15 MAI 2011 STEVE COLEMAN & FIVE ELEMENTS

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15 MAI 2011 STEVE COLEMAN & FIVE ELEMENTS CICLO JAZZ GALP

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15 MAI 2011

STEVECOLEMAN & FIVEELEMENTSCICLO JAZZ GALP

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A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE APOIO AO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO

STEVE COLEMAN& FIVE ELEMENTSASTRONOMICAL/ASTROLOGICAL MUSIC PROJECT

22:00 | SALA SUGGIA

PATROCINADOR OFICIALEUA 2011

APOIO INSTITUCIONALEUA 2011

EMBAIXADA DOS E.U.A.

PATROCINADOR PRINCIPALEUA 2011

PATROCINADOR

Steve Coleman saxofone alto

Jonathan Finlayson trompete

Jen Shyu voz

Miles Okazaki guitarra

David Virelles piano

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Houve uma razão para que, no passado, a astrono‑mia e a astrologia estivessem ligadas e fossem vistas frequentemente como uma única matéria de estu‑do. Ritmos diferentes que se movem em ciclos com relações específicas entre si podem ter caracterís‑ticas e efeitos similares aos que ocorrem nas rela‑ções entre ciclos planetários. Os mais inclinados para o esoterismo poderiam estudar os efeitos de tais combinações e aplicar o simbolismo apropria‑do, à maneira do que é feito em outros estudos eso‑téricos. Assim, é possível apurar a ideia, qualidade, significado e possíveis efeitos de uma progressão rítmica, melódica ou harmónica.

Quando comecei a ouvir em maior detalhe os mestres da composição espontânea, ao invés de receber uma impressão genérica de qualidade, comecei a ser capaz de me aperceber dos pensa‑mentos das pessoas que tocavam a música. Com o passar do tempo, fui vendo a música como uma lin‑guagem abstracta através da qual se poderia ouvir a essência de um músico; aspectos específicos dos pensamentos, intenções e carácter da alma. Come‑cei a perguntar ‑me como era isto possível, o que me levou ao estudo da linguagem simbólica – como é possível comunicar uma ideia usando figuras e cor em movimento?

Foquei a minha pesquisa em diferentes modos pelos quais os humanos têm comunicado as suas ideias numa tentativa de expressar aquilo que aprenderam através da Natureza. No passado dis‑tante, era importante não só saber a quantidade de algo, mas também a sua qualidade e o seu significa‑do. A significância esotérica e exotérica era expres‑sa em termos de cor, forma, significância numéri‑ca e, mais importante, o movimento e a interacção complexa. Pessoas vivendo em diferentes locais focavam ‑se em práticas específicas essencialmente devido a necessidades culturais e ambientais.

A música não é uma disciplina separada de outras actividades criadas pelos humanos. Como forma de vibração e ciclos entrecruzados e energia,

a música pode ser concebida como uma parte holís‑tica do completo espectro vibratório, desde o micro ao macro. E também a música tem as suas formas exotéricas e esotéricas. Foi nestas áreas que muitos mestres musicais produziram a sua obra. É nosso desejo continuar esta tradição usando a nossa pró‑pria forma de expressão musical.

De forma surpreendente para um conceito que se detém tão fortemente no ritmo, este ensem‑ble não inclui bateria, porque eu quis experimen‑tar uma abordagem simultaneamente mais flexí‑vel e subtil. Os músicos talentosos envolvidos neste projecto têm qualidades singulares que lhes per‑mitem ajudar ‑me neste esforço. A minha relação com Jonathan Finlayson tem já nove anos, e traba‑lho com a vocalista Jen Shyu há sete anos, ambos em várias configurações dos meus grupos de tra‑balho. São músicos que acrescentam a este projec‑to um talento e conhecimento imenso, tal como acontece com o guitarista Miles Okazaki e o pia‑nista David Virelles, que se juntaram a nós no últi‑mo par de anos.

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STEVE COLEMAN saxofone alto

Steve Coleman (n. 1956) é um saxofonista e compo‑sitor norte ‑americano. A sua música e o seu pensa‑mento têm tido uma enorme influência no jazz con‑temporâneo. Nasceu em Chicago, Illinois, mudou ‑se para Nova Iorque em 1978, e aí tem vivido desde então. Embora tenha liderado vários grupos ao longo dos anos, o seu projecto principal é Steve Coleman and Five Elements – começou em 1981 e continua activo.

Foi um dos fundadores do movimento M ‑Base e fez inúmeras gravações. Influenciado inicialmen‑te pelos saxofonistas Charlie Parker, Sonny Rollins, John Coltrane, Von Freeman e Bunky Green, Cole‑man tocou e gravou com Thad Jones, Sam Rivers, Doug Hammond, Cecil Taylor, Abbey Lincoln e Dave Holland. Incorporou vários elementos da música folclórica da Diáspora Africana fundi‑dos com ideias musicais decorrentes de conceitos metafísicos da Antiguidade. Afirma que a sua prin‑cipal preocupação é o uso da música como uma lin‑guagem de símbolos sónicos para exprimir a natu‑reza da existência humana.

A obra de Coleman por volta de 1990, em parti‑cular o álbum Black Science, é pouco habitual pela sua métrica indefinida. Uma das formas como essa indefinição é atingida é a composição de música que engloba cada um dos músicos a tocar em espa‑ços de tempo diferentes mas relacionados, resul‑tando em ciclos assimétricos – por exemplo, um ciclo de 7 contra um ciclo de 11. A sensação resul‑tante tem uma base de groove, mas com uma estru‑tura não rígida que é consequência das relações melódicas, harmónicas e rítmicas dos vários ciclos. Um ponto alto deste período é a gravação The Tao of Mad Phat (Fringe Zones), que foi realizada em estúdio perante um público.

Coleman não concorda com a aplicação de catego‑rias para a música actual, e não usa particularmen‑te o termo “jazz”. A sua preferência por uma aborda‑gem mais orgânica à música leva ‑o a usar a expressão

“composição espontânea”. De acordo com o saxofo‑nista, há uma tradição, que remonta à Antiguidade, de músicos que têm tentado exprimir através da músi‑ca as várias visões e realidades que percepcionam. Para si, esta é a força condutora por trás de muitas das chamadas inovações em música (e também noutros campos). Acredita que as várias ferramentas e áreas de pesquisa que têm sido usadas (física e metafísica, números, linguagem, música, dança, astronomia, etc.) estão todas relacionadas e são um corpo holísti‑co. As várias formas assumidas pela sua música não têm uma inspiração intuitiva mas são determinadas de forma intuitiva e lógica pela percepção humana da “Grande Obra” (i.e. a criação de toda a Natureza pela Consciência Universal).

Um dos principais métodos que Coleman usa para criar a sua música está ligado a dois conceitos: Geometria Sagrada (uso de formas para expres‑sar simbolicamente princípios naturais) e Energia (potencial para a mudança e a própria mudança em fenómenos físicos, metafísicos e psíquicos, incluin‑do Vida, Crescimento, etc.). Aplica vários tipos de estruturas musicais para simbolizar a Geometria Sagrada e tipos específicos de movimento musical para fazer referência os vários estados de Energia. Em qualquer evento, o conceito de Mudança pare‑ce ser central na sua teoria. Afirma que é a Mudan‑ça entre várias estruturas musicais que representa o processo, sendo as próprias estruturas símbolos de vários princípios. Coleman acredita que é atra‑vés da Composição Espontânea das formas que estas ideias podem ser expressas de modo mais efi‑caz, independentemente das aparências estilísticas externas. Diz com frequência que “é o movimento que é importante”.

Estas ideias, embora raras, não são novas na música. Músicos tão diferentes como Johann Sebastian Bach, Béla Bartók e John Coltrane esta‑beleceram ideias similares.

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JONAThAN FINLAySON trompete

Jonathan Finlayson tem sido uma voz activa no panorama musical nova ‑iorquino desde que aí che‑gou em 2000, oriundo da Califórnia. O seu talento como compositor e trompetista têm sido reconhe‑cidos por publicações prestigiantes como The New York Times, Jazz Times e Down Beat.

Tem tocado com uma gama alargada de artistas, incluindo Ravi Coltrane, Stephen Lehman, Ralph Alessi, Steven Bernstein, Meshell Ndegeocello, Vijay Iyer e Abbey Lincoln. É um veterano de Steve Coleman and Five Elements (ingressou na banda aos 18 anos), tendo tocado em cinco gravações, e mantém uma agenda preenchida com o carismá‑tico conceptualista e saxofonista – uma relação de notável simbiose que se desenvolve há vários anos.

JEN Shyu voz

Jen Shyu (n. 1978) nasceu e cresceu em Peoria, Illi‑nois, filha de pais imigrantes de Timor Leste e Taiwan. É música, compositora e bailarina, e vive em Nova Iorque. Grava e actua em digressão com Steve Coleman and Five Elements desde 2003. Estu‑dou dança desde os 6 anos, piano desde os 7 e vio‑lino desde os 8. Apresentou ‑se como solista aos 13 anos, tocando o Finale do Concerto para piano nº 1 de Tchaikovski com a Orquestra Sinfónica de Peo‑ria, e ficou em 6º lugar aos 9 anos no Concurso Inter‑nacional de Piano Stravinski. Estudou ópera na Uni‑versidade de Stanford (b.a. 2000), Universidade de Oxford em Inglaterra, Mozarteum em Salzburgo (Áustria) e Lake Placid Institute em Nova Iorque.

Antes de se mudar para Nova Iorque, Jen Shyu colaborou durante três anos com músicos Área da Baía de São Francisco, produzindo o seu álbum de estreia For Now (4am Music 2002). Desde 2001, tem viajado frequentemente para Taiwan para fazer pesquisas sobre a música folclórica e indígena de Taiwan, duas vezes a Cuba para estudar música e dança afro ‑cubana e para investigar a história dos cubanos chineses, e ao Brasil para estudar dança com Rosangela Silvestre e Vera Passos. Compôs e actuou recentemente com a actriz/artista performa‑tiva Soomi Kim na sua peça Lee/gendary, inspirada por Bruce Lee, no primeiro Festival de Teatro Nacio‑nal Asiático ‑Americano. Trabalhou também com o grande poeta Sekou Sundiata no seu 51st Dream State, e alimenta actualmente o seu projecto multi‑disciplinar de composição Jade Tongue.

Recebeu as seguintes distinções: MacDowell Fellow (2009), Encomenda Roulette Space/Jerome Foundation para “Artista Revelação”, dando origem à estreia mundial de Cry of a Nomad com o coreó‑grafo Satoshi Haga (2008), Asian Cultural Council

Fellow (2007) e Prémio de Composição “brio” 2006 pelo Bronx Council on the Arts.

MILES OkAzAkI guitarra

Filho de uma pintora e de um fotógrafo, Miles Oka‑zaki cresceu no Noroeste Pacífico, na pequena cida‑de de Port Townsend. Começou a experimentar a guitarra aos 6 anos e é ainda hoje um músico essen‑cialmente autodidacta. Enquanto adolescente, rece‑beu vários prémios relacionados com música e artes visuais. Fez os estudos formais na Universidade de Harvard, Manhattan School of Music e Juilliard School. Procurou campos de conhecimento varia‑dos, incluindo Artes Visuais, Literatura e Língua,

Matemática e Música.Tocou em digressão e gravações com uma gama

alargada de artistas, tais como Stanley Turrenti‑ne, Lenny Pickett, Samir Chatterjee, Jane Monheit, Jen Shyu, Dan Weiss, David Binney e outros. Mais recentemente, concentra ‑se principalmente na composição e no estudo de conceitos de impro‑visação. Em 2006 gravou o seu álbum de estreia, Mirror, um projecto financiado pelo sucesso como finalista no Thelonious Monk Jazz Competition. Este álbum, considerado “uma obra de colectivida‑de sustentada bem como de profunda complexida‑de” pelo New York Times, ganhou uma bolsa “New Works” da Chamber Music America com vista à produção de um segundo volume de composições – Generations (Sunnyside Records).

Okazaki toca guitarra actualmente em Steve Coleman and Five Elements, e trabalha em várias encomendas, incluindo uma nova obra para ensem‑ble para o programa French ‑American Jazz Exchan‑ge, música para guitarra clássica e uma nova colectâ‑nea de composições para o seu terceiro álbum.

DAVID VIrELLES piano

David Virelles nasceu em Cuba, em 1983. Filho de um cantor e compositor e de uma flautista clássica, começou os estudos de piano clássico aos sete anos. O acesso precoce à colecção de discos de jazz do seu avô fê ‑lo deixar ‑se seduzir pela música de Charlie Parker, Bud Powell, Thelonious Monk e Miles Davis. Mudou ‑se para o Canadá aos 16 anos, diplomou ‑se pelo Humber College, tocou com músicos de jazz notáveis e editou o seu primeiro álbum, Motion.

A sua música tornou ‑se uma mistura entre bebop e a música da Diáspora afro ‑cubana. Nesse senti‑do, há uma dimensão conceptual quase cubista na música de Virelles. O nível de consciência artísti‑ca que atingiu prende ‑se com a recusa em deixar ‑se guiar por estruturas e características de improvi‑sação “convencionais”. Os seus conceitos musicais são antes orgânicos. A música nasce de um impul‑so mais táctil do que premeditado, um pouco à maneira dos conceitos do movimento M ‑Base.

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