necessárias para garantir
que esta crise será ultrapassada (com este
Governo ou com outro), que o interesse
do país e do povo será defendido, que
a democracia não está em risco e que o
futuro nos irá sorrir de novo. Seria natural
que o Presidente mantivesse uma ronda
sorridente de contactos partidários e
tentasse facilitar entendimentos e que o
fi zesse também no ambito da concertação
social. Seria natural que se dirigisse a
jovens, a empresários e a desempregados,
incitando-os a não desesperar e a apostar
nas suas capacidades. Seria natural que
se multiplicasse em contactos na União
Europeia, avançando as suas dúvidas em
relação à austeridade, que nos últimos
tempos até têm vindo a ganhar adeptos.
Seria natural que o Presidente nos dissesse
também alguma coisa em relação ao
orçamento de 2013, que os economistas
consideram uma pilhagem sem precedentes
nos seus instrumentos, um exercício de
mistifi cação nos seus pressupostos e uma
fraude nas suas conclusões. Seria natural
que o Presidente fi zesse, pelo menos, de
rainha de Inglaterra e aparecesse e acenasse
e sorrisse e dissesse que está tudo sob
controlo, keep calm and carry on. Mas não.
Cavaco não aparece, não fala, não se reúne
e não carry on.
O que se passa com Cavaco então? Não
sei, mas sei que Cavaco não está a fazer o
que deve nem parece estar sequer a fazer
aquilo que as suas ideias lhe ditariam. O
que é preocupante.
Estamos actualmente a viver um PREC da
direita, não legitimado pelo voto, apostado
em destruir o Estado social que levámos
quatro décadas a construir e em privatizar
o máximo de património do Estado.
Um PREC apostado em conseguir um
empobrecimento dos trabalhadores, para
aumentar a margem de lucro das empresas
e reduzir a capacidade reivindicativa da
população. Um PREC disposto a reduzir
a democracia a uma mera formalidade,
de forma a garantir que esta gigantesca
transferência de recursos para uma minoria
não terá oposição.
Neste pano de fundo, seria bom poder
contar com alguém que assumisse como sua
responsabilidade garantir a democracia.
Será possível que Cavaco não o queira fazer
e que, apesar de alguns tímidos protestos,
se sinta totalmente sintonizado com o
delfi m Passos Coelho e a sua destruição
do Estado e da democracia? Talvez. Mas é
também possível que não o possa fazer por
razões de saúde – o que explicaria algumas
intervenções incoerentes (lembram-se das
pensões?) e a razão por que a insólita forma
de comunicação preferida do Presidente da
República passou a ser o Facebook.
A questão é que, numa situação de crise
como a actual, os cidadãos têm o direito
de saber se o Presidente é, ou não, capaz
de assumir responsabilidades pesadas
como poderão ser a demissão do Governo
e as negociações
para a formação
de um novo
executivo. E quem
possa responder
a esta inquietação
tem o dever de
a satisfazer. É a
democracia, a
dignidade do cargo
e a dignidade da
pessoa que o ocupa
a exigi-lo.
Segundo a
Constituição,
“compete
ao Tribunal
Constitucional
(...) declarar a
impossibilidade
física permanente
do Presidente da
República, bem
como verifi car os
impedimentos
temporários
do exercício das suas funções”. Se é
esse o caso, é imprescindível que as
instituições democráticas assumam as suas
responsabilidades, sem o que estaríamos
perante um cenário de golpe de Estado. Se
não é o caso, é urgente que o Presidente da
República faça prova de vida.
[email protected] à terça-feira
Seria natural que o Presidente fizesse, pelo menos, de rainha de Inglaterra e dissesse que está tudo sob controlo
Que fique o Obama
Como todos os portugueses
também eu me sinto habilitado
a decidir se os americanos
devem eleger Barack Obama
ou Mitt Romney. Primeiro,
desconfi o que a ideia que estão
empatados nas sondagens e que
tanto pode ganhar um como
o outro é o resultado de dois
exercícios de propaganda.
Os democratas espalham que só uma unha
negra separa Obama de Romney para assustar
os eleitores democratas que acham que a coisa
está ganha e que eles escusam de levantar o
rabo para ir votar. E os republicanos espalham
exactamente a mesma coisa para convencer
os eleitores republicanos que acham que
a guerra está perdida que Romney tem
uma verdadeira hipótese de ser eleito
presidente, se todos eles forem votar nele.
Na verdade, como vem sugerindo
estatisticamente Nate Silver no blogue dele
no New York Times, a probabilidade de
Obama ganhar é de 75%. Romney só tem
uma chance em quatro de ser eleito.
Obama vai ganhar e merece ganhar. É o
Presidente menos mentiroso e histriónico
que os EUA já tiveram. Se perder, aposto
que não se importará muito. Encolherá os
ombros, suspirará de alívio e irá à vida dele,
que tem muito que fazer.
Obama tem tão pouca sede pelo poder
que lhe seca a garganta. A atitude dele é
correcta e civilizada: “Se quiserem, eu fi co.
Se não quiserem, fi camos amigos”.
Não se pode dizer que ele não queira
ganhar. Isso seria perturbante: quer. Só que
não é a coisa que mais quer neste mundo. E
é por essa razão — ouçam bem — que se deve
votar nele.
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
BARTOON LUÍS AFONSO
46 | PÚBLICO, TER 6 NOV 2012
Nunca foi suscitada a questão de saber se a limitação tinha efeitos territoriais ou “transterritoriais” na redacção da lei
Limitação de mandatos: uma verdade inconveniente
1. Com a fortuna e a sina da bela
adormecida, a lei da limitação
dos mandatos despertou, ou foi
despertada, de um longo sono
de sete anos. De um dia para o
outro, passaram a suceder-se
as declarações e as tomadas de
posição sobre o alcance e o sentido
da lei. Umas, no plano político,
opinando sobre o que acham
bom ou mau. Outras, no plano jurídico,
procurando fi xar, com o selo papal da
infalibilidade, uma ou outra interpretação.
Na realidade, mesmo quem manteve um
silêncio esfíngico durante anos a fi o, não
hesita agora em vociferar a plenos pulmões.
É bem conhecida a controvérsia que
anima os meios de comunicação e eriça
as hostes partidárias: saber se a proibição
de fazer um quarto mandato consecutivo
como presidente de câmara ou de junta se
cinge a uma circunscrição territorial ou se
estende ao exercício da função enquanto
tal. Em poucas palavras, saber se a lei
estabelece um mero limite territorial ou
um verdadeiro limite absoluto.
2. Estranhamente, foram muitos —
para não dizer quase todos — os que se
obstinaram em procurar saber qual era
a intenção subjectiva histórica (ou até
pré-histórica) do suposto legislador. Não
estavam propriamente preocupados com
o que diz efectivamente a lei ou com o
seu espírito objectivo, mas, muito mais
“freudianamente”, com o que ia (ou vai)
na cabeça daqueles que alimentaram o
seu processo de feitura. Esquecendo-se
até do facto estatístico — muitas vezes
lembrado na doutrina da interpretação das
leis – de que as normas em causa foram
elaboradas e aprovadas no quadro de
um órgão colegial com mais de duzentos
membros (a Assembleia da República),
e que, portanto, não é propriamente
praticável reconstituir a vontade psicológica
de cada um e de todos os deputados que
votaram favoravelmente. Com efeito,
ouvindo alguns dos protagonistas e lendo
alguns dos depoimentos, fi ca-se com a
sensação, bizarra e desconfortável, de que
a interpretação das leis se faz agora ou se
pode fazer pela via da prova testemunhal.
Não vou hoje entrar nos meandros da
interpretação e das leituras várias que ela
pode oferecer ou oferece. Interpretação
que há-de ser feita segundo os critérios
próprios da ciência jurídica e não de
acordo com os apaixonados estados de
alma de cada contingência partidária. Um
ponto é, a meu ver, incontroverso e não
me canso de o repetir na rádio, nos jornais
e na televisão (apesar de, na excitação
nervosa dos últimos dias, me atribuírem
quase sempre outra posição). Digo, pois,
solenemente: a lei, tal como está e sem
nenhuma outra correcção, permite as duas
leituras (limite simplesmente territorial
ou limite absoluto). Há bons argumentos,
tirados das regras da hermenêutica jurídica,
que depõem num e no outro sentido. E,
por conseguinte, perante a formulação da
lei, o estado actual é de ambiguidade e de
incerteza.
3. Não vou, pois, tratar, da interpretação
da lei e não o vou fazer, porque há uma
verdade que tem
de ser reposta com
todas as letras. Uma
verdade que diz
respeito à génese
da lei, ao processo
de formação
das respectivas
normas. Disse
acima e insisto:
não está aqui em
causa detectar o
desejo concreto
e subjectivo
do pretenso
legislador para daí
retirar qualquer
argumento jurídico.
Isso seria cair num
subjectivismo
historicista que os
critérios da boa
hermenêutica
parecem repelir.
Está tão-só em
causa fazer história política, ainda que
“micro-história”, a propósito de um
assunto localizado.
Já, por variadíssimas vezes, e de há muito
mais de um ano a esta parte, que, instado
por perguntas de jornalistas, esclareci que
me coube, por banda do PSD, a negociação
no terreno e a redacção de tão controversa
lei. E que, por parte do PS, idêntica função
foi desempenhada pelo deputado Vitalino
Canas. Ao longo do processo negocial
e de redacção das escassas normas que
compõem o diploma, nunca foi suscitada
a questão de saber se a limitação tinha
efeitos territoriais ou “transterritoriais”.
Isso mesmo aparece confi rmado por
Vitalino Canas em declaração ao Jornal de
Notícias, datada de 2 de Novembro. Aí giza
a sua interpretação pessoal de que a lei
A lei, tal como está, permite as duas leituras. E, por conseguinte, o estado actual é de ambiguidade e de incerteza
Eurodeputado (PSD). Escreve à terç[email protected]
contém apenas uma limitação territorial e
não já absoluta, mas sublinha igualmente —
ponto que aqui interessa de sobremaneira
— que a “questão do alcance da lei não
se colocou quando ela foi redigida”. E é
isto que digo e volto a dizer: no processo
de formação da lei, nunca ninguém, do
lado do PSD ou do lado do PS, afl orou este
problema ou quis resolver esta questão.
Numa palavra, e por muito que isso hoje
nos penalize, a questão fi cou em aberto e,
na falta de uma possível lei que esclareça
este ponto, já só pode ser resolvida em
sede interpretativa pelos tribunais.
4. Note-se que quando afi rmo que
ninguém se referiu, de feição expressa e
intencional, a este problema e ao modo de o
resolver, reporto-me também e obviamente
ao então presidente do partido e na altura
deputado Marques Mendes e ao então líder
parlamentar e à época deputado Marques
Guedes. Porque muito os aprecio — e sei que
estão, a vários títulos, entre os melhores
dos políticos portugueses —, acredito, sem
reservas, nas suas declarações. E que um
e outro tenham, junto do presidente do
PS e do seu líder parlamentar, esclarecido
cabalmente este ponto. Mas a verdade é que
não fi zeram junto da sua “equipa negocial”
e, em especial, junto de mim. De resto, ao
longo destes sete anos, e tirando os últimos
quinze dias, nunca os ouvi, em público ou
em privado, falar sobre este tópico.
5. Sei que esta verdade pode ser, no
actual momento político, inconveniente;
mesmo muito inconveniente. Mas todos
sabemos – ou, pelo menos, o povo sabe –
que o tempo está mais para a verdade do
que para a conveniência…
ADRIANO MIRANDA
Paulo RangelPalavra e Poder
Ministro Nuno Crato.O sistema de formação profissional alemão prima pela qualidade e é um factor de enorme mobilidade social. A escola inclusiva precisa desse contributo.
António José Seguro.A ambiguidade com que responde ao convite para o diálogo que lhe foi feito pelo Governo revela uma aguda falta de sentido de Estado.
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012 | 47
JOHN MOORE/GETTY IMAGES/AFP
Deus abençoe a América e o mundo
É comum dizer-se que todas
as pessoas deviam votar no
Presidente dos EUA, pois o que
ele faz afecta todo o mundo.
Isso é especialmente verdadeiro
nestas eleições presidenciais.
Basta olhar para as agendas
de política externa de Barack
Obama e Mitt Romney para
compreender que o seu
resultado vai afectar-nos a todos.
Obama e Romney representam duas
escolas de pensamento completamente
distintas, e irreconciliáveis, acerca da
Grande Estratégia que os Estados Unidos
devem adoptar para responder à actual
transição no sistema internacional.
A primeira escola, representada
academicamente por exemplo por
Christopher Layne e chamada de
“declinista”, acredita que está em curso
uma transição no sistema internacional
da unipolaridade para a multipolaridade,
em resultado do declínio relativo dos EUA
e da “ascensão do resto” (com destaque
para a China), devendo a América adoptar
uma Grande Estratégia de Off shore
Balancing. Esta baseia-se na convicção
de que existem apenas três regiões no
mundo estrategicamente vitais para os
Estados Unidos, nomeadamente a Europa,
o Nordeste Asiático e o Médio Oriente,
tendo o país de limitar o seu envolvimento
no exterior a estes locais, procurando
garantir que nenhum Estado consegue
dominar qualquer um deles, devendo fazê-
lo através de alianças com potências locais
que sejam capazes de conter os aspirantes à
hegemonia regional, ao mesmo tempo que
mantém as suas forças militares off shore,
ainda que a uma distância que permita o
rápido envio de tropas para um país dessas
regiões em caso de necessidade.
A segunda escola, representada
academicamente por exemplo por Robert
Kagan e chamada de “não declinista”,
considera que o sistema internacional é
e vai permanecer unipolar e que os EUA
devem manter a Grande Estratégia de
Global Hegemony. Isto é, os interesses
estratégicos do país não se limitam às
três regiões acima referidas, abarcando
todo os locais do mundo, devendo a
América envolver-se no exterior de forma
praticamente ilimitada e, sempre que
necessário, através do uso da força militar.
Barack Obama inscreve-se na escola
de pensamento “declinista”. Para ele a
manutenção da primazia dos Estados
Unidos implica um retraimento estratégico
do país e a adopção de uma Grande
Estratégia de Off shore Balancing, o que
se traduz em três opções primordiais: a
redução das regiões vitais para os interesses
se os seguintes: a “guerra preventiva”,
através de uma variante a que chama de
“uso preventivo do hard e soft power”; a
“mudança de regime”, desde logo no Irão,
com a adopção de operações secretas junto
dos dissidentes internos, mas também na
China e na Rússia, através do apoio aos
líderes das organizações da sociedade civil
que defendem a democracia e a economia
de mercado; o “eixo do mal Irão-Coreia do
Norte”, agora apenas com a designação de
“Estados párias”; o “unilateralismo”, ainda
que afi rmando a preferência pelo exercício
da liderança de um modo multilateral; as
“coligações de vontades” ou “variáveis”,
mais concretamente no contexto de
uma possível acção militar no Irão; a
desconfi ança relativamente às organizações
internacionais, como as Nações Unidas,
que, nas suas palavras, “se tornaram
fóruns para acessos de raiva de tiranos e de
propaganda do preconceito mais antigo do
mundo – o anti-semitismo”.
No terceiro caso, ele defende a
continuação da presença militar norte-
americana no Iraque, pretendendo manter
entre 14 a 18 mil efectivos em Bagdad;
sustenta a manutenção do envolvimento
dos EUA na Ásia Central, desde logo no
Afeganistão, onde pretende rever os prazos
de retirada das tropas, mas também nas
ex-repúblicas da URSS, comprometendo-se
a fornecer-lhes treino militar e armamento;
advoga a expansão da presença naval norte-
americana no Pacífi co Ocidental, bem como
o fornecimento de todos os meios militares
a Taiwan que sejam necessários para conter
a China; recusa a retirada de tropas da
Europa, sobretudo por causa da Rússia,
que classifi ca como a “principal força
desestabilizadora do mundo”; fi nalmente,
defende um alto perfi l de envolvimento
nos países da chamada “primavera
árabe”, criticando a estratégia Leading
from Behind da administração Obama e
prometendo a liderança norte-americana
na democratização do Egipto, Líbia,
Tunísia e Síria através do apoio directo
às forças que defendem a democracia e a
sociedade aberta.
Embora ao longo da história sejam mais
os elementos de continuidade do que de
mudança na política externa dos Estados
Unidos, independentemente do debate
durante a campanha eleitoral e mesmo de a
presidência ser ocupada por um democrata
ou um republicano, a Grande Estratégia de
Mitt Romney corresponde ao pensamento
neoconservador e permite perceber que,
se ele ganhar e não puser a sua agenda
na “gaveta”, o mundo será um lugar mais
perigoso. É razão para dizer: Deus abençoe
a América e o mundo.
norte-americanos
ao Nordeste
Asiático, ao Médio
Oriente e à Europa;
a diminuição
signifi cativa do
orçamento de
defesa, sendo o
objectivo da actual
administração
um gasto neste
campo ligeiramente
superior ao dos 10
países seguintes,
quando hoje a
América gasta mais
em forças armadas
do que todos os
outros Estados do
mundo combinados;
a redução do
tamanho do
complexo
militar, com, por
exemplo, a dispensa de 520 mil efectivos
no exército, um corte no arsenal nuclear
do país, prevendo o novo acordo START
com a Rússia um máximo de 1550 ogivas
nucleares, e o fi m de vários programas
militares em curso. Indo mais longe, esta
versão de Off shore Balancing contempla
Se Romney ganhar e não puser a sua agenda na “gaveta”, o mundo será um lugar mais perigoso
Professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigador no Instituto Português de Relações Internacionais
uma perda de importância estratégica da
Europa e do Médio Oriente – ao mesmo
tempo que reforça a da região Ásia-Pacífi co
–, como o comprova a decisão de reduzir
80 mil tropas estacionadas no continente
europeu e a retirada do Iraque.
Já Mitt Romney inscreve-se na escola
de pensamento “não declinista”. Pare ele
a manutenção da primazia dos Estados
Unidos implica a rejeição do retraimento
estratégico e a manutenção da Grande
Estratégia de Global Hegemony, o que
se traduz no reforço do investimento
nas forças armadas, na recuperação
da “Doutrina Bush” e na defesa do
envolvimento norte-americano em todas as
regiões do mundo.
No primeiro caso, Romney
compromete-se a reverter os cortes
orçamentais na defesa decididos pela
administração Obama, a aumentar as
capacidades da marinha – de 284 navios
para pelo menos 328 – com o objectivo
de permitir a sua presença em todas as
partes do globo, a modernizar a força
aérea e o exército e a construir o que
chama de um “robusto sistema nacional
de defesa antimíssil balístico”.
No segundo caso, o candidato
republicano recupera vários conceitos
da “Doutrina Bush”, podendo destacar-
Debate Presidenciais americanasTiago Moreira de Sá
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ESCRITO NA PEDRA
“Um homem não é infeliz porque tem ambições, mas porque elas o devoram”Montesquieu (1689-1755), filósofo e jurista francês
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TER 6 NOV 2012
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Acordo de cooperação para ensino profi ssional assinado ontem em Berlim p15
Vão estar à venda cerca de 200 edifícios. Câmara indica obras de reabilitação Local
A equipa de cientistas vai agora testar a via nasal, talvez mais efi caz p27
Ensino: modelo alemão preocupa especialistas
Lisboa quer vender prédios que só serão pagos após obras
Portugueses desenvolvem vacina contra a hepatite B
Lotaria Clássica
0 1 6 5 7
1.200.000€1.º Prémio
SOBE E DESCE
Ana Luís
Aos 36 anos, a militante socialista Ana Luís vai presidir à Assembleia
Legislativa dos Açores. Ana Luís não será só a primeira mulher a ocupar este cargo, mas será também a primeira mulher a assumir um alto cargo político ao nível regional nos Açores. Mais: ao fim de 36 anos de autonomia naquele arquipélago e também no da Madeira, nenhuma mulher tinha assumido um cargo desta relevância nas duas regiões. Vasco Cordeiro está de parabéns.(Pág. 10)
Paulo Castilho
O escritor e diplomata de carreira foi distinguido com o
Prémio Fernando Namora, no valor de 25 mil euros, pelo
seu romance Domínio Público, batendo outros finalistas como João Tordo, Ana Cristina Silva, Lídia Jorge e
Dulce Maria Cardoso. Para o júri, a sua obra “propõe um olhar tão lúcido quanto irónico sobre as relações humanas na sociedade portuguesa actual”. (Pág. 29)
Nuno Amado
Os resultados dos primeiros nove meses do ano não enganam: o
BCP registou prejuízos históricos de 796,3 milhões de euros, mostrando que há muito a fazer para recuperar financeiramente o banco. O cenário a curto prazo também não parece ser famoso, como o próprio banqueiro reconheceu. O regresso aos lucros só deverá acontecer em 2014. Entretanto, avança o processo de rescisões amigáveis, que abrangerá 600 funcionários. Nem a banca escapa aos cortes e ao emagrecimento. (Pág. 20)
Nuno Crato
O ministro da Educação e Ciência pretende adoptar o modelo alemão para o
ensino profissional. Um modelo que, segundo os especialistas ouvidos pelo PÚBLICO, orienta quase compulsivamente crianças muito jovens de 11 e 12 anos para o ensino profissional. Em vez disso, os mesmos especialistas dizem que, aos primeiros sinais de dificuldade de aprendizagem, os alunos devem ser apoiados e não desviados para outras vias. (Pág. 15)
Jurista
ASSUNTOS TEMPORÁRIOS
Repor a verdade
Na semana passada a
Gulbenkian acolheu a
conferência Portugal e o
Holocausto patrocinada, ao
que sei, pela Embaixada
dos Estados Unidos. Lendo
os jornais, apercebi-me que
saíram da conferência declarações
estranhas. Mas nenhuma
ultrapassou em desaforo histórico
o que foi dito pelo embaixador de
Israel, segundo o qual Portugal
“foi o único país que colocou
a sua bandeira em meia haste
durante três dias”, logo que Hitler
morreu. E o embaixador de Israel
acrescentou: “É uma nódoa que
para nós, judeus, vai aparecer
sempre associada a Portugal.”
Tenho demasiado respeito
e simpatia por Israel para
deixar passar estas afi rmações
sem resposta, até porque
aparentemente ninguém na
própria conferência reagiu. Fui,
pois, investigar. E escutar quem
investigou. Ora, o sr. embaixador
de Israel não sabe, não considerou
que os demais Estados neutros
europeus na guerra procederam
como Portugal. Vejamos a
imprensa da época:
No Diário de Lisboa de 3 de Maio
de 1945 refere-se que “continuaram
Pedro Lomba
a meia haste as bandeiras da
Nunciatura Apostólica, da
Embaixada de Espanha e das
Legações da Suíça e da Suécia”. Em
Dublin, o mesmo luto protocolar
conduziu o primeiro-ministro
(e ministro dos Estrangeiros)
Éamon de Valera a apresentar
condolências à legação alemã.
Como pode o sr. embaixador
afi rmar que Portugal “foi o único
com a bandeira em meia haste”,
quando a prática foi comum aos
outros Estados neutrais?
Mas compare-se o luto
protocolar do Estado português
perante a morte de Roosevelt e o
que se registou com a de Hitler.
Quando Roosevelt morreu,
Salazar deslocou-se pessoalmente
à embaixada americana para
apresentação de condolências.
A propósito dos regulamentos
protocolares, lê-se no recente
livro do embaixador Bernardo
Futsher Pereira sobre a diplomacia
salazarista (p. 436): “Neste mundo
convulso, Portugal permanecia
a mesma plácida ilha de paz. As
minudências jurídicas protocolares
continuavam a ser rigidamente
observadas. A 4 de Maio, quando
correu a notícia da morte de Hitler,
as bandeiras foram colocadas a
meia haste. Quando o embaixador
inglês protestou no dia seguinte,
Teixeira de Sampaio argumentou
que, fosse ou não fosse Hitler
o maior criminoso da História,
continuava mesmo assim a ser o
chefe de Estado de um país com o
qual Portugal mantinha relações
diplomáticas. Os regulamentos
prescreviam uma salva de
artilharia e uma visita pessoal
de condolências pelo Chefe do
Estado ou seu representante.
Tudo isso tinha sido eliminado
e as formalidades reduzidas a
deixar cartões e pôr as bandeiras
a meia haste.”
Não terá o sr. embaixador
omitido o contraste entre a
postura de Portugal aquando da
morte do Presidente americano e
os “serviços mínimos” verifi cados
na morte de Hitler? Não sou
historiador e não me pronuncio
sobre Portugal na II Guerra.
Mas dir-se-á que quer Portugal
quer a Irlanda agiram, não por
qualquer afi nidade com o regime
nazi, mas no respeito pelo
formalismo protocolar inerente
à neutralidade, numa lógica de
“correcção diplomática” e de
afi rmação soberana.
Custa ter de fazer este reparo
ao representante de Israel entre
nós. Mas a acusação que fez é
factualmente errada, é injusta e
ignora o cânone protocolar. A 22
de Dezembro de 2011, a Assembleia
Geral da ONU cumpriu um minuto
de silêncio pela morte do ditador
norte-coreano Kim Jong Il, mas
esclarecendo à partida que se
tratava de um acto protocolar. Foi
uma nódoa que mancha Israel e os
restantes membros? Ou foi apenas
diplomacia as usual, de que o sr.
embaixador aqui se esqueceu?
E é amar-te assim, perdidamente … E é amar-te assim, perdidamente …E é amar-te assim, perdidamente … Quarta-feira, dia 14 de Novembro, por mais 12,50€, com o Público.
Uma história de muitos amores.
Qupo
Ud
Edição limitada ao stock existente. A aquisição do produto implica a compra do jornal.
INÉDITO