162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim
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INTRODUÇÂO AO PAISAGISMO
1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES
1.1. PAISAGEM:
A paisagem refere-se ao espaço de terreno abrangido em um lance de
vista, ou extensão territorial a partir de um ponto determinado. Pode ser
classificada em:
Natural: sem a intervenção do homem;
Artificial: planejada, ou seja, um jardim.
Jardim é uma palavra de origem hebraica e vem de gan (proteger,
defender) + eden
(prazer, satisfação, encanto, delícia).
A concepção inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim está ligada
às palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno, perfeito e
privativo. Na tradição judaico-cristã, a idéia primitiva de jardim é de paraíso,
um lugar com plantas ornamentais e frutíferas formando um ambiente de
harmonia, beleza e satisfação espiritual.
Um jardim é a representação idealizada da paisagem como cada
civilização (ou até cada pessoa) desejaria que ela fosse. É um local que
pode ser percebido pelos cinco sentidos. É dinâmico, porque o elemento
vegetal, como um ser vivo, está sujeito a um ciclo biológico. O jardim
modificase com o passar do tempo (devido ao crescimento) e durante as
estações do ano (floração, frutificação, queda das folhas, mudança de cor,
etc.).
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Jardins de Versalhes.
1.2. PAISAGISMO:
Da palavra paisagem, deriva a palavra Paisagismo. O paisagismo é
uma atividade que organiza os espaços externos com o objetivo de
proporcionar bem-estar aos seres humanos e de atender às suas
necessidades, conservando os recursos desses espaços. Combina
conhecimentos de ciência e arte, pois:
♦ Arte: forma de expressão cuja ocorrência se verifica quando um conjunto
de emoções atua sobre a sensibilidade humana;
♦ Ciência: é a reunião de leis abstratas, deduzidas dos fenômenos da
realidade exterior ou interior.
♦ Técnica: é a aplicação, nos trabalhos de rotina, das leis abstratas que vêm
da ciência.
Existem alguns conhecimentos básicos que são requeridos no
paisagismo:
1º. Conhecimentos científicos:
Manejo dos recursos naturais: Ecologia, Biologia, Botânica, Geologia e
Geografia, etc.; Técnicas de cultivo: Agronomia (Fitopatologia,
Entomologia, Fitotecnia, Adubação, Fisiologia
Vegetal, Horticultura, Solos, Nutrição de plantas, Proteção de plantas,
Climatologia, Topografia, Irrigação e Drenagem, etc.);
Organização dos espaços: Arquitetura e Urbanismo.
2º. Conhecimentos artísticos:
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Artes plásticas: elementos vivos e inertes (esculturas);
Artes industriais: cerâmicas, serralherias, marcenarias, etc.
2. COMPONENTES
Para que se tenha um paisagismo bem elaborado, deve-se partir
para o planejamento paisagístico. Este planejamento deve considerar,
ainda, o espaço livre e de área verde existente no local em estudo.
O espaço livre é toda a área geográfica (solo ou água) que não é
coberta por edificações ou outras estruturas permanentes.
A área verde é um tipo específico de espaço livre, ou seja, aquele
coberto, predominantemente, por extrato vegetal. O termo “área verde”
aplica-se a diversos tipos de espaços urbanos que têm em comum: serem
abertos (ao ar livre); serem acessíveis; serem relacionados com saúde e
recreação.
São consideradas áreas verdes urbanas tanto áreas públicas, como
particulares. Podem ser jardins, praças, parques, bosques, alamedas,
balneários, campings, praças de esporte, playgrounds, playlots, cemitérios,
aeroportos, corredores de linhas de transmissão, faixas de domínio de vias
de transporte, margens de rios e lagos, áreas de lazer, ruas e avenidas
arborizadas e/ou ajardinadas. Desde que devidamente tratados, também se
incluem os depósitos abandonados de lixo, as áreas de tratamento de
esgoto e outros espaços semelhantes.
Existem diversas classificações de áreas verdes:
a) Jardins de representação: áreas ligadas à ornamentação sem
finalidade recreacional e de menor importância do ponto de vista
ecológico. São os jardins de prédios públicos, de igrejas, etc.;
b) Jardins de vizinhança: áreas para recreação, que podem ter alguns
equipamentos recreacionais (playgrounds), esportivos ou mesmo de
lazer passivo (bancos). Sua área mínima é de 1.500m2, ou de 5.000m2
caso tenham equipamentos esportivos. Devem distar, no máximo, 500m
das residências dos usuários;
c) Parques de bairro: áreas com a mesma finalidade que os parques de
vizinhança, mas com equipamentos que requerem maior espaço; sua
área mínima é de 10ha, e devem distar, no máximo, 1.000m das
residências dos usuários;
d) Parques distritais ou setoriais: têm a mesma finalidade que as duas
categorias anteriores, mas sua área mínima é de 100ha;
e) Parques metropolitanos: áreas de responsabilidade extra-urbana, com
espaços de uso recreacional e de conservação;
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f) Unidades de conservação: áreas exclusivamente destinadas à
conservação, podendo, eventualmente, ter algum equipamento
recreacional para uso pouco intensivo. Encaixam-se nesta categoria as
áreas de recursos naturais, áreas de proteção ambiental, áreas de
proteção de mananciais e áreas de proteção paisagística;
g) Áreas verdes de acompanhamento viário: áreas sem carater
conservacionista ou recreacional, tendo apenas função ornamental, mas
podendo interagir no ambiente urbano. São os canteiros de avenidas,
rotatórias, etc..
Existe ainda um espaço urbano, talvez o mais importante, não inserido
nesta classificação, a Praça, local de encontro na cidade, vegetado ou não,
comumente com área aproximada de 1,0ha. Os parques de vizinhança são
praças, mas as praças nem sempre são parques de vizinhança.
O índice de área verde é o total de áreas verdes de um determinado
local (m2) dividido pelo seu número de habitantes (m2/habitante), ou seja, é
a relação entre a quantidade de área verde de uma cidade e sua respectiva
população. Considera-se adequado um índice de 10 m2 a 13 m2 de área
verde/habitante. Mais importante que o índice, entretanto, é a distribuição
dessas áreas verdes e as suas características e as da região onde elas se
inserem.
3. IMPORTÂNCIA
A existência de áreas verdes junto aos centros urbanos (parques,
praças, lagos e ruas arborizadas) proporciona uma sensação de bem-estar
aos usuários destes espaços. As plantas utilizadas no paisagismo urbano,
tão importantes na caracterização ambiental destas áreas, promovem
inúmeros benefícios estéticos e funcionais ao homem e estão muito
além dos seus custos de implantação e manejo.
Alguns dos efeitos causados pela vegetação no meio urbano estão
relacionados com a melhoria da qualidade do ar e do conforto térmico. A
qualidade do ar é melhorada pela interceptação de partículas e absorção
de gases poluentes pelas plantas, enquanto que a redução da temperatura
ocorre pela absorção de calor no processo de transpiração, redução da
radiação e reflexão dos raios solares.
Outros benefícios proporcionados pela presença planejada das plantas
na paisagem urbana são a proteção contra ventos e redução da poluição
sonora. O vento pode ser agradável, desconfortável ou ate mesmo
destruidor, dependendo de sua velocidade. As plantas modificam os ventos
pela obstrução, deflexão, condução ou filtragem do seu fluxo.
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As plantas também podem ser úteis quando dispostas com o
objetivo de sinalização, arranjadas a fim de indicar direção a pedestres e
veículos, melhorando a aparência de estradas e rodovias.
Contudo, os maiores efeitos proporcionados pela utilização de
plantas nos espaços urbanos são os estéticos e psicológicos. Os efeitos
estéticos, evidenciados pelas propriedades ornamentais de cada espécie,
têm o poder de modificar os ambientes visualmente, tornando-os mais
agradáveis aos seus usuários. Já os benefícios psicológicos são capazes
de melhorar o desempenho e o humor de trabalhadores, reduzir o tempo de
internação e uso de remédios em pacientes e melhorar a relação de
empresas com a comunidade. Outro fato importante é a redução da
criminalidade e da violência nos centros urbanos onde o uso de plantas é
adequado.
FATORES AMBIENTAIS E SUAS RELAÇÕES COM A JARDINAGEM/
PAISAGISMO
1- NATURAIS
1.1- SOLO
Também chamado de terra, é o recurso básico que suporta toda a cobertura
vegetal do planeta e que, juntamente com a água e o ar, permitem a
existência dos seres vivos. Tem grande importância aos vegetais terrestres,
fornecendo a base de sustentação da planta e os nutrientes essenciais à sua
sobrevivência.
Constitui a camada superficial da crosta terrestre, composta por rocha em
desagregação misturada à matéria orgânica em decomposição, ao ar, água e
substâncias químicas diluídas.
Nas atividades agrícolas, principalmente, o uso do solo deve ser executado de
modo correto, priorizando a sua conservação que é de grande importância,
como veremos mais adiante.
1.1.1- Características do solo
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Origem e Formação
O solo é formado a partir da modificação da rocha de origem (material duro
mais conhecido como pedra), mediante a ação integrada dos elementos
climáticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,
liquens e outros) que ao longo do tempo vão decompondo àquela rocha
originária em grãos cada vez menores, até transformá-la em um material
solto e macio, denominado mineral.
O solo leva vários séculos ou até milhões de anos para se formar, sob a ação
dos agentes naturais (intemperismo).
Deste modo o solo é representado pela expressão:
NOTA:
Função dos organismos vivos:
Os animais (microorganismos, insetos, minhocas, etc), as plantas e o próprio
homem ajudam na transformação do solo, ao misturar e decompor matéria
orgânica (restos de animais e vegetais mortos) com o material granular e
solto, em que se tornou àquela rocha original. Além disso, os seres vivos
quando morrem também vão sendo decompostos e misturados com o
material macio e fofo, formando o solo.
Esta decomposição fornece os elementos nutricionais essenciais ao
desenvolvimento das plantas.
Composição do solo
É composto de 4 partes:
Água (localiza-se no interior do solo em pequenos espaços
chamados de poros e é utilizada pelas raízes das plantas e
pelos microorganismos).
Ar (a situação é igual ao da água).
Mineral (resultado da decomposição da rocha de origem).
Divide-se em 3 frações principais, de acordo com o seu tamanho:
o Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)
o Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)
o Argila (parte muito pequena e que só pode ser
visualizada através de microscópio. Ex: o barro).
Matéria orgânica (restos de animais e plantas)
Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos
outros.
O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar
e água nos espaços de seu interior.
SOLOS= ROCHA+ CLIMA+ TEMPO+ ORGANISMOS VIVOS
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Organização do solo
Como o corpo humano, o solo também tem a sua organização.
Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas
sobrepostas e distintas.
Após o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme já
explicado anteriormente, processa-se a diferenciação das camadas mais ou
menos paralelas a superfície e denominadas de HORIZONTES.
Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira
camada apresenta uma coloração mais escura (devido ao acúmulo de restos
de vegetais e animais no solo) e é nesta camada, que os vegetais iniciam o
seu crescimento. É chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira
camada, são chamados de horizontes B e C.
Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores
visualizados em “barrancos” às margens de estradas ou quando abrimos um
“poço” de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, nós estamos
visualizando o que se chama de “perfil” do solo.
Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetação e plantações e que
são, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se
desenvolveram.
A cor é uma das características que mais chama a atenção, podendo fornecer
indícios sobre a composição, propriedade e origem do solo. A cor está
relacionada com os teores de matéria orgânica, umidade e predominância de
determinados compostos químicos (óxido de ferro).
Assim, temos na natureza solos de coloração amarela, vermelha, cinza
azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).
A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais
rápido a água e/ou permitir que as raízes cresçam mais ou menos rápida.
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Tipos de solo
As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar água e sais minerais.
Em média, metade do volume do solo é formada por espaços cheios de ar e
água. As plantas se alimentam e também respiram pelas raízes, não só pelas
folhas. Quando os espaços são pequenos demais, como em solo muito
argiloso, diz-se que o solo é pesado (se você tentar remexer lama com a pá,
logo saberá por quê). Quando os espaços são maiores, como no solo arenoso,
diz-se que o solo é leve. Em solo muito pesado, que não dá passagem à
água, as raízes podem morrer afogadas, devido à falta de oxigênio.
A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, até mais importante do
que sua composição química.
Mas, para resumir todos os resumos, saiba que você pode cultivar quase
qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de
jardim, areia de construção e terra vegetal, em partes iguais.
Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" é de
todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar
os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas
substâncias.
Pó de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.
A vermiculita é um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que após
passar por processos industriais é um excelente hidratante natural das
plantas, evita a compactação do solo, melhora o crescimento das plantas,
mantém a umidade do solo por até 15 dias sem rega e não tem cheiro.
É excelente para o uso agrícola.
Acidez e Alcalinidade
A composição química do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas
plantas, necessitam de solo ácido para serem cultivadas com sucesso e outras
dificilmente crescem bem em solo ácido.
O solo ácido ou "azedo" tende a ser escuro, às vezes com a superfície
coberta pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, às
vezes esbranquiçado. Entre as plantas acidógilas (gostam de ácido) que
preferem solo ácido (pH 6 a 6,5) estão azaléas, begônias, camélias, ciclames,
gardênias (jasmim-do-cabo), magnólias (arbusto), violetas-africanas, urzes.
Entre as que preferem solo alcalino estão espécies de buxo, cravo, lírio,
pinheiro, sálvia.
A acidez ou a alcalinidade do solo se mede por uma escala arbitrária, que
vai de 1 a 14, e é denominado de pH (*).
Solo de pH 7 é neutro, nem ácido e nem alcalino (Ex: água destilada).
Cada grau para cima indica alcalinidade 10 vezes maior e cada grau para
baixo, acidez 10 vezes maior.
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Solo de pH 8 é 10 vezes mais alcalino que o de pH 7 e um solo de pH 6, é 10
vezes mais ácido que o de pH 7. As azaléas e outras plantas acidógilas como
as citadas acima, se dão bem em solos de pH 6 a 6,5.
O pH pode ser medido com um simples teste de tornassol. Em lojas de artigos
agrícolas, vendem-se Kits completos com o nome de peagâmetro.
Em regiões muito chuvosas, o solo tende a ser ácido, porque a água lava os
sais alcalinos. Nas grandes cidades há outra razão para o solo ter sua acidez
aumentada: a fumaça sulfurosa de fábricas e veículos aumenta a acidez da
água da chuva.
A terra vegetal ou terriço tende a absorver os excessos de acidez ou de
alcalinidade, apesar de ser uma substância ácida em si.
O solo muito alcalino tende a ser deficiente em boro, ferro, manganês,
molibdênio, zinco e outros fertilizantes secundários.
No Capítulo mais adiante, referente à Calagem, este assunto será
complementado.
(*) A abreviatura de pH corresponde a "potencial (p) de acidez decorrente da
concentração de íons de hidrogênio (H)". Íon ou ionte é uma partícula
subatômica carregada de eletricidade.
Misturas de solo
Um solo para ser considerado com ótimas condições para o desenvolvimento
das plantas deverá ter a seguinte composição: 45% de minerais; 25% de
água; 25% de ar; 5% de matéria orgânica.
As incontáveis misturas de solo são geralmente constituídas por alguns
ingredientes descritos a seguir:
Areia - Acúmulo de partículas rochosas alteradas, constituindo
diminutos fragmentos resultantes das ações do tempo e condições
climáticas. Seus grãos aumentam o tamanho dos espaços que formam
a porosidade do solo e não tem função nutriente nem ação química
como a da argila.
A areia usada em jardinagem é quase sempre a mesma que entra na
preparação de argamassa para construções, isto é, areia de rio.
Areia de praia é terminantemente proibida para uso por quase todos os
livros, mas é preciso distinguir dois tipos: a que fica acima da linha das
marés é um tipo recuperável e utilizável, depois de alguns meses de
exposição ao sol e à chuva numa área não afetada pela salinidade de
origem. O maior problema no caso talvez seja a finura dos grãos.
Argila – “Barro” dos oleiros e ceramistas, formado por grãos finíssimos
e somente visíveis ao microscópio.
Endurece quando seca e volta a formar lama quando molhada. Em tijolos e
peças cerâmicas o endurecimento é irreversível por causa do cozimento.
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É ávida por água e isto explica quando se encosta a ponta da língua numa
moringa bem seca.
Como os sais de cálcio tendem a aderir a suas partículas, a argila retarda a
acidulação do solo.
Carvão – Trata-se do carvão vegetal, madeira submetida à combustão
incompleta (queima). Tem a propriedade de atrair e oxidar substâncias
tóxicas resultantes da fermentação de matéria orgânica.
È usado em pedaços de tamanho variável para manter mais saudável o solo,
para purificar água de torneira destinada à rega e para controle da
acidificação.
Húmus - Material marrom ou preto resultante da decomposição de
matéria vegetal ou animal. Um grande produtor de húmus é a minhoca.
Material Calcário - Substâncias ricas em cálcio, que por sua vez têm
ação corretiva sobre a acidez do solo (este assunto será explicado no
Capítulo adiante, referente à Correção do solo).
Em jardinagem são usados comumente a cal (óxido de cálcio) e o pó calcário
magnesiano. Na preparação de vasos podem entrar reboco (de parede)
velho moído, conchas moídas, cascas de ovos e giz escolar.
Perlite - Vidro vulcânico que o calor reduz, por explosão, a fino
cascalho; as partículas, muito porosas, podem reter grandes volumes
de água e ar e, desse modo, desempenhar função mais eficiente do
que a da areia. Utilizável em coleções de vasos, mas é um luxo no
jardim.
Terra vegetal ou terriço - É um lixo da mata, formado principalmente
por folhas parcialmente decompostas. Material rico em húmus e
bactérias úteis e, portanto, com alto valor fertilizante. Embora ácida,
regula o pH.
A terra vegetal de melhor qualidade é a que tem textura de flocos, não de
pó. Quando em fermentação muito ativa pode ser prejudicial, se incluída em
excesso, especialmente em solos destinados ao cultivo de cactos.
Turfa - Matéria vegetal parcialmente carbonizada, isto é, no processo
incompleto de tornar-se carvão mineral.
Abundante em algumas regiões do mundo, ricas em carvão mineral (Estados
Unidos, Europa), e onde é usada como sucedâneo da terra vegetal, escassa
em países desmatados e de clima frio. No Brasil, apesar da abundância e
baixo custo da terra vegetal, muita gente prefere a turfa importada, porque dá
resultados imediatos.
No afofamento da terra, a turfa é muito porosa, leve e absorvente, mas não
tem valor nutritivo como a terra vegetal.
Vermiculita - Outro tipo de “pipoca” mineral semelhante a perlite,
resultante da alteração da mica pelo calor. Muito absorvente retém
umidade e, é usada, como material de enraizamento de plantas que
pegam depressa, como cóleos e crisântemos.
Xaxim - Tecido morto da planta do mesmo nome (ou samambaiaçu).
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Poroso, absorvente, intrinsecamente antibiótico e resistente a insetos e
outras pragas. Em placas, é o "solo" ideal para orquídeas, bromélias e outras
epífitas não parasitas (plantas que se apóiam em outras).
Em pó, é substituto da perlite, vermiculita ou turfa. Dá porosidade ao solo,
mas sem prejuízo da umidade, o que favorece a penetração de raízes de
samambaias, avencas e outras plantas de meio úmido.
Receitas de Misturas de Substratos para Plantio
À medida que vão acumulando experiência, os jardineiros tendem a refinar
suas exigências de solo. A Mistura Universal, de fato, pode ser substituída
por uma composição mais apropriada e até ser ela própria melhorada.
Isto é, há quem opine que a Mistura Universal não deva ser formada por
quantidade iguais dos 3 ingredientes e sim pela seguinte proporção:
Terra argilosa de jardim : 7 partes
Terra vegeta : 3 partes
Areia grossa : 2 partes
Esta receita apresentada parece satisfazer a necessidade de maior número
de plantas, mas pode-se aperfeiçoá-la com alguns "temperos". Digamos,
para cada 5 Kg desta mistura, acrescente 1/2 colher das de café de giz
moído (exceto para azaléas e outras que preferem solo ácido); 2 colheres
das de café de superfosfato; 1 colher das de café de sulfato de potássio.
É claro que você também pode esquecer todos esses ingredientes secundários
e simplesmente acrescentar à mistura adubos previamente preparados
existentes no comércio, cada um deles com fórmula adequada ao tipo de
planta que você irá cultiva.
Se por qualquer razão puder comprar esses artigos especializados e quiser ter
certa variedade de solos, será melhor limitar-se a 3 tipos básicos, nos
primeiros tempos:
- Receita n.º 1 - Para cactos e suculentas.
Areia 4 partes
Terra argilosa 1 parte
Terra vegetal 1 parte
Para cada 5 kg de mistura, 1 colher das de sopa de carvão moído (mas não
em pó); 1 colher de farinha de ossos; 1 colher de cascas de ovos moídas
(não em pó); 1 colher das de café de giz moído. A terra vegetal pode ser
substituída por esterco de vaca ou de cavalo, mas qualquer desses três
ingredientes deve estar muito bem curtido, pelo menos durante um ano. Os
cactos abominam fermentação.
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- Receita nº 2 - Para plantas tropicais em geral, folhagens de
verde intenso ou variegadas, plantas de crescimento rápido.
Areia 2 partes
Terra argilosa 1 parte
Terra vegetal 2 partes
Para cada 5 Kg dessa mistura, acrescente 1 colher das de sopa de carvão em
pedacinhos e 1 colher das de café de giz em pó. Se quiser, 1 das 2 partes
de terra vegetal pode ser substituída por esterco bem curtido.
- Receita nº 3 - Para plantas de clima temperado, que sobrevivem a invernos
rigorosos.
Areia 1 partes
Terra argilosa 1 parte
Terra vegetal 1 parte
Para cada 5Kg desta mistura, acrescente 1 colher (das de sopa) de farinha de
sangue e 1 colher de carvão em pedacinhos.
Todos estes tipos de solo destinam-se a preparação de vasos. No jardim, as
condições de fertilização natural e de drenagem são diferentes, de modo que
a terra argilosa marrom que neles predomina é geralmente adequada. Mas
as receitas também servem de alguma orientação nas correções do solo do
jardim.
A versatilidade é enorme. Algumas plantas podem ser cultivadas sem solo
dentro de casa, com as raízes imersas em água. Você pode ter dracenas,
filodendros, cóleons, tradescâncias e até comigo-ninguém-pode durante anos,
"plantadas" na água de recipientes de vidro colorido (para evitar a formação
de limo), desde que ache um meio de apoiá-las. Mantenha um pedaço de
carvão dentro da água e troque-a cada 15 dias por água fresca, na qual haja
diluído 1 colher das de chá de adubo solúvel (ou conforme a bula). Teste o
pH de vez em quando. Se a água estiver ácida, pingue umas gotas de
bicarbonato de sódio diluído ou se estiver alcalina, pingue umas gotas de
vinagre diluído.
O cultivo de plantas sem solo é conhecido como hidroponia e atualmente é
muito utilizada principalmente nas culturas de verduras (Ex: alface), devido ao
baixo custo de manutenção e mão de obra. São cultivadas em canos de PVC
cortados horizontalmente e por onde correm água fresca e adubo diluído.
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Existem instalações especiais, em que as plantas enraizam em pelotas de
xisto fundido ou cerâmica especial, irrigadas com regularidade automática
por uma solução de fertilizante em água. Dá pouco trabalho, mas sua
implantação é cara demais.
1.1.2-Topografia
A inclinação ou declividade do solo é um dado importante para o
planejamento de qualquer atividade agrícola e deve ser bem observado
antes de executar qualquer operação no terreno.
Para tanto é necessário entender o que vem a ser topografia e a sua utilização
em atividades agrícolas, para evitar riscos de erosão, assoreamento,
deslizamento, inundação e que causam a degradação do solo (destruição).
A topografia é uma aplicação da matemática e da trigonometria, empregada
na medição de terrenos com todos os seus acidentes naturais e artificiais,
representando-os numa figura plana denominada “planta topográfica”.
A planta topográfica nada mais é do que a representação em plano
horizontal, dos acidentes naturais e artificiais. É a projeção horizontal do
terreno. A mais utilizada é a planta planialtimétrica, que medem
horizontalmente as terras e medem e representam os relevos.
Em alguns casos, é essencial que o jardineiro entenda a planta do terreno,
para que possa conhecer e/ou reconhecer as características do mesmo, seus
acidentes geográficos e a utilize como uma ferramenta no planejamento do seu
trabalho. A identificação de uma planta por simples observação é importante
para qualquer estudo ou construção na área.
Alguns acidentes geográficos são imediatamente identificados, tais como:
Vertentes-são as superfícies laterais das elevações ou depressões.
Também são denominadas de “flancos” ou “encostas”.
Linha de cumiada -seus pontos são altos e essa linha divide as águas
das chuvas para as vertentes. As curvas de nível de cotas menores
envolvem as de cotas maiores. Também é chamada de “divisor de
águas”.
Talweg -são linhas de pontos baixos de uma região. É a linha mais
profunda do leito de um rio. As águas das chuvas descem pelas
vertentes e se escoam pelos talwegs. É identificado na planta pelo fato
das curvas de nível de cotas maiores envolverem as de cotas menores.
Garganta - é o ponto comum (coincidente) entre a linha de cumiada
com um talweg.
A primeira coisa a ser feita em um desenho de uma planta topográfica é a
escolha da escala. A fim de facilitar a compreensão, chama-se de “objeto” tudo
que admite representação gráfica, seja um segmento de reta, um polígono,
uma superfície, um sólido, etc.
Chama-se “figura” ou “desenho”, a representação gráfica de um objeto.
Denomina-se “escala” a relação entre o tamanho do polígono no papel e o
do caminhamento no terreno. É uma razão de semelhança e é expressa por
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uma fração (ex. 1:200), chamada de “escala gráfica”. Ex. “Quando o terreno
medido tem mais ou menos 1km (quilômetro) de largura, podemos fazer a
planta com mais ou menos 1 metro, ou seja, na escala de 1: 1000”. Nesta
escala, para representar um alinhamento qualquer, divide-se o seu
comprimento por 1000. Desta maneira, um alinhamento de 200 metros, é
representado no papel por uma linha com 0,20 m (20 cm). Geralmente os
mapas ou as plantas topográficas do terreno vêm com as escalas indicadas,
bastando fazer a conversão do que foi medido no mesmo.
Existem várias escalas a serem empregadas e quanto maior for a escala,
menor é o desenho e vice-versa.
NOTA: A Fig. D no final deste Capítulo, ilustra o desenho do polígono
topográfico de um terreno.
Em uma planta topográfica, principalmente na altimétrica, aparecem números
inteiros (cotas) e linhas (curvas de nível).
Cota é a distância do ponto A ao plano horizontal de projeção. É
positiva (+) se o ponto está acima do plano, e negativa (-) se o ponto
está abaixo desse plano. É nula quando está no plano.
Acima do plano é chamada de altitude e abaixo é profundidade.
O plano de referência que se utiliza é o nível do mar.
Exemplificamos abaixo, o que vem a ser cota.
Ponto A (+)
cotas
A1(nula)
Plano
A2 (-)
Curva de nível é a união entre pontos de mesma cota. (ver Fig.A).
Em uma planta topográfica, a representação de cotas iguais em diferentes
partes do terreno são feitas através de linhas contínuas e que representam a
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topografia do terreno. São muito úteis, pois possibilitam o plantio em níveis,
usando corretamente o solo e evitando os processos erosivos.
OBS: Comentando a Fig. A (ver no final deste Capítulo), temos:
Na parte superior temos um esboço de um morro, onde planos horizontais
eqüidistantes (mesma distância entre si) de 10 metros produziram curvas de
nível 10, 20, 30 e 40. Na parte inferior estão representadas as projeções das
curvas de nível (que são pontos com cotas iguais). É a “planta” da parte
superior.
Quanto mais próximas forem as curvas de nível, mais inclinado é o terreno e
a linha de maior declive é a de inclinação máxima. É a menor distância entre
2 curvas de nível. A Fig. C no final deste, ilustra a inclinação.
Declividade nada mais é que a diferença de nível existente entre dois
pontos e o seu cálculo é simples (Figs.17 e 18).
Na natureza dificilmente encontramos um solo perfeitamente nivelado e, por
este motivo, um dos requisitos básicos para a construção de residências,
jardins ou cultivos de plantas em geral, é a criação de espaços bem
nivelados. Isto implica, naturalmente, a remoção e o deslocamento de terra
para acertar o terreno (movimentação) e a criação de acessos.
Há teoricamente, terrenos de dois tipos: planos ou em declive. Em termos
práticos porem, eles são sempre em declive e, quanto à declividade, podem
ser classificados em planos, inclinados e escarpados.
Consideram-se planos os terrenos em declive que têm uma caída (diferença
de nível) inferior a 5m em relação a cada l00m de extensão (cerca de 5%).
Este tipo de topografia favorece a adoção de soluções funcionais, criativas e
pouco dispendiosas e é, em geral, o mais interessante e proveitoso do ponto
de vista da jardinagem e paisagismo, pois oferece maior facilidade de
distribuição dos componentes que comporão o jardim e a paisagem,
principalmente aqueles que ficam próximos a casa. Contudo, mesmo os
terrenos planos apresentam alguns problemas que terão de ser solucionados
ainda na fase do projeto. O principal problema é criar uma leve inclinação
para que a água não fique empoçada.
Os terrenos inclinados ou ondulados apresentam uma declividade de 10 a
14m para cada 100m de extensão (cerca de 14%). Neste tipo de topografia, a
adoção de soluções exige mais criatividade e são mais dispendiosas. Os
problemas de drenagem, por exemplo, podem ser facilmente resolvidos,
embora se deva controlar também o fluxo da água para evitar a erosão.
Os declives escarpados atingem mais de 14m de caída em l00m de
extensão (mais de 14%) e requerem a movimentação de grandes
quantidades de terra para a criação de patamares planos. Os solos destes
terrenos tendem a ser rasos e pobres, sobretudo quando ele se eleva acima
das superfícies de vales.
16
Quanto mais declivoso e susceptivel a erosão for o terreno, maiores serão
as dificuldades no preparo do solo. Tanto o seu revolvimento bem como a
incorporação dos resíduos vegetais devem ser executados manualmente e
de maneira adequada, evitando-se o emprego de máquinas agrícolas
pesadas, que certamente irão ocasionar erosão e seus efeitos negativos ao
meio ambiente.
1.1.3- Conservação do solo
Para um melhor entendimento deste assunto, é necessário inicialmente o
conhecimento do que vem a ser EROSÃO.
A erosão é um fenômeno de desgaste e arrastamento das partículas do solo
através das águas ou dos ventos, sendo mais intenso em solos desprovidos de
qualquer tipo de vegetação (Figs.19 e 20).
A erosão pode ser:
Geológica;
Natural;
Acelerada ou dos solos agrícolas
Os dois primeiros são praticamente incontroláveis pelo homem e os dois
últimos são frutos do mesmo sobre o Natural.
Os principais tipos de erosão são:
Por embate
Causado pelo efeito desagregador das gotas de água da chuva sobre o solo;
17
Laminar
Devido às enxurradas que deslizam desgastando suave e uniformemente o
solo em toda a sua extensão. É de difícil verificação e se prolonga por anos,
até que as raízes superficiais começam a aparecer.
Sulcos, Ravinas ou dedos.
Em poucos anos o solo fica pobre e imprestável para as práticas agrícolas.
Deve ser imediatamente combatido, pois em evoluindo muito o seu controle é
mais complicado e tem um alto custo.
Vossorocas
Quando a camada impermeável do solo é muito profunda, pode existir canal de
água subterrâneo que vai corroendo aos poucos o subsolo, ocasionado o
desabamento e abrindo crateras no solo. Após o seu início, é difícil o controle e
a recuperação do terreno é extremamente dispendiosa e não há garantias para
18
tal. Dentre os tipos de erosões existentes, este é o considerado como sendo o
mais grave.
A ocorrência de erosão depende, dentre outros:
Tipos de solo;
Declividade;
Cobertura vegetal;
Regime de chuvas (intensidade e duração);
Sistema de drenagem natural;
Uso inadequado do solo;
Quando estamos tratando de uso do solo, não podemos deixar então de
comentar sobre a importância e a necessidade da sua “conservação”.
O Homem, sendo um agente degradador do meio ambiente através de suas
ações ou atividades, causa vários danos ambientais muitas vezes
irreversíveis.
No uso agrícola do solo, muitas vezes por desconhecimento de práticas
conservacionistas, pelo uso inadequado das máquinas e implementos
agrícolas, pela falta de orientação de um profissional, dentre outros, um solo
fértil e produtivo, se torna estéril, erodido e inapto ao cultivo.
Quando falamos sobre conservação do solo, não devemos considerar apenas
as praticas referentes à retenção de água, mas também a:
Conservação da cobertura vegetal existente;
Uso racional de adubo e corretivo;
Emprego correto das práticas de preparo do solo e do cultivo.
Alguns procedimentos básicos são recomendados para a conservação do
solo, tais como:
Um bom estudo e análise do solo;
As características topográficas do terreno;
O uso correto de máquinas e implementos no preparo do solo;
Uso correto de adubo e corretivo;
Emprego de práticas conservacionistas (métodos) no preparo do solo;
Manutenção do (s) método (s) utilizado (s);
Emprego de técnicas corretas de plantio;
Seleção e escolha de espécies adequadas ao tipo de solo.
São 3 (três) os métodos que constituem as práticas conservacionistas:
Método Vegetativo
Curvas de nível
Os plantios obedecem às curvas de nível do terreno (a união de pontos com
cotas iguais), em faixas paralelas e não de alto a baixo numa encosta. Evita-se
ou minimiza-se o processo da erosão.
Culturas em faixas:
É a disposição do plantio em diversas faixas em curvas de nível.
Em cada faixa são plantadas espécies diferentes e que são substituídas
anualmente. A rotação dessas plantas deve ser bem planejada e deve sempre
existir no mínimo uma espécie “leguminosa”.
19
Culturas em faixas de retenção
As faixas de retenção são em nível e podem ser cultivadas plantas econômicas
ou não. A declividade do terreno deverá ser de 3 a 6%.
Nas faixas, que funcionam como barreiras contra enxurradas,. Podem ser
plantadas espécies que apresentem um sistema radicular mais bem
desenvolvido, para uma melhor fixação e a agregação do solo.
Métodos Mecânicos
São métodos com custos operacionais mais elevados e que exigem muita
perícia e conhecimento apurado daqueles seus executores. Devem sempre ter
a orientação e acompanhamento de Engº Agrônomo ou Florestal.
São utilizados em áreas extensas e de grandes projetos agrícolas ou florestais.
Entretanto, estes métodos também podem ser utilizados em áreas menores,
caso o benefício seja maior do que o seu custo operacional.
Para conhecimento, citamos alguns destes métodos:
Cordões de contorno;
Patamares;
Terraços.
Vegetativos Mecânicos
Na realidade este método é uma combinação dos processos vegetativos e
mecânicos e o que apresenta melhores resultados no combate a erosão.
Como exemplo podemos citar o nivelamento, construção de terraço e plantio
em faixa de rotação e retenção.
A aplicação destes métodos, em menor ou maior escala, dependerá dos
objetivos da ocupação do terreno, o tipo de cultivo, as características físicas do
solo e a dimensão do local a ser trabalhado (área).
Conclui-se que a conservação do solo faz parte de um todo neste processo e
não deve ser isolado também de outros aspectos importantes (sementes,
adubação, irrigação, etc.), não se relegando a um segundo plano, o fator
básico mais importante que é o solo “conservado e fértil”.
1.2- Água
É um fator imprescindível à vida em geral. Para os vegetais, para o ótimo
atendimento às suas necessidades fisiológicas, necessitando de suprimento
contínuo ao alcance de suas raízes e em menor escala e esporadicamente, ao
seu sistema foliar.
Constitui também parte integrante da formação do seu alimento.
A economia da água no solo, isto é, a quantidade que a planta vai utilizar
depende de outros fatores. Assim é que, à medida que diminui o diâmetro das
partículas do solo, diminui percentualmente a quantidade de água que a
planta pode utilizar, ou seja, a água útil ou disponível.
A água desempenha na economia da planta dupla função fisiológica, agindo
fisicamente e integrando o seu metabolismo.
20
Fisicamente é o solvente (que dilui) por excelência dos nutrientes
assimilados pelas raízes e pelos estômatos, regula a turgidez dos tecidos e
transporta a seiva por toda a planta. Também é o meio onde se processam
as reações químicas.
Metabolicamente é também alimento, porque os seus componentes
químicos desdobrados pela fotossíntese (principalmente oxigênio), vão fazer
parte integrante dos compostos elementares, formadores da imensa e
complexa cadeia de compostos orgânicos (glicose, sacarose, amido ou
celulose).
Devemos considerar a destinação da água proveniente das chuvas e da
própria irrigação. Da água que cai no solo, parte se evapora, parte escorre e
parte se infiltra. Evitar o máximo de desperdício é obviamente boa parte da
tarefa do jardinocultor.
O excesso de água também é prejudicial às plantas por várias razões:
Exclui o ar do solo prejudicando a respiração das raízes;
Lixívia (lava) o solo carregando para o subsolo, os elementos nutritivos
necessários ao crescimento das plantas;
Provoca o processo de erosão, mal condenável de todos os pontos de
vista;
Acarretam despesas evitáveis.
Além de sua função eminentemente útil às plantas conforme descrito acima, a
água possui também uma função decorativa na composição paisagística de
um jardim.
A influência da água na composição paisagística dos jardins pode ser
estabelecida em:
Formas de ocorrência-
A existência de água nos terrenos a ajardinar pode se dar através de
reservatórios naturais (lagos, lagoas), cursos d’água (córregos, rios e os seus
acidentes - saltos, cachoeiras e cataratas) e as fontes que mais de perto
interessam ao trabalho de organização do jardim.
O volume de água nestes reservatórios naturais depende diretamente das
precipitações pluviométricas (chuvas) e que variam muito de uma região para
outra.
Possibilidades de utilização-
A água pode ser utilizada sob 2 formas:
Para regas – para que possa ser aproveitada, a água deve ser
leve, bem arejada, não conter sais minerais em excesso nem
matéria orgânica em decomposição. Não devem ser usadas as
águas estagnadas ou as que recebam despejos industriais e
esgotos domésticos.
Decorativas – como elemento de decoração e considerando tão
somente as formas de ocorrência já citadas, como regra geral, a
composição deve respeitar dentro dos limites possíveis, os
21
aspectos naturais existentes nos locais de ocorrência de água,
mantendo-se as belezas naturais que possuírem.
1.3- Clima
Deve-se ter em mente que o Homem não pode modificar o clima, daí ser um
elemento imutável nos trabalhos de jardinagem e paisagismo.
A escolha da cobertura vegetal perene em um jardim terá que ser em função
das condições climáticas da região em que será construído.
Dentre os principais fatores climáticos relacionados com a jardinagem e o
paisagismo temos:
Temperatura - tem forte influencia sobre o cultivo das plantas,
podendo vir a causar a morte das mesmas, devido desidratação
(perda de água pela transpiração), exigindo uma quantidade maior
de regas.
Algumas espécies de plantas não suportam calor intenso, com temperatura
elevada ou baixa, sendo então necessário assegurar-lhes uma proteção
artificial adequada, denominada de “estufas” (para cultivos de plantas de
clima quente em regiões frias) ou “sombreamentos” (para a proteção de
plantas muito sensíveis ao calor).
Dentre exemplos das variações de temperaturas e seus efeitos, temos:
Geadas e neve (baixa) – queima das folhas, congelamento e
quebra de caule e galhos pequenos, perda de floração e
frutificação.
Precipitações intensas, tempestades ou secas (alta) –
sufocamento das plantas, perda de água (desidratação),
queima de folhas, ponteiros e alterações na sua fisiologia.
É importante que a escolha das espécies vegetais perenes ou não a serem
utilizadas, sejam feitas de acordo com as condições climáticas do local ou da
região.
Umidade - o índice de umidade atmosférica do ar também está
relacionado com as precipitações pluviométricas (quando a umidade
do ar atinge 100%,chove).
Além disso, a umidade do ar pode contribuir para atenuar ou aumentar a
temperatura de certas regiões.
O mesmo processo de proteção às plantas referente à temperatura, é aplicado
também quanto à umidade (estufa e sombreamento) do local ou da região.
Luminosidade - as plantas dependem da luz para realizar o
processo da fotossíntese, sendo que algumas espécies podem
viver com pouca luz e outras não suportam o excesso de
luminosidade.
A luminosidade interfere também na sensação psicológica provocada pelo
jardim. O nevoeiro espesso e a claridade excessiva do deserto servem como
parâmetros para avaliar as sensações que provoca a luminosidade. Assim,
em regiões de tempo pesado e sombrio convém planejar um jardim mais
aberto.
22
Nos clima seco e muito iluminado, ao contrário, deve-se utilizar maior número
de árvores e elementos estruturais que forneçam sombra, a fim de tornar a
luminosidade natural mais difusa e a interceptar os raios solares.
Ao planejar um jardim tenha sempre em mente a necessidade de
luminosidade adequada a cada planta.
Ventos - muitas espécies de plantas não são tolerantes a ação do
vento ou não se adaptam a locais onde os mesmos são
constantes. Os ventos causam um aumento no processo da perda
de água (desidratação) pela planta através da evaporação pelas
folhas; também causam quebras de galhos, troncos e quedas de
folhas e frutos, todas prejudiciais ao crescimento das plantas.
Devemos saber a intensidade, duração, direção e freqüência dos ventos
comuns no local ou na região. Todos nós sabemos dos estragos que uma
ventania pode causar.
1.4- Paisagem
O conjunto de cenários naturais modificados ou não pelo Homem, através dos
elementos que a integram, influem na jardinagem, principalmente na cobertura
vegetal existente no local.
Devido ao grau de complexidade das variedades de nossas paisagens, apenas
comentaremos sobre algumas coberturas vegetais importantes e mais
conhecidas no país:
Floresta amazônica – paisagem típica de planície, coberta
por florestas seculares densas e cortadas por extensa rede
fluvial. Uma grande variedade de espécies vegetais e muitas
delas em extinção e outras ainda desconhecidas. É
considerada a maior floresta tropical do mundo e sua maior
parte fica no Estado do Amazonas.
Caatingas – temos a paisagem semi-árida do Nordeste, com
sua vegetação constituída de árvores baixas, retorcidas,
espinhentas e que suportam a falta d’água daquela região.
Mata Atlântica – a paisagem litorânea bastante modificada
pelo homem, com sua exuberante cobertura florestal reduzida
a apenas 7% da área costeira que ocupava. As formações
vegetais vão desde os manguesais, restingas até as florestas
primárias de grande porte, localizadas principalmente nas
áreas de grande declividade onde a exploração de madeira é
dificultada e hoje se encontra protegida por Lei.
Cerrado - constituem a paisagem característica do Planalto
Central, com a sua cobertura vegetal composta grande
variedade de árvores baixas, tortuosas e muito utilizada para a
fabricação de carvão.
É uma região que vem sendo alvo de atenção e preocupação devido ao
desmatamento de grandes áreas com este tipo de vegetação para expansão
agrícola (plantio de soja).
23
Temos também a paisagem característica do Paraná, onde se destaca a
floresta de Araucárias (pinheiro brasileiro).
A fim de facilitar a avaliação do material vegetativo que é parte integrante do
planejamento paisagístico, a vegetação é classificada em quatro tipos: nativa,
exótica, agricultural e ornamental.
Vegetação Nativa-
É a vegetação original do local ou da região e que se desenvolveu
espontaneamente, ou seja, sem a ajuda do homem. Varia conforme o clima e a
topografia. Cada região tem uma cobertura vegetal formada pelas plantas que
melhor se adaptam às condições ambientais locais. Ela pode se encontrar em
várias etapas de desenvolvimento
o primária - quando está no seu desenvolvimento clímax (máximo) sem ter
sofrido qualquer intervenção humana.
o Secundária ou regenerada - atinge um máximo de desenvolvimento mas
houve a intervenção humana.
Vegetação Exótica-
É a vegetação proveniente de outros países e introduzidas pelo homem e que
se adaptaram as condições ambientais do local ou região.
Vegetação Agricultural-
Assim como a vegetação nativa, ela depende das condições do solo e do clima
da região. De acordo com as espécies cultivadas (árvores frutíferas, grãos,
arbustos, etc.) podem compor uma paisagem típica, embora a sua função seja
de ordem econômica.
Vegetação Ornamental-
É desenvolvida para resolver problemas funcionais, como coberturas para
solos e quebra ventos. No entanto, a sua função principal é de ordem estética.
Diversos tipos de gramas, forrações, plantas floríferas, arbustos, trepadeiras e
árvores entram nesta categoria de vegetação ornamental. Ela pode ser nativa
ou exótica.
2- SÓCIO/CULTURAIS
A composição dos jardins recebe as influências do meio onde são construídos,
refletindo o meio cultural e social em que vive o proprietário (particular) ou em
caso de jardim público, o grupo social (sociedade) do local.
Recebendo as influências do meio onde são construídos, os jardins refletem
por igual, a cultura do grupo e caracterizam o lugar e época em que surgirem.
Isto explica a existência dos estilos de jardins e as suas composições.
3- ECONÔMICO
A situação econômica do grupo social impõe, com quase absoluta
exclusividade, não só a forma, mas ainda a vegetação e todos os outros
elementos decorativos do jardim.
As disponibilidades de recursos devem acompanhar o jardim durante toda a
sua existência. Deve-se conhecer a realidade econômica do momento (do
24
particular ou não), haja vista, que uma parte dos recursos serão destinados à
construção e a outra parte a sua manutenção.
A ignorância destes princípios básicos sujeita-se a existência breve e precária
do jardim.
FERRAMENTAS
O termo ferramenta deriva do latim ferramenta, plural de ferramentum. É um
utensílio, dispositivo, ou mecanismo físico ou intelectual utilizado por
trabalhadores das mais diversas áreas para realizar alguma tarefa.
Inicialmente o termo era utilizado para designar objetos de ferro ou outro
material (plástico, madeira ou outro) para uso doméstico ou industrial.
Alguns tipos de utensílios podem servir como armas, tais como o martelo e a
faca, e algumas armas, tais como explosivos, usadas como ferramentas.
No reino animal também são usados dispositivos facilitadores de tarefas: a
lontra do mar abre moluscos se utilizando dos mais diversos objetos, os
macacos chegam a fabricar ferramentas rudimentares.
Em função do disposto acima, uma ferramenta pode ser definida como: um
dispositivo que forneça uma vantagem mecânica ou mental para facilitar a
realização de tarefas diversas.
Jardins de pequeno e médio porte precisam de dedicação e de ferramentas
certas para cada planta ou canto. Das flores ao gramado, dos arbustos às
árvores, a manutenção precisa de cuidados que só as ferramentas adequadas
em mãos capazes podem proporcionar. Caso contrário, o objetivo estético e
vital do jardim ficará seriamente comprometido. E não pense que é preciso ser
um milionário para comprá-las: embora existam no mercado ferramentas com
preço elevado, existem alternativas de boa qualidade e preço compatível.
Comecemos pela grama. Durante o Verão, que costuma ser uma época de
chuvas intensas e sol pleno e muito quente, os gramados bem cuidados
crescem a olhos vistos. Possuir um cortador ou roçadeira é essencial para a
manutenção do “tapetão”. Existem modelos manuais que são indicados para
pequenos espaços e costumam ter preços convidativos. Gramados de porte
médio precisam quase que obrigatoriamente de um cortador de grama elétrico
ou a gasolina. Os modelos elétricos são mais baratos mas são limitados pelo
tamanho da extensão. Já os modelos movidos por motor a combustão tem
autonomia maior, mas são mais caros e poluentes.
Tem arbustos ou cercas-vivas? Gosta de podar flores e herbáceas para
replantar e multiplicar? Então aparadores e tesouras precisam estar no
quartinho de ferramentas. Há desde as tradicionais tesouras de poda com
longos cabos de madeira com lâminas retas (para a manutenção de arbustos
topiados que precisam ser cortadas por igual) e curvas (para cercas-vivas
feitas com trepadeiras ou até mesmo corte de pequenas touceiras de grama e
galhos), até as tesouras para acabamento de cabeças longa, curta ou as
25
específicas para poda de arbustos e corte de hastes de flores, passando pelos
aparadores de cercas-vivas elétricas, serrilhadas.
Para limpeza e manejo, alguns acessórios são mais essenciais ainda.
Vassouras metálicas e ancinhos para limpeza de grama cortada e folhas
caídas , pás pequenas e grandes, enxadinhas trapezoidais para retirada de
terra superficial e de ervas daninhas, enxadas para revolver a terra mais
profundamente, sachos para acabamentos, cultivadores, escardilhos e garfos.
Há modelos feitos em polipropileno e aço, e quem decide que material é o mais
adequado é seu jardim e a frequência com que estes acessórios serão
utilizados.
Completando o “kit básico” do jardineiro, não podemos nos esquecer das
mangueiras e aspersores, como irrigadores giratórios fixos, ou aqueles que são
acoplados na ponta da mangueira. Ao escolher uma mangueira, não
economize: as mais resistentes são feitas de PVC e poliéster trançado, que
fornecem maior durabilidade e maior resistência à pressão. Se quiser pode
incluir neste kit uma pequena adubadeira e sementadeira. Caso o uso de
ancinhos e pás seja muito “século XX” para você, considere a compra de
sopradores e aspiradores elétricos.
Para cuidarmos de um jardim de maneira apropriada e com todo o prazer que
esta atividade pode proporcionar, é necessária a utilização de algumas
ferramentas e equipamentos apropriados. Existem muitas ferramentas, de
diferentes tipos, aplicações, tamanhos e qualidades, que podem ser úteis ou
até mesmo indispensáveis para a correta manutenção de um jardim, gramado,
canteiro ou mesmo quando temos o nosso jardim em um apartamento, com a
utilização de vasos.
Ao escolhermos as ferramentas ou os equipamentos necessários, devemos
levar em consideração alguns aspectos do jardim ou local no qual utilizaremos
determinado utensílio, para que não façamos escolhas erradas, causando
transtornos na hora da utilização e, ainda, prejuízos desnecessários.
Vamos tomar como exemplo um simples gramado que precisa ter uma
manutenção realizada, pois o mato cresceu demais. Se a extensão do gramado
for muito grande, não é aconselhável comprarmos um cortador de grama
elétrico, pois não será possível conectá-lo à eletricidade quando for necessário
aparar a grama em uma área que não disponha de uma tomada elétrica.
De uma maneira geral, para a manutenção de jardins, as ferramentas mais
utilizadas são as seguintes:
Luvas: existem boas luvas em lojas especializadas. São feitas para o manejo
da terra com segurança. Prefira as luvas de tecido.
26
Escardilho: é um ancinho em miniatura. Perfeito para afofar a terra e ajudar na
homogeneização dos substratos.
Pazinha: também serve para a mistura de substratos e transferência de
mudas. Imprescindível para quem gosta de transplantar.
Garfo: auxiliar do escardilho para deixar a terra fofa.
As pontas são arredondadas.
Tesoura de poda: utilizada principalmente para podar galhos e ramos de
plantas e flores em geral. Existem diversos tamanhos, com maior ou menor
capacidade de corte. A escolha do modelo ideal deverá levar em consideração
o tamanho das plantas nas quais serão utilizadas este instrumento; flores e
arbustos precisam ser podados para manter o viço e a beleza. Para pequenos
“cantos verdes”, basta uma pequena e anatômica.
27
Cortadores de gramas tradicionais movidos à gasolina ou à eletricidade:
os equipados com motores à gasolina são em geral muito mais potentes do
que os que utilizam motores elétricos que, entretanto, costumam ser mais
baratos. As características de cada produto deverão ser analisadas de acordo
com a necessidade do local;
Roçadeiras: são máquinas cortadoras de gramas mais leves, mas que
apresentam algumas vantagens, como poder
fazer "acertos" em beiradas com grande
precisão. Também podem ser encontradas
com motores elétricos ou movidas à gasolina;
Colher de transplante: ferramenta utilizada
para auxiliar no preparo de covas
para transplante de mudas;
Pulverizador: equipamento utilizado para aplicação de defensivos, fertilizantes
ou simplesmente para borrifar água sobre as plantas. Existem dezenas de
modelos, com tanque de armazenamento maior ou menor, que deverá ser
escolhido de acordo com a sua utilização;
28
Sacho: ferramenta utilizada para abrir sulcos na terra, onde serão colocadas as
sementes. Depois de feita a semeadura, este mesmo instrumento é utilizado
para cobrir as sementes;
Mini-trator cortador de grama: é um pequeno "carro" com motor à gasolina,
com capacidade para transportar uma pessoa e equipado com lâminas
giratórias que vão cortando a grama por onde o veículo vai passando. É muito
utilizado em grandes áreas gramadas, como campos de golf, por exemplo.
Todas as ferramentas precisam de cuidados na manutenção, que vão desde a
simples limpeza com um pano, até a lubrificação, afiação e troca de peças. Se
29
estiverem em mal estado de conservação, o rendimento será baixo, o esforço
maior e os resultados não acontecerão como o esperado.
Uma tesoura é sempre útil na hora de podar arbustos, mas deve cuidar bem
dela para não transmitir doenças de uma planta para outra. Deve-se limpar
com um pano seco após o uso e lubrificar as lâminas pingando óleo próprio
para máquina de costura. A manutenção das outras ferramentas, cuja função
não inclui o corte, é mais simples: lave com água e seque ao sol para espantar
o mofo.
Equipamento de Proteção Individual - EPI
Equipamentos de Protecção Individual ou EPIs são quaisquer meios ou
dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos
ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma
determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser
constituído por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o
seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. Seu uso é regido por
uma norma regulamentadora No.6.
Principais equipamentos de proteção individual
Abaixo, estão listados os principais itens de EPI disponíveis no mercado, além
de informações e descrições importantes para assegurar a sua identificação e
o uso:
30
Luvas: Um dos equipamentos de proteção
mais importantes, pois protege as partes do
corpo com maior risco de exposição: as
mãos.
Existem vários tipos de luvas no mercado e
a utilização deve ser de acordo com o tipo
de formulação do produto a ser
manuseado.
A luva deve ser impermeável ao produto
químico. Produtos que contêm solventes
orgânicos, como por exemplo os
concentrados emulsionáveis, devem ser
manipulados com luvas de BORRACHA
NITRÍLICA ou NEOPRENE, pois estes
materiais são impermeáveis aos solventes
orgânicos. Luvas de LÁTEX ou de PVC
podem ser usadas para produtos sólidos ou
formulações que não contenham solventes
orgânicos.
De modo geral, recomenda-se a aquisição
das luvas de "borracha NITRILICA ou
NEOPRENE", materiais que podem ser
utilizados com qualquer tipo de formulação.
Existem vários tamanhos e especificações
de luvas no mercado. O usuário deve
certificar-se sobre o tamanho ideal para a
sua mão, utilizando as tabelas existentes
na embalagem.
31
Respiradores
Geralmente chamados de máscaras, os
respiradores têm o objetivo de evitar a
inalação de vapores orgânicos, névoas ou
finas partículas tóxicas através das vias
respiratórias. Existem basicamente dois
tipos de respiradores: sem manutenção
(chamados de descartáveis) que possuem
uma vida útil relativamente curta e recebem
a sigla PFF (Peça Facial Filtrante), e os de
baixa manutenção que possuem filtros
especiais para reposição, normalmente
mais duráveis.
Os respiradores mais utilizados nas
aplicações de produtos fitossanitários são
os que possuem filtros P2 ou P3. Para
maiores informações consulte o fabricante.
Os respiradores são equipamentos
importantes mas que podem ser
dispensados em algumas situações,
quando não há presença de névoas,
vapores ou partículas no ar, por exemplo:
a) aplicação tratorizada de produtos
granulados incorporados ao solo;
b) pulverização com tratores equipados
com cabines climatizadas.
Devem estar sempre limpos, higienizados e
os seus filtros jamais devem estar
saturados.
Antes do uso de qualquer tipo de
respirador, o usuário deve estar barbeado,
além de realizar um teste de ajuste de
vedação, para evitar falha na selagem.
Quando estiverem saturados, os filtros
devem ser substituídos ou descartados.
É importante notar que, se utilizados de
forma inadequada, os respiradores tornam-
se desconfortáveis e podem transformar-se
numa verdadeira fonte de contaminação.
O armazenamento deve ser em local seco
e limpo, de preferência dentro de um saco
plástico.
32
Viseira facial
Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o
manuseio e a aplicação.
A viseira deve ter a maior transparência possível e
não distorcer as imagens. Deve ser revestida com
viés para evitar corte. O suporte deve permitir que a
viseira não fique em contato com o rosto do
trabalhador e embace. A viseira deve proporcionar
conforto ao usuário e permitir o uso simultâneo do
respirador, quando for necessário.
Quando não houver a presença ou emissão de
vapores ou partículas no ar o uso da viseira com o
boné árabe pode dispensar o uso do respirador,
aumentando o conforto do trabalhador.
Existem algumas recomendações de uso de óculos
de segurança para proteção dos olhos. A substituição
do óculos pela viseira protege não somente os olhos
do aplicador mas também o rosto.
Jaleco e calça hidro-repelentes:
São confeccionados em tecido de algodão tratado para se
tornarem hidro-repelentes, são apropriados para proteger o corpo
dos respingos do produto formulado e não para conter exposições
extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. É fundamental que
jatos não sejam dirigidos propositadamente à vestimenta e que o
trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicação.
Os tecidos de algodão com tratamento hidro-repelente ajudam a
evitar o molhamento e a passagem do produto tóxico para o
interior da roupa, sem impedir a transpiração, tornando o
equipamento confortável.
Estes podem resistir até 30 lavagens, se manuseados de forma
correta. Os tecidos devem ser preferencialmente claros, para
reduzir a absorção de calor e ser de fácil lavagem, para permitir a
sua reutilização.
Há calças com reforço adicional nas pernas, que podem ser
usadas nas aplicações onde exista alta exposição do aplicador à
calda do produto (pulverização com equipamento manual, por
exemplo).
33
Jaleco e calça em nãotecido
São vestimentas de segurança confeccionados em
nãotecido (tipo Tyvek/Tychem QC). Existem vários tipos
de nãotecidos e a diferença entre eles se dá pelo nível
de proteção que oferecem.
Além da hidro-repelência, oferecem impermeabilidade e
maior resistência mecânica à névoas e às partículas
sólidas.
O uso de roupas de algodão por baixo da vestimenta
melhoram sua performance, com maior absorção do
suor, melhorando o conforto ao trabalhador com relação
ao calor.
As vestimentas confeccionadas em nãotecido têm
durabilidade limitada e não devem ser utilizadas quando
danificadas.
As vestimentas de nãotecido não devem ser passadas
a ferro, não são a prova ou retardantes de chamas,
podem criar eletricidade estática e não devem ser
usadas próximo ao calor, fogo, faíscas ou em ambiente
potencialmente inflamável ou explosivo, pois se auto-
consumirão.
As vestimentas em nãotecido devem ser destruídas em
incineradores profissionais para não causarem danos
ao ambiente.
Boné árabe
Confeccionado em tecido de algodão
tratado para tornar-se hidro-repelente.
Protege o couro cabeludo e o pescoço de
respingos e do sol.
Capuz ou touca
Peça integrante de jalecos ou macacões, podendo ser
em tecidos de algodão tratado para tornar-se hidro-
repelente ou em nãotecido.
Substituem o boné árabe na proteção do couro cabeludo
e pescoço.
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Avental
Produzido com material resistente a solventes orgânicos (PVC,
bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou
nãotecidos), aumenta a proteção do aplicador contra respingos
de produtos concentrados durante a preparação da calda ou de
eventuais vazamentos de equipamentos de aplicação costal.
Botas
Devem ser impermeáveis, preferencialmente de cano alto
e resistentes aos solventes orgânicos, por exemplo, PVC.
Sua função é a proteção dos pés. É o único equipamento
que não possui C.A.
Uso dos EPI
Para proteger adequadamente, os EPI deverão ser vestidos e retirados de
forma correta.
Veja como vestir os EPI:
1. Calça e Jaleco
A calça e o jaleco devem ser vestidos
sobre a roupa comum, fato que permitirá
a retirada da vestimenta em locais
abertos. Os EPI podem ser usados sobre
uma bermuda e camiseta de algodão,
para aumentar o conforto. O aplicador
deve vestir primeiro a calça do EPI, em
seguida o jaleco, certificando-se este
fique sobre a calça e perfeitamente
ajustado. O velcro deve ser fechado com
os cordões para dentro da roupa. Caso o
jaleco de seu EPI possua capuz,
assegure-se que este estará devidamente
vestido pois, caso contrário, facilitará o
acúmulo e retenção de produto, servindo
como um compartimento. Vale ressaltar
que o EPI deve ser compatível com o
tamanho do aplicador.
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2. Botas
Impermeáveis, devem ser calçadas sobre meias de
algodão de cano longo, para evitar atrito com os
pés, tornozelos e canela. As bocas da calça do EPI
sempre devem estar para fora do cano das botas, a
fim de impedir o escorrimento do produto tóxico para
o interior do calçado.
3. Avental Impermeável
Deve ser utilizado na parte da frente do jaleco durante o
preparo da calda e pode ser usado na parte de traz do
jaleco durante as aplicações com equipamento costal.
Para aplicações com equipamento costal é fundamental
que o pulverizador esteja funcionando bem e sem
apresentar vazamentos.
4. Respirador
Deve ser colocado de forma que os dois elásticos
fiquem fixados corretamente e sem dobras, um fixado
na parte superior da cabeça e outro na parte inferior,
na altura do pescoço, sem apertar as orelhas. O
respirador deve encaixar perfeitamente na face do
trabalhador, não permitindo que haja abertura para a
entrada de partículas, névoas ou vapores. Para usar
o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem
barbeado.
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5. Viseira facial
Deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a
cabeça do trabalhador. A viseira deve ficar um pouco
afastada do rosto para não embaçar.
6. Boné árabe
Deve ser colocado na cabeça sobre a viseira. O velcro do boné
árabe deve ser ajustado sobre a viseira facial, assegurando
que toda a face estará protegida, assim como o pescoço e a
cabeça.
7. Luvas
Último equipamento a ser vestido, devem ser usadas de forma a
evitar o contato do produto tóxico com as mãos.
As luvas devem ser compradas de acordo com o tamanho das mãos
do usuário, (não podendo ser muito justas, para facilitar a colocação
e a retirada, e nem muito grandes, para não atrapalhar o tato e
causar acidentes).
As luvas devem ser colocadas normalmente para dentro das
mangas do jaleco, com exceção de quando o trabalhador pulveriza
dirigindo o jato para alvos que estão acima da linha do seu ombro
(para o alto).
Nesse caso, as luvas devem ser usadas para fora das mangas do
jaleco. O objetivo é evitar que o produto aplicado escorra para
dentro das luvas e atinja as mãos.
Como retirar os EPI
Após a aplicação, normalmente a superfície externa
dos EPI está contaminada. Portanto, na retirada dos
EPI, é importante evitar o contato das áreas mais
atingidas com o corpo do usuário.
Antes de começar retirar os EPI, recomenda-se que o
aplicador lave as luvas vestidas.
Isto ajudará a reduzir os riscos de exposição acidental.
Veja agora a maneira correta para a retirada dos EPI:
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1. Boné árabe
Deve-se desprender o velcro e retirá-lo com cuidado.
2. Viseira facial
Deve-se desprender o velcro e colocá-la em um local de
forma a evitar arranhões
3. Avental
Deve ser retirado desatando-se o laço e puxando-se o velcro em
seguida.
4. Jaleco
Deve-se desamarrar o cordão, em seguida curvar o tronco
para baixo e puxar a parte superior (os ombros)
simultaneamente, de maneira que o jaleco não seja virado do
avesso e a parte contaminada atinja o rosto.
5. Botas
Durante a pulverização, principalmente com equipamento
costal, as botas são as partes mais atingidas pela calda.
Devem ser retiradas em local limpo, onde o aplicador não
suje os pés.
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6. Calça
Deve-se desamarrar o cordão e deslizar pelas pernas do aplicador
sem serem viradas do avesso.
7. Luvas
Deve-se puxar a ponta dos dedos das duas luvas aos
poucos, de forma que elas possam ir se desprendendo
simultaneamente.
Não devem ser viradas ao avesso, o que dificultaria o
próximo uso e contaminaria a parte interna.
8. Respirador
Deve ser o último EPI a ser retirado, sendo guardado separado
dos demais equipamentos para evitar contaminações das partes
internas e dos filtros.
Importante: após a aplicação, o trabalhador deve tomar banho
com bastante água e sabonete, vestindo roupas LIMPAS a
seguir.
Lavagem e manutenção
Os EPI devem ser lavados e guardados corretamente, para assegurar maior
vida útil. Os EPI devem ser mantidos separados das roupas da família.
Lavagem
A pessoa que for lavar os EPI, deve usar luvas a base de Nitrila ou Neoprene.
As vestimentas de proteção devem ser abundantemente enxaguadas com
água corrente para diluir e remover os resíduos da calda de pulverização.
A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa, preferencialmente com sabão
neutro (sabão de coco). As vestimentas não devem ficar de molho. Em
seguida, as peças devem ser bem enxaguadas para remover todo o sabão.
O uso de alvejantes não é recomendado, pois vai danificar o tratamento do
tecido.
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As vestimentas devem ser secas à sombra. Atenção: somente use máquinas
de lavar ou secar, quando houver recomendações do fabricante.
As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas
com água abundante após cada uso. É importante que
a VISEIRA NÃO SEJA ESFREGADA, pois isto poderá
arranhá-la, diminuindo a transparência.
Os respiradores devem ser mantidos conforme
instruções específicas que acompanham cada modelo.
Respiradores com manutenção (com filtros especiais
para reposição) devem ser higienizados e armazenados
em local limpo. Filtros não saturados devem ser
envolvidos em uma embalagem limpa para diminuir o
contato com o ar.
Reativação do tratamento hidro-repelente
Testes comprovam que, quando as calças e jalecos
confeccionados em tecido de algodão tratado, para
tornarem-se hidro-repelentes, são passados a ferro (150 a
180°C), a vida útil é maior. Somente as vestimentas de
algodão podem ser passadas a ferro.
Descarte
A durabilidade das vestimentas deve ser informada pelos
fabricantes e checada rotineiramente pelo usuário. Os EPI
devem ser descartados quando não oferecem os níveis de
proteção exigidos. Antes de ser descartadas, as vestimentas
devem ser lavadas para que os resíduos do produto
fitossanitário sejam removidos, permitindo-se o descarte
comum.
Atenção: antes do descarte, as vestimentas de proteção
devem ser rasgadas para evitar a reutilização.
Mitos
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Existem alguns mitos que não servem mais como desculpa para não usar EPI:
EPI são desconfortáveis
Realmente os EPI eram muito desconfortáveis no passado, mas, atualmente,
existem EPI confeccionados com materiais leves e confortáveis. A sensação de
desconforto está associada a fatores como a falta de treinamento e ao uso
incorreto.
O Aplicador não usa EPI
O trabalhador recusa-se a usar os EPI somente quando não foi conscientizado
do risco e da importância de proteger sua saúde. O aplicador profissional exige
os EPI para trabalhar. Na década de 80, quase ninguém usava cinto de
segurança nos automóveis. Hoje, a maioria dos motoristas usam e reconhecem
a importância.
Considerações Finais
O simples fornecimento dos equipamentos de proteção individual não garante a
proteção da saúde do trabalhador e nem evita contaminações. Incorretamente
utilizados, os EPI podem comprometer ainda mais a segurança do trabalhador.
Acreditamos que o desenvolvimento da percepção do risco aliado a um
conjunto de informações e regras básicas de segurança são as ferramentas
mais importantes para evitar a exposição e assegurar o sucesso das medidas
individuais de proteção a saúde do trabalhador.
O uso correto dos EPI é um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a
reciclagem contínua dos profissionais que atuam na área de ciências agrárias
através de treinamentos e do acesso a informações atualizadas. Bem
informado, o profissional de ciências agrárias poderá adotar medidas cada vez
mais econômicas e eficazes para proteger a saúde dos trabalhadores, além de
evitar problemas trabalhistas.
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ENXADA
Para capinar,
revolver a terra,
incorporar adubos,
acertar bordas e
superfícies do
canteiro (manter a
lâmina afiada
PAZINHA
A colher do jardineiro faz
transplante com torrão,
covas, ajuda a montar
vasos e a manipular
produtos.
CARRINHO DE MÃO
Serve de transporte a
todo tipo de material:
terra, composto orgânico,
mudas, ferramentas,
produtos colhidos.
42
SACHO
Prepara sulcos e
covas pequenos e,
entre as linhas
plantadas, elimina
espécies invasoras
e afofa a terra.
CAVADEIRA
A de boca serve para abrir
buracos e simultaneamente
remover terra e preparar
covas (manter sempre
afiada)
VASSOURA DE JARDIM
Deve ser resistente e fácil
de lavar para suportar a
limpeza do jardim,
retirando inclusive os
rastros de terra.
TESOURA DE
PODA
Faz a primeira
poda do gramado
e cortes de rotina
em áreas
pequenas e pontos
que a roçadeira
não alcança
FIRMINO
Também conhecido como
despraguejador, elimina as
ervas daninhas cortando-
as, literalmente, pelas
raízes.
SERROTE DE PODA
Elimina galhos grossos,
tarefas que deve estar em
conformidade com as
normas de supressão de
espécies arbóreas.
CHIBANCA
Usada para
revolver a terra,
incorporar adubos
VANGA
A pá reta, como também é
identificada, faz covas e
acerta a forma de canteiros
CANIVETE
Conforme o formato e a
lâmina, serve para podar,
estaquear, enxertar e
43
a ela, fazer covas,
retirar as plantas a
ser transplantadas.
(manter sempre afiada). para a mergulhia (manter
sempre afiado).
RASTELO
Conhecido como
ancinho, faz a
limpeza de folhas,
a retirada de
torrões e pedras e
dá acabamento ao
plantio.
MANGUEIRA
Equipamento apropriado
para irrigar em
áreas maiores (o jato de
água muito forte pode
machucar as plantas)
PULVERIZADOR
Seja do tipo manual ou os
que prendem nas costas
é utilizado para aplicar
defensivos e adubação
foliar.
PEDRA DE
AMOLA
Instrumento básico
de manutenção,
serve para manter
amoladas as
ferramentas que
precisam ter bom
corte.
REGADOR
Existem vários tipos de
bicos e crivos, indicados
para irrigação correta de
cada tipo de terra
TRENA
Instrumento de medição
usado para aferir a área
do jardim, medir e
determinar canteiros,
caminhos e distâncias.
44
SOLO
Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície terrestre
emersa, entre a litosfera e a atmosfera. Os solos são constituídos de três fases:
sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução do solo) e gasosa (ar).
O solo é formado a partir da modificação da rocha de origem (material duro
mais conhecido como pedra), mediante a ação integrada dos elementos
climáticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,
liquens e outros) que ao longo do tempo vão decompondo àquela rocha
originária em grãos cada vez menores, até transformá-la em um material
solto e macio, denominado mineral.
O solo leva vários séculos ou até milhões de anos para se formar, sob a ação
dos agentes naturais (intemperismo).
Deste modo o solo é representado pela expressão:
NOTA:
Função dos organismos vivos: Os animais (microorganismos, insetos,
minhocas, etc), as plantas e o próprio homem ajudam na transformação do
solo, ao misturar e decompor matéria orgânica (restos de animais e vegetais
mortos) com o material granular e solto, em que se tornou àquela rocha
original. Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo
decompostos e misturados com o material macio e fofo, formando o solo.
Esta decomposição fornece os elementos nutricionais essenciais ao
desenvolvimento das plantas.
Pedogênese
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Pedogênese é o processo químico e físico de alteração (adição, remoção,
transporte e modificação) que atua sobre um material litológico, originando um
solo.
Solos estão constantemente em desenvolvimento, nunca estando estáticos, por
mais curto que seja o tempo considerado. Ou seja, desde a escala
microscopia, diariamente, há alteração por organismos vivos no solo, da
mesma forma que o clima, ao longo de milhares de anos, modifica o solo.
Dessa forma, temos solos na maioria recentes, quase nunca ultrapassando
idades Terciárias.
Geralmente, o solo é descrito como um corpo tridimensional, podendo ser,
porém, ao se considerar o fator tempo, descrito como um sistema de quatro
dimensões: tempo, profundidade, largura e comprimento.
Um solo é o produto de uma ação combinada e concomitante de diversos
fatores. A maior ou menor intensidade de algum fator pode ser determinante na
criação de um ou outro solo. São comumente ditos como fatores da formação
de solo: clima, material de origem, organismos, tempo e relevo.
Funções do solo
Principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento (H2O, O2 e
nutrientes) e disseminação;
Reciclagem e armazenamento de nutrientes e detritos orgânicos;
Controlo do fluxo da água e ação protetora da qualidade da água subterrânea;
Habitat para a fauna do solo.
Composição do solo
É composto de 4 partes:
46
Água (localiza-se no interior do solo em pequenos espaços chamados de
poros e é utilizada pelas raízes das plantas e pelos microorganismos).
Ar (a situação é igual ao da água).
Mineral (resultado da decomposição da rocha de origem).
Divide-se em 3 frações principais, de acordo com o seu tamanho:
Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)
Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)
Argila (parte muito pequena e que só pode ser visualizada através de
microscópio. Ex: o barro).
Matéria orgânica (restos de animais e plantas)
Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos
outros.
O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar
e água nos espaços de seu interior.
Organização do solo
Como o corpo humano, o solo também tem a sua organização.
Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas
sobrepostas e distintas.
Após o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme já
explicado anteriormente, processa-se a diferenciação das camadas mais ou
menos paralelas a superfície e denominadas de HORIZONTES.
Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira
camada apresenta uma coloração mais escura (devido ao acúmulo de restos
de vegetais e animais no solo) e é nesta camada, que os vegetais iniciam o seu
crescimento. É chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira camada,
são chamados de horizontes B e C.
Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores
visualizados em “barrancos” às margens de estradas ou quando abrimos um
“poço” de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, nós estamos
visualizando o que se chama de “perfil” do solo.
Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetação e plantações e que
são, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se
desenvolveram.
A cor é uma das características que mais chama a atenção, podendo fornecer
indícios sobre a composição, propriedade e origem do solo. A cor está
relacionada com os teores de matéria orgânica, umidade e predominância de
determinados compostos químicos (óxido de ferro).
Assim, temos na natureza solos de coloração amarela, vermelha, cinza
azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).
A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais rápido
a água e/ou permitir que as raízes cresçam mais ou menos rápida.
47
Classificação quanto à granulometria
Solos arenosos
São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração
areia, de tamanho entre 0,05 mm e 2 mm, formado principalmente por cristais
de quartzo e minerais primários. Os solos arenosos têm boa aeração e
capacidade de infiltração de água. Certas plantas e microorganismos podem
viver com mais dificuldades, devido à pouca capacidade de retenção de água.
Solos siltosos
São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração
silte, de tamanho entre 0,05 e 0,002mm, geralmente são muito erosíveis. O
silte não se agrega como as argilas e ao mesmo tempo suas partículas são
muito pequenas e leves. São geralmente finos.
Solos argilosos
São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração
argila, de tamanho menor que 0,002mm (tamanho máximo de um colóide). Não
são tão arejados, mas armazenam mais água quando bem estruturados. São
geralmente menos permeáveis, embora alguns solos brasileiros muito argilosos
apresentam grande permeabilidade - graças aos poros de origem biológica.
Sua composição é de boa quantidade de óxidos de alumínio (gibbsita) e de
ferro (goethita e hematita). Formam pequenos grãos que lembram a sensação
táctil de pó-de-café e isso lhes dá certas caraterísticas similares ao arenoso.
Tipos de solo
As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar água e sais minerais.
Em média, metade do volume do solo é formada por espaços cheios de ar e
água. As plantas se alimentam e também respiram pelas raízes, não só pelas
folhas. Quando os espaços são pequenos demais, como em solo muito
argiloso, diz-se que o solo é pesado (se você tentar remexer lama com a pá,
logo saberá por quê). Quando os espaços são maiores, como no solo arenoso,
diz-se que o solo é leve. Em solo muito pesado, que não dá passagem à água,
as raízes podem morrer afogadas, devido à falta de oxigênio.
A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, até mais importante do
que sua composição química.
Mas, para resumir todos os resumos, saiba que você pode cultivar quase
qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de
jardim, areia de construção e terra vegetal, em partes iguais.
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Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" é de
todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar
os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas
substâncias.
Pó de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.
A vermiculita é um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que após
passar por processos industriais é um excelente hidratante natural das plantas,
evita a compactação do solo, melhora o crescimento das plantas, mantém a
umidade do solo por até 15 dias sem rega e não tem cheiro.
É excelente para o uso agrícola.
Acidez e Alcalinidade
A composição química do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas plantas,
necessitam de solo ácido para serem cultivadas com sucesso e outras
dificilmente crescem bem em solo ácido.
O solo ácido ou "azedo" tende a ser escuro, às vezes com a superfície coberta
pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, às vezes
esbranquiçado. Entre as plantas acidógilas (gostam de ácido) que preferem
solo ácido (pH 6 a 6,5) estão azaléas, begônias, camélias, ciclames, gardênias
(jasmim-do-cabo), magnólias (arbusto), violetas-africanas, urzes.
Entre as que preferem solo alcalino estão espécies de buxo, cravo, lírio,
pinheiro, sálvia.
A acidez ou a alcalinidade do solo se mede por uma escala arbitrária, que vai
de 1 a 14, e é denominado de pH (*).
Solo de pH 7 é neutro, nem ácido e nem alcalino (Ex: água destilada).
Cada grau para cima indica alcalinidade 10 vezes maior e cada grau para
baixo, acidez 10 vezes maior.
Solo de pH 8 é 10 vezes mais alcalino que o de pH 7 e um solo de pH 6, é 10
vezes mais ácido que o de pH 7. As azaléas e outras plantas acidógilas como
as citadas acima, se dão bem em solos de pH 6 a 6,5.
O pH pode ser medido com um simples teste de tornassol. Em lojas de artigos
agrícolas, vendem-se Kits completos com o nome de peagâmetro.
Em regiões muito chuvosas, o solo tende a ser ácido, porque a água lava os
sais alcalinos. Nas grandes cidades há outra razão para o solo ter sua acidez
aumentada: a fumaça sulfurosa de fábricas e veículos aumenta a acidez da
água da chuva.
A terra vegetal ou terriço tende a absorver os excessos de acidez ou de
alcalinidade, apesar de ser uma substância ácida em si.
O solo muito alcalino tende a ser deficiente em boro, ferro, manganês,
molibdênio, zinco e outros fertilizantes secundários.
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No Capítulo X mais adiante, referente à Calagem, este assunto será
complementado.
(*) A abreviatura de pH corresponde a "potencial (p) de acidez decorrente da
concentração de íons de hidrogênio (H)". Íon ou ionte é uma partícula
subatômica carregada de eletricidade.
Misturas de solo
Um solo para ser considerado com ótimas condições para o desenvolvimento
das plantas deverá ter a seguinte composição: 45% de minerais; 25% de água;
25% de ar; 5% de matéria orgânica.
As incontáveis misturas de solo são geralmente constituídas por alguns
ingredientes descritos a seguir:
Areia - Acúmulo de partículas rochosas alteradas, constituindo diminutos
fragmentos resultantes das ações do tempo e condições climáticas. Seus grãos
aumentam o tamanho dos espaços que formam a porosidade do solo e não
tem função nutriente nem ação química como a da argila.
A areia usada em jardinagem é quase sempre a mesma que entra na
preparação de argamassa para construções, isto é, areia de rio.
Areia de praia é terminantemente proibida para uso por quase todos os livros,
mas é preciso distinguir dois tipos: a que fica acima da linha das marés é um
tipo recuperável e utilizável, depois de alguns meses de exposição ao sol e à
chuva numa área não afetada pela salinidade de origem. O maior problema no
caso talvez seja a finura dos grãos.
Argila – “Barro” dos oleiros e ceramistas, formado por grãos finíssimos e
somente visíveis ao microscópio.
Endurece quando seca e volta a formar lama quando molhada. Em tijolos e
peças cerâmicas o endurecimento é irreversível por causa do cozimento.
É ávida por água e isto explica quando se encosta a ponta da língua numa
moringa bem seca.
Como os sais de cálcio tendem a aderir a suas partículas, a argila retarda a
acidulação do solo.
Carvão – Trata-se do carvão vegetal, madeira submetida à combustão
incompleta (queima). Tem a propriedade de atrair e oxidar substâncias tóxicas
resultantes da fermentação de matéria orgânica.
È usado em pedaços de tamanho variável para manter mais saudável o solo,
para purificar água de torneira destinada à rega e para controle da acidificação.
Húmus - Material marrom ou preto resultante da decomposição de matéria
vegetal ou animal. Um grande produtor de húmus é a minhoca.
Material Calcário - Substâncias ricas em cálcio, que por sua vez têm ação
corretiva sobre a acidez do solo (este assunto será explicado no Capítulo
adiante, referente à Correção do solo).
50
Em jardinagem são usados comumente a cal (óxido de cálcio) e o pó calcário
magnesiano. Na preparação de vasos podem entrar reboco (de parede) velho
moído, conchas moídas, cascas de ovos e giz escolar.
Perlite - Vidro vulcânico que o calor reduz, por explosão, a fino cascalho; as
partículas, muito porosas, podem reter grandes volumes de água e ar e, desse
modo, desempenhar função mais eficiente do que a da areia. Utilizável em
coleções de vasos, mas é um luxo no jardim.
Terra vegetal ou terriço - É um lixo da mata, formado principalmente por folhas
parcialmente decompostas. Material rico em húmus e bactérias úteis e,
portanto, com alto valor fertilizante. Embora ácida, regula o pH.
A terra vegetal de melhor qualidade é a que tem textura de flocos, não de pó.
Quando em fermentação muito ativa pode ser prejudicial, se incluída em
excesso, especialmente em solos destinados ao cultivo de cactos.
Turfa - Matéria vegetal parcialmente carbonizada, isto é, no processo
incompleto de tornar-se carvão mineral.
Abundante em algumas regiões do mundo, ricas em carvão mineral (Estados
Unidos, Europa), e onde é usada como sucedâneo da terra vegetal, escassa
em países desmatados e de clima frio. No Brasil, apesar da abundância e baixo
custo da terra vegetal, muita gente prefere a turfa importada, porque dá
resultados imediatos.
No afofamento da terra, a turfa é muito porosa, leve e absorvente, mas não
tem valor nutritivo como a terra vegetal.
Vermiculita - Outro tipo de “pipoca” mineral semelhante a perlite, resultante da
alteração da mica pelo calor. Muito absorvente retém umidade e, é usada,
como material de enraizamento de plantas que pegam depressa, como cóleos
e crisântemos.
Xaxim - Tecido morto da planta do mesmo nome (ou samambaiaçu).
Poroso, absorvente, intrinsecamente antibiótico e resistente a insetos e outras
pragas. Em placas, é o "solo" ideal para orquídeas, bromélias e outras epífitas
não parasitas (plantas que se apóiam em outras).
Em pó, é substituto da perlite, vermiculita ou turfa. Dá porosidade ao solo, mas
sem prejuízo da umidade, o que favorece a penetração de raízes de
samambaias, avencas e outras plantas de meio úmido.
Receitas de Misturas de Substratos para Plantio
À medida que vão acumulando experiência, os jardineiros tendem a refinar
suas exigências de solo. A Mistura Universal, de fato, pode ser substituída por
uma composição mais apropriada e até ser ela própria melhorada.
Isto é, há quem opine que a Mistura Universal não deva ser formada por
quantidade iguais dos 3 ingredientes e sim pela seguinte proporção:
Terra argilosa de jardim : 7 partes
Terra vegeta : 3 partes
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Areia grossa : 2 partes
Esta receita apresentada parece satisfazer a necessidade de maior número de
plantas, mas pode-se aperfeiçoá-la com alguns "temperos". Digamos, para
cada 5 Kg desta mistura, acrescente 1/2 colher das de café de giz moído
(exceto para azaléas e outras que preferem solo ácido); 2 colheres das de café
de superfosfato; 1 colher das de café de sulfato de potássio.
É claro que você também pode esquecer todos esses ingredientes secundários
e simplesmente acrescentar à mistura adubos previamente preparados
existentes no comércio, cada um deles com fórmula adequada ao tipo de
planta que você irá cultiva.
Se por qualquer razão puder comprar esses artigos especializados e quiser ter
certa variedade de solos, será melhor limitar-se a 3 tipos básicos, nos primeiros
tempos:
- Receita n.º 1 - Para cactos e suculentas
Areia : 4 partes
Terra argilosa : 1 parte
Terra vegetal : 1 parte
Para cada 5 kg de mistura, 1 colher das de sopa de carvão moído (mas não em
pó); 1 colher de farinha de ossos; 1 colher de cascas de ovos moídas (não em
pó); 1 colher das de café de giz moído. A terra vegetal pode ser substituída por
esterco de vaca ou de cavalo, mas qualquer desses três ingredientes deve
estar muito bem curtido, pelo menos durante um ano. Os cactos abominam
fermentação.
- Receita nº 2 - Para plantas tropicais em geral, folhagens de
verde intenso ou variegadas, plantas de crescimento rápido.
Areia : 2 partes
Terra argilosa: 1 parte
Terra vegetal : 2 partes
Para cada 5 Kg dessa mistura, acrescente 1 colher das de sopa de carvão em
pedacinhos e 1 colher das de café de giz em pó. Se quiser, 1 das 2 partes de
terra vegetal pode ser substituída por esterco bem curtido.
- Receita nº 3 - Para plantas de clima temperado, que sobrevivem a invernos
rigorosos.
Areia : 1 parte
Terra argilosa: 1 parte
Terra vegetal : 1 parte
Para cada 5Kg desta mistura, acrescente 1 colher (das de sopa) de farinha de
sangue e 1 colher de carvão em pedacinhos.
Todos estes tipos de solo destinam-se a preparação de vasos. No jardim, as
condições de fertilização natural e de drenagem são diferentes, de modo que a
terra argilosa marrom que neles predomina é geralmente adequada. Mas as
52
receitas também servem de alguma orientação nas correções do solo do
jardim.
A versatilidade é enorme. Algumas plantas podem ser cultivadas sem solo
dentro de casa, com as raízes imersas em água. Você pode ter dracenas,
filodendros, cóleons, tradescâncias e até comigo-ninguém-pode durante anos,
"plantadas" na água de recipientes de vidro colorido (para evitar a formação de
limo), desde que ache um meio de apoiá-las. Mantenha um pedaço de carvão
dentro da água e troque-a cada 15 dias por água fresca, na qual haja diluído 1
colher das de chá de adubo solúvel (ou conforme a bula). Teste o pH de vez
em quando. Se a água estiver ácida, pingue umas gotas de bicarbonato de
sódio diluído ou se estiver alcalina, pingue umas gotas de vinagre diluído.
O cultivo de plantas sem solo é conhecido como hidroponia e atualmente é
muito utilizada principalmente nas culturas de verduras (Ex: alface), devido ao
baixo custo de manutenção e mão de obra. São cultivadas em canos de PVC
cortados horizontalmente e por onde correm água fresca e adubo diluído.
Existem instalações especiais, em que as plantas enraizam em pelotas de xisto
fundido ou cerâmica especial, irrigadas com regularidade automática por uma
solução de fertilizante em água. Dá pouco trabalho, mas sua implantação é
cara demais.
Classificação taxonômica de solos
A classificação dos solos permite entender os processos que levam um solo a
transformar-se em outro. Podem classificar-se os solos segundo uma
característica marcante, como a fertilidade o que permite propor ações
governamentais para a agricultura e assentamentos. Por outro lado, ao
subdividir o solo pelo seu baixo teor de argila, podem entender-se os processos
de lixiviação que podem estar destruindo aquele solo.
A taxonomia dos solos é baseada nas características de cada país ou região,
sendo, portanto, geralmente nacionais ou regionais.
Os primeiros sistemas de classificação utilizados na pedologia exigiam apenas
a observação do pesquisador. Eram geralmente associados aos processos
mais marcantes da gênese pedológica, ou a rocha matriz ou até mesmo a cor
53
do solo. Dessa forma, existiam os "solos de colúvio", ou os "solos de granitos"
ou "solos roxos"
Basicamente na Pedologia temos as unidades sistemáticas:
Ordem
Subordem
Grande Grupo
Subgrupo
Família
Série
Primeira classificação
Universalmente, a classificação utilizada na pedologia, desde seus primórdios,
estava baseado em três ordens:
zonal
azonal
intrazonal
Esta organização baseava-se principalmente nos fatores de clima, tempo e
relevo que se encontrava os solos:
solos zonais são aqueles em relevos estáveis, em climas estáveis culminando
em um formação antiga;
solos azonais são aqueles que existem em ambientes instáveis, por exemplo,
em aluviões e colúvios. São, portanto, sempre jovens.
solos intrazonais são solos em que o relevo local ou material de origem
prevalecem sobre o clima; são solos intermediários entre azonais e zonais
(quando vistos sob o fator tempo).
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Perfil de um solo
Para se classificar um solo, deve-
se ter em vista seu horizonte
diagnóstico, dentro do solum
(horizontes O, A e B juntos). Este é um horizonte do solo, com características
pré-determinadas pela taxonomia a ser utilizada pelo pedólogo. Para tanto,
devem-se pegar amostras de cada horizonte do solo e, em laboratório, ver qual
horizonte diagnóstico determinada amostra representa.
Os horizontes de solo, que compõem o perfil de um solo, são apenas
horizontes delimitados de acordo com sentidos básicos do pesquisador (como
visão e tato) e simples técnicas de campo. Já os horizontes diagnósticos
exigem exames em laboratório.
Por exemplo, ao se retirar a amostra do horizonte B, e, em laboratório ver que
trata-se de um horizonte B textural, ou seja, com acúmulo de argila, sendo
ainda um acúmulo iluvial, pois em campo o pedólogo viu que se tratava de um
horizonte B abaixo de um horizonte Eluvial (horizonte E), ou um solo em
vertente, próximo a uma latossolo, o pesquisador poderá inferir se é um solo do
tipo Luvissolo ou Argissolo (sendo que no primeiro, as argilas devem ser 2:1 e
no segundo 1:1).
A seguir, na Classificação Brasileira, estão listados os solos do Brasil e
brevemente seus horizontes (e algumas características) diagnósticas.
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Topografia
A inclinação ou declividade do solo é um dado importante para o planejamento
de qualquer atividade agrícola e deve ser bem observado antes de executar
qualquer operação no terreno.
Para tanto é necessário entender o que vem a ser topografia e a sua utilização
em atividades agrícolas, para evitar riscos de erosão, assoreamento,
deslizamento, inundação e que causam a degradação do solo (destruição).
A topografia é uma aplicação da matemática e da trigonometria, empregada
na medição de terrenos com todos os seus acidentes naturais e artificiais,
representando-os numa figura plana denominada “planta topográfica”.
A planta topográfica nada mais é do que a representação em plano
horizontal, dos acidentes naturais e artificiais. É a projeção horizontal do
terreno. A mais utilizada é a planta planialtimétrica, que medem
horizontalmente as terras e medem e representam os relevos.
Em alguns casos, é essencial que o jardineiro entenda a planta do terreno,
para que possa conhecer e/ou reconhecer as características do mesmo, seus
acidentes geográficos e a utilize como uma ferramenta no planejamento do seu
trabalho. A identificação de uma planta por simples observação é importante
para qualquer estudo ou construção na área.
Alguns acidentes geográficos são imediatamente identificados, tais como:
Vertentes-são as superfícies laterais das elevações ou depressões. Também
são denominadas de “flancos” ou “encostas”.
Linha de cumiada -seus pontos são altos e essa linha divide as águas das
chuvas para as vertentes. As curvas de nível de cotas menores envolvem as de
cotas maiores. Também é chamada de “divisor de águas”.
Talweg -são linhas de pontos baixos de uma região. É a linha mais profunda
do leito de um rio. As águas das chuvas descem pelas vertentes e se escoam
pelos talwegs. É identificado na planta pelo fato das curvas de nível de cotas
maiores envolverem as de cotas menores.
Garganta - é o ponto comum (coincidente) entre a linha de cumiada com um
talweg.
A primeira coisa a ser feita em um desenho de uma planta topográfica é a
escolha da escala. A fim de facilitar a compreensão, chama-se de “objeto” tudo
que admite representação gráfica, seja um segmento de reta, um polígono,
uma superfície, um sólido, etc.
Chama-se “figura” ou “desenho”, a representação gráfica de um objeto.
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Denomina-se “escala” a relação entre o tamanho do polígono no papel e o do
caminhamento no terreno. É uma razão de semelhança e é expressa por uma
fração (ex. 1:200), chamada de “escala gráfica”. Ex. “Quando o terreno medido
tem mais ou menos 1km (quilômetro) de largura, podemos fazer a planta com
mais ou menos 1 metro, ou seja, na escala de 1: 1000”. Nesta escala, para
representar um alinhamento qualquer, divide-se o seu comprimento por 1000.
Desta maneira, um alinhamento de 200 metros, é representado no papel por
uma linha com 0,20 m (20 cm). Geralmente os mapas ou as plantas
topográficas do terreno vêm com as escalas indicadas, bastando fazer a
conversão do que foi medido no mesmo.
Existem várias escalas a serem empregadas e quanto maior for a escala,
menor é o desenho e vice-versa.
Em uma planta topográfica, principalmente na altimétrica, aparecem números
inteiros (cotas) e linhas (curvas de nível).
Cota é a distância do ponto A ao plano horizontal de projeção. É positiva (+)
se o ponto está acima do plano, e negativa (-) se o ponto está abaixo desse
plano. É nula quando está no plano.
Acima do plano é chamada de altitude e abaixo é profundidade.
O plano de referência que se utiliza é o nível do mar.
Exemplificamos abaixo, o que vem a ser cota.
Ponto A (+)
cotas
A1(nula)
Plano
A2 (-)
Curva de nível é a união entre pontos de mesma cota. Em uma planta
topográfica, a representação de cotas iguais em diferentes partes do terreno
são feitas através de linhas contínuas e que representam a topografia do
terreno. São muito úteis, pois possibilitam o plantio em níveis, usando
corretamente o solo e evitando os processos erosivos.
Quanto mais próximas forem as curvas de nível, mais inclinado é o terreno e
a linha de maior declive é a de inclinação máxima.
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Declividade nada mais é que a diferença de nível existente entre dois pontos e
o seu cálculo é simples.
Na natureza dificilmente encontramos um solo perfeitamente nivelado e, por
este motivo, um dos requisitos básicos para a construção de residências,
jardins ou cultivos de plantas em geral, é a criação de espaços bem nivelados.
Isto implica, naturalmente, a remoção e o deslocamento de terra para acertar o
terreno (movimentação) e a criação de acessos.
Há teoricamente, terrenos de dois tipos: planos ou em declive. Em termos
práticos porem, eles são sempre em declive e, quanto à declividade, podem ser
classificados em planos, inclinados e escarpados.
Consideram-se planos os terrenos em declive que têm uma caída (diferença de
nível) inferior a 5m em relação a cada l00m de extensão (cerca de 5%).
Este tipo de topografia favorece a adoção de soluções funcionais, criativas e
pouco dispendiosas e é, em geral, o mais interessante e proveitoso do ponto
de vista da jardinagem e paisagismo, pois oferece maior facilidade de
distribuição dos componentes que comporão o jardim e a paisagem,
principalmente aqueles que ficam próximos a casa. Contudo, mesmo os
terrenos planos apresentam alguns problemas que terão de ser solucionados
ainda na fase do projeto. O principal problema é criar uma leve inclinação para
que a água não fique empoçada.
Os terrenos inclinados ou ondulados apresentam uma declividade de 10 a 14m
para cada 100m de extensão (cerca de 14%). Neste tipo de topografia, a
adoção de soluções exige mais criatividade e são mais dispendiosas. Os
problemas de drenagem, por exemplo, podem ser facilmente resolvidos,
embora se deva controlar também o fluxo da água para evitar a erosão.
Os declives escarpados atingem mais de 14m de caída em l00m de extensão
(mais de 14%) e requerem a movimentação de grandes quantidades de terra
para a criação de patamares planos. Os solos destes terrenos tendem a ser
rasos e pobres, sobretudo quando ele se eleva acima das superfícies de vales.
Quanto mais declivoso e susceptivel a erosão for o terreno, maiores serão as
dificuldades no preparo do solo. Tanto o seu revolvimento bem como a
incorporação dos resíduos vegetais devem ser executados manualmente e de
maneira adequada, evitando-se o emprego de máquinas agrícolas pesadas,
que certamente irão ocasionar erosão e seus efeitos negativos ao meio
ambiente.
Conservação do solo
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Para um melhor entendimento deste assunto, é necessário inicialmente o
conhecimento do que vem a ser EROSÃO.
Erosão é a destruição do solo e das rochas e seu transporte, em geral feito
pela água da chuva, pelo vento
ou, ainda, pela ação do gelo,
quando expande o material no
qual se infiltra a água congelada.
A erosão destrói as estruturas
(areias, argilas, óxidos e húmus)
que compõem o solo. Estas são
transportados para as partes mais
baixas dos relevos e em geral vão
assorear cursos d'água.
A erosão é um problema muito
sério, devem ser adaptadas
práticas de conservação de solo para minimizar o problema.
Em solos cobertos pela vegetação a erosão é muito pequena e quase
inexistente, mas é um processo natural sempre presente e importante para a
formação dos relevos. O problema ocorre quando o homem destrói as
vegetações, para uso agrícola e deixa o solo exposto, porque a erosão torna-se
severa, e pode levar a desertificação.
Fatores que contribuem
Muitas ações devidas ao homem apressam o processo de erosão, como por
exemplo:
os desmatamentos (desflorestamentos) desprotegem os solos das
chuvas.
o avanço imobiliário em encostas que, além de desflorestar, provocam a
erosão acelerada devido ao declive do terreno.
as técnicas agrícolas inadequadas, quando se promovem
desflorestações extensivas para dar lugar a áreas plantadas.
a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem
o seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a
potencialidade do transporte de materiais, devido ao escoamento
superficial.
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Consequências da erosão
Efeitos poluidores da ação de arraste
Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e sepultá-los
com materiais áridos.
Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento.
Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz solar na realização da
fotossíntese, importante para a purificação e oxigenação das águas.
Arraste de biocidas e adubos até os corpos d'água e causarem, com isso,
desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos d'água (causando eutroficação,
por exemplo).
Outros danos
Assoreamento: que preenche o volume original dos rios e lagos e como
consequência, vindas as grandes chuvas, esses corpos d’água extravasam,
causando as enchentes
Instabilidade causada nas partes mais elevadas podem levar a
deslocamentos repentinos de grandes massas de terra e rochas que desabam
talude abaixo, causando, no geral, grandes tragédias (ver deslizamento de
terra).
A erosão pode ser:
Causas naturais
No que se refere às ações da natureza, podemos citar as chuvas como
principal causadora da erosão. Ao atingir o solo, em grande quantidade,
provoca deslizamentos, infiltrações e mudanças na consistência do terreno.
Desta forma, provoca o deslocamento de terra. O vento e a mudança de
temperatura também são causadores importantes da erosão.
Quando um vulcão entra em erupção quase sempre ocorre um processo de
erosão, pois a quantidade de terra e rochas deslocadas é grande.
A mudança na composição química do solo também pode provocar a erosão.
Causas humanas
O ser humano pode ser um importante agente provocador das erosões. Ao
retirar a cobertura vegetal de um solo, este perde sua consistência, pois a
água, que antes era absorvida pelas raízes das árvores e plantas, passa a
60
infiltrar no solo. Esta infiltração pode causar a instabilidade do solo e a erosão.
Atividades de mineração, de forma desordenada, também podem provocar
erosão. Ao retirar uma grande quantidade de terra de uma jazida de minério, os
solos próximos podem perder sua estrutura de sustentação.
Os dois primeiros são praticamente incontroláveis pelo homem e o último é
frutos do mesmo sobre o Natural.
Os principais tipos de erosão são:
Por embate
Causado pelo efeito desagregador das gotas de água da chuva sobre o solo;
Laminar
Devido às enxurradas que deslizam desgastando suave e uniformemente o
solo em toda a sua extensão. É de difícil verificação e se prolonga por anos,
até que as raízes superficiais começam a aparecer.
Sulcos, Ravinas ou dedos
Em poucos anos o solo fica pobre e imprestável para as práticas agrícolas.
Deve ser imediatamente combatido, pois em evoluindo muito o seu controle é
mais complicado e tem um alto custo.
Vossorocas
Quando a camada impermeável do solo é muito profunda, pode existir canal de
água subterrâneo que vai corroendo aos poucos o subsolo, ocasionado o
desabamento e abrindo crateras no solo. Após o seu início, é difícil o controle e
a recuperação do terreno é extremamente dispendiosa e não há garantias para
tal. Dentre os tipos de erosões existentes, este é o considerado como sendo o
mais grave.
A ocorrência de erosão depende, dentre outros:
Tipos de solo;
Declividade;
Cobertura vegetal;
Regime de chuvas (intensidade e duração);
Sistema de drenagem natural;
Uso inadequado do solo;
Formas de evitar
*Não retirar coberturas vegetais de solos, principalmente de regiões
montanhosas;
* Planejar qualquer tipo de construção (rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis,
etc) para que não ocorra, no momento ou futuramente, o deslocamento de
terra;
* Monitorar as mudanças que ocorrem no solo;
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*Realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em regiões
de encosta.
Quando estamos tratando de uso do solo, não podemos deixar então de
comentar sobre a importância e a necessidade da sua “conservação”.
O Homem, sendo um agente degradador do meio ambiente através de suas
ações ou atividades, causa vários danos ambientais muitas vezes irreversíveis.
No uso agrícola do solo, muitas vezes por desconhecimento de práticas
conservacionistas, pelo uso inadequado das máquinas e implementos
agrícolas, pela falta de orientação de um profissional, dentre outros, um solo
fértil e produtivo, se torna estéril, erodido e inapto ao cultivo.
Quando falamos sobre conservação do solo, não devemos considerar apenas
as praticas referentes à retenção de água, mas também a:
Conservação da cobertura vegetal existente;
Uso racional de adubo e corretivo;
Emprego correto das práticas de preparo do solo e do cultivo.
Alguns procedimentos básicos são recomendados para a conservação
do solo, tais como:
Um bom estudo e análise do solo;
As características topográficas do terreno;
O uso correto de máquinas e implementos no preparo do solo;
Uso correto de adubo e corretivo;
Emprego de práticas conservacionistas (métodos) no preparo do solo;
Manutenção do (s) método (s) utilizado (s);
Emprego de técnicas corretas de plantio;
Seleção e escolha de espécies adequadas ao tipo de solo.
São 3 (três) os métodos que constituem as práticas conservacionistas:
Método Vegetativo
Curvas de nível
Os plantios obedecem às curvas de nível do terreno (a união de pontos com
cotas iguais), em faixas paralelas e não de alto a baixo numa encosta. Evita-se
ou minimiza-se o processo da erosão.
Culturas em faixas
É a disposição do plantio em diversas faixas em curvas de nível.
Em cada faixa são plantadas espécies diferentes e que são substituídas
anualmente. A rotação dessas plantas deve ser bem planejada e deve sempre
existir no mínimo uma espécie “leguminosa”.
Culturas em faixas de retenção
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As faixas de retenção são em nível e podem ser cultivadas plantas econômicas
ou não. A declividade do terreno deverá ser de 3 a 6%.
Nas faixas, que funcionam como barreiras contra enxurradas,. Podem ser
plantadas espécies que apresentem um sistema radicular mais bem
desenvolvido, para uma melhor fixação e a agregação do solo.
Métodos Mecânicos
São métodos com custos operacionais mais elevados e que exigem muita
perícia e conhecimento apurado daqueles seus executores. Devem sempre ter
a orientação e acompanhamento de Engº Agrônomo ou Florestal.
São utilizados em áreas extensas e de grandes projetos agrícolas ou florestais.
Entretanto, estes métodos também podem ser utilizados em áreas menores,
caso o benefício seja maior do que o seu custo operacional.
Para conhecimento, citamos alguns destes métodos:
Cordões de contorno;
Patamares;
Terraços.
Vegetativos Mecânicos
Na realidade este método é uma combinação dos processos vegetativos e
mecânicos e o que apresenta melhores resultados no combate a erosão.
Como exemplo podemos citar o nivelamento, construção de terraço e plantio
em faixa de rotação e retenção.
A aplicação destes métodos, em menor ou maior escala, dependerá dos
objetivos da ocupação do terreno, o tipo de cultivo, as características físicas do
solo e a dimensão do local a ser trabalhado (área).
Conclui-se que a conservação do solo faz parte de um todo neste processo e
não deve ser isolado também de outros aspectos importantes (sementes,
adubação, irrigação, etc.), não se relegando a um segundo plano, o fator
básico mais importante que é o solo “conservado e fértil”.
Calagem
Calagem é uma etapa do preparo do solo para
cultivo agrícola na qual se aplica calcário com
os objetivos de elevar os teores de cálcio e
magnésio, neutralização do alumínio trivalente
(elemento tóxico para as plantas) e corrigir o pH
do solo, para um desenvolvimento satisfatório
das culturas.
Agronomicamente a necessidade de calagem é
calculada por 3 métodos distintos, tomados
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como base a análise de solo, são eles: método da Embrapa, método do IAC e
método pH-SMP.
A acidez no solo é um problema comum a quase todas as regiões brasileiras, e
a tendência, se não for corrigida, é ampliar-se, sobretudo nas regiões de solos
arenosos sujeitos a altas precipitações e cultivos intensivos.
Há no Brasil, aproximadamente 285 milhões de hectares de terras cultiváveis,
dos quais 40 ou 50 milhões necessitam de correção de acidez.
Efeitos da Calagem
Praticamente, só os solos com pH abaixo de 5,5 e superior a 7,0 apresentam
problemas relacionados com a disponibilidade de alguns nutrientes, com a
toxidez de outros, com a estrutura do solo, com a vida microbiana e
simplificação da matéria orgânica, fixação de nitrogênio e enxofre, etc.
Os efeitos da calagem poderiam ser resumidos da seguinte maneira:
Efeitos Físicos
Melhoria da estrutura pela granulação das partículas (estrutura,
porosidade, permeabilidade, aeração).
é usado para a capacitação das plantas , sem matéria orgânica
Efeitos Químicos
Controle de pH (Controle da acidez)
Eliminação do alumínio trivalente
Aumento da disponibilidade e assimilação do Cálcio, Magnésio, Fósforo
e Molibdênio;
Diminuição da solubilidade do Alumínio, Ferro e Manganês (esses
elementos, além de dificultarem o aproveitamento de alguns nutrientes
pela planta, ainda podem se tornar tóxicos).
Efeitos Biológicos
Estímulo ao desenvolvimento da vida microbiana.
NUTRIENTES
As plantas são seres
vivos como nós e
64
para viverem saudáveis necessitam de alimentos que são a água e os
nutrientes fornecidos através do solo. O solo não é apenas depósito de
substâncias alimentícias e indispensável ponto de fixação para a maior parte
das plantas. Funciona quase como um organismo vivo. O solo vive, e vive
intensamente reagindo na presença dos adubos e dos tratos culturais, podendo
melhorar ou piorar suas condições em relação às plantas. O solo é uma
espécie de laboratório, onde se preparam as substâncias destinadas às
plantas. É a cozinha dos vegetais. Os melhores agricultores são, justamente,
os que melhor sabem trabalhar com o solo, de modo a lhe aumentar a
produção de substâncias alimentícias, permitindo a existência de plantas mais
belas, mais produtivas, mas lucrativas.
Os nutrientes são elementos químicos podem ser classificados em duas
categorias:
Macronutrientes: Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre;
Micronutrientes: Boro, Cloro, Molibdênio, Cobre, Ferro, Zinco e Manganês.
A denominação de Macronutrientes é devida, pois as plantas absorvem em
maior quantidade, mas vale lembrar que todos os nutrientes são essências ao
excelente desenvolvimento das plantas, sendo assim, é muito importante o
equilíbrio desses.
Para que um solo atenda às necessidades nutricionais de uma planta, é
necessário que se efetue uma “radiografia” dele, a análise do solo, que irá
informar quais os níveis dos nutrientes disponíveis e a exata recomendação
dos mesmos para se tiver uma planta esbelta e saudável. Tanto o excesso
como a falta de alimento é prejudicial às plantas e às pessoas, por isso, é muito
importante sempre contar com a ajuda do médico das plantas, o engenheiro
agrônomo.
Nós do Viveiro Porto Amazonas, alimentamos e cuidamos bem das plantas que
irão embelezar suas residências ou empresas, com produtos naturais que
forneçam nutrientes de forma sustentável, preservando assim, o meio ambiente
e melhorando a qualidade das pessoas e das plantas.
O estudo da Nutrição Mineral e do crescimento das plantas envolve a
caracterização de elementos minerais essenciais. Na natureza, estão à
disposição das plantas, quase todos os elementos da tabela periódica. Uma
simples análise química de um vegetal não funcionaria para determinar quais
destes elementos são essenciais, pois a planta pode absorver e armazenar em
seus tecidos muitos elementos que não lhe são essenciais. É necessário
65
determinar os nutrientes de acordo com um critério de essencialidade. A
maneira mais comum de se determinar a essencialidade de um elemento às
plantas é através de experimentos com soluções nutritivas preparadas com
água e sais purificados. Assim, pode-se omitir os elementos da solução um a
um, podendo ser classificados como essenciais os que atendam aos seguintes
critérios:
Na ausência do elemento a planta não cresce normalmente nem
completa o seu ciclo de vida, ou seja, não se desenvolve
corretamente e não se reproduz;
O elemento é insubstituível, ou seja, deficiência só pode ser corrigida
através do seu fornecimento e não de algum outro.
O elemento químico faz parte de uma molécula, de um constituinte
ou de uma reação bioquímica essencial à planta.
Lei do mínimo
Diz que: “O crescimento de uma planta está limitado
ao nutriente essencial em menor disponibilidade”.
Cada tábua do barril representa um nutriente e a água
representa a produção. O nutriente limitante da
produção é o que está representada pela tábua no
menor nível. Corrigindo a deficiência deste, outro
nutriente passará a estar em menor nível. A produção
(nível da água) vai gradativamente subindo a medida
que vamos corrigindo o nível de cada nutriente.
A correção do solo de forma equilibrada deve
contemplar o aumento harmônico de todos os nutrientes envolvidos na nutrição
das plantas, levando em conta não somente as quantidades de cada um, mas
também as relações de equilíbrio entre eles.
As quantidades demandadas de cada nutriente são variáveis, mas todos eles
são igualmente importantes. Entretanto, para fins didáticos, os elementos
essenciais podem ser assim classificados:
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Macronutrientes Os macronutrientes são os elementos básicos necessários em
maior volume às plantas. São eles: Carbono, Oxigênio, Hidrogênio - retirados
do ar e da água - e Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre
retirados do solo, sob condições naturais.
Micronutrientes Os micronutrientes são requeridos em pequenas quantidades,
de miligramas (um milésimo do grama) a microgramas (um milionésimo do
grama). São micronutrientes o Boro, Cloro, Cobre, Ferro, Manganês,
Molibdênio, Níquel e Zinco.
Para as plantas cultivadas, a análise química dos tecidos consiste no método
mais largamente utilizado na avaliação do estado nutricional, sendo as folhas, o
principal orgão amostrado para a maioria das espécies cultivadas. A
interpretação do estado nutricional das plantas pode ser feita por diferentes
métodos, sendo os mais comuns o método do nível crítico, o método das faixas
de suficiência e o método do Sistema integrado de diagnose e recomendação.
Funções dos nutrientes
Cada nutriente é utilizado em um local diferente, com sua função específica e
essencial.
Macronutrientes
Carbono
O carbono forma a estrutura das biomoléculas das plantas, incluindo amido e
celulose. É fixado através da fotossíntese a partir do gás carbônico do ar e faz
parte desses carboidratos, que armazenam energia nos vegetais.
Hidrogênio
O hidrogênio também é necessário para a composição de carboidratos e
para a estrutura das plantas. É obtido quase que totalmente da água.
Oxigênio
O Oxigênio é necessário para a respiração celular. Respiração é o processo
de geração de trifosfato de adenosina (ATP), rica em energia, com o consumo
dos açúcares produzidos na fotossíntese.
Nitrogênio
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O nitrogênio é um componente essencial de todas as proteínas. Deficiência
deste nutriente geralmente resulta em atrofia das plantas.
Fósforo
O Fósforo é importante para os processos energéticos das plantas. Como
componente do ATP, o fósforo é necessário para a conversão da energia
luminosa em energia química (ATP) durante a fotossíntese. Pode também ser
usado para modificar a atividade de várias enzimas por fosforilação, e pode ser
usado na sinalização celular. Como o ATP pode ser utilizado na biossíntese de
várias [biomoléculas], o fósforo é importante para o crescimento vegetal,
floração e formação de sementes.
Potássio
Potássio regula a abertura e fechamento de estômatos através de alterações
da turgidez das células guarda induzidas por uma bomba de potássio na
parede celular. Como os estômatos são importantes na regulação da perda de
água pelas plantas, o potássio ajuda a diminuir perdas de água e aumenta a
tolerância a secas.
Cálcio
O Cálcio regula o transporte de outros nutrientes dentro da planta e também
está envolvido na ativação de certas enzimas.
Magnésio
Magnésio é componente importante da molécula de clorofila, um pigmento
vegetal essencial à fotossíntese. É importante para a produção de ATP pelo
seu papel como cofator enzimático.
Enxofre
Enxofre é um componente estrutural de alguns aminoácidos e vitaminas, e é
essencial à produção de cloroplastos.
Micronutrientes
Boro
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Boro é importante para o transporte de açúcares, divisão celular, e síntese de
certas enzimas.
Cobre
Cobre é um elemento envolvido em vários processos enzimáticos, importante
para a fotossíntese e na produção de grãos e da lignina das paredes celulares.
Ferro
Ferro é necessário para a fotossíntese e está presente como um cofator
enzimático nas plantas.
Molibdênio
Molibdênio é um cofator enzimático importante na produção de aminoácidos.
Manganês
Manganês é necessário para a produção de cloroplastos.
Zinco
Zinco é requerido por um grande número de enzimas e desempenha um papel
essencial na transcrição do DNA.
Níquel
Nas plantas superiores, Níquel é essencial para ativação da enzima urease,
uma enzima envolvida no metabolismo do nitrogênio. Sem o Níquel, níveis
tóxicos de uréia se acumulam, resultando em lesões necróticas. Nos vegetais
inferiores, o Níquel ativa várias enzimas envolvidas em uma variedade de
processos, e pode substituir o zinco e o Ferro como cofatores em algumas
enzimas.
Cloro
Cloro é necessário para a osmose e o balanço iônico; também participa da
fotossíntese.
Nutrição e o solo
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O conceito de solo como meio para o crescimento vegetal é uma noção antiga
desde os primórdios da agricultura. De fato, as características físicas e
químicas dos solos condicionam o crescimento vegetal, ao fazer variar a
capacidade de retenção de água, a solubilidade dos elementos minerais, as
transformações minerais e bioquímicas, a lixiviação dos nutrientes e o pH. O
solo é importante para o crescimento vegetal pois supre as plantas com fatores
de crescimento, permite o desenvolvimento e distribuição das suas raízes e
possibilita o movimento dos nutrientes, de água e ar nas superfícies
radiculares. O conjunto de propriedades do solo que propiciam o
desenvolvimento vegetal é chamado de Fertilidade do Solo.
Adaptações nutricionais das plantas
Devido à inconstância natural dos fatores ambientais, as plantas viram-se
obrigadas a desenvolver mecanismos adaptativos que lhes permitissem resistir
melhor a condições adversas. Algumas plantas modificaram-se estruturalmente
de forma a armazenar substâncias inorgânicas (os cactos armazenam água) e
orgânicas (as batatas armazenam amido). Outras estabelecem relações
bióticas com microrganismos que existem abundantemente no solo. Estas
relações podem ser relações de prejuízo (parasitismo, predação) ou de
benefício mútuo (simbióticas e mutualísticas). As raízes crescem melhor em
solos estéreis inoculados com microrganismos do que em solos estéreis não
inoculados. Um outro exemplo de adaptação nutricional é o caso das plantas
carnívoras que pelo facto de viverem em solos pobres em sais, capturam
insetos a fim de obterem os nutrientes em falta. Obtêm assim as suas
quantidades necessárias em azoto, digerindo as proteínas presentes nos
corpos de insetos, se se tratarem de insetívoras. As armadilhas são
variadíssimas, podendo ser por prisão através das folhas ou por substâncias
pegajosas, etc.
Outras plantas, como modo de sobrevivência, tornam-se parasitas de outras,
agarrando-se ao corpo de um hospedeiro e penetrando no seu sistema
vascular para roubar a água, os sais minerais e os açúcares elaborados na
fotossíntese, promovendo o seu próprio crescimento. São uma ameaça para as
culturas e difíceis de eliminar sem provocar danos. Como não necessitam de
efetuar fotossíntese, acabam por perder os seus pigmentos fotossintéticos.
Adaptações nutricionais das leguminosas – fixação simbiótica do azoto
atmosférico
Os compostos azotados inorgânicos, pelo facto de existirem sempre em pouca
quantidade, são sempre um fator limitante do crescimento vegetal. Assim, a
70
fixação biológica de azoto atmosférico é de elevada importância na biosfera,
dado que é a fonte mais significativa de azoto. Neste processo existem
bactérias de vida livre ou simbiótica (Rhizobium sp e Bradyrhizobium sp).
As plantas leguminosas tendem a estabelecer relações com bactérias fixadoras
de azoto atmosférico. As bactérias estabelecem-se ao nível do córtex da raiz,
multiplicando-se e originando estruturas de forma irregular, designadas por
bacteróides. Concomitantemente, a bactéria estimula a divisão das células
corticais da planta, conduzindo ao engrossamento da raiz, que se manifesta
pela formação de um nódulo radicular.
Os bacteróides obtêm matéria orgânica sintetizada pelas plantas na
fotossíntese e, por sua vez, fixam o azoto atmosférico, transformando-o em
amónia que irá ser utilizada pelas plantas e incorporada em compostos
orgânicos (Ciclo do Azoto), como por exemplo, proteínas. Um solo mais rico em
amónia, em azoto é mais fértil. Uma forma de azotar um solo será, então, a
plantação de plantas leguminosas. Esta associação é frequente em trevos-.
Adaptações nutricionais de árvores e plantas herbáceas – micorrizas
Quando um fungo infecta a raiz de uma planta herbácea ou árvore, esta
associação mutualística é designada por micorriza. Os esporos fúngicos dão
origem a micélios (conjuntos de hifas) que invadem o tecido radicular e se
desenvolvem no interior ou no exterior das raízes. As hifas que se
desenvolvem no exterior das raízes funcionam como prolongamentos das
mesmas, aumentando a capacidade de absorção de água e nutrientes minerais
do solo, em particular de fósforo e aumentando também a resistência da planta
à temperatura e à desidratação. Reduzem ainda a probabilidade de infecção
por parasitas. Como recompensa, o micélio fúngico recebe compostos
orgânicos fotossintetizados pela planta.
Distinguem-se dois tipos de micorriza. Nas micorrizas ectotrópicas ou
ectomicorrizas, as hifas do fungo existem entre as células epidérmicas do
sistema radicular, usando glícidos como alimento. À medida que cresce, o
micélio envolve completamente a raiz. Esta associação é típica dos pinheiros e
dos carvalhos. Nas micorrizas endotrópicas ou endomicorrizas, as hifas
invadem as células radiculares.
Todos sabemos que de nada adianta um plantado bem iluminado, com bom
nível de CO2, se não tivermos uma boa fertilização - seja líquida ou mesmo no
substrato - para que nossas plantas cresçam bem.
Principais nutrientes utilizados pelas plantas, suas funções e principais
sintomas de deficiência:
71
Nitrogênio (N)
É um dos nutrientes mais exigidos quantitativamente pela maioria das plantas.
Atua em todas as fases desta, quais sejam, crescimento, floração, frutificação
das plantas. As plantas absorvem o N em suas formas iônicas, NO3- e NH4+
Carência de Nitrogênio - aumento do sistema radicular, palidez da planta,
amarelecimento e queda das folhas.
Fósforo (P)
O fósforo age na produção de energia, na respiração, divisão celular e em
diversos outros processos metabólicos, como nas substâncias de reserva. O
forma iônica absorvida pelas plantas são o H2PO4- e HPO4 2-
Carência de Fósforo - as folhas escurecem, as plantas podem ficar 'achatadas'.
Potássio (K)
É um dos macronutrientes mais consumidos pela planta, juntamente com o
nitrogênio. Favorece a formação de raízes, amadurecimento dos frutos, etc. Os
frutos e tecidos meristemáticos possuem alto teor de potássio. Seu papel
principal é o de ativador de funções enzimáticas e de manutenção da turgidez
celular. A forma iônica absorvida pelas plantas é o K+
Carência de Potássio - as folhas mais velhas apresentam extremidades com
manchas cloróticas, degenerando-se e tornando-se necróticas.
Cálcio (Ca)
Contribui para o fortalecimento de todos os órgãos das plantas, principalmente
raízes e folhas. Também é importantíssimo na manutenção do equilíbrio entre
alcalinidade e acidez do meio e da seiva das plantas. A forma iônica absorvida
pelas plantas é o Ca2+.
Carência de Cálcio - lesões nas margens das folhas mais novas. Essas lesões
levam a folha a morrer da extremidade para o centro.
Magnésio (Mg)
É parte integrante da molécula da clorofila, e por isso está diretamente ligado
ao metabolismo energético das plantas. A forma iônica absorvida pelas plantas
é o Mg2+.
Carência de Magnésio - o sintoma aparece entre as nervuras, espalhando-se
das margens para o centro das folhas.
Enxofre (S)
O enxofre encontra-se em sua maior parte na composição das proteínas,
associadas ao nitrogênio. Participa na formação de alguns aminoácidos
essenciais ao metabolismo energético. A forma iônica absorvida pelas plantas
é o SO42-.
Carência de Enxofre - as folhas permanecem mais escuras e opacas, com
tonalidade amarelo-esverdeada.
72
Manganês (Mn)
É importante para a formação da clorofila e participa do metabolismo
energético respiratório. A forma iônica absorvida pelas plantas é Mn2+.
Carência de Manganês - o sintoma da deficiência de ferro se generaliza,
causando nas folhas uma coloração verde-pálida.
Boro (B)
Atua no metabolismo de carboidratos e transportes de açúcares através de
membranas, na formação da parede celular, divisão celular, no movimento da
seiva. Atua no desenvolvimento das folhas e dos brotos. Contribui para a maior
força e resistência de todos os tecidos vegetais. A forma iônica absorvida pelas
plantas é H3BO3.
Carência de Boro - o sintoma é muito parecido com o do cálcio, com necrose e
enrugamento das nervuras.
Cloro (Cl)
Está ligado ao metabolismo da água e a transpiração das plantas, além de
participar da fotossíntese. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cl-.
Carência de Cloro - é mais comum encontrarmos excesso do que a deficiência
deste micronutriente. A toxidez do cloro é caracterizada pela queima das
margens das folhas localizadas externamente na planta.
Cobre (Cu)
Tem papel importante na fotossíntese, respiração, redução e fixação de
nitrogênio. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cu2+
Carência de Cobre - os sintomas ocorrem nas folhas novas, que permanecem
alongadas, deformadas e com as margens cloróticas voltadas para baixo.
Ferro (Fe)
Essencial ao metabolismo energético, atua na fixação do nitrogênio e
desenvolvimento do tronco e raízes. A forma iônica absorvida pelas plantas é
Fe2+.
Carência de Ferro - perda da intensa coloração nas folhas, ocorrendo clorose
internerval nas folhas novas. Folhas com aparência de vidro, transparentes e
retorcidas (vitrificação).
Agora que já vimos um pouco da função de cada nutriente, torna-se mais fácil
compreendermos alguns sintomas da deficiência de cada um deles.
73
ADUBAÇÃO
A adubação é a prática agrícola que
consiste no fornecimento de adubos ou
fertilizantes ao solo, de modo a recuperar
ou conservar a sua fertilidade, suprindo a
carência de nutrientes e proporcionando
o pleno desenvolvimento das culturas
vegetais. A adubação correta aumenta a
produtividade agrícola. Deve, entretanto,
ser usada com moderação. É preciso ter sempre em mente que os adubos são
extraídos de rochas, que são recursos naturais não renováveis, ou produzidos
em indústrias químicas com riscos para o meio ambiente.
74
A adubação pode também ser feita com adubos orgânicos. Estes adubos são
obtidos a partir da decomposição de restos de plantas ou de esterco de
animais (bovinos,aves, etc.), pela ação dos microrganismos e também das
minhocas. Há também os chamados adubos verdes que são plantas
(geralmente leguminosas) que são cultivadas antes ou junto com a cultura
principal. As folhas e palhada dos adubos verdes contém nutrientes que
lentamente vão sendo mineralizados e utilizados por outras culturas como por
exemplo, fruteiras, café, e até mesmo o milho.
A adubação pode ser classificada:
quanto ao tipo de fertilizante:
mineral (ex.: NPK, sulfato de amônio, superfosfato simples) ou
orgânica (ex.: esterco de curral, vermicomposto, vinhaça,
adubos verdes);
quanto à via de aplicação:
diretamente no solo,
foliar, e
via água de irrigação ou fertirrigação.
Adubação Mineral (Química)
Adubo químico é todo nutriente vegetal obtido de matérias primas minerais
retiradas da natureza e/ou tratadas e processadas em laboratório. O petróleo é,
por enquanto, a maior e melhor fonte de matéria prima para a produção de
adubo químico (principalmente nitrogênio, fosfato e potássio), além de
defensivos agrícolas.
Muitos ficam em dúvida na hora de adubar suas plantas com fertilizante
químico: como funciona, qual fórmula usar, como aplicar? Para facilitar o
trabalho, aí vão algumas dicas bem úteis:
1. Os adubos ou fertilizantes químicos geralmente são vendidos em lojas
de jardinagem e até em supermercados. Na embalagem, trazem a
sigla NPK, mostrando que o produto contém os elementos mais
75
importantes para o desenvolvimento das plantas: o nitrogênio (N); o
fósforo (P) e o potássio (K).
2. Existem formulações diferentes de fertilizantes NPK, baseadas na sua
finalidade. Em geral, usa-se:
o NPK 4-14-8 (4 partes de nitrogênio, 14 partes de fósforo e 8
partes de potássio) para espécies que produzem flores e frutos.
Ex. hibisco, azaléias, violetas, cítricos como a laranjeira, legumes,
etc. Além disso, segundo a maioria dos fabricantes, esta
formulação é ideal para ser aplicada no momento do plantio dos
vegetais, no preparo do solo, pois o alto teor de fósforo
proporciona uma melhor formação e desenvolvimento das raízes
e estrutura das plantas.
o NPK 10-10-10 (partes iguais dos 3 elementos) para espécies que
não florescem e não produzem frutos, como as samambaias.
Segundo os fabricantes, esta formulação também é ideal para ser
aplicada em plantas já formadas, na forma de cobertura. Neste
caso, pode ser usada em flores, folhagens, hortaliças e frutíferas.
o NPK 15-15-20 (15 partes de nitrogênio, 15 partes de fósforo e 20
partes de potássio), rica em potássio, esta formulação é
considerada bem prática, pois pode ser usada também no cultivo
hidropônico, sendo indicada especialmente para hortas.
o Também existem no mercado as fórmulas preparadas
especialmente para determinadas espécies de plantas
ornamentais. É o caso das violetas, orquídeas, rosas e
samambaias. Neste caso, os fabricantes elaboram uma fórmula
adequada às necessidades nutricionais de cada espécie.
o Uma outra formulação especial já encontrada no mercado é o
NPK granulado para gramados, que pode ser aplicado de uma
forma bem rápida e prática, simplesmente espalhado sobre o
gramado.
3. A freqüência de adubação varia de acordo com a espécie cultivada. Algumas
precisam mais outras menos, mas, de forma geral, a adubação pode ser feita a
cada dois meses. Mas lembre-se: quanto à dosagem e forma de aplicação,
siga rigorosamente as indicações do fabricante, que constam na embalagem
do produto.
Adubação Orgânica
O que é adubação orgânica
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É a prática de colocar no terreno os resíduos orgânicos, como: esterco, urina e
restos de animais, palhas, capins, lixo, serragem, restos de culturas e capinas,
cama de estábulos ou galinheiros, bagaços, ou farinha de ossos e farinha de
carne, entre outros, que se transformam em húmus.
Vantagens da adubação orgânica
O húmus tem a propriedade de diminuir a perda de cálcio, magnésio e potássio
pelas lavagens do solo.
A matéria orgânica tem as seguintes vantagens:
Libera nutrientes para as plantas.
Facilita a absorção de nutrientes pelas plantas.
Aumenta a capacidade do solo em armazenar nutrientes.
Melhora a estrutura do solo.
A adubação orgânica diminui o gasto com adubo mineral.
Exemplo: 10 toneladas de esterco fresco de bovinos correspondem a 50 kg de
uréia, 50 kg de superfosfato triplo e 50 kg de cloreto de potássio.
O uso somente de adubos orgânicos não resolve o problema para garantir ou
aumentar a fertilidade dos solos. A adubação mineral e a adubação orgânica se
completam. Nenhuma delas isoladamente satisfaz as exigências nutricionais
das culturas.
Sem a matéria orgânica, o solo se torna estéril, improdutivo. Evite o uso de
fogo em suas terras. Restos de lavoura, palhadas ou ervas daninhas podem
ser incorporadas ou servir de cobertura do solo.
Adubos orgânicos comercializados
a) Torta de algodão
É também utilizada como alimento para o gado. Custo muito elevado.
b) Torta de mamona
É importante adicionar a torta de mamona com antecedência mínima de 30
dias do plantio, para que a fermentação desse material não prejudique as
sementes ou mudas.
c) Farinha de chifres e cascos.
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d) Esterco de galinha
É muito mais rico do que o esterco de curral.
Esses estercos devem ser fermentados nas esterqueiras. A finalidade da
fermentação é produzir o húmus.
Alguns cuidados com as esterqueiras:
As esterqueiras devem ser cobertas, para evitar a perda de nitrogênio e ter um
piso impermeabilizado e inclinado para um raio de coleta do líquido pardo
(chamado de purina) que escorre do esterco em fermentação.
As camadas na esterqueira devem ser molhadas com água. O esterco estará
bem fermentado quando a purina se mostra bem escura e, ao se pegar na mão
um pouco da massa, não se nota mais muita palha.
É comum juntar na preparação do composto as cinzas aos adubos fosfatados.
e) Vinhaça
É também conhecida por vinhoto ou garapão e é um subproduto do álcool ou
da aguardente. Uma tonelada de cana moída dá, aproximadamente, 800 litros
de vinhaça. É um material rico em potássio e nitrogênio, mas pobre em fósforo.
Como aplicar adubos orgânicos
Tortas:
Devem ser distribuídas dentro do terreno. Misturar um pouco com a terra e
deixar o sulco meio aberto para que a fermentação aconteça.
Esterco de curral:
Deve ser distribuído a lanço, numa dose média de 30 toneladas por hectare.
Em seguida, deve-se fazer uma aração e uma gradagem, para que o material
seja bem incorporado ao solo.
No caso de cafezais e pomares, joga-se o esterco ao redor do pé da planta,
incorporando-o aos primeiros centímetros do solo.
Composto
É aplicado da mesma forma que o esterco de curral.
Obs.: A mistura dos outros adubos e o plantio devem ser feitos 30 dias depois
da aplicação da torta.
O que é uma adubação verde
É uma prática que melhora o solo com incorporação de plantas cultivadas.
Vantagens da adubação verde:
Aumento da matéria orgânica do solo .
Aumento de nutrientes no solo.
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Diminuição da acidez do solo e de alumínio tóxico.
Quando se usam adubos verdes, devem-se cortá-los com arado ou grade de
disco antes que produzam sementes. Nesse estado, acontece a decomposição
rapidamente no solo. Como
a quantidade de matéria orgânica fresca adicionada ao solo é muito grande, é
conveniente esperar 20 dias antes de fazer o plantio seguinte.
Classificação da adubação verde quanto a sua utilização:
a) Adubação verde exclusiva de primavera/verão:
É o plantio e incorporação no solo de leguminosas, no período de outubro a
janeiro.
Espécies mais utilizadas :a mucuna, o feijão-de-porco, o guandu, as crotalárias,
o labe-labe e o caupi.
Vantagens: grande produção de massa verde e incorporação de nitrogênio.
Destaca-se também a proteção ao solo durante o período de chuvas.
O problema é que as áreas agrícolas ficam ocupadas. Uma saída para isso é a
rotação de áreas, ou seja, a divisão da propriedade em glebas, reservando
uma por ano para o plantio de leguminosas e as restantes para culturas
comerciais.
b) Adubação verde exclusiva de outono/inverno :
É o cultivo de leguminosas durante a entressafra de culturas comerciais de
verão.
Principais espécies : a aveia-preta, o azevém, mucuna-preta, crotalária, o nabo
forrageiro, os tremoços, as ervilhacas, a serradela e a gorga. A época de
semeadura varia de março a junho.
Vantagem: possibilidade de usar essa forragem na alimentação animal.
c) Adubação verde consorciada com culturas anuais:
A leguminosa é semeada na entrelinha da cultura comercial. Entre os
exemplos, temos a cultura de milho com feijão-de-porco, caupi, mucuna-anã,
guandu ou labe-labe.
A adubação verde pode ser intercalada a culturas perenes também, só que a
leguminosa não pode ser muito agressiva e deve ser plantada após o segundo
ano de plantio da cultura perene.
Exemplos : pomares de bananeiras consorciadas com feijão-de-porco, soja
perene, crotalárias, cudzu, caupi, mucunas; laranjeiras ou limoeiros
consorciados com soja perene, siratro, guandu, mucunas, calopogônio.
Vantagens: controle da erosão e a redução de mato.
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d) adubação verde em faixas:
É o plantio da leguminosa em uma faixa da área cultivada, permanecendo o
resto da área com a cultura comercial. Nos anos seguintes, as faixas são
plantadas em outra parte do terreno e assim por diante.
e) Adubação verde perene:
É o plantio em áreas degradadas de espécies como guandu, indigófera e
leucina.
Vantagem: servem de alimento para o gado.
O uso somente de adubos orgânicos não resolve o problema de garantir
ou aumentar a fertilidade dos solos. É importante praticar sempre a
adubação orgânica e a mineral, pois se completam.
A reprodução de uma planta pode ser sexuada ou assexuada.
A reprodução sexuada é quando há troca de material genético entre uma flor
masculina e uma flor feminina, gerando frutos e sementes, que ao germinarem,
criarão novas plantas.
A reprodução assexuada pode ocorrer através da folha ou do caule. Acontece
por um processo natural ou provocado pelo homem.
O homem, pensando em reproduzir as melhores plantas e obter, assim, uma
quantidade maior dos seus produtos, desenvolveu algumas técnicas de
reprodução vegetativa, como a enxertia, a estaquia, a mergulhia e a
alporquia.
Em condições naturais, muitos são os exemplos, como a batatinha comum, de
um caule subterrâneo que se enraíza e se ramifica, formando nova planta.
A multiplicação vegetativa é um processo de reprodução assexuada rápido e
frequente nas plantas. Esta multiplicação pode ocorrer nos diferentes órgãos
vegetais, raízes, caules e folhas, através dos processos de reprodução
assexuada por fragmentação e por gemulação.
A multiplicação vegetativa é possível atendendo à grande capacidade de
regeneração das plantas, que resulta da presença de células totipotentes que
apresentam capacidade activa de divisão e regeneram um novo indivíduo.
Na multiplicação vegetativa a partir de raízes ocorre a fragmentação dos feixes
radiculares, dando cada um destes fragmentos origem a uma nova planta.
A multiplicação vegetativa a partir de caules pode ocorrer por simples
enraizamento de uma porção do caule ou seus prolongamentos, que regenera
80
uma nova planta. Em outras situações, são Órgãos especializados (tubérculos)
das próprias plantas que podem originar novas plantas.
A multiplicação vegetativa a partir de folhas pode ocorrer por enraizamento de
uma folha, que origina uma nova planta, ou a partir da formação de gemas
foliares.
Em todos os casos descritos é importante referir que só ocorre reprodução
quando os descendentes se separam do progenitor.
PRINCIPAIS TIPOS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA NAS PLANTAS:
1. Estaquia: cortam-se ramos de árvores que contenham gemas e enterra-se a
parte cortada no solo. Depois de algum tempo, surgem raízes e uma nova
planta. Esse ramo cortado recebe o nome de estaca, também denominada
muda.
2. Enxertia: escolhe-se uma planta que forma raízes bem fortes e resistentes.
Corta-se a planta próximo ao solo, e ela é utilizada para receber o enxerto. Por
receber o enxerto, esse pedaço da planta recebe o nome de porta-enxerto. Na
enxertia utiliza-se, portanto, o porta-enxerto de uma espécie de planta com o
enxerto de outra espécie.
81
3. Mergulhia: enterra-se parte de um ramo no solo. Depois de algum tempo,
dele nascem raízes e os primeiros ramos. Separa-se esse ramo e planta-se em
outro local, surgindo um novo indíviduo.
4. Alporquia: faz-se um pequeno corte em um ramo, envolvendo o local com
terra úmida. Depois que formar raízes, corta-se o ramo, plantando-o na terra.
A propagação vegetativa é uma modalidade de reprodução assexuada
típica dos vegetais.
Na agricultura é comum a reprodução de plantas através de pedaços de caules
(estaquia), é assim que propagamos cana-de-açúcar, mandioca, batatas,
bananeiras, etc. Esse processo é possível porque o vegetal adulto possui
tecidos meristemáticos (embrionários). Nesse tipo de propagação, os
descendentes são geneticamente iguais à planta mãe.
Outra forma de propagar vegetativamente as plantas é a cultura de tecidos. A
planta é reproduzida a partir de células meristemáticas das gemas que,
cultivadas em laboratório, originam inúmeros exemplares idênticos à planta
mãe.
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A propagação vegetativa é utilizada para obter ganhos genéticos de maneira
mais rápida, pois essa técnica conserva características da planta mãe. Mas
deve-se ressaltar que mesmo em floresta de origem de propagação vegetativa
podem ocorrer diferenças entre um mesmo clone devido às diferenciações
ocorridas durante a fase de propagação do material.
Existem diversos métodos para a propagação vegetativa de plantas jovens ou
adultas e para todos os métodos deve-se trabalhar com condições de umidade
e temperatura controlada e meios propícios para cada sistema.
Micropropagação
Esse método de propagação vegetativa é baseado nas técnicas de cultura de
tecidos e é realizado a partir de calos, órgãos, células e protoplastos. A cultura
de tecidos consiste em cultivar segmentos da planta em tubos de ensaio que
contenham soluções nutritivas e hormônios na dosagem adequada para o
desenvolvimento. Após o termino da fase de desenvolvimento em tubos de
ensaio, as plantas passarão por aclimatização e posteriormente serão levadas
ao campo. Nesse sistema é possível obter com rapidez a produção de um
grande número de mudas idênticas.
1. É retirado um explante
de uma planta e colocado
num meio asséptico,
adequado ao seu
crescimento (com
nutrientes e hormonas) e in
vitro; 2. Origina-se o tecido
caloso por multiplicação
das células que estavam
em cultura;, onde as
células se desdiferenciam
e se encontram em
proliferação 3. O tecido
caloso é subdividido e
essas subunidades são
colocadas em cultura,
onde se verifica uma
abundância eem nutrientes
e hormonas de
crescimento; 4. Obtêm-se
plântulas, que serão
transferidas para contentores onde continuam o seu crescimento e originam
clones idênticos à planta original. São portanto aclimatizadas.
83
Vantagens da técnica
Por meio dessa técnica, é possível a produção de mudas em larga escala,
gerando plantas completamente livres de qualquer doença. Além disso, o
processo gera mudas que, em geral, florescem mais rapidamente que as
mudas geradas por sementes.
Desvantagens
Alto custo de implantação do sistema, além da necessidade de mão-de-obra
especializada.
Como é realizada?
É uma técnica inviável para uso doméstico, sendo destinada apenas à
produção comercial de mudas, ou à pesquisa. Por esse motivo, não
detalharemos a técnica nesse tópico.
Basicamente, uma pequena parte do tecido de uma planta é retirada, sendo
colocada em meios de cultura específico, em ambiente com iluminação
artificial. As mudas produzidas são transferidas a outros recipientes, até a sua
venda e plantio definitivo.
Macropropagação
O método de macropropagação é baseado nos métodos convencionais de
estaquia e enxertia.
Estaquia – É o processo de enraizamento de estacas obtidas de material
selecionado. Essa é a metodologia mais utilizada nas grandes empresas
florestais que obtêm as estacas nos mini-jardins clonais. Podem existir nesse
processo, além da metodologia, algumas características inadequadas para o
enraizamento das estacas, como o material genético e a idade (o material
adulto apresenta maior dificuldade de enraizamento).
Enxertia – É o processo de inserção da parte superior de uma planta em outra,
através da implantação do ramo, gema ou borbulha da planta a ser multiplicada
84
(cavaleiro) sobre o porta-enxerto (cavalo). Nesse procedimento pode ocorrer a
rejeição do material, sendo que a melhor maneira de evitá-lo é utilizar plantas
jovens.
A maior dificuldade da propagação vegetativa de plantas adultas é o
enraizamento, sendo necessário trabalhar com material fisiologicamente juvenil
ou rejuvenescido. As técnicas de rejuvenescimento podem ser realizadas
através da poda drástica, aplicações de citocininas, propagação seriada via
enxertia, propagação seriada via estaquia e micropropagação. Outros fatores
também são importantes para o enraizamento entre eles a nebulização
(prevenindo o estresse hídrico), o estado nutricional, a utilização de hormônios
(para eucaliptos são utilizados o AIB e o ANA) e condições adequadas de
desenvolvimento. Para a propagação vegetativa de eucalipto adulto é
recomendada, para facilitar o processo, a utilização dos brotos epicórmicos
originários da base das árvores.
PROCESSOS DE MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA ARTIFICIAL -
DETALHAMENTO
Enxertia:
A enxertia é uma técnica de melhoramento de plantas. Pode ser realizada por
garfo, por borbulha ou por encosto. Em qualquer dos casos a técnica baseia-se
no princípio de colocar em contacto feixes condutores da planta a melhorar
com feixes condutores da planta que se quer introduzir.
Estaquia:
Enxertia por encostia Enxertia por garfo Enxertia por borbulha
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Estaquia caulinar Estaquia foliar Estaquia radicular
A estaquia pode ser realizada sobre caules, folhas e raízes. Em qualquer dos
processos a técnica requer a utilização de partes dos órgãos que apresentem
feixes condutores abertos (com câmbio). No caso da estaquia caulinar e
radicular a técnica é facilitada pela utilização de partes que contenham gomos.
Mergulhia:
A mergulhia é uma técnica de multiplicação vegetativa que consiste na indução
de formação de raízes, a partir de um ramo ainda jovem. A técnica pode ser
realizada sobre um ramo flexível que se dobra, de modo a ficar uma parte
enterrada, deixando o gomo apical no exterior (mergulhia). Quando os ramos
não são suficientemente flexíveis induz-se a formação de raízes no ramo,
colocando solo em volta do ramo e posterior envolvimento com tecido
(mergulhia aérea ou alporquia). O meio escurecido induz o aparecimento de
raízes nessa zona.
Mergulhia Mergulhia aérea ou Alporquia
86
Cultura "in vitro
A multiplicação vegetativa "in vitro" é
uma técnica realizada em laboratório
que requer condições assépticas e
pessoal especializado. a sua utilização
permite no entanto obter, no mesmo
espaço de tempo, uma quantidade de
plantas muito maior do que aquela que
se obtém quando se utilizam técnicas
de multiplicação tradicionais.
Esta técnica compõe-se de várias fases,
recorrendo-se em cada uma delas a
meios de cultura apropiriados ao fim a
que se destinam:
..Fase da multiplicação ou repicagem- consiste em obter o maior número
possível de "futuras plantas", a partir da uma célula ou aglomerado de células,
colocados num meio apropriado à divisão celular (mitose).
.Fase do enraizamento- consiste em colocar as "futuras plantas" num meio de
cultura apropriado ao enraizamento. Este meio é constituído pelos nutriente e
por carvão activo, que escurece o meio de cultura, induzindo a formação de
raízes.
.Fase do desenvolvimento da parte aérea- consiste em colocar as "futuras
plantas" num meio de cultura apropriado ao desenvolvimento da parte aérea da
planta, para que ocorra a formação de caules e folhas.
.Fase da aclimatação- consiste em colocar as "novas plânulas em diferentes
estádios de adaptação até chegarem ao solo, no campo.
PROCESSOS DE MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA NATURAL
Bulbos e Bolbilhos
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Numerosas plantas, como a cebola, a tulipa e os crocus desenvolvem
naturalmente estruturas foliares designadas por bolbos que têm a capacidade
de regenerar novas plantas.
Outras como o alho e as açucenas desenvolvem naturalmente estruturas
foliares designadas por bolbilhos que têm a capacidade de regenerar novas
plantas.
Rizoma:
Lírio Rizoma de lírio Rizoma de gengibre
Algumas plantas desenvolvem naturalmente estruturas designadas por
rizomas, através de modificações ao nível da raiz. Essas modificações passam
pelo engrossamento da estrutura e desenvolvimento mais pronunciado de
gomos radiculares.
Estolhos:
O morangueiro e o clorofitum desenvolvem naturalmente
estruturas designadas por estolhos que têm a capacidade de regenerar novas
plantas.
Réplicas:
Morangueiro
Clorophitum
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Briofilum desenvolve naturalmente estruturas designadas por réplicas que têm
a capacidade de regenerar novas plantas.
Propágulos
Marchantia
Marchantia desenvolve naturalmente estruturas designadas por propágulos
que têm a capacidade de regenerar novas plantas.
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Poda na Arborização Urbana
Poda
A poda é muito importante para a manutenção das plantas, pois ajuda a
eliminar galhos velhos, a dar forma e também a fortalecer as plantas.
DEFINIÇÃO
Defini-se como poda de árvores, o ato de cortar árvores e ramos em pé.
OBJETIVO
Estabelecer um metodologia para a execução dos serviços de poda de árvores,
com a correta utilização de moto-serras.
Os objetivos da poda são:
1. Vigor da planta;
2. Tirar galhos velhos ou mortos;
3. Dar a forma desejada;
4. Melhorar seu porte para manuseio fácil;
5. Diminuir o número de galhos de frutíferas para ter mais e melhores frutos.
Existem basicamente 3 tipos de poda:
Poda de limpeza: é uma poda leve, onde se retiram os galhos doentes ou
inconvenientes de uma planta, e pode ser feita em qualquer época do ano.
90
Poda de formação: dá forma à planta. Exemplo: buxinho podado.
Poda de frutificação e florescimento: prepara a planta para que no próximo
ano ela produza mais. Deve-se tirar os galhos que produziram no ano anterior.
Onde e como se poda:
Poda-se uma planta com a tesoura inclinada logo acima da gema.
91
Poda em bisel (corte inclinado)
Época da poda:
Deve-se podar as plantas na época da dormência, quando aparentemente a
natureza descansa, isto é, no inverno que no Brasil inicia em junho e termina
em setembro.
FERRAMENTAS PARA PODA
As ferramentas utilizadas para a poda de árvores devem estar sempre limpas,
afiadas e desinfetadas antes do uso. No momento do corte deverá ser
escolhida a ferramenta adequada para cada caso.
Serra manual
Serra circular hidráulica
Alicate hidráulico para poda
Moto-serra
Serrote corta galho
Facão
Machado de 2.500g
Machadinha de 70 g.
Foice
Obs: As ferramentas dos últimos três itens, somente deverão ser utilizadas na
remoção de árvores ou no corte de galhos ao nível do solo.
Algumas ferramentas de poda:
Existem vários tipos de tesouras e ferramentas para poda, justamente por que
cada uma tem uma função, isto é, tesoura pequena para galhos pequenos, a
maior para galhos mais grossos, serrote para troncos, etc.
92
Não se esqueça de sempre manter as ferramentas limpas e secas após o
uso.
PROCEDIMENTOS E RECOMENDAÇÕES
Para a execução de qualquer tarefa com eficiência e segurança, no corte de
árvores, abate, corte de troncos em toras, corte de galhos, com a utilização de
moto-serras e outros equipamentos para corte e poda, deve-se seguir
rigorosamente as recomendações técnicas e de segurança.
Instruções de Segurança.
Somente pessoas autorizadas e devidamente treinadas é que deve executar os
serviços de cortes e poda. Não operar o equipamento sem conhecimento para
tal.
Sinalizar convenientemente o local de serviço mediante o uso de barreiras,
cordões de isolamento e cones de sinalização.
O empregado que irá efetuar a poda de árvores, deverá estar utilizando os
equipamentos de proteção individual adequado, os quais se constituem de:
luvas, capacete, óculos de segurança ou capacete com protetor facial
acoplado, cinturão de segurança ou ETR, protetor auricular e roupas
adequadas.
Antes do início dos serviços, deverá ser constatado a existência ou não de
casas de marimbondos ou abelhas na árvore a ser podada. Caso da existência,
93
além dos equipamentos de proteção o empregado deverá utilizar roupas
protetoras contra tais insetos, extinguindo os mesmos através de fumaça ou
inseticidas. Para utilização de inseticidas o empregado ainda deverá utilizar
máscara protetoras.
Cada ferramenta a ser utilizada no serviço, deverá ser içada por meio de corda
em baldes de lona ou bolsa.
A distância mínima de segurança para as redes de alta tensão é de 2,00
metros e 1,00 para a baixa tensão.
TIPOS DE PLANTAS
As plantas de folhas perenes serão podadas no período que vai do térmico da
frutificação à emissão de novos brotos.
As plantas caducifólias ( que perdem as folhas em certas épocas do ano) serão
podadas na sua fase de repouso, que poderá coincidir ou não com o inverno.
ÁRVORE DE CLIMA TEMPERADO
O repouso vegetativo ocorre quando as essências perdem as folhas, o que
também pode ocorrer com o inverno.
ÁRVORES DE CLIMA TROPICAL
Estas árvores perdem as folhas durante o inverno ou qualquer outra época do
ano. Após este repouso, surgem os botões florais, depois novas folhas e frutos.
Trata-se pois de um repouso apenas aparente, uma vez que a árvore estava
preparando-se para o reflorescimento. Uma poda nessa fase de repouso seria
desastroso para a resistência da árvore.
Havendo dúvidas as árvores devem ser podadas somente após as floradas.
Os exemplos mais típicos dessas essências são:
Ipê Amarelo - Tabebuia Heptaphylla
Ipê Branco - Tabebuia roseo-clara
Ipê Roxo - Tabebuia longiflora
Figueiras brasileiras em geral
Bauinia Branca ou unha de vaca branca - Bauhinia Bongardi
Bauinia Roxa ou unha de vaca roxa - Bauhinia Variegada
Bauinia Africana - Bauhinia Blaheana
COMO EFETUAR OS CORTES
94
a. O corte deve ser sempre acima de uma gema vegetativa, pois se ficar um
tronco acima da gema, esta apodrecerá, podendo comprometer toda a planta.
b. O corte sempre deve ser feito inclinado para facilitar o escoamento da água,
em bisel de 45°, para fora da gema.
Por motivos econômicos, só se pincela as áreas dos cortes com produtos
especiais (elastomêros, alvaiade, calda bordaleza, fitilho, mastique etc.), em
caso de ramos grossos de árvores de alto valor.
Essa operação tem que ser feita com muito critério pois embora proteja o local
contra infecções, atrasa muito o tempo de cicatrização, o que às vezes
aumenta o risco do aparecimento de infecções.
A poda de árvores em locais onde existir condutores elétricos devem ser
realizadas de maneira a não deixar galhos acima dos condutores primários
(AT) ou em posição que o vento possa fazer tocá-los no condutor.
PODA EMERGENCIAL
É a poda executada em ramos de árvores visando livrar a fiação elétrica em
situação crítica (temporais, curto-circuito etc.).
PODA PARCIAL EM V
Visa eliminar os ramos que estão prejudicando a fiação elétrica primária e/ou
secundária. A figura mostra a poda em "V" com afastamento para a rede
primária.
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PODA PARCIAL EM FURO
Visa eliminar os ramos que estão prejudicando a fiação elétrica secundária
(baixa tensão).
NOTA
Normalmente a poda é executada em "V". Posteriormente a árvore se
recompõe fechando a copa de modo a tomar a forma de um furo. Somente em
copas muito densas é possível executar de inicio a poda em furo.
PODA PARCIAL DE AFASTAMENTO SECUNDÁRIO
Visa eliminar os ramos que estão próximo da fiação da rede elétrica secundária
( baixa tensão).
NOTA
As podas em "V" em "FURO" e de afastamento, são podas emergenciais e não
habituais.
A poda complementar de conformação ou contenção sempre são executadas
pelas Prefeituras Municipais.
96
A distância dos condutores aos galhos deve ser de no mínimo 2m para a ALTA
TENSÃO e 1m para a BAIXA TENSÃO.
CORTE COM TESOURA
O ato de cortar com tesoura, a lâmina fina deve ficar sempre do lado da gema
Na suspensão de ramos, a lâmina da tesoura deve ser inserida no ângulo
fechado do ramo, para que o corte seja adequado.
Na poda procurar eliminar os ramos:
1. Ramos ladrões
2. Verticais que obstruem a copa
3. Ramos cruzados que se roçam
4. Pendentes inadequados
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Na poda de um ramos de maior diâmetro, a seqüência operacional correta é a
que se segue:
EXECUÇÃO DA PODA
Procedimentos a serem seguidos:
a. Verificar a distância dos galhos até as redes de baixa e alta tensão.
b. Verificar a distância de trabalho em relação a rede.
c. Verificar se os galhos a serem cortados tem possibilidade de atingir os
condutores ou se distância de trabalho é inferior a 60 cm em Redes de 13.800
volts. Nestes casos a rede de alta deverá ser desligada, ou realizar a poda por
profissionais especializados em serviços com linhas energizadas (Linha Viva).
d. Apoiar firmemente a escada sobre a árvore ou galhos que ofereçam a
necessária resistência e amarrá-la. Solicitar a um auxiliar para segurar
firmemente a escada antes da amarração.
e. Subir na escada levando a corda de preferência com carretilha, presos ao
cinturão de segurança.
f. Prender o cinturão em volta de um galho resistente, que possa suportar o
peso do empregado que irá executar a poda.
98
g. Instalar uma linga (estropo) em um galho grosso ou tronco da árvore.
h. Fixar a carretilha na linga.
i. Içar as ferramentas necessárias.
j. Cortar os galhos menores com a tesoura para poda.
k. Amarrar os galhos grandes com as cordas e cortá-los.
l. Tanto o podador quanto o ajudante que se encontra no solo, devem estar
atentos para não serem atingidos pelos pedaços de árvore que forem
seccionadas.
m. Finalizada a poda, retirar a escada e amontoar os galhos junto ao meio fio
ou local de trabalho, para serem posteriormente recolhidos e removidos para
local previamente estabelecidos.
CUIDADOS NA PODA DE ÁRVORES COM REDES SECUNDÁRIA E/OU
PRIMÁRIA ENERGIZADAS
a. Utilizar equipamentos hidráulicos com lança e cestas isoladas ( caso não
possuam solicitar a CONCESSIONÁRIA de energia elétrica).
b. Estacionar o veículo de tal modo que os galhos cortados não caiam sobre a
cabine do veículo após o corte.
c. Proteger os condutores elétricos secundários com coberturas flexíveis no
sentido de baixo para cima, e finalmente o do meio.
d. Instalar as coberturas nos condutores fora do alcance dos galhos e depois
desliza-las sobre esses condutores, usando-se tantas quantas forem
necessárias para isolar o trecho sob alcance dos galhos.
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e. Com o bastão podador ou alicate hidráulico , o empregado deverá proceder
o corte dos galhos.
f. Finalizada a poda, retirar as coberturas dos condutores no sentido inverso a
instalação.
g. Amontoar os galhos junto ao meio fio ou local previamente determinado.
Se necessário proceda a amarração dos galhos.
10
0
Arborização Urbana
As condições de artificialidade dos centros urbanos em relação às áreas
naturais têm causado vários prejuízos à qualidade de vida dos habitantes.
Sabe-se, porém que parte desses prejuízos pode ser evitado pela legislação e
controle das atividades urbanas e parte amenizada pelo planejamento urbano,
ampliando-se qualitativamente e quantitativamente as áreas verdes e
arborização de ruas. (MILANO, 1987)
A arborização urbana e os outros
elementos existentes na maioria dos
centros urbanos (postes de iluminação
pública, fiações, telefones públicos, placas
de sinalização entre outros), convivem em
desarmonia devido à ausência de
planejamento tanto da arborização, quanto
dos outros componentes desse espaço.
Nenhum ambiente é mais alterado que o
meio urbano, devido aos atuais modelos de
edificações e loteamento do solo que restringem os espaços determinados às
áreas verdes. Essas restrições limitam a utilização de árvores na Floresta
Urbana, em relação ao seu porte e à quantidade de espécies (YAMAMOTO et
all., 2004), por isso a importância de um ramo da Silvicultura que se chama
Silvicultura Urbana. O objetivo da Silvicultura Urbana é o cultivo e o manejo de
árvores para a contribuição atual e potencial ao bem estar fisiológico, social e
econômico da sociedade urbana (COUTO, 1994). Dentre os aspectos
estudados encontra-se a escolha da espécie ideal, partindo do conhecimento
das características da própria espécie e do local, técnicas de plantio,
manutenção e de podas.
Escolha da Espécie
Características da espécie
É muito importante a heterogeneidade de espécies na implantação de uma
arborização urbana, pois além de ser uma forma de proteger, difundir e
valorizar a flora brasileira, favorece a
sobrevivência de animais que constituem
importantes elementos do equilíbrio
ecológico. (TOLEDO FILHO & PARENTE,
19)
10
1
As árvores em ambiente urbano estarão submetidas a condições distantes das
que são oferecidas em ambiente natural, portanto é necessário utilizar espécies
que ocorram naturalmente na região em que a árvore será plantada para que
seu crescimento, adaptabilidade e desenvolvimento não sejam comprometidos.
Como a escolha da espécie a ser plantada na frente da residência é o aspecto
mais importante a ser considerado, há uma série de características que devem
ser avaliadas antes dela ser selecionada, como a tolerância a poluentes e a
baixas condições de aeração do solo, presença de odores, tempo de
crescimento e de longevidade, tamanho e cor das flores e frutos, época e
duração do florescimento e frutificação, entre outros.
Ao se plantar árvores nas vias públicas ou parques e jardins deve-se evitar
aquelas que produzam qualquer tipo de substância tóxica para o homem ou
qualquer outro animal (ex: espatódeas e euforbiáceas). A utilização de
espécies com presença de espinhos no tronco também deve ser evitada.
Aconselha-se usar árvores que não possuam frutos grandes que possam
amassar carros ou mesmo ferir pessoas (ex: mangueiras e sapucaias) e com
maior resistência nos galhos e ramos.
Espécies resistentes a pragas e doenças são preferíveis, pois são mais
adaptáveis ao ambiente urbano e não requerem a utilização de substâncias
tóxicas como fungicidas e inseticidas que também podem inferir na saúde dos
indivíduos.
A dimensão da copa não deve extrapolar o limite físico do local, pois as árvores
não podem obstruir a passagem de pedestres. A altura da muda a ser plantada
não deve ser inferior a 2 m para não interromper a circulação de pedestres e
veículos.
Um fator a ser considerado é, também, o uso de espécies que reúnem
características morfológicas adaptadas para combater a poluição nos grandes
centros. As folhas destas árvores podem absorver gases poluentes e prender
partículas sobre sua superfície, especialmente se estas forem pilosas, cerosas
ou espinhosas.
Durante a escolha um fator levantado constantemente pelos moradores é
quanto às árvores que sujam muito a calçada ou entopem calhas e condutor.
Isso nos parece impossível de ser resolvido por seleção de espécie. Qualquer
espécie arbórea tem uma grande perda de folhas, seja ela sempre verde ou
caducifólia (que perde todas as folhas em determinado período), e folhas
pequenas ou grandes causaram os mesmos problemas de “sujeira” ou
entupimentos. A solução está na localização adequada das árvores e das
casas. Se as árvores são plantadas suficientemente distantes de telhados de
10
2
residências e de bueiros o efeito de entupimento será reduzido. Por outro lado,
se as calçadas e pátios tivessem menos área de cimento e mais área com
grama, a “sujeira” das árvores quase não
existiria.
Características do local
Em relação ao local deve-se primeiramente
considerar o tipo de rua a ser arborizada,
pois vias comerciais, residenciais, entre
outras, terão um tratamento estético
distinto. Em seguida avaliar o espaço
disponível, para selecionar o porte ideal da
espécie a ser utilizada. Antes da escolha é
necessário verificar a presença ou ausência de fiação aérea, iluminação
pública, a localização da rede de drenagem pluvial e da rede de esgoto e de
outros serviços urbanos, bem como a largura da calçada e afastamento mínimo
nas edificações. Uma forma de obter estas informações é por meio do
cadastramento e controle das ruas e praças que permitem uma correta
implantação. (BATISTA, 1988)
Dependendo desse espaço, a escolha ficará vinculada ao conhecimento do
porte da espécie a ser utilizada. As árvores usadas na arborização de ruas e
avenidas foram classificadas em pequeno, médio e grande porte.
Comumente são indicadas árvores de pequeno porte (que atingem entre 4 e 5
metros de altura e raio da copa entre 2 e 3 metros). Porém, árvores de
pequeno porte atrapalham a circulação de veículos e pedestres, pois a copa
baixa restringe o espaço lateral nas vias públicas. Portanto deve-se priorizar o
uso de espécies de médio (que atingem cerca de 10 metros de altura quando
adultas e raio de entre 4 e 5 metros) e grande porte (aquelas cuja altura na
fase adulta ultrapassa 10 metros de altura e o raio de copa é superior a 5
metros).
Em canteiros centrais, presentes em avenidas, pode-se utilizar árvores de
médio a grande porte, caso este possua grandes dimensões (mais de 4 metros
de largura), ou então espécies colunares, como as palmeiras. Elas apresentam
forma adequada para este fim, além de servirem como referência aos
condutores de automóveis. Porém não são apropriadas para uso em calçadas,
seja pelo porte, na maioria das vezes grande como também pela dificuldade de
manejo. Sempre que possível, deve-se utilizar espécies nativas, mas se estas
não estiverem disponíveis, pode-se utilizar espécies exóticas adaptadas.
10
3
É particularmente importante considerar a altura dos veículos que transitarão
pela rua uma vez que é comum as árvores de pequeno porte serem
danificadas por grandes caminhões.
Se o objetivo é arborizar locais de estacionamento de veículos, deve-se utilizar
espécies que proporcionem sombra, mas que não tenham frutos grandes, que
possam causar danos aos veículos, folhas caducas de grande tamanho e
outras características que dificultem o trânsito dos veículos.
Em locais de clima frio, deve-se levar em consideração a deciduidade (a perda
ou não das folhas) das plantas, pois espécies caducifólias levam a um maior
aproveitamento da radiação solar.
As árvores não devem ser plantadas em cima de encanamentos de água e
esgoto evitando assim um possível entupimento destas redes pelas raízes.
Para não prejudicar a sinalização e a iluminação devem ficar a uma distância
de no mínimo 5 metros das placas e postes.
Plantio
A posição ideal de plantio é aquela em que permite que a árvore proporcione a
incidência de raios solares no inverno e
sombra no verão.
O primeiro procedimento de plantio é o
coveamento. No local onde irá ser feita a
cova deve haver em volta uma área
permeável para infiltração de água e
aeração do solo. A área deve ser de 2 m2
para árvores pequeno porte e de 3 m2 para
árvores de grande porte, atentando-se a
fato de restar no mínimo 0,90 m para
passagem de pedestres. O entulho
decorrente da quebra da calçada deve ser recolhido.
A cova deve possuir dimensões mínimas de 0,6x0,6x0,6 m e permitir que a
muda fique numa posição central dentro da mesma. Quanto mais deficiente o
solo em suas características físicas e químicas, maior deverá ser a cova.
Um erro constante observado é o dimensionamento da cova em função do
material empregado para revestir calçadas. Peças cerâmicas ou pétreas de
0,20 x 0,20 m ou 0,30 x 0,30 m condicionam covas de iguais dimensões. Isto
permite a colocação de pisos sem recortes, mas dificulta, sobremaneira, o
desenvolvimento da planta. (SANTOS & TEIXEIRA, 2001)
10
4
O solo proveniente da abertura da cova apresenta-se, na maioria das vezes,
alterado devido a remoção das camadas mais férteis ou soterramento das
mesmas. Portanto, ao proceder o preenchimento da cova, o solo deve ser
substituído por outro com melhores condições químicas e físicas, estando livre
de entulho, lixo e pedras. O solo de preenchimento deve ser formado por uma
parte de solo de textura argilosa, uma parte de solo de textura arenosa e uma
parte de composto orgânico mineralizado.
Quanto a adubação, para uma cova com as dimensões de 60 x 60 x 60 cm,
esta deve ser feita utilizando 300 g de Super Simples 5-15-10, 110 g de
calcário dolomítico e 180 g de FTE (fritas). Os fertilizantes devem ser
misturados de forma homogênea no solo de preenchimento.
As mudas a serem plantadas devem estar sadias. Deve-se retirar a embalagem
(saco plástico, tubete) e realizar, se necessário, uma poda leve nas raízes. O
solo de preenchimento deve ser colocado de modo que a muda, na região
central da cova, tenha seu colo em torno de 5 cm abaixo do nível da calçada,
porém permanecendo no mesmo nível da superfície do solo. O solo em volta
da muda deve ser pisoteado moderadamente para firmá-lo, sem que haja
compactação do mesmo.
Caso seja necessário, como em locais de muito vento por exemplo, deve-se
colocar temporariamente um tutor (haste de madeira, bambu, metal ou plástico)
que deve ser enterrado de 0,50 no solo e ultrapasse a altura da muda em no
mínimo 0,30 m. A muda é amarrada ao tutor com uma fita de borracha, para
evitar qualquer restrição ao seu crescimento.
O local da muda deve ser imediatamente irrigado com água limpa logo após o
plantio em quantidade suficiente para encharcar o solo.
Manutenção
Para que as mudas não morram ou tenham seu desenvolvimento
comprometido por estresse hídrico, é necessário regá-las três vezes por
semana com cerca de cinco litros de água ou uma vez por semana em estação
chuvosa. Elas também deverão receber pelo menos duas adubações por ano.
Não se deve colocar em nenhuma parte da árvore enfeites, luzes, cordas,
lixeiras, pregos arames, entre outros que possam causar danos à saúde e ao
crescimento da árvore.
Sempre que houver algum problema de ataque de pragas ou doenças procurar
orientação de técnicos habilitados, que indicarão qual é o melhor procedimento
a ser realizado. A prática de caiar ou pintar os troncos das árvores não impede
o ataque de formigas. Esses produtos liberam componentes químicos que além
10
5
de prejudica-las, são tóxicos para liquens que vivem em associação comas
árvores.
Poda
Ao selecionar a espécie de porte ideal para o local, evitam-se podas
desnecessárias para adaptar árvores que ultrapassam o limite físico local.
Assim, é preciso conhecer previamente uma árvore saudável para definir com
maior precisão a necessidade e o momento da intervenção (poda), bem como
as partes a serem eliminadas. Desta forma pode-se prolongar o “Tempo de
Residência” de espécies arbóreas nos vários nichos urbanos onde estão
inseridas, considerando-se todos os fatores ambientais imediatos que regem o
seu desenvolvimento (poluição, ação predatória, choques mecânicos, aeração
do solo, etc).
Existem diferentes tipos de poda cada qual
com seu objetivo. A poda, na arborização
urbana, visa basicamente conferir à árvore
uma forma adequada durante o seu
desenvolvimento (poda de formação);
eliminar ramos mortos, danificados,
doentes ou praguejados (poda de
limpeza); remover partes da árvore que
colocam em risco a segurança das pessoas
(poda de emergência); e remover partes
da árvore que interferem ou causam danos incontornáveis às edificações ou
aos equipamentos urbanos (poda de adequação).
A poda de formação é empregada para substituir os mecanismos naturais que
inibem as brotações laterais e para conferir à árvore crescimento ereto e à
copa altura que permita o livre trânsito de pedestres de veículos.
A poda de limpeza é empregada para evitar que a queda de ramos mortos
coloque em risco a integridade física das pessoas e do patrimônio público e
particular, bem como para impedir o emprego de agrotóxicos no meio urbano e
evitar que a permanência de ramos danificados comprometa o
desenvolvimento sadio das árvores.
A poda de emergência, a mais traumática para a árvore e para a vida urbana,
é empregada para remover partes da árvore que colocam em risco a
integridade física das pessoas e do patrimônio público ou particular.
A poda de adequação é empregada para solucionar ou amenizar conflitos
entre equipamentos urbanos e a arborização. É motivada pela escolha
10
6
inadequada da espécie, pela não realização da poda de formação, e
principalmente por alterações do uso do
solo, do subsolo e do espaço aéreo.
As podas drásticas, que removem
totalmente a copa, ou ramos principais
deverão ser evitadas, sendo a sua
utilização permitida apenas em situações
emergenciais ou quando precedida de
parecer técnico de funcionário municipal
autorizado.
É autorizado o corte de uma árvore apenas
quando esta estiver seca, muito doente (comprometendo a saúde de outras
árvores) ou oferecer problemas de segurança local (como ameaçar a cair).
Também é permitido caso esta esteja bloqueando a visão da sinalização de
trânsito ou houver excesso de árvores em um determinado local, tornando-o
insalubre por ter pouca incidência de sol.
O corte de árvores em frente a garagens é regulamentado através de lei
municipal. Algumas cidades não admitem que se localize entrada de veículos
onde existe uma árvore plantada anteriormente. Outras, no entanto, não
exigem uma vistoria prévia ou a locação na planta da nova construção para a
aprovação da mesma. Quando a obra está pronta, autoriza-se, com esta
justificativa, o corte da árvore. O ideal é que as situações sejam examinadas e
estudadas alternativas para que não haja o corte da árvore.
O correto é realizar a condução da árvore desde jovem, quando tem maior
capacidade de cicatrização e regeneração para que esta tenha um crescimento
adequado ao local de plantio.
Ao se executar uma poda ou corte de uma árvore, há alguns fatores a serem
levados em consideração, como a necessidade de isolamento da área caso
seja uma via pública onde circulam pessoas e veículos. Havendo fiação elétrica
na rua deve-se desligar a energia durante a realização da poda para evitar
choques e acidentes. Também é necessário verificar a presença de ninhos de
vespas e marimbondos.
Somente equipes autorizadas pela Prefeitura Municipal ou pelo Conselho
Municipal do Meio Ambiente podem efetuar podas e corte de árvores. Estas
equipes devem ser treinadas e usar os equipamentos de segurança e proteção
individual (EPI's). Os equipamentos e ferramentas deverão estar em boas
condições de uso.
10
7
O conhecimento das características das espécies mais utilizadas na
arborização de ruas, das técnicas de poda e das ferramentas corretas para a
execução da poda permite que esta prática seja feita de forma a não danificar a
árvore. Entretanto, a poda sempre será uma agressão à árvore. Sempre deverá
ser feita de modo a facilitar a cicatrização do corte. Caso contrário, a exposição
do lenho permitirá a entrada de fungos e bactérias, responsáveis pelo
apodrecimento de galhos e tronco, e pelo aparecimento das conhecidas
cavidades (ocos).
Legislação
Toda poda e corte de árvore no município de São Paulo necessita de
autorização prévia do Poder Executivo Municipal. Extraordinariamente, nas
ocasiões de emergência em que haja risco iminente para a população ou ao
patrimônio tanto público como privado, será permitida a providência aos
Soldados do Corpo de Bombeiro.
Pela legislação vigente, é considerado exemplar arbóreo o espécime ou
espécimes vegetais lenhosos, com Diâmetro do Caule à Altura do Peito (DAP)
superior a 0,05 (cinco) centímetros. DAP é o diâmetro do caule da árvore à
altura média de 1,30 m (um metro e trinta centímetros) do solo.
A poda poderá ser autorizada nas seguintes circunstâncias:
• em terreno a ser edificado, quando a poda for indispensável à realização da
obra;
• quando o estado fitossanitário da árvore a justificar;
• quando a árvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda;
• nos casos em que a árvore esteja causando comprováveis danos
permanentes ao patrimônio público ou privado;
• nos casos em que a árvore constitua obstáculo fisicamente incontornável ao
acesso de veículos.
O Executivo Municipal está obrigado a comunicar a autorização da poda
através do Diário Oficial do Município, com antecedência mínima de 10 dias.
Fitossanidade
O caso não é perguntar por que existem pragas.
Embora nem sempre consigamos compreender, a
natureza é tão sabia que, certamente, não as
“inventou” por acaso. Em condições ideais de
equilíbrio ecológico, os reinos da natureza
convivem em perfeita harmonia, cumprindo cada
10
8
um o seu papel. Só quando ocorre quebra desse equilíbrio, é que algumas
espécies podem transforma-se efetivamente em pragas.
O controle de pragas e doenças não e da tarefa mais fáceis da jardinagem. O
meio de controle mais eficiente ainda é o da inspeção periódica. Ou seja,
verificação minuciosa e rotineira dos caules, folhas e flores, com o intuito de, ao
menor sinal de problema, tomar as providencias necessárias.
Quando identificamos logo no inicio, os problemas com pragas e doenças são
resolvidos de maneira bastante simples, não raras vezes, apenas com cotonete
e água. Agora, se permitir que a infecção ganhe corpo, para controla-la talvez
seja necessário recorrer a produtos químicos, quase sempre tóxicos e
antiecológicos. De uma forma ou de outra, uma forma importante é saber que
plantas tratadas de maneira adequada, no tocante as regas, iluminação e
nutriente, dificilmente são atacadas por pragas e doenças.
Denomina-se praga os insetos e outros animais invertebrados que causam
danos de importância econômica variada.
Os insetos podem ser sugadores ou
mastigadores. Os sugadores atuam sugando a
seiva das raízes, caule, ramos, folhas e frutos,
causando definhamento da planta. Os
mastigadores atuam destruindo os tecidos,
causando lesões que servem frequentemente de
porta aberta para entrada de microrganismos
causadores de doenças.
Além dos insetos são considerados pragas as lesmas, nematoides e caracóis.
PRINCIPAIS PRAGAS
LAGARTA: São larvas de borboletas os mariposas, possuem aparelho bucal
mastigador. Para combater podemos usar armadilha luminosa para mariposa,
catação manual esmagando os ovinho sobre as folhas, pulverizando a planta
com um preparado a base de nicotina(fumo de rolo) ou plantando nos canteiros
algumas aromáticas que as repelem (hortelã, manjericão, arruda, sálvia, etc.)
COCHONILHA: Pode ser providas ou não de carapaça. As cochonilhas de
carapaça são protegidas por uma carapaça marrom e ficam nas extremidades
dos ramos sugando a seiva. As cochonilhas sem carapaça formam uma
camada de pó branco e grudento parecendo algodão, que se forma nas folhas
e ramos jovens, as vezes causando a morte da planta. Para combater
podemos realizar a catação manual ( quando forem poucas), pulverizar com
preparados de nicotina( fumo de rolo), e seus predadores aturais são as
joaninhas e os louva-a-deus. São insetos muito resistentes, logo o tratamento
não deve ser interrompido, pois podem reaparecer.
PULGÃO: Insetos sugadores de diversas cores: branca, verde, cinza e preta.
Vivem em colônias devorando as partes novas das plantas: brotos, talos, folhas
e flores. Eles eliminam um liquido adocicado que atrai fungos formando a
“fumagina” (uma camada de fungo preto que encobre as partes verdes da
planta, o que acaba prejudicando a fotossíntese e enfraquecendo a planta, a
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fumagina da o aspecto escuro a planta). Os pulgões brancos gostam de atacar
as violetas. Para combater podemos usar um preparado de nicotina (fumo de
rolo) e seu predador natural é a joaninha.
LESMA E CARACOIS: As lesmas são moluscos que apresentam o corpo mole,
achatado, de coloração parda clara, preferem locais úmidos e frios, e comem
as folhas das plantas a noite e dias chuvosos. Já os caracóis são moluscos
dotados de pequenas conchas espiraladas, tem atividades diurnas e preferem
atacar folhas tenras. Para combater podemos colocar pedaço de nabo,
abobora ou chuchu durante a trade para atrai-los, depois é só realizar a
catação manual pela manha seguinte. Podemos colocar em vaso ou envolta
dos canteiros uma faixa de cal ou de cinza para afasta-los, ou podemos colocar
estopas umedecidas sobre os canteiros, os moluscos iram se acomodar na
parte de baixo, depois é só retirar e extermina-los. Podemos usar também uma
solução de cerveja com agua adocicada, é só coloca-las em latas rasa e deixar
durante a noite, isso também ira atrair os moluscos.
BESOURO: São coleópteros com aparelho bucal do tipo mastigador, preferem
as folhas, caules tenros e flores. O controle pode ser feito plantando nos
canteiros plantas aromáticas que os repelem ( hortelã, salsa, coentro e etc.) ou
atrai pássaros que são seus predadores naturais.
FORMIGAS: São insetos que cortam as plantas: folhas, hastes e flores.
Atacam principalmente a noite. As formigas lava-pés são carnívoras e só
incomodam a quem trata das plantas. Fazer aração do solo, procurar o
formigueiro e destruí-lo são formas de combate desta praga.
PERCEVEJO: São insetos sugadores. Extratos de fumo de rolo e controle
biológico são usados no combate.
DOENÇAS
Geralmente o aparecimento esta ligado a condições inadequadas de cultivo,
com excesso de umidade, falta de ventilação, abafamento e às vezes, devido a
presença de pragas. As doenças são provocadas por agentes patogênicos,
como fungos, nematoides, vírus ou bactérias, que se instalam nos vegetais,
interferindo no seu desenvolvimento. São transmitidas através da água,
insetos, do ar, de ferramenta ou de plantas contaminadas. Na maioria das
vezes o controle consiste e eliminar a parte da planta contaminada pela
doença.
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INSETOS, PRAGAS E DOENÇAS QUE ATACAM PLANTAS
Existem vários tipos de Lagartas e são mais frequentes em plantas que ficam
em estufa. O sinal mais visível é a presença de buracos nas folhas, mas
algumas espécies tecem fios em volta das folhas. Retire as lagartas e limpe as
folhas das plantas.
A Aranha Vermelha apesar de pequenina suga a seiva das plantas. Costumam
aparecer em ambientes quentes e secos e se instalam na parte de trás das
folhas, amarelando-as e provocando quedas prematuras.
Ácaros são tão minúsculos que parecem uma camada de poeira fina, em geral
na parte de trás das folhas. São mais comuns em gerânios e violetas, que
ficam atrofiadas e com flores murchas. Devem ser pulverizadas com inseticida
comum.
O Piolho Verde, pretos, cinzentos ou alaranjados, costumam deixar uma
secreção pegajosa por onde passam, preferem as plantas com tecidos macios
e de flores muito coloridas, atacando em especial os botões.
A Tesourinha é um inseto castanho com uma pinça na parte traseira, frequente
dentro e fora de casa, raramente se vê durante o dia. Costuma fazer buracos
nas folhas reduzindo-as às nervuras principais. Deve ser removido, sacudindo
folhas e flores.
A Cochonilha é um inseto coberto por flocos brancos, como algodão, que
podem formar aglomerações nos caules e parte de trás das folhas. Limpe a
planta com pano úmido ou cotonete.
Mosca Branca ou Traça, são pequenos insetos brancos parecidos com traças,
muito comuns em begônias, fúcsias e gerânios. Deixam larvas na parte de trás
das folhas, que ficam amarelas e caem. Pulverize com inseticida a cada três
dias.
A Cochonilha Negra têm o aspecto de um pequeno disco castanho que
aparecem na parte inferior das folhas. Quando adulta, desenvolve um escudo
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protetor contra pulverização e o remédio é removê-la usando um pano úmido e
depois pulverizar a planta com inseticida.
tripés são pequenos insetos pretos que atacam crótons, begônias e fúcsias,
que podem ficar desfiguradas. Voam ou saltam pelas folhas, deixando um
rastro prateado. Para controlá-los, pulverize a planta sempre que necessário.
Pragas são geralmente representadas por pequenos
animais que causam danos a folhagem, ramos e
flores. São controlados mediante pulverizações
preventivas com produtos específicos.
Ácaros: aracnídeos diminutos que sugam as folhas
atrofiando-as, distorcendo-as e manchando. São
controlados com acaricida.
Cochonilhas: coccídeos sugadores dotados de
carapaça dura em escama ou de cobertura
foliculosa branca, mole. Controlar com inseticida
adequado.
Lagartas: estágio do ciclo de insetos, que devoram
as folhas. Controlar com inseticida.
Lesmas e caracóis: moluscos que consomem,
folhas e flores. Controlar com meta-aldeído.
Pulgões: afídeos sugadores de brotos e botões de
flores, atraem formigas que os protegem e
transferem para outras plantas, favorecem o
aparecimento do bolor preto. Controlar com
inseticida.
Tatuzinhos: Crustáceos que consomem raízes,
caule e folhas de plantas novas. Controlar com
inseticida.
Tripés: Insetos diminutos que raspam e deformam
folhas e flores. Controlar com inseticida.
Formigas cortadeiras: são principalmente saúvas e quenquém. Aplicar
formicida ou iscas no formigueiro
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As doenças são males provocados por fungos ou bactérias. Provocam
manchas, crostamento, podridão ou seca principalmente das folhas.
Algumas são conhecidas por nomes como antracnose, cancro, bolor, ferrugem.
Enfraquecem e causam a morte das plantas. São controladas com
pulverização preventivas de fungicidas.
Os vírus causam manchas e estrias claras ou amareladas nas folhas.
Enfraquecem a planta e causam deformações nas flores. São transmitidos por
insetos e por estacas contaminadas utilizadas na propagação.
São controlados pelo cultivo de variedades resistentes e combate a insetos
vetores.
Pragas: salve suas plantas!
A maior parte das pragas atacam geralmente na primavera, período de
fertilidade e de grande atividade na natureza. Elas causam vários estragos nas
plantas, além de favorecer o surgimento de doenças, principalmente fúngicas.
As pragas geralmente se tornam um problema mais sério quando há um
desequilíbrio ecológico no sistema onde a planta está inserida. Outras
situações que podem favorecer o seu surgimento são desequilíbrios térmicos,
excesso ou escassez de água e insolação inadequada. O assunto é vastíssimo
e aqui não daria para falar profundamente sobre isso. O que preparamos foi um
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guia rápido para facilitar o reconhecimento das principais pragas e sugerimos
algumas dicas naturais de controle:
Pulgões: Podem ser pretos, marrons, cinzas e até verdes. Alojam-se nas
folhas mais tenras, brotos e caules, sugando a seiva e deixando as folhas
amareladas e enrugadas. Em grande quantidade podem debilitar demais a
planta e até transmitir doenças perigosas. Os pulgões costumam atacar,
principalmente, as plantas de hastes e folhas macias. Podem aparecer em
qualquer época do ano, mas os períodos mais propícios são a primavera, o
verão e o início do outono. Precisam ser controlados logo que notados, pois
multiplicam-se com rapidez.
Dicas:
As joaninhas são suas predadoras naturais;
Um chumaço de algodão embebido em uma mistura de água e álcool em
partes iguais ajuda a retirar os pulgões das folhas e isso pode ser feito
semanalmente;
Aplique Calda de Fumo ou Macerado de Urtiga
Cochonilhas: São insetos minúsculos, geralmente marrons ou amarelos, que
alojam-se principalmente na parte inferior das folhas e nas fendas. Além de
sugar a seiva da planta, as cochonilhas liberam uma substância pegajosa que
facilita o ataque de fungos, em especial, o fungo fuliginoso. Dá para perceber
sua presença quando as folhas apresentam uma crosta com consistência de
cera. Algumas cochonilhas apresentam uma espécie de carapaça dura, que
impede a ação de inseticidas em spray. Neste caso, produtos à base de óleo
costumam dar melhores resultados, pois formam uma "capa" sobre a carapaça,
impedindo a respiração do inseto. A
calda de fumo costuma dar bons
resultados também.
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Dicas:
As joaninhas também são suas predadoras naturais, além de certos tipos de
vespas;
A Calda de Fumo e a Emulsão de Óleo são os métodos naturais mais
eficientes para combatê-las;
Deve-se evitar o controle químico mas, quando necessário em casos
extremos, normalmente são usados óleo mineral e inseticida organofosforado.
Moscas-brancas: São insetos pequenos e, como diz o nome, de coloração
branca. Não é difícil a notar a sua presença - ao esbarrar numa planta
infestada por moscas brancas, dá para ver uma pequena revoada de
minúsculos insetos brancos. Costumam localizar-se na parte inferior das folhas,
onde liberam um líquido pegajoso que deixa a folhagem viscosa e favorece o
ataque de fungos. Alimentam-se da seiva da planta. As larvas deste inseto,
praticamente imperceptíveis, também alojam-se na parte inferior das folhas e,
em pouco tempo, causam grande infestação.
Dica:
É difícil eliminá-las, por isso muitas vezes é preciso aplicar insetidas
específicos para plantas. Quando o ataque é pequeno, o uso de plantas
repelentes - como tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã (Mentha),
calêndula (Calendula officinalis), arruda (Ruta graveolens) - costuma dar bons
resultados.
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Lesmas e caracóis: Normalmente atacam à noite, furando e devorando folhas,
caules e botões florais, mas também podem atingir as raízes subterrâneas.
Dicas:
Besouros e passarinhos são seus predadores naturais;
Uma boa forma de eliminá-los é usar armadilhas, feitas com “isca de cerveja”
para atraí-los. Faça assim: tire a tampa de uma lata de azeite e enterre-a
deixando a abertura no nível do solo. Coloque dentro um pouco de cerveja
misturada com sal. As lesmas e os caracóis caem na lata atraídas pela cerveja
e morrem desidratados pelo sal.
Lagartas: Costumam atacar mais as plantas de jardim mas, em alguns casos,
também podem danificar as plantas de interior. Fáceis de serem reconhecidas,
as lagartas costumam enrolar-se nas folhas jovens e literalmente comem
brotos, hastes e folhas novas, formando uma espécie de "teia" para proteger-
se. Todas as plantas que apresentam folhas macias estão sujeitas ao seu
ataque. As chamadas “taturanas” são lagartas com pêlos e algumas espécies
podem queimar a pele de quem as toca.
Dicas:
Caso não apresente um ataque maciço (quando é indicada a aplicação um
lagarticida biológico, facilmente encontrado no mercado), o controle das
lagartas deve ser manual, ou seja, devem ser retiradas e destruídas uma a
uma, lembrando que é importante usar uma proteção para a que a lagarta não
toque na pele;
A Calda de Angico ajuda a afastar as lagartas e não prejudica a planta;
O uso de plantas repelentes, como a arruda, pode ajudar a mantê-las
afastadas
Aves e pequenas vespas são suas “inimigas” naturais;
Precisamos lembrar que sem as lagartas, não teríamos as borboletas. Ao
eliminá-las completamente, estamos nos privando da beleza e da graça desses
belos seres alados. Mais uma vez, o equilíbrio é a chave.
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Ácaros: O tipo de ácaro mais comum é conhecido como ácaro-vermelho (veja
foto), tem a aparência de uma aranha de cor avermelhada. Ataca flores, folhas
e brotos, deixando marcas semelhantes à ferrugem. O ataque de ácaros
diminui o ritmo de crescimento, favorece a má formação de brotos e, em caso
de grande infestação, pode matar a planta. Ambientes quentes e secos
favorecem o desenvolvimento dessa praga. Apesar de quase "invisíveis" a olho
nu, sua presença é denunciada pelo aparecimento de uma teia fina.
Dicas:
Costuma atacar mais as plantas envasadas do que as que estão em
canteiros;
Uma boa dica é borrifar a planta com água, regularmente, já que este inseto
não gosta de umidade. Casos mais severos exigem que as partes bem
atacadas sejam retiradas;
A Calda de Fumo ajuda a controlar o ataque.
Percevejos: São mais conhecidos como “marias-fedidas”, pois exalam um
odor desagradável quando se sentem ameaçados. Seu ataque costuma
provocar a queda de flores, folhas e frutos, prejudicando novas brotações.
Dicas:
Vespas são suas predadoras naturais;
Devem ser removidos manualmente, um a um;
Se o controle manual não surtir efeito, a Calda de Fumo pode funcionar como
um repelente natural.
Tatuzinhos: Muito comuns nos jardins com umidade excessiva, são também
conhecidos como “tatus-bolinha”, pois se enrolam como uma bolinha quando
são tocados. Vivem escondidos e alimentam-se de folhas, caules e brotos
tenros, além de transmitir doenças às plantas.
Dicas:
Evitar a umidade excessiva em vasos e canteiros;
Devem ser retirados manualmente e eliminados um a um
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Nematóides: São “parentes” das lombrigas e atacam pelo solo. As plantas
afetadas apresentam raízes grossas e cheias de fendas. Num ataque intenso,
provocam a morte do sistema radicular e, conseqüentemente, da planta.
Algumas plantas dão sinais em sua parte aérea, mostrando sintomas do ataque
de nematóides: as dálias, por exemplo, podem apresentar áreas mortas, de
coloração marrom, nas folhas mais velhas.
Dica:
O melhor repelente natural é o plantio de tagetes (o popular cravo-de-defunto)
na área infestada;
Se o controle ficar difícil, é indicado eliminar a planta infestada do jardim, para
evitar a proliferação.
Formigas: As cortadeiras são as que mais causam estragos. Elas cortam as
folhas para levá-las ao formigueiro, onde servem de nutrição para os fungos, os
verdadeiros alimentos das formigas.
Dicas:
Um bom método natural para espantar as formigas e espalhar sementes de
gergelim em torno dos canteiros. Além disso, o gergelim colocado sobre o
formigueiro, intoxica o tal fungo e ajuda a eliminar o “ninho” das formigas;
Em ataques maciços, recomenda-se o uso de iscas formicidas, à venda em
casas especializadas em produtos para jardinagem. As formigas carregam a
isca fatal para o formigueiro.
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CONTROLE DAS PRAGAS
Controle natural – Uma boa medida de profilaxia contra insetos e a proteção de
pássaros, sapos, sendo este ultimo um ótimo auxiliar no extermínio de
cochonilhas, besouros, entre outros, tendo a vantagem de fazer caça a noite,
quando saem de suas tocas a procura de alimento.
Métodos alternativos de controle – Calda de fumo de rolo e calda bordalesa.
1- CALDA DE FUMO DE ROLO:
50g de sabão de coco ou neutro(melhora a aderência do inseticida a
planta)
40g de fumo de rolo
Colocar em 1 litro de água para depois diluir filtrado em 5 litros de água.
Aplique com auxilio de pulverizador. Em caso de chuva após a primeira
aplicação, fazer nova aplicação. Reaplicar algumas vezes para se
certificar o desaparecimento da praga. Preparar e aplicar, não é bom
armazenar por muito tempo, pois perde a validade.
2- CALDA BORDALESA:
1Kg de cal virgem
1Kg de sulfato de cobre
100litros de água
Essa calda deve ser preparada em vasilha de barro ou madeira.
Para algumas moléstias entra nessa formula de preferencia o sulfato
de cobre, como nessa receita, dando resultados positivos.
Outros métodos:
Plantas repelentes
Algumas plantas ajudam a manter as pragas afastadas dos canteiros.
Alguns exemplos: Tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã
(Mentha), calêndula (Calendula officinalis), arruda (Ruta graveolens).
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TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS
A tecnologia de aplicação não se resume ao ato de aplicar o produto, mas sim
na interação entre vários fatores (cultura, praga, doença, planta invasora,
produto, equipamento e ambiente) buscando um controle eficiente, com custo
baixo e mínima contaminação ambiental.
Principais erros na aplicação de defensivos
Uso do produto inadequado;
Equipamento desregulado;
Dose incorreta (sub e superdosagens);
Momento ou estádio de aplicação incorreto;
Aplicação com condições climáticas inadequadas;
Água usada para mistura do agrotóxico no tanque de má qualidade
(excesso de patrículas em suspenção, pH incompatível com produtos,
entre outros);
Paradas com equipamento ligado;
Escorrimento e gotejamento;
Sobreposição de aplicação.
Condições ambientais no momento da aplicação
As condições de clima devem ser favoráveis à absorção e translocação dos
produtos. Em geral, as condições de clima no momento da aplicação devem
ser as seguintes: a temperatura mínima de 10°C; a ideal de 20 - 30 oC; e a
máxima, de 35°C. A umidade relativa do ar mínima de 60%; ideal de 70 a 90%;
e a máxima, de 95%. Não realizar aplicações na presença de ventos com
velocidade inferior a 10 km/h sobre plantas estressadas e em caso de chuva
iminente, sob pena de perda da eficiência do tratamento ou causar danos à
cultura.
A aplicação sobre plantas estressadas reduz a absorção e translocação do
produto e pode reduzir o metabolismo das moléculas pela cultura, reduzindo a
seletividade no caso dos herbicidas. A ocorrência de chuva logo após a
aplicação pode lavar as moléculas do produto da superfície da folha da planta e
impedir a sua absorção. Alguns herbicidas necessitam de até seis horas sem
chuva, após a aplicação, para serem absorvidos em quantidade suficiente para
serem eficientes.
A baixa umidade relativa provoca a desidratação da cutícula e o conseqüente
secamento rápido da gota sobre a superfície da folha, provocando a
cristalização do produto sobre a mesma, dificultando assim, a absorção da
molécula. Altas temperaturas podem provocar a volatilização das moléculas e
aumentar a evaporação das gotas. Por outro lado, temperaturas baixas podem
reduzir o metabolismo das plantas e dificultar a absorção.
A aplicação na presença de vento com velocidade acima de 10 km/h poderá
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provocar deriva e as gotículas não atingirão o alvo, podendo atingir locais com
culturas sensíveis. A deriva consiste no deslocamento de gotas ou vapor até
locais não alvos, provocando danos em lavouras vizinhas. Os principais fatores
que afetam a deriva são: tamanho de gotas; altura ou distância entre o alvo e o
bico; vento; velocidade de aplicação; método de aplicação; e a volatilidade do
produto. É comum, por exemplo, observar toxicidade de certas formulações de
2,4-D em videira, quando este herbicida é aplicado em áreas vizinhas. As
maneiras de reduzir a deriva são: aplicar em horário adequado; aplicar com
boas condições ambientais; usar formulações adequadas; selecionar bicos
adequados; e usar pressão de operação adequada.
Cuidados com os equipamentos de aplicação
O sucesso no controle das pragas e doenças depende da escolha do produto
adequado e da sua correta aplicação. Os defensivos são aspergidos sobre o
solo ou as plantas e para garantir que o ingrediente ativo atinja toda a
superfície alvo é necessário que o equipamento esteja distribuindo
uniformemente a quantidade correta do produto por área. A quantidade de
ingrediente ativo aplicado deve ser correta para evitar falha de controle ou
danos à cultura. Para isso, antes de iniciar a aplicação é necessário revisar
cuidadosamente o equipamento a ser usado. Os bicos devem ser examinados
individualmente, a fim de avaliar o desgaste e o alinhamento. Além disso, o
volume de calda a ser aplicado, o número e o tamanho das gotas (Tabela 1), a
pressão de funcionamento dos bicos, a dosagem, a diluição, a agitação e a
necessidade da adição de adjuvantes devem ser verificado cuidadosamente.
O produtor deve sempre consultar um engenheiro agrônomo para definir a
regulagem do equipamento e definir, por exemplo, o tipo de bico a ser usado,
com objetivo de distribuir uniformemente a dose correta do produto na área,
evitando desperdício e perdas no rendimento devido à toxicidade causada à
cultura. A ocorrência de erros na dose aplicada normalmente apresenta
reduzida possibilidade de correção e são os principais responsáveis pela
maioria das aplicações fracassadas.
Limpeza dos bicos
Não se deve utilizar instrumentos como: agulhas, arames, canivetes, gravetos
de madeira para desentupir bicos. O correto é usar um instrumento que não
danifique o orifício do bico, como por exemplo uma escova com cerdas de
nylon (escova de dentes), um fio de nylon ou ar comprimido.
Troca de bicos
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Recomenda-se trocar os bicos quando a média da vazão ultrapassar em 10% a
vazão de um bico novo. Quando isso acontece, todo o conjunto deve ser
substituido. Ao atingir mais de 10% de desgaste suas características podem
prejudicar a aplicação resultando em controle deficiente e toxicidade à cultura.
Não se deve esquecer que o custo do desperdício de defensivos e de uma
eventual toxicidade à cultura poderá ser muito maior que o custo da
substituição dos bicos.
Regulagem do pulverizador
A calibração do pulverizador deve ser realizada periodicamente devido ao
desgaste natural de alguns componentes, como os bicos, ou em função de
perda da calibração devido ao uso sob condições de campo.
Na calibração os passos a serem seguidos são:
Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI);
Abastecer o pulverizador com água limpa;
Acionar o conjunto de pulverização e avaliar a existência de
vazamentos;
Determinar a distância entre os bicos, em metros;
Determinar a velocidade de trabalho em um terreno plano, com
características semelhantes às condições de pulverização.
Para determinar a velocidade, deve-se medir uma distância, preferencialmente
igual ou maior que 50 m. Percorrer a distância medida e anotar o tempo gasto
(em segundos). Acionar o aspersor e coletar a água aspergida em tempo igual
àquele gasto para percorrer a distância. Repetir esta operação em vários bicos.
Obter a média e calcular a vazão, que pode ser determinada com a fórmula:
Vazão (L/min)= 0,06 x volume coletado (mL) / tempo (s)
O volume de calda adequado varia entre produtos e o usuário deve estar
atento para isso, seguindo as recomendações de dos e volume de aplicações
de cada produto. Além disso, é importante que seja obtida boa cobertura foliar
de acordo com o produto que está sendo aplicado.
Tabela 1. Densidade de gotas no alvo.
Tratamento Natureza Número de gotas (cm²) Tamanho gota (µm)
Pré-emergência - 20-30 + 300
Pós-emergência Sistêmico 20-30 200-300
Contato 30-50 150-300
Fonte: Embrapa Uva e Vinho
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TRATOS CULTURAIS
Entende-se por manejo cultural o conjunto de práticas que permitem que um
jardim expresse ao máximo sua potencialidade ornamental. Os principais tratos
culturais são semeadura, plantio, espaçamento, densidade de plantio, arranjos
de plantio, uso de reguladores de crescimento (hormônios vegetais), controle
fitossanitário (aplicação de defensivos agrícolas), rega e irrigação, monda,
capina, poda, adubação, aplicação de cobertura do solo.
1- Os jardins recém plantados devem receber água em abundância, todos
os dias, salvo nos dias de chuva. Cerca de 85% de uma muda de grama é
constituída de água.
As plantas perdem água por evaporação e por
transpiração. Assim dias de muito vento, como
ocorrem no outono, com baixa umidade do ar, a
perda de água é muito grande e deve ser reposta,
principalmente nesta fase do jardim.
Não adianta molhar superficialmente, pois esta
quantidade de água não é suficiente para chegar à
raiz da planta para então ser absorvida, apenas se
gasta água e tempo para molhá-las. Também de
nada adianta molhar com abundância, mas sem
regularidade, passando vários dias sem as
devidas regas.
2- Tomar cuidado quando aguar as plantas mais
delicadas. Fazer um “chuveirinho” com a mangueira,
para que elas não sofram com jatos fortes de água.
O uso de aspersores na extremidade das mangueiras
de jardim dá sempre bons resultados, lembrando-se apenas de mudá-las de
lugar de tempo em tempo. Para melhores resultados,
recomendamos um sistema de irrigação automático.
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3- Antes de cortar a grama, deve-se tirar as ervas daninhas com auxilio de
um arrancador de inço, tomando-se o cuidado para que elas saiam com a raiz
e sem arrebentarem. Outras ferramentas, como facas e canivetes, deixam o
gramado cheio de buracos e, portanto não devem ser utilizados.
4- A poda da grama só deverá ser feita quando esta já se encontrar
“enraizada”, para que não ocorra o “arrancamento” de leivas com a máquina de
cortar grama. O tempo para que isto ocorra é em média 30 dias no verão e 60
dias no inverno.
5- As facas dos cortadores de grama
devem ser mantidas sempre muito bem
afiadas. Caso contrário elas irão mastigar
os tecidos vegetais das folhas, deixando o
gramado com uma aparência amarronzada
e permitindo a ocorrência de pragas e
doenças.
6- Os cortadores de grama comuns não
são indicados para fazer o acabamento de
canteiros e junto às calçadas. Para este
serviço utilizar tesouras de poda ou máquinas que utilizam fio de nylon para o
corte.
7- Observar a direção do corte da grama para que não ocorra a compactação
do solo. Mudar o sentindo norte – sul / leste – oeste, em cada corte.
8- Os gramados devem ser adubados nos meses da primavera e no verão
com adubo 10-10-10 na quantidade de 100gr / metro quadrado.
Nos meses de outono e inverno o
adubo a ser utilizado é o da fórmula 4-14-
8 também na quantidade de 100gr / metro
quadrado.
Existe no mercado uma linha de
adubos mais completos que os
granulados acima citados. Eles são da
marca Forth e para a sua utilização seguir
as recomendações da embalagem.
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Lembrar que a adubação não deve ser feita nas horas de sol quente e
irrigar generosamente logo após o trabalho. Grande quantidade de adubo em
pequena área causa uma concentração salina capaz de queimar as plantas.
Esta adubação deverá ser feita também nos canteiros de arbustos e
herbáceas. Esperar de 60 a 90 dias entre as adubações.
9- Não recomendamos cobrir o gramado com terra preta no inverno, pois
se ela não for de boa qualidade, poderá trazer ervas daninhas que tornará o
trabalho de manutenção muito mais difícil.
Ao invés disto cobrir o gramado com húmus de minhoca, turfa ou outra
matéria orgânica de boa qualidade e que esteja devidamente decomposta, no
início do outono e da primavera.
Antes de fazer a aplicação do adubo orgânico, perfurar todo o gramado
com um garfo de jardim, para que possa ocorrer a aeração do gramado. Aplicar
junto com a adubo orgânico um adubo granulado ou Forth Jardim e regar
abundantemente logo em seguida.
10- Manchas amareladas ou amarronzadas no gramado, bem como
aparecimentos de folhas cortadas, pode ser sinal da presença de alguma praga
ou doença.
Deve-se neste caso retirar as amostras do gramado e levar em casa
especializada para serem analisadas por um Agrônomo que indicará o
inseticida ou fungicida adequado para o caso.
O manejo de culturas deve, por seu turno, conduzir uma forma de assegurar a
máxima proteção ao solo, por meio de uma cobertura vegetal, ou mesmo
palha, e do aumento de infiltração de água ao solo. Sabemos todos que os
jardins, fornecem uma razoável proteção ao solo, após seu completo
enraizamento. A proposta é manter o solo, revestido ou coberto, com plantas
altas e forrações de forma a controlar as ervas espontâneas.
Poda
Na jardinagem, poda é o ato de se retirar parte de plantas, arbustos, árvores,
cortando-se ramos, rama ou braços inúteis, o que pode ser periódico e que
favorece o seu crescimento, forma-a, trata-a e renova-a. Pode ocorrer a poda
natural, que é a queda ou morte natural de ramos, devido a umidade excessiva,
falta de incidência de luz ou apodrecimento. Poda de forma é uma forma
artificial de poda utilizada na jardinagem que retira folhas, ramos e galhos com
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o objetivo de modificar sua aparência estética. A poda faz com que cresçam de
forma ordenada.
Há artistas que fazem esculturas, cercas, e desenhos com o podamento. Há
também uma técnica japonesa de fazer com que a planta não cresça, podando
certos galhos, chamada bonsai.
As três possíveis abordagens são: pré-poda, pós-poda ou ambas combinadas.
Pode-se podar folhas ou ramos.
Introdução
A arte de podar nasceu da irracional iniciativa de
um asno e essa origem muar desse ramo da
horticultura parece ter influído até hoje na
evolução pouco esclarecida dos processos e
métodos mundiais de poda. Contam-nos Portes &
Ruyssen (1884) que, segundo Pausâmias,
geógrafo e historiador grego, foi um jumento que, devorando os sarmentos de
uma videira, deu aos nauplianos a idéia de podá-la (Inglez de Souza, 1986).
Considera-se que cabras, ovelhas e burros foram os descobridores da poda e
portanto são chamados de os pais da poda.
Quando as plantas começam a diminuir a sua atividade fisiológica ou seja com
a chegada do frio, é sabido que está chegando a hora correta de se fazer uso
da tesoura de poda. Deve-se então preparar com antecedência as ferramentas
com por exemplo: amolar as ferramentas, limpar as lâminas impregnadas de
ferrugem por estarem guardadas desde o ano anterior, lubrificar a mola da
tesoura e afiar o serrote. O ritual do corte está para começar.
Definições de poda
Podar vem do latim putare, que significa limpar, derramar. Podar equivale a
“limpar ou cortar a rama ou braços inúteis das videiras, árvores, etc.
Conjunto de cortes executados numa árvore, com o fim de lhe regularizar a
produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio entre
a frutificação e a vegetação normal, e, também com o fim de ajudar a tomar e
a conservar a forma própria da sua natureza, ou mesmo de a sujeitar a formas
consentâneas ao propósitos econômicos de sua exploração.
A poda é a arte e a técnica de orientar e educar as plantas, de modo
compatível com o fim que se tem em vista.
Embora seja praticada para dirigir a árvore segundo o capricho do homem, a
utilização da poda, em fruticultura, tem por objetivo regularizar a produção e
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melhorar a qualidade dos frutos. Embora possa ter apenas função estética, no
embelezamento de gramados, cercas vivas, caramanchões, arvoretas e outros
elementos da arquitetura paisagista.
É o conjunto de cortes executados numa árvore, com o objetivo de regularizar
a produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio
entre a frutificação e a vegetação normal;
É a técnica e a arte de modificar o crescimento natural das plantas frutíferas,
com o objetivo de estabelecer o equilíbrio entre a vegetação e a frutificação.
É a remoção metódica das partes de uma planta, com o objetivo de melhorá-la
em algum aspecto de interesse do fruticultor.
A poda por si só, no entanto, não resolve outros problemas ligados à
produtividade.
Ela é uma das operações, porém outras medidas são necessárias, tais como:
fertilização adequada para corrigir possíveis deficiências nutricionais do solo,
irrigação e drenagem para manter um nível adequado de umidade, controle
fitossanitário para combate de doenças e pragas, afinidade entre enxerto e
porta-enxerto, plantas auto-férteis ou compatíveis, polinização, condições
climáticas e edáficas favoráveis.
A importância de se podar varia de espécie para espécie, assim poderá ser
decisiva para uma, enquanto que para outra, ela é praticamente dispensável.
Com relação à importância, as espécies podem ser agrupadas em:
Decisiva: Videira, pessegueiro, figueira, nespereira.
Relativa: Pereira, macieira, caquizeiro, oliveira.
Pouca importância: Citros, abacateiro, mangueira, nogueira, pocã.
Como regra geral para se saber se a poda é uma operação importante ou não,
pode-se estabelecer que ela é tanto mais necessária quanto mais intensiva for
a exploração frutícola e, inversamente menor a sua importância quanto mais
extensiva for a cultura. Esta importância da poda está também diretamente
relacionada com o objetivo da exploração, ou seja, que tipo de produto o
mercado exige; pois com a poda pode-se melhorar o tamanho e a qualidade
dos frutos.
O podador, deverá fazer uso de seus conhecimentos e habilidades, onde um
gesto seguro reflete a convicção de quem acredita que a interferência humana
é imprescindível para modelar um pomar. Na natureza, as plantas crescem
sem qualquer modelamento, buscam sempre a tendência natural de crescerem
em direção à luz, tomando a forma vertical, e com isso perdem a regularidade
de produção.
Para que a poda produza os resultados esperados, é importante que seja
executada levando-se em consideração a fisiologia e a biologia da planta e seja
aplicada com moderação e oportunidade.
Objetivos da poda
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Segundo Inglez de Souza, 1986, os sete objetivos principais da poda são:
1º- Modificar o vigor da planta;
2º- Produzir mais e melhor fruta;
3º- Manter a planta com um porte conveniente ao seu trato e manuseio;
4º- Modificar a tendência da planta em produzir mais ramos vegetativos que
frutíferos ou vice-versa;
5º- Conduzir a planta a uma forma desejada;
6º- Suprimir ramos supérfluos, inconvenientes, doentes e mortos;
7º- Regular a alternância das safras, de modo a obter anualmente colheitas
médias com regularidade.
Por que é necessário o recurso da poda?
Não é verdade que, no seu estado selvagem, as plantas não são podadas e,
apesar disso, se desenvolvem em perfeitas condições? Esta pergunta é
formulada muitas vezes, mas, de fato, a natureza tem o seu próprio método de
poda. Os ramos pequenos desprendem-se naturalmente e os galhos finos, as
folhas e as flores morrem e caem. Vagarosa mas continuamente, todas as
plantas sofrem um processo de renovação natural. Pela poda não fazemos
mais do que acelerar, embora parcialmente esse processo normal.
Princípios fisiológicos
O conhecimento de algumas regras sobre
a fisiologia vegetal em muito auxilia o
podador. Ele fica sabendo porque se poda,
o que se pode e quando se poda.
Os vegetais nutrem-se por meio de suas
raízes, que retiram do solo sais minerais e
água, necessários para o seu
desenvolvimento e frutificação.
A absorção determina uma pressão de
baixo para cima. A seiva também pode ter
sua ascendência ligada à transpiração, pela ação da capilaridade, pela
osmose, etc.
A poda não é uma ação unilateral. Ela vai ensinando quem a está praticando.
Mas, para isso, é preciso respeitar seu ritmo, entender e conhecer sua
fisiologia, saber qual é o momento certo da intervenção. A poda baseia-se em
princípios de fisiologia vegetal, princípios fundamentais que regem a vida das
fruteiras. Um desses princípios mais importantes é a relação inversa que existe
entre o vigor e a produtividade. O excesso de vegetação reduz a quantidade de
frutos, e o excesso de frutos é prejudicial à qualidade da colheita. Assim,
conseguimos entender que a poda, visa justamente estabelecer um equilíbrio
entre esses extremos. Mas deve ser efetuada com extremo cuidado. Se
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efetuada no momento impróprio, ou de forma incorreta, a poda pode gerar uma
explosão vegetativa muito grande, causando um problema ainda maior para o
produtor.
Baseando-se na hidráulica vegetal, estabelecem-se leis nas quais se baseiam
as podas das plantas:
1) O vigor e a fertilidade de uma planta dependem, em grande parte, das
condições climáticas e edáficas.
2) O vigor de uma árvore, como um todo, depende da circulação da seiva
em todas as suas partes.
3) Há uma relação íntima entre o desenvolvimento da copa e o sistema
radicular. Esse equilíbrio afeta o vigor e a longevidade das plantas.
4) A circulação rápida da seiva tende a favorecer o desenvolvimento
vegetativo, enquanto a lenta favorece o desenvolvimento dos ramos frutíferos.
5) A seiva, devido à fotossíntese, tende a dirigir-se para os ramos mais
expostos à luz, em vez de se dirigir àqueles submetidos à sombra.
6) As folhas são órgãos que realizam a síntese das substâncias minerais, e
a sua redução debilita o vegetal.
7) Há espécies que só frutificam em ramos formados anualmente, e outras
produzem durante vários anos nos mesmos ramos.
8) O aumento do diâmetro do tronco está em relação inversa com a
intensidade da poda.
9) O vigor das gemas depende da sua posição e do seu número nos ramos.
10) Quanto mais severa a poda num ramo, maior é o seu vigor.
11) A poda drástica retarda a frutificação. As funções reprodutivas e
vegetativas são antagônicas.
A circulação da seiva é tanto mais intensa quanto mais retilíneo for o ramo e
quanto mais vertical for a sua posição na copa.
Quanto mais intensa essa circulação, mais gemas se desenvolverão em
produções vigorosas de lenho e, ao contrário, quanto mais embaraçada e mais
lenta essa circulação da seiva, maior será o acúmulo de reservas e,
consequentemente, maior o número de gemas que se transformarão em
botões floríferos.
Cortada uma parte da planta, a seiva refluirá para as remanescentes,
aumentando-lhes o vigor vegetativo. Assim, poda curta resulta sempre em
ramos vigorosos, nos quais a seiva circulará com grande intensidade. As podas
severas, portanto, têm geralmente a tendência de provocar desenvolvimentos
vegetativos, retardando a entrada da planta em frutificação.
Diminuindo a intensidade de circulação da seiva, o que ocorre após a
maturação dos frutos, verifica-se uma correspondente maturação dos ramos e
das folhas. Nesse período acumulam-se grandes reservas nutritivas, que são
utilizadas para transformar as gemas foliares em frutíferas.
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A frutificação é uma consequência da acumulação de carboidratos. Essa
acumulação é maior nos ramos novos do que nos velhos, nos finos do que nos
grossos.
Dos objetivos enunciados, pode-se concluir que as plantas frutíferas
necessitam de modalidades bem diversas de poda, perfeitamente distintas
umas das outras, de conformidade com a função que cada uma exerce sobre a
economia da planta. A poda acompanha a planta desde a sua infância até a
sua decrepitude. É, pois, natural que vá tendo diferentes funções, adequadas
cada uma às diferentes necessidades da planta, que por sua vez variam com a
idade. Podemos distinguir quatro modalidades principais de poda:
Tipos de poda
Poda de formação:
Que tem por fim proporcionar à planta uma altura de tronco (do solo às
primeiras ramificações da copa) e uma estrutura de ramos adequados à
exploração frutícola. Se a poda de formação for correta, a copa se disporá com
harmonia, simetricamente, proporcionando uma distribuição equilibrada da
frutificação, com arejamento e iluminação convenientes.
Pode-se chamar a poda de formação de condução da planta, podendo ser
considerada como uma poda de educação, sendo executada normalmente no
viveiro, com objetivo de formar mudas com porte, altura e brotações bem
distribuídas. Podendo formar mudas em haste única, comum em macieira e
pereira, onde todas as brotações laterais são eliminadas no viveiro. Já em
mudas que formam uma copa maior como as cítricas, de goiabeira e caquizeiro
na formação da muda a copa é distribuída no tronco em três a quatro brotações
espaçadas entre si em 3 a 5 cm.
Existe também a poda realizada por ocasião do transplante (desplantio) antes
da muda ser levada para o plantio definitivo, denominada de poda de
transplantação, que se faz eliminando as brotações excessivas e, de acordo
com a espécie e a forma de copa que se deseja, deixa-se três a quatro ramos
bem distribuídos e fazendo o desponte de ramos longos, com o cuidado de
executar o corte deixando uma gema vegetativa voltada para fora da copa
inicial. Cortam-se também as raízes muito longas, quebradas e tortas,
buscando o equilíbrio entre a copa e o sistema radicular.
A poda de formação propriamente dita será executada após o estabelecimento
da fruteira no campo. É executada nos primeiros anos de vida da planta. Visa
garantir uma estrutura forte e equilibrada, com ramos bem distribuídos, para
sustentar as safras e facilitar o manejo e a colheita. Normalmente conduz-se a
planta com três ou quatro pernadas formadas, desbrotadas até a planta atingir
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um metro de altura, permitindo daí em diante que as brotações das gemas
laterais preencham os vazios da copa, assumindo assim a forma de copa
desejada para cada espécie frutífera em particular.
As formas das árvores podem ser naturais ou artificiais. As naturais têm o seu
emprego nas espécies de folhas persistentes (citros, mangas, abacates, cajus,
etc.) quando praticamente não há necessidade de intervenção do homem,
devido ao hábito de vegetação e frutificação dessas plantas. Porém, as
espécies de folhas caducas, dada a formação de suas gemas frutíferas, exigem
podas anuais para maior rendimento. Essas plantas adquirem, portanto, por
meio de podas constantes, formas artificiais.
As formas artificiais são divididas em haste apoiada e livre.
As hastes livres são utilizadas para os vegetais que sustentam por si só a sua
copa, e as apoiadas quando há necessidade de se tutorar a planta para que ela
adquira uma forma compatível com o tipo de exploração, como por exemplo a
videira.
As formas apoiadas podem ser conduzidas em cordões ou palmetas.
Na condução em cordões, as plantas são apoiadas sobre paliçada, latada ou
cerca.
As principais formas de cordão são: vertical, oblíqua e horizontal.
Palmeta é a forma de condução da planta de modo que os ramos sejam
distribuídos opostamente em série, de dois em dois.
A condução em palmeta pode ser de diversos tipos: U simples, U duplo,
candelabro, verrier, ramos horizontais e ramos oblíquos.
As formas em haste livre podem apresentar os seguintes tipos: pirâmide, fuso,
vaso e guia modificado.
O emprego de um ou outro tipo, quanto ao porte, depende da finalidade e
também dos agentes externos, como vento por exemplo.
A forma de vaso é bastante simples e a que menos contraria os hábitos da
planta.
Figura 1. Poda de formação na forma de vaso (A e B) e guia modificado (C).
Fonte: Simão (1998).
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Figura 2. Poda de formação vista de cima: a) pernada; B) braços; C) ramos.
Fonte: Simão (1998).
Poda de frutificação:
A poda de frutificação é iniciada após a copa da planta encontrar-se formada.
Tem por fim regularizar e melhorar a frutificação, quer refreando o excesso de
vegetação da planta, quer pelo contrário, reduzindo os ramos frutíferos, para
que haja maior intensidade de vegetação, evitando-se, dessa maneira, a
superprodução da planta, que abaixa a qualidade da fruta e acarreta a
decadência rápida das árvores. Desse modo, a poda de frutificação é a
controladora da produção, uniformizando-a, regularizando-a, dando-lhe mais
qualidade e mais consistência. Geralmente as plantas de clima temperado
necessitam deste tipo de poda, dentre elas pode-se citar: figueira, macieira,
marmeleiro, pessegueiro, videira, entre outras fruteiras.
Poda de rejuvenescimento, regeneração e tratamento
Tem por fim livrar as plantas frutíferas dos seus ramos doentes, praguejados,
improdutivos e decrépitos ou, se mais energicamente executada, reformar
inteiramente a copa, renovando-a a partir das ramificações principais,
eliminando focos de doenças e de pragas, reconstituindo a ramagem já estéril,
reativando assim a produtividade perdida. Esse tipo de poda radical é
freqüentemente usado no transplante de grandes árvores frutíferas adultas e
no rejuvenescimento de pomares abandonados, mas de vigor ainda razoável,
apresentando troncos íntegros. É ainda o tipo de poda que se aplica às
fruteiras intensamente parasitadas por brocas, cochonilhas, ervas-de-
passarinho, algas, fungos, ácaros e outras pragas e moléstias da parte aérea,
mas cuja eliminação se justifique, por se tratar de plantas da valor.
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Normalmente, são cortadas as pernadas principais, a 40 cm do solo e com
isso, deve-se iniciar o processo de formação da planta novamente. Esses
cortes são maiores no inverno, e logo após, recomenda-se a aplicação de uma
pasta fungicida, normalmente cúprica, no local do corte o que facilita a
cicatrização e minimiza o efeito do ataque de fungos.
Poda de limpeza:
É uma poda leve, quase simples visita geral a que anualmente se procede nos
pomares, com a tesoura de poda em punho, consistindo na retirada dum
eventual ramo doente, quebrado, seco, praguejado, mal localizado ou
inconveniente. É poda sumária, aplicada às plantas adultas daquelas frutíferas
que requerem pouca poda, como laranjeiras, abacateiros, jabuticabeiras,
mangueiras e outras tropicais. Geralmente, todas as fruteiras necessitam deste
tipo de poda. É um tipo de poda executada normalmente em períodos de baixa
atividade fisiológica da planta, ou seja, durante o inverno ou, como nas cítricas,
logo após sua colheita.
Após a poda de limpeza, geralmente se faz um tratamento químico
(normalmente cúprico) das partes cortadas para reduzir a aparecimento de
doenças.
Intensidade da poda
A intensidade da poda depende da espécie, da idade, do número de
pernadas/ramificações existentes, do sistema de condução da planta, do vigor,
do hábito de vegetação.
Com relação à intensidade, a poda pode ser curta, média ou longa.
A poda curta ou drástica consiste na quase total supressão do ramo. Pode-se
praticar ainda a poda ultracurta, a qual deixa sobre o ramo de uma a duas
gemas. A longa, também chamada leve, deixa o ramo com o máximo de
comprimento (0,40 a 0,60 m). A poda média é um tipo intermediário entre os
dois anteriores.
Dependendo da espécie frutífera, uma mesma árvore, pode receber
simultaneamente os três tipos de podas, dependendo do vigor, da posição e da
sanidade dos ramos.
Época da poda
Basicamente, a poda, pode ser executada em duas épocas: no inverno ou no
verão.
Poda de inverno ou seca
A poda de inverno ou poda em seco é recomendada para frutíferas que perdem
as folhas (caducifólias), como pessegueiro, macieira, ameixeira, figueira. Mas o
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inverno é uma referência muito teórica e pode induzir alguns erros. Um bom
momento para iniciar a poda é quando os primeiros botões florais surgirem nas
pontas dos ramos, indicando que a seiva começou a circular de novo pela
planta. Se a poda for feita antes, estimulará a brotação na hora errada. Se
efetuada depois, forçará a brotação vegetativa, exigindo mais tarde uma nova
poda.
Por ocasião da poda seca ou de inverno, deve-se considerar a localização do
pomar, as condições climáticas e o perigo de geadas tardias antes da
operação. A poda deve ser iniciada pelas cultivares precoces, passando as de
brotação normal e finalizando pelas tardias. Em regiões sujeitas a geadas
tardias, deve-se atrasar o início da poda o máximo possível, até mesmo
quando as plantas já apresentaram uma considerável brotação, normalmente
as de ponteiros.
Deve ser praticada após a queda das folhas. Essa orientação tem por
finalidade propiciar a acumulação de substâncias de reserva no tronco e nas
raízes. Quando se poda antes da queda das folhas, parte das reservas de
carboidratos é eliminada, com conseqüência na produtividade futura. Por outro
lado, a poda executada após a brotação reduz o vigor da planta e os ramos
ficam mais sujeitos a infecção (Simão, 1998).
A poda seca, praticada durante o período de repouso, elimina os ramos que já
frutificaram nas espécies em que eles não tornam a frutificar. Elimina também
os ramos ladrões ou vegetativos, doentes e em excesso.
Poda verde ou de verão
A poda verde ou de verão é realizada quando a planta está vegetando, ou seja,
durante o período de vegetação, florescimento, frutificação e maturação dos
frutos e destina-se a arejar a copa, melhorar a insolação, melhorar a qualidade
e a coloração dos frutos, manter a forma da copa pela supressão de partes da
planta e diminuir a intensidade de cortes na poda de inverno. É também
executada em plantas perenifólias (com folhas permanentes) como as cítricas,
abacateiro, mangueira.
A poda verde consiste em diferentes operações, tais como: desponte, desbrota,
desfolha, esladroamento, incisões e anelamentos, desbaste, desnetamento.
Desponte tem por finalidade frear o crescimento de determinados ramos em
comprimento, de modo a propiciar o desenvolvimento de ramos inferiores.
Desbrota é a supressão de brotos laterais improdutivos, ou seja brotos
inúteis, que se desenvolvem à custa das reservas, em detrimento do
florescimento e da frutificação.
Esladroamento os ramos que nascem da madeira velha (do porta-enxerto,
por exemplo) são denominados de ramos ladrões, e não apresentam nenhuma
vantagem, pois exaurem as substâncias nutritivas da planta, perturbando seu
desenvolvimento. Devem ser eliminados. Só não o são quando as plantas
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encontram-se em decrepitude e, neste caso particular, eles são utilizados para
revigorar a árvore.
Desfolha é a supressão das folhas com diversas finalidades: melhor
iluminação e arejamento das flores ou dos frutos, eliminação de focos de
doenças e pragas iniciadas na folhagem, é um recurso que melhora a
coloração de frutos, assim com a eliminação do excesso de folhas,
principalmente daquelas que recobrem os frutos, que necessitam de luz para
adquirir coloração (pêra, maçã, ameixa e kiwi). Na videira, são as folhas
próximas aos cachos as responsáveis pela qualidade dos frutos. Esta
eliminação de folhas deve ser feita com bom senso, pois o abuso neste
desfolhamento priva a planta de seus órgãos de elaboração de reservas de
nutrição.
Incisões e anelamentos é o descasque circular, ou seja, remoção de um
anel de casca da base dos ramos novos, têm por finalidade interromper a
descida e com isso a retenção da seiva elaborada próximo à sua gema ou ao
seu fruto. Quando praticados no início do florescimento, aumentam a fertilidade
das flores e, na formação do frutos, melhoram as suas qualidades (tamanho,
coloração e sabor). Deve-se operar com moderação, pois uma série de
interrupções de seiva poderá causar um enfraquecimento do vegetal.
Desbaste é a supressão de certa quantidade de frutos de uma árvore, antes
da maturação fisiológica destes, assim proporcionar melhor desenvolvimento
aos frutos remanescentes.
Dentre as finalidades do desbaste pode-se citar: melhorar a qualidade dos
frutos (tamanho, cor, sabor e sanidade); evitar a quebra de ramos
(superprodução); regularizar a produção; eliminar focos de pragas e doenças;
reduzir as despesas com colheita de frutos imprestáveis (defeituosos,
raquíticos e doentes).
Emprega-se normalmente o desbaste para o pessegueiro, a macieira, a
pereira, a goiabeira, videira (uvas de mesa), etc., por estar o tamanho de seus
frutos ligado a uma maior cotação e, em alguns casos, na tentativa de eliminar
a produção alternada e manter a árvore com produção anual quase idêntica.
Esse processo pode ser praticado em mangueira, macieira e pereira.
O desbaste é feito à mão quando o fruto ainda se encontra em
desenvolvimento inicial e não atingiu 2 cm de diâmetro.
Essa operação é altamente onerosa e cansativa, compensando, porém, os
sacrifícios na sua realização.
Com o advento e o desenvolvimento de indústria química, pesquisas com
hormônios vêm sendo realizadas tanto na Europa como nos Estados Unidos.
O uso de hormônios no desbaste de frutos representa um meio de reduzir as
despesas e a realização da operação em curto espaço de tempo, podendo ser
adicionado a inseticidas. O ácido naftaleno acético (ANA) a 0,2% numa única
aplicação, ou 2,4-D a 0,0001%, tem sido empregado. O 2,4-D, embora efetivo,
causa certas distorções nas folhas (Simão, 1998).
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Algumas espécies apresentam estreita correlação entre número de folhas e
qualidade do fruto. Assim, em pessegueiro, é boa a relação de um fruto para
cada 15 ou 20 folhas e, em maçã, de um fruto para cada 30 ou 40 folhas.
Desnetamento é uma poda verde aplicada às videiras, consiste em aparar
com a unha, ou simplesmente arrancar, os ramos secundários que nascem
lateralmente do ramo principal e que são chamados de netos.
Princípios que regem a poda
Para perfeita execução da poda, é necessário um conhecimento da posição,
distribuição e função dos ramos e das gemas e circulação da seiva.
As raízes das fruteiras extraem do solo a água, contendo esta, em solução, os
sais nutritivos que alimentarão a planta. Tal solução constitui a SEIVA BRUTA,
que sobe pelos vasos condutores localizados no interior do tronco e se dirige
até as folhas. Nestas e em presença de luz e perdendo água por transpiração,
a seiva bruta passa por diversas transformações, tornando-se SEIVA
ELABORADA.
A seiva circula pela planta toda, sempre fluindo para as partes mais altas e
mais iluminadas da árvore, razão pela qual os galhos mais vigorosos são
aqueles que conseguem se posicionar melhor na copa e têm uma estrutura
mais retilínea, o que favorece sua circulação. A seiva, circulando pela periferia
da planta, alimenta todos os órgãos e determinam seu crescimento e evolução,
tais como: o desenvolvimento das raízes, o crescimento dos brotos, aumento
dos ramos, folhas, gemas e a frutificação. É por isso também que, o
crescimento da planta tende sempre a se concentrar nos ponteiros dos ramos,
o que se denomina de Dominância Apical. Quando eliminada, através da poda,
ocorre uma melhor redistribuição da seiva, favorecendo a brotação lateral da
gemas.
A circulação rápida da seiva tende a favorecer desenvolvimento vegetativo,
enquanto que a lenta, o desenvolvimento de ramos frutíferos e essa circulação
é em função da estrutura da planta. Quanto mais retilínea, mais rápida a seiva
circulará.
No início do seu desenvolvimento, as fruteiras gastam toda a seiva elaborada
no seu próprio crescimento. Porém, após um certo tempo, variável de espécie
para espécie, a planta atinge um bom nível de desenvolvimento como: tronco
forte, copa expandida e raízes amplas, a planta já fotossintetiza intensamente e
começa a aparecer sobras de seiva elaborada, que serão armazenadas na
planta, em forma de reservas. Quando essas reservas atingem uma suficiente
quantidade, tem começo a frutificação, pois as reservas de seiva elaborada são
invertidas ou gastas na transformação das gemas vegetativas em gemas
frutíferas, que darão as futuras flores e frutas. Com esse desvio para a
frutificação, cessa quase que completamente o crescimento das raízes e da
copa.
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Há um antagonismo entre a frutificação e a vegetação, ou seja, enquanto a
planta desenvolve ativamente a sua expansão vegetativa (como acontece nos
indivíduos novos) não há saldo de seiva elaborada para ser aplicado na
frutificação, o mesmo acontece quando há um grande gasto de reservas, como
por exemplo num ano em que ocorre uma superprodução, assim a planta fica
sem saldo de seiva elaborada para, no ano seguinte, formar novas gemas de
fruto. A frutificação é então muito pequena; mas como as raízes continuam a
absorver água e nutrientes e as folhas a fotossintetizar, começa a aparecer
novo saldo de seiva elaborada, o qual, não tendo frutos para desenvolver, é
aplicado em nova expansão das raízes e dos ramos. Com esta expansão
poderá resultar em novos saldos de seiva elaborada, que são armazenados
nos locais de reserva, registrando assim um superávit de seiva elaborada na
planta, com isso grande número de gemas vegetativas é transformado em
gemas frutíferas, tornando a planta a produzir grande safra de fruto, ao mesmo
tempo que vegeta modestamente.
As fruteiras de quintal, abandonadas, sem podas e sem cuidados, a alternância
de anos de fruto com os de escassez é muito freqüente. A poda pode
regularizar esta anomalia, eliminando ramos frutíferos nos anos de frutificação
excessiva, estimulando, deste modo, a expansão de crescimento vegetativos.
As plantas não sujeitas a podas apresentam duas importantes características:
1º) A planta alcança grande volume, porque sua folhagem, sem sofrer
restrição alguma, absorve grande quantidade de água e nutrientes (seiva bruta)
e produz grande quantidade de seiva elaborada (fotoassimilados), a qual é
alternativamente gasta em grande frutificação seguida de grande expansão do
sistema radicular e da copa, essa expansão é apenas limitada pela
conformação específica da planta e pelas condições ambientes (solo, clima,
etc.);
2º) A planta atinge a máxima longevidade, pois a produção contínua de
novas quantidades anuais de ramos, folhas e frutos, que as podas provocam,
acaba por esgotar a planta, abreviando seus dias, o qual não se verifica nos
indivíduos não podados.
Em contraposição, estes apresentam os inconvenientes seguintes:
Frutificação inconstante;
Fruta inferior, tanto em tamanho com em aspecto, pois a seiva que
a faz desenvolver tem de ser distribuída por um grande número de
frutos e ramos, o que não acontece nos pés podados;
Operações culturais mais difíceis, mais caras, devido à maior altura
e o maior volume dos pés. O controle fitossanitário chega a ser
praticamente impossível nos indivíduos de crescimento livre e a
colheita é freqüentemente antieconômica, pois a produção, além de
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ser de qualidade inferior, se distribui nas pontas mais altas da
ramagem.
Ao podador é indispensável saber que parte da planta está cortando, pois, de
conformidade com cada planta em particular, há ramos cuja supressão é
indispensável, mas outros existem cuja eliminação redundaria em grave
prejuízo para a produção, porque encerram neles a própria safra de frutos
dentro de suas gemas.
Gemas
Vulgarmente chamadas de olhos, as gemas são em essência o princípio das
folhas, flores e caules, envolto nas escamas corticais do tronco e dos ramos.
São órgãos produtores de ramos e folhas (vegetativas) ou flores (floríferas ou
frutíferas), que variam no aspecto, na forma, no tamanho e na distribuição, de
espécie para espécie. Quanto à localização nos ramos, as gemas são ditas
terminais ou axilares, conforme estão localizadas no ápice dos ramos ou na
axila das folhas. É interessante observar que as gemas são formadas com a
mesma estrutura. O que vai torná-las vegetativas ou frutíferas é o vigor do seu
desenvolvimento, decorrente da quantidade de seiva que recebem. Como já foi
dito a frutificação só tem início quando a planta já conseguiu armazenar uma
determinada quantidade de reservas de seiva elaborada.
As gemas de folhas ou lenhosas distinguem-se das floríferas ou de frutos pela
sua constituição interna e externa. Gemas mais vigorosas e mais pontiagudas
irão se transformar em ramos vegetativos. As de frutos são quase sempre mais
volumosa, de forma oval-alongada, e as de lenho são mais alongadas e
afuniladas. As primeiras apresentam-se mais macias ao tato, e as últimas, mais
ásperas.
Em princípio, gemas mais vigorosas e mais pontiagudas irão se transformar em
ramos vegetativos. As floríferas, têm uma forma mais arredondada e devem ser
preservadas.
As gemas podem ser naturais ou adventícias. As naturais são aquelas que
surgem nos ramos normalmente segundo a tendência da planta, e as
adventícias, as que emergem sob ação mecânica.
As gemas localizadas na parte superior dos ramos, brotam antecipadamente e
com maior vigor que as laterais, prolongando o ramo devido sua abertura
lateral ser bem menor. Baseando nisso podemos dizer que ramos verticais
tendem a serem mais vegetativos, e os inclinados, por onde a seiva circula de
forma mais lenta, possuem maior potencial frutífero.
A duração das gemas está intimamente relacionada à biologia da planta e aos
tratos culturais. Há espécies em que as gemas não ultrapassam um ciclo
vegetativo, e outras em que duram vários anos.
As podas dos anos anteriores têm muita influência sobre a formação das
gemas, quer frutíferas quer vegetativas. Se as podas passadas foram severas,
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a planta foi privada de grande parte de sua copa e, portanto, pouca seiva bruta
pôde ser transformada em seiva elaborada. Como conseqüência, espera-se
muita vegetação e pouco florescimento. Ao contrário, se foram brandas as
podas anteriores, é de se esperar que muita seiva bruta pôde ser transformada
em seiva elaborada e que o afluxo desta contribuiu para a diferenciação de
grande quantidade de gemas vegetativas em frutíferas.
Já pela poda do ano em si pouca coisa pode fazer o podador no sentido de
aumentar a frutificação. Pode-se, entretanto, melhorar a produção do ano em
qualidade e preparar a planta para maiores safras vindouras.
Ramos
Ramos são ramificações oriundas de gemas. Segundo sua função, dividem-se
em: ramos lenhosos (vegetativos), mistos e frutíferos.
Ramos lenhoso os vegetativos
Caracterizam-se pelo vigor, pelo aspecto da casca, normalmente lisa, e pelos
internódios relativamente longos.
Os ramos lenhosos, segundo sua origem e posição, podem dividir-se em
adventícios e ladrões.
Os ramos adventícios têm origem em causa mecânica como pancada, incisões,
etc.
Ramo ladrão é o ramo vegetativo, muito vigoroso, vertical, pouco ramificado e
devem ser eliminados.
Os ramos ladrões têm origem em gemas aparentes e podem ser classificados
em naturais ou bravos, segundo a sua localização. Os naturais nascem das
gemas do enxerto e os bravos de gemas do porta-enxerto.
Os ramos recebem denominação particular, de acordo com a sua posição na
árvore. Pernadas são as primeiras ramificações, que partem diretamente do
tronco ou da haste. Destas surgem ramos que são denominados braços. As
ramificações dos braços dizem-se genericamente ramos (Figura 2).
Ramos mistos
Apresentam as funções de crescimento e produção, ou seja, apresentam ao
mesmo tempo desenvolvimento vegetativo e exibem gemas frutíferas, quer no
ramo do ano, quer no do anterior. Exemplos: pessegueiro, figueira, videira.
Ramos fruteiros
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São apresentados por algumas espécies, principalmente de folhas caducas,
que possuem ramos de frutos especializados.
Esses ramos são normalmente curtos e de aspecto corrugado. Se eliminarmos
tais ramos, a planta só produzirá vegetação. As principais representantes
dessa espécie são: pereira, macieira, ameixeira européia, cerejeira.
Os ramos especializados se originam, como os ramos todos, de uma gema
vegetativa.
Os ramos frutíferos classificam-se em: dardos, esporões (lamburdas), bolsas e
brindilas.
Dardos são os ramos pequenos, pontiagudos, com entrenós muito curtos.
Desenvolvem-se lentamente e apresentam uma roseta de folhas nas
extremidades.
Dá-se o nome de esporão simples ao dardo com gema terminal floral.
Constitui ramo de fruto propriamente dito.
O dardo com o tempo se ramifica, dando origem a um esporão ramificado.
Os esporões, devido ao desenvolvimento lento e ao acúmulo de substâncias de
reserva, apresentam com o tempo, um engrossamento na extremidade, em
forma de bolsa.
A passagem de dardo para esporão depende de um determinado equilíbrio na
fisiologia da planta, entre a seiva bruta remetida pelas raízes e as substâncias
elaboradas pelas folhas. Se esse equilíbrio é rompido graças à maior
quantidade de seiva elaborada, muitos dardos serão “promovidos” a esporões.
As bolsas nada mais são do que um esporão com vários anos que alterou sua
forma externa e passou a receber essa denominação. Elas podem fixar vários
frutos ao mesmo tempo. É uma parte curta, inchada, com enorme quantidade
de substâncias nutritivas, que formam-se no ponto de união da fruta colhida
com o ramo. Pode dar origem a novas gemas florais, dardos, lamburdas,
brindilas ou vários deles de cada vez.
Brindilas são ramos finos, com 3 a 5 mm de diâmetro e de 0,50 a 0,20 m de
comprimento. Não apresentam importância econômica. Surgem em plantas mal
podadas ou naquelas velhas e não tratadas.
As brindilas apresentam uma pequena gema terminal e surgem na base das
plantas sem os devidos cuidados culturais.
Nas pereiras e macieiras decrépitas, esgotadas e também, ao contrário,
naquelas com vegetação luxuriante, as lamburdas são raras e os dardos
abundantes.
Conforme a natureza dos ramos que possuem, as plantas frutíferas podem ser
divididas em três grupos:
1º) Plantas com ramos especializados são plantas que só dão fruta sobre
ramos especiais. Os demais ramos dessas plantas só produzem brotos
vegetativos e folhas. Esses ramos especializados são geralmente curtos e
denomindados esporões, em contraposição aos vegetativos, que são longos e
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vigorosos. Este é o caso das macieiras, pereiras, ameixeiras européias,
cerejeiras, etc.;
2º) Plantas com ramos mistos são plantas que além de frutificarem sobre
esporões, frutificam também sobre ramos do ano anterior, ou seja apresentam
ramos mistos, já que tais ramos tanto dão flores e, portanto frutos, como
também crescimentos vegetativos. Exemplos: pessegueiros, ameixeiras
japonesas, videiras e figueiras.
3º) Plantas em que as flores nascem sobre ramos da brotação nova
nestas plantas, o ramo frutífero ao invés de vir formado do inverno, nasce na
primavera e floresce mais ou menos abundantemente, conforme as condições
lhe são mais ou menos propícias. Exemplo: plantas cítricas em geral.
Influências exercidas na planta cítrica apenas alguns meses, ou mesmo umas
poucas semanas antes da nova brotação, podem determinar a abundância ou
a escassez do seu florescimento.
Instrumentos utilizados para poda
Não existe bom podador sem boa ferramenta, isto é, a apropriada, a limpa, a
afiada e lubrificada. Não considerando os casos especiais e raros, três
ferramentas são indispensáveis ao podador: tesoura de poda, serrote de podar
e a decotadeira. Porém inúmeros são os instrumentos e ferramentas utilizados
na execução das diferentes modalidades de poda, até o machado, a foice e a
serra grande ou trançadeira podem, às vezes, entrar na relação das
ferramentas do podador. Existem também instrumentos especializados como
tesouras para desbaste de cachos de uva, alicate para incisão e anelamento,
etc.
A tesoura de poda é a ferramenta típica do podador, servindo para os diversos
tipos de poda. É empregada para corte de ramos com diâmetro de até meia
polegada, além desse limite convém empregar o serrote de poda.
Execução da poda
Como foi visto, é importante antes de empunhar qualquer instrumento de poda
conhecer bem a fruteira a ser podada, sua fisiologia e seu estado nutricional e
sanitário, o objetivo da exploração, a época em que deve ser realizada a poda,
que tipo de poda e em que intensidade deve ser praticada, para que se tenha
êxito nessa operação.
A poda de um ramo pode ser por supressão, ou seja, pela eliminação desse
ramo pela base ou rebaixamento, quando apenas se apara esse ramo em
comprimento.
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Na supressão de galhos grossos, feita naturalmente com o serrote, o corte
deve ser bem rente à base do galho e bem inclinado.
Um corte ideal e preciso, realizado de uma só vez, deve observar uma
inclinação de 45 graus aproximadamente, no sentido oposto ao da gema mais
próxima, o que evita o acúmulo de água, que poderia causar o apodrecimento
do ramo e aparecimento de fungos. Assim cortes de espessura maior que 3,0
cm devem ser protegidos com pastas cicatrizantes à base de cobre.
Várias fruteiras requerem podas especiais (sejam de formação ou de
frutificação) como por exemplo: Videira; Pessegueiro; Figueira; entre várias
outras.