22748 8 fr_contabilidade_analitica
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IEFP - ISG
Contabilidade Analítica Guia do Formador
Ficha Técnica
Colecção MANUAIS PARA APOIO À FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS EMPRESARIAIS
Título Contabilidade Analítica Suporte Didáctico Guia do Formador
Coordenação e Revisão Pedagógica IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional - Departamento de Formação Profissional
Coordenação e Revisão Técnica ISG – Instituto Superior de Gestão Autor Gracinda Santos/ISG Capa IEFP
Maquetagem ISG Montagem ISG
Impressão e Acabamento JERAMA – Artes Gráficas, Lda. Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional, Av. José
Malhoa, 11 1099-018 Lisboa Edição Portugal, Lisboa, Dezembro de 2004
Tiragem 100 exemplares Depósito Legal 218238/04
ISBN 972-732-928-4
Copyright, 2004 Todos os direitos reservados ao IEFP
Nenhuma parte deste título pode ser reproduzido ou transmitido, por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prévio, por escrito, do IEFP
ÍNDICE GERAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formando
Índice Geral
1. Objectivos Globais do Guia............................................................................................................................. 1
2. Pré-Requisitos................................................................................................................................................. 2
3. Perfil do Formador........................................................................................................................................... 3
4. Campo de Aplicação do Guia ......................................................................................................................... 4
5. Plano de Desenvolvimento do Módulo/das Unidades Temáticas................................................................... 5
6. Orientações Metodológicas Recomendadas .................................................................................................. 8
7. Recursos Didácticos ....................................................................................................................................... 9
8. Bibliografia Recomendada ............................................................................................................................ 10
I. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 11
1. Resumo ............................................................................................................................................ 13
2. Plano das Sessões........................................................................................................................... 14
3. Actividades/Avaliação....................................................................................................................... 15
4. Transparências................................................................................................................................. 16
5. Textos Complementares para o Formador ..................................................................................... 18
II. OS CUSTOS............................................................................................................... 19
1. Resumo ............................................................................................................................................ 21
2. Plano das Sessões........................................................................................................................... 25
3. Actividades/Avaliação....................................................................................................................... 26
4. Transparências................................................................................................................................. 36
III. SISTEMAS DE CUSTOS............................................................................................ 39
1. Resumo ............................................................................................................................................ 41
2. Plano das Sessões........................................................................................................................... 43
3. Actividades/Avaliação....................................................................................................................... 44
4. Transparências................................................................................................................................. 50
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA............................................... 53
1. Resumo ............................................................................................................................................ 55
2. Plano das Sessões........................................................................................................................... 58
3. Actividades/Avaliação....................................................................................................................... 59
4. Transparências................................................................................................................................. 69
5. Textos Complementares para o Formador ..................................................................................... 78
IEFP ÍNDICE GERAL
Guia do Formador Contabilidade Analítica
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS.......................................................................................79
1. Resumo .............................................................................................................................................81
2. Plano das Sessões............................................................................................................................85
3. Actividades/Avaliação .......................................................................................................................86
4. Transparências..................................................................................................................................93
5. Textos Complementares para o Formador ................................................................................... 106
VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS ..................................................................107
1. Resumo .......................................................................................................................................... 109
2. Plano das Sessões......................................................................................................................... 111
3. Actividades/Avaliação .................................................................................................................... 112
4. Transparências............................................................................................................................... 118
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL ..........................................................................................................................119
1. Resumo .......................................................................................................................................... 121
2. Plano das Sessões......................................................................................................................... 123
3. Actividades/Avaliação .................................................................................................................... 124
4. Transparências............................................................................................................................... 129
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL .............................................................................137
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................................................149
GLOSSÁRIO .................................................................................................................151
I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
1
1. OBJECTIVOS GLOBAIS DO GUIA
Habilitar os formandos dos meios necessários para poderem:
• Enunciar as características e as dificuldades da Contabilidade Analítica;
• Classificar os diversos custos;
• Distinguir e aplicar os diferentes sistemas de custos;
• Movimentar as contas mais importantes da Contabilidade Analítica;
• Efectuar a repartição dos gastos de fabrico em função de diferentes critérios;
• Calcular e analisar desvios;
• Distinguir e utilizar os diferentes sistemas de ligação da Contabilidade Analítica com a Contabilidade Geral.
IEFP I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO
Guia do Formador Contabilidade Analítica
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2. PRÉ-REQUISITOS
Para Técnico de Contabilidade:
Idade >= 17 anos;
Habilitação escolar : 11º ano de escolaridade ou equivalente;
Candidatos ao primeiro emprego ou desempregados.
I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
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3. PERFIL DO FORMADOR
Formação superior em na área da Gestão com particular ênfase nas áreas Contabilisticas e de Gestão Orçamental;
Experiência em efectuar movimentos contabilisticos e efectuar orçamentos;
O formador deve possuir certificado de aptidão profissional emitido pelo IEFP, garantia de que possui competências pedagógicas para exercer a actividade de formação.
IEFP I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO
Guia do Formador Contabilidade Analítica
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4. CAMPO DE APLICAÇÃO DO GUIA
Técnico de Contabilidade.
I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
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5. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO MÓDULO/DAS UNIDADES TEMÁTICAS
Introdução
No fim desta unidade o formando deve estar apto a:
• Explicar a necessidade da Contabilidade Analítica, como instrumento de apoio à Gestão;
• Identificar a semelhança e complementaridade face à Contabilidade Geral;
• Identificar o tipo de informação produzida e os objectivos a cumprir.
Duração - 2 h
Os Custos
No final desta unidade o formando deve estar apto a:
• Identificar e classificar os diversos custos;
• Explicar e diferenciar os custos em função do tipo de empresa;
• Identificar os principais componentes dos custos de produção;
• Aplicar as noções básicas sobre repartição de custos e bases de repartição;
• Explicar o conceito de periodização de certas naturezas de gastos gerais de fabrico.
Duração - 7 horas
IEFP I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO
Guia do Formador Contabilidade Analítica
6
Sistemas de Custos
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Distinguir e explicar os diferentes sistemas de custos.
Duração - 21 horas
Organização da Contabilidade Analítica
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Descrever o funcionamento da Contabilidade Analítica;
• Explicar o conteúdo e movimentar as contas mais importantes.
Duração - 14 horas
Repartição de Gastos
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Efectuar a repartição dos gastos gerais de fabrico em função de diferentes critérios;
• Caracterizar produção conjunta;
• Efectuar a valorização dos sub – produtos;
• Entender a importância do ponto de separação;
• Definir e classificar centros de custos;
• Aplicar o método das secções homogéneas;
• Fazer a repartição de custos;
• Entender e aplicar o conceito de prestações recíprocas;
• Determinar o custo unitário dos produtos fabricados.
Duração - 35 horas
I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
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Análise e Cálculo dos Desvios
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Utilizar os elementos produzidos pela Contabilidade Analítica para comparar com os custos orçamentados;
• Calcular e justificar os principais desvios que formam o desvio do custo de produção, nomeadamente, o desvio de matérias, de mão de obra e de gastos gerais de fabrico.
Duração - 12 horas
Contabilização de Custos e a sua Integração na Contabilidade Geral
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Distinguir e utilizar os diferentes sistemas de contas da Contabilidade Analítica com a Contabilidade Geral;
• Identificar os tipos de sistemas existentes, o monista e o dualista;
• Justificar a necessidade da normalização contabilística;
• Definir “plano sectorial” exemplificando os já existentes;
• Explicar a implementação e organização de uma Contabilidade Analítica.
Duração - 14 horas
IEFP I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO
Guia do Formador Contabilidade Analítica
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6. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS RECOMENDADAS
Utilizar o manual como base de trabalho introduzindo toda a matéria teórica com os exercícios e exemplos que vão sendo fornecidos.
Em quadro grande deduzir as formulas apresentadas de uma forma pausada e de fácil percepção para os formandos.
Utilizar sempre que possível Folhas de Cálculo para a resolução dos exercícios em que seja necessário construir mapas.
I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
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7. RECURSOS DIDÁCTICOS
• Máquina de calcular com raízes e potências.
• Equipamento informático para utilização de folha de cálculo.
IEFP I. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO
Guia do Formador Contabilidade Analítica 10
8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
HASEN, Don R. e Mowen, Maryanne M., Gestão de Custos – Contabilidade e Controle, Editora Dinternal 3ª Edição
CAIADO, António Pires, Contabilidade de Gestão, Editora Áreas Editora 2ª Edição 2002
FRANCO, Víctor e Oliveira, Benvinda e Morais, Ana Isabel e Lourenço, Isabel e Major, Maria João e Vieira, Rui José, Contabilidade Analítica – Exames Resolvidos e Exercícios Propostos, Editora Rei dos Livros 1ª Edição 1996
PEREIRA, Carlos Caiado e Franco, Víctor Seabra, Contabilidade Analítica – Casos Práticos, Editora Rei dos Livros 1º Edição 1994
PALMA, João, Casos Práticos de Contabilidade de Analítica, Editora Plánato Editora 1º Edição 1997
PALMA, João, Casos Práticos de Contabilidade de Gestão, Editora Plánato Editora 1º Edição 1998
HORNGREN, Foster e Datar, Cost Accounting: A Managerial Emphasis
Artigos de Opinião Publicados na Revista da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas.
Artigos de Opinião Publicados no Jornal de Contabilidade da Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade.
IASC, International Accounting Standards 2001.
Plano Oficial de Contabilidade de 1989 e Directrizes Contabilística
CONTABILIDADEANALÍTICA
I. INTRODUÇÃO
I. INTRODUÇÃO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
I 13
1. RESUMO
1. A questão que se coloca aos que analisam e decidem as medidas a implementar numa empresa é se a informação prestada pela Contabilidade Geral será suficiente.
2. Normalmente a resposta que escutamos é não.
3. A Contabilidade Geral não fornece as informações suficientes para os gestores de quaisquer organizações tomarem as suas decisões!
4. A Contabilidade Geral não responde porque, a sua principal característica é permitir a avaliação fiscal do seu património, o apuramento de um resultado por exercício e porque está virada para o exterior.
5. Os principais documentos produzidos são utilizados para a tomada de decisão de elementos externos à empresa, por exemplo: bancos, clientes, Estado e o público em geral.
6. Alguns dos objectivos prosseguidos pela Contabilidade Analítica são:
• Calcular o custo dos bens ou dos serviços oferecidos pela empresa;
• Controlar as condições internas de exploração;
• Efectuar o controlo de gestão;
• Efectuar a análise económica e a tomada de decisão.
7. O grande objectivo prosseguido pela Contabilidade Analítica é permitir a análise de custos e proveitos, isto é, de resultados, na unidade de resultado mais pequena que possa existir em cada organização, seja um produto, uma actividade, uma unidade fabril ou uma secção.
8. Comparação entre Contabilidade Geral e Contabilidade Analítica:
Contabilidade Geral Contabilidade Analítica
Externa a nível de documentos; Interna a nível de processos;
Externa a nível de utilizadores; Interna a nível de utilizadores;
Global; Pormenorizada;
Rígida e uniforme; Maleável e diversa;
Factos passados. Factos presentes e para o futuro.
9. O grande dilema, a enfrentar na implementação da Contabilidade Analítica, é o custo da informação versus utilidade da informação.
IEFP I. INTRODUÇÃO
Guia do Formador Contabilidade Analítica
I 14
2. PLANO DAS SESSÕES
Neste capítulo vamos abordar a noção de Contabilidade Analítica, sua necessidade, objectivos e interligação com a Contabilidade Geral.
No fim desta unidade o formando deve estar apto a:
• Explicar a necessidade da Contabilidade Analítica, como instrumento de apoio à Gestão;
• Identificar a semelhança e complementaridade face à Contabilidade Geral;
• Identificar o tipo de informação produzida e os objectivos a cumprir.
Duração estimada: 2 horas
I. INTRODUÇÃO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
I 15
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
1. Indique se é Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada uma das seguintes atribuições da Contabilidade Analítica:
Rubricas V F
a. Permite orientar os preços de venda.
b. Permite calcular a rentabilidade de cada produto.
c. Permite apurar o IVA a pagar em determinado mês.
d. Dá-nos o valor global das vendas num determinado ano.
e. Permite aos bancos analisarem a situação financeira da empresa.
f. Está virada para o interior da empresa.
g. Acompanha as operações económicas de transformação das matérias-primas em produtos acabados.
h. Não permite valorizar os custos de produção.
i. Permite controlar as condições internas de exploração.
j. Permite analisar a partícula mais reduzida do resultado gerado na empresa.
k. É obrigatória por Lei.
Resolução
a. V
b. V
c. F
d. V
e. F
f. V
g. V
h. F
i. V
j. V
k. F
IEFP I. INTRODUÇÃO
Guia do Formador Contabilidade Analítica
I 16
4. TRANSPARÊNCIAS
Questão que se coloca aos que analisam e decidem as medidas a implementar numa empresa:
• É a informação prestada pela Contabilidade Geral suficiente ?
A resposta que mais vezes vamos escutar é:
Não!, a Contabilidade Geral não fornece as informações suficientes para os gestores de quaisquer organizações tomarem as suas decisões!
Alguns Objectivos Prosseguidos pela Contabilidade Analítica:
• Calcular o custo dos bens ou dos serviços oferecidos pela empresa:
• Orientar os preços de venda;
• Valorizar os custos de produção e os produtos acabados;
• Controlar os custos e a eficiência da empresa;
• Controlar as condições internas de exploração:
• Acompanhar as operações económicas de transformação das matérias primas em produtos acabados;
• Calcular a rentabilidade dos diversos produtos;
• Controlo de gestão:
• Fornecer dados para o controlo orçamental;
• Repartir por produtos, ou por actividades o resultado global a atingir;
• Estabelecer objectivos departamentais que orientem as actividades para atingir o resultado final previsto;
• Análise económica e tomada de decisão:
• Fornecer aos órgãos de gestão a informação necessária a um controlo eficaz e à realização de operações alternativas;
• Preparar programas económicos e financeiros;
• Efectuar cálculos de viabilidade comparada.
I. INTRODUÇÃO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
I 17
Podemos resumir todos estes objectivos da seguinte forma:
O grande objectivo prosseguido pela Contabilidade Analítica é permitir a análise de custos e proveitos, isto é, de resultados, na unidade de resultado mais pequena que possa existir em cada organização, seja um produto, uma actividade, uma unidade fabril ou uma secção.
Comparação entre Contabilidade Geral e Contabilidade Analítica:
Contabilidade Geral Contabilidade Analítica
• externa a nível de documentos • interna a nível de processos
• externa a nível de utilizadores • interna a nível de utilizadores
• global • pormenorizada
• rígida e uniforme • maleável e diversa
• factos passados • factos presentes e para o futuro
O grande dilema a enfrentar na implementação da Contabilidade Analítica:
Custo da Informação versus Utilidade da Informação
IEFP I. INTRODUÇÃO
Guia do Formador Contabilidade Analítica
I 18
5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR
• http://www.dashofer.pt
• http://www.apotec.pt
• http://www.boletimempresarial.pt
• http://www.ctoc.pt
CONTABILIDADEANALÍTICA
II. OS CUSTOS
II. OS CUSTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
II 21
1. RESUMO
1. O custo é o montante de recursos que é necessário utilizar para atingir determinado objectivo.
2. Os custos e proveitos correspondem a factos económicos, independentes do momento em que vão ser pagos ou recebidos os valores.
3. As despesas e receitas são compromissos financeiros, geradores de entrada e saída de fundos, que podem estar relacionados com custos e proveitos, com investimentos ou financiamentos.
4. Os pagamentos e recebimentos são factos financeiros de saída ou entrada de fundos, que estão sempre associados a uma despesa ou receita, mas não obrigatoriamente a um custo ou proveito.
5. Os custos na empresa podem estar relacionados com as funções que os originam:
• De aprovisionamento;
• De produção ou industriais;
• De venda ou distribuição;
• Administrativos;
• Financeiros.
Custo industrial = Matérias-primas consumidas + Mão-de-obra directa + Gastos gerais de fabrico
Custo económico-técnico = Custo complexivo + Custos figurativos (o valor de venda equivalente ao preço de venda normal)
6. Os conceitos de lucro:
• Lucro puro = Preço de venda - Custo económico-técnico
• Lucro líquido = Preço de venda - Custo complexivo
• Lucro bruto = Preço de venda - Custo industrial
IEFP II. OS CUSTOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
II 22
7. Custos dos produtos e custos dos períodos:
• Custos do produto - custos relacionados com esse produto;
• Custos do período - não estão relacionados com um só produto, mas com toda a actividade que é exercida durante um determinado espaço de tempo.
8. A evolução dos custos nas empresas industriais:
• Compra das matérias-primas;
• Investimentos efectuados que se reflectem pelas amortizações;
• Aquisições diversas de fornecimentos e serviços externos;
• Despesas com pessoal;
• Outras despesas.
9. Da fabricação resulta o custo dos produtos acabados que vai valorizar as entradas desses produtos em armazém.
10. A repartição dos custos verifica-se no decorrer das actividades produtivas. Estes custos não são exclusivos de uma ou outra actividade, sendo necessário reparti-los pelas actividades respectivas.
11. Os encargos por natureza são normalmente tipificados pela sua natureza. Posteriormente vai-se distribuir esses encargos pelos seus destinos.
12. Possíveis classificação dos custos:
1. Por natureza
Respeita a classificação do POC (Plano Oficial de Contabilidade), nas suas classes 6 - Custos e perdas e 7 - Proveitos e ganhos.
Classe 6 - Custos e perdas Classe 7 - Proveitos e ganhos
61 Custo das mercadorias vendidas e consumidas
71 Vendas
62 Fornecimentos e serviços externos
72 Prestação de serviços
63 Impostos 73 Proveitos suplementares
64 Custos com pessoal 74 Subsídios à exploração
65 Outros custos e perdas operacionais
75 Trabalhos para a Própria Empresa
66 Amortizações do exercício 76 Outros Proveitos Operacionais
67 Provisões do exercício
II. OS CUSTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
II 23
Classe 6 - Custos e perdas Classe 7 - Proveitos e ganhos
68 Custos e perdas financeiras 78 Proveitos e ganhos financeiros
69 Custos e perdas extraordinárias 79 Proveitos e ganhos extraordinários
2. Por centros de responsabilidade
As empresas encontram-se estruturadas em unidades organizacionais, formando grupos, constituídos por recursos materiais e humanos, de maior ou menor dimensão.
Cada uma destas unidades organizacionais é denominada centro de responsabilidade, devendo existir uma repartição de custos de funcionamento por centros de responsabilidade.
Estes centros de responsabilidade necessitam, muitas vezes, de ser decompostos em unidades ainda mais particularizadas e primárias para repartição dos custos - os centros de custos.
Os custos directos são os que se identificam claramente ao produzir um produto.
Os custos indirectos não são passíveis de uma visualização clara nos produtos finais.
Os custos reais são custos determinados a posteriori, e correspondem aos custos dos produtos comprados ou produzidos e aos serviços prestados.
Os custos básicos, custos a priori, são custos teóricos definidos para valorização interna dos produtos e serviços.
Os custos fixos mantêm-se inalteráveis, independentemente das quantidades produzidas.
Os custos variáveis acompanham directamente as variações ocorridas nas quantidades produzidas, pois variam directamente com essas quantidades.
13. Os custos variáveis podem ser:
• Progressivos - crescem mais do que o aumento da capacidade instalada;
• Proporcionais - aumentam na mesma razão da capacidade instalada;
• Degressivos - diminuem com o aumento da capacidade instalada, exemplo das economias de escala.
14. Existem ainda custos semi-variáveis que são constituídos por uma parte fixa e outra parte variável.
IEFP II. OS CUSTOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
II 24
15. Definem-se por custos por actividade quando as empresas se organizam em actividades para determinar custos e tomar decisões, nomeadamente:
• Conjunto de actividades;
• Família de proveitos;
• Fase de fabricação.
16. Dependendo do objecto em estudo, existem, em cada caso, custos que não se mostram determinantes para a situação em análise sendo designados custos irrelevantes.
17. Os custos de oportunidade representam o valor dos proveitos que se poderiam obter se escolhesse uma aplicação alternativa.
18. Os custos não controláveis são aqueles que o seu responsável directo não consegue controlar.
19. Um custo controlável só depende do responsável do centro de custo.
20. O custo marginal é o custo de produzir mais uma unidade.
21. O custo diferencial é a diferença de custos entre duas alternativas de produção.
II. OS CUSTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
II 25
2. PLANO DAS SESSÕES
Neste capítulo vamos estudar os principais tipos de custos estudados em Contabilidade Analítica.
No final desta unidade o formando deve estar apto a:
• Identificar e classificar os diversos custos;
• Explicar e diferenciar os custos em função do tipo de empresa;
• Identificar os principais componentes dos custos de produção;
• Aplicar as noções básicas sobre repartição de custos e bases de repartição;
• Explicar o conceito de periodização de certas naturezas de gastos gerais de fabrico.
Duração estimada: 7 horas
IEFP II. OS CUSTOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
II 26
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
1. Responder às questões seguintes devendo limitar-se a cinco linhas de texto:
• Apresente uma breve definição, para cada um dos conceitos seguintes:
Custo;
Preço de Venda;
Resultado;
Receita;
Despesa;
Recebimento;
Pagamento.
Resolução
A noção de custo, o montante de recursos que é necessário utilizar para atingir determinado objectivo. Custos e proveitos - relativo a factos económicos, independentemente do momento em que vão ser pagos ou recebidos os valores. Despesas e receitas - compromissos financeiros geradores de entrada e saída de fundos, que podem estar relacionados com custos e proveitos, com investimentos ou financiamentos. Pagamentos e recebimentos - dizem respeito a factos financeiros de saída ou entrada de fundos, e estão sempre associados a uma despesa ou receita, mas não obrigatoriamente a um custo ou proveito.
• Que tipo de custos se identificam numa empresa?
Resolução
De aprovisionamento - relacionados com a compra, a armazenagem e a distribuição das matérias-primas;
De produção ou industriais - relacionados com a fabricação dos produtos;
De venda ou distribuição - relacionados com a promoção, a venda e a distribuição dos produtos vendidos;
Administrativos - relacionados com a administração e controlo das actividades da empresa;
Financeiros - relacionados com os custos do “dinheiro” utilizado.
II. OS CUSTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
II 27
• Que é o Custo Industrial?
Resolução
O custo industrial representa o somatório do custo das matérias-primas, com o custo da mão-de-obra directa e os custos de gastos gerais de fabrico.
• Que é o Custo Primo?
Resolução
O custo primo ou directo é uma parte do custo industrial, formado pela soma das matérias-primas com a mão-de-obra directa.
• Que é o Custo de Transformação?
Resolução
O custo de transformação é uma sub-parcela, entre o custo primo e o custo industrial, formado pela mão-de-obra directa e os gastos gerais de fabrico. Representa os valores incorporados na transformação das matérias-primas, categorizados como mão-de-obra directa e gastos gerais de fabrico.
• Que é o Custo Complexivo?
Resolução
Quando somamos ao custo industrial os custos não industriais obtemos o custo complexivo. Ou seja, o custo abaixo do qual não devemos vender, por forma a recuperarmos todos os custos.
Este custo representa o ponto em que o lucro é nulo. Isto é, apenas recuperamos os custos incorridos, não estando contemplada qualquer parcela referente à recuperação dos capitais investidos.
• Que é o Custo Económico - Técnico?
Resolução
O custo económico-técnico é a soma do custo complexivo com os custos figurativos. Este custo representa o valor de venda equivalente ao preço de venda normal.
• Que distingue Lucro Puro de Lucro Líquido?
Resolução
Lucro puro
É calculado pela diferença entre o preço de venda e o custo económico-técnico. Este lucro representa o que é efectivamente gerado, após a dedução, ao preço obtido pela venda dos produtos, de todos os custos existentes , inclusive os custos figurativos.
Lucro líquido
IEFP II. OS CUSTOS
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II 28
É calculado pela diferença entre o preço de venda e o custo complexivo. Representa o lucro antes de considerarmos os custos figurativos, ou seja, o custo da retribuição do capital.
• Que distingue Lucro Líquido de Lucro Bruto?
Resolução
Lucro líquido
É calculado pela diferença entre o preço de venda e o custo complexivo. Representa o lucro antes de considerarmos os custos figurativos, ou seja, o custo da retribuição do capital.
Lucro bruto
Calculado pela diferença entre o preço de venda e o custo industrial, o que nos dá a verdadeira margem industrial. Não considera nenhum custo cuja origem não seja industrial.
• Distinga Custos de Produtos e Custos de Períodos.
Resolução
Para podermos produzir um produto é necessário suportar determinados custos, relacionados com esse e só esse produto. É o caso das matérias-primas consumidas, da mão-de-obra directa e dos gastos gerais de fabrico. Os custos que vão ser recuperados no momento da venda, daquele produto concreto, são os denominados custos do produto.
Existem, também, custos que não estão relacionados com um só produto, mas com toda a actividade que é exercida durante um determinado espaço de tempo. Esses são chamados os custos do período. É o caso, por exemplo, dos custos administrativos, dos custos financeiros ou dos custos de distribuição.
• Que entende por repartição de custos?
Resolução
Verificam-se custos no decorrer das actividades produtivas que não são exclusivos de uma ou outra actividade.
• Dê exemplos de Custos e Proveitos classificados por Natureza.
II. OS CUSTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
II 29
Resolução
Classe 6 - Custos e perdas Classe 7 - Proveitos e ganhos
61 Custo das mercadorias vendidas e consumidas
71 Vendas
62 Fornecimentos e serviços externos
72 Prestação de serviços
63 Impostos 73 Proveitos suplementares
64 Custos com pessoal 74 Subsídios à exploração
65 Outros custos e perdas operacionais
75 Trabalhos para a própria empresa
66 Amortizações do exercício 76 Outros proveitos operacionais
67 Provisões do exercício
68 Custos e perdas financeiras 78 Proveitos e ganhos financeiros
69 Custos e perdas extraordinárias 79 Proveitos e ganhos extraordinários
Quadro II.5 - Contas das classes 6 e 7 do POC
• Que entende por Centro de Custo?
Resolução
Estes centros de responsabilidade necessitam, muitas vezes, de ser decompostos em unidades ainda mais particularizadas e primárias para repartição dos custos - são os centros de custos.
Centro de custo 1
Centro de custo 2
Centro de custo 3
Centro de responsabilidade 1
• Distinga Custos Directos de Custos Indirectos.
Resolução
Os custos directos são os que se identificam claramente ao produzir um produto.
Os custos indirectos, não são passíveis de uma visualização clara nos produtos finais.
IEFP II. OS CUSTOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
II 30
• Distinga Custos Reais de Custos Básicos.
Resolução
Os custos reais são custos determinados a posteriori e correspondem aos custos dos produtos comprados ou produzidos e aos serviços prestados.
Os custos básicos, ou custos a priori, são custos teóricos definidos para valorização interna dos produtos e serviços.
• Dê exemplos de Custos Básicos.
Resolução
Podem ser utilizados vários tipos de custos básicos:
Custos padrões ou standard - resultam da consideração de normas técnicas atribuídas aos diferentes factores da unidade fabril.
Custos orçamentados - resultam dos orçamentos elaborados para um determinado período, em função dos objectivos e planos definidos e aprovados pelos órgãos de gestão.
• Distinga Custos Fixos de Custos Variáveis.
Resolução
Os custos variáveis acompanham directamente as variações ocorridas nas quantidades produzidas, pois variam directamente com essas quantidades.
Os custos fixos mantêm-se inalteráveis, independentemente das quantidades produzidas.
• Distinga Custos Relevantes de Custos Irrelevantes.
Resolução
Existem custos que não se mostram determinantes para a situação em análise sendo designados por custos irrelevantes, o que depende do objecto em estudo. Se, por exemplo, a empresa tem duas máquinas paradas e estuda a possibilidade de as colocar a trabalhar, o custo da secção de contabilidade é um custo irrelevante, mas a energia que essas máquinas vão gastar é um custo relevante.
• Que entende por Custos de Oportunidade?
Resolução
O custo de oportunidade representa o valor dos proveitos que se poderiam obter se escolhesse uma aplicação alternativa, ou seja, quanto é que se deixa de ganhar por tomar uma determinada decisão.
II. OS CUSTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
II 31
• Distinga Custos Controláveis de Custos Incontroláveis.
Resolução
Dentro de um mesmo centro de custo podem existir custos que o seu responsável directo não consegue controlar. Se, por exemplo, o director de uma secção produtiva não escolhe as máquinas com que trabalha, não pode controlar as amortizações.
Um custo controlável é aquele que só depende do responsável do centro de custo.
Por exemplo, as horas extraordinárias do pessoal fabril.
• Distinga Custo Marginal de Custo Diferencial.
Resolução
O custo marginal é o custo de produzir mais uma unidade, ou seja, é dado pela diferença entre produzir 200 e 201 unidades. O custo diferencial é a diferença de custos entre duas alternativas de produção.
• Enumere os critérios de valorimetria das saídas de armazém de produtos e matérias.
Resolução
FIFO, LIFO e CMP.
Exercício 2
Apresenta-se uma listagem de custos relativos a uma empresa de confecção de roupa de desporto, pretende-se que os mesmos sejam classificados de acordo com:
• Por Natureza, por classe do Plano Oficial de Contabilidade;
• Por função da empresa;
• Em directos e indirectos;
• Em fixos e variáveis.
IEFP II. OS CUSTOS
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II 32
Resolução
Natureza Função Directo Indirecto
Fixos Variáveis
• ordenados do pessoal da estrutura produtiva
Custos com Pessoal Industrial D V
• ordenado do gerente Custos Pessoal Administrativo I V
• gasolina consumida pelos vendedores
Fornecimentos Serviços
Vendas I V
• amortização das viaturas que fazem a distribuição do produto
Amortizações Distribuição I F
• algodão consumido na fabricação do mês
Materias Primas Industrial D V
• óleo das máquinas de costura
Fornecimentos serviços Industrial D V
• amortização das máquinas de costura
Amortização Industrial D F
• custos de telefones dos escritórios
Fornecimentos Serviços
Administrativo I V
• custos da manutenção do sistema informático global da empresa
Fornecimentos Serviços
AdministrativoI F
• material de publicidade adquirido
Fornecimentos Serviços
Comercial I V
• pintura do andar em que estão os escritórios da empresa
Imobilizado Investimento I V
• custo de transporte de produtos acabados para os clientes
Fornecimento Serviços Comercial D V
• custos do empréstimo contraído para comprar o carro do gerente
Custos Financeiros Financeiro I V
II. OS CUSTOS IEFP
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II 33
Exercício 3
A empresa R dedica-se ao fabrico do produto Z, neste produto são incorporadas matérias-primas e matérias subsidiárias.
Conhecemos os seguintes elementos relativos ao ano de 199X (em u.m.):
Total de aquisição de matérias-primas 7.500
Despesas e transporte com as matérias-primas 150
Descontos obtidos nas compras de matérias primas
300
Salários dos operários fabris 900
Encargos sociais dos operários fabris 540
Ordenados do responsável fabril 400
Encargos sociais dos responsável fabril 240
Amortização do edifício fabril 450
Electricidade e água consumidas 65
Ordenados administrativos 200
Encargos dos ordenados administrativos 120
Vendas 12.000
Descontos comerciais concedidos nas vendas 400
Existências no inicio do ano
Matérias primas 9.000
Matérias subsidiárias 600
Produtos acabados 2.000
Existências no final do ano
Matérias primas 8.500
Matérias subsidiárias 500
Produtos acabados 2.500
IEFP II. OS CUSTOS
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II 34
Pretende-se que calcule:
1. Custo de transformação dos produtos acabados;
2. Custo industrial dos produtos acabados;
3. Custo complexivo;
4. Lucro bruto;
5. Lucro líquido.
Resolução:
Custo de Transformação = 900 + 540 + 400 + 240 + 450 + 65 + 100 = 2.695
Custo Industrial = 750 + 150 - 300 + 900 + 540 + 400 + 240 + 450 + 65 + 100 = 10.045
Custo Complexivo = 10.045 + 200 + 120 = 10.365
Lucro Liquido = 12.000 - 400 - 10.365 = 1.235
Lucro Bruto = 12.000 - 400 - 10.045 = 1.555
Exercício 4
A empresa S dedica-se à venda de computadores e peças, os modelos comercializados são de três tipos:
1. Computador indiferenciado, com baixo nível de especialização;
2. Computador para redes, com acessórios especializados;
3. Computador “Super”, devidamente equipado para ser um produto de ponta.
Pretende-se que calcule o valor de custo de existências vendidas utilizando ambos os critérios de valorização das saídas, FIFO e LIFO, com os dados que se apresentam:
Computador 1 Computador 2 Computador 3 Peças
Num. C. Unitário Num. C. Unitário Num. C. Unitário Valor
Vendas 120 200 u.m. 58 350 u.m. 12 1.000 u.m. 1.000 u.m.
Compras 140 150 u.m. 47 295 u.m. 12 750 u.m. 1.000 u.m.
Existência Inicial 20 125 u.m. 13 270 u.m. - - 500 u.m.
Existência Final ? ? ? ? ? ? 500 u.m.
II. OS CUSTOS IEFP
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Resolução:
Computador 1 Computador 2 Computador 3 Peças
Num. C. Unitário Num. C. Unitário Num. C. Unitário Valor
Vendas 120 200 u.m. 58 350 u.m. 12 1.000 u.m. 1.000 u.m.
Compras 140 150 u.m. 47 295 u.m. 12 750 u.m. 1.000 u.m.
Existência Inicial
20 125 u.m. 13 270 u.m. - - 500 u.m.
Existência Final FIFO
40 150 u.m. 2 295 u.m. 0 0 500 u.m.
C.E.V. FIFO 120 17.500 58 19.260 12 9.000
Existência Final LIFO
20
20
125 u.m.
150 u.m.
2 270 u.m. 0 0 500 u.m.
C.E.V. LIFO 120 18.000 58 16.835 12 9.000
IEFP II. OS CUSTOS
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II 36
4. TRANSPARÊNCIAS
O Conceito de Custo:
Custos, Despesas, Pagamentos, Proveitos, Receitas e Recebimentos.
Os custos na empresa - podem estar relacionados com as funções que os originam:
• De aprovisionamento;
• De produção ou industriais;
• De venda ou distribuição;
• Administrativos;
• Financeiros.
O Custo Industrial = Matérias - Primas consumidas+ Mão de Obra Directa + Gastos Gerais de Fabrico.
O Custo Económico - Técnico = Custo complexivo + custos figurativos (o valor de venda equivalente ao preço de venda normal)
Os Conceitos de Lucro:
Lucro Puro = Preço de Venda - Custo Económico - Técnico
Lucro Liquido = Preço de Venda - Custo Complexivo
Lucro Bruto = Preço de Venda - Custo Industrial
Custos dos Produtos e Custos dos Períodos:
A evolução dos custos nas empresas industriais
Em primeiro lugar temos:
• a compra das matérias-primas;
• os investimentos efectuados que se reflectem pelas amortizações;
• as aquisições diversas de fornecimentos e serviços externos;
• as despesas com pessoal;
• e outras despesas; que são incorporadas na Fabricação directamente ou por via dos Gastos Gerais de Fabrico.
Da Fabricação resulta o custo dos produtos acabados que vai valorizar as entradas desses produtos em armazém.
II. OS CUSTOS IEFP
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II 37
A Repartição dos Custos
Encargos por Natureza e Gastos por Destino
Possíveis Classificações dos Custos:
• Por Natureza
Respeita a classificação do POC ( Plano Oficial de Contabilidade), nas suas classes 6 - Custos e Perdas e 7 - Proveitos e Ganhos.
Classe 6 - Custos e Perdas
61 Custo das Mercadorias Vendidas e Consumidas
62 Fornecimentos e Serviços Externos
63 Impostos
64 Custos com Pessoal
65 Outros Custos e Perdas Operacionais
66 Amortizações do exercício
67 Provisões do exercício
68 Custos e Perdas Financeiras
69 Custos e Perdas Extraordinárias
Classe 7 - Proveitos e Ganhos
71 Vendas
72 Prestação de Serviços
73 Proveitos Suplementares
74 Subsídios à Exploração
75 Trabalhos para a própria empresa
76 Outros Proveitos Operacionais
78 Proveitos e Ganhos Financeiros
79 Proveitos e Ganhos Extraordinários
• Por Centros de Responsabilidade:
• Custos Directos e Indirectos.
• Custos Reais e Custos Básicos:
• Custos Fixos e Variáveis:
IEFP II. OS CUSTOS
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II 38
Os custos variáveis podem ser:
• progressivos - crescem mais do que o aumento da capacidade instalada;
• proporcionais - aumentam na mesma razão da capacidade instalada;
• degressivos - diminuem com o aumento da capacidade instalada, exemplo das economias de escala.
Existem ainda custos semi-variáveis são constituídos por uma parte fixa e outra parte variável.
• Custos por Actividade:
As empresas podem organizar-se em actividades para determinar custos e tomar decisões, nomeadamente:
• conjunto de actividades
• família de proveitos
• fase de fabricação.
• Custos Relevantes e Irrelevantes:
• Custos de Oportunidade:
• Custos Controláveis e Não Controláveis:
• Custos Marginais e Diferenciais:
CONTABILIDADEANALÍTICA
III. SISTEMAS DE CUSTOS
III. SISTEMAS DE CUSTOS IEFP
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III 41
1. RESUMO
1. Os componentes do custo industrial dos produtos são: o custo das matérias-primas, da mão-de-obra directa e os gastos gerais de fabrico.
2. Custo da produção acabada e da produção em vias de fabrico:
Utilizemos a seguinte nomenclatura:
• CPA = Custo de produção acabada no mês;
• PVFi = Produção vias fabrico inicial;
• PVFf = Produção vias fabrico final;
• Cm = Custo do mês;
Teremos:
CPA = PVFi + Cm - PVFf
3. O custo da produção acabada de determinado mês corresponde ao somatório dos custos incorridos nesse mês e dos custos incorporados em meses anteriores na produção por acabar. A este valor vamos retirar o valor da produção que fica por terminar no final do corrente mês.
4. O custo das matérias-primas é resultado da valorização das quantidades utilizadas na produção ao seu custo unitário. O custo das matérias-primas é determinado pelo custo de aquisição e por todos os custos suportados na sua aquisição, tais como seguros ou transportes.
5. No custo da mão-de-obra directa é necessário registar os tempos unitários de cada trabalhador em cada produção. Esta quantidade será valorizada ao custo unitário do trabalhador em causa. Estes custos não se referem apenas à remuneração auferida pelos trabalhadores, mas a todos os encargos e direitos a remunerações acessórias.
6. A questão que se coloca com os gastos gerais de fabrico é como reparti-los pelos produtos.
Para fazer esta repartição vamos recorrer às chamadas bases de imputação e determinar as unidades de imputação ou coeficientes de imputação.
Quota de imputação =imputação de Base
fabrico de gerais Gastos
As bases de imputação que destacamos são as unidades de matéria consumida e o número de horas de trabalho utilizadas.
IEFP III. SISTEMAS DE CUSTOS
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III 42
7. O tipo de custeio, também denominado de sistema de custeio, pode ser utilizado em duas vertentes distintas:
1. grau de incorporação dos custos fixos na determinação do custo dos produtos fabricados: total, variável e de imputação racional;
2. tipo de custos que são utilizados na determinação do custo industrial do produto: real e básico.
8. O sistema de custeio real e básico pode ser total, variável e com imputação racional de custos fixos.
9. O custeio total é caracterizado por ser considerado na valorização dos produtos os custos fixos na sua totalidade bem como os custos variáveis, sendo as existências finais valorizadas pelo custo total de produção.
10. Uma das formas de aplicar o sistema de imputação racional é imputar os custos fixos industriais à produção do mês, através da adopção de quotas teóricas e em função da actividade esperada para o período em análise.
11. O sistema de custeio variável ou direct costing é caracterizado por, apenas, considerar como custos dos produtos, os custos de produção variáveis.
12. O custeio total básico e o custeio variável básico caracterizam-se por determinar o custo industrial dos produtos em função de custos básicos.
A vantagem da utilização deste sistema é o facto de este ser um meio eficaz do controlo de gestão produzido, que simplifica o tratamento da informação analítica.
Os principais tipos de custos básicos são: os preços de mercado, os custos históricos, os custos orçamentados e os custos padrão (ideais ou normais), ou standard.
Nestes sistemas de custeio vamos fixar custos a priori para: as compras, custos de transformação e custos de produção.
As diferenças entre os valores reais e os valores calculados em sistemas de custeio básico vão originar os custos industriais não incorporados, resultantes da diferença entre os custos reais e os básicos.
As diferenças entre os valores reais e os valores calculados em sistemas de custeio básico vão, ainda, originar os desvios entre os valores reais e os valores básicos.
III. SISTEMAS DE CUSTOS IEFP
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III 43
2. PLANO DAS SESSÕES
Vamos estudar neste capítulo os sistemas de custos utilizados em Contabilidade Analítica para determinar o Custo Industrial dos Produtos.
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Distinguir e explicar os diferentes sistemas de custos.
Duração estimada: 21 horas
IEFP III. SISTEMAS DE CUSTOS
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III 44
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
Sabendo que a empresa Domingo S.A. produz um produto que consome duas matérias-primas (A e B), e que dispõe de um departamento de produção, de um departamento comercial e de um departamento fabril.
Assinale no quadro seguinte o que considerar correcto em relação ao processo produtivo:
Classificação face ao processo produtivo
Custos Custos de produção
Custo de período
MP MOD GGF Comercial Administrativo
Consumo de água.
Consumo de matéria-prima B.
Combustíveis dos carros dos vendedores.
Amortização de máquina produtiva.
Amortização do carro do vendedor.
Amortização do material de escritório.
Custo com campanha publicitária.
Salário do tesoureiro.
Comissões dos vendedores.
Consumo da matéria-prima A.
Ordenado do director produção.
Materiais de conservação da produção.
Salário do operário fabril.
Encargo com o salário do operário fabril.
Combustíveis utilizados na produção.
III. SISTEMAS DE CUSTOS IEFP
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III 45
Resolução
Classificação face ao Processo Produtivo Custos de Produção Custos de
período Custos da empresa Domingo S.A.: M-P MOD GGF Comerc. Admin
Consumo de água X Consumo de Matéria-prima B X
Combustíveis dos carros dos vendedores X Amortização de máquina produtiva X Amortização do carro do vendedor X
Amortização do material de escritório X Custo com campanha publicitária X
Salário do tesoureiro X Comissões dos vendedores X
Consumo da Matéria-prima A X Ordenado do Director Produção X
Materiais de conservação da produção X Salário do operário fabril X
Encargo com o salário do operário fabril X Combustíveis utilizados na produção X
Legenda: M-P = Matérias-Primas; MOD – Mão-de-Obra Directa; GGF - Gastos Gerais de Fabrico
IEFP III. SISTEMAS DE CUSTOS
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III 46
Exercício 2
Complete os campos sombreados nos quadros seguinte:
Rubricas Valor Valor
PVFi = Produção vias fabrico inicial
Matérias 4 500 000
Mão-de-obra directa
Gastos gerais fabrico 4 678 000 21 778 000
Custos do mês:
Matérias
Mão-de-obra directa 68 422 660
Gastos gerais fabrico 16 159 839 +
PVFf = Produção vias fabrico final
Matérias 1 235 000
Mão-de-obra directa 8 750 000
Gastos gerais fabrico - 12 417 000
Custo da produção acabada 123 432 100
Produção acabada
Custo unitário da produção acabada 5 555
Demonstração de Resultados do mês:
Rubricas Valor Unidade
Vendas u.m. 22 220x7 000
Custo industrial produtos vendidos u.m.
Lucro bruto 32 108 000 u.m.
Custos não industriais:
Custos de distribuição 4 750 000 u.m.
Custos administrativos u.m.
Custos financeiros 12 369 265 u.m.
Total custos não industriais u.m.
Lucro líquido antes de imposto sobre o rendimento
u.m. 22 220x368,5
III. SISTEMAS DE CUSTOS IEFP
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III 47
Resolução
PVFi = Produção vias fabrico inicial
• Matérias 4.500.000
• Mão de obra directa 12.600.000
• Gastos gerais fabrico 4.678.000 21.778.000
Custos do mês:
• Matérias 4.654.501
• Mão de obra directa 68.422.660
• Gastos gerais fabrico 16.159.839 + 89.237.000
PVFf = Produção vias fabrico final
• Matérias 1.235.000
• Mão de obra directa 8.750.000
• Gastos gerais fabrico 2.432.000 - 12.417.000 ----------------
Custo da produção acabada 123.432.000
Produção acabada 22.220
Custo unitário da produção acabada 5.555
Demonstração de Resultados do mês:
1. Vendas 155.540.000 u.m. 22.220x7.000 2. Custo industrial produtos
vendidos 123.432.000 u.m.
3. Lucro bruto 32.108.000 u.m. 4. Custos não industriais: 5. Custos de distribuição 4.750.000 u.m. 6. Custos administrativos 6.800.665 u.m. 7. Custos financeiros 12.369.265 u.m. 8. Total custos não industriais 23.919.930 u.m.
9. Lucro liquido antes de imposto. sobre o rendimento
8.188.070 u.m. 22.220x368,5
IEFP III. SISTEMAS DE CUSTOS
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III 48
Exercício 3
Suponhamos que determinada olaria produziu 40.000 vasos para flores no mês de Setembro de 199X, no entanto devido a dificuldades de vendas apenas comercializou 30.000 desses vasos.
São conhecidas as seguintes informações:
• a empresa não tinha quaisquer stock de produtos acabados, matérias-primas ou produtos em vias de fabrico no início do mês;
• as unidades não vendidas ficaram em stock;
• os custos variáveis unitários são os seguintes:
• matérias-primas - 75 u.m.;
• mão de obra directa - 50 u.m.;
• gastos gerais de fabrico - 20 u.m.;
• custos comerciais - 5 u.m.;
• custos administrativos - 2,5 u.m.;
• os custos fixos mensais são os seguintes:
• gastos gerais de fabrico - 1.490.000 u.m.;
• custos comerciais - 435.000 u.m.;
• custos administrativos - 256.000 u.m.;
• outros custos - 240.000 u.m.;
• preço de venda unitário foi de 240 u.m. por vaso de barro.
Pretende-se para os sistemas de custeio total e variável:
1. Determinação do custo industrial dos produtos fabricados;
2. Determinação do custo industrial dos produtos vendidos;
3. Elaboração da demonstração de resultados operacionais.
III. SISTEMAS DE CUSTOS IEFP
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III 49
Resolução
Rubrica Quantidade Custo Unitário Custo Global Variável
Custo Global Fixo
Matérias Primas
40.000 75 3.000.000
Mão de Obra Directa
40.000 50 2.000.000
Gastos gerais Fabrico
40.000 20 800.000 1.490.000
5.800.000 1.490.000
Custo Industrial Produtos fabricados
40.000 182.25 7.290.000
Custo Industrial Produtos Vendidos
30.000 182.25 5.467.500
Demonstração de Resultados Operacionais
Rubricas Quantidades Valores Unitários Valores Totais
Vendas 30.000 240 7.200.000
C.I.P.V. 30.000 182.25 5.467.500
Custos Comerciais 435.000
Custos Administrativos
256.000
Outros Custos 240.000
Resultado Operacional
801.500
IEFP III. SISTEMAS DE CUSTOS
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III 50
4. TRANSPARÊNCIAS
Custos fixos de produção Custo Total > Existências Custo total > Custo ------------- > Fabricação dos produtos de produtos dos produtos Industrial dos Custos acabados acabados vendidos produtos variáveis de vendidos produção
Custos dos produtos Custos do Período
C.Fixos
Custos fixos + custos variáveis
C. variáveis
Custos variáveis
O custo dos produtos é formado por custos fixos e por custos variáveis
Sistemas de imputação racional de custos fixos
Sistemas de custos total
Sistema de custos variável
Custos variáveis + parte de custos fixos
III. SISTEMAS DE CUSTOS IEFP
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III 51
Componentes do Custo Industrial dos Produtos:
• Custo das matérias primas;
• Custos da mão de obra directa;
• Gastos gerais de fabrico.
O Custo da Produção Acabada e da Produção em Vias de Fabrico:
Utilizamos a seguinte nomenclatura:
• CPA = Custo de Produção Acabada no mês
• PVFi = Produção Vias Fabrico inicial
• PVFf = Produção Vias Fabrico final
• Cm = Custo do mês
Teremos:
CPA = PVFi + Cm - PVFf
O Custo das Matérias Primas
O Custo da Mão-de-Obra Directa
Os Gastos Gerais de Fabrico
Gastos gerais de fabrico
Quota de imputação =---------------------------------------
base de imputação
Existem duas vertentes distintivas do tipo de custeio que podemos utilizar:
1. O grau de incorporação dos custos fixos na determinação do custo dos produtos fabricados:
• Total - todos os custos fixos são incorporados no custo industrial do produto;
• Variável - só os custos variáveis são custos dos produtos, pelo que nenhum custo fixo influência o custo do produto;
• De imputação racional - os custos fixos são incorporados parcialmente em função de relações estabelecidas entre a capacidade instalada e o volume dos custos fixos.
IEFP III. SISTEMAS DE CUSTOS
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III 52
2. O tipo de custos que são utilizados na determinação do custo industrial do produto:
• Real - todos os custos são reais, verificados efectivamente e portanto passados;
• Básicos - os custos considerados em certas operações são custos determinados antes do acontecimento efectivo, são custos provisionais determinados a priori.
Em função destas características podemos ter:
1. Sistemas de custeio total:
• real ou básico;
2. Sistemas de custos com imputação racional de custos fixos:
• reais ou básicos
3. Sistemas de custeio variável:
• real ou básico.
Ou de outra forma:
1. Custeio Real
• total
• variável
• imputação racional de custos fixos
2. Custeio Básico
• total
• variável
• imputação racional de custos fixos
CONTABILIDADEANALÍTICA
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
IV ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
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IV 55
1. RESUMO
1. Os sistemas de registo dos movimentos contabilísticos são: monistas - movimentados por contrapartidas das contas da contabilidade analítica e dualistas - não há movimentações da Contabilidade Geral, por contrapartida da Contabilidade Analítica.
2. De acordo com o POC - (Plano Oficial de Contabilidade), as contas da Contabilidade Analítica estão integradas na classe 9.
9 X
1º dígito - Classe de contas da Contabilidade Analítica
2º dígito - grupo de contas
3. Contas típicas da Contabilidade Analítica são:
Conta Designação de conta
91 - Contas reflectidas 92 - Reclassificações de custos 93 - Centros de custos 94 - Fabricação 95 - Existências 96 - Encargos a repartir 97 - Desvios sobre custos preestabelecidos 98 - Diferenças de incorporação 99 - Resultados analíticos
As contas mais significativas pelo sistema de movimentação monista radical são:
91 Contas reflectidas - utilizadas no sistema dualista e funcionam como contas espelho das contas da contabilidade geral na contabilidade analítica.
92 Reclassificação de custos;
92.1 Custo das compras - debita-se pelos custos externos, por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas; credita-se pelos custos internos, por contrapartida das contas de Centros de custos (94) e por contrapartida das contas de existências (93) de matérias-primas, subsidiárias e de consumo;
92.2 Mão-de-obra directa - debita-se pelos custos reais, por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas e pelos custos mensualizados de encargos sociais, por contrapartida das contas de encargos sociais; credita-se por contrapartida das contas de fabricação na parcela de custos de mão-de-obra imputados aos produtos fabricados;
IEFP IV ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
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IV 56
92.3 Gastos gerais de fabrico - debita-se pelos encargos reais, por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas, pelos custos internos, por contrapartida das contas de Encargos a repartir (92) e pelos custos internos, por contrapartida das contas de existências, pelos consumos de matérias subsidiárias e materiais diversos; credita-se por contrapartida das contas de fabricação (95), pela parcela de gastos gerais de fabrico de mão-de-obra imputados aos produtos fabricados;
92.4 Custos de transformação - esta conta é movimentada em alternativa às anteriores 91.1, 91.2 e 91.3.
93 Centros de Custos - estas contas utilizam-se para apuramento de custos, em alternativa às de reclassificação de custos de mão-de-obra (91.2) e de gastos gerais de fabrico (91.3) ou de custos de transformação (91.4), movimentando-se da mesma forma.
Os centros de custos de distribuição (94.3) e administrativos (94.4) são saldados mensalmente por débito das contas de resultados analíticos, 98.4 - Custos de distribuição e 98.5 - Custos administrativos;
94 Fabricação - debita-se por contrapartida da conta de Existências de matérias-primas, subsidiárias e de consumo - 93.4 e por contrapartida das contas que reflectem os custos de mão-de-obra e gastos gerais de fabrico; credita-se por contrapartida das contas de existências de produtos acabados e semi-acabados (93.1), e subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos (93.2);
95 Existências - registam-se pelo sistema de inventário permanente.
95.1 Produtos e trabalhos em curso e a 93.2 - Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos movimentam-se da seguinte forma. Debita-se por contrapartida das contas de fabricação, para apuramento do custo industrial dos produtos fabricados entrados em armazém; credita-se por contrapartida das contas 98.2 pelas saídas de armazém para vendas e por contrapartida das contas de fabricação (95), pelos produtos semi-acabados saídos de armazém para a fabricação;
95.4 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo - debita-se por contrapartida das contas de reclassificações - custo das compras (91.1), pelo valor das entradas em armazém; credita-se por contrapartida das contas de fabricação (95), pelas saídas de armazém para consumo na produção e por contrapartida das contas de gastos gerais de fabrico (91.3), ou custos de transformação (91.4), ou centros de custos (94) pelo consumo de matérias subsidiárias e de consumo.
96 Encargos a repartir - as várias contas têm movimentação semelhante variando apenas as contrapartidas. Assim debita-se por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas: custos com pessoal, seguros, conservação e reparação e amortizações; credita-se por contrapartida das contas de reclassificação de custos e das contas de centros de custos;
99 Resultados Analíticos
Contas a debitar:
99.2 Custo das vendas por contrapartida das contas de existências (93.1) pelo valor do custo industrial dos produtos vendidos;
IV ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 57
99.4 Custos de distribuição ou por contrapartida da classe 62 - Fornecimentos e serviços externos ou por contrapartida do centro de custo de distribuição (94.3);
99.5 Custos administrativos ou por contrapartida da classe 62 - Fornecimentos e serviços externos ou por contrapartida do centro de custo administrativos (94.4);
99.6.1 Custos financeiros por contrapartida da classe 68 - Custos financeiros;
99.7. Outros custos e 98.8.1 - Resultados extraordinários ou 98.8.2 de exercícios anteriores, por contrapartida das contas de Custos e perdas extraordinárias - 69;
Contas a creditar:
99.1 Vendas por contrapartida da 71 - Vendas de mercadorias e produtos;
99.6.2 Proveitos financeiros por contrapartida da conta 78 - Proveitos financeiros;
99.7.2 Outros proveitos e 98.8.1 - Resultados extraordinários ou 98.8.2 de exercícios anteriores, por contrapartida da conta 69.
IEFP IV ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 58
2. PLANO DAS SESSÕES
Vamos estudar neste capítulo as possíveis formas de organizar uma Contabilidade Analítica e a forma de movimentar as suas principais contas.
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Descrever o funcionamento da Contabilidade Analítica;
• Explicar o conteúdo e movimentar as contas mais importantes.
Duração estimada: 14 horas
IV ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 59
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
Explique as diferenças entre sistema monista e sistema dualista (num máximo de dez linhas)
Resolução
Nos sistemas monistas há movimentação das contas da Contabilidade Analítica, por contrapartida de contas da Contabilidade Geral.
Nos sistemas dualistas as duas contabilidades encontram-se totalmente separadas, não sendo movimentadas contas de uma por contrapartida da outra. Embora seja necessário assegurar a sua concordância, funcionam separadamente.
Exercício 2
Preencher os espaços em branco no seguinte quadro de contas:
9 2 C __ustos__. R _epartir__.
9 R . C .
9 E .
9 F .
9 E . R .
9 D . S . C . P .
9 C . C .
9 R . A .
9 D . I .
IEFP IV ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 60
Resolução
9 1 Contas Reflectidas
9 2 Reclassificação Custos
9 3 Centros Custos
9 4 Fabricação
9 5 Existências
9 6 Encargos Repartir
9 7 Desvios Sobre Custos Pré-estabelecidos
9 8 Diferenças Incorporação
9 9 Resultados Analiticos
IV ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 61
Exercício 3
A empresa “Pão Bom” produz bolos secos para hospitais através da transformação de 2 tipos de farinha e algumas matérias subsidiárias. São conhecidos os seguintes elementos referentes ao mês de Junho:
Existências iniciais
Compras Consumos
Matérias primas Farinha de 1ª
15.123 Kg a 200 u.m./Kg
45.154 Kg a 210 u.m./Kg
57.935 Kg
Farinha de 2ª 32.458 Kg a 150 u.m. / Kg
65.795 Kg a 145 u.m./Kg
90.143 Kg
Matérias subsidiárias
354.748 u.m. 2.350.000 u.m. 2.504.748u.m.
Produtos acabados
4.350 Kg a 2000 u.m.
• A empresa utiliza o critério do custo médio na valorização das saídas das matérias-primas e subsidiárias e dos produtos acabados.
• A produção do mês foi de 45.835 Kg de bolos.
• As vendas do mês foram de 47.500 Kg de bolos a 3000 u.m. por Kg, as vendas são integralmente realizadas a crédito.
• Os custos de transformação suportados foram os seguintes:
Salários (mão de obra directa) 30.000.000 u.m.
Encargos sociais 60%
Electricidade e água 4.502.569 u.m.
Manutenção e conservação 15.897.256 u.m
Amortizações mensais 2.500.000 u.m
Custos administrativos
Ordenados 5.000.000 u.m
Encargos sociais 60%
Amortizações mensais 565.498 u.m
Custos financeiros 32.614.235 u.m
Calcular os valores que considerar necessários e efectuar os lançamentos do mês.
Resolução
Vamos efectuar os lançamentos referentes às operações do mês de Junho:
Cálculos Acessórios.
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1
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 65
Vamos em primeiro lugar efectuar os lançamentos no diário
(a unidade são unidades monetárias):
92.1 Custo das compras
a 31.6 Compras de Matérias primas
(1) - Pelo custo das compras 21.372.615
------------/-----------
95.6 Matérias-primas Subsidiárias Consumo
a 91.1 Custo das compras
(2) - Transferência do custo compras
21.372.615
------------/-----------
92.4 Custos de transformação
a Diversos
(3) - Custos de transformação do mês
a 95.6 Matérias-primas subsidiárias consumo
27.745.373
a 62.9 Fornecimentos serviços externos 20.399.825
a 64.9 Custos com pessoal 48.000.000
a 66.9 Amortizações exercício 2.500.000 98.645.198
------------/-----------
99.5 Custos Administrativos
a Diversos
(4) Custos não industriais
a 64.9 Custos com pessoal 8.000.000
a 66.9 Amortizações 565.498 8.565.498
------------/-----------
94.1 Fabricação do produto
a 92.4 Custos de transformação
IEFP IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 66
(5) - Apuramento do custo produção
98.645.198
------------/-----------
94.1 Produtos acabados e semi acabados
a 95.1 Fabricação do produto
(6) - Transferência do custo dos produtos acabados
98.645.198
------------/-----------
99.2 Custo das vendas
a 95.1 Produtos acabados e semi acabados
101.602.011
(7) - Custo das vendas
------------/-----------
71 Vendas
a 99.1 Vendas liquidas
(8) - Vendas efectuadas 142.500.000
------------/-----------
99.6 Custos Financeiros
a 68.9 Custos Financeiros
(9) - Custos Financeiros 32.614.235
------------/-----------
Em segundo lugar vamos efectuar os lançamentos no razão:
31.9 Compras de matérias primas
(1) 21.372.615
62.9 Fornecimentos e serviços externos
(3) 20.399.825
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 67
64.9 Custos com o pessoal
(3) 48.000.000
(4) 8.565.498
66.9 – Amortizações
(3) 2.500.000
(4) 565.498
68.9 Custos Financeiros
(9) 32.614.235
92.1 Custo das compras
(1) 21.372.615 (2) 21.372.615
92.4 Custos de transformação
(3) 98.645.198 (5) 98.645.198
95.1 Produtos acabados e semi acabados
Ei 8.700.000 (7) 101.602.011
(6) 98.645.198 Ef 5.743.187
107.345.198 107.345.198
95.4 Matérias primas, subsidiárias e de consumo
Ei 8.248.048 (3) 27.745.373
(2) 21.372.615 Ef 1.875.290
29.620.663 29.620.663
IEFP IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 68
94.1 – Fabricação
(5) 98.645.198 (6) 98.645.198
99.1 Vendas liquidas
(8) 142.500.000
99.2 Custo das vendas
(7) 101.602.011
99.5 Custos administrativos
(4) 8.565.498
99.6 Custos Financeiros
(9) 32.614.235
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 69
4. TRANSPARÊNCIAS
Contas Típicas da Contabilidade Analítica e sua Movimentação:
De acordo com o POC - Plano Oficial de Contabilidade, as contas da Contabilidade Analítica estão integradas na classe 9.
9 X
1º digito - Classe de contas da C.A.
2º digito - grupo de contas
As contas existentes na contabilidade analítica são as seguintes:
Conta Designação de conta
91 - Contas reflectidas
92 - Reclassificações de custos
93 - Centros de custos
94 - Fabricação
95 - Existências
96 - Encargos a repartir
97 - Desvios sobre custos preestabelecidos
98 - Diferenças de incorporação
99 - Resultados analíticos
Custo das Compras:
Debita-se Credita-se
• pelos custos externos, por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas;
• pelos custos internos, por contrapartida das contas de centros de custos - 94 (por exemplo, armazéns).
• por contrapartida das contas de existências (93) de matérias-primas, subsidiárias e de consumo.
IEFP IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 70
Esquematicamente poderemos representar:
61-Compras 92.1-Custo das compras
95.4-Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
Custos
62 - F.S.E Externos
Custos
totais
94.1-Centro de Custo
Custos Internos
Mão de Obra Directa:
Debita-se Credita-se
• pelos custos reais, por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas (despesas com pessoal - 64);
• pelos custos mensualizados de encargos sociais, por contrapartida das contas de encargos sociais (92.1).
• por contrapartida das contas de fabricação (95) na parcela de custos de mão-de-obra imputados aos produtos fabricados.
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 71
91.3 - Gastos Gerais de Fabrico:
Debita-se Credita-se
• pelos encargos reais, por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas;
• pelos custos internos, por contrapartida das contas de encargos a repartir - 92;
• pelos custos internos, por contrapartida das contas de existências (93.4), pelos consumos de matérias subsidiárias e materiais diversos.
• por contrapartida das contas de fabricação (95), pela parcela de gastos gerais de fabrico de mão-de-obra imputados aos produtos fabricados.
IEFP IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 72
94 – Fabricação:
Debita-se por: Credita-se por:
• contrapartida da conta de existências de matérias-primas, subsidiárias e de consumo -95.6;
• contrapartida das contas que reflectem os custos de mão de obra e gastos gerais de fabrico, 92.2 - mão de obra directa, ou 92.3 - gastos gerais de fabrico, ou 92.4 - custos de transformação, ou 93.2 - centros de custos industriais.
• contrapartida das contas de existências de: produtos acabados e semi-acabados (95.2), e subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos (95.4).
Teremos o seguinte esquema para apuramento do Custo industrial dos produtos fabricados:
9.6- Matérias primas
94.1 - Fabricação - Produto A
95.2 - Produtos Acabados
93.2 - Centro de Custos Industriais
94.2 - Fabricação Produto B
92.2 - Mão de obra directa
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 73
93 - Centros de Custos
Contas da Classe 6
93.2 - Centro de custo industrial
94- Fabricação
92 - Encargos a repartir
93.3- Centro de custo de distribuição
99.4 - Custos de distribuição
95.6-Matérias primas
subsidiárias e de consumo
93.4-Centro de custo
administrativo
99.5-Custos administrativos
95 – Existências.
Registam-se neste grupo os movimentos das existências pelo sistema de inventário permanente:
A conta 95.5 - Produtos e trabalhos em curso e a 95.4 - Sub - produtos, desperdícios, resíduos e refugos movimentam-se da seguinte forma:
Debita-se por: Credita-se por: • contrapartida das contas de fabricação
(94), para apuramento do custo industrial dos produtos fabricados entrados em armazém.
• contrapartida das contas 99.2 pelas saídas de armazém para vendas;
• por contrapartida das contas de fabricação (94), pelos produtos semi-acabados saídos de armazém para a fabricação.
IEFP IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 74
A conta 95.6 - Matérias primas, subsidiárias e de consumo:
Debita-se por: Credita-se por:
• contrapartida das contas de reclassificações - custo das compras (92.1) pelo valor das entradas em armazém
• contrapartida das contas de fabricação (954) pelas saídas de armazém para consumo na produção
• por contrapartida das contas de gastos gerais de fabrico (92.3), ou custos de transformação (92.4) ou centros de custos (92) pelo consumo de matérias subsidiárias e de consumo
96 - Encargos a repartir:
As várias contas têm movimentação semelhante variando apenas as contrapartidas:
Debita-se Credita-se
• Por contrapartida das contas da classe 6 - Custos e perdas: 64- despesas com pessoal; 62- seguros; 62- conservação e reparação; 66- amortizações.
• Por contrapartida das contas de reclassificação de custos - 91 e das contas de centros de custos - 94.
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 75
99 - Resultados Analíticos
Contas a debitar Contas a creditar
• 99.2 - custo das vendas por contrapartida das contas de existências (95.1) pelo valor do custo industrial dos produtos vendidos;
• 99.4 - custos de distribuição ou por contrapartida da classe 62 - fornecimentos e serviços externos ou por contrapartida do centro de custo de distribuição (93.3);
• 99.5 - custos administrativos ou por contrapartida da classe 62 - fornecimentos e serviços externos ou por contrapartida do centro de custo administrativos (93.4);
• 99.6.1- custos financeiros por contrapartida da classe 68 - custos financeiros;
• 99.7.1 - outros custos e 99.8.1 - resultados extraordinários ou 99.8.2 de exercícios anteriores, por contrapartida das contas de custos e perdas extraordinárias - 69.
• 99.1 - vendas por contrapartida da 71 - vendas de mercadorias e produtos;
• 99.6.2-proveitos financeiros por contrapartida da conta 78 - proveitos financeiros;
• 99.7.2 - outros proveitos e 99.8.1 - resultados extraordinários ou 99.8.2 de exercícios anteriores, por contrapartida da conta 69.
IEFP IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 76
Resultados Analíticos:
99.1 - Vendas 71- Vendas
95.2- Existências produtos acabados
99.2 - Custo
vendas
93.3 - Centro custo distribuição
99.4 - Custos distribuição
93.4 - Centro custo administrativo
99.5 Custos administrativos
Contas da classe 6
68- Custos financeiros
99.6- Custos e proveitos
financeiros
78-Proveitos financeiros
IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
IV 77
Resultados Extraordinário:
68- Custos extraordinário
99.6- Custos e proveitos
extraordinário
78-Proveitos extraordinario
IEFP IV. ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
Guia do Formador Contabilidade Analítica
IV 78
5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR
• http://www.dashofer.pt
• http://www.apotec.pt
• http://www.boletimempresarial.pt
• http://www.ctoc.pt
CONTABILIDADEANALÍTICA
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
V 81
1. RESUMO
1. Apuramento do custo de produção e regimes de fabrico
Um ciclo produtivo inicia-se com a compra das matérias-primas e encerra-se com a venda dos produtos:
Compra de matérias-primas
Entrada dos produtos acabados em armazém
Venda dos produtos acabados
Recebimento do valor da venda e nova compra de matérias-primas
Transformação das matérias-primas em produtos acabados
Expedição dos produtos acabados
Figura V.4 - Ciclo produtivo
2. Com base nestas divisões, existem tipos de fabricação principais: a fabricação contínua de um único produto, a fabricação de produtos diferentes do ponto de vista de qualidade, a fabricação por fases e fabricação por obras ou por tarefas.
3. Em função do regime de fabrico vamos ter, também, formas de apuramento distintas do custo de produção, distinguindo-se dois métodos principais: método directo ou dos custos por ordens de produção ou da encomenda e método indirecto ou dos custos por processos.
4. O coeficiente de imputação é uma relação verificada entre duas grandezas, sendo o denominador a base de imputação. Podemos trabalhar com coeficientes de imputação reais ou teóricos.
5. Quando imputamos os custos por quotas teóricas aos produtos, vamos ocasionar as chamadas diferenças de imputação.
6. Os gastos gerais de fabrico podem, ainda, ser repartidos de acordo com uma única base de repartição. Trata-se da chamada imputação de base única. As bases possíveis são:
• Custo da mão-de-obra directa;
• Número de horas de mão-de-obra directa;
• Número de unidades fabricadas;
• Quantidade de matérias-primas consumidas;
• Custo das matérias-primas consumidas;
• Número de horas de trabalho das máquinas.
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
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V 82
7. Na produção conjunta podemos obter os produtos principais ou co-produtos, subprodutos e, ainda, resíduos ou desperdícios:
• Os produtos principais ou co-produtos são os produtos que, obtidos da produção conjunta, têm o mesmo grau de importância.
• Os subprodutos são produtos secundários. Existe um produto principal e um subproduto.
• Os resíduo são produtos de baixo valor.
8. Na produção conjunta vão ser individualizadas três fases: fase conjunta, ponto de separação e fase especifica.
• Se estivermos perante uma produção conjunta teremos um ponto de separação de onde resultarão produtos diferentes e cada um terá custos específicos.
9. Os critérios de repartição dos custos de produção conjuntos:
Rubricas Critérios de repartição
Co-produtos. • Quantidades produzidas;
• Valor de venda da produção;
• Valor de venda da produção reportado ao ponto de separação.
Subprodutos e resíduos. Critério do lucro nulo.
10. A produção descontínua ou por tarefa caracteriza-se por podermos identificar o produto em cada fase do ciclo produtivo de fabricação.
11. método mais apropriado para apurar o custo industrial dos produtos vendidos é o directo.
12. método das secções homogéneas consiste no cálculo do custo industrial e dos custos não industriais recorrendo a centros de custos ou secções.
13. Os custos de funcionamento devem ser repartidos pelos centros de responsabilidade existentes, devendo estes estarem divididos em centros de custos.
14. Para se considerar uma secção homogénea, o centro de custo tem que respeitar as seguintes características: ter um só responsável, as funções devem ser semelhantes e a actividade tem que ser medida numa unidade.
15. Podemos considerar a seguinte classificação de secções, derivada das funções estabelecidas na empresa: secções de aprovisionamento, secções de produção, secções de distribuição e secções administrativas e financeiras.
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 83
16. Podemos, de outra forma, classificar as secções ou centros de custos em:
• Industriais:
Secções principais - responsáveis pelo aprovisionamento, produção e venda;
Secções auxiliares - para produzir bens ou prestar serviços para outras.
• Não industriais:
Secções administrativas - secções de contabilidade, pessoal, etc...
17. Chama-se unidade de imputação à unidade de medida que vai ser incorporada nos produtos finais ou noutras secções.
18. A unidade de custeio expressa o custo de determinada secção.
19. A unidade de obra expressa a actividade de cada secção e é simultaneamente unidade de custeio e unidade de imputação.
20. O método das secções caracteriza-se por, em primeiro lugar, reflectir nas secções os custos de funcionamento e, em segundo lugar, o custo de produção ser apurado pelos consumos de unidades dessas mesmas secções.
21. Os custos das secções
• Directos - que ocorrem ou que estão directamente relacionados com cada secção;
• Reembolsos - custos indirectos, ou seja contribuição de outras secções que são imputados nas secções principais beneficiárias, que estão a ser valorizadas, através de bases repartição.
22. Nas secções ou centros de custos industriais, de aprovisionamento ou armazéns temos:
• custo total de cada secção - soma dos custos directos com os reembolsos;
• custo total dividido pela actividade da secção - unidade de obra;
• custo total dividido pela base de imputação - unidade de imputação;
• custo total dividido pelo número de meses ou de dias - unidade de custeio.
23. As secções, ou centros de custos não industriais, vão ser totalizadas e directamente levadas à Demonstração de Resultados, não entrando na valorização dos produtos, nomeadamente, as secções administrativas e financeiras.
24. Após o cálculo do custo de transformação vamos apurar os custos de produção utilizando só os custos das unidades de obra das secções principais.
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V 84
25. Bases de repartição utilizadas para repartir os gastos não industriais:
Gastos Bases de imputação
Secção de vendas: • Valor das vendas; • Administrativos; • Quantidades vendidas; • Comerciais puros; • Número de encomendas; • Publicidade e promoção. • Valor das vendas. Armazenagem de produtos acabados. • Quantidades entradas em
armazém; • Quantidades saídas de armazém; • Valor produtos entrados em
armazém; • Valor dos produtos saídos de
armazém. Distribuição e entrega de produtos. • Distâncias percorridas; • Pesos dos produtos. Contabilidade, tesouraria e outros. • Valor das vendas; • Número de documentos; • Valor de vendas.
26. A repartição dos gastos não industriais é de dois grandes tipos: os de distribuição relativos às acções de vendas, marketing e outras rubricas e os administrativos relativos às secções de contabilidade, expediente, tesouraria, etc...
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 85
2. PLANO DAS SESSÕES
Neste capítulo vão ser estudadas as formas de repartir os gastos pelos produtos, em função dos produtos fabricados e dos métodos utilizados.
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Efectuar a repartição dos gastos gerais de fabrico em função de diferentes critérios;
• Caracterizar produção conjunta;
• Efectuar a valorização dos sub – produtos;
• Explicar a importância do ponto de separaçã;
• Definir e classificar centros de custos;
• Aplicar o método das secções homogéneas;
• Fazer a repartição de custos;
• Identificar e aplicar o conceito de prestações recíprocas;
• Determinar o custo unitário dos produtos fabricados.
Duração estimada: 35 horas
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3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
Identifique se são verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações, justificando as suas respostas num máximo de 10 linhas por afirmação:
1. A fabricação continua está associada a um regime de fabricação múltiplo.
2. No regime de fabricação por obras ou tarefas sabemos em cada momento os custos incorridos.
3. Num regime de fabricação descontinuo conseguimos identificar as diversas fases em que o produto se encontra.
4. O regime de produção complexa caracteriza-se pela existência de uma única operação de transformação.
Resolução:
1. FALSA
2. VERDADEIRA
3. VERDADEIRA
4. FALSA
Exercício 2
Identifique, caracterizando cada um dos aspectos distintivos dos métodos directo e indirecto que se podem utilizar para o apuramento do custo de produção ( não exceder 5 linhas por cada um dos aspectos).
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 87
Resolução
Método directo Método indirecto
Regimes de fabrico
• Produção múltipla, diversificada e descontínua.
• Produção uniforme ou pouco diferenciada e contínua.
Forma de cálculo do custo industrial
• Por ordens de produção - custo por obra ou ordem.
• Por produtos - custo unitário.
Período a que respeita o custo industrial do produto
• Relativo ao tempo necessário para cada obra.
• Relativo ao mês.
Identificação do produto
• Identificável ao longo de todo o processo de produção pela ordem;
• O produto não é identificável ao longo da produção;
• Os custos de cada ordem de produção estão identificados.
• Os custos do mês são do produto.
Acumulação dos custos industriais
• Feita por ordem de produção, obra a obra;
• Feita por cada produto;
• Feita durante todo o período de produção da obra.
• Acumulação mensal.
Determinação do custo da produção em vias de fabrico no fim do mês
• Pelo saldo apresentado na ficha da obra.
• Pela inventariação da produção em vias de fabrico e correspondente valorização.
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V 88
Exercício 3
A empresa D dedica-se à produção de três produtos o P1, o P2 e o P3.
A produção resulta da transformação das matérias-primas MP1 e MP2 nas secções S1, S2 e S3, estas são três secções fabris cuja unidade de imputação é a Hora Homem (Hh).
Conhecemos os elementos referentes ao mês de Junho do ano 199Z que constam no quadro 1.
Com base nestes elementos e sabendo que:
• a empresa utiliza o critério LIFO na valorização do custo das existências vendidas;
• os gastos gerais de fabrico são imputados aos produtos em função do número de horas de mão de obra directa consumidas;
• os consumos de mão de obra directa são considerados custos variáveis;
Calcule:
1. O custo de produção industrial da produção acabada no mês em estudo pelos sistema de custeio total e custeio variável, repartindo os gastos gerais de fabrico numa base única e numa base múltipla;
2. A valorização das existências finais em cada um dos sistemas referidos em 1;
3. O resultado líquido gerado por cada um dos sistemas de custeio apresentados.
Resolução
Rubrica: Unidade C. Unitário Produto P1
Produto P2
Produto P3 Total
Produção produtos acabados
Ton 25.000 15.000 5.000
Exist. iniciais prod. Acabados
Ton 5.000 4.000 1.500
Custo / Ton 350 250 180
Matérias-primas MP1 Kg 15 3 / ton 1,5/ton 2 / ton
Matérias-primas MP2 Kg 20 0,5 /ton 0,5 /ton 0,5 / ton
Mão-de-obra directa Hora 1.750 2.050 1.950 200
GGF - Secção S1 Hh 1.000 700 100 GGF - Secção S2 Hh 750 700 50
GGF - Secção S3 Hh 300 550 50
Custos fixos S1 1.598.324
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 89
Rubrica: Unidade C. Unitário Produto P1
Produto P2
Produto P3 Total
Custos fixos S2 1.569.250
Custos fixos S3 496.000
Custos variáveis S1 4.548.750
Custos variáveis S2 1.350.000
Custos de distribuição
250.000
Custos administrativos
375.000
Vendas - quantidade ton 25.000 17.000 6.000
preço unitário u.m. 400 300 200
S1 S2 S3
Custos Fixos 1.598.325 1.569.250 496.000
Custos Variaveis 4.548.750 1.350.000 0
Total 6.147.075 2.919.250 496.000
Horas trabalhadas
1.800 1.500 900
Cuto Unitário total 3.415 1.946 551
Custo Unitário variavel
2.527 900 0
Mapa do custo de produção Custeio Total
P1 P2 P3
Custo Unitário
Quantidades Valor Quantidade
s Valor Quantidades Valor
Materias primas
MP1 15 225.000 3.375.000 22.500 337.500 10.000 150.000
MP2 20 12.500 250.000 7.500 150.000 2.500 50.000
Total 3.625.000 487.500 200.000
Mao de obra directa
1.750 2.050 3.587.500 1.950 3.412.500 200 350.000
Total 3.587.500 3.412.500 350.000
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
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V 90
Custos de Transformação
S1 3.415 1.000 3.415.042 700 2.390.529 100 341.504
S2 1.946 750 1.459.625 700 1.362.317 50 97.308
S3 551 300 165.333 550 303.111 50 27.556
Total 5.040.000 4.055.957 466.368
Custo do produto acabado
12.252.500 7.955.957 1.016.368
Quantidades produzidas
25.000 15.000 5.000
Custo unitário 490 530 203
Mapa do custo de produção Custeio Variável
P1 P2 P3
Custo Unitário Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor
Materias primas
MP1 15 225.000 3.375.000 22.500 337.500 10.000 150.000
MP2 20 12.500 250.000 7.500 150.000 2.500 50.000
Total 3.625.000 487.500 200.000
Mao de obra directa
1.750 2.050 3.587.500 1.950 3.412.500 200 350.000
Total 3.587.500 3.412.500 350.000
Custos de Transformação
S1 2.527 1.000 2.527.083 700 1.768.958 100 252.708
S2 900 750 675.000 700 630.000 50 45.000
S3 0 300 0 550 303.111 50 0
Total 3.202.083 2.702.069 297.708 Custo do produto acabado
10.414.583 6.602.069 847.708
Quantidades produzidas
25.000 15.000 5.000
Custo unitário 417 440 170
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 91
Valorização das Existências Finais - LIFO - Custeio Total
P1 P2 P3 Total Existências iniciais
Q 5.000 4.000 1.500
Custo unitário
350 650 180
Total 1.750.000 2.600.000 270.000 4.620.000 Produção Q 25.000 15.000 5.000
Custo unitário
490 530 203
Total 12.252.500 7.955.957 1.016.368 21.224.825 Vendas Q 25.000 17.000 6.000
Custo unitário
490 544 199
Total 12.252.500 9.255.957 1.196.368 22.704.825 Existências finais Q 5.000 2.000 500
Custo unitário
350 650 180
Total 1.750.000 1.300.000 90.000 3.140.000 Valorização das Existências Finais - LIFO - Custeio variável
P1 P2 P3 Total Existências iniciais
Q 5.000 4.000 1.500
Custo unitário
350 650 180
Total 1.750.000 2.600.000 270.000 4.620.000
Produção Q 25.000 15.000 5.000 Custo unit 417 440 170 Total 10.414.583 6.602.069 847.708 17.864.361
Vendas Q 25.000 17.000 6.000 Custo unitário
417 465 171
Total 10.414.583 7.902.069 1.027.708 19.344.361 Existências finais Q 5.000 2.000 500
Custo unitário
350 650 180
Total 1.750.000 1.300.000 90.000 3.140.000
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
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V 92
Determinação do Resultado Liquido
Custeio Total
Custeio Variável
Vendas 24.800.000 24.800.000
Custo das Vendas
22.704.825 19.344.361
Margem bruta 2.095.175 5.455.639
Custos Industriais 0 3.663.574
Custos Distribuição
250.000 250.000
Custos Administrativos
375.000 375.000
Total Custos não incorporados
625.000 4.288.574
Resultado Liquido 1.470.175 1.167.065
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 93
4. TRANSPARÊNCIAS
Um ciclo produtivo inicia-se com a compra das matérias primas e encerra-se com a venda dos produtos .
Compra de matérias primas
Entrada dos produtos acabados em armazém
Venda dos produtos acabados
Recebimento do valor da venda e nova compra de matérias primas
Transfor-mação das matérias primas em produtos acabados
Expedição dos produtos acabados
Existem diversos regimes de fabrico ou de produção:
• uniforme - a empresa fabrica um único produto - exemplo electricidade;
• múltipla - a empresa fabrica diversos produtos;
• conjunta - de uma mesma matéria prima obtêm-se diversos produtos, por exemplo a farinha e o farelo;
O produto é só um e não sofre transformações.
Matéria-prima
Produto 1
Produto 2
Produto 3
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
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V 94
• disjunta - os diferentes produtos obtêm-se em operações completamente separadas, por exemplo industria de calçado;
• contínua - em qualquer momento da fabricação temos produção em curso, por exemplo numa cimenteira;
• descontínua - a fabricação é efectuada por fases, por exemplo na industria de calçado;
• simples - a transformação faz-se numa única operação;
• complexa - existe um conjunto de operações de transformação,
Cada uma destas peças representa uma operação de transformação, individualmente não obtemos nenhum produto mas no seu conjunto obtemos um produto final.
De uma só operação resulta um trabalho final.
Operação 1 Na operação 1 cortaram-se as solas ;nestas formam-se as peles para fazer os sapatos.
O produto só está acabado quando se terminar a “volta” toda.
Cada uma destas setas representa um produto.
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 95
Com base nestas distinções existem tipos de fabricação principais:
• fabricação contínua de um único produto;
• fabricação de produtos diferentes do ponto de vista de qualidade;
• fabricação por fases;
• fabricação por obras ou por tarefas;
Em função do regime de fabrico vamos ter também formas de apuramento distintas do custo de produção, distinguindo-se dois métodos principais:
• método directo ou dos custos por ordens de produção ou da encomenda:
• os custos industriais são apurados relativamente às ordens de produção ou às encomendas;
• os trabalhos são independentes entre si;
• por exemplo quando levamos o nosso carro à manutenção, é aberta uma ordem de produção onde são registadas as peças substituídas e o número de horas utilizadas, sendo apurado um valor total a pagar e cada obra.
• método indirecto ou dos custos por processos:
• os custos industriais são acumulados por produtos;
• posteriormente são calculados os custos unitários através da divisão dos custos acumulados pelo total da produção verificada;
• é o caso da produção de pão, em que sabemos os custos totais e dividimos pelo peso total do pão fabricado, ou pelo número de unidades obtidas;
• os objectos contabilisticos são as entidades portadoras de custo, por exemplo, as secções, os produtos ou os clientes.
Aspectos distintivos dos dois métodos:
Método Directo Método Indirecto Regimes de fabrico
• Produção múltipla, diversificada, descontínua.
• Produção uniforme ou pouco diferenciada, contínua.
Forma de cálculo do custo industrial
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
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V 96
• Por ordens de produção. • Por produtos.
• O custo é por obra ou ordem. • Temos custo unitário.
Período a que respeita o custo industrial do produto
• Corresponde ao tempo necessário para cada obra.
• Corresponde ao mês.
Identificação do produto
• É identificável ao longo de todo o processo de produção pela ordem.
• O produto não está identificável ao longo da produção.
• Os custos de cada ordem de produção estão identificados.
• Os custos do mês são custos do produto.
Acumulação dos custos industriais
• È feita por ordens de produção, obra a obra.
• É feita por cada produt.o
• È feita durante todo o período de produção da obra.
• A acumulação é mensal.
Determinação do custo da produção em vias de fabrico no fim do mês
• Pelo saldo apresentado na ficha da obra.
• Pela inventariação da produção em vias de fabrico e correspondente valorização.
Coeficientes de Imputação:
• Custo da mão de obra directa;
• Número de horas de mão de obra directa;
• Número de unidades fabricadas;
• Quantidade de matérias primas consumidas;
• Custo das matérias primas consumidas;
• Número de horas de trabalho das máquinas.
Assim, em alternativa à forma anterior a que chamamos base única de imputação vamos ter a imputação de base múltipla.
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
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V 97
Na imputação de base múltipla vamos ter critérios diferentes para repartir os Gastos Gerais de Fabrico, decompondo-se o seu valor em rubricas equiparáveis em termos de base de imputação, estabelecendo-se critérios diferentes para cada uma destas rubricas.
Produção Conjunta:
Diz-se que a produção é conjunta quando ao proceder-se à transformação de uma ou diversas matérias primas se obtém diversos produtos, por exemplo óleos refinados e ácidos gordos.
Na produção conjunta podemos obter os produtos principais ou co-produtos, subprodutos e, ainda resíduos ou desperdícios:
• Produtos principais ou co-produtos são os produtos que obtidos da produção conjunta têm o mesmo grau de importância, são produtos semelhantes, por exemplo carne de vaca para bife ou para assar;
• Subproduto é um produto secundário, existe um produto principal, por exemplo a carne de vaca para bife e um subproduto que pode ser o fígado de vaca;
• Resíduo é um produto de baixo valor, no caso do exemplo referido podemos considerar os ossos como um resíduo.
Na produção conjunta vão ser individualizadas três fases:
1. Fase Conjunta
2. Ponto de Separação
3. Fase Especifica
Se estivermos perante uma produção conjunta da qual resultam produtos diferentes teremos:
Custos específicos
Produto A Produção Conjunta
Ponto separação
Produto B Custos
específicos
A dificuldade, ou os principais cuidados colocam-se na forma como os custos conjuntos vão ser repartidos pelos produtos finais.
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
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V 98
Os critérios adoptados são geralmente os seguintes:
Critérios de repartição Co-produtos Quantidades produzidas;
Valor de venda da produção;
Valor de venda da produção reportado ao ponto de separação.
Subprodutos e Resíduos
Critério do Lucro Nulo.
Produção descontínua ou por tarefa:
A produção descontinua ou por tarefa caracteriza-se por podermos identificar o produto em cada fase do ciclo produtivo de fabricação.
O método mais apropriado para apurar o custo industrial dos produtos vendidos é o método directo.
Esta forma possibilita-nos a identificação do produto e a determinação de todos os custos incorridos para o colocar, em cada estado de fabrico.
A ordem de produção:
O Método Directo utiliza-se em presença de empresas cujo processo de fabrico seja realizado por encomendas, onde a produção é descontínua e múltipla e, permite distinguir e identificar claramente os produtos.
Por este método, cada um dos produtos é sempre identificado ao longo de todo o processo de fabrico e é possível determinar e atribuir directamente a cada um deles os seus respectivos custos de produção.
Exemplos:Empresas de Construção Civil, Construção Naval, entre outras.O método directo desenvolve-se em três fases:
1ª Fase) São apurados todos os custos do produto em análise.
2ª Fase) Para cada produto é elaborada uma ficha de custos, em que são imputados todos os custos respeitantes a esse produto ( Exemplo: Mão-de-Obra Directa, Gastos Gerais de Fabrico, entre outros).
3ª Fase) Após a conclusão da fabricação, somam-se todos os custos e divide-se o total destes pelo número de unidades produzidas.
V. REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
V 99
O Método das Secções Homogéneas:
Secção Homogénea
Uma secção para ser considerada homogénea tem que respeitar algumas características:
• ter um só responsável;
• as funções ou actividades desenvolvidas devem ser semelhantes, para que os custos respeitem a funções ou actividades idênticas;
• a actividade tem que ser medida numa unidade, por exemplo:
• ras homem (Hh);
• Horas máquina (Hm).
Podemos considerar a seguinte classificação geral, derivada das funções estabelecidas na empresa:
• Secções de aprovisionamento;
• Secções de produção;
• Secções de distribuição;
• Secções administrativas e financeiras.
Podemos, de outra forma, classificar as secções ou centros de custos em:
• Industriais, e estas em:
• Secções principais - responsáveis pelo aprovisionamento, produção e venda;
• Secções auxiliares - existem para produzir bens ou prestar serviços para outras;
• Não industriais
• Secções administrativas - secções de contabilidade, pessoal, etc.
Unidade de imputação:
Unidade de custeio:
Unidade de obra:
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
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V 100
Caracterização do método das secções:
Este método caracteriza-se por :
• Em primeiro lugar reflectir nas secções os custos de funcionamento
• Em segundo lugar o custo de produção ser apurado pelos consumos de unidades dessas mesmas secções.
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IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
V 102
Apuramento dos custos pelo método das secções:
Vamos apurar os custos de transformação de cada secção apurando os seguintes tipos de custos:
1. Directos - custos que ocorrem ou que estão directamente relacionados com cada secção;
2. Reembolsos - custos indirectos, ou seja contribuição de outras secções que são imputados nas secções principais beneficiárias, que estão a ser valorizadas, através de bases repartição.
Os custos directos mais usualmente considerados são:
• mão de obra, salários e encargos;
• combustíveis;
• energia eléctrica;
• água;
• matérias subsidiárias e materiais diversos;
• conservação e reparações;
• ferramentas e utensílios;
• amortizações de edifícios e equipamentos;
• seguros de equipamento e instalações;
• etc.
Nas secções ou centros de custos industriais, de aprovisionamento ou armazéns teremos que:
• O Custo Total de cada secção corresponde à soma dos Custos Directos com os Reembolsos;
• O Custo Total dividido pela actividade da secção dá-nos a Unidade de Obra;
• O Custo Total dividido pela base de imputação dá-nos a Unidade de Imputação;
• O custo total dividido pelo número de meses ou de dias, dá-nos a Unidade de Custeio.
V REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
V 103
Mapa de apuramento de custos das secções:
Secção A Secção B
Rubricas Unidade Actividade: Actividade: Total
Física Quant Valor Quant Valor
1- Custos Directos
Salários
Ordenados
Encargos sociais
Energia
Amortizações
Seguros
............
Total (1)
2-Reembolsos
Secção Aux 1
Secção Aux 2
..............
Total (2)
3-Custo total
Global
Unitário
Unidade de obra
Unidade de imputação
Unidade de custeio
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
V 104
Mapa de apuramento do custo de produção:
Produto X Produto Z
Rubricas Uni. Custo Produção:__ Produção:__ Total
Física Unit. Quant Valor Quant Valor
1- Matérias directas
M1
M2
.........
Total (1)
2-Custos de transformação
Secção A
Secção B
.............
Total (2)
3-Produtos vias fabrico
No inicio mês (+)
No final mês (-)
Total (3)
4-Subprodutos
S1
S2
.................
Total (4)
5-Custo do produto principal
Global
Unitário
V REPARTIÇÃO DE GASTOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
V 105
A repartição dos gastos não industriais:
O tipo de custos não industriais
• de distribuição compreendem todos os custos relacionados com as secções de vendas, marketing ou outras existentes, sendo as rubricas variáveis consoante as actividades;
• os administrativos dependem da forma como a empresa está organizada:
1. são englobadas as secções de contabilidade, expediente, tesouraria, pessoal, etc.
Apresentamos alguns exemplos das bases mais utilizadas:
Gastos Bases de imputação
Secção de vendas: • Valor das Vendas
• Administrativos • Quantidades vendidas
• Comerciais puros • Número de encomendas
• Publicidade e promoção • Valor das Vendas
Armazenagem de produtos acabados
• Quantidades entradas em armazém
• Quantidades saídas de armazém
• Valor produtos entrados em armazém
• Valor dos produtos saídos de armazém
Distribuição e entrega de produtos
• Distâncias percorridas
• Pesos dos produtos
Contabilidade, tesouraria e outros • Valor das Vendas
• Número de documentos
• Valor de Vendas
IEFP V. REPARTIÇÃO DE GASTOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
V 106
5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR
• http://www.dashofer.pt
• http://www.apotec.pt
• http://www.boletimempresarial.pt
• http://www.ctoc.pt
CONTABILIDADEANALÍTICA
VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS
VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
VI 109
1. RESUMO
1. O desvio é diferença entre uma situação real e uma situação prevista.
2. O desvio do resultado global é explicado por duas bases: o desvio sobre os custos e sobre as margens comerciais.
3. O modelo geral da análise de um custo dá-nos duas realidades distintas: o desvio sobre a quantidade, mantendo os preços inalterados e o desvio sobre o preço, mantendo as quantidades inalteradas.
4. Alguns custos são imputados na actividade real, por custos básicos, componentes de análise: as quantidades reais valorizadas a custos reais e quantidades reais valorizadas a custos básicos.
5. Deste cálculo de desvio surgem os desvios de incorporação de custos.
6. O desvio da produção é formado pelos desvios de matérias, de mão de obra e de gastos gerais de fabrico.
7. Desvios em matérias:
O desvio de matérias ( Dm ) resulta da diferença das duas expressões:
Dm = Qr x Pr - Qo x Po
8. Desvio de preços:
Dp = Qo x (Pr - Po)
9. Desvio de quantidades:
Dq = Po x (Qr - Qo)
10. Desvios em mão-de-obra:
O desvio de mão-de-obra (Dmdo) resulta da diferença das duas expressões:
Dmdo = NHr x CHr - NHo x NHo
11. Desvio sobre o custo horári:o
Dch = NHr x (CHr - CHo)
12. Desvio de rendimento (Dr):
Dr = CHo x (NHr - NHo)
IEFP VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
VI 110
13. Desvios em gastos gerais de fabrico:
Para os custos fixos o factor de desvio não está nos gastos gerais de fabrico, mas na base e imputação escolhida.
Neste tipo de custos podemos dividir o desvio total em desvio de preços e desvio de quantidade:
14. Controlo contabilístico dos desvios:
As contas utilizadas são as seguintes:
96 - Desvios sobre preços pré estabelecidos
96.1 - Desvios de compras
96.2 - Desvios das secções
96.3 - Desvios de fabricação
96.4 - .........
Estas contas serão debitadas pelos desvios desfavoráveis e creditadas pelos desvios favoráveis.
VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
VI 111
2. PLANO DAS SESSÕES
Vamos estudar o conceito de desvio e sua aplicação no domínio da Contabilidade Analítica a nível do desvio de Produção.
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Utilizar os elementos produzidos pela Contabilidade Analítica para comparar com os custos orçamentados;
• Calcular e justificar os principais desvios que formam o desvio do custo de produção, nomeadamente, o desvio de matérias, de mão de obra e de gastos gerais de fabrico.
Duração estimada: 12 horas
IEFP VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
VI 112
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
Certa empresa dedica-se ao fabrico de dois produtos ( A e B) utilizando o seguinte processo de fabrico:
• As matérias primas utilizadas são X, Y e Z;
• Utilizam-se secções homogéneas:
• S1 - unidade de obra - Hm
• S2 - unidade de obra - Hm
• Serviços gerais de produção - critério de imputação - ás restantes secções fabris
• unidade de custeio - mês;
• Armazém 1 - unidade de imputação - quantidade de matérias primas saídas
• unidade de custeio - mês
• Armazém 2 - unidade de imputação - quantidade de produtos acabados entrados
• unidade de custeio - mês.
Consideram-se variáveis as secções 1 e 2 e fixas as restantes.
A empresa adopta o custeio total básico.
Elementos referentes ao mês de Maio de 199X:
Actividade das secções : S1 - 3.520 Hm e S2 - 2.440 Hm
Custo das secções (custos directos):
S1 S2 Serv.Gerais A1 A2
Fixos 8.192 1.944 2.500 1.104 824
variáveis 2.680 860
10.872 2.804 2.500 1.104 824
VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
VI 113
Produção: Produto A - 3.280 unidades Produto B - 20.400 unidades
Vendas: Produto A - 3.000 unidades a 2.2 u.m. cada produto B - 18.000 unidades a 1.8 u.m. cada
Compras: Matéria prima X - 47.200 unidades a 0.31 u.m. cada Matéria prima Y - 4.400 unidades a 0.12 u.m. cada Matéria prima Z - 7.400 unidades a 0.05 u.m. cada
Custos de produção:
Matérias Produto A Produto B
X unidade 6.724 37.944
Y unidade 464 3.628
Z unidade 800 6.528
Diversos unidade monetária 232,88 4.663
Custo de transform.
S1 unidade monetária 452,64 3.080
S2 unidade monetária 396,88 2.040
Do Orçamento Anual da empresa para 199X foram retiradas as seguintes informações:
Custos de transformação:
Descrição S1 S2 Serviços Gerais A1 A2 41.376 Hm 28.608 Hm 662.976 unid 278.400 unidCustos directos Fixos 83.672 14.140 28.800 8.952 9.884Variáveis 29.384 8.096 Subtotal 113.056 22.236 28.800 8.952 9.884Reembolsos Serviços gerais 17.280 11.520 Custos de transform. Global 130.336 33.756 28.800 8.952 9.884Unidade de obra 3,15 1,18 Unidade imputação 0,014 0,036Unidade custeio 2.400 744 824
IEFP VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS
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VI 114
Custos de produção:
Produto A Produto b
Custo Unidade 38.400 uni. 240.000 uni
Unitário física Consumo Custo Consumo Custo
unitário Total unitário Total
1 - MP
X 0.300 unidade 2,0 23.040 1,9 136.800
Y 0.120 unidade 0,14 644 0,18 5.184
Z 0.050 unidade 0,25 480 0,3 3.600
diversos u.m. 0,070 2.688 0,030 7.200
Subtotal 26.852 152.784
2 - C.T.
S1 3.150 Hm 0,14 16.936 0,15 113.400
S2 1.180 Hm 0,12 5.436 0,10 28.320
A1 0,014 unidade 1.240 7.712
A2 0,036 unidade 1.364 8.520
Subtotal 24.976 157.952
3-Custo total 51.828 310.736
Custo unitário 1.350 1.295
Pretende-se que elabore pelo custeio total:
1. mapa de custos das secções;
2. mapa de custos de produção;
3. apuramento dos desvios contabilisticos.
VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
VI 115
Resolução
1. Mapas de Custos Secções - Secções Variáveis
Mês de Maio 199X
S1 S2
Custos Fixos 8.192 1.944
Custos Variaveis
2.680 860
Reembolsos 1.440 960
Total 10.872 2.804
Horas trabalhadas
3.280 20.400
Cuto Unitário total
3,315 0,137
Mapas de Custos Secções - Secções Fixas
Mês de Maio 199X
Serviços Gerais
Armazém 1 Armazém 2
Custos Fixos 2.500 1.104 824
Custos Variaveis
0 0 0
Total 2.500 1.104 824
Unidade custeio
2.500
Unidade Imputação
0,020 0,003
IEFP VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS
Guia do Formador Contabilidade Analítica
VI 116
Matérias primas saidas de armazem
44.668
4.092 38.400
7.328 240.000
56.088 278.400
2. Mapa do Custo de Produção
Produto A Produto B
Custo Unitário
Unidade Fisica
Cons.Unit. Custo Total
Cons.Unit. Custo Total
3.280 20.400
Materias Primas
X 0,3 6.724 2.017 37.944 11.383
Y 0,12 464 56 3.628 435
Z 0,05 800 40 6.528 326
diversos 233 4.663
Sub Total 2.346 16.808
Custos Transformação
S1 3,15 453 1.426 3.080 9.703 11129,076
S2 1,18 397 468 2.040 2.407 2875,5184
A1 26 161 186,5
A2 28 178 205,9166667
Sub Total 1.948 12.449
Custo Total 4.294 29.257
Custo Unitário 1,309 1,434
VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS IEFP
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VI 117
3.
Desvios do Mês
Desvios das Secções
Gastos Reais
Gastos Imputados
Desvios
Secção
S1 10.872 11.129 257
S2 2.804 2.876 72
Serviços Gerais
2.500 2.400 -100
Armazém 1 1.104 187 -918
Armazém 2 1.104 206 -898
18.384 16.797 -1.587
Desvios do Custo de Produção
Gastos Reais
Gastos Imputados
Desvios
Produto A 4.294 4.428 134
Produto B 29.257 26.418 -2.839
51.935 47.643 -4.292
IEFP VI. ANÁLISE E CÁLCULO DOS DESVIOS
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VI 118
4. TRANSPARÊNCIAS
Sistemas de contas:
Existem dois sistemas de contas em função da forma como se articulam com a contabilidade geral:
• Sistemas monistas;
• Sistemas dualistas.
Dentro de cada um deles vamos ainda dividir em:
• Monista radical ou único diviso;
• Monista diviso;
• Dualista duplo contabilistico;
• Dualista duplo misto.
Planificação e normalização:
A normalização contabilistica visa o desenvolvimento de um modelo uniforme e geral a ser aplicado pelas diferentes empresas por forma a que a informação seja comparável.
Normalizar é estabelecer princípios, conceitos e critérios, por forma a que a contabilização dos movimentos, e consequente apresentação de informação e resultados seja uniforme independentemente da localização geográfica ou sectorial.
Normalizar apresenta vantagens aos seguintes níveis:
• da empresa;
• do profissional da contabilidade;
• do aspecto didáctico e pedagógico.
A nível de contabilidade analítica é difícil ultrapassar a barreira sectorial, existindo já alguns sectores em que esta realidade está a ser implementada.
CONTABILIDADEANALÍTICA
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NACONTABILIDADE GERAL
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
VII 121
1. RESUMO
2. Existem dois sistemas de contas, em função da forma como se articulam com a Contabilidade Geral, são os sistemas monistas e sistemas dualistas.
3. Por sua vez o, sistema monista está dividido em único indiviso ou diviso. O dualista em duplo contabilístico e em duplo misto.
4. Ligação da Contabilidade Analítica com a Contabilidade Geral:
Os sistemas monistas não separam as duas Contabilidades, Geral e Analítica. A Contabilidade Geral apresenta, no POC (Plano Oficial de Contabilidade), as seguintes classes de contas:
• Classe 6 - Custos e perdas;
• Classe 7 - Proveitos e ganhos;
• Classe 9 - Contabilidade de custos.
5. O sistema único indiviso, ou das contabilidades integradas, caracteriza-se pela existência das contas da Contabilidade Analítica a par das contas da Contabilidade Geral.
6. No sistema único diviso a integração destas duas contabilidades não é integral. Neste sistema existe uma conta cumulativa que reflecte todas as contas da Contabilidade Analítica.
7. O sistema duplo contabilístico é caracterizado pela existência da Contabilidade Geral que actua de forma habitual e da Contabilidade Analítica que apresenta as operações internas de apuramento de custos de produtos e a análise de resultados.
O método utilizado é o digráfico - das partidas dobradas. Verifica-se a existência na Contabilidade Geral de contas de ligação - as chamadas contas reflectidas.
91- Contas reflectidas 9161 Custo das compras reflectido 91.62 Fornecimentos e serviços externos
reflectidos 91.63 Impostos reflectidos 91.64 Custos com pessoal reflectidos 91.65 Outros custos e perdas reflectidas 91.66 Amortizações reflectidas 91.67 Provisões reflectidas 91.68 Custos e perdas financeiras reflectidas 91.71 Vendas reflectidas 91.72 Prestação de serviços reflectidas etc.
IEFP VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL
Guia do Formador Contabilidade Analítica
VII 122
8. O sistema duplo misto caracteriza-se pela execução da Contabilidade Analítica em mapas e registo e não pelo método das partidas dobradas.
9. A normalização contabilística visa o desenvolvimento de um modelo uniforme e geral, a ser aplicado pelas diferentes empresas por forma a que a informação seja comparável.
Normalizar apresenta vantagens aos seguintes níveis: ao nível da empresa, do profissional da contabilidade e do aspecto didáctico e pedagógico.
A nível de Contabilidade Analítica é difícil ultrapassar a barreira sectorial.
Exemplos de planos sectoriais:
• Plano de contas das Instituições de Segurança Social (Decreto Lei nº 24/88);
• Plano de contas dos Serviços municipalizados e Federações de municípios (Decreto Lei nº 226/93);
• Plano para os Serviços de Saúde (Decreto Lei nº 410/89).
10. A escolha entre os diversos sistemas deve ter em conta a natureza da exploração, numa perspectiva técnica, e as características da empresa.
11. Para se proceder à escolha dos diversos sistemas de Contabilidade Analítica tem de se definir a organização interna da empresa, precisar a informação necessária, implementar, quando necessário, o sistema de inventário e decidir o tipo de valorização dos diversos circuitos internos. Por fim, tem de se analisar os custos de implementação e o respectivo benefício.
12. O plano de contas da Contabilidade Analítica envolve um trabalho de preparação que abarca a definição das secções, de produtos ou serviços, a escolha do sistema de custeio e a definição do tipo de informação que se deseja obter.
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL IEFP
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VII 123
2. PLANO DAS SESSÕES
Vamos completar o estudo realizado no capítulo IV sobre a contabilização dos custos e sua integração na Contabilidade geral, bem como analisar o processo prático de implementação e organização de uma Contabilidade analítica.
No final desta unidade temática o formando deve estar apto a:
• Distinguir e utilizar os diferentes sistemas de contas da Contabilidade Analítica com a Contabilidade Geral;
• Identificar os tipos de sistemas existentes, o monista e o dualista;
• Justificar a necessidade da normalização contabilística;
• Definir “plano sectorial” exemplificando os já existentes;
• Explicar a implementação e organização de uma Contabilidade Analítica.
Duração estimada: 14 horas
IEFP VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL
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VII 124
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Exercício 1
1. Com base nas seguintes informações, efectue os lançamentos, seguindo o método do sistema único diviso, efectuando todos os cálculos intercalares necessários.
A empresa X fabrica o produto A na secção de Produção e valoriza os seus produtos pelo FIFO (First In First Out). Durante o mês de maio de 200Z foram efectuados os seguintes movimentos:
• Compra de matérias-primas de 400 ton. a 20 u.m. a ton.;
• As existências iniciais de matérias-primas ascendem a 20 ton. ao preço de 17 u.m.;
• As existências iniciais de produto A ascendem a 25 ton. ao preço de 50 u.m. por tonelada;
• O consumo de matérias-primas foi de 390 ton.;
• A produção foi de 520 ton.;
• As vendas efectuadas foram de 490 ton. ao preço de 30 u.m. por ton.;
• Os custos financeiros do mês ascenderam a 200 u.m.
Os encargos do mês foram os seguintes:
Custos de transformação
Custos de distribuição
Custos administrativos
Total
Fornecimentos e serviços externos
500 605 175 1 280
Impostos 10 5 15 30 Despesas com pessoal:
• Ordenados 400 750 120 1 270
• Encargos soci-ais
140 250 40 430
Amortizações 400 300 5 705 Total 1 450 1 910 355 3 715
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL IEFP
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VII 125
Resolução
Custo de transformação:
Rubricas Montante Uni.
Fornecimentos e serviços externos 500 u.m.
Impostos 10 “
Despesas com pessoal:
Ordenados 400 “
Encargos sociais 140 “
Amortizações 400 “
Total 1.450 “
Custo da produção acabada:
Rubricas Montante Uni.
1 - Matérias primas
20 ton x 17 u.m. + 370 ton x 20 7.740 u.m.
2 - Custos de transformação 1.450 u.m.
3 - Custo global (1+2) 9.190 u.m
4 - Quantidade produzida 520 ton
5 - Custo unitário dos produtos acabados
3/4)
17.67 u.m.
Custo das vendas:
critério : FIFO
Quantidade Preço unitário
Preço total
25 50 1.250
465 17.67 8.217
490 9.467
IEFP VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL
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VII 126
Lançamentos a efectuar no Diário:
1 - Contabilidade geral
(1) Diversos
a Diversos
Custos do mês
31 Compras 8.000
62 Fornecimentos e serviços externos
1.280
63 Impostos 30
64 Custos com pessoal 1.700
66 Amortizações do exercício
705
68 Custos e perdas financeiras
200
11.915
a 12 Depósitos à ordem
a 22 Fornecedores 11.915
------------//------------
(2) 21 Clientes
a 71 Vendas
Vendas do mês 14.700
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL IEFP
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VII 127
2 - Os lançamentos a fazer para reflectir esta realidade na contabilidade analítica seriam:
(3) Diversos
A Diversos
Custos do mês
92.1 Custo das compras 8.000
92.2 Encargos sociais 430
94.2 Centro de custo de transformação
1.310
99.4 Custos de distribuição
1.660
99.5 Custos administrativos
455
99.6.1 Custos financeiros 200
11.915
a 31.9 Compras 8.000
a 62.9 Fornecimentos e serviços externos
1.280
a 63.9 Impostos 30
a 64.9 Custos com pessoal 1.700
a 66.9 Amortizações do exercício
705
a 68.9 Custos e perdas financeiras
200 11.915
-----------------//---------
(4) 71.9 Vendas
a 99.1 Vendas liquidas 14.700
Transferência
IEFP VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL
Guia do Formador Contabilidade Analítica
VII 128
3 - Em terceiro lugar temos que lançar os movimentos internos da empresa nomeadamente existências, encargos a repartir e custos das vendas.
(5) Diversos
a 92.2 Encargos a repartir
Pela imputação dos 60% de encargos sociais
94.2 Centro custo de transformação
140
99.4 Custos de distribuição
250
99.5 Custos administrativos
40 430
-------------//-----------
(6) 94.1 Fabricação
a Diversos
Pelos custo de produção do mês
a 93.2 Centro de custo industrial
1.450
a 95.6 Matérias primas 7.740 9.190 ----------------//----------
(7) 958.6 Matérias primas
a 92.1 Custo das compras
Transferência do custo das compras
8.000
-----------------//---------
(8) 95.3 Produtos acabados e semi-acabados
a 94.1 Fabricação
Custo da produção acabada do mês
9.191
---------------//-----------
(9) 99.2.1 Custo das vendas
a 95.3 Produtos acabados e semi-acabados
Custo das vendas 9.467
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
VII 129
4. TRANSPARÊNCIAS
Definição das Principais Contas da Contabilidade Analítica
Neste ponto da matéria, iremos tratar das principais contas da Contabilidade Analítica e a sua respectiva movimentação contabilística.
Conta 91 – Contas Reflectidas:
Esta conta serve de contrapartida para os movimentos da Contabilidade Analítica, no caso de existir uma separação entre a Contabilidade Analítica e a Contabilidade Geral. Assim sendo, utiliza-se apenas no Sistema Duplo Contabilístico ou Dualista.
Conta 92 – Reclassificação dos Custos:
Esta conta serve para transferir os Custos Industriais da Contabilidade Geral para a Contabilidade Analítica.
São subcontas típicas:
• 92.1 – Custo das Compras;
• 92.2 – Mão-de-Obra Directa;
• 92.3 – Gastos Gerais de Fabrico;
• 92.4 – Custos de Transformação.
Conta 93 – Centros de Custos:
Esta conta é utilizada quando a empresa encontra-se decomposta em centros de custos, os quais correspondem a centros de responsabilidade (matéria desenvolvida no capítulo 7).
Pertencem a este grupo de contas:
• 93.1 – Centro de Custos de Aprovisionamento;
• 93.2 – Centro de Custos de Produção;
• 93.3 – Centro de Custos de Distribuição;
• 93.4 – Centro de Custos Administrativos.
Conta 94 – Fabricação:
Esta conta serve para apurar o Custo de Produção dos bens e serviços fabricados. Decompõe-se esta conta em função do número de produtos que a empresa produza.
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Guia do Formador Contabilidade Analítica
VII 130
• 94.1 – Fabricação Produto A
• 94.2 – Fabricação Produto B
Conta 95 – Existências:
Esta conta é utilizada como armazém das existências iniciais e finais, quer de mercadorias, como de produtos acabados e intermédios, de subprodutos e resíduos, e ainda de produtos em vias de fabrico e matérias-primas e subsidiárias.
• 95.2 – Armazém de Mercadorias;
• 95.3 – Armazém de Produtos Acabados;
• 95.4 – Armazém de Subprodutos e Resíduos • 95.5 – Armazém de Produtos em Vias de Fabrico;
• 95.6 – Armazém de Matérias-Primas e Subsidiárias.
Conta 97 – Desvios sobre Custos Pré-Estabelecidos:
Esta conta é apenas movimentada no custeio básico, e registam-se os desvios contabilísticos encontrados no final de cada mês.
Conta 98 – Diferenças de Incorporação:
Conta 99 – Resultados Analíticos:
Esta conta apresenta os resultados do período contabilístico adoptado e as subcontas evidenciadas assemelham-se às rubricas que compõem a Demonstração de Resultados por Funções.
• 99.1 – Vendas Líquidas;
• 99.2 – Custos das Vendas;
• 99.3 – Custos de Distribuição;
• 99.4 – Custos Administrativos;
• 99.5 – Outros Custos e Proveitos Operacionais; 99.5.1 – Outros Custos;
99.5.2 – Outros Proveitos;
• 99.6 – Resultados Financeiros;
99.6.1 – Custos e Perdas Financeiros;
99.6.2 – Proveitos e Ganhos Financeiros;
VII. CONTABILIZAÇÃO DE CUSTOS E A SUA INTEGRAÇÃO NA CONTABILIDADE GERAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
VII 131
• 99.7 – Resultados Extraordinários;
99.7.1 – Custos e Perdas Extraordinários;
99.7.2 – Proveitos e Ganhos Extraordinários.
Sistemas de Contas ou de Contabilização
De acordo com a relação existente entre a Contabilidade Analítica e a Contabilidade Geral, existem dois sistemas de contas ou de contabilização:
• Sistema Duplo Contabilístico ou Dualista;
• Sistema Monista Radical ou Único Indiviso.
Definição e Representação Esquemática do Sistema Duplo Contabilístico ou Dualista:
Neste sistema, as contabilidades encontram-se separadas:
• por um lado existe a Contabilidade Geral que está a funcionar e a apurar os seus valores;
• e, em paralelo, existe a Contabilidade Analítica que também esta a funcionar e a apurar os seus valores.
Isto significa que não há transferência de dados entre as contabilidades.
Em presença deste sistema, somos obrigados a utilizar as chamadas Contas Reflectidas (Conta 91), que servem para registar as transacções / movimentos de Custos e Proveitos contabilizados na Contabilidade Geral.
Definição e Representação Esquemática do Sistema Monista Radical ou Único Indiviso:
Trata-se de um sistema integrador, pois integra a Contabilidade Analítica e a Contabilidade Geral. Não existe um divórcio entre as contabilidades. Isto significa então que um valor, ou está na Contabilidade Analítica, ou está na Contabilidade Geral. O que nunca acontece neste sistema é um determinado valor estar tanto na Contabilidade Geral como na Contabilidade Analítica.
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Guia do Formador Contabilidade Analítica
VII 132
Neste sistema, um determinado valor é, em primeiro lugar, classificado como Custo ou Proveito da Contabilidade Geral, e depois transferido para as contas da Contabilidade Analítica, por forma que as contas de Custos e Proveitos da Contabilidade Geral estejam sempre saldadas.Movimentação Contabilística
Conta 91 – Contas Reflectidas:
Esta conta é debitada por contrapartida das contas usadas para registar os proveitos na classe 7. Exemplificando, as vendas de uma empresa, é debitada a conta 91.71 por contrapartida da conta 99.1.
Esta conta é creditada por contrapartida das contas usadas para registar os custos na classe 6. Exemplificando, a electricidade consumida por uma empresa, é debitada a conta 92.3 por contrapartida da conta 91.62xxx.
Nunca esquecer que esta conta só existe quando se está a trabalhar no sistema duplo contabilístico:
Conta 92 – Reclassificação dos Custos:
Permite reclassificar os custos da Contabilidade Geral segundo as opções de gestão da empresa.
• Conta 92.1- Custo das Compras
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 3 ou 91.3x (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
NOTA: Depois de efectuada a compra, é necessário transferir o seu valor para Armazém, pelo que debita-se a conta 95.6- Armazém de Matéria-Primas e Subsidiária por contrapartida da conta 92.1.
• Conta 92.2- Mão-de-Obra Directa
Esta conta é debitada por contrapartida da conta 64 ou 91.64 (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
Esta conta é creditada por contrapartida da conta 94.
• Conta 92.3- Gastos Gerais Fabrico
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 6 (contas 62,63,64 (MOI),65,66) ou 91.6x (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico), e da conta 95.6- Armazém de Matéria Subsidiária.
Esta conta é creditada por contrapartida da conta 94.
• Conta 92.4 – Custos de Transformação
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VII 133
Esta conta tem um movimento igual ao das contas 92.2 e 92.3, dado que se adopta como alternativa a elas.
Conta 93 – Centros de Custos:
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 6 ( contas 61,62,63,64 (MOD+MOI),65,66) e da conta 95.6- Armazém de Matéria Subsidiária.
Esta conta é creditada por contrapartida das contas 99.4 e 99.5.
Conta 94 – Fabricação:
Esta conta é debitada por contrapartida das contas 95.6- Armazém de Matérias-Primas, 92.2 e 92.3 (ou , no caso de se estar a tratar de tudo de uma forma global, utiliza-se a conta 92.4 em vez das contas 92.2 e 92.3) e 95.5- Armazém de Produtos em Vias de Fabrico (Inicial).
Esta conta é creditada por contrapartida das contas 95.3 e 95.5- Armazém de Produtos em Vias de Fabrico (Final).
Conta 95 – Existências:
• Conta 95.2- Armazém de Mercadorias
Esta conta é debitada por contrapartida da conta 92.1.
Esta conta é creditada por contrapartida da conta 99.2- Custo das Vendas.
• Conta 95.3- Armazém de Produtos Acabados
Esta conta é debitada por contrapartida da conta 94.
Esta conta é creditada por contrapartida da conta 99.2- Custo das Vendas.
• Conta 95.4- Armazém de Subprodutos e Resíduos
Esta conta tem um movimento semelhante ao que foi descrito para a conta 95.3.
• Conta 95.5- Armazém de Produtos em Vias de Fabrico
Esta conta é debitada em contrapartida da conta 94.1.
Esta conta é creditada em contrapartida da conta 94.1.
• Conta 95.6- Armazém de Matérias-Primas e Subsidiárias
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VII 134
Esta conta é debitada por contrapartida da conta 92.1.
Esta conta é creditada por contrapartida da conta 92.3 ( Matéria Subsidiária) ou 92.4, e da conta 94.1 ( Matéria(s)-Prima(s)).
Conta 97 – Desvios sobre Custos Pré-Estabelecidos:
Esta conta é debitada em contrapartida das contas das classe 6.
Esta conta é creditada em contrapartida das contas dos grupos 92 e 93.
Conta 99 – Resultados Analíticos:
O saldo final desta conta tem de ser igual ao Resultado Líquido do Exercício apurado na Contabilidade Geral.
• Conta 99.1 – Vendas Líquidas
Esta conta credita-se por contrapartida das contas 71.1 ou 91.71 (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
• Conta 99.2 – Custos das Vendas
Esta conta debita-se por contrapartida da conta 95.2 ( Mercadorias) e/ou 95.3 ( Produtos Acabados).
• Conta 99.3 – Custos de Distribuição
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 6 ( contas 62,63,64,65,66) ou 91.6x (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico) e da conta 95.6 ( Matéria Subsidiária).
• Conta 99.4 – Custos Administrativos
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 6 ( contas 62,63,64,65,66) ou 91.6x (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico) e da conta 95.6 ( Matéria Subsidiária).
• Conta 99.5 – Outros Custos e Proveitos Operacionais
Conta 99.5.1 – Outros Custos
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 6 ( contas 62,63,64,65,66 e 67) ou 91.6x (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
Conta 99.5.2 – Outros Proveitos
Esta conta é creditada por contrapartida das contas da classe 7 ( contas 72,73,75) ou 91.7x (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
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VII 135
• Conta 99.6 – Resultados Financeiros
Conta 99.6.1 – Custos e Perdas Financeiros
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 6 ( conta 68) ou 91.68 (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
Conta 99.6.2 – Proveitos e Ganhos Financeiros
Esta conta é creditada por contrapartida das contas da classe 7 ( conta 78) ou 91.78 (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
• Conta 99.7 – Resultados Extraordinários
Conta 99.7.1 – Custos e Perdas Extraordinários
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 6 ( contas 69) ou 91.69 (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
Conta 99.7.2 – Proveitos e Ganhos Extraordinários
Esta conta é debitada por contrapartida das contas da classe 7 ( contas 79) ou 91.79 (em caso de se tratar do sistema duplo contabilístico).
A finalizar este capítulo, importa ainda referir que, caso estejamos a trabalhar no sistema monista radical, torna-se necessário verificar em que mês nos encontramos. Esta situação assume particularmente importância se estivermos no mês de Janeiro ou Dezembro, pois temos que fazer a transferência do valor das existências inicias da Contabilidade Geral para a Contabilidade Analítica (Janeiro) ou então, transferir o valor das existências finais da Contabilidade Analítica para a Contabilidade Geral (Dezembro).
Em Janeiro, debitam-se as contas 95.2, 95.3, 95.4, 95.5 e 95.6 em contrapartida das contas 32 (Mercadorias), 33 (Produtos Acabados), 34 ( Subprodutos e Resíduos), 35 (Produtos em Vias de Fabrico) e 36 (Matérias-Primas e Subsidiárias), respectivamente.
Em Dezembro, debitam-se as contas 32 (Mercadorias), 33 (Produtos Acabados), 34 (Subprodutos e Resíduos), 35 (Produtos em Vias de Fabrico) e 36 (Matérias-Primas e Subsidiárias) em contrapartida das contas 95.2, 95.3, 95.4, 95.5 e 95.6, respectivamente.
CONTABILIDADEANALÍTICA
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
139
Fichas nº1
1. Como se interliga a Contabilidade Geral com a Contabilidade Analítica
2. O que se entende por CUSTO?
3. Explicar o que entende por custo complexivo.
4. Indique as diferenças entre um Sistema de Custeio Total e um Sistema de Custeio Variável.
5. Quais as contrapartidas da conta 95 - Fabricação
6. Que regimes de fabrico ou produção conhece?
7. Explique sucintamente o Método das Secções Homogéneas.
8. Dê exemplos de bases de repartição de gastos não industriais.
9. Qual o interesse da análise de desvios em Contabilidade analítica?
10. Distinga o sistema monista do sistema dualista.
IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL
Guia do Formador Contabilidade Analítica 140
Ficha nº2
1. Quais as insuficiências da Contabilidade Geral para aqueles que tomam decisões numa empresa.
2. Distinguir Proveito, Receita e Recebimento.
3. Explicar o conceito de Lucro bruto.
4. O que se entende por Sistema de Imputação racional.
5. Explicar as movimentações na conta 98 - Resultados Analíticos
6. Que métodos conhece para apurar o custo de produção em função dos tipos de fabricação que conhece?
7. Explique sucintamente o Método das Secções Homogéneas.
8. Como se repartem os gastos não industriais (no método das Secções)
9. Como se justifica um desvio de produção?
10. Defina Plano sectorial exemplificando com um já existente.
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
141
Ficha nº3
1. A Contabilidade Geral permite analisar custos e proveitos por unidade de resultado?
2. Distinguir Custo, Despesa e Pagamento.
3. O que se entende por custos do Período e custos dos produtos.
4. O que se entende por sistemas de custos básicos.
5. Qual a movimentação habitual da conta 94 - Centros de Custos
6. O que entende por coeficiente de imputação?
7. Explique sucintamente o Método das Secções Homogéneas.
8. Distinga Unidade de Imputação de Unidade de Custeio
9. Explique como se analisa um desvio de Mão de Obra.
10. Como se deve implementar uma Contabilidade Analítica?
IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL
Guia do Formador Contabilidade Analítica 142
Resolução:
Ficha Nº1
1-) Um dos Objectivos da Contabilidade Analítica é Reclassificar os custos (evidenciados na classe 6 (contas 61, 62, ...69) da Contabilidade Geral) e proveitos (evidenciados na classe 7 (contas 71, 72, ... 79) da Contabilidade Geral) para seis Áreas Funcionais.
2-) Custo é um recurso sacrificado ou não, utilizado para atingir um objectivo específico.
3-) Custo Complexivo é igual ao Custo Económico-Técnico a subtrair aos Custos Figurativos.
4-) O sistema de custeio Total considera na totalidade todos os custos fixos industriais e variáveis industriais para o cálculo do custo industrial da produção. O sistema de custeio Variável considera apenas os custos variáveis industriais para o cálculo do custo industrial da produção, funcionando os custos fixos industriais como custos do período.
5-) As contrapartidas da conta 94 – Fabricação, são as contas 95.6 – Armazém de Matéria-Prima Consumida, 92.2 – Reclassificação da Mão-De-Obra Directa, 92.3 – Reclassificação dos Gastos Gerais de Fabrico, 92.4 – Reclassificação de Custos de Transformação e 95.5 – Armazém de Produtos em Vias de Fabrico.
6-) Uniforme: a organização dedica-se ao fabrico ou à produção de um único produto.
Múltipla: a organização dedica-se ao fabrico ou à produção de vários produtos.Conjunta: obtêm-se, em simultâneo, diversos produtos, a partir da utilização de uma mesma ou de um conjunto de matérias-primas.
Disjunta: cada produto utiliza uma matéria-prima respectiva, bem como operações de transformação diferentes.
Contínua: As operações de transformação acontecem rapidamente.
Descontínua: As operações de transformação desenvolvem-se separadas por espaços temporais. Simples: o processo de fabrico da empresa é constituído por uma só operação de transformação.
Complex: o processo de fabrico da empresa é constituído por várias operações de transformação.
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
143
7-) Nos Centros de Custos, utilizamos o chamado Método das Secções para cálculo do Custo Industrial da Produção Acabada. O sistema de custeio baseado nas secções homogéneas determina o custo das funções individuais e imputa os custos aos objectos de custo secundários, tais como os produtos e serviços, de acordo com as actividades desenvolvidas nas funções para produzir cada produto ou serviço.
8-) Unidades Vendidas, Horas de Trabalho, entre outras.
9-) Um interesse dos desvios em Contabilidade Analítica é o de confrontar o que estava previsto com a realidade, por forma a poder avaliar a performance e apurar eventuais responsabilidades.
10-) O sistema Monista Radical permite a transferência de dados entre a Contabilidade Geral e a Contabilidade Analítica, ao passo que o sistema dualista não permite esta transferência, funcionando assim as duas contabilidades em paralelo.
IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL
Guia do Formador Contabilidade Analítica 144
Ficha Nº2
1-)A Contabilidade Geral não consegue efectuar o Cálculo do custo industrial dos produtos produzidos e vendidos, fornece informação em períodos de tempo muito distantes (normalmente anual) e não fornece de elementos para o planeamento e controlo de gestão, nomeadamente para a avaliação do desempenho em termos industriais, de sector e globais, assim como para a tomada de decisão
2-) Receitas: São direitos, em geral constituídos perante clientes, e provêm de :
- Facturação de bens ou serviços prestados;
Alienação de património.
Recebimentos: Representam a regularização monetária das receitas geradas (são entradas em dinheiro ou por cheques recebidos).
Proveitos: São gerados pela entrega de bens ou pela prestação de serviços a terceiros (aqueles com quem temos transacções). 3-) Lucro Bruto é o valor obtido pela diferença entre as Vendas Líquidas e o Custo Industrial.
4-) O Sistema de Imputação Racional considera no cálculo do valor da produção a totalidade dos custos variáveis industriais e apenas parte dos custos fixos industriais, sendo a parte não considera levada para a demonstração de resultados e funcionando como custos do período.
5-) Contas a debitar:
99.2 Custo das vendas por contrapartida das contas de existências (93.1) pelo valor do custo industrial dos produtos vendidos;
99.4 Custos de distribuição ou por contrapartida da classe 62 - Fornecimentos e serviços externos ou por contrapartida do centro de custo de distribuição (94.3);
99.5 Custos administrativos ou por contrapartida da classe 62 - Fornecimentos e serviços externos ou por contrapartida do centro de custo administrativos (94.4);
99.6.1 Custos financeiros por contrapartida da classe 68 - Custos financeiros;
99.7. Outros custos e 98.8.1 - Resultados extraordinários ou 98.8.2 de exercícios anteriores, por contrapartida das contas de Custos e perdas extraordinárias - 69;
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
145
Contas a creditar:
99.1 Vendas por contrapartida da 71 - Vendas de mercadorias e produtos;
99.6.2 Proveitos financeiros por contrapartida da conta 78 - Proveitos financeiros;
99.7.2 Outros proveitos e 98.8.1 - Resultados extraordinários ou 98.8.2 de exercícios anteriores, por contrapartida da conta 69.
6-) O Método Directo utiliza-se em presença de empresas cujo processo de fabrico seja realizado por encomendas, onde a produção é descontínua e múltipla e, permite distinguir e identificar claramente os produtos. O Método Indirecto utiliza-se geralmente em empresas que têm por objectivo produzir um único produto ou séries de produtos homogéneos e que se desenvolva de uma forma contínua e ininterrupta.7-) Nos Centros de Custos, utilizamos o chamado Método das Secções para cálculo do Custo Industrial da Produção Acabada. O sistema de custeio baseado nas secções homogéneas determina o custo das funções individuais e imputa os custos aos objectos de custo secundários, tais como os produtos e serviços, de acordo com as actividades desenvolvidas nas funções para produzir cada produto ou serviço.
8-) Valor das Vendas, Quantidade Vendida, Número de Encomendas, Quantidades entradas em armazém, Quantidades saídas de armazém, entre outros.
9-) Um desvio de produção é justificado por alterações verificadas na matéria-prima consumida ou na actividade e correspondentes custos das secções, isto é, desvios de mão de obra e gastos gerais de fabrico.
10-) Um Plano Sectorial trata-se de um conjunto de acções a desenvolver por empresas que pertencem ao mesmo sector de actividade.Trata-se de linhas de accção. Exemplos: Plano de Contas das Institutições de Segurança Social
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Guia do Formador Contabilidade Analítica 146
Ficha Nº3
1-) Permite, sendo uma das técnicas utilizadas para tal o método das secções homogéneas.
Despesas são compromissos, em geral assumidos para com fornecedores, e destinam-se a:
Adquirir equipamentos (imobilizado);
Adquirir bens para aprovisionar (existências);- Pagar serviços;
Adquirir bens para consumo imediato ou quase imediato.
Pagamentos: Representam a regularização monetária das despesas efectuadas (são saídas em dinheiro ou por cheques emitidos);Custo é um recurso sacrificado ou não, utilizado para atingir um objectivo específico.3-) Custos do Período não estão relacionados com um só produto, mas copm toda a actividade que é exercida durante um determinado espaço de tempo.
Custos do Produto estão relacionados com esse produto em concreto.
4-)Trata-se de uma metodologia que considera custos a priori, isto é, são custos teóricos definidos para valorização interna dos produtos e serviços.
Centros de Custos - estas contas utilizam-se para apuramento de custos, em alternativa às de reclassificação de custos de mão-de-obra (91.2) e de gastos gerais de fabrico (91.3) ou de custos de transformação (91.4), movimentando-se da mesma forma.
Os centros de custos de distribuição (94.3) e administrativos (94.4) são saldados mensalmente por débito das contas de resultados analíticos, 98.4 - Custos de distribuição e 98.5 - Custos administrativos;
6-) Coeficiente de Imputação trata-se de uma técnica para repartir custos pelos produtos.
Nos Centros de Custos, utilizamos o chamado Método das Secções para cálculo do Custo Industrial da Produção Acabada. O sistema de custeio baseado nas secções homogéneas determina o custo das funções individuais e imputa os custos aos objectos de custo secundários, tais como os produtos e serviços, de acordo com as actividades desenvolvidas nas funções para produzir cada produto ou serviço.
8-) Unidade de Imputação é a unidade de medida que vai ser incorporada nos produtos finais ou noutras secções.
Unidade de Custo expressa a actividade de cada secção e é simultaneamente unidade de custeio e unidade de imputação.
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
147
9-) O desvio de mão de obra analisasse confontando o número real de horas de trabalho do pessoal com o núemro previsto, bem como o custo unitário real por hora com o valor previsto.
10-) Deve-se definir a organização interna da empresa, precisar a informação necessária, implementar, quando necessário, o sistema de inventário e decidir o tipo de valorização dos diversos circuitos internos. Por fim tem de se analisar os custos de implementação e o respectivo benefício.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formador
149
Bibliografia Consultada
AZEVEDO, Domingos, Curso Regular de Contabilidade Analítica, Editora Rei dos Livros 1996.
CAIADO, António Campos Pires, Contabilidade de Gestão, Vislis 1997.
MARGERIN, Jacques e Ausset, Gerard, Contabilidade Analítica - Utensílio de Decisão em Schémacolor, Ediprisma Lda 1990.
MENDES, Professor Doutor Júlio, Contabilidade Analítica e de Gestão, Gestão Orçamental, Plano de Contas, Plátano Editora 1ª Edição 1996.
PEREIRA, Carlos Caiano e FRANCO, Victor Seabra, Contabilidade Analítica, 1992 5ª edição.
GLOSSÁRIO IEFP
Contabilidade Analítica Guia do Formando
151
Glossário
C
Contabilidade Analítica Contabilidade que permite a análise de custos e proveitos e, consequentemente, do resultado gerado, explicando os seus valores de uma forma individual e desagregada.
Contabilidade Geral Contabilidade global da empresa, visa obter o seu resultado global comparando o total de proveitos com o total de custos registados num determinado período económico.
Custo complexivo Custo formado pelos custos industriais e não industriais, excluindo qualquer componente de recuperação de capitais investidos; limiar mínimo do preço de venda, corresponde ao lucro nulo.
Custo de transformação Representa a incorporação efectuada no produto de mão-de-obra directa e de gastos gerais de fabrico.
Custo económico técnico Representa o preço de venda normal que deve ser praticado, engloba o custo complexivo e os custos figurativos.
Custo industrial Corresponde ao custo de produção dos produtos e engloba o custo da mão-de-obra directa dos gastos gerais de fabrico e das matérias-primas consumidas.
Custo primo ou directo É definido pela parcela das matérias-primas e da mão-de-obra directa.
Custos dos períodos Custos que existem independentemente dos produtos serem ou não produzidos.
Custos dos produtos São os custos relacionados com os produtos, assim, se não se produzir esses custos não existem.
D
Desvio de preços Desvio verificado pela variação dos preços praticados, no pressuposto de que as quantidades se mantêm constantes.
Desvio de produção Desvio formado pelos desvios de matérias-primas, de mão-de-obra directa e de gastos gerais de fabrico.
Desvio de quantidades Desvio verificado pela variação das quantidades consumidas ou produzidas, no pressuposto de que os preços se mantêm constantes.
G
Gastos gerais de fabrico São todas as matérias subsidiárias e custos indirectos de produção que não possam ser classificados como Mão-de-obra directa ou como matérias-primas.
L
Lucro bruto Representa o lucro, se apenas for considerado como custo o custo industrial dos produtos vendidos.
Lucro líquido É o lucro verificado entre o preço de venda e o custo complexivo.
Lucro puro É o lucro total verificado entre o preço de venda e o custo económico-técnico.
M
Mão-de-obra directa É constituída pelas remunerações e encargos do pessoal que trabalha directamente na produção.
Matérias-primas Engloba o custo de aquisição e todos os custos suportados com a sua aquisição, tais como seguros e transportes.
IEFP GLOSSÁRIO
Guia do Formador Contabilidade Analítica 152
Método das secções homogéneas Método que efectua o cálculo do custo industrial e dos custos não industriais através da determinação do custo das secções homogéneas.
Método directo Método de determinação dos custos de produção utilizado na fabricação por ordens de produção ou de encomenda.
Método indirecto Método de determinação dos custos de produção utilizado na fabricação contínua de único produto.
P
Produção conjunta Neste tipo de produção são obtidos vários produtos a partir de um mesmo ciclo produtivo.
S
Secção homogénea Unidade organizacional que tem um só responsável, as funções desempenhadas são semelhantes e é passível de ser medida a sua actividade.
Sistema de custeio com imputação racional de custos fixos básicos
Neste sistema, e para a determinação do custo industrial dos produtos, apenas se consideram os custos variáveis e os custos fixos básicos, na proporção da produção esperada para o período em análise.
Sistema de custeio com imputação racional de custos fixos reais
Neste sistema, e para a determinação do custo industrial dos produtos, apenas se consideram os custos variáveis e os custos fixos reais, na proporção da produção esperada para o período em análise.
Sistema de custeio total básico Neste sistema, consideram-se todo o tipo de custos, fixos ou variáveis, no apuramento do custo industrial dos produtos, a preços básicos.
Sistema de custeio total real Neste sistema, consideram-se todo o tipo de custos, fixos ou variáveis, no apuramento do custo industrial dos produtos, a preços reais.
Sistema de custeio variável básico Neste sistema, consideram-se apenas os custos variáveis no apuramento do custo industrial dos produtos, a preços básicos.
Sistema de custeio variável real Neste sistema, consideram-se apenas os custos variáveis no apuramento do custo industrial dos produtos, a preços reais.
Sistema dualista Sistema de registo de movimentos contabilístico em que não se verifica contrapartidas entre as contas da Contabilidade Geral e da Contabilidade Analítica.
Sistema monista Sistema de registo de movimentos contabilístico em que se verifica contrapartidas entre as contas da Contabilidade Geral e da Contabilidade Analítica.
U
Unidade de custeio Unidade de medida de cada centro de custo.
Unidade de imputação Unidade de medida do centro de custo a incorporar nos produtos finais ou noutros centros de custos.