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    MSICA NA ESCOLA PBLICA: DESAFIOS E SOLUES

    Pro f. Mes tre Vald emar Flix da Sil va c y

    Orientad ora Pr of. Mestre Margaret Amaral de A nd [email protected]

    [email protected]

    Escola de Msica e Belas Artes do Paran

    Programa de Desenvolvimento Educacional2008

    Resumo

    O presente artigo final o resultado da participao no Programa de

    Desenvolvimento EducacionalPDE2008 da Secretaria de Estado da Educaodo Paran. Dentre as aes do PDE houve a implementao do Plano de TrabalhoPedaggico com professores de arte do Colgio Estadual do Paran e da EscolaEstadual Professor Brando, objetivando trazer questionamentos e reflexes peranteos desafios a serem enfrentados pelos professores de arte que possuem ou noformao especfica em msica a partir da Lei 11.769/08. Esta Lei Federal aprovadaem 18 de agosto de 2008 trata do retorno dos contedos de msica na escola. Aviso humanizadora da msica na Educao brasileira foi relegada em segundoplano tanto na LDB n 4.024/61, na LDB n 5.692/71 e na LDB n 9.394/96 quelimitaram sua ao e papel na Escola Pblica. Neste sentido, este artigo refletesobre a Disciplina de Educao Musical como componente da Educao Bsica,sobre a abrangncia e a importncia da msica em nossas vidas. Na histria daHumanidade a msica sempre foi valorizada pelas qualidades que despertam edesenvolvem nos seres humanos: sensibilizao, despertar das emoes, domniodo corpo humano como instrumento musical, corporeidade musical, domnioinstrumental, disciplina individual e grupal e a memria cultural representada peladiversidade da cultura musical dos povos. O presente trabalho tambm apresentaum breve panorama da Educao Musical no Brasil e sugere solues em curtoprazo para a efetivao da prtica musical e o ensino dos contedos de msica naescola pblica.

    Palavras-chave: Educao musical, formao em msica e contedos de msica.

    Abstract

    This article is the final result of participation in the Program for EducationalDevelopment - PDE - 2008 the State Department of Education of Paran. Among theshares of PDE was the implementation of Teaching with Workplan teachers of theCollege of the State of Paran and State School Professor Brandon, to bringquestions and thoughts to the challenges being faced by teachers of art that have nospecific training or in music from the Law 11.769/08. The Federal Law approved on

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    August 18, 2008 deals with the return of the contents of music in school. Thehumanizing vision of music education in Brazil was relegated to the background inboth the LDB No 4.024/61, in LDB No 5.692/71 and the LDB No 9.394/96 that limitedhis action and role in Public School. Accordingly, this article reflects on the Disciplineof Music Education as a component of basic education, on the extent and importanceof music in our lives. In the history of mankind the music has always been valued forqualities that attract and develop in humans: awareness, awakening of emotions, anarea of the human body as a musical instrument, body music, instrumental field,discipline and individual and group cultural memory represented by the diversity ofmusical culture of the people. This work also provides a brief overview of MusicalEducation in Brazil and suggests solutions in the short term for the realization of thepractice and teaching of music content for music in public schools.

    Keywords: Music education, training in music and content of music.

    Artigo Final PDE 2008

    Os educadores musicaisesto diante de nova oportunidade para renovar a

    Educao Musical no Brasil. A incluso do ensino da msica nas escolas foi um

    projeto acalentado durante anos junto s associaes musicais, por educadores

    musicais, regentes de corais e demais musicistas. O projeto de Lei na continuidade

    foi proposto no Senado Federal pela Senadora Roseana Sarney, alterando o artigo

    vinte e seis da LDB, quanto ao ensino da arte, especificamente o ensino de msica.

    Tal projeto contou com o apoio da sociedade civil e de vrios musicistas, alm de

    ser construdo e debatido na tramitao1 das diversas Comisses e Relatorias

    designadas para sua apreciao.

    O projeto da referida lei se apresentava como um novo alento para a

    educao musical em nossas escolas, revelando tambmo abandono do ensino da

    msica ocorrido por mais de trinta anos na escola pblica. Considerando ento o

    apresentado, busca-se aqui apresentar algumas reflexes que procuram responder

    algumas questes: Como enfrentar os desafios e apresentar solues a partir da

    1 Esta matria pode ser acompanhada no Senado Federal pelo seguinte endereo eletrnico :Disponvel em: http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=79635

    Tramitao de Matrias (Proposies).

    http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=79635http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=79635
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    Lei Federal n 11.769 em nossas escolas? Como poder ser efetivado o ensino dos

    contedos de msica por professores de arte nas escolas pblicas?

    A LDB, o ensino da msica e a lei 11.769/2008 e sua trajetria

    O ensino da msica atravs da LDB n 4.024/61 e com o nome de educao

    musical, foi introduzido nas escolas em substituio ao canto orfenico, que ali

    vigorava desde a dcada de trinta. Dez anos depois, uma nova reforma educacional

    a LDB n 5692/71, trocou a educao musical pela Educao Artstica, tratando

    de uma forma integrada as quatro linguagens artsticas. A partir de 1974 surgem

    ento os cursos de licenciatura emEducao Artstica para a formao do professor

    de arte, com carter polivalente. Assim sendo O professor [...] devia dominar quatro

    reas de expresso artstica msica, teatro, artes plsticas e desenho substitudo

    mais tarde pela dana. 2Dessa maneira,

    [...] a disciplina[de Educao Musical foi] substituda pela atividade.Ao negar-lhe a condio de disciplina e coloc-la com outras reasde expresso, o governo estava contribuindo para o enfraquecimento

    e quase total aniquilamento do ensino de msica.

    3

    Em 1996, a nova LDB n 9394 manteve o carter da obrigatoriedade no

    ensino artstico no Ensino Bsico, porm com a mudana da terminologia de

    Educao Artstica para Arte (s). Esta lei em vigncia em nosso pas, apesar de sua

    importncia, apresenta brechas quando no esclarece o rumo do ensino da arte

    em nosso pas. Para Queiroz4 a impreciso da LDB tambm deixou margem a

    outras interpretaes:

    [...] O uso da expresso arte, ainda de forma genrica eabrangente, apresenta alguns problemas, pois no deixa clara aimportncia e a necessidade de que sejam trabalhados,especificamente, o ensino de artes visuais, de msica, de teatro e dedana. Esse fato tem gerado interpretaes diversas dosprofissionais que atuam nas definies da estrutura escolar, e que,

    2FONTERRADA, M. T. de O. De tramas e fios: um ensaio sobre msica e educao. 2. ed. So

    Paulo: Editora Unesp; Rio de Janeiro: Funarte, 2008, p. 218.3Idem.

    4QUEIROZ, L. R. S. Educao musical nas escolas de educao bsica: caminhos possveis para a

    atuao de professores no especialistas. Revista da ABEM, N. 17, setembro 2007. Porto Alegre:Associao Brasileira de Educao Musical, 2000.

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    muitas vezes, ainda pensam num ensino artstico polivalente e comcarga horria excessivamente reduzida, o que o torna desprovido deprofundidade em cada uma das linguagens das artes.

    A partir de 2006 organizou-se um grupo de msicos a partir de um encontro

    na casa do compositor Francis Hime, e que denominaram de Grupo de Articulao

    Parlamentar Pr-Msica GAP.5 O grupo realizou vrios encontros para atuar

    politicamente junto ao poder legislativo para obter melhores resultados das questes

    da msica no pas.

    No ano de 2008 a Lei federal n 11.769 alterou a LDB quanto ao ensino de

    Arte, acrescentando a especificidade do carter obrigatrio, mas no exclusivo do

    ensino dos contedos de msica nas escolas. Esta Lei questiona a prtica dosprofessores de Arte que esto do outro lado da balana educacional e alerta para o

    abismo que se abre novamente entre a aprovao da Lei e sua aplicao. No Brasil

    existe o dizer popular que expressa a reao do povo com relao a certas leis

    impostas de cima para baixo: tem lei que pega, como tambm existem outras leis

    que no pegam. Ento novo questionamento se coloca! Como reagir a mais outra

    imposio de obrigatoriedade, ainda mais quando a referida Lei nos afeta

    diretamente e nos questiona enquanto categoria de educadores em arte.Foram anos maturando o projeto de lei que em sua concepo ou tramitao

    no Senado Federal, no contemplou a efetiva volta da disciplina de msica no

    currculo escolar, mas a volta e a obrigatoriedade dos contedos de msica no

    ensino da arte. A Lei Federal n 11.769 aprovada em 18 de agosto de 2008, alterou

    a LDB 9394/96quanto ao ensino da arte:

    5O GAP um grupo que congrega entidades e associaes informais de msicos, organizado a partir

    de abril de 2006. Aps um ano de trabalhos para a elaborao de documentos para os encontros dascmaras setoriais do MinC, o grupo de msicos composto por Francis Hime, Ivan Lins, FernandaAbreu, Alexandre Negreiros, Cristina Saraiva, Felipe Radicetti e Dalmo Mota decidiu por atuarpoliticamente com o poder legislativo, no sentido de interferir politicamente na tramitao de projetosde lei em curso e obter melhores resultados para o processo das questes da msica no pas,formando o Ncleo Independente de Msicos - NIM. Este primeiro encontro de fundao tambmestabeleceu o germe de uma Frente Parlamentar Pr-Msica no Congresso com a participao devrios Deputados Federais. As entidades componentes do GAP so o Ncleo Independente deMsicos - NIM, O Frum Paulista Permanente de Msicos FPPM, o Sindicato dos MsicosProfissionais do Estado do Rio de Janeiro - SindMusi-RJ, a Associao Brasileira de MsicaIndependenteABMI, a Rede Social da Msica e mais recentemente a Cooperativa de Msica - SP

    associou-se ao grupo. Disponvel em:http://www.queroeducacaomusicalnaescola.com/quem_somos_gap.htm . Acesso em 09 Dez. 08.

    http://www.queroeducacaomusicalnaescola.com/quem_somos_gap.htmhttp://www.queroeducacaomusicalnaescola.com/quem_somos_gap.htm
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    Art. 1 O art. 26 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passaa vigorar acrescido do seguinte 6:"Art. 26. ..................................................................................... 6 A msica dever ser contedo obrigatrio, mas no exclusivo,

    do componente curricular de que trata o 2 deste artigo." (NR)Art. 2 (VETADO)Art. 3 Os sistemas de ensino tero 3 (trs) anos letivos para seadaptarem s exigncias estabelecidas nos arts. 1 e 2 desta Lei.6

    Porm, um fator preocupante na viso de muitos musicistas foi o veto

    presidencial ao Art. 2 da Lei n 11.769. Esse artigo defendia em seu pargrafo 7

    que o ensino da msica deveria ser ministrado por professores com formao

    especfica na rea. Este pargrafo simplesmente foi vetado. Juntamente com a lei

    aprovada, o veto presidencial procurou esclarecer as razes com o seguinteargumento:

    MENSAGEM DE VETO N 622, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a VossaExcelncia que, nos termos do 1 do art. 66 da Constituio, decidivetar parcialmente, por contrariedade ao interesse pblico, o Projetode Lei n 2.732, de 2008 (no 330/06 no Senado Federal), que "Alteraa Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Basesda Educao, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino damsica na educao bsica". [...] Pargrafo nico. Razes do veto.

    No tocante ao pargrafo nico do art. 62, necessrio que se tenhamuita clareza sobre o que significa 'formao especfica na rea'.Vale ressaltar que a msica uma prtica social e que no Brasilexistem diversos profissionais atuantes nessa rea sem formaoacadmica ou oficial em msica e que so reconhecidosnacionalmente. Esses profissionais estariam impossibilitados deministrar tal contedo na maneira em que este dispositivo estproposto. Adicionalmente, esta exigncia vai alm da definio deuma diretriz curricular e estabelece, sem precedentes, uma formaoespecfica para a transferncia de um contedo. Note-se que no hqualquer exigncia de formao especfica para Matemtica, Fsica,Biologia etc. Nem mesmo quando a Lei de Diretrizes e Bases da

    Educao Nacional define contedos mais especficos como osrelacionados a diferentes culturas e etnias (art. 26, 4) e de lnguaestrangeira (art. 26, 5), ela estabelece qual seria a formaomnima daqueles que passariam a ministrar esses contedos.Essas, Senhor Presidente, as razes que me levaram a vetar odispositivo acima mencionado do projeto em causa, as quais orasubmeto elevada apreciao dos Senhores Membros doCongresso Nacional.7

    6BRASIL. Lei n 11.769, de 18 de Agosto de 2008, queAltera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educao, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da

    msica na educao bsica.7Idem.

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    As razes do veto indicam a diversidade de nveis de formao, inclusive

    sem formao acadmica ou oficial, dos musicistas brasileiros ligados com o ensino

    de msica. O projeto de Lei se fosse aprovado integralmente, impediria estes

    msicos e profissionais de atuarem com o ensino da msica.

    Breve histrico da Educao Musical no Brasil e suas influncias

    A educao musical brasileira no sculo XX foi influenciada por Mtodos de

    musicalizao elaborados por Zoltn Kodaly, mile-Jaques Dalcroze, Carl Orff e

    Shinichi Suzuki. Cada qual optou por desenvolver determinado aspecto da educao

    musical como a prtica vocal e instrumental valorizando o folclore; da valorizao no

    movimento corporal e na habilidade de escuta; por meio da integrao de linguagens

    artsticas e o ensino baseado no ritmo, no movimento e na improvisao; e a

    capacidade de aprender msica do mesmo modo que se aprende a falar a lngua de

    seu pas. 8

    No final da primeira metade do Sculo XX, o compositor Heitor Villa-Lobos,

    deu grande impulso msica vocal, com o canto orfenico. O canto orfenico,

    considerado como mtodo de Educao Musical, foi o primeiro projeto oficial,institudo em todo o territrio federal durante o governo de Getlio Vargas. A msica

    foi ensinada em todas as escolas atravs do canto orfenico. Segundo Arruda apud

    Silva, entenda-se canto orfenico como coros formados por escolares, militares,

    operrios ou amadores da msica em geral, que executam repertrio mais

    acessvel, com alguma perfeio, mas sem visar a uma finalidade puramente

    artstica, com o objetivo de elevar o nvel cultural e artstico do povo.

    O prprio Villa-Lobos defendia:

    O canto coletivo, com o seu poder de socializao, predispe oindivduo a perder no momento necessrio a noo egosta daindividualidade excessiva, integrando-o na comunidade, valorizandono seu esprito a idia da necessidade de renncia e da disciplinaante os imperativos da coletividade social, favorecendo, em suma,

    8FONTERRADA, M. T. de O. Op. Cit. Passim.

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    essa noo de solidariedade humana, que requer da criatura umaparticipao annima na construo das grandes nacionalidades. 9

    Este objetivo facilmente justificado, pois Villa-Lobos, quando retornou ao

    Brasil no final de 1930, admirou-se do grande descaso com a msica e o total

    analfabetismo musical da populao brasileira, o que o levou a apresentar um plano

    de Educao Musical s autoridades competentes.

    Os principais objetivos eram: a disciplina, o civismo e a educao artstica.

    Segundo Arruda esperava-se que adquirindo as primeiras noes de arte por meio

    do canto orfenico, os jovens pouco a pouco tomariam interesse pelas audies e

    pelos assuntos musicais em geral. 10

    O canto orfenico inspirado na metodologia de Kodaly diferenciou-se no

    modo de implantao. A propagao do canto orfenico era realizada atravs de

    grandes concentraes orfenicas, compostas de milhares de vozes, o que

    contribuiu grandemente para a difuso do canto coletivo, conferncias e artigos para

    os jornais mais importantes da poca. A implantao deste projeto iniciou-se em So

    Paulo e posteriormente, no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.

    Apesar das controvrsias ligando Villa-Lobos s conseqncias polticas do

    Estado Novo inegvel a sua contribuio enquanto concepo e execuo de

    projeto de musicalizao e o legado proporcionado por meio do canto coral em nvel

    nacional.

    Outro compositor que deu grande impulso educao musical brasileira a

    partir de 1937 foi Hans Joachim Koellreutter. Segundo Fonterrada11 ele trouxe

    idias frescas, que refletiam a nova postura diante da arte contempornea e abriu

    um campo voltado pesquisa e experimentao. Em torno de Koellreutter forma-

    se um grupo de jovens musicistas brasileiros que criam o Grupo Msica Viva. Eletambm capta as grandes mudanas paradigmticas que influenciaram a maneira

    9 RIBEIRO, C. R. (Org.) O Pensamento Vivo de Heitor Villa-Lobos. So Paulo: Martin ClaretEditores, 1987, p.90.10ARRUDA, Y. Q. apudSILVA, V. F. da. Acesso Linguagem musical atravs do Canto Coral.Curitiba: Faculdade de Artes do Paran, Trabalho acadmico (Ps-Graduao Latu Sensu) emFundamentos Estticos de Arte-Educao1998, p.23.11

    FONTERRADA, M. T. de O. De tramas e fios: um ensaio sobre msica e educao . 2. ed. SoPaulo: Editora Unesp; Rio de Janeiro: Funarte, 2008, p. 215-216.

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    de encarar a educao musical e questionar seu valor. O grupo lana Segundo

    Kater 12o manifesto que:

    [...] se tornar referncia oficial do movimento, torna evidente o graude complexidade com que tratado o fato musical, mediante osenfoques esttico, social e econmico, refletindo, antes de umacoerncia propriamente, um mosaico de flashes intensos deconscincia. Reproduzimos a seguir alguns fragmentos: A msica,traduzindo idias e sentimentos na linguagem dos sons, um meiode expresso; portanto, produto da vida social. /.../ A arte musical oreflexo do essencial na realidade. A produo intelectual, servindo-sedos meios de expresso artstica, funo da produo material esujeita, portanto, como esta, a uma constante transformao, a lei daevoluo. Msica movimento. / Msica vida. MSICA VIVA

    compreendendo este fato combate pela msica que revela oeternamente novo, isto : por uma arte musical que seja a expressoreal da poca e da sociedade. MSICA VIVA refuta a assimchamada arte acadmica, negao da prpria arte. MSICA VIVA,baseada nesse princpio fundamental, apia tudo o que favorece onascimento e crescimento do novo, escolhendo a revoluo erepelindo a reao. MSICA VIVA, compreendendo que o artista produto do meio e que a arte s pode florescer quando as forasprodutivas tiverem atingido um certo nvel de desenvolvimento,apoiar qualquer iniciativa em prol de uma educao no somenteartstica, como tambm ideolgica; pois, no h arte sem ideologia./.../ MSICA VIVA, adotando os princpiosde arte-ao, abandona

    como ideal a preocupao exclusiva de beleza; pois, toda a arte denossa poca no organizada diretamente sobre o princpio dautilidade ser desligada do real. /.../ MSICA VIVA acredita nafuno socializadora da msica que a de unir os homens,humanizando-os e universalizando-os. MSICA VIVA,compreendendo a importncia social e artstica da msica popular,apoiar qualquer iniciativa no sentido de desenvolver e estimular acriao e divulgao da boa msica popular, combatendo a produode obras prejudiciais educao artstico-social do povo. /.../Consciente da misso da arte contempornea em face da sociedadehumana, o grupo MSICA VIVA, acompanha o presente no seucaminho de descoberta e de conquista, lutando pelas idias novas de

    um mundo novo, crendo na fora criadora do esprito humano e naarte do futuro.[...] Este grande painel de idias, verdadeiro mural deintenes da modernidade musical brasileira, retrata com perfeio opapel revolucionrio assumido pelo movimento e o engajamentovisceral com que os membros do grupo se lanam s questesfundamentais da realidade social de seu tempo.

    12KATER, C. Catlogo de Obras de H. J. Koellreutter. Belo Horizonte: FEA / FAPEMIG - Fundao

    de Amparo Pesquisa de Minas Gerais, 1997. Ver tambm: NEVES, Jos Maria. MsicaContempornea Brasileira. Ricordi, So Paulo, 1981, p. 94.

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    Este grupo d novo impulso s composies brasileiras, porm desperta

    reaes contrrias de esvaziamento e enfraquecimento da msica no Brasil pelo

    combate de suas proposies que so visveis a partir das dcadas de sessenta e

    setenta por meio das LDBs e da conjuntura poltica que se instalara no pas.

    A trajetria musical brasileira segundo Oliveira muito rica. O que se

    observa, portanto, que a Educao Musical est latente, histrica, social e

    comunitariamente na vida dos brasileiros, atravs de uma imensa teia, interligada

    por fios muitas vezes invisveis, carentes de comunicaes e aes integradas 13

    A escola e o ensino dos contedos msica a partir da Lei 11.769/2008

    O presente trabalho diante deste quadro de mudana busca a reflexo dos

    desafios e solues retorno dos contedos de msica na escola pblica, motivado

    pelo Programa de Desenvolvimento EducacionalPDE 2008 da Secretaria Estadual

    de Educao do Paran. Para tanto, houve a implementao do Projeto de

    Interveno Pedaggica junto aos professores de Arte do Colgio Estadual do

    Paran e da Escola Estadual Professor Brando, para debater a Lei Federal 11.769

    e procurar o dilogo disciplinar entre os professores de Arte. Porm, cabe refletirsobre o ensino musical escolar para comparar com a implementao realizada.

    O ensino musical escolar em nosso pas passou por vrias fases e

    caminhos. Em contraposio ao ensino da msica nas escolas de ensino regular,

    houve o ensino nas Escolas de Msica particulares ou ligado s Faculdades e

    Universidades; o ensino mediado por igrejas e ou organizaes evanglicas.

    Pelo Brasil afora existem relatos de vrias escolas e municpios que

    incluram a msica nos currculos escolares e em sua prtica pedaggica. Dentre asvrias iniciativas musicais h no Estado do Rio de Janeiro desde 2001 na prefeitura

    municipal de Niteri o Projeto AprendizMsica na Escola;14outra ocorre no Estado

    de Sergipe, na cidade de So Caetano, com a Orquestra Sinfnica de Meninos de

    So Caetano. No depoimento do maestro Mozart Vieira aglutina-se a importncia e a

    13OLIVEIRA, G. A. - O ensino de msica no Brasil: fatos e desafios. Disponvel em:http://www.proec.

    ufg.br. Revista da UFG, Vol. 7, n. 2, dezembro, 2005, on line. Acesso em 13 jun. 08.14

    Projeto AprendizMsica na Escola. Disponvel em:http://www.culturaniteroi.com.br/modules.php?op=modload&name=sections&file=ndex&req=viewarticle&artid=16&page=1. Acesso em 27 nov. 08.

    http://www.proec/http://www.culturaniteroi.com.br/mohttp://www.culturaniteroi.com.br/mohttp://www.proec/
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    responsabilidade dos educadores musicais diante dos educandos: Se eu soubesse

    que sete notas musicais iriam fazer uma revoluo to grande eu teria me preparado

    mais;15Criado em 1995 pela Secretaria de Estado da Cultura de So Paulo h o

    Projeto Guri que tem como objetivo desenvolver as habilidades e potencialidades

    de crianas e adolescentes de reas culturalmente carentes por meio da msica,

    reconhecendo esta arte como agente de fortalecimento na construo da

    cidadania.16 No Paran podemos citar entre outros, o subprograma "Apoio s

    Licenciaturas". A Secretaria de Estado da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior

    responsvel pelo Programa de Extenso Universidade sem Fronteira - SETI/PR e

    apoiou a setenta projetos aprovados para o subprograma "Apoio s Licenciaturas".17

    Os projetos atingem s reas e cidades com ndice de Desenvolvimento Humano

    baixo, por meio da Universidade sem Fronteira, onde so apoiadas atividades

    ligadas ao ensino da msica. No um programa de incluso da msica direto na

    escola, mas de apoio s cidades selecionadas com projetos de msica.

    Embora o ensino da msica no tenha sido obrigatrio nas escolas, ele

    existe, pois segundo Oliveira18 existe no Brasil uma grande diversidade de

    atividades e aes ligadas msica e ao ensino da msica:

    instituies pblicas federais, estaduais e municipais e instituiesprivadas (e/ou religiosas) que se dedicam ao ensino formal damsica em todos os nveis e faixas etrias, da pr escola Universidade;

    instituies pblicas e privadas que trabalham com ensino informalda msica, ou seja, com estruturas no atreladas s normasprevistas nas novas bases (aqui esto includas escolas livres de

    15Orquestra Sinfnica de Meninos de So Caetano - SE. Disponvel em:http://academiabrasileiradeci

    nema.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=1040&Itemid=510&limit=1&limitstart=2. Acesso em 01 dez. 08.16O Projeto Guri oferece vagas gratuitas e isentas de seleo para o ensino musical de instrumentos

    tais como de cordas e de sopros, convergindo para a formao de Orquestras-Escolas. Pressupe aformao de corais infantis, conjuntos de violes e outros agrupamentos instrumentais. Atualmente oprojeto conta com 110 grupos musicais entre Orquestras de Sopros, Cameratas de Violes,Cameratas de Cordas, Big Band e a Orquestra Paulista Juvenil, formada em 2001. Disponvel em:http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.6eb44e481fba6c0ff828f049c19714a0/?vgnextoid=b2edcdcfc1f69010VgnVCM1000001c01a8c0RCRD.Acesso em 01 Dez. 08. 17A Secretaria de Estado da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior responsvel pelo Programa deExtenso Universidade sem Fronteira - SETI/PR. Subprograma "Apoio s Licenciaturas". Disponvelem:http://www.seti.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=27.Acesso em 07 dez. 08.18OLIVEIRA, G. A. - O ensino de msica no Brasil: fatos e desafios. Disponvel em:http://www.proec.

    ufg.br. Revista da UFG, Vol. 7, n. 2, dezembro, 2005, on line. Acesso em 13 jun. 08.

    http://academiabrasileiradeci/http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.6eb44e481fba6c0ff828f049c19714a0/?vgnextoid=b2edcdcfc1f69010VgnVCM1000001c01a8c0RCRDhttp://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.6eb44e481fba6c0ff828f049c19714a0/?vgnextoid=b2edcdcfc1f69010VgnVCM1000001c01a8c0RCRDhttp://www.seti.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=27http://www.proec/http://www.proec/http://www.seti.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=27http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.6eb44e481fba6c0ff828f049c19714a0/?vgnextoid=b2edcdcfc1f69010VgnVCM1000001c01a8c0RCRDhttp://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.6eb44e481fba6c0ff828f049c19714a0/?vgnextoid=b2edcdcfc1f69010VgnVCM1000001c01a8c0RCRDhttp://academiabrasileiradeci/
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    Msica com grande lastro tais como a Pr Arte /RJ, o MVSIKA /GO,a Fundao de Educao Artstica de Belo Horizonte/MG);Associaes como Meninos do Morumbi (SP), Projeto Villalobinhos

    (RJ), Escola Pracatum (BA) que vm realizando um notvel trabalho

    de formao musical e de resgate social;

    Bandas militares, orquestras e coros do pas, que so verdadeirosceleiros de educao musical, responsveis pela formao de umsem nmero de msicos brasileiros e de platias;

    Festivais de msica: so 61 os citados pela Viva Msica 2004, comdiferentes estruturas, recebendo jovens de todo o pas para ouvir eestudar msica e trocar conhecimentos musicais;

    Concursos, que do Oiapoque ao Chu premiam instrumentistas,cantores, cameristas, compositores com oportunidades de concertos,recitais e gravaes;

    Rdios educativas, muitas ligadas s Universidades, como a daUEL em Londrina, que oferece programao educativa-musical de

    excelente qualidade.

    No Estado do Paran as escolas pblicas passam por um processo de

    modernizao e de investimento na informatizao, buscando a sua insero no

    mundo virtual da comunicao por meio da internet, e por meio de vrios programas

    de incluso digital.19Porm, quando o assunto em questo a volta dos contedos

    de msica nas escolas, h que se ter apurada ateno com relao aos

    investimentos que so necessrios. Alguns Colgios ou Institutos podem ofertar com

    tranqilidade aulas de msica, porm so excees e no a regra geral.

    O ambiente fsico-arquitetnico escolar com relao ao isolamento acstico

    em geral no adequado para as aulas de msica. Conforme existir a

    disponibilidade, h que se providenciar alguma sala de aula especfica para a

    Educao Musical nas escolas e realizar o isolamento acstico.20

    E agora, uma questo mais crucial ainda se coloca: esto os professores

    preparados para ministrar as aulas de msica? Qual seria a abordagem deste

    ensino musical?

    Os alunos em geral ouvem muita msica, mas musicalmente falando, as

    escolas so barulhentas, e o ambiente para a educao musical nem sempre se

    torna propcio. Outro fenmeno entre os alunos a difuso de aparelhos eletrnicos

    19Alguns dos Programas ligados Insero Digital no Paran: Paranavegar, Paran Digital, PortalDia a dia educao dentre outros, alm de disponibilizar um provedor de internet prprio, por meio do

    Serpro PR.20Para o isolamento acstico da sala utilizam-se espumas e outros materiais.

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    portteis21 para a escuta musical. H a grande diversidade com relao ao gosto

    musical, estrangeirismos na seleo musical, desprezo para determinadas formas

    musicais como, por exemplo, a msica erudita e msica popular brasileira.

    Como ser possvel transformar a cultura do barulho anti-musical e

    estressante, em sons e rudos ritmados, percebendo ainda os sons naturais dos

    ambientes onde habitamos? Que estratgias sero utilizadas para a valorizao do

    silncio musical, da escuta musical que perceba os detalhes, os matizes sonoros, os

    timbres, o fraseado musical, a extenso vocal masculina e feminina, solos vocais,

    solos instrumentos instrumentais?

    Quando na escola se constri ambiente propcio ao ensino da msica, tendo

    o cuidado de incluir as vrias formas de sua prtica musical junto ao Projeto Poltico

    Pedaggico, vislumbra-se a possibilidade de alcanar sucesso na implantao junto

    comunidade escolar. Esse sucesso pode ser alcanado devido ao poder da

    msica e dos seus efeitos positivos.

    Considerar a msica como um discurso, muito mais rico do que apenas

    utilizar do ensino da msica para outros fins, como por exemplo, apresentao em

    datas festivas e como msicas de comando etc. Em Curitiba, Doriane Rossi22 e

    Carlos Alberto de Paula realizaram respectivamente estudos em 2006 e 2007 paraabordar o ensino musical em escolas da Rede Estadual de Ensino em Curitiba.

    A anlise de Rossi,23levanta a realidade das atividades extracurriculares de

    msica nas escolas pblicas em Curitiba, alm de apontar para os limites que so

    colocados com relao a se ministrar aulas curriculares de msica.

    A presena ou ausncia da msica na escola deve-se ao significadoque professores e alunos atribuem a esse conhecimento. Nas

    escolas em que no persiste a atividade musical, ficou claro que oobjetivo era o do espetculo, pois, passado o momento e amotivao da apresentao/festival, a atividade cessou. Nas escolasem que a atividade permaneceu, a msica tem um significado em si.

    21Dentre os vrios aparelhos eletrnicos podemos citar como exemplo: cd players; mp3, mp4, mp5,etc.; I phone; I touch dentre outros.22ROSSI, D.Atividades musicais extracurriculares e aulas de artes nas escolas estaduais deensino mdio do municpio de Curitiba. Curitiba: Universidade Federal do Paran. Dissertao(Mestrado) Setor de Educao Curitiba, 2006; PAULA, C. A. de. A msica no ensino mdio daescola pblica do municpio de Curitiba: aproximaes e proposies conceituais realidadeconcreta. Curitiba: Universidade Federal do Paran. Dissertao (Mestrado) Setor de Educao

    Curitiba, 2007.23ROSSI, D.Opus Cit., p.110-111.

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    A msica o objetivo, a motivao. Embora haja outros elementosmotivadores, como a gravao de cds ou apresentaes maisimportantes, esses fatores no so os fundamentais. Com relao saulas de Artes, a msica apareceu com pouqussima freqncia nos

    contedos trabalhados, como se apontou anteriormente.Considerando-se que os alunos do E. M. em quase todas as escolasno tm oportunidade ou condies de participar das atividadesextracurriculares de msica, a aula de Artes seria sua nica chancede entrar em contato com a msica como forma de conhecimento.Entretanto, lamentavelmente, essa oportunidade praticamenteinexistente. Os professores alegam que no tm conhecimentosuficiente da rea de msica para ministrar as aulas. Quando suahabilitao em artes cnicas, julgam-se capacitados para darcontedos de artes plsticas, mas no de msica: msica maisdifcil. As atividades da rea de artes plsticas so muito maisfreqentes.

    As pesquisas de Paula24 corroboram as constataes de Rossi quanto

    situao atual da educao musical nas escolas pblicas da capital paranaense.

    Ambos educadores revelam em suas colocaes as reais dificuldades para o ensino

    musical nas escolas pblicas. Paula afirma que:

    O distanciamento do que a escola prioriza no seu currculo, ou o queno releva como importante, no caso a disciplina de Arte e em

    especial a rea de msica e o que o jovem tem como mais presenteem seu cotidiano, um paradoxo que desestimula sua freqncia epermanncia nos estudos escolares. [...] A Msica, conforme overificado no histrico do Ensino Mdio, reflete o quo evidente asua relao com a educao, estando sempre presente no ensino dejovens em diversos momentos da educao ocidental. Mas comopodemos verificar nas ltimas dcadas sua permanncia nas escolastem sido bastante restrita ou, como na maioria dos casos analisados,simplesmente inexistente. [...] percebe-se que o trabalho pedaggicocom msica sistematizado realizado em um nmero mnimo deescolas. As razes para tal fato, segundo os professores, so ascondies inadequadas, tanto de espao e tempo (as mais citadas) e

    a pouca importncia que a comunidade escolar e os gestores dosistema, demonstram para com esta disciplina.

    O papel de condutor deste processo cabe ao educador musical possuidor de

    experincia e formao profissional em msica, ajudando os alunos a sentirem e

    alcanarem com maior plenitude asexperincias vivenciadas a partir da msica por

    meio das atividades de Educao Musical na escola. Nesse espao de negociao

    24PAULA, C. A. de. A msica no ensino mdio da escola pblica do municpio de Curitiba:

    aproximaes e proposies conceituais realidade concreta . Curitiba: Universidade Federal doParan. Dissertao (Mestrado)Setor de Educao, 2007, p. 98-99.

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    escolar, importante tambm considerar o universo musical dos alunos fazendo o

    contraponto e a ampliao do repertrio musical.

    Neste sentido para Keith Swanwick25 a concepo de Educao Musical

    deve dialogar com a cultura musical e sua diversidade.

    [...] A concepo de educao musical como uma forma de estudosculturais ou reforo social tende a resultar num currculo muitodiferente daquele que identifica a msica como uma forma dediscurso. O ensino musical, ento, torna-se no simplesmentetransmitir a cultura, mas algo como um comprometimento com astradies em um caminho vivo e criativo, em uma rede deconversaes que possui muitos sotaques diferentes. Nessaconversao, todos ns temos uma voz musical e tambm ouvimos

    as vozes musicais de nossos alunos.

    Swanwick considera que a educao musical um caso parte,

    especialmente quando estatutria ou vai fazer parte da vida escolar . E o autor

    completa: Talvez porque seja particularmente difcil lidar com msica dentro dos

    horrios montonos das escolas e faculdades e porque os professores dificilmente

    se aproximem de sua natureza e valor diante da grande quantidade de alunos nas

    aulas em estdios particulares. 26Neste contexto o autor aponta para a existncia

    de dificuldade de se abordar o discurso musical em sua totalidade. O discurso

    musical o processo pelo qual a msica funciona metaforicamente transformando

    no sujeito: [...] sons em melodias, gestos; transformamos essas melodias, esses

    gestos em estruturas; transformamos essas estruturas simblicas em experincias

    significativas.27

    O educador musical tem que ter consciente em sua prtica que aprendizado

    e o desenvolvimento mental no educando como diz Vygotsky28 pode ser

    determinado por trs nveis de desenvolvimento. O primeiro o nvel de

    desenvolvimento real. Neste ponto na relao professor aluno, em geral o aluno

    que se encontra neste nvel. No outro lado da relao, encontra-se o segundo nvel

    chamado de nvel de desenvolvimento potencial. Para Vygotsky o terceiro nvel

    ocorre na interao entre professor e aluno na chamada zona de desenvolvimento

    25SWANWICK, K. Ensinando Msica Musicalmente. So Paulo: Moderna, 2003, p.45-46.26Idem, p. 57.27

    Idem, p. 56.28VYGOTSKY, L. S.A formao Social da mente. So Paulo: M. Fontes, 1991, p. 89-113.

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    proximal. esse o momento em que se abre a oportunidade para que ocorra o

    aprendizado e o desenvolvimento mental do educando.

    Para Snyders, os professores de msica podem auxiliar aos alunos a

    descobrirem as alegrias proporcionadas pela msica. E, uma das questes centrais

    estimular a atividade de escuta. Esta no dever ser feita a partir de recortes

    abstratos, seguidos de mecanismos desligados do contexto da realidade em que se

    insere a experincia e repertrio musical do professor e do aluno. Dever sim, em

    todos os momentos, ser esttica e desenvolver significaes estticas, preocupadas

    com a beleza, orientadas para a beleza.

    preciso estimular a reflexo sobre certos termos e temas que, ao mesmo

    tempo, possuem sentidos caractersticos na msica, mas em sentido mais amplo

    tambm se estendem ao conjunto significativo das obras humanas. Segundo

    Snyders29:

    [...] O som, ao contrrio, instantneo, fugaz, desaparece assim quenasce, sucede a si prprio sem deixar vestgios; estando fora de ns,no tem dificuldade em nos penetrar profundamente; como mvel,adapta-se facilmente aos movimentos do esprito; j que vir-a-ser,incorpora-se a um ser que est fundamentalmente em processo demetamorfose. Da a intensidade soberana das emoes musicais [...]

    Decorrente de todas essas dificuldades encontradas em relao ao ensino

    da msica no ensino regular, diante das dificuldades quanto ao ensino da msica na

    escola pblica levantadas por (Araujo 2004, Rossi 2006, Paula 2007, dentre

    outros30), pela Cmara Setorial de Msica MINC/Funarte, e pela ao direta do

    Grupo de Ao Parlamentar Pr-Musica, logrou-se a aprovao da Lei Federal n.

    11.769 alterando a LDB e tratando da obrigatoriedade do ensino dos contedos de

    msica na escola pblica.

    Ao debater com alguns professores sobre a implantao desta nova lei,

    alguns questionavam se teriam que ensinar teoria musical ou ensinar a leitura de

    notas musicais. A imagem da educao musical ficou paralisada no tempo e na

    imaginao de algumas pessoas!

    29

    SNYDERS, G. A escola pode ensinar as alegrias da msica? So Paulo: Cortez, 1992, p.79.30Ver tambm: http://www.queroeducacaomusicalnaescola.com/index2.htm.

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    Os contedos em msica na escola pblica

    H que se abordar o retorno dos contedos de msica nas escolas com

    muita responsabilidade e inteligncia. A msica muito rica em seus contedos e

    prtica. O desafio maior no somente dar aulas sobre msica, mas tambm

    ministrar aulas de msica.

    comum a utilizao da msica por parte dos professores da educao

    infantil e das sries iniciais do Ensino Fundamental, como coadjuvante para o ensino

    de contedos no musicais, recreao, a aquisio de hbitos higiene e

    disciplinares. Esta utilizao em geral tambm se estende para os outros nveis de

    ensino regular. Segundo Rossi31, a msica:

    [...] aparece sob vrias formas: como estimuladora para outrasmatrias, como material de estudo da literatura e da poesia, comoapoio para fazer relaxamento e em inmeras outras ocasies;contudo, raramente encarada como rea especfica deconhecimento. Entretanto, a msica est presente de forma maciana sociedade, que faz uso, inclusive, de seu poder manipulador.Entende-se ento, que justamente a instituio escolar que deve seapropriar de todos os contedos sobre essa forma de arte paratransformar a msica em conhecimento e, com isso, ampliar o

    horizonte intelectual e artstico dos jovens.

    Rossi chama a ateno para que a msica seja valorizada como rea de

    conhecimento, com contedos prprios e estratgias prprias para que se amplie o

    horizonte cultural e artstico de nossos educandos. Com este posicionamento no

    esto se fechando as portas da msica para com as outras disciplinas, mas sim, a

    busca de valorizao da arte musical na escola pblica. O dilogo interdisciplinar e

    transdiciplinar, primeiramente entre as reas de conhecimento da Arte (artes

    plsticas, teatro e dana), e tambm com as outras reas do conhecimento humano

    tornam-se fundamental para a formao do educando. Nos estudos de Paula32, o

    educador afirma que:

    31ROSSI, D.Atividades musicais extracurriculares e aulas de artes nas escolas estaduais deensino mdio do municpio de Curitiba. Curitiba: Universidade Federal do Paran. Dissertao(Mestrado)Setor de Educao Curitiba, 2006, p.111-112.32PAULA, C. A. de. A msica no ensino mdio da escola pblica do municpio de Curitiba:

    aproximaes e proposies conceituais realidade concreta. Curitiba: Universidade Federal doParan. Dissertao (Mestrado)Setor de Educao, 2007, p. 105.

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    [...] A msica pode e deve ter uma relao mais intrnseca com asoutras disciplinas, mas no sentido de relacionar-se e no desubmeter-se, tendo em vista que ao trabalhar com o prprioconhecimento da msica, estamos tratando do conhecimento de

    vrias outras disciplinas do Ensino Mdio. Pelo fato doconhecimento que organiza a Arte ser composto por contedos devrias disciplinas, a msica na escola relaciona-se comconhecimentos das cincias exatas, principalmente com aMatemtica e a Fsica e das cincias humanas como a histria, aFilosofia e Sociologia, bem como com a Lngua Portuguesa eEstrangeira Moderna.

    Carlos Eduardo Granja mais incisivo quando afirma que a escola est em

    crise diante da ps-modernidade ao insistir em organizar o tempo e o espao escolar

    por meio de disciplinas fragmentadas. Segundo Nilson Jos Machado comentando a

    obra de Granja a crise na organizao do trabalho escolar situa-se, ao fim e ao

    cabo, na progressiva descaracterizao da idia de disciplina. [...] indicando a

    necessidade de ultrapassar a fragmentao do conhecimento e ir alm dos objetos e

    dos objetivos disciplinares.33 Machado ainda comenta que Granja demonstra em

    seus estudos o fato de que a msica constitui um elemento natural na construo de

    uma alternativa para a crescente fragmentao disciplinar que ocorre na escola.

    O debate sobre quais contedos sero elencados para serem ministradospelos educadores musicais e os professores de arte que no tem formao

    especfica em msica, ainda muito tmido. Mais do que selecionar contedos, a

    principal abordagem na atualidade passa pela reflexo de como tratar os contedos

    musicais e sua prtica e por meio de qual caminho ou metodologia poder se

    alcanar maior sucesso diante dos educandos.

    Mais do que indicar esta ou aquela metodologia de ensino musical,

    necessrio entrar em contato com o pensamento desenvolvido por educadoresmusicais atuais, como por exemplo, a teoria desenvolvida por Keith Swanwick.

    A teoria desenvolvida por Swanwick dialoga com os pressupostos tericos

    da teoria construtivista lanada por Jean Piaget, onde procura apresentar as

    diversas fases de construo do conhecimento. Este se efetiva quando ocorre o

    desequilbrio quanto conceituao de algo j conhecido. E a partir ento, ocorre o

    33

    MACHADO, N. J. in GRANJA. C. E. de S. C. Musicalizando a escola: msica, conhecimento eeducao. So Paulo: Escrituras Editora, 2006.

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    processo de assimilao. Quando este novo conhecimento introjetado e passa a

    fazer parte do sujeito, ocorre acomodaodo conhecimento musical. Este sujeito

    que assimila, acomoda, adapta, readapta, integra a si os conhecimentos musicais

    que possibilita responder, respeitando as suas fases de maturao respondendo aos

    desafios do ambiente que est inserido. Constata-se que as fases de intuio e

    anlise colocadas pelo autor da teoria espiral da msica, relativo ao fenmeno

    musical em toda sua abrangncia nem sempre so alcanadas por alguns sujeitos.

    Sua abordagem procura alcanar as vrias facetas que envolvem o

    processo de aprendizagem musical.

    Figura 1- Teoria Espiral do Desenvolvimento Musical34

    34

    InFONTERRADA, M. T. de O. De tramas e fios: um ensaio sobre msica e educao . 2. ed.So Paulo: Editora Unesp; Rio de Janeiro: Funarte, 2008, p.113.

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    Alm de lanar a Teoria e o modelo Espiral do desenvolvimento musical.

    Swanwick tambm elaborou um conjunto de parmetros que esto circunscritos

    experincia musical ao qual denominou CLASP (Composition, Literature studies,

    Audition, Skill acquisition and Performance). Esta sigla foi traduzida para o portugus

    pela Doutora Liane Hentschke, especialista na obra de Swanwick,35como TECLA

    (Tcnica, Execuo, Composio, Literatura e Apreciao).

    (T) (Tcnica): Aquisio de habilidades aurais, instrumentais e de escrita musical;controle tcnico, execuo em grupo, manuseio do som com aparatos eletrnicos ousemelhantes, habilidades de leitura primeira vista e fluncia com notao

    E Exec uo: Comunicao da msica como uma presena, geralmente implica emuma audinciano importando o tamanho ou carter (formal ou informal)

    C Composio:Formulao de uma idia musical; todas formas de inveno musical,[...] improvisao [...]; ato de fazer um objeto musical agrupando materiais sonoros deuma forma expressiva

    (L) (Literatura):Literatura de e Literatura sobre msica; inclui no somente o estudocontemporneo ou histrico da literatura da msica em si por meio de partituras eexecues, mas tambm por meio de criticismo musical, histrico e musicolgico

    A Aprec iao: Audio receptiva como (embora no necessariamente em) umaaudincia; envolve uma empatia com os executantes, um senso de estilo musicalrelevante a ocasio, uma disposio a ir com a msica e [...] uma habilidade emresponder e relacionar-se com o objeto musical como uma entidade esttica [...]

    Tabela 1Modelo CLASP - TECLA

    O modelo (T)EC(L)A abrange as atividades musicais consideradas por

    Swanwick como fundamentais para o desenvolvimento da compreenso musical.

    Engloba as prticas que se relacionam diretamente com o fazer musical:

    ComposioApreciao e Execuo, complementadas por aquelas que informam

    sobre o conhecimento musicalTcnica e Literatura.

    A abordagem de Swanwick para a Educao Musical proporciona tanto aos

    educadores como aos educandos nova perspectiva para se enfrentar com

    segurana a atual contextualizao dos contedos e da prtica musical nas escolas.

    Acompanhando a espiral, possvel perceber o desenvolvimento musical do

    educando em paralelo a questo intuitiva e a questo analtica. E, contrariamente

    ao ensino tradicional que privilegia a execuo, o modelo tecla desenvolve o

    conhecimento abrangente da msica, oportunizando ao educando uma maior

    compreenso musical.

    35SWANWICK, K. A basis of music education.London: Nfer-Nelson, 1979, p.43-5.

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    A vez e a voz dos professores de Arte diante da Lei 11.769/08

    O Estado do Paran lanou a iniciativa pioneira de valorizao da educao

    por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE36 apoiado pela

    Secretaria de Estado da Educao. a concretizao do dilogo entre as

    Instituies de Ensino Superior com sua estrutura e docentes, de um lado, e do

    outro, com a Secretaria de Educao do Estado do Paran, por meio de cursos de

    formao, de seminrios, de conferncias, da produo intelectual, encontros de

    orientao e troca de conhecimentos entre os docentes das IES, com os docentes

    PDE que participam deste processo formativo e educacional.

    Dentre as aes a serem cumpridas pelos professores que participam do

    PDE, cabe-lhes implementar aes junto s suas escolas de origem e compartilhar

    com seus pares os questionamentos e o crescimento obtidos a partir da seleo do

    objeto de pesquisa relacionado com sua rea de formao.

    O presente objeto de estudo foi implementado junto aos professores de

    Arte37 do Colgio Estadual do Paran e da Escola Estadual Professor Brando.

    Aps vrias atividades musicais e embasamento terico, realizou-se uma pesquisa

    para levantar os desafios e solues a partir da Lei Federal que obriga a volta doscontedos de msica nas escolas.

    Dentre os professores que participaram da pesquisa a maioria apia a lei.

    Dez professores (as) apiam sem reservas a obrigatoriedade da lei. Sete

    professores (as) apiam a lei com ressalvas, um professor discorda da lei e o ltimo

    v com preocupao as distores ou deformaes a partir da nova lei.

    Os professores (as) de msica do Colgio Estadual do Paran que

    participaram da implementao da Proposta Pedaggica ressaltaram a importncia

    36 O Programa de Desenvolvimento Educacional PDE da SEED, entre 2007 e 2008 selecionou2.400 professores para desenvolverem pesquisas e estudos cada qual em sua rea especfica deformao.37Foi aplicado um questionrio junto aos professores de arte com perguntas relacionadas ao tema davolta obrigatria dos contedos de msica nas escolas. Dezenove professores (as) de arteresponderam aos questionrios. Participaram da pesquisa dezesseis professores (as) do ColgioEstadual do Paran - CEP e trs professoras da Escola Estadual Professor Brando, assimdistribudos: CEP: 03 professores (as) de educao artstica artes plsticas; 04 professores (as) educao artsticadesenhopintura; 03 professores (as)bacharelartes visuais; 05 professores(as) Licenciatura em msica e 01 professor de artes cnicas; da Escola Estadual Professor

    Brando: 02 professoras de educao artsticaartes plsticas e 01 professoraeducao artsticadesenho.

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    do retorno dos contedos de msica na escola, pelo seu carter formativo, de

    desenvolvimento, de melhor visibilidade, e audibilidade da msica perante as outras

    reas de arte dentro da escola. Isso fica claro nos posicionamentos que aparecerem

    em seus depoimentos a seguir. Como critrio para apresentar os depoimentos

    optou-se por organizar os professores em ordem numrica.

    [...] PROFESSOR 1A infncia o momento mais oportuno para odesenvolvimento da musicalidade e da sensibilidade, por esta razoacredito que o ensino obrigatrio de msica no ensino fundamentalser uma tima oportunidade de desenvolvimento para nossascrianas.[...] PROFESSOR 2 O ensino de msica muito importante na

    formao do aluno. Se for obrigatrio, ser melhor a visualizao damsica nas artes, sendo que hoje ela est pouco difundida oupraticada.[...] PROFESSOR 3 Considero pertinente a obrigatoriedade doensino musical na escola, contudo, no compreendo nem aceito ano obrigatoriedade das demais linguagens artsticas[...] PROFESSOR 4Sou favorvel obrigatoriedade do ensino demsica, no entanto considero importante o entendimento dasespecificidades do ensino e prtica musical, das possibilidades deavano da mentalidade com um trabalho musical srio eaprofundado. A lei no garante capacitao dos professores e,portanto, pode no representar esses avanos.

    [...] PROFESSOR 5Acredito que a educao estava carente, poiso ensino da msica importantssimo na formao dos adolescentese jovens. Desenvolve a auto-estima, a coordenao motora, ointelecto e ritmo, audio, etc.

    Os mesmos professores (as) de msica foram questionados quanto aos

    desafios e solues a partir da lei 11.769/08, e apresentaram os seguintes

    posicionamentos:

    [...] PROFESSOR 5 O trabalho de arte envolve cultura, e isso muito importante, pois nosso pas riqussimo culturalmente.Desenvolver e estudar as potencialidades dos jovens missoimportantssima. A cultura musical em especial.[...] PROFESSOR 2Os maiores desafios so burocrticos (polticoe financeiros). Como resolver a carga horria das aulas de artesendo que 2 aulas semanais, e que dever dispor tambm para amsica em especfico. Espao fsico, sendo que no existe nasescolas, material para as aulas, que no existe nmero deprofissionais disponveis no mercado com especializao em msicae que possua didtica para trabalhar com turmas de 40 alunos.

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    Todos esses pontos so possveis, mas em longo prazo, eprincipalmente com a boa vontade dos governos.[...] PROFESSOR 4Acredito que o maior desafio que se enfrenta que a mentalidade que permeia o ensino das artes que se trata

    de suprfulo,hobbie, algo dispensvel em momentos de crise.[...] PROFESSOR 3Um dos problemas, acredito, j tenha incio naseleo dos professores quando da realizao dos concursospblicos: os contedos abordados nas provas so quase queexclusivamente de artes plsticas![...] PROFESSOR 1Muitas vezes ouvimos que o ensino de arte naescola menos importante do que outras matrias. Ser que nsprofessores de arte estamos valorizando realmente a arte?

    Os professores (as) de arte que no tem formao especfica em msica

    apesar de apoiarem a lei plenamente ou com ressalvas comentaram que h

    dificuldades para a implantao da lei em um primeiro momento nas escolas.

    [...] PROFESSOR 6 Sempre estamos enfrentando desafios,propostas novas que de incio nos assustam, porm devemos estarsempre buscando conhecimento, formao para a soluo dosproblemas, pois tudo isso se transforma em aprendizado.[...] PROFESSOR 7 Os desafios sero os contedos. Comorepassar assuntos abrangentes com qualidade, em pouco tempo?[...] PROFESSOR 8 O contedo trabalhado de forma muito

    diferente de uma escola para outra.[...] PROFESSOR 9 Maior desafio: professor poder ter local,material e apoio para arte - e no arte como s um apndice doaprendizado global.[...] PROFESSOR 10O ideal seria que todas as escolas tivessemuma sala ambiente equipada para que todas as linguagens possamser desenvolvidas. E alm de tudo, professores com melhor preparoe determinao. Creio que seria a melhor soluo![...] PROFESSOR 11 Em minha opinio algumas coisas tem queser revistas e integradas, pois acho que muitas coisas so bempensadas, mas no integradas, deve haver integrao entreFaculdades, concursos pblicos e escola (currculos). Como proposta

    repito a j por mim citada: cada professor deve lecionar na disciplinade formao e ento estabelecer um rodzio entre professores eturmas.[...] PROFESSOR 12 Um dos desafios vai ser encontrarprofissionais habilitados. Sugiro que o ensino se prolongue a outrasmanifestaes artsticas e se aproveite assim o profissional atuanteda prpria escola e que ele consiga ensinar com profundidade paraalunos que queiram desenvolver tais habilidades e sensibilidades.

    Em decorrncia das vrias mudanas educacionais que ocorreram quanto

    ao ensino de arte e msica no Brasil a partir da segunda metade sculo passado, a

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    pesquisa constatou certa diviso de opinio entre professores de arte com formao

    polivalente e com formao especfica nas vrias reas de arte quando

    questionados sobre a volta dos contedos de msica na escola.

    O ambiente escolar por excelncia o espao onde as interaes sociais

    ocorrem proporcionando aos educandos experincias que sempre deixam marcas

    em sua formao intelectual e emocional.

    Para a escola enquanto prtica musical, o canto coral coloca-se como

    instrumento dinmico do fenmeno social que est em constante transformao, que

    busca sempre uma identidade com valores humanos significativos, a valorizao da

    prpria individualidade e a do outro, e o respeito s relaes interpessoais.

    As pesquisas de Abraham Maslow38mostram que o comportamento de uma

    pessoa em determinado momento determinado, normalmente, por sua

    necessidade mais intensa. As pessoas que se renem e ingressam em corais, tm

    as mais variadas motivaes. Portanto, para os educadores musicais e ou regentes

    de corais significativo ter certa compreenso das necessidades e motivaes que

    so importantes para os educandos que participam dos corais. A motivao de uma

    pessoa depende da fora de seus motivos. E os motivos so s vezes definidos

    como necessidades, desejos ou impulsos no interior da pessoa.A msica exerce seu poder sobre o corpo, colocando-o em movimento,

    fazendo-o vibrar. Ela agarra, sacode, invade o corao, o esprito e o corpo,

    chegando a impor determinado comportamento ou jeito de ser. E por estar

    intimamente ligada ao corpo, d-se tanta importncia s emoes que a msica

    desperta, levando-a uma espcie de existncia corporal.

    A volta dos contedos de msica na escola pblica pode lanar novas

    perspectivas com relao Educao Musical por meio da prtica coral. Captar asnecessidades aliado ao trabalho vocal criativo bem elaborado, incentivando ao

    educando a criao de composies para serem executadas, pode alcanar xito

    nesta atividade musical coletiva que em geral valorizada e possui relativa

    visibilidade diante da comunidade escolar.

    Aqui retornamos Teoria de Swanwick procurando aliar a teoria prtica

    musical. Na prtica coral o educador musical deve lanar mo do processo de

    38MASLOW, A. In: MATHIAS, Nelson. Coral, um canto apaixonante. Braslia: Musimed, 1986, p.23.

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    composio, execuo e apreciao. Diante do rico patrimnio cultural brasileiro, o

    canto como meio de musicalizao, deve ser cultivado e renovado atravs da

    descoberta do som, dos jogos musicais, do gesto musical, independente do gosto

    pessoal. A prtica deve envolver os educandos progressivamente de modo que o

    canto coral possa suscitar curiosidades quanto aos contedos musicais que

    envolvem o canto coletivo. No comear diretamente pelos ensinamentos de teoria

    musical, mas sim consider-los como resultado de racionalizaes a partir da prtica

    musical.

    Cantar as canes elaboradas por meio de processo criativo, sugerida pelos

    alunos ou pelo professor, cantando em unssono, a vrias vozes ou mesmo em

    cnone seria um dos possveis caminhos para renovar a pesquisa e produo

    musical escolar. Alm de executar as prprias composies do coral escolar,

    sugere-se que para o amadurecimento vocal dos alunos, o educador deve propor o

    estudo e execuo de msicas que compem o repertrio tradicional e universal

    contemporneo composto para corais.

    H que trabalhar tambm as propriedades do som com nova abordagem,

    tratando do fenmeno musical na atualidade, por meio da diversidade regional de

    ritmos e sons que tanto fascinou a compositores como Villa-Lobos, Koellreutterdentre outros, e que pode tambm fazer parte da vida dos educandos e do cotidiano

    escolar.

    Consideraes Finais

    Os sistemas educacionais do Brasil em seus vrios nveis tero o prazo de

    trs anos a partir da aprovao da Lei Federal 11.769, de 18 de agosto de 2008,para se adaptarem s exigncias estabelecidas nos artigos aprovados desta Lei, por

    meio do plano poltico pedaggico, do currculo de arte, no sentido de contemplar o

    retorno dos contedos de msica e sua prtica nas escolas.

    Este trabalho procurou evidenciar a atual situao do ensino e prtica da

    msica na escola pblica. Constatou-se que a educao musical encontra-se a

    margem do currculo escolar, quando no em geral, inexistente na grade curricular.

    Um dos fatores de seu enfraquecimento e desvalorizao a falta de educadores

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    musicais para ministrarem as aulas curriculares de msica nas escolas. As

    pesquisas de Paula39e Rossi levantaram a realidade quanto ao ensino de msica

    nas escolas em Curitiba.

    [...] A partir de dados empricos de professores em sala de aula,coletados pela equipe de Arte da SEED, constatou-se o baixo ndicede aulas de Msica, menor inclusive que os professores formadosnesta rea atuantes na Rede. A pesquisa elaborada por DorianeRossi (2006) tambm do Programa de Ps-Graduao em Educaoda UFPR revelou que dos 106 colgios no municpio de Curitiba,somente trs estabelecimentos de ensino mantinham aulas regularesde msica na matriz curricular, sendo predominante as aes extracurriculares, caracterizadas como espordicas, sem continuidade edesvinculada da proposta pedaggica dos colgios.

    A escola pblica comporta em seu quadro funcional professores de arte

    concursados e professores com contrato por tempo determinado. Diante dessa

    diversidade, antes da dcada de oitenta, h o contraste entre os professores que se

    graduaram como bacharis em arte, desenho, msica, com os que obtiveram

    licenciatura polivalente em uma das reas de arte (msica, artes plsticas, teatro e

    dana). Aps a dcada de oitenta as Instituies de Ensino Superior, mantendo a

    opo de escolha no processo de seleo vestibular entre bacharelado oulicenciatura, reformularam a oferta dos cursos de graduao em arte, separando em

    vrias reas do conhecimento artstico.

    A realidade escolar quanto ao ensino de msica mostra-se paradoxal, a

    partir do momento em que alguns educadores de arte, mesmo sendo formados na

    rea musical, no ministram aulas de msica, preferindo a praticidade ou

    comodidade, por exemplo, de somente abordar contedos de artes plsticas ou de

    histria da arte.

    As vrias mudanas educacionais pelas quais passaram as vrias geraes

    de professores de arte tambm deixaram margem e fora do currculo a prtica

    musical nas escolas. Para enfrentar a constatao de que parte dos professores de

    arte da escola pblica no tem formao especfica em msica, h que se incentivar

    39PAULA, C. A. de. A msica no ensino mdio da escola pblica do municpio de Curitiba:

    aproximaes e proposies conceituais realidade concreta. Curitiba: Universidade Federal do

    Paran. Dissertao (Mestrado)Setor de Educao, 2007, p. 5.

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    a participao em cursos de formao continuada para ampliar os conhecimentos

    musicais, prtica musical, tomada de conhecimento da trajetria da educao

    musical na atualidade brasileira e tambm do panorama da Educao Musical em

    outros pases.

    Uma das solues diante da proposio da Lei 11.769/08 a proposio da

    organizao de parceria entre as Instituies de Ensino Superior formadoras de

    profissionais em msica no Paran para resolver em curto prazo a questo da

    capacitao dos professores de arte que no tem formao especifica em msica.

    Esta capacitao poder ocorrer a partir da parceria entre asinstituies: Escola de

    Msica e Belas Artes do Paran EMBAP; Faculdade de Artes do Paran FAP,

    Universidade Estadual de MaringUEM, Universidade Estadual de Londrina - UEL

    e Universidade Federal do Paran UFPR com a Secretaria de Estado da

    Educao - SEED, a Secretaria de Estado da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior

    SETI e o Conselho Estadual de Educao - CEE.

    Para os educadores musicais importante tambm valorizar a participao

    em fruns, simpsios e congressos promovidos por associaes em nvel nacional

    ou internacional como a ABEM (Associao Brasileira de Educao Musical), a ARCI

    (Associao de Regentes de Corais Infantis), a ISME (InternationalSociety for MusicEducation), e de sua vasta produo intelectual. Para a Educadora musical a

    professora Liane Hentschke40defende que:

    [...] No devemos pensar nessa nova Lei de forma isolada, mas simvendo percurso. A ABEM tem trabalhado em sintonia com grandesmovimentos internacionais. Este um momento poltico, que requerunio de foras para que a rea se fortalea. [E aponta solues]Proposies: - Formao de Ncleos de trabalhos/Grupos de

    debates; - Banco de dados para saber a situao da EducaoMusical no Brasil; - Pensar no Mercado de Trabalho. Precisamosgarantir espao para professores competentes.

    Luciana Del Ben41 ressalta alguns pontos como norteadores de aes

    futuras para que se garanta a efetiva implantao da lei na escola:

    40ASSOCIAO BRASILEIRA DE EDUCAO MUSICAL ABEM. INFORMATIVO ELETRNICO

    N.44, Novembro de 2008, p.2.41Idem, p.1.

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    [...] 1) Formao dos profissionais que podem atuar nas escolas: a1 parte do veto inconsistente com a prpria LDB. Conformedisposto no Artigo 62 da LDB (no ttulo que trata da formao dedocentes para educao bsica), profissionais no licenciados esto

    impossibilitados de atuar na escola como professoresefetivos/concursados. exigida a licenciatura para qualquerprofessor que ir atuar nas escolas de educao bsica, sendoadmitida a formao em curso normal para aqueles que atuaro naeducao infantil e nas sries iniciais do ensino fundamental. Issojustificaria a 2 parte do veto. Na LDB no h obrigatoriedade deformao especfica para qualquer rea do conhecimento, mas exigido o curso superior de licenciatura ou o curso normal de todosos professores.2) Autonomia das escolas. O Artigo 15 da LDB e o Artigo 3 dasDiretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamentalreforam a autonomia das escolas na construo de seus projetos

    poltico-pedaggicos. Em nenhum momento, as Diretrizes definemcontedos ou programas de ensino. Ao contrrio, enfatizam anecessidade de trabalhar a partir das identidades (dos alunos,professores e de toda a comunidade escolar).

    Outro fator importante e determinante para o sucesso do retorno dos

    contedos de msica na escola a troca de conhecimentos, o dilogo entre os

    professores (as) de arte com formao musical com os que no tm formao

    especfica em msica para que os contedos musicais sejam includos no currculo

    escolar. Cabe aos professores (as) de arte criar essa rede de conhecimento em

    msica, para que os ambientes escolares possam transformar-se em ambientes

    musicais, onde a cultura musical paranaense, brasileira e mundial faa parte da vida

    intelectual, cultural e emocional e possibilitem a formao integral dos educandos

    transformando suas vidas.

    REFERNCIAS:

    ABEM. ASSOCIAO BRASILEIRA DE EDUCAO MUSICAL. INFORMATIVOELETRNICO N.44, Novembro de 2008.

    ANDRADE, M. A. de. Avaliao em execuo musical: estudo sobre critriosutilizados por regentes de grupos corais escolares. Dissertao (Mestrado)Setor de Educao Curitiba, 2001.

    ARAJO, R. C. Um estudo sobre o ensino da msica nas escolas brasileiras: dosculo XVI ao sculo XX. In: FRUM DE PESQUISA CIENTFICA EM ARTE, 2,2002, Curitiba. Anais do Frum de pesquisa cientfica em Arte. Curitiba:EMBAP- ArtEMBAP, 2004, p.225-236.

    BRASIL. LDB n. 4.024/61Das diretrizes e bases da educao nacional.BRASIL. LDB n. 5.692/71Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1 e 2 graus, e

    d outras providncias.

    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