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2 contingencia

C ó m o h a b l a r d e l o q u e e s c a n d a -l i z a y q u e n o s l l e g a a c a d a

m o m e n t o d e s d e c a s i t o d o s l o s l u g a -r e s d e l m u n d o . A c a d a m o m e n t ot e n e m o s n o t i c i a s d e u n a e s p e c i e d ee s c á n d a l o g e n e r a l i z a d o . U n o d e l o sú l t i m o s y q u i z á u n o d e l o s m á si m p i a d o s o s s e a e l d e l a a d u l t e r a -c i ó n d e l o s m e d i c a m e n t o s , a d e m á s ,c o n l a c o r r u p c i ó n q u e e n t r a ñ a . E nf o r m a p e r m a n e n t e n o s a b r u m a at o d o s u n a i n f i n i d a d d e a c t o s q u ee s c a n d a l i z a n , q u e s e s u c e d e n d i a -r i a m e n t e y q u e e n a p a r i e n c i a s o ni n c o m p r e n s i b l e s . L o s m á s a b e r r a n -t e s a s e s i n a t o s , l a s v i o l a c i o n e s , yl a i m p u n i d a d d e l a q u e p u e d eh a c e r g a l a e l a t a q u e a l o s n i ñ o s , ol a d e s t r u c c i ó n d e l a s e s c u e l a s , ye n o t r o p l a n o , p o d e m o s a g r e g a r l a sm a t a n z a s c o m o v e m o s e n M é j i c o , yt a m b i é n , a u n q u e s e t r a t a d e u ne s c á n d a l o d e o t r o o r d e n , l o q u es u c e d e e n H o n d u r a s y a l l í m i s m o ,l o q u e p a s a e n l a e m b a j a d a d eB r a s i l , y p o d r í a m o s s e g u i r e n u m e -r a n d o .

C ó m o a t r a v e s a r t o d o e s t o q u e e se s c a n d a l o s o , s i n o t r a t a n d o d ee n t e n d e r l o . C u a n d o L a c a n h a b l aa c e r c a d e l a m o r e n A t e n a s ( “ L aTr a n s f e r e n c i a ” p . 1 8 9 ) q u e p a r e c eq u e p a r a l o s a n t i g u o s n o r e s u l t a b ae s c a n d a l o s o , p r e g u n t a :

“ ¿ Po r q u é n o n o s f i j a m o s t a m b i é ne n a q u e l o b j e t o d e e s c á n d a l o q u ee r a n l o s d i o s e s d e l a m i t o l o g í aa n t i g u a ?

E n a q u e l l o s d i o s e s e n t r e m e t i d o sc o n l o s h u m a n o s h a b í a r o b o s , e s t a -f a s , a d u l t e r i o s y l a e s p e c i a l i d a d d el o s d i o s e s q u e e r a l a i m p i e d a d .

EDITORIAL

Escándalos

“ L e a n l a I l í a d a – d i c e L a c a n . “ N oh a y f o r m a m á s a r b i t r a r i a d e c o n d u -c i r s e , m á s i n j u s t i f i c a b l e , m á s i n c o -h e r e n t e , m á s i r r i s o r i a , q u e l a d ea q u e l l o s d i o s e s ” … ” q u e e s t á nm e t i é n d o s e c o n s t a n t e m e n t e e n l o sa s u n t o s d e l o s h o m b r e s ” .

J ú p i t e r, p a d r e y s e ñ o r d e l o s d i o -s e s ( a s i m i l a d o a l Z e u s g r i e g o ) , d i s -p e n s a d o r d e l o s b i e n e s t e r r e n a l e s ,p r o t e c t o r d e l a c i u d a d y d e l e s t a d or o m a n o , m e d i a n t e e l e n g a ñ o , s et r a n s f o r m ó e n A n f i t r i ó n y m a n t u v or e l a c i o n e s s e x u a l e s c o n l a b e l l ae s p o s a d e é s t e , m i e n t r a s l a m u j e rs e c r e í a q u e e s t a b a c o n s u m a r i d o .

E s e l g o c e e x p r e s a d o e n f o r m ab r u t a l . Po r q u e e n l o r e l a t i v o a l o sa n t i g u o s d i o s e s , l a m i t o l o g í a , n o sm u e s t r a “ e l d e s o r d e n , l a a n a r q u í ad e l a s p a s i o n e s d i v i n a s ” .

C u a n d o a l a m a ñ a n a a b r i m o s l o sd i a r i o s , y n o s o l o e n l o s d i a r i o s , ac a d a h o r a e n l a r a d i o y e n l a t e l e -v i s i ó n , e n c i e n t o s d e i n f o r m a t i v o s ,e n c o n t r a m o s q u e n u e s t r a v i d a c o n -t e m p o r á n e a a p a r e c e d e s c r i p t a d e l am i s m a m a n e r a e n q u e L a c a n h a b l ad e l o s d i o s e s a n t i g u o s .

E s e g o c e d e s - r e g u l a d o d e n u e s -t r o s d í a s s e p a r e c e e x t r a ñ a m e n t e al a s a n t i g u a s p a s i o n e s d i v i n a s , a lg o c e d e l o s d i o s e s m o s t r a d o p o r l am i t o l o g í a . Pr i m e r o e n l a s f o r m a s , ys e g u n d o c u a n d o L a c a n ( 2 ) d i c e q u ee n l a “ a t m ó s f e r a p a g a n a l o n u m i n o -s o ( * ) s u r g e a c a d a p a s o ” . A h o r ab i e n , l a d i f e r e n c i a e s q u e e n n u e s -t r o s d í a s , e n n u e s t r a “ a t m ó s f e r a ”

P o r N e o l i d C e b a l l o s , P s i c o a n a l i s t a

* Numinoso, de numen, deidad en el politeísmo.

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d e l a é p o c a d e l O t r o q u e n o e x i s -t e , l o q u e s u r g e a c a d a p a s o e s l or e a l , e s e r e a l q u e n o s e s p a n t a .

L o s m e d i o s d e p r e n s a s e o f r e c e nc o m o t e s t i g o s d e n u e s t r a a c t u a l i -d a d , p e r o t a m b i é n n o s p r e g u n t a -m o s , e n l a m i s m a l í n e a d e l o q u ep e n s a b a A n d r é B r e t o n , f u n d a d o rd e l s u r r e a l i s m o , s i l o q u e n o s l l e g ac o m o l o e s c a n d a l o s o d e n u e s t r ac i v i l i z a c i ó n n o e s e n r e a l i d a d s i n ou n o b j e t o d e c o n s u m o m á s . E n1 9 6 6 A n d r é B r e t ó n l e d e c í a a L u i sB u ñ u e l q u e “ h o y n a d i e s e e s c a n d a -l i z a , l a s o c i e d a d h a e n c o n t r a d om a n e r a s d e a n u l a r e l p o t e n c i a lp r o v o c a d o r d e u n a o b r a d e a r t e ,a d o p t a n d o a n t e e l l a u n a a c t i t u d d ep l a c e r c o n s u m i s t a ” .

REVISTA CONTINGENCIADirector Neolid CeballosComité EditorLuz EzquerroMariana GómezPía Liberati Matías MoroLaura Palomeque Si lv ina SanmartinoAsesora EditorialGabriela DargentonDiseño y DiagramaciónCarla CiarapicaCarol ina Barrios

Suscripcion gratitua a CONTINGENCIA en:w w w. c i e c c o r d o b a . c o m . a rlink:departamento de psicoanálisis y política

CIECDirectora Hilda Vittar

Departamentode Psicoanálisis y Política:Coordinador José Vidal

E n “ E l t r i u n f o d e l a r e l i g i ó n ”( 3 ) , L a c a n d i c e q u e “ n o e s n e c e s a -r i o d r a m a t i z a r d e m a s i a d o .D e b e m o s p o d e r a c o s t u m b r a r n o s al o r e a l ” . T i e n e p o r o t r o l a d o u n ac l a r a p o s t u r a , c o m o s i e m p r e , c o nr e s p e c t o a t o d o e s t o . Po r u n l a d oh a y u n p e s i m i s m o , e s t o e s , n o h a yv u e l t a a t r á s e n e l c a m i n o q u es i g u e l a c i v i l i z a c i ó n , p o r o t r o , n oe s t a n p e s i m i s t a c u a n d o d i c e q u ed e b e m o s a c o s t u m b r a r n o s a l o r e a l .

B i b l i o g r a f í a

1- Lacan, Jacques, El Seminario: Libro 8 - La transfe-rencia, p. 189. Ed. Paidós, Buenos Aires, 2003.

2- Lacan, Jacques, El Seminario: Libro 7 – La Etica delPsicoanálisis, p. 209. Ed. Paidós, Buenos Aires, 1988.

3- Lacan, Jacques, El Triunfo de la Religión – Ed.Paidós, Buenos Aires 2005.

EDITORIAL

Escándalos

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Es un hecho hoy que los escándalos se han multiplicado, perotambién es un hecho su Banalización en el sentido que le daHanna Arendt.

Escandalizar, es una acción que está prohibida y como tal, estributaria del padre. Es interesante el valor de trasmisión quese le reconoce como de “malas” enseñanzas que da la vida porcausa del escándalo, cuya incidencia efectiva sobre “lalengua”está probada en el hecho mismo de la banalización. Se trata deuna modificación al nivel del sentido, de una violencia contra lainterpretación canónica de la moral.

No escandalizar al prójimo, está incluido en el quinto manda-miento de la fe Cristiana; aquel que prohíbe matar. No deja deser un poco enigmático esto, pero intentando una interpretaciónpodríamos evocar a Lacan en el Seminario de la Trasferenciacuando despliega la cuestión de las dos muertes: -la muerte delcuerpo y –la muerte en términos significantes, el sentido para elque se ha vivido.

De este modo podríamos decir que el V Mandamiento prohíbematar el cuerpo y también la “ruina espiritual”, como máximosdaños al prójimo. En el Evangelio se cita a los niños como vícti-mas propiciatorias, o sea, aquellos que en su pureza tienen unavida para aprender del ejemplo o, por el contrario, corromper-se con la piedra (fundante) del escándalo.

O sea que propongo ubicar esta palabra en relación a la prohi-bición en el sentido del padre. Pero, ¿qué es lo prohibido? Atacarlos semblantes.

El NO preserva principios, virtudes, criterios… que conformanla ley moral y regulan los usos y costumbres de una comunidad.Hay escándalo por que hay código con el cual interpretarlo.

Quizá convenga oponer el escándalo al acontecimiento impre-visto: El acontecimiento muestra prioritariamente su dit-men-sión real, no estaba previsto en ningún código occidental que lasTorres Gemelas fuesen destruidas ni tampoco lo que eso queríadecir. Se abrió un real que nos dejó perplejos.

Contrariamente el escándalo muestra prioritariamente sudimensión simbólica. Evoquemos el “escándalo de la servilleta”que se hizo funcionar como un resto verdadero de la existenciade coimas en el Senado para lograr una ley. Si resultó escanda-loso fue porque se suponía incorruptible un senador de laNación. (Probidad, honestidad,..) Teníamos en la punta de lalengua la referencia al padre. Sabemos que la “Suposición” esnecesaria, sintomáticamente necesaria para la existencia de laInstitución Senado, que como tal es un semblante.

“ N o e s c a n d a l i z a ra l p r ó j i m o ”

Po r M a r í a E s t h e r N o v o t n y, P s i c o a n a l i s t a

“ El NO preservaprincipios, virtudes,criterios… que confor-man la ley moral (...)Hay escándalo porque hay código con elcual interpretarlo. ”

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Y aquí señalo esta otra característica del escándalo y es quelo que interesa es su consecuencia real, no es imprescindiblecatalogar el estatuto de verdad o fariseísmo de la causa. Lo queimporta es que corrompe o mata al prójimo, a terceros que yano volverán a sentirse plenamente representados…

Este daño se produjo al menos en dos sentidos que quieroseñalar: el primero por cierto el daño en relación a los actoresconcernidos, pero en segundo lugar y de modo mucho másimportante que el primero, es su estatuto de irreparable o seagenerador de un sentido nuevo, corrupto con relación al ante-rior; es decir eso se trasmite en el uso de allí en más, en el sen-tido argentino. (se podría agregar depende de quien paga..)

Con Lacan diríamos que el escándalo ha promovido esta épocadel Otro que no existe porque su cuestión es provocar la caídade los Semblantes. El diccionario etimológico de Corominasdata la palabra al año 1374 y la refiera particularmente a estacaída: “trampa u obstáculo para hacer caer”

Volviendo a nuestro ejemplo, en ese bar, a posteriori delescándalo, no había senadores de la Nación en el antiguo senti-do de ese fino velo que nos permitía creer en el Otro de larepresentatividad política, ¡NO!, lo que había en ese bar eranmercaderes y/o mentirosos que comerciaban con nuestra buenafe, pero también podía ser que algunos de ellos fuesen fariseosque parecían decir la verdad y cuya intención era otra .

Esto sucedió hace muy pocos años y hoy se explicita sin cau-sar escándalo, cuántos gobernadores se pueden comprar, cuán-tos intendentes…

Para concluir tomo la propuesta de Neolid Ceballos de tomaralgunas indicaciones de Lacan en el Seminario “LaTrasferencia”.

Decía mas arriba que la concepción misma del escándalo escristiana y cuenta con el padre y su autoridad, la posibilidad dela reconciliación, la verdad…etc. Hay los escándalos ante lafalta de autoridad de padres y maestros, gobernantes y gober-nados, padres que abusan de sus hijos…madres que los abando-nan…hay la falta a la verdad que supone las correcciones alINDEC, hay en el escándalo de los medicamentos los hijos ilega-les que faltan a la verdad y adulteraron la firma, pero tambiénlos mercaderes que adulteraron el contenido vendiéndolo comoverdadero. La confianza y uso del “relato” como si fuese verda-dero por sobre los significantes que organizan con el valor deverdad del semblante. También podemos anotar aquí la deman-

“ .. . la concepción misma de lescándalo es crist iana y cuentacon el padre y su autoridad, laposibil idad de la reconcil iación,la verdad… ”

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da de reconciliación: “Hay que hacer un Pacto de la Moncloa”. Visto de este modo es claro que el sistema se torna abyecto

como el padre Turelure del Claudel de Lacan , pero sabemos tam-bién con Lacan que el sistema del padre es un síntoma que darálugar o ya lo está dando a otro para regular el goce.

En la página 320 Lacan plantea la pregunta. “¿Desde cuándo seconvierte el Dios de los Judíos en Padre?” Si bien referida a lareligiosidad, nos permite ubicar una escansión –no siempre fueasí- a cuenta del padre la regulación de lo real. Un Dios que esasesinado, que predica con el ejemplo y la verdad, la reconcilia-ción por el perdón. La verdad de la falta, de la culpa…de nolograr ser a su imagen y semejanza. Como diría JAM del Lacanclásico, con el padre se prioriza lo Simbólico por sobre lo imagi-nario y lo real.

En otro lugar del seminario nos encontramos por contraste conotra modalidad de regulación del goce. En la Pág. 189 Lacan nosinvita a fijarnos “en aquel objeto de escándalo que eran los dio-ses de la mitología antigua” se revelaban a los hombres particu-larmente violando las reglas e inmiscuyéndose con los humanos.Como si la regulación apuntase al hecho de que a no-todo sercapaz de pasión le está permitida la anarquía y el desorden; esoes privativo de los dioses. El escándalo por tanto, era tambiénpor excelencia cosa de dioses.

Hoy quizá nos preguntemos si entrará quizás esta palabra endesuso.

“ ...Lacan nos invita a fijarnos “en aquel objeto de escándalo queeran los dioses de la mitología antigua” ”

“ El escándalo (...) era también por excelencia cosa de los dioses.”

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“Nunca vi tanta distancia entre lo que el ciudadano vivecomo realidad y lo que supone que es su realidad a par-tir de los medios”, decía una legisladora en el debate porla nueva ley de servicios audiovisuales. Y me parecíaimportante tomarlo para interrogarme por qué; intentan-do reflexionar y vincularlo con la nueva revistaContingencia, en este sano ejercicio de revisar la actua-lidad haciendo “periodismo”.

Por cierto es que pretendemos producir un nuevonúmero y son muchos los temas (¿contingentes?) que nossensibilizan; unos más atentos a la cuestión de la despe-nalización del consumo de la marihuana; otros con elcaso de la mafia de los medicamentos, mas aquí quienesprefieren la ley de medios audiovisuales, más allá laselecciones legislativas o el golpe de estado en Hondurasy porqué no el fútbol para todos, sin olvidar el sempiter-no “escándalo de la pobreza”. Una ultra cargada agendade cuestiones que no pasan inadvertidas en su momentocomo “sucesos” que ponen incertidumbre y ansiedadsobre un estado de cosas pero tienen fecha de venci-miento en una opinión pública ya acostumbrada al parpa-deo mediático.

Desde hace un tiempo hay un humor cargado y ampliossectores muestran “sufrir” la actualidad repitiendo adinfinitum que es un “caos”. Como otras tantas veces,parece que tuviésemos que ponernos en alguno de los doscostados, ser apocalípticos o integrados, siguiendo lascategorías de U. Eco., aunque en realidad estemos medioperdidos. Los que queremos estar “informados” nos diri-mimos entre las binarias “ñoñadas” de los que se escan-dalizan y los que quieren ir para adelante, tudo bom,tudo legal.

El infierno son los otros parece ser la clave y segura-mente las maltratadas ideologías estén en el fondo detodo esto, aunque los que saben de política afirmen queel clivaje en Argentina sigue siendo peronismo-antipero-

“ El infiernoson los otrosparece ser laclave y segura-mente las maltra-tadas ideologíasestén en el fondode todo esto”

“ U n a S o c i e d a d e s c a n d a l i z a d a ”

Po r M a r í a L u z E z q u e r r o , Po l i t ó l o g a

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nismo. De todas formas la apelación al escándalo parece sermás novedosa y tiene una estética atractiva con un discur-so “atrapatodos” que en un punto quiere que nada cambie,pero eso si, con fundamentos moralizantes políticamentecorrectos y de dudosa veracidad.

Pareciera que lo escandaloso a la larga provocara reaccio-nes de “inseguridad subjetiva” en nosotros. Pero qué es elescándalo? La palabra proviene del griego skándalon, tram-pa u obstáculo para que alguien caiga. Sin embargo,“escándalo” para muchos significa no tanto caer en la tram-pa, sino que toda iniciativa de cambio es una trampa y debeser revelada como tal, si es posible a través de un juiciofácil, sumarísimo y poco responsable.

De ahí la importancia singular de los medios de comunica-ción como denunciantes y sobre todo transmisores delescándalo a la mayoría de la población. El escándalo, portanto, empieza en el momento en el que se hace público.El escándalo es siempre un ataque al poder simbólico delpolítico, independientemente de que sea cierto o no y deque también confluyan razones de orden legal. Y, nos ayudaThompson, el escándalo pertenece a las sociedades demo-cráticas, sólo excepcionalmente a las dictaduras.

El término, también remite al horror, el espanto, la impu-dicia, al desenfreno que perciben muchos sobre la agendanueva y el modo de resolverse. Y obvio que la machaconaconstrucción, la interpretación y la comunicación de esta“desagradable” andanada de cuestiones de alguna maneramoldea la mirada y mete miedo.

En tal sentido, la contribución de Z. Bauman, con su“Miedo Líquido”, es altamente significativa. Así, la típicaoscilación entre la paranoia y la ceguera del miedo actual,autopropulsado y líquido, depende del grado de alienaciónen que hemos dejado abandonadas las potencias y formassolidarias de la vida común. Un primer paso es, por supues-to, el conocer las causas específicas que movilizan nuestrovivir en el miedo.

“ Sin embargo, “escán-dalo” para muchos signi-fica no tanto caer en latrampa, sino que toda ini-ciativa de cambio es unatrampa y debe ser revela-da como tal...”

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Este pensador imprescindible nos alerta que a diferen-cia de los miedos de viejo tipo, los contemporáneos tien-den a ser imprecisos, móviles, elusivos, modificables,difíciles de identificar y situar con exactitud. Tenemosmiedo sin saber de dónde viene nuestra ansiedad y cuá-les son exactamente los peligros que lo provocan.Podemos afirmar que nuestros temores vagan en buscade las causas que queremos desesperadamente encontrarpara poder estar a la altura de hacer algo al respecto opara exigir que se haga alguna cosa.

Y también nos dice que las raíces más profundas delmiedo contemporáneo –la gradual y continua pérdida dela seguridad existencial y la fragilidad de la posiciónsocial- pueden ser encaradas sólo con dificultad. Porqueen un mundo que se globaliza velozmente, los agentes dela acción política no tienen suficiente poder para erradi-carlo.

“No perdamos nada de nuestro tiempo; quizá los hubomás bellos, pero este es el nuestro”, decía Sartre y deeso se trata, no de horrorizarse ante lo “bárbaro” deestos cambios y sí de tratar de “cogerlos por los cuer-nos”, críticamente pero sin miedo. Sentirse “escandali-zado” tiene una parte confortable, nos otorga el consue-lo de parecer que no nos cruzamos de brazos, dando laimpresión de que hemos hecho algo pero, sospecho, estan antipolítico como el desinterés.-

“Antes del tsunami ya había millones flotando en lasaguas de la indiferencia”. Liliana Felipe.

“ ...el escándalo pertenece a las sociedades democrá-ticas, sólo excepcionalmente a las dictaduras.”

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“ L a i r r e d u c t i b l ea l t e r i d a d ”Po r S i l v i a B a u d i n i , P s i c o a n a l i s t a

En el Seminario de La lógica del fantasma, en la clase del 10de mayo de 1967 Lacan se refiere a Edmund Bergler, psicoana-lista que estudió con Freud y fue director asistente de laClínica Psicoanalítica de Viena; el punto que le interesa aLacan es lo que este autor dice del “querer ser rechazados”,crearse un deseo masoquista de querer ser rechazado, ligadoa la pulsión oral. Los neuróticos orales, entonces, se crean estedeseo masoquista, Lacan pregunta entonces: “¿Por qué esmejor ser aceptado que ser rechazado? En el encuentro con talo cual persona, que no pide sino adoptarlos, no siempre lamejor solución es no escapar, esto suponiendo que ser admiti-do es siempre ser admitido a una mesa bienhechora”.Entonces, Lacan allí va a hacer una referencia a la política deese momento, que es la guerra de Vietnam que estaba en suplenitud –estamos hablando del ‘67– y aún se creía que EstadosUnidos iba a ganar. Cito a Lacan: “Se trata de convencer aalguna gente que están muy equivocados en no querer seradmitidos en los beneficios del capitalismo, prefieren serrechazados. Lacan continua diciendo: “Es a partir de esemomento, parece, que deberían plantearse estas cuestionessobre ciertas significaciones, querer ser rechazado y especial-mente esta que nos muestra que si Freud escribió: La anatomíaes el destino, habrá un momento en que, cuando lleguemos auna sana percepción de lo que Freud nos descubrió (es decir, loque Freud dijo no es lo que Freud dijo) diremos: no digo lapolítica es el inconsciente, sino simplemente el inconsciente esla política”.

¿Cómo pensar hoy, 42 años después este punto de ser admiti-dos en la mesa bienhechora? ¿Y cuáles son las consecuencias desentarse sin más? En las Entrevistas de actualidad del 7 denoviembre de 2008 J.-A. Miller titula su intervención enBarcelona; Sobre el deseo de inserción, que resuena con este“ser aceptado”

Como entender la interpretación de Miller frente al éxito delos efectos terapéuticos que redundan en una mayor eficaciaal servicio del amo.

Miller nos dice que le parece más razonable rechazar lademanda del Otro social, o interpretarla, pero no responder a

“ El inconcientees la política esentonces el puntopivote del escán-dalo psicoanalíti-co, un inconcienteimposible dereducir y quesiempre procedepor sorpresa, portropiezos....”

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ella directamente. “Si no, no es psicoanálisis aplicado a laterapéutica, es asistencia social de orientación lacaniana. Ycomo la asistencia social de orientación lacaniana no existe,es asistencia social de pretensión lacaniana”.

Y agrega “Pienso que lo que es urgente es no crecer más,parar con ese crecimiento, que es totalmente oral”

Bien entonces, vemos como 40 años después la relaciónentre las palabras de Lacan y la interpretación de Miller sobreeste particular momento histórico ponen en juego la pulsiónoral y la relación con el objeto que precipita en esta deman-da del Otro, que podríamos nombrar “hazte uno de nosotros”o simplemente “¡hazte uno más!”, uno contable, uno sin Otro,sin la extimidad que el inconciente como discurso del Otropresentifica para cada uno. O sea tragados por el discurso delamo.

El inconciente es la política es entonces el punto pivote delescándalo psicoanalítico, un inconciente imposible de reduciry que siempre procede por sorpresa, por tropiezos. La políti-ca en el siglo que comenzó está signada por una constantereducción del Otro al Uno. De la alteridad fundamental quehabita en cada parlêtre a quien el inconciente y no la identi-ficación lo determina. Por eso Lacan dirá que hay que recon-ducir al sujeto al punto anterior a la captura significante. Esoes reconducirlo por la vía del inconciente transferencial, delinconciente como discurso del Otro a un inconciente real queno se deja atrapar por el sentido. Es de este modo, comopodrá resonar una verdad sin atenuantes: no hay relaciónsexual. No hay mesa en la que pueda servirse el objeto quehaga existir la relación sexual. El deseo del analista como demáxima diferencia, impuro, es único para, no diremos garan-tizar, sino para hacer ex – sistir el inconciente.

“ La política en el siglo que comenzóestá signada por una constante reduccióndel Otro al Uno....”

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¿Qué es lo que, en un momento puntual, se hace “piedra deescándalo”-como dice el lugar común?

Dicho de una manera general, se trata de algo que, para elcurso del sentido común, se desencaja del normal funcionamien-to de las cosas y hace mucho ruido. Claro que, allí entramos enun terreno opaco toda vez que intentamos decir qué es lo nor-mal, cuál es la medida de la norma. Que Charly García se desnu-de en su recital o que se tire de un primer piso a una pileta , esuna noticia, pero no hace ningún escándalo social ; ingresa másbien en esa especie de “sonrisa mediática” que agrega un hechomás al currículum del loco. El novio de una aristocrática actriz esun joven taxista y eso no escandaliza a nadie, sino que entra enuna especie de “modelo”-mediático también- a seguir ya queestá autorizado por la farándula-como se dice.

Ciertamente que el valor social del dicho que se transmite noes el mismo, si se trata de la decisión política de no pagarle alF.M.I, que de estos otros dichos. Sin embargo, la lista de ejem-plos sería larga si nos ponemos en la tarea de ubicar lo normal, yrápidamente notaríamos la paradoja que hay cuando-como en elejemplo de Charly- lo que se hace normal por su estilo, puedetratarse también de la vida o la muerte de un importante artistaque- más allá de los gustos- importa a la vida social.

La cuestión no pasa por apuntar a la muy actual relatividad delos puntos de vista, sino a que podamos distinguir en nuestrotema dos cosas: “la piedra de escándalo” del escándalo mismo,es decir el uso del lenguaje que se hace con la piedra. Entonces,el escándalo: un hecho lenguaje. Es decir que con la piedramuchas otras cosas- incluido el escándalo- se pueden hacer:silencio, desestimarla, ocultarla, traficarla haciendo escucharotra cosa, tergiversarla, etc.

Ahora bien, notemos que cada una de estas vías de la seriemantienen una especial relación a la verdad. Cuando se trata delescándalo, la gente se pregunta “¿será verdad?”, o,”¡qué barba-ridad lo que se escondía!”, etc. El escándalo guarda siempre unarelación con lo que se devela, con una revelación que exagera larevelación misma produciendo así el efecto escandaloso de ladenuncia de las “verdades escondidas”.

En el terreno de la política- que incluye el “funcionamiento ins-titucional”, el sistema de los nombres del Padre, las formas pira-midales de la jerarquía, etc- este asunto del escándalo es máspatente y los hay de toda naturaleza. Algunos partidos políticos,sacan sus plataformas y sus votos a partir de las denuncias decorrupción , o palabras del tipo : “honestidad”, “transparencia”,

“ E s c á n d a l o s y t r a m p a sd e l a ve r d a d ”

Po r G a b r i e l a D a r g e n t o n , P s i c o a n a l i s t a

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etc que , de nuevo, remiten a la verdad y que entonces creanen la población su efecto inverso: el par desconfianza-confian-za, o, se dice “ mentirosos...luego todos son iguales”, etc. Osea valores del humanismo, que poco o nada pueden tener quever con la maniobra política en sí misma, que implica un sis-tema que- aun teniendo aquellos elementos en su forma-ledebe muy poco a las referencias del Nombre del Padre porquemás bien opera con un funcionamiento que “administra” losobstáculo (quién lo hace mejor es otro asunto), que cuentacon ellos, los incluye en el sistema y así realiza algo de loimposible de gobernar- como decía Freud de una de las tresprofesiones lo imposible.

Para el psicoanálsis, el asunto de la verdad inauguró el esce-nario ético en el que Freud tenía que asentar su descubrimien-to del Inconciente. Desde él la verdad queda ligada a la pala-bra y no a la verificación con la “realidad”, cosa que no lehace falta a la verdad por enrularse en la palabra misma (talcomo lo demuestran los ejemplos de más arriba), con lo cual,para el psicoanálisis , la verdad no guarda ninguna relación deadecuación a la realidad sino que su prueba es interior al dis-curso mismo. Así, verdad y realidad pueden ser nocionesopuestas en la medida en que ella no nace de la confrontaciónde la palabra con la realidad, no salimos a constatar si es cier-to que…, sino que asistimos al modo en que la verdad nace enla palabra misma.

La denuncia histérica, el escándalo respecto de algúncampo, es interesante- después de la huella que el psicoanál-sis hizo en la civilización-para que nos permita dirimir mejorcada vez ¿a qué verdad del tiempo, de la época, del mercado,de la jugada política de la ocasión responde? Así, además deencontrarnos con la autonomía propia que toma la verdad enla palabra, por que “ella se riza sobre sí misma”- como diceJacques- Alain Miller , es decir toma un sentido , captaremoslas funciones que se le puede hacer cumplir según hagafalta...

No olvidemos que imposibilidad e impotencia no son lomismo.

Lacan señalaba cómo “la verdad puede no convencer, peroel saber pasa al acto”

“ El escándalo guarda siempre una relación con lo que se deve-la, con una revelación que exagera la revelación misma produ-ciendo así el efecto escandaloso de la denuncia de las “verdadesescondidas”.”

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“ E l e s c á n d a l oc o m o e s p e c t á c u l o

d e l n o q u e r e r s ab e r ”Po r M a t í a s M o r o , M i e m b r o d e l C I E C

Cuando escuchamos hablar de que algo es un escándalo pode-mos pensar que viene a ser algo novedoso en primer lugar, quetambién hay personas importantes sobre las cuales se habla otambién ciertas verdades que se desnudan, conmoviendo lasseguridades adquiridas, es decir, siempre toca algo de lo ya ins-talado y aparentemente inconmovible.

Algo ha salido a la luz, algo se convierte en objeto de miradapor sobre el resto de objetos que circulan frente a nuestros ojosy que de tanto pasar, terminamos por acostumbrarnos a ellos. Poreso, el escándalo viene al lugar de algo que impacta, un objetoque sobresale, un significante que tiembla…

Y esto nos remite a una característica particular que posee lapuesta en escena de un espectáculo.

Según Jesús González Requena, uno de los elementos quecaracterizan a un espectáculo es la distancia que se da entre elque mira y el actor o el cuerpo que produce una acción (como asítambién los efectos que éste produzca sobre otros objetos y quese pueden observar de manera instantánea, por ejemplo laacción de los títeres). Esa distancia producida entre estos dosobjetos, la mirada y el actor “…se revela como huella de unacarencia, la de ese cuerpo negado del espectador que, reducidoa mirada, se entrega a la contemplación de otro cuerpo afirma-do –en su exhibición- y que por ello se manifiesta como necesa-riamente fascinante.” (González Requena, 2000)

Pero, en el mismo acto, la propia mirada se constituye en elsustento “…de una relación con otro cuerpo del que se care-ce.”(González Requena, 2000)

Tenemos entonces dos carencias presentificadas en un espectá-culo.

En la perspectiva psicoanalítica, al tratar el Estadio del Espejo,Lacan nos aporta la idea de la alienación que se produce en unsujeto con la imagen que le va a devolver el espejo, pero másque nada con la confirmación de la madre, con su propia devolu-ción confirmatoria. Se identifica el sujeto con esa imagen con lacual queda alienado. Se puede distinguir aquí que ya va a existiruna carencia, aquella en la que siempre el sujeto se va a recono-cer a través de la mirada de un otro sujeto, decimos del granOtro.

Para Lacan, el sujeto en su constitución, está determinado poruna falta fundamental que lo marcará para toda su vida. El suje-to buscará colmarla, siendo la misma el motor de su deseo. Perono logrará nunca su objetivo, ya que esta falta es estructural.Hay algo del engaño en este punto, algo de ficción.

De ahí la relación posible entre deseo y seducción. Ésta última

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producida por la aparición de objetos que tratarían de simularese objeto perdido. En la época actual la gran producción deobjetos gadgets, atendería a esa simulación de posible comple-tud.

Ya Platón había presentadoen el mito de la caverna, estasuerte de imposibilidad de cap-tar la naturaleza del objetoreal, ya que sólo se podíaobservar una copia del mismoen la pared.

El espectáculo televisivo ven-dría a ocupar un lugar prepon-derante en la cultura actualabsorbiendo los otros tipos deespectáculos ya que tiene lacapacidad de condensarlos atodos a través de sus múltiples

canales. El sujeto pasaría a tener el pleno dominio visual delespectáculo. Aunque sigue cayendo en la creencia de que esepoder que otorga el control remoto, vendría a colmar esa faltafundamental, dejando siempre un resto inalcanzable, observa-ble en el continuo zapping al que parecen someterse los tele-videntes.

Si un sujeto desea algo, otro objeto supongamos, ese mismoobjeto, se constituye como condensador del deseo de aquélsujeto. Por lo que el objeto pasa a obtener un poder de seduc-ción sobre el sujeto.

Entonces, el que mira, se apropia de la imagen de otro suje-to que representa una obra. Y el cuerpo de éste se apropia deldeseo de ese sujeto que mira.

Existe por esto, un poder que aparece al convertirse, un suje-to o su acción, en la atracción de la mirada de los espectado-res. Se podría derivar de esto entonces, que en todo espectá-culo aparece una relación de poder, que acontece en cadapuesta en escena. Dentro de esta dinámica el poder mismo es,a su vez, un gran generador de espectáculos ya que posee lacapacidad de captar más fácilmente la mirada de muchos. Sepuede observar esto con las últimas medidas de gobiernoimplementadas por Cristina Kirchner como así también lasluchas generadas en el Senado Nacional en estos últimosmeses.

“ …el mismo escándalo funciona como un objeto fetiche, cuya funciónde velo nos sigue manteniendo al margen de lo imposible.”

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El escándalo halla un espacio propio dentro del espectáculotelevisivo y adquiere una modalidad característica. Se revela undato que conmueve a la opinión pública, tomando el estado deescandaloso ya que se conmueven ciertos significantes. Esteescándalo se lo coloca como objeto causante de la mirada de lostelevidentes y se lo torna así en espectáculo. Se constituye enobjeto que se logra colocar en el lugar donde se pueda saciar ungoce escópico, en el mismo instante que se está capturado enesa escena y todos los sentidos sólo sirven para dedicarse a ella.

Las noticias pueden convertirse, por ello, en espectaculares ytornan a un hecho escandaloso en la novela cotidiana a seguir.Casi tapando a los demás sucesos que ocurren. Como comentaPascal Bruckner, una noticia barre a la otra, y va dejando en unestado como de impotencia a quien las observa (Bruckner, 1995).

El efecto de espectacularizar un escándalo, viene al lugar delocultamiento de aquello que nos resulta insoportable de aceptar,la castración. Incluso, el mismo escándalo funciona como unobjeto fetiche, cuya función de velo nos sigue manteniendo almargen de lo imposible. El sujeto no quiere saber sobre eso, porlo tanto, asegura un goce, en este caso escópico, que lo manten-ga lejos del hecho de reconocerse castrado. Este goce, es a tra-vés de ese objeto que es representado a través de la pantalla.

En 1967 el teórico político Guy Debord ya se había adelantadoa nuestra época al escribir un libro titulado “la sociedad delespectáculo”.

Los espacios sociales se van convirtiendo en espectáculo y losescándalos posibles, aunque ya atemperados en sus efectosdebido al debilitamiento de los significantes, actúan a modo deespectáculo. Tal vez, incluso, para hacer más soportable eserasgo de real que transparentan cuando hacen su aparición.

B i b l i o g r a f í aGonzález Requena, Jesús “Introducción a una teoría del espectáculo” en Telos Cuadernos de

Comunicación, Tecnología y Sociedad Nº 4 (ISSN :1575-9393) 2000.

Bruckner, Pascal “La Tentation de l'innocence” Editorial Grasset (La tentación de la inocencia) 1995

Debord, Guy “La sociedad del espectáculo”, editado en Miguel Castellote 1976, reeditado por Pre-Textos. 2000 y 2003.

Freud, Sigmund.“Más allá del principio del placer” Amorrortu Editores, 2001

Lacan, JaquesEl Seminario. Libro XI. Editorial Paidós. Bs. As. 1987

“ El efecto de espectacularizar un escándalo, viene al lugar delocultamiento de aquello que nos resulta insoportable de aceptar, lacastración.”

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Del amor al inconsciente freudiano del final del otro siglo,asistimos al cierre del inconsciente en este inicio de siglo, enuna época donde se hace cada vez más evidente que no exis-te el Otro de las garantías universales que el buen Dios res-guardaba y cada vez menos el Otro de las garantías naciona-les, de las que el “Estado protector” encarnaba el semblante.

No sólo los síntomas han cambiado, también los cuerpos sehan transformado con ellos; a veces hasta lo consideradoimposible años atrás. Al respecto, hubo una nota publicadarecientemente que muestra hasta qué punto las transforma-ciones de la intimidad se apoyan en las tecno-ciencias parahacer posible lo imposible: “Un hombre planea casarse conuna mujer, pero antes él ha de tener un hijo porque ella nopuede”. Así expresada, la noticia no causa asombro, pero enverdad se trata de una mujer trans-sexual advenida varón(pero que ha conservado sus órganos reproductivos femeninos)quien por una fertilización asistida espera mellizos para lograrpor amor a su pareja (una mujer de 43 años que ya no puedeprocrear) que ella, su pareja, sea madre. Luego de estos naci-mientos Rubén afirma que va a…

“continuar con las operaciones quirúrgicas para el cambio desexo, ya que tuve que interrumpirlas para quedar embarazadoy que se produzca el parto”.

Y como Noe aún no ha cambiado su Documento de Identidady en él aparece como mujer, pudo perfectamente solicitar serfecundado…perdón, fecundada. Respecto de las transforma-ciones de su cuerpo, mientras explica que el embarazo es dealto riesgo porque padece de epilepsia, añade:

“Es como quien nace con tres manos: mientras las tienes, lasaprovechas cuando estorban, la suprimes”

Thomas Beatie, otro transexual cuya foto embarazado con-movió a la opinión pública –y quien bien podría haber ganadola suma del millón de libras esterlinas ofrecido por la ReinaMadre si se hubiera apresurado a presentarse– afirmaba, mien-tras esperaba su segundo hijo:

“La paternidad siempre fue un sueño para mí, y sabía que enalgún momento quería tener hijos”

Finalmente desplazada de un cuerpo de hombre a un cuerpode mujer, la paternidad es anhelada; ya que una mujer setransforma en hombre pero –al igual que Noe– conserva su

“Los nuevos ropajes de lo real” 1

- o a no escandalizarse -

Po r E r n e s t o S . S i n a t r a , P s i c o a n a l i s t a

“ …más allá deefectos socialesinquietantes quepueden producirciertos fenómenosactuales (uno deaquellos es elescándalo) se tratade registrar losnuevos ropajes delo real…”

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aparato reproductivo y puede engendrar hijos. Es decir, que la paradoja muestra a una mujer biológica trans-

formada en hombre que será madre… ¡porque quiere ser padre!O lo que es igual: la madre y el padre “biológicos” son la mismapersona (aunque en verdad hay un donante para el“padre–madre”) pero las funciones aparecen distribuidas entredos cuerpos. Por amor de una mujer que no puede quedar emba-razada, otra mujer advenida hombre engendra en su cuerpo unhijo para ofrecérselo y luego transformarse en padre (tan sóloAlmodóvar pudo anticipar tales enredos en su film “La ley deldeseo”).

Como se ve, todo tipo de síntomas afectan hoy los cuerpos invo-cando el amor y en nombre del padre.

¿Qué permanece de los efectos cuasi milagrosos producidos enel cuerpo –y sin cirugías de ningún tipo– a partir de una sola,única interpretación? Sigmund Freud lograba de ese modo levan-tar una pertinaz y molesta inhibición de Gustav Mahler luego deun paseo con él por los jardines de Viena ¿Cómo comparar esaEdad de Oro del psicoanálisis en sus orígenes con la actualidadcuando un sujeto (también sustentado en la más sofisticada tec-nología) llega totalmente drogado –o empastillado– a la consultay se niega a cualquier elaboración de sentido?

¿No se indica en estos casos que algo ha cambiado en la épocamás allá de que la estructura siga siendo la misma? ¿Y no lesparece que tenemos que estar advertidos de estas modificacio-nes ya que cada vez más llegan a nuestros consultorios personasmostrando estas vestimentas rechazando el saber en nombre deuna paradójica satisfacción?

Por lo pronto comprobemos que más allá de efectos socialesinquietantes que pueden producir ciertos fenómenos actuales(uno de aquellos es el escándalo) se trata de registrar los nuevosropajes de lo real diseñados por las tecno-ciencias, para conti-nuar como analistas interviniendo sobre la angustia de los quesufren.

B i b l i o g r a f í aEste texto es un anticipo del libro “Las neurosis –jeroglíficos, blasones, laberintos–”; Cuadernos del

ICBA (de próxima aparición)

“ ¿Y no les parece que tenemos que estar advertidos de estasmodificaciones ya que cada vez más llegan a nuestros consultoriospersonas mostrando estas vestimentas rechazando el saber ennombre de una paradójica satisfacción? ”

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El escándalo se nos ha tornado cotidiano desde que el aparatomediático descubrió que es causa a la vez de espanto y de goce,es decir, un resorte que provoca una exaltación sensual en la quese mezclan el pudor, la repugnancia y también el placer incons-ciente que hace que el sujeto no se separe del televisor, se apa-sione en la lectura del diario o la revista y se lance a ciertas for-mas del consumo. Por supuesto, muchos, artistas, políticos,deportistas, no vacilan en usar el recurso del escándalo paraatraer la atención del público sobre su persona.

La perspectiva freudiana del malestar en la cultura indicabaque la supervivencia de la sociedad se logra a costa de la priva-ción del goce de los sujetos. Pero habría que señalar que enmucho la sociedad se sostiene creando la ilusión de una formahomogénea de gozar, válida para todos, y ocultando la singulari-dad del goce de cada individuo que continúa existiendo. El escán-dalo es, muchas veces, una forma de violencia ejercida sobre esailusión, sobre el modo en que se sostiene el discurso del Otro enla sociedad, en relación con la ética y sus límites y que denunciala hipocresía en la que el lazo social se asienta.

Que unos curas abusan de menores, que unos políticos se que-dan con coimas, que unas mujeres son infieles, que un juez eshomosexual, todo queda al descubierto por el alboroto que hacenlos amantes de la transparencia. ¡Que se vea, que se sepa!

Esa violencia es la que, por medio de la palabra o la imagen,hace emerger, saca a la luz algo que estaba destinado a perma-necer en secreto. Como un guante vuelto al revés trae lo tapadopara afuera.

Tradicionalmente, pero aún ahora, el secreto es ordenador delo social. Es un puro efecto de lenguaje, el secreto es estructu-rante: ciertas cosas deben permanecer en silencio, unas palabrasno pueden ser dichas, algunas cosas no pueden ser tocadas, otrasno deben ser vistas, ciertos olores deben disimularse. Para elloestán los semblantes que actúan como un velo sobre lo real,como una forma del olvido de ciertas cosas relacionadas al cuer-po pero que, como lo reprimido, no desaparecen y por el contra-rio, tienden a retornar y por eso hay que destinar siempre ciertacantidad de energía para mantenerlas silentes.

Esto se emparenta en esencia con lo sagrado que, como lo haseñalado Georgio Agamben, es aquello que es apartado del usocomún humano para quedar en la esfera de lo divino y, por lo

“Los desvergonzadosyerran”

Po r J o s é V i d a l , P s i c o a n a l i s t a

“ …la sociedad sesostiene creando lailusión de unaforma homogéneade gozar, (...) yocultando la singu-laridad del goce decada individuo...”

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tanto, mediante la prohibición, genera la dimensión de lotrascendente transformando las cosas corrientes en secunda-rias. Son formas de hacer más soportable la vida.

El acto de la sacralización separa y el movimiento inverso, laprofanación, el traer nuevamente aquellas cosas interdictas aluso humano, requiere también un acto simbólico.

Freud ha insistido sobre el tabú en las sociedades primitivaspara indicar el carácter estructural de esa separación entre losagrado y lo profano para nuestro psiquismo. Pariente de estadivisión es la separación en las sociedades patriarcales entrelo público y lo privado que en nuestros días presenta una ten-dencia muy manifiesta a desaparecer a partir de la increenciaen los semblantes que produce el discurso de la ciencia.

Dentro de los tabúes que Freud pudo estudiar se privilegia elque pesa sobre la mujer que Freud examina en su memorabletexto “El tabú de la virginidad”. Lacan, por su parte, hace unavance importante en la cuestión al hacer notar la prohibi-ción/maldición que pesa sobre el nombre mujer al indicar quesólo puede ser maldicha, que toda vez que se nombra a unamujer se la difama, usando la homofonía que se produce enfrancés entre diffame y dit femme, difamar y decir mujer. Yhay que notar la salida de la mujer a la vida social ha sido enla época moderna el asunto más escandaloso en la medida enque representa la ruptura definitiva de la barrera que separa-ba lo público de lo privado, separación entre el goce, privado,y el significante que representa el eje padre, falo, logos.

Y notar también, especialmente en Argentina, que la presen-cia de la mujer en los lugares de poder no deja de provocarintranquilidad.

Si la profanación puede ser un acto simbólico, como lo plan-tea Agamben, que restituye las cosas separadas para encon-trar nuevas posibilidades para el uso humano, el escándalomediático de nuestro tiempo no hace más reafirmar y cristali-zar el carácter de prohibido, de separado, de inalcanzable. Eslo obsceno.

El escándalo es ruido generalmente destinado a denunciar laley del padre pero de una manera superficial, ligada a la satis-facción de aquel que puede, por un instante, burlarse de lanorma, denunciar la falsedad de los semblantes y, en nombrede la verdad, mostrar la ficción de la autoridad. Pero no se

“ Esa violencia es la que, (...), hace emerger, saca a la luz algoque estaba destinado a permanecer en secreto.”

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trata de rebeldía. Por el contrario, es una operación en la que sereconoce su raíz perversa, cuyo destinatario no es la autoridaden sí sino aquel que todavía cree en ella: el escándalo busca pro-vocar la emergencia de la ley, convocarla para, en su límite, cau-sar la división subjetiva del espectador: abochornar, hacer sonro-jar, provocar el pudor.

Sin embargo, habría que distinguir el escándalo de la vergüen-za. La vergüenza es signo de lo real, como lo indica Lacan en elseminario 17, no de la verdad. Y por eso en el curso del análisises frecuente que nos sintamos avergonzados. Si el escándaloapunta a desnudar la verdad, la vergüenza es lo que hace apare-cer lo real, lo que somos como sujetos marcados por el signifi-cante en el nivel de la decisión entre la singularidad de nuestromodo de goce y la identificación al significante como universal.

El escandaloso quiere demostrar que sabe, que está advertido,que pudo ver por debajo de los velos que cubren la verdad. Lavergüenza a la que el psicoanálisis nos confronta es justamentela imposibilidad de acceder a lo verdadero y, en cambio, nos per-mite alcanzar cierto nivel de certeza respecto a lo real. Ese es elsentido de la expresión lacaniana les non dupés errent, los des-engañados yerran. Los que creen que pueden prescindir de lossemblantes se equivocan porque no hacen más que crear nuevosvelos que nunca permiten el acceso a lo real.

“ Ciertas cosas deben permanecer en silencio, unas palabrasno pueden ser dichas, algunas cosas no pueden ser tocadas,otras no deben ser vistas…”

“ …el escándalo busca provocar laemergencia de la ley, convocarla para, ensu límite, causar la división subjetiva delespectador: abochornar, hacer sonrojar,provocar el pudor.”