3º Simuladão Enem - Prova Comentada - Dia 2

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Questão 91 De acordo com o texto abaixo, marque a opção correta: All too often we are reminded that terrorism continues to inflict pain and suffering on people’s lives all over the world. Almost no week goes by without an act of terrorism taking place somewhere in the world, indiscriminately affecting innocent people who just happened to be in the wrong place at the wrong time. Countering this scourge is in the interest of all nations and the issue has been on the agenda of the United Nations for decades. http://www.un.org/terrorism/ a) Somente pessoas inocentes são atingidas pelas ações terroristas. b) As Nações Unidas voltou seu interesse recentemente à questão do terrorismo. c) Nenhuma semana se passa sem que se tenha notícia de atos terroristas. d) Terrorismo atinge pessoas em diferentes partes do mundo. e) A maior parte das ações terroristas tem origem no Oriente. Resolução: A questão busca dentre as opções aquela que represente uma informação correta do texto. O item ‘a’ apresenta-se incorreta pela presença da palavra ‘somente’. A palavra ‘decades’ (décadas) inviabiliza a marcação do item ‘b’. Da mesma forma, a ausência de palavra ‘almost’ (quase) na transcrição da frase para o item ‘c’, o faz incorreto. Não se encontra informações no texto que fundamentem o item ‘e’. O item correto é o item ‘d’. Resposta D Questão 92 As palavras TERRORISM, ACT e HAPPENED podem ser traduzidas, respectivamente, de maneira a fazerem sentido no texto acima, como: a) TERRORISMO, AGIR e SEQUESTRADO. b) TERRORISTA, AGIR e SEQUESTRAR. c) TERRORISMO, ATO e ACONTECEU. d) TERRORISMO AGE e RAPTOU e) TERRORISTA, AGIR e RAPTOU. Resolução: A questão acima testa conhecimentos referentes a vocabulário e classificação gramatical contextualizada. Temos em sequência SUBSTANTIVO – SUBSTANTIVO – VERBO. A única opção que retrata esta sequência de maneira correta e completa é o item ‘c’. Resposta C

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Questão 91 De acordo com o texto abaixo, marque a opção correta:

All too often we are reminded that terrorism continues to inflict pain and suffering on people’s lives all over the world. Almost no week goes by without an act of terrorism taking place somewhere in the world, indiscriminately affecting innocent people who just happened to be in the wrong place at the wrong time. Countering this scourge is in the interest of all nations and the issue has been on the agenda of the United Nations for decades. http://www.un.org/terrorism/

a) Somente pessoas inocentes são atingidas pelas ações terroristas. b) As Nações Unidas voltou seu interesse recentemente à questão do terrorismo. c) Nenhuma semana se passa sem que se tenha notícia de atos terroristas. d) Terrorismo atinge pessoas em diferentes partes do mundo. e) A maior parte das ações terroristas tem origem no Oriente. Resolução: A questão busca dentre as opções aquela que represente uma informação correta do texto. O item ‘a’ apresenta-se incorreta pela presença da palavra ‘somente’. A palavra ‘decades’ (décadas) inviabiliza a marcação do item ‘b’. Da mesma forma, a ausência de palavra ‘almost’ (quase) na transcrição da frase para o item ‘c’, o faz incorreto. Não se encontra informações no texto que fundamentem o item ‘e’. O item correto é o item ‘d’. Resposta D Questão 92 As palavras TERRORISM, ACT e HAPPENED podem ser traduzidas, respectivamente, de maneira a fazerem sentido no texto acima, como: a) TERRORISMO, AGIR e SEQUESTRADO. b) TERRORISTA, AGIR e SEQUESTRAR. c) TERRORISMO, ATO e ACONTECEU. d) TERRORISMO AGE e RAPTOU e) TERRORISTA, AGIR e RAPTOU. Resolução: A questão acima testa conhecimentos referentes a vocabulário e classificação gramatical contextualizada. Temos em sequência SUBSTANTIVO – SUBSTANTIVO – VERBO. A única opção que retrata esta sequência de maneira correta e completa é o item ‘c’. Resposta C

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Questão 93 O problema principal expresso pela tirinha acima é: a) Ironia b) Relação MÉDICO-PACIENTE c) Obesidade d) Erro Médico e) Reeducação Alimentar

Resolução: A chave da questão está nas expressões ‘problema’ e ‘tirinha acima’. O item ‘a’ está incorreto porque IRONIA está na tirinha, mas não é um problema. RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE está na tirinha, mas não é um problema. ERRO MÉDICO é um problema, mas não está na tirinha. REEDUCAÇÃO ALIMENTAR está na tirinha, mas não é um problema. Resta-nos o item ‘c’. Resposta C Questão 94

The 2014 World Cup is heading to Brazil. In less than 4 years, the greatest football spectacle of them all will be heading to the country that introduced the notion of the beautiful game. For the first time in 64 years, football’s biggest event will grace Brazil’s shores and a feast of football is sure to be served up in front of passionate crowds. True, there is the small matter of the World Cup in South Africa in 2010 to contend with first, but football fans across Brazil and indeed the world are rubbing their hands in anticipation of the 2014 Brazil World Cup. As expressões do texto que se referem a PAÍS, QUANTIDADE e ADJETIVO, respectivamente, são: a) SOUTH AFRICA –SHORES – BEAUTIFUL

b) NOTION – 64 YEARS – SMALL c) BRAZIL – CROWDS – FEAST d) BRAZIL – FIRST – GRACE e) COUNTRY – 4 YEARS – PASSIONATE Resolução: A questão busca reconhecer se o candidato consegue fazer a relação de uma palavra (PAÍS) com o seu campo semântico, de relação de QUANTIDADE de CLASSIFICAÇÃO GRAMATICAL CONTEXTUALIZADA. A única opção que preenche todos os requisitos é o item ‘e’. Resposta E Questão 95 A frase “The 2014 World Cup is heading to Brazil.” significa: a) PARA O BRASIL, A COPA MUNDIAL SERÁ EM 2014. b) EM 2014, OS BRASILEIROS ESTARÃO COM A CABEÇA NA COPA DO MUNDO. c) A COPA DO MUNDO DE 2014 ESTÁ INDO PARA O BRASIL. d) 2014 ESTÁ NA MENTE DOS BRASILEIROS PELA COPA DO MUNDO.

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e) A COPA MUNDIAL DE 2014 ESTÁ CABECEANDO PARA O BRASIL. Resolução: A chave da questão acima está na compreensão da expressão HEADING como IR EM DIREÇÃO A. Todos os itens, erroneamente, apresentam opções para o uso e tradução da expressão, exceto o item ‘c’. Resposta C

Questão 91 Banco Mundial baja otra vez su previsión de crecimiento para China

Un punto menos que en la previsión anterior y muy por debajo del 9,2% que había señalado en su primer informe sobre el crecimiento de la nación asiática, el Banco Mundial anunció que espera que China sólo crezca 6,5% este año. “Cuando la crisis mundial se intensifica, las exportaciones chinas se vieron seriamente afectadas, lo que también alteró las inversiones y el empleo, sobre todo en el sector industrial”, señaló la institución dirigida por Robert Zoellick en la presentación de su informe sobre la economía china que se realizó en la mañana de hoy en Hong Kong (madrugada de hoy en Chile). Aunque el crecimiento esperado para esa economía es superior al de la mayoría de los países del mundo, un crecimiento del PIB de 6,5% es “mucho más débil” que el potencial de la economía china, y está por debajo de las esperanzas de avance de las autoridades del país, que han fijado su previsión de crecimiento en 8%. En todo caso, el propio Primer Ministro chino, Wen Jiabao, admitió el viernes que el objetivo oficial de un crecimiento de 8% será “difícil” de alcanzar este año.

(Fonte: http://diario.elmercurio.cl/2009/03/18/economia_y_negocios/negocios/noticias) O objetivo geral do texto é expor que: a) As autoridades chinesas têm baixas esperanças quanto ao crescimento econômico do seu país, sendo que o próprio Primeiro Ministro admite ser difícil alcançar o objetivo de 8% estipulado pelo Banco Mundial. b) A crise econômica mundial prejudicou as exportações chinesas, levando o Banco Mundial a enviar Robert Zoellick a Hong Kong para apresentar um relatório retificando a previsão de crescimento econômico da China anteriormente apresentada. c) O Banco Mundial anunciou que o crescimento da economia da China será menor do que o previsto primeiramente, sendo que, ainda assim, este será superior ao da maioria dos países do mundo, mas, não obstante, baixo para o potencial econômico do país asiático. d) a última previsão de crescimento econômico feita pelo Banco Mundial para a China é de 6,5%, um ponto percentual a menos do que a primeira previsão, que era de 9,2%. e) as nações asiáticas deveriam, conforme as previsões do Banco Mundial, ter apresentado um crescimento econômico de 9,2% Resolução: A alternativa C é a que melhor resume as ideias disseminadas em todo o texto. Resposta C

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Questão 92 Assinale a alternativa INCORRECTA a respeito do Texto II: a) A palavra mamá leva acento porque conforme as regras do espanhol é uma aguda terminada em vogal. b) Pablito considera o computador como se fosse sua mamãe. c) Os verbos educa, entretiene e pasa estão conjugados no Presente do Indicativo. d) O pronome le tem como referente Pablito. e) A forma verbal sos está conjugada na segunda pessoa do plural.

Resolução: A forma verbal Sos está conjugada de uma forma atípica que faz parte do espanhol falado, principalmente na Argentina e em algumas outras áreas da América Latina. Corresponde ao pronome pessoal Tú (2ª pessoa singular). Neste caso, o verbo toma uma forma diferenciada da sua conjugação normal, por isso trata-se de algo comum a oralidade. Resposta E Questão 93 Para que las plantas crezcan verdes y bellas en todos los jardines, campos, praderas y bosques del planeta, necesitan que la tierra sea esponjosa y rica en alimentos. Con buen suelo, las plantas crecen y alimentan al resto de los seres vivos. El suelo también sirve de hogar a millones de organismos que viven en su interior. Al mirar de lejos no se nota, pero al examinar la tierra con cuidado, comienzan a aparecer grandes civilizaciones subterráneas. En el suelo se encuentran insectos relativamente grandes como chanchitos, ciempiés, milpiés, babosas, hormigas, lombrices y otros. Además hay formas de vida muy abundantes, tan pequeñas que no se ven, si no es con la ayuda de un microscopio. A pesar de la gran importancia que el suelo tiene para los seres vivos grandes y pequeños que viven sobre y dentro de él, es muy frágil. El suelo es algo que se crea y se destruye continuamente, en un gran ciclo que trae vida a los lugares donde se forma, y muerte donde se destruye.

Disponível em: <http://www.libroverde.cl/suelo/susobre.htm> (Texto adaptado) No texto, as palavras “pero” e “además” expressam, respectivamente, as ideias de: a) contraste / adição. b) finalidade/ explicação. c) oposição / intensidade. d) oposição / conclusão. e) alternância / consequência. Resolução: As conjunções citadas na questão se classificam respectivamente em adversativa e aditiva. Resposta A

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Questão 94

SÁEZ, C. Glu, glu, glu... ¡Aaaah! Muy interesante, Madrid: España Ediciones, n. 326, p. 52, jul. 2008.

I. Com base no texto “Consejos contra la sed”, são verdadeiras as alternativas: II. Há pessoas que são mais vulneráveis à desidratação que outras.

III. É conveniente ingerir mais água, quando se realiza alguma atividade física. IV. Manter o equilíbrio hídrico significa ingerir a mesma quantidade de líquido que se perde. V. Ingerir bebidas alcoólicas aumenta a temperatura corporal e o risco de sofrer uma desidratação.

VI. É melhor beber água do que qualquer outro líquido, já que a sede só pode ser amenizada por bebidas sem sabor.

VII. Interferem na hidratação corporal aspectos bastante variados, como o índice relativo de umidade do ar ou a temperatura do ambiente.

VIII. É imprescindível para a saúde — e, em alguns casos, pode ser vital — manter o corpo bem hidratado no verão, já que, nas outras estações, a necessidade de hidratação diminui.

a) I, II e III b) II, III, VI e VII c) II, III, IV, V e VI d) I, II, III e VI e) Todas as alternativas estão corretas

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Resolução: Com uma leitura atenta se chega a conclusão de que somente as afirmativas I, II, III e VI correspondem as informações contidas no texto. Resposta D Questão 95 Dado o texto a seguir: “Martínez, en una entrevista a EFE, considera que es el momento de los usuarios y la industria empiecen a hablar de las necesidades de las personas y a resolverlas “pero en su lenguaje” aunque cueste.” Assinale a sequência correta, de acordo com as expressões em destaque. I. Significam, respectivamente, resolvê-las e embora custe. II. Significam resolvê-las e ainda custe, respectivamente. III. Resolverlas refere-se a “personas”, no texto. IV. No texto, resolverlas refere-se às necessidades das pessoas. a) I, II e III. b) I, II e IV. c) I e III, apenas. d) II e IV, apenas. e) I e IV, apenas. Resolução: A forma las que aparece anexada ao verbo resolver corresponde a um pronome que tem como referente a palavra necessidades que aparece anteriormente no texto, lembramos que neste tipo de caso faz-se dispensável o uso do hífen no espanhol. A melhor tradução para aunque é embora, pois trata-se de uma conjunção concessiva. Resposta E QUESTÕES 96 a 180 Questão 96

Assinale a alternativa que não retrata uma interpretação correta sobre os quadrinhos: A) Analisando o conteúdo da fala das duas personagens, pode-se afirmar que o crescimento dos cursos superiores implica consequências práticas diferentes para cada uma delas. B) Os detalhes expostos nos cenários em que as personagens se inserem reforçam o que está afirmado nos respectivos tex- tos verbais. C) No quadrinho da direita, está pressuposto que a necessidade de trabalhar da personagem reflete uma situação de desagregação familiar. D) Embora seja evidente a diferença entre a classe social das duas personagens, a

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variante linguística utilizada por elas não reforça essa oposição. E) Ao iniciar os dois textos da mesma forma, o autor dos quadrinhos deixa entrever certo envolvimento dos dois jovens com a família. Resolução: Não é verdade que o fato de a personagem trabalhar reflete uma situação de desagregação familiar, já que o modo como ela se despede do pai sugere respeito e consideração. Resposta: C Questão 97 Apresentamos abaixo um trecho de uma famosa obra do cancioneiro popular, Saudosa Maloca, do compositor paulista Adoniran Barbosa. Observe que, por meio de uma linguagem marcada pela oralidade, o artista, nascido em Valinhos, retrata um processo de modificação do espaço urbano que se verificou na capital paulista em meados do século XX: Si o senhor num tá lembrado / Dá licença de contá Que aqui onde agora está / Esse edifício arto Era uma casa véia / Um palacete assobradado Foi aqui seu moço / Que eu Mato Grosso e o Joca Construímo nossa maloca Baseando-se nos termos grifados, escolha a alternativa que melhor explica a transformação da paisagem paulistana: A) O fenômeno da entrada de estrangeiros no país ocasionou um forte desemprego da população urbana da cidade de São Paulo, o que obrigou as pessoas a viverem nas ruas, parques e jardins, especialmente nas áreas mais antigas da cidade. B) O fato de as habitações coletivas se concentrarem nas áreas mais periféricas da cidade é resultado da intensa especulação imobiliária, que expulsa as pessoas de seus palacetes velhos para construírem edifícios comerciais de alto padrão. C) A cidade de São Paulo, na época áurea da cafeicultura, passou por uma intensificação das construções de malocas, que, apesar de muito humildes, eram bastante satisfatórias em termos de qualidade de moradia, deixando saudades para quem nelas vivia. D) Não se pode afirmar que o texto da canção retrate a cidade de São Paulo, porque os palacetes dos antigos barões do café permanecem na paisagem urbana paulistana praticamente como eram há mais de um século, sendo proibida a sua destruição.

E) A forte migração interna, entre outros fatores, contribuiu para acentuar a degradação urbana na área central da cidade, fazendo com que os antigos casarões do período cafeeiro se transformassem em moradias precárias, algumas das quais, posteriormente, foram derrubadas para a construção de edifícios. Resolução: O processo de modificação do espaço urbano retratado no texto da canção verificou-se na capital paulista em meados do século XX, em grande parte em razão do forte fluxo de migrantes de outras regiões do país (o que explica o nome da personagem Mato Grosso) ou do exterior. Dentre suas consequências, destaca-se a degradação urbana, com a transformação dos antigos casarões do período cafeeiro (palacetes assobradados) em moradias precárias (os famosos cortiços ou malocas). Posteriormente, o crescimento urbano-industrial levou à verticalização da cidade, com a construção de edifícios em áreas que passaram a ser revalorizadas. Resposta E

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Questão 98 Texto Simão — Desde o primeiro momento compreendi que devia aceitar tudo, confessar tudo, declarar-me arrepen- dido de tudo. Vamos nós discutir com eles, lutar contra eles? Tolice. Têm a força, a lei, Deus e a milícia — tudo ao lado deles. Que podemos nós fazer? De que adianta alegar inocência, protestar contra uma injustiça? Eles provam o que quiserem contra nós e nós não conseguiremos provar nada em nossa defesa. Bravatas? Também não adiantam. (…) Branca — Há um mínimo de dignidade que o homem não pode negociar, nem mesmo em troca da liberdade. Nem mesmo em troca do sol. Em O santo inquérito, peça teatral de Dias Gomes, a ação se concentra na trajetória trágica de Branca, jovem acusada de heresia e condenada à morte pela Inquisição. O excerto apresenta um diálogo entre ela e seu pai, Simão. Observe os itens seguintes e assinale a alternativa correta sobre eles. I. Depreende-se do diálogo transcrito que, embora ambientada em um tempo histórico distante, a tragédia de Branca serve de suporte para uma reflexão de caráter universal sobre a luta do indivíduo contra instituições que cerceiam a liberdade e querem suprimir a dignidade. II. A fala de Simão é um desabafo do indivíduo que se sente impotente perante a injustiça dos poderosos, cujos interesses são mascarados por princípios legais, morais ou religiosos, de validade supostamente geral. III. O confronto entre Branca e seu pai, exposto no diálogo, põe em destaque a antítese entre o comporta- mento conformista do segundo e a postura inconformista da primeira. A) São corretos somente os itens I e III. B) Os itens I e II são incorretos. C) Só são corretos os itens II e III. D) São corretos os itens I, II e III. E) Somente o item II está correto. Resolução: O caráter universal da reflexão contida no diálogo é explicitado na fala de Branca, quando ela se refere à dignidade e à liberdade, entendidas como valores da humanidade em geral. No desabafo de Simão, observa-se claramente o desespero do indivíduo impotente perante os interesses dos poderosos, que se armam com “a lei, Deus e a milícia — tudo ao lado deles”, para fazer triunfar a injustiça. Enquanto Simão não vê alternativa senão sucumbir aos poderosos, Branca resiste, pois não abre mão de sua dignidade; o pai expressa atitude conformista, pois mostra disposição de atender às exigências do poder, enquanto a filha não se conforma a isso, preferindo perder a liberdade (e até mesmo a vida) a perder sua dignidade. Resposta D Texto para as questões 99 e 100. A revista TPM nº 40 (p. 58) convidou a atriz Alinne Moraes para servir de guia aos jornalistas paulistanos “nas areias escaldantes das praias cariocas”. Como diz o texto, Alinne, “pra virar uma carioca autêntica, só falta deixar de chamar padaria de padoca”. Vejamos um dos passeios que a atriz recomenda a quem vai ao Rio de Janeiro:

Mesmo sendo longe da minha casa, sempre que posso vou ao Cine Odeon, no Centro, para uma sessão de cinema. Lá, tudo é especial: a pipoca parece mais caseira, o cinema tem cara de cinema, as poltronas são fofinhas, tudo com aquele glamour que só as coisas antigas têm.

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Se você estiver com fome antes ou depois da sessão, aproveite que lá dentro tem uma filial do “Ateliê Culinário”, um dos meus restaurantes prediletos. Peça uma das quiches com salada. Se estiver frio, vá de chocolate quente. Coisas simples que lá são super bem feitas.

Por que o Odeon é meu cinema preferido? Sabe quando a gente sente saudades do que você não viveu? É meio isso: lá eu tenho essa sensação. Gosto de coisas que me remetem ao passado. Sou um pouco assim com tudo. Questão 99 A linguagem é uma espécie de carteira de identidade, dando informações a respeito do falante. Levando isso em conta, assinale a alternativa correta. A) No trecho “pra virar uma carioca autêntica, só falta deixar de chamar padaria de padoca”, a revista não deixa implícito que a linguagem é um fator de identidade regional. B) O termo “glamour” aparece destacado no texto por ser uma palavra desconhecida da maioria das pessoas. C) A linguagem empregada no texto tem marcas de informalidade típicas da oralidade, como se nota na passagem “é meio isso”. D) O trecho “Por que o Odeon é meu cinema preferido?” não permite dizer que o texto apresenta características do diálogo, isto é, da conversa. E) Ao sugerir que um carioca autêntico não diz “padoca”, a revista manifesta preconceito linguístico contra os paulistas. Resolução: A passagem “é meio isso” é típica de situações informais de comunicação oral, em que não há maior rigor nem planejamento. Resposta: C Questão 100 Como ocorre com qualquer texto, esse foi escrito com determinados objetivos: toda comunicação tem uma deter- minada função, a linguagem nunca é usada à toa. Tomando por base o que você leu, marque a alternativa correta: A) Ocorre no texto apenas a função referencial da linguagem: o enunciador dá informações sobre o Rio de Janeiro de forma objetiva, usando uma linguagem informal. B) Há no texto apenas a função apelativa, como se percebe nos trechos “aproveite”, “peça”: a atriz quer convencer o leitor a visitar o Rio, usando uma linguagem informal para criar um efeito de aproximação com o público, como nos trechos “fofinha” e “super bem feitas”. C) A única função da linguagem presente no texto é a emotiva, como se nota por meio da relação emocional entre a atriz e o espaço descrito: o efeito de subjetividade está presente no uso de uma linguagem despojada, mais próxima do leitor, e de termos como “saudades”, “preferido”, “tenho essa sensação”. D) No texto estão presentes as funções referencial, apelativa e emotiva. A linguagem utilizada é predominantemente informal, de acordo com os trechos “fofinha” e “super bem feitas”. A construção “que me remetem ao passado”, contudo, apresenta maior formalidade. E) Há no texto três funções: a referencial, a emotiva e a apelativa. Como se trata de um texto jornalístico, apenas a função referencial deveria ter sido explorada, para criar uma impressão de objetividade no relato. A linguagem, também, deveria ser mais formal. Resolução: A função referencial, a apelativa e a emotiva estão presentes no texto. A primeira pode ser percebida pelo seguinte dado: o texto dá informações a quem não é do Rio sobre um lugar (o referente) que vale a pena conhecer, descrevendo-o para o leitor. A segunda, por sua vez, mostra-se claramente no segundo parágrafo: Alinne Moraes dá conselhos usando a forma imperativa (“aproveite”, “peça”). Quanto à terceira, revela-se por meio da relação emocional da atriz com o espaço: nota-se a presença da primeira pessoa (“meu”) e de palavras e expressões

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com maior teor subjetivo (“preferido”, “saudades”, “tenho essa sensação”). O texto apresenta o tom de uma conversa informal. O trecho “que me remetem ao passado”, contudo, é mais formal do que o restante do texto, que é marcado predominantemente por termos como “é meio isso”, “fofinhas”, etc. Resposta: D Questão 101 A foto reproduzida a seguir foi extraída do Jornal da Tarde (21/07/1993, p. 12A). Foi usada para ilustrar uma matéria em que o antropólogo Roberto DaMatta se propôs o exercício de ler São Paulo, circulando pelas ruas em companhia da fotógrafa Luludi.

Examine os comentários a seguir: I. A foto serve para ilustrar as marcas de singularidade que mostram o contraste entre o indivíduo e a paisagem urbana. II. A ausência de detalhes nas vestimentas, o ocultamento do rosto e de praticamente todas as partes do corpo humano servem para ilustrar a perda de identidade das pessoas nos grandes aglomerados urbanos como São Paulo. III. O chão de pedras, vazio, sem vida; a regularidade das faixas que se dispõem em linhas retas e a rigidez do corpo dão ideia de monotonia e automatismo. IV. O cartaz com um texto escrito, colocado na frente do rosto, sugere um tipo de trabalho que dispensa a fala e a capacidade de criação do trabalhador. É (São) correto(s): A) apenas I e IV. D) apenas I, II e III. B) apenas II. E) I, II, III e IV. C) apenas II, III e IV. Resolução: A leitura da foto deve levar em conta o fundo: um chão de pedras, sem variedade de cor e de formas, sem nenhuma planta ou qualquer outra forma de vida. Isso tudo sugere monotonia, falta de novidade. As linhas retas, apenas em branco e preto dão ideia de algo feito por régua, com total submissão a modelos rigidamente determinados. A figura do ser humano, sem rosto, rígida, sem movimento, com os pés juntos, só com os dedos de fora, e por fim a ausência de detalhes anatômicos sugerem a imagem de um homem

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submisso ao que lhe mandam, sem iniciativa e até mesmo sem voz, já que exibe um cartaz com o anúncio pronto. Ele executa o mesmo papel que um autômato. Essas considerações excluem o comentário contido em I e justificam o que se diz em II, III e IV. Resposta: C Questão 102

Elementos do texto e das imagens da história em quadrinhos acima permitem-nos identificar: A) a Europa atual, com os massacres étnicos cometidos em inúmeros conflitos localizados, após a dissolução da Iugoslávia. B) o Brasil do início do século XX, quando os imigrantes europeus eram tratados de forma violenta por fazendeiros brasileiros. C) a Europa do século XIX, em plena expansão da Revolução Industrial, com a crescente utilização de máquinas gerando desemprego. D) a Europa de meados do século XX, quando houve perseguição em larga escala de minorias, por parte do governo da Alemanha nazista. E) o Brasil do final do século XIX, quando se multiplicavam as fugas de escravos, às vésperas da Abolição.

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Resolução: A figura permite identificar claramente a perseguição a judeus na Europa dominada pela Ale- manha nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Entre os elementos que nos permitem chegar a tal conclusão, temos: referências ao gueto (local de concentração da população judaica em uma determinada cidade), sugestão de que a história se passa na Polônia (um dos principais locais de perseguição a minorias, na época) e a suástica estilizada, no último quadrinho. Resposta D Questão 103 A reprodução abaixo é um recorte da primeira página da Folha de S. Paulo (21 de abril de 2001).

GRAÇA A bailarina Ana Botafogo (centro) e estudantes do projeto Dançando Para Não Dançar, que ensina balé a jovens carentes do Rio e inaugurou sede permanente ontem Pág. C8

Sobre a foto e sua respectiva legenda, só é correto um dos comentários a seguir: A) A palavra graça, no início da legenda, tem sentido irônico, pois revela uma contradição: os que dançam hoje no palco vão dançar amanhã na vida. B) O nome do projeto, Dançando Para Não Dançar, é de mau gosto e sem nenhuma graça, já que usa um verbo da língua culta com significado do linguajar de gíria. C) Já que usaram gíria, deveriam usar pra em vez de para a fim de não criar uma incoerência gritante de linguagem. D) O nome do projeto é bem arquitetado, explorando o duplo sentido da palavra dançar: um da língua culta escrita, outro da gíria. E) O nome do projeto é bem arquitetado, pois está redigido rigorosamente dentro dos padrões da língua culta escrita. Resolução: A palavra graça no início da legenda tem sentido literal. A beleza da foto, dos gestos, das vestes, as demais palavras da legenda, tudo converge para um sentido só: dar à notícia um caráter eufórico e auspicioso. O nome do projeto é bem elaborado: explora o sentido de dançar na língua culta escrita (bailar) e na gíria contemporânea (se dar mal, sofrer danos). Com base nessas explicações: • a alternativa A não se sustenta, pois alega ironia onde não há; • a B também é equivocada, pois joga com o pressuposto de que misturar variantes da língua é de mau gosto em qualquer situação; • a C até faz uma proposta a ser considerada: trocar para por pra. Mas a opção por para não constitui uma incoerência gritante de linguagem: pra e para são quase equivalentes;

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• a E é falsa no argumento usado para justificar a boa qualidade do nome do projeto. Um texto redigido de acordo com a norma culta escrita não é necessariamente bom; além disso, um dos sentidos do verbo dançar, no caso, não está de acordo com ela. Resposta D Questão 104

Resolução:

Resposta E

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Questão 105

Resolução:

Resposta D

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Questão 106

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Resolução:

Resposta A Questão 107

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Resolução:

Resposta C Questão 108

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Resolução:

Resposta C Questão 109

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Resolução:

Resposta C Questão 110

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Resolução:

Resposta C Questão 111 Petição ao prefeito Governador desta cidade, Excelentíssimo Prefeito General Mendes de Morais, Ouça o que digo, e tenho que há de Mover-se-lhe o sensível peito Dado às coisas municipais! Há no interior do quarteirão Formado pelas avenidas Antônio Carlos, Beira-Mar, Wilson e Calógeras, tão Bem traçadas e construídas, Um pântano que é de amargar! Não suponha que eu exagero, Excelência: é a verdade pura, Sem nenhum véu de fantasia, Já o pintei uma vez: não quero Fabricar mais literatura

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Sobre tamanha porcaria! Reporters, a quem nada escapa, Escreveram sueltos diversos Sobre esse foco de infecção. Fotógrafos bateram chapa... Coisas melhores que os meus versos De velho poeta solteirão! Fiz, por sanear-se esta marema*, Uma carta desesperada Ao seu ilustre antecessor. Uma carta em forma de poema: O homem saiu sem fazer nada... Pelo martírio do Senhor, Ponha o pátio, insigne Prefeito, Limpo como o olhar da inocência, Limpo como — feita a ressalva Da muita atenção e respeito Devidos a Vossa Excelência — Sua excelentíssima calva! (Manuel Bandeira, “Mafuá do Malungo”. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, p. 407-8) * Marema: designação comum aos pântanos do litoral da Itália. Assinale o comentário que encontra sustentação no texto de Bandeira: A) O título sugere uma forma de linguagem que é perfeitamente compatível com textos poéticos. B) Ao redigir uma petição numa forma de linguagem própria de poema, o enunciador está ridicularizando a poesia. C) Por meio de vários tipos de irreverência na linguagem, o poeta denuncia o estado de degradação da cidade e o descaso dos governantes. D) Ao utilizar formas de tratamento típicas do gênero das relações oficiais, o poeta quer enfatizar a gravidade do assunto e o respeito para com a autoridade. E) Todas as prescrições típicas da linguagem protocolar foram cumpridas pelo poeta, desde o tratamento ceri- monioso (Excelentíssimo) até combinações sintáticas refinadas (Mover-se-lhe o sensível peito). Resolução: Há no texto inúmeras irreverências, tanto na escolha quanto na combinação das palavras: expressões populares contrastam chocantemente com palavras ou expressões cerimoniosas e eruditas. É o caso de “Ouça o que digo”; “que é de amargar”; “Sobre tamanha porcaria”; “O homem saiu sem fazer nada...”; “Sua excelentíssima calva!” Além desse tipo de irreverência, chamam a atenção ironias disseminadas pelo texto. Ao falar, por exemplo, do “sensível peito / Dado às coisas municipais!”, o poeta só pode estar ironizando — o sinal de exclamação confirma essa versão. A referência “Ao seu ilustre antecessor” também deve ser entendida pelo avesso, pois vem confirmada pela reclamação de que ele nada fez. Os versos “Da muita atenção e respeito / Devidos a Vossa Excelência” vêm desmentidos pelo último, “Sua excelentíssima calva”. Há também expressões de desespero do poeta, as quais, junto com os vários sinais de exclamação, dão mostras do estado de degradação em que se encontra a cidade: “Um pântano que é de amargar!”; “Sobre tamanha porcaria!”; “Sobre esse foco de infecção.”; “Uma carta desesperada”; “Pelo martírio do Senhor”. Resposta: C

Questão 112 Textos para a questão 1 1 2 . Texto I

“Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezen- tos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e constante (...).” (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

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Texto II “Raras são as vezes que, nas conversas de amigos meus, ou de pessoas das minhas relações, não surja esta pergunta. Teria morrido o pirotécnico Zacarias? A esse respeito as opiniões são divergentes. Uns acham que estou vivo — o morto tinha apenas alguma semelhança comigo. Outros, mais supersticiosos, acreditam que a minha morte pertence ao rol dos fatos consumados e o indivíduo a quem chamam Zacarias não passa de uma alma penada, envolvida por um pobre invólucro humano. Ainda há os que afirmam de maneira categórica o meu falecimento e não aceitam o cidadão existente como sendo Zacarias, o artista pirotécnico, mas alguém muito parecido com o finado.” (Murilo Rubião, “O pirotécnico Zacarias”)

Em uma análise comparativa, pode-se afirmar que: I — a morte do narrador pode ser constatada nos dois trechos. II — a exploração da verossimilhança confere aos dois trechos um caráter realista. III — existem nos dois trechos elementos fantásticos. IV — a morte do narrador é colocada em dúvida nos dois trechos. Está correto o que se afirma em: A) II e III. B) I e IV. C) I e III. D) II e IV. E) Todas Resolução: O realismo dos textos pode ser percebido, por exemplo, pelo rigor temporal do primeiro (“expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869”), e pela exposição racional e equilibrada do segundo. O fantástico do texto de Machado se evidencia pela condição do narrador, que está morto; e, no texto de Murilo Rubião, mostra-se na possibilidade de ser o narrador “uma alma penada, envolvida por um invólucro humano”. Quanto à constatação categórica da morte do narrador, se ela é explícita no primeiro caso, não o é no segundo. Resposta: A Textos para as questões 113 e 114. TEXTO I

Florindo, também supersticioso, não teve ânimo de resistir; mas quando chegaram aos cajueiros ele agarrou-a, tirou-a de novo a si e, em voz cálida, que tremia, concordando com o seu escrúpulo, pediu-lhe: — Oia, ocê tem razão... mas... e depois da reza? Depois da reza ocê vem? — Não, Florindo. A gente tem de se casá... Pois não é mió?

TEXTO II Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados

Questão 113 Considere as afirmações feitas sobre os textos e assinale a alternativa correta. I — No texto I, a expressão culta do narrador é claramente diferenciada do registro linguístico popular com que as personagens se expressam no diálogo.

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II — Entre o narrador do texto I e o enunciador do texto II, ambos cultos, há uma idêntica maneira de ver e de avaliar as camadas populares. III — No texto II, a expressão culta do enunciador se aproxima do registro popular das personagens pressupostas, na medida em que ele também subverte as regras gramaticais ao suprimir a pontuação. A) Todas são corretas. B) Todas são incorretas. C) II é incorreta. D) I é incorreta. E) III é incorreta. Resolução: De fato, o narrador do Texto I e o enunciador do Texto II são ambos cultos, mas não há identidade entre eles quanto à maneira de ver e de avaliar as camadas populares: enquanto o primeiro as caracteriza de modo depreciativo, o segundo as valoriza pela excelência com que cumprem suas funções. Resposta: C Questão 114 Considere as afirmações e assinale a alternativa correta. I — No Texto II, a agressão à norma culta feita pelo enunciador é proposital, mas não se pode dizer o mesmo das personagens implícitas. II — No Texto I, o narrador culto desvaloriza as personagens, não só por mimetizar suas falas incultas, em contraste com o seu domínio linguístico sofisticado, mas, também, por caracterizá-las como supersticiosas. III — No Texto II, o enunciador valoriza as personagens ao considerar que elas são capazes de construir telha- dos corretamente, a despeito da incorreção gramatical de seu modo de falar (“teiado”). IV — Cotejando os dois textos, nota-se que os modos de proceder da literatura culta em relação às formas populares são diversas. No caso, a diversidade é devida, em boa parte, às características inerentes a dois momentos histórico-literários: o Pré-Modernismo que, geralmente, enfatizou a inferioridade cultural das camadas populares, e o Modernismo que, ao contrário, valorizou as manifestações da cultura popular. A) Todas as afirmações são corretas. B) São corretas todas as afirmações, exceto a II. C) Todas as afirmações são incorretas. D) São corretas todas as afirmações, exceto a IV. E) São incorretas as afirmações I e III. Resolução: O Texto I, do pré-modernista Coelho Neto, vê as manifestações da cultura popular com superioridade. A distância é marcada no confronto da linguagem do narrador com a das personagens. Estas são apresentadas como inferiores, porque são marcadas pela ignorância, explicitada no uso da variante linguística popular e na superstição que lhes é atribuída. A superioridade cultural do narrador é implícita ao seu domínio da norma linguística culta e à, também implícita, descrença em superstições. O Texto II, do modernista Oswald de Andrade, busca aproximar a alta cultura da cultura popular ao transgredir, propositalmente, a norma culta da língua (ausência de pontuação). Além disso, o enunciador assinala que o desconhecimento da norma não impede a eficácia na vida — as personagens falam “teiado” e constroem “telhados”. A visão de mundo dos enunciadores é diversa no que diz respeito às relações entre alta cultura e cultura popular. O modernista se opõe ao pré-modernista. Este estabelece uma nítida linha de separação entre os dois universos culturais; aquele adota uma atitude de inclusão, que pressupõe compreensão e respeito pela diferença. Resposta: A

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Questão 115 O texto a seguir reproduz um e-mail e parte da respectiva resposta, publicados na coluna de aconselhamento psicológico “Fale com ela”, da psicanalista Betty Milan. De acordo com as regras adotadas pela coluna, a mensagem eletrônica não traz identificação do remetente.

A primeira moça que eu conheci tinha 18 anos. Eu era um ano mais velho, e nós namorávamos muito bem. Eu era respeitoso, pois tenho probidade e sisudez, mas descobri que ela saía com outros rapazes. Todas as outras que eu namorei tinham defeitos que eu não tenho, fumavam, bebiam e se drogavam. Hoje, a maio- ria das mulheres quer ficar se alcoolizando, se drogando e até se prostituindo. Quando eu, que sou circunspecto, bizarro, sisudo, vou encontrar uma mulher correta, sem tantos defeitos e com alto grau intelectual?

O seu e-mail me obrigou a consultar mais de uma vez o dicionário. Primeiro, para saber por que você se gaba de ser sisudo, adjetivo que, na língua falada, tem uma conotação por vezes negativa. Consta, no “pai dos burros”, que sisudo é quem tem siso, ou seja, bom senso, juízo. (...)

Depois da primeira consulta, eu voltei ao dicionário para saber o que significa bizarro. No primeiro sentido, significa gentil, nobre, generoso, porém no quinto significa esquisito, e eu me disse que você talvez veja tantos defeitos nas mulheres e tão poucas qualidades por ser esquisito. Aponte a alternativa incorreta a respeito do e-mail e do fragmento da resposta: A) No e-mail predomina a função emotiva, já que o remetente usa a linguagem com o objetivo principal de criar uma imagem positiva de si. B) A colunista dá mostras de ser uma pessoa inculta, que não conhece o sentido correto das palavras, interpretando-as de acordo com seu uso incorreto, típico da língua falada. C) No fragmento da resposta predomina a função metalinguística. A colunista comenta as palavras selecionadas pelo remetente para desmascará-lo: ele é uma pessoa que exibe seu conhecimento de maneira esnobe, sem ajustar seu discurso à situação. D) O remetente do e-mail intencionalmente emprega um registro excessivamente formal da linguagem para, por meio desse recurso, dar credibilidade à imagem que pretende criar de si. E) Em sua resposta a colunista compara o sentido de certas palavras na linguagem falada e na linguagem for- mal, mostrando que as palavras podem gerar interpretações distintas conforme o contexto em que são empregadas. Resolução: Ao contrário do que afirma a alternativa B, a colunista, em sua resposta, desmascara o remetente, revelando que, ao desconsiderar a linguagem falada e cotidiana, ele apenas assume uma postura esquisita, esnobe e elitista, embora se considere nobre e generoso. Em nenhum momento, portanto, a resposta dá margem a que se considere a linguagem falada inferior à formal; ao contrário, os sentidos assumidos pelas palavras nos dois registros são considerados e confrontados, sem que se manifeste qualquer juízo de valor a esse respeito. Resposta: B Questão 116 “Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa

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Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada.” (Vinícius de Moraes, “A rosa de Hiroxima”) A partir da leitura do poema, pode-se inferir que, nele: A) a poesia parte de um dado concreto, imitando fielmente as circunstâncias do mundo real. B) a poesia cria seu próprio universo, desligando-se por completo da realidade circundante. C) a poesia funda uma nova realidade, permitindo a fuga da violência do mundo contemporâneo. D) a poesia tem o poder de resgatar a beleza das coisas mais tristes e trágicas da realidade. E) a poesia instaura uma realidade transfigurada pelo lirismo, perceptível em visões inusitadas e surpreendentes. Resolução: As relações entre a poesia e a realidade são sempre complexas, e qualquer teorização sobre o assunto corre o risco da contraprova. Mas, das alternativas apresentadas, aquela que poderia servir de base para uma teoria da poesia que se inferisse do poema é a E. De fato, a visão lírica e subjetiva do poeta transfigura a realidade relacionada à bomba atômica com associações surpreendentes, sem diminuir-lhe o horror e o absurdo. Resposta E Questão 117 Os problemas sociais das grandes metrópoles estão atingindo dimensões inimagináveis. Analise as informações contidas nos textos:

Texto I — O menor abandonado De acordo com dados colhidos pela CPI do Menor Abandonado, existiam no Brasil pelo

menos 2 milhões de crianças e jovens abandonados, perambulando pelas ruas, no final da década de 1980. A Comissão concluiu que a única forma de combater o problema seria a criação de um programa que garantisse a profissionalização desses jovens e sua integração ao mercado de trabalho. Desde então, pouco foi feito nesse sentido e sabe-se que o problema cresceu em números absolutos, contribuindo para que vejamos nas ruas quantidade crescente de menores infratores, jovens prostitutas, traficantes de drogas e muitos outros tipos de delinquentes juvenis.

Texto II — A mendicância Rara é a cidade brasileira na qual o cidadão não encontra pedintes. Há de tudo: pessoas

em cadeiras de rodas, idosos, bêbados, mulheres com bebês, crianças… Em algumas cidades, surgem pedintes “artistas”, em geral malabaristas. Para muitos a questão é simples: o ato de dar esmola é que agrava o problema social. Algumas prefeituras acreditam que só existirão mendigos enquanto houver cidadãos dispostos a dar esmolas e, baseadas nessa premissa, fazem campanhas contra o ato. Em Joinville promove-se a campanha “Programa Porto Seguro”; em Jacareí, a campanha “Pare, Pense… Esmola é a Solução?”; e em Americana, a campanha “Educadoras de Rua”. Sobre os textos, é correto afirmar-se que:

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A) ambos tratam de problemas de naturezas completamente opostas, já que não há relação entre os menores abandonados e a proliferação da mendicância nas cidades. B) somente o texto I apresenta uma solução para o problema apresentado, pois indica que a escolarização pode retirar o menor abandonado das ruas, o que vem reduzindo a dimensão dessa questão social. C) somente o texto II apresenta uma solução para o problema apresentado, pois indica exemplos concretos de campanhas de conscientização popular que acabaram com a mendicância eliminando as esmolas. D) ambos tratam de problemas correlatos, já que muitos dos menores abandonados, excluídos sociais, acabam recorrendo à mendicância como forma de sobrevivência. E) ambos se relacionam, já que a solução do problema descrito no texto I, o crescimento do número de menores abandonados, está indicada no texto II: a eliminação da esmola e o fim da mendicância. Resolução: Ao confrontar as interpretações das duas situações sociais que vemos no nosso cotidiano urbano, produto de nossa história e realidade geográfica, notamos pontos de vista diversos entre os textos que tratam de problemas inter-relacionados: no primeiro, o problema do menor abandonado é quantificado, afirma-se que ele contribui para a ampliação do número de menores infratores e aponta-se uma solução para o problema por meio da escolarização; no segundo, o problema da mendicância é descrito e uma solução discutível, ainda que cal- cada em exemplos concretos, é apontada. Há uma relação direta entre os textos, já que parte da população que pratica mendicância é formada por menores abandonados. Resposta D Questão 118

(Coleção Roberto Marinho. Seis décadas da arte moderna brasileira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989. p. 53.)

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Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) é considerado um dos maiores artistas plásticos brasileiros modernos. Sua identificação com a cidade retratada na gravura acima é tal que, em 1987, foi ali inaugurado o museu Casa Guignard, onde estão algumas de suas obras mais importantes. A cidade retratada está tematizada nos versos:

Resolução:

A gravura de Guignard associa-se aos versos de Murilo Mendes na referência à paisagem de Ouro Preto, cidade que o pintor fluminense escolheu para morar. Os versos “São Francisco de Assis! igreja ilustre, acolhe, / À tua sombra irmã, meus membros lassos” (do poema “Motivos de Ouro Preto”, in Contemplação de Ouro Preto, 1954), de Murilo Mendes, parecem homenagear Guignard, que foi enterrado na Igreja de São Francisco de Assis, um dos principais monumentos do Barroco mineiro. Nesta singela frase — “Ouro Preto é a sua cidade, amor, inspiração.” —, do próprio pintor, ele faz uma declaração de amor à histórica cidade mineira. Para Rodrigo Naves, crítico e historiador de arte, Alberto da Veiga Guignard, na poética de suas paisagens, colocou “(...) tudo em suspensão — um mundo de névoas, sem solo ou pontos de apoio firmes”, é “o Brasil no ar”. Em Contemplação de Ouro Preto, Murilo Mendes reporta-se às velhas cidades mineiras e sua atmosfera. No poema “Motivos de Ouro Preto” (de onde se extraíram os versos transcritos na alternativa B), o eu lírico fala das ladeiras e dos crucifixos esquálidos, das finas portadas de pedras, dos anjos torcidos, além da abissal observação que mostra os passantes conduzindo nos ombros o passado. Resposta: B

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Texto para as questões 119 e 120:

Questão 119 A partir da leitura atenta dos dois textos, assinale a alternativa incorreta: A) O Texto 2 retoma o Texto 1 para reiterar as suas ideias fundamentais. B) Pode-se perceber, no Texto 2, uma leitura crítica do Texto 1. C) O Texto 2 estabelece uma relação de intertextualidade com o Texto 1. D) No Texto 1, predomina uma visão otimista e idílica da natureza brasileira. E) No Texto 2, prevalece uma visão pessimista e desencantada da realidade nacional. Resolução: A letra da música de Chico Buarque e Tom Jobim não reitera as proposições básicas do poema de Gonçalves Dias. A relação intertextual que se estabelece aqui possui uma evidente dimensão crítica: à imagem idílica e idealizada do Brasil que se pode perceber no poema, a letra da canção opõe uma postura crítica, na qual os componentes bucólicos da natureza brasileira (“sombra”, “palmeira”, “flor”, “amor”) são relativizados (“Que já não há”, “Que já não dá”, “Algum amor / Talvez possa espantar”). Resposta: A Questão 120 Sobre a relação entre cada texto e sua respectiva época de composição, assinale a alternativa correta: A) Tanto o Texto 1 quanto o Texto 2 possuem uma evidente vinculação com o crescente interesse que a ecologia passou a ter para o país, desde o século XIX. B) O Texto 1 traz a marca da arte brasileira do Segundo Reinado: exclusivamente lírica, afasta-se de qualquer conotação política; já o Texto 2 reflete a politização decorrente da luta contra a ditadura militar, não com- portando nenhuma leitura de caráter lírico. C) Tanto o Texto 1 quanto o Texto 2 funcionam como manifestações de rejeição a projetos políticos oficiais; assim, buscam criar uma imagem nacional desvinculada dos poderes instituídos, colocando em destaque valores populares. D) O esforço para se construir uma imagem positiva do Brasil, no Texto 1, pode ser entendido

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como parte do esforço do poder republicano em superar a imagem do Império brasileiro; o mesmo esforço, no Texto 2, enquadra-se na luta pelas eleições diretas e livres para a Presidência da República, ocorridas durante os anos 1960. E) A idealização da natureza, presente no Texto 1, pode ser vista como parte do projeto de construção de uma imagem ufanista do país recém-independente; a imagem mais sombria que essa mesma natureza apresenta no Texto 2 é uma reação ao momento tenso que o país vivia durante a ditadura militar iniciada em 1964. Resolução: O poema de Gonçalves Dias é um dos mais característicos da estética romântica, por seu caráter idealizador, o que servia bem ao projeto nacionalista que se pretendia instituir depois da Independência de 1822. Já a canção de Chico Buarque e Tom Jobim é um desabafo melancólico contra a falta de perspectivas diante da qual se colocava a sociedade brasileira após o golpe civil-militar de 1964. Resposta: E Questão 121 A situação da violência urbana vem se tornando cada vez mais preocupante para a sociedade brasileira. Entre as várias questões que o tema suscita, está a da redução na idade mínima para o julgamento de crimes, ou seja, a maioridade penal. Sobre o assunto, leia os textos a seguir.

Texto I — Serão menores todos os menores? Complicado, entre nós, é que essas diferenças de idade, na legislação, resultam enormes.

Maior, criminoso, vai às penitenciárias. Menor, autor de “ato infracional” (art. 103 do ECA), cumpre 12 diferentes “medidas socioeducativas” (arts 101 e 112), inclusive “internação em estabelecimento educacional” (art. 112, VI) — eufemismo que corresponde a privação de liberdade. O problema é que, no máximo, quando fizerem 21 anos (art.121, par. 5º), estarão todos livres, com folhas corridas limpas (arts. 143 e 144). São regras muito distintas para realidades não tão distintas assim. Quem mata alguém com 18 anos e 1 mês pode receber pena de 30 anos. Mas, se estuprar ou for executor de grupos de extermínio e tiver 17 anos e 11 meses, estará livre três depois (art. 121, par. 3º). Simplesmente não parece justo. Sem contar que esse cenário vai se banalizando, resultando a cada dia mais numerosos os casos de menores envolvidos em crimes bárbaros.

Fonte: José Paulo Cavalcanti Filho. Folha de S.Paulo, 06 de abril de 2007.

Texto II — OAB afirma que pena de morte não “desestimula o bandido” A Ordem dos Advogados do Brasil se posicionou contra a pena de morte ontem, dia em

que pesquisa Datafolha revelou que o apoio a essa punição atingiu nível recorde no país. “Não é a dureza da pena que desestimula o bandido, é a sensação de impunidade que o estimula”, afirmou o presidente da entidade, Cezar Britto, por meio de nota. O Datafolha mostrou que 55% dos brasileiros são a favor da pena de morte, o maior número desde que esse tipo de pesquisa começou a ser feita, em 1991. A única vez em que a punição atingiu esse patamar de apoio foi em 1993, há 14 anos. Britto afirmou que a instituição da pena de morte não ajudaria no combate à criminalidade. “A saída para o problema da violência no Brasil não está relacionada à redução da maioridade penal e nem diretamente ao endurecimento das penas, como a aplicação da pena de morte.” O presidente da OAB nacional criticou eventuais mudanças na legislação como meio de diminuir a insegurança e afirmou que essa é uma posição “cômoda”.

Fonte: Sucursal de Brasília. Folha de S.Paulo, 09 de abril de 2007. Sobre os textos, é correto afirmar-se que: A) ambos se posicionam claramente contra a adoção da maioridade penal.

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B) somente o texto I se posiciona claramente contra a adoção da maioridade penal. C) somente o texto II se posiciona claramente contra a adoção da maioridade penal. D) ambos se posicionam claramente a favor a adoção da maioridade penal. E) somente o texto II se posiciona claramente a favor da adoção da maioridade penal. Resolução: Confrontadas as interpretações diversas sobre a questão da violência urbana no Brasil, expressas nos textos I e II, é possível identificar o texto I como favorável à adoção da maioridade penal e o texto II como contrário a ela. Resposta: C Questão 122 As estrofes a seguir encerram o poema “A fuga”, de José Paulo Paes, que trata de acontecimentos ligados à vinda da Família Real para o Brasil em 1808: (...) E mais: doutores, legistas E mestres de muito ofício. E o áureo clarim da imprensa, Cujo som, de forte e grave Não há mordaça que trave. A estrela da liberdade Ao cabo tendes na mão. Lembrai-vos, pois, deste rei Gordo, pávido, risonho, Que fugiu de Napoleão. (Histórias do Brasil na poesia de José Paulo Paes. São Paulo: Global, 2006. p. 29.) Assinale a alternativa que contenha uma interpretação adequada dos objetivos dessas estrofes: A) O enunciador pretende satirizar Napoleão e elogiar as pessoas que acompanharam a Corte de D. Pedro ao Brasil, como “doutores, legistas / E mestres de muito ofício”, além da imprensa que “Não há mordaça que trave”. B) O enunciador acaba por reconhecer a importância de D. João VI, embora o apresente, de modo muito bem-humorado, como um “rei / Gordo, impávido, risonho, / Que fugiu de Napoleão”. C) O enunciador celebra “A estrela da liberdade”. Trata-se de uma referência à independência do Brasil, que só pôde ocorrer devido à habilidade política de D. Pedro I, que era filho de D. João VI. D) O título do poema — “Fuga” — já remete à tradição brasileira de fugir de seus problemas sociais, apesar de a imprensa, com seu som “forte e grave”, denunciá-los por meio de “áureo clarim”. E) O enunciador compartilha a visão estereotipada que se tem do príncipe-regente D. João VI, “Que fugiu de Napoleão” e, dessa maneira, atrasou em muitos anos o processo de independência do Brasil. Resolução: O poema termina por dizer que, ao final do Período Joanino, nós conseguimos nossa independência, que está figurativizada na “estrela da liberdade”. Portanto o “rei / Gordo, impávido, risonho, / Que fugiu de Napoleão” — referência a D. João VI — precisa ser lembrado, uma vez que ele, de alguma forma, acabou contribuindo para a independência do país. Resposta: B

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Questão 123 No fragmento abaixo, estão reproduzidos o capítulo 139 e parte do capítulo 140 do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em 1881. Leia-os e assinale a alternativa incorreta sobre eles e a obra a que pertencem.

Capítulo 139 — De como não fui ministro d’Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Capítulo 140 — Que explica o anterior

Há coisas que melhor se dizem calando; tal é a matéria do capítulo anterior. Podem entendê-lo os ambiciosos malogrados. Se a paixão do poder é a mais forte de todas, como alguns inculcam, imaginem o desespero, a dor, o abatimento do dia em que perdi a cadeira da câmara dos deputados. Iam-se-me as esperanças todas; terminava a carreira política. (...) A) Percebe-se no fragmento uma das marcas registradas do estilo narrativo de Machado: a ironia, combinada ao humor corrosivo. B) O trecho é uma demonstração do tradicionalismo da obra de Machado de Assis, que apresentaria algum grau de inovação apenas a partir de Dom Casmurro, de 1899. C) Um dos traços mais recorrentes da ficção machadiana, a metalinguagem, está presente no trecho transcrito. D) O texto aborda um dos temas mais explorados por Machado em sua obra: a sátira da ambição humana. E) O capítulo composto por linhas pontilhadas é uma das novidades formais deste romance de Machado de Assis. Resolução: O uso de linhas pontilhadas sugere uma crítica ao estilo caudaloso dos românticos e, associado neste caso à ironia, constitui um dos exemplos da ousadia estilística que Machado de Assis imprimiu às Memórias póstumas de Brás Cubas. Resposta: B Texto para as questões de 1 2 4 a 126 Com pequenas alterações, o texto a seguir tem circulado pela Internet. Leia-o para responder ao que se pede: Assaltante Baiano Ô, meu rei... (pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (outra pausa) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansa- do... Vai passando a grana, bem devagarinho... (pausa para pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado. Não esquenta, meu irmãozinho. (pausa) Vou deixar teus documentos na encruzilhada. Assaltante Mineiro Ô, sô, prestenção: Issé um assarto, uai.

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Levantus braço e fica ketim quié mió procê. Esse trem na minha mão tá cheim de bala... Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, sô?! Assaltante Carioca Aí, perdeu, mermão. Seguiiiinnte, bicho: tu te fu. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapá. Não fica de caô que eu te passo o cerol.... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto. Assaltante Paulista Pô, meu... Isso é um assalto, meu. Alevanta os braços, meu. Passa a grana logo, meu. Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso no Pacaembu, meu. Pô, se manda, meu. Assaltante Gaúcho Ô, guri, fica atento. Bah, isso é um assalto. Levanta os braços e te aquieta, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala. Assaltante de Brasília Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que, no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Gás, Passagem de ônibus, Imposto de renda, Licenciamento de veículos, Seguro obrigatório, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS, Cofins… Questão 124 A linguagem que cada um dos cinco primeiros assaltantes empregou revela:

A) que as diferenças entre os registros linguísticos típicos de cada região do país se resumem à

questão do sota- que.

B) que a seleção lexical é uma pista relevante para reconhecer as características de cada variante

regional que há no Brasil.

C) que somente o assaltante paulista não se vale de um vocativo para referir-se à sua vítima.

D) que, na Bahia, respeita-se mais o padrão culto da língua, uma vez que o assaltante baiano não

comete erros de ortografia.

E) que Minas Gerais é o estado brasileiro em que há menos preocupação das pessoas em valorizar

a norma culta do idioma.

Resolução: Nas falas dos cinco primeiros assaltantes, há uma bem-humorada imitação de variantes regionais

do Português brasileiro, inclusive no que diz respeito ao sotaque, o que explica a grafia —

digamos — “estranha” de certos termos. A seleção lexical (por exemplo: “meu rei”, na Bahia;

“sô”, em Minas; “mermão”, no Rio; “meu”, em São Paulo; “guri”, no Rio Grande do Sul) é outra

pista para reconhecer as diferenças de linguagem entre as regiões do país. Resposta: B

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Questão 125 A fala do assaltante de Brasília: A) comprova que todo político só se preocupa, depois de eleito, com aumento de impostos. B) sugere, ao fazer referência ao “Licenciamento de veículos”, que o preço dos automóveis cresce cada vez mais. C) não procura imitar, como o restante do texto, a linguagem típica daqueles que moram na capital federal. D) coloca o “povo brasileiro” na posição de vítima do assalto praticado pelas instituições financeiras privadas. E) quebra a progressão do texto, o que produz um efeito de estranhamento, pois não se sabe que tipo de crime esse assaltante está cometendo. Resolução: O assaltante de Brasília não se vale dos regionalismos, do sotaque e das demais particularidades de linguagem que caracterizaram as falas dos outros assaltantes. Sua linguagem sóbria e culta é, sim, uma paródia do discurso das classes dirigentes, que não hesitam em aumentar impostos e tarifas públicas. Resposta: C Questão 126 Considerando o texto como um todo, analise as seguintes proposições: I. O texto produz um efeito de humor, na medida em que coloca os dirigentes do país, representados pelo “assaltante de Brasília”, no mesmo nível dos pequenos ladrões do resto do Brasil. II. Os aumentos anunciados pelo “assaltante de Brasília” vão além da questão dos impostos. III. Da mesma forma que nas cinco primeiras situações existe uma vítima que está sendo roubada, o “povo brasileiro”, na última fala, também é considerado vítima de um roubo, que nasce do desejo da classe política de arrecadar cada vez mais dinheiro. Está correto o que se afirma: A) apenas em I. B) apenas em II. C) apenas em I e II. D) apenas em I e III. E) em I, II e III. Resolução: As cinco primeiras falas apresentam basicamente a mesma estrutura narrativa: um ladrão, armado, aborda uma pessoa, anuncia um assalto e lhe faz ameaças. Assim, há dois papéis bem demarcados: o do assaltante e o da vítima. Na última fala, por analogia, um político é apresentado como assaltante, e o “povo brasileiro”, como vítima. É isso que garante ao texto o efeito de humor. Portanto as proposições I e III estão corretas. A afirmação II também está correta, pois o desejo da classe política de arrecadar cada vez mais dinheiro não se restringe à questão dos impostos. Também há, na fala do “assaltante de Brasília”, o anúncio do aumento de tarifas públicas, como “Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus”. Resposta: E Questão 127 Texto I Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra

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disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. (Carlos Drummond de Andrade, “Poema de sete faces”, 1930) Texto 2 Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída minha estrada entortou Mas vou até o fim! (Chico Buarque, “Até o fim”, 1978) Após a leitura atenta dos fragmentos, indique a alternativa que apresente a denominação mais

adequada para a relação que o Texto 2 estabelece com o Texto 1.

A) Diálogo. B) Paráfrase. C) Epígrafe. D) Plágio. E) Paródia.

Resolução: A letra da música de Chico Buarque faz uma evidente paródia do conhecido poema de Carlos

Drummond de Andrade. O “anjo torto” de Drummond se transforma em “anjo safado” e em

“querubim” (diabrete que, como tal, “vive na sombra”) em Chico, retornando ainda na estrada

que “entortou”. O “gauche” (expressão francesa que, no contexto, significa inábil, desastrado,

desajeitado) que o sujeito lírico do poema acabaria por se tornar, reaparece na letra da música na

predestinação de “ser errado”.

Resposta: E Questão 128

É por isso que, no Suplemento à Suma Teológica (80, 4), lê-se esta afirmação, aparentemente revolucionária hoje: depois do Juízo Final, quando os corpos dos mortos ressurgirem para que a nossa carne também participe da glória celeste (quando, agora segundo Agostinho, reviverem na plenitude de uma beleza e complexidade adulta não só os nascidos mortos como também, em forma humana- mente perfeita, os enganos da natureza, os mutilados, os concebidos sem braços ou sem olhos), dessa “ressurreição da carne” não participarão os embriões. Neles ainda não havia sido infundida a alma racional e, portanto, não são seres humanos. (ECO, Umberto. “Mais Darwin, menos Santo Tomás”, in O Estado de S. Paulo, 3/4/2005.) O texto acima: A) apresenta-se desvinculado de qualquer debate contemporâneo, por citar autores medievais e argumentos teológicos. B) ironiza a teologia cristã, ao apresentar e enfatizar suas contradições. C) utiliza argumentos científicos para afirmar a inexistência de vida em embriões humanos. D) reproduz os argumentos utilizados pela Igreja para se opor a pesquisas científicas com embriões humanos. E) apresenta argumentos retirados da teologia cristã para justificar a tese de que não há vida nos embriões. Resolução: O texto de Umberto Eco utiliza argumentos extraídos da teologia cristã (cita a Suma Teológica de São Tomás de Aquino e faz menção a Santo Agostinho) que sugerem a inexistência de vida em embriões humanos. Tais argumentos contrariam a oposição da Igreja católica a pesquisas com células-tronco embrionárias humanas. Resposta E

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Questão 129 “O espetáculo do universo não podia fazer gregos e romanos sentirem as mesmas emoções que ele provoca em nossa alma. Em lugar do sol poente, cujos longos raios ora iluminam uma floresta, ora tombam, numa tangente dourada, sobre o arco convexo dos mares; em lugar destes fenômenos luminosos, que nos relembram, a cada manhã, o milagre da criação, os antigos só viam, por toda parte, um cenário teatral monótono.” O fragmento acima foi extraído do texto O Gênio do Cristianismo, publicado em 1802 pelo francês François-René de Chateaubriand (1768-1848). Após uma leitura atenta, assinale a alternativa que indique corretamente a sua filiação estilística. A) O elogio da arte clássica, o desprezo pela natureza e a tendência à objetividade filiam o texto à escola realista do século XIX. B) A religiosidade, a oposição aos clássicos e a referência à natureza permitem associar o texto ao Romantismo. C) O tom lírico e sentimental, a revolta contra os clássicos e, sobretudo, a temática rural indicam tratar-se de texto da escola naturalista. D) O elogio ao clássico, o sentimentalismo exacerbado e a sátira da natureza inserem o texto no Parnasianismo. E) A oposição aos clássicos, a religiosidade e as referências ao cotidiano revelam a filiação modernista do fragmento. Resolução: Chateaubriand foi, de fato, um dos teóricos do Romantismo francês – além de autor de dois importantes romances do movimento, Atala (1801) e René (1802). No fragmento escolhido, revela-se a filiação romântica no relativo desprezo pelos clássicos (“os antigos só viam, por toda parte, um cenário teatral monótono”), no sensorialismo das imagens (“longos raios”, “tangente dourada”), na presença da natureza (“sol poente”, “floresta”) e na religiosidade (“milagre da criação”). Resposta: B Questão 130 Imagens para a questão:

Figura 1 Figura 2

(Bernardo Luini, “Retrato de jovem mulher”, 1525) (Pablo Picasso, “Retrato de Dora Maar”, 1941)

Observe atentamente as figuras anteriores e assinale a alternativa correta sobre elas.

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A) Pode-se dizer que a Figura 1 apresenta uma imagem deformada do modelo real, enquanto a Figura 2 é mais fiel à realidade. B) Nenhuma das duas figuras pode ser considerada bela, na medida em que ambas apresentam distorções do real. C) Apenas a Figura 1 é bela, já que a beleza artística deve ser sempre associada à delicadeza. D) Os dois retratos foram pintados de acordo com convenções artísticas específicas e correspondem a distintas noções do belo. E) Apenas a Figura 2 é bela, já que a beleza artística deve ser sempre associada à originalidade.

Resolução: Os dois retratos correspondem a diferentes convenções artísticas, renascentistas no primeiro e cubistas no segundo. Desse modo, ambos instituem as suas próprias conceituações do belo. Dizer que um dos quadros é belo e o outro não, é uma opinião válida, mas que não leva em conta a diversidade de representações inerente à história das manifestações artísticas. Resposta: D Questão 131 Texto e imagem para a questão: Leia a notícia publicada na Folha de S.Paulo em 15/11/1995 (p. 1-11)

PELÉ DEFENDE NEGROS E ATACA POLÍTICOS Presidente da câmara reage; ministro diz que não fez acusação indiscriminada

O ministro extraordinário dos Esportes, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, ao defender ontem a eleição de parlamentares negros, atacou os políticos. “Infelizmente, o sinônimo de político hoje no Brasil, de uma maneira geral, é corrupto, e o negro não carrega essa carga”, disse Pelé para manifestantes do Movimento Marcha contra o Racismo.

Minutos depois do discurso, o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), reagiu à fala de Pelé. “Não acredito que ele (Pelé) tenha falado isso, mas, se disse, vou fazer uma guerra”, disse Luís Eduardo.

Em nota oficial, divulgada por sua assessoria de imprensa às 20h, Pelé afirmou que não acusou “indiscriminadamente” a classe política e os congressistas. Observe a charge, publicada em O Estado de S. Paulo no dia seguinte, sobre o mesmo assunto:

(IQUE, 100 vezes Ique no Estadão. São Paulo:

O Estado de S. Paulo, 1997, p. 47.)

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Considere as afirmações a respeito do sentido da charge: I. O ministro Pelé esforçou-se para fazer uma jogada digna de um craque da política, marcando um “gol de bicicleta” ao driblar o Congresso. II. O ministro demonstrou pouca habilidade para relacionar-se com o Congresso, ferindo suscetibilidades. III. Ao defender a eleição de negros para o Congresso, o ministro estaria pretendendo estender a hegemonia que os negros exercem nos campos de futebol para o cenário legislativo. IV. A declaração do ministro a respeito dos políticos trouxe-lhe tensão, pois foi interpretada como uma agressão, uma “jogada perigosa”. Tendo em vista o contexto, podem ser apontadas como coerentes apenas as afirmações: A) I e II. D) II e IV. B) I e III. E) III e IV. C) II e III. Resolução: Como a própria manchete da reportagem a respeito do episódio destaca, a declaração de Pelé foi considerada um ataque aos políticos. Sendo seu interesse principal encorajar a eleição de mais negros, e não atacar as instituições, pode-se dizer que houve inabilidade, uma espécie de pontapé no Congresso. A fisionomia do ministro na charge procura justamente representar a tensão que essa jogada desastrada lhe causou. Resposta: D Questão 132 Compare os textos a seguir: Texto 1 Como morreu quem nunca amar Se fez pela coisa que mais amou E quanto dela receou Sofreu, morrendo de pesar, Ai, minha senhora, assim morro eu. (Paio Soares de Taveirós, séc. XII) Texto 2 Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. (Luis de Camões, séc. XVI) Texto 3 Moreninha, Moreninha, Tu és do campo a rainha, Tu és senhora de mim; Tu matas todos d’amores, Faceira, vendendo as flores Que colhes no teu jardim. (Casimiro de Abreu, séc. XIX)

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Texto 4 O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. (João Cabral de Melo Neto, séc. XX) Assinale a alternativa incorreta sobre os textos acima. A) A temática dos textos é exclusiva do movimento romântico. B) A identificação da temática de um texto nem sempre define sua filiação estética. C) Algumas temáticas estão presentes em diferentes épocas artísticas. D) O sofrimento afirmado no Texto 1 é relativizado no Texto 2. E) A idealização positiva que caracteriza o Texto 3 não está presente no Texto 4. Resolução: A temática amorosa atravessa toda a história literária, embora cada época tenha apresentado do tema sua própria concepção, submetendo-o a tratamentos formais e conceituais específicos. Observação: o Texto 1 foi retirado de uma “Cantiga d’amor de refran” de Paio Soares de Taveirós, atualizada por Natália Correia; o Texto 2 é a primeira estrofe de conhecido soneto camoniano; o Texto 3 foi extraído de “Moreninha”, da obra Primaveras, de Casimiro de Abreu; o Texto 4 é a primeira fala da personagem Joaquim de Os três mal ama- dos, poema em prosa de João Cabral de Melo Neto. Resposta: A Questão 133 Leia o texto a seguir, extraído do capítulo inicial do romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, para responder à questão:

Mas voltemos à esquina. Quem passasse por aí em qualquer dia útil dessa abençoada época veria sentado em assentos baixos, então usados, de couro, e que se denominavam “cadeiras de campanha”, um grupo mais ou menos numeroso dessa nobre gente conversando pacificamente em tudo sobre que era lícito conversar: na vida dos fidalgos, nas notícias do Reino e nas astúcias policiais do Vidigal. Entre os termos que formavam essa equação meirinhal pregada na esquina havia uma quantidade constante, era o Leonardo-Pataca. Chamavam assim a uma rotunda e gordíssima personagem de cabelos brancos e carão avermelhado, que era o decano da corporação, o mais antigo dos meirinhos que viviam nesse tempo. (São Paulo, Martin Claret, 2004, p. 12.) Percebe-se nessa passagem, que descreve a posição de Leonardo no “canto dos meirinhos”, uma paródia da linguagem típica da Matemática. Assinale a alternativa que contenha uma expressão que não possa ser considerada paródica: A) grupo mais ou menos numeroso D) uma quantidade constante B) termos E) decano C) equação meirinhal Resolução:

A palavra “decano”, embora seja derivada do numeral cardinal dez, está sendo utilizada

apenas para designar o membro mais antigo de um grupo, o que não remete,

necessariamente, à linguagem matemática. Resposta: E Para responder as questões 134 e 135, leia o texto a seguir, transcrito do jornal paulistano Notícias Populares. Os nomes das pessoas, por discrição, foram abreviados.

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GRÃ-FINA PEGA 24 ANOS DE CADEIA

TRIBUNAL DE JÚRI NÃO PERDOA MULHER QUE MANDOU MATAR O MARIDO INDUSTRIAL NO CAMBUCI

M. C. foi condenada a 24 anos de cadeia, pelo 1º Tribunal do Júri. Ela foi considerada

culpa- da de mandar matar o marido, A. H. C., um conhecido industrial paulista, no dia 25 de agosto de 87(…).

Os advogados de defesa estão tentando reduzir a pena da mulher. Ela já cumpriu dois anos e meio de xadrez. (…)

M. C. contratou A. A. P., o “Alemão”, seu amante, e A. G. Eles foram pra casa (…), no Cambuci. Renderam M. e os filhos A. e W. E ficaram esperando o empresário, que foi espancado e morto. Eles levaram uns objetos, para parecer roubo. Mas pisaram na bola.

No final do roubo, eles se despediram da grã-fina na base do abraço. Só que um dos filhos, W., estava de olho na cena. Quando a polícia chegou para investigar o crime, ele entregou a mãe. Questão 134 Sobre esse texto, podemos afirmar que: I — está redigido estritamente de acordo com as normas da língua culta escrita, como é próprio da linguagem jornalística. II — faz uso de certas palavras ou expressões típicas do meio rural brasileiro. III — o redator escolhe certas formas de expressão típicas da linguagem oral usada pelas camadas populares do meio urbano brasileiro. É (são) correta(s): A) apenas I. B) apenas II. C) apenas III. D) apenas I e II. E) apenas II e III Resolução: Há no trecho certas palavras ou expressões que não são usuais na língua culta escrita do Brasil. Há certas formas típicas da linguagem oral do meio urbano, e não do rural, como é o caso de: — dois anos e meio de xadrez; — eles foram pra casa; — na base do abraço; — ele entregou a mãe. Essas considerações invalidam o que se afirma nos enunciados I e II e confirmam o que se diz no III. Resposta C Questão 135 Ainda sobre o mesmo texto, considere os seguintes enunciados: I — Além da informação dada, o texto contém marcas evidentes de irreverência por parte do redator diante do episódio relatado. II — Está redigido em linguagem formal e com a imparcialidade típica do texto de caráter jornalístico.

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III — A escolha de certas palavras ou expressões como grã-fina, xadrez, pisaram na bola, na base do abraço é um recurso de linguagem usado para atrair a simpatia do público leitor de um jornal popular. É (são) correto(s): A) apenas I. B) apenas II. C) apenas III. D) apenas I e II. E) apenas I e III. Resolução: As palavras e expressões transcritas no item III são indicadoras inequívocas da intenção de tratar a notícia de forma irreverente, como um recurso para desmoralizar os atores da tragédia e conquistar a simpatia do público leitor de um jornal destinado às camadas populares. Esse comentário justifica o que se afirma nos enunciados I e III e nega completamente a suposta neutralidade postulada no enunciado II. Resposta E Questão 136

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Resolução:

Resposta C Questão 137

Resolução:

Resposta B

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Questão 138

Resolução:

Resposta D

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Questão 139

Resolução:

Resposta C

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Questão 140

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Questão 141

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Resolução:

Questão 142

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Questão 143

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Questão 144

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Questão 145

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Questão 146

Resolução:

Questão 147

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Resolução:

O gráfico a seguir retrata o consumo médio anual de cigarros pelos adultos brasileiros nos anos de 1980 a 2005. Essa informação é dada pelo quociente do número de cigarros consumidos num ano pelo número de adultos nesse ano. O termo consumo ilegal ou informal refere-se ao consumo de cigarros contrabandeados ou comercializados de forma ilegal. O termo consumo total refere-se à soma do consumo legal com o consumo ilegal ou informal. Responda às questões 148 e 149 com base no gráfico.

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Questão 148

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Questão 149

Resolução:

Informações para as questões 150 e 151:

Questão 150

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Resolução:

Questão 151

Resolução:

Questão 152

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Resolução:

Questão 153

Resolução:

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Questão 154

Resolução:

Para as questões 155 e 156, considere estas informações técnicas:

Questão 155

Resolução:

Resposta D

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Questão 156

Resolução:

Resposta A Questão 157

Resolução:

Resposta E

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Questão 158

Resolução:

Resposta C O enunciado a seguir refere-se às questões 159 e 160:

Questão 159

Resolução:

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Questão 160

Resolução:

Questão 161

Resolução:

Questão 162

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Resolução:

Questão 163

Resolução:

Resposta C

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Questão 164

Questão 165

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Questão 166

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Questão 167

Questão 168

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Questão 169

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Texto para as questões 170 a 172

Questão 170

Questão 171

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Questão 172

Questão 173

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Questão 174

Questão 175

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Questão 176

Questão 177

Resolução:

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Questão 178

Resolução:

Questão 179

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Resolução:

Questão 180

Resolução: