129352537 Arte Italiana
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Arte Italiana do MASPN a C a s a F i at d e C u lt u r a
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0 8 dE F E V E R E I Ro A 0 9 dE A BR I L dE 2 0 0 6
RuA JoR nA L Is tA dJA L m A dE A n dR A dE , 12 5 0 - noVA L I m A-mG
Arte Italiana do MASPN a C a s a F i at d e C u lt u r a
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Brasileira e Italiana, a Fiat encontrou no acervo do Museu de Arte de So Paulo Assis
Chateaubriand o contedo adequado para inaugurar as atividades da Casa Fiat de
Cultura, no mbito das celebraes dos 30 anos de presena Fiat no Brasil e em Minas
Gerais. O MASP, casa brasileira por excelncia, alm de detentor desta impressionante
mostra da arte da Itlia, teve sua histria marcada por dois talo-brasileiros notveis,
Pietro Maria Bardi e sua mulher Lina Bo Bardi.
Atrados pelo gnio irrequieto que foi Assis Chateaubriand, Pietro Maria e Lina moldaram
o que se tornaria o MASP de hoje, graas s doaes feitas por generosos patronos, dentre
os quais alguns ilustres mineiros. Desafiadoramente suspenso por sobre a Avenida
Paulista, o MASP um verdadeiro portal das artes, atravs do qual tem passado ao nosso
pas o melhor da criao artstica mundial, como tambm o melhor da arte brasileira
tem encontrado ali uma passagem idnea para o reconhecimento internacional.
Ao entregar ao pblico mineiro e brasileiro a Casa Fiat de Cultura, nossa empresa tem
confiana em que este lugar possa ser uma referncia das artes e da cidadania.
Pretendemos fazer deste espao um local dinmico, aberto ao novo, interativo, em per-
manente dilogo com a sociedade e com os jovens em especial.
Sejam bem-vindos.
Cledorvino Belini
Presidente da FIAT
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A parceria MASP FIAT, formalizada entre o principal museu brasileiro e uma impor-
tante empresa multinacional, certamente foi a mais significativa associao, efetivada em
2005, a favor do desenvolvimento e valorizao da cultura em nosso pas.
O Museu de Arte de So Paulo Assis Chateaubriand MASP um dos mais
importantes museus do mundo, reconhecimento esse constatado, nos ltimos dez anos,
pela participao de obras de sua coleo em 71 grandes Exposies realizadas nas prin-
cipais cidades do Exterior. Embora com quase 60 anos de profcua atuao no cenrio
das artes, o MASP no teve oportunidade de apresentar, em outras cidades brasileiras,
as obras mais importantes de seu acervo pois, somente em anos recentes, foram criados
espaos e condies adequados realizao de mostras, na conformidade dos padres
expositivos internacionais.
A criao da Casa FIAT de Cultura em Minas Gerais, proporcionada por uma impor-
tante empresa multinacional com atuao destacada na rea cultural em todo mundo,
certamente representar um ponto de referncia nesse Estado, cuja tradio e contribui-
o para o desenvolvimento cultural em nosso pas tm sido uma constante.
A escolha de um significativo segmento de obras de arte italiana da coleo do MASP,
efetuada por sua competente equipe tcnica, para inaugurar a Casa FIAT de Cultura na
grande Belo Horizonte, convalida o objetivo da parceria atravs da qual uma empresa
particular est proporcionando a uma comunidade no s a visualizao do mundo
alm de nossas fronteiras, como tambm a ampliao do conhecimento para o enrique-
cimento de sua populao.
A Direo do MASP se congratula com a Direo da FIAT e da APPA Associao Pr-
Cultura Palcio das Artes pela realizao dessa exposio e expressa, nesta oportunida-
de, seus agradecimentos aos componentes da equipe do MASP e a todos demais partici-
pantes do projeto, cuja dedicao e esforos possibilitaram a viabilizao da mostra.
Julio Neves
Presidente do MASP
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Breve histrico de mostras da coleo do MASP em outras cidades
Esta exposio de obras italianas do acervo do MASP representa um
acontecimento importante na histria recente do museu. A escolha de
obras da escola italiana, para inaugurar a Casa Fiat de Cultura, se reveste
de significado especial: a Fiat tem sua sede na cidade de Turim, na Itlia
e as obras italianas constituem o ncleo inicial do acervo do MASP.
O MASP foi fundado em outubro de 1947 por Assis Chateaubriand,
proprietrio dos Dirios Associados, rede de jornais, revistas e
televises que cobria todo o Brasil, com o auxlio de Pietro Maria
Bardi, jornalista italiano recm-chegado e com muita experincia no
setor de arte. Ambos se conheceram em 1946, no Rio de Janeiro e
Chateaubriand comentou com Bardi sua inteno de criar um grande
museu de arte, a exemplo dos que estavam se formando, ou j existiam,
nos Estados Unidos. A idia se concretizou em So Paulo, mais propcia
financeiramente e Bardi aceitou o convite para dirigir o museu.
A partir de sua fundao o MASP foi se afirmando e graas coleo,
adquirida num momento propcio do mercado de arte na Europa e
nos Estados Unidos basicamente at 1958, quando os recursos escas-
searam, tornou-se um smbolo, no s para So Paulo como tambm
para o pas inteiro.
Nestes 58 anos de existncia foram poucas as ocasies em que obras
da coleo foram apresentadas em conjunto em outras cidades brasi-
leiras. As exposies foram mais numerosas no exterior. Entre 1953
e 1957 houve uma tourne de obras do MASP por vrias cidades da
Europa, numa srie de apresentaes organizadas precisamente para
consolidar a coleo que foi vista em museus importantes como
o Muse de lOrangerie, em Paris e a Tate Gallery, em Londres. Em
janeiro de 1957 uma exposio da coleo do MASP foi organizada
no Palcio das Laranjeiras e outra na Associao Comercial, no Rio
de Janeiro, ento capital do Brasil. No mesmo ano as obras tambm
estiveram nos Estados Unidos, no Metropolitan Museum of Art, em
New York de maro a maio, e no Toledo Museum of Art de outubro
a novembro. No ano seguinte, em maro, houve novas apresentaes
na capital brasileira, desta vez no Ministrio das Relaes Exteriores e
depois no Museu Nacional de Belas Artes.
Em 1973 a qualidade do acervo do museu ganhou reconhecimen-
to tambm no Oriente e tiveram incio as exposies do acervo do
MASP em museus e instituies japonesas. No retorno, em novem-
bro de 1973, as obras foram apresentadas no Palcio do Itamaraty
em Braslia, podendo-se dizer que foi a ltima grande exposio de
pinturas do MASP em cidades brasileiras. O acervo do MASP foi
novamente apresentado no Japo nos anos de 1978, 1982, 1990 e 1995.
O MASP uma das quatro instituies do mundo que possuem
uma coleo completa das esculturas em bronze de Edgar Degas. O
conjunto de 73 esculturas foi muitas vezes emprestado para museus
estrangeiros: da Venezuela e Colmbia aos Estados Unidos, Mxico,
vrios museus da Europa e do Japo nos ltimos 20 anos. Aqui no
Brasil em 1981 elas foram apresentadas no Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro e o evento ficou registrado numa belssima crnica
do poeta Carlos Drummond de Andrade. Em julho de 1992 onze des-
ses bronzes, representando bailarinas, foram emprestados ao Museu
de Arte de Joinville, em Santa Catarina para uma exposio paralela
ao Festival de Dana que se realiza naquela cidade no ms de julho.
Entre 1987 e 1988 novas exposies de pinturas do MASP ocorreram
na Itlia, Sua e Alemanha e na dcada seguinte foi a vez da Amrica
Latina. Em 1992 obras da escola francesa e paisagens brasileiras
foram vistas no Museo Nacional de Bellas Artes de Santiago do Chile
e em 1994 enviamos obras para a Biblioteca Lus Angel Arango, em
Bogot, capital da Colmbia. Em 2001 vinte pinturas brasileiras
estiveram no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, num
projeto conjunto com o MASP.
Se fizermos uma comparao entre o nmero de exposies do MASP
em outros pases e as realizadas dentro do Brasil, considerando que
a ltima foi a de Braslia em 1973, fica evidente a importncia desta
mostra que ora se apresenta em Minas Gerais.
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A misso de uma instituio como o MASP pressupe a divulga-
o de seu acervo e, de preferncia, sua apresentao para o maior
nmero possvel de pessoas, inclusive em exposies itinerantes.
Esta prtica freqente se pensarmos nos emprstimos das obras da
coleo para exposies que se realizam no exterior. Dentro do Brasil
temos dificuldades em concretizar projetos desta natureza. Alm das
grandes distncias entre nossas cidades, dos poucos recursos dispo-
nveis e do nmero reduzido de instituies que ofeream as carac-
tersticas museolgicas adequadas para a conservao das obras, h
a prpria avaliao que precisa ser feita nas mesmas para verificar as
condies em que se encontram quando os obstculos so superados.
Esta exposio de obras italianas do acervo do MASP, foi estimulante
para todos os que dela participaram.
Por razes do interesse da Fiat de serem obras oriundas da Itlia, e
sendo estas justamente as pinturas mais antigas da coleo, foi feita a
seleo e foi importante a colaborao de Karen Barbosa, conservadora
e restauradora de pinturas do MASP, para definir quais peas poderiam
participar da exposio. Algumas das escolhidas inicialmente, devido
fragilidade e a razes de conservao, no podem sair do MASP.
A escolha, pensada inicialmente como uma apresentao das pinturas
at o final do sculo XVIII, foi sendo ampliada na medida em que
surgiu a possibilidade de mostrar ao pblico outras obras do acervo
oriundas da Itlia, como as peas arqueolgicas originrias da Magna
Grcia, atual Siclia, da Etrria e da Roma antiga. Tambm no se
poderia deixar de lado as mailicas, excepcional conjunto de objetos
de cermica, adquirido em Londres na poca da formao do MASP,
que compunham a coleo Imbert. A partir da foi natural incluir na
mostra tambm os livros antigos, que compem o acervo de livros
raros da biblioteca do museu.
As pinturas e a escultura aqui apresentadas constituem um ncleo
importante da coleo do MASP. Selecionamos obras ligadas aos
temas religioso, onde se destaca a belssima madona, que amamenta
o menino ao lado de So Joo Batista, obra de Giampietrino, segui-
dor de Leonardo; do retrato, com o majestoso Ticiano, que mostra
o arcebispo Madruzzo pintado em 1552; das cenas bblicas como a
adorao dos pastores e o grande Santo Ubaldo, alm da escultura em
mrmore, representando o Padre Eterno, das pinturas ligadas mito-
logia e de uma paisagem. Os catlogos escritos por Pietro Maria Bardi
e por Ettore Camesasca serviram de fonte para o ltimo catlogo do
museu, de 1998, quando as obras foram amplamente estudadas pelos
professores Luiz Marques e Luciano Migliaccio, da Unicamp e da
USP. Esses textos foram valiosos para os resumos sobre cada uma das
peas onde tivemos a colaborao de Renato Brolezzi.
As peas arqueolgicas, provenientes da doao feita por Lina e
Pietro Maria Bardi, foram, h algum tempo, objeto de estudos de
especialistas da USP, chefiados pela professora Haiganuch Sarian. As
informaes reproduzidas neste catlogo baseiam-se nessas pesquisas
que devero a tempo ser publicadas. A escolha dos livros presentes na
exposio, feita entre as esplndidas raridades que o MASP conserva
na Biblioteca e no Centro de Documentao foi realizada com Ivani
Di Grazia Costa, coordenadora do setor que redigiu os textos. Com
preciosidades como uma edio de Giorgio Vasari de 1588 e outra de
Leon Battista Alberti, de 1565, os volumes versam sobre Roma antiga,
os tratados de arquitetura, as vidas dos artistas e as artes em geral.
A presena quase indita de dezesseis mailicas - poucas, se conside-
rarmos que o MASP possui mais de duzentas peas, oferece uma idia
da qualidade da produo de cermicas em vrias regies da Itlia
nos sculos XV e XVI. A seleo foi feita em conjunto com Cristina
Lara Corra Macedo de Carvalho, que est estudando a coleo de
mailicas e redigiu os textos explicativos das mesmas.
A cronologia do MASP foi organizada por Ivani Di Grazia Costa,
Stella Mendes e Brbara Blanco Bernardes para dar ao pblico uma
viso histrica sobre o museu. A montagem da exposio foi definida
juntamente com Vasco Caldeira e a programao das atividades edu-
cativas deve-se a Paulo Portella Filho. Tivemos ainda a colaborao de
Luiz Hossaka, que realizou as fotografias para o catlogo e tambm
de Eunice Sophia, coordenadora do acervo do MASP.
Esta exposio no teria sido possvel sem o empenho pessoal de Jos
Eduardo de Lima Pereira, diretor da Fiat e importante mencionar
o apoio recebido da Expomus, na pessoa de Maria Ignez Mantovani
Franco, sua diretora e de sua equipe, sobretudo Alessandra Rosso,
Ana Maria B. de Lima e Ana Helena Lefvre.
Eugnia Gorini Esmeraldo
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Lekans com TampaCermica, altura 22 cm (com a tampa), dimetro mximo 21,6 cmLekno em grego significa bacia; neste caso a bacia vem provida de uma tampa, com decorao nas cores vermelho, negro, ama-relo e branco, representando uma mulher e uma figura de Eros. Sua data aproximada de 330-320 a. C., proveniente de Aplia, Magna Grcia.
Peas Arqueolgicas
Este conjunto de arqueologia italiana faz
parte da coleo de antiguidades doadas
por Lina e Pietro Maria Bardi em 1976. So
oriundas de vrias regies italianas, desde
a Magna Grcia, ou seja, a Siclia e o sul da
pennsula itlica, Etrria, mais ao centro,
e outros locais. Alm do belo exemplar de
lekans com tampa, h outras peas de uso
cotidiano e utilitrias como a fivela de arreio,
a jarra, a panela e uma garrafa de vidro.
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PanelaBronze, 24 cm Exemplo de pea de uso cotidiano, digno de nota o detalhe dos crculos concntricos que apresenta no fundo. Datada provavel-mente do Sculo I.
TorneiraBronze, 14 cm A pea apresenta uma certa engenhosidade e mostra o conhecimento hidrulico dos habitantes de Pompia, onde foi encontrada.
Fivela de Arreio Bronze, altura 4,4 cm, comprimento 9,11 cm interessante notar nesta pea da cultura pr-romana as duas figuras estilizadas de pssaros que aparecem nas laterais. Data de aproximadamente 700 a 650 a.C.
EncoaBronze, altura 22 cm, dimetro da base 9,9 cmEncoa o jarro com a curva da asa mais alta do que a boca, utilizado para retirar vinho de um recipiente maior. Este exemplar, originrio da Etrria e datado do sculo VI a V a. C., decorado com a figura de uma esfinge e de um busto feminino.
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Clice tipo BuccheroCermica negra, alt.16,2 cm, dimetro da boca 15,75 cm, dimetro do p 16,56 cmA data provvel desta pea seria o ltimo quartel do sc. VII ou incio do sculo VI a. C., sendo proveniente de Vetulnia, na Etrria.
GarrafaVidro, 19 cmRara pea de vidro, de belo formato e tona-lidade leitosa, oriunda de Pompia segundo os registros do museu.
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Pinturas
As pinturas italianas constituem um ncleo
importante da coleo do MASP e muitas
delas esto no museu desde sua fundao,
em outubro de 1947. Abordando assuntos
variados como o retrato, com o majestoso
Ticiano, que mostra o arcebispo Madruzzo
pintado em 1552, h predominncia do tema
religioso onde se destaca a belssima madona
de Giampietrino, das cenas bblicas, como a
adorao dos pastores. Tambm as obras de
cunho moral, ou ligadas mitologia, esto
presentes, junto com uma paisagem. A escul-
tura em mrmore de Girolamo Santacroce
remete tradio peninsular desta produo.
1918
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GIAMPIETRINO (Gian Pietro Rizzi, chamado)(Lombardia, documentado de 1497/1500 a 1540)Como muitos artistas da regio da Lombardia, Giampietrino foi muito influenciado pelas estadas de Leonardo da Vinci em Milo. O prprio Leonardo o mencionaria entre seus discpulos como Gian Pietro no manuscrito Codice Atlantico. Outro autor, Lomazzo, o cita como Pietro Rizzo Milanese, em 1584. No se conhece muito sobre sua vida. Suas obras esto dispersas em museus e igrejas lombardas. Conhecem-se tambm produ-es de sua autoria no museu do Louvre e na Royal Academy de Londres.
A Virgem amamentando o menino e So Joo Batista criana em adoraoleo s/ tela, 86 X 88 cmO tema de Maria amamentando o menino muito antigo na histria da arte. Baseia-se no evangelho de So Lucas e foi reafirmado por Santo Agostinho. A composio das figuras onde o artista utiliza cores intensas e luminosas, sobretudo nos trajes, faz con-traste com o fundo escuro e so evidentes as influncias de Leonardo nesta obra de seu seguidor: o uso do sfumato, a paisagem entrevista ao fundo no ngulo esquerdo que mostra montanhas e uma certa viso fantstica alm do cacheado dos cabelos da Virgem e dos meninos. Note-se a construo em perspectiva do piso ladrilhado, a janela mostrando a paisagem e a cortina formando uma diagonal com So Joo, tpicas da tradi-o do Quatrocentos. As aluses freqentes nas composies religiosas sobre a vida de Cristo tambm esto presentes nesta obra nas folhas de parreira que decoram a coluna, lembrando a Eucaristia, enquanto que a cruz, suavemente sustentada por Joo Batista, remete ao sacrifcio. A obra datada entre 1500 e 1520. E.G.E.
PIETRO PERUGINO e ateli (Pietro Vanucci, chamado)(Citt della Pieve, Perugia, 1447-1449 Fontignano, Perugia, 1523)A maioria das notcias biogrficas de Perugino, mesmo a de Giorgio Vasari, o primeiro autor a elencar as vidas dos artistas, faz referncia s suas origens extremamente humildes, condio que ele iria superar com seu afinco e dedicao no trabalho. J trabalhando em Perugia quando tinha 20 anos, o artista ser notado anos depois em Florena e outras cidades italianas, porm ser sempre nas duas primeiras que manter oficinas. So importantes as obras que realizou para a baslica de So Pedro, no Vaticano, inclu-sive nas laterais da Capela Sistina, traba-lho que executou com outros pintores de sua poca como Botticelli e Ghirlandaio.Em seus atelis muitos jovens artistas iam praticar como aprendizes, tendo sido Rafael o mais importante dentre eles.
So Sebastio na colunaleo s/ tela, 181 x 115 cmA representao de So Sebastio como um jovem atado coluna, com o corpo crivado de setas, freqente na histria da arte e remonta ao episdio em que o santo, ento capito e com um alto posto nas hostes romanas, foi torturado por ordem do imperador romano Diocleciano, quando suas aes em favor da difuso do cristia-nismo foram descobertas. Corria o ano 303 e seu castigo foi ficar amarrado, merc das flechadas desfechadas por arqueiros do exrcito. Segundo a tradio seus ferimentos teriam sido tratados por uma piedosa mulher chamada Irene, que o curou. A construo forte da anatomia do jovem feita de modo a despertar solidez e a expresso serena do olhar para o alto, onde o maxilar se evidencia com calma, poderia significar a reminiscncia do sacrifcio maior experimentado por Cristo, fato que justificaria as duas colunas laterais a sustentar o templo, porm mostrando ao longe a placidez da paisagem numa espcie de redeno. O Museu do Louvre, em Paris, possui um outro So Sebastio tambm de autoria de Perugino, de dimenses menores, realizado, segundo os especialistas, sete anos antes da obra do MASP. Ainda segundo os historiadores, neste quadro o artista teria tido o auxlio de seus assistentes nos deta-lhes arquitetnicos. E.G.E.
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TIZIANO VECELLIO(Pieve di Cadore Belluno 1488/1490 - Veneza, 1578)Ainda menino, aos 9 anos, Tiziano muda-se com o irmo mais velho para Veneza e fre-qenta as oficinas dos artistas mais renomados da poca, como os irmos Gentile e Giovanni Bellini e Giorgione. O artista vai desenvolvendo sua tcnica, adotando os novos preceitos criados por seus mestres de utilizar apenas as tintas, sem usar o recurso de desenhar os modelos no papel. Com a morte de Giorgione e depois dos Bellini, Tiziano torna-se por muitos anos a figura central da pintura veneziana. Abordando temas religiosos, profanos, alegorias, episdios e personagens histricos e, sobretudo, retratos, a pintura deste grande artista se notabiliza pela forte presena das cores e o uso da luz, num espao muitas vezes sem maiores definies. Ao longo dos anos o artista prossegue em suas pesquisas e imprime sempre mais personalidade s suas produes, privilegiando as pinceladas, a essncia e a expresso, que emergem de seus retratados. Sua fama levou-o a trabalhar em v-rias cidades. Papas, imperadores, nomes ilustres da nobreza e das elites europias da poca foram por ele retratados.
Retrato do Cardeal Cristoforo Madruzzoleo s/tela, 210 x 109 cmO retratado Cristoforo Madruzzo (1512-1578) Prncipe-Bispo da cidade de Trento, no norte da Itlia. Ali se realizou o clebre Conclio de Trento, entre 1545 e 1563, reunio da igreja catlica que iria imprimir novos rumos e medidas aos fiis. A obra foi realizada em 1552, ou seja, durante o prprio Conclio. Madruzzo, vindo de uma famlia aristocrtica e sendo o filho mais jovem, destina-se carreira eclesistica, de acordo com a tradio. Assim ele estuda Direito em Pdua, onde recebe as ordens menores, e Jurisprudncia em Bolonha. A partir da galga todos os postos da carreira reli-giosa at atingir o cardinalato. Tiziano apresenta-o de p ocupando toda a lateral direita do quadro, numa posio de forte presena pelo olhar direto e convincente que nos observa. A composio majestosa de tonalidades negras e o fundo gren da cortina ao fundo evidenciam o rosto e as mos do religioso, merecendo destaque a linha diagonal representada pelo brao esquerdo, que entreabre a cortina onde aparece o relgio e uma carta. O re-lgio pode ser uma alegoria inexorvel passagem do tempo e efemeridade da glria nesta terra, sendo necessria tambm a temperana, tema recorrente na pintura da regio veneziana. E.G.E.
PARIS BORDON(Treviso, 1500 Veneza, 1571)Aps perder o pai transfere-se para Veneza em 1508. Demonstra aptido para os estudos e, a partir de 1516, entra para o estdio de Tiziano, onde logo seu talento para a profisso percebido, tendo inclusive, segundo comentou Giorgio Vasari, despertado os cimes do mestre, que chegou a criar dificuldades em sua carreira. Suas obras mostram a influncia deste mestre como tambm de Giorgione e de Giovanni Bellini. Fez decoraes de fachadas de residncias e retratos muito apreciados. Trabalhou em Milo e tam-bm realizou vrias viagens para atender encomendas que recebeu na Frana e na Espanha. No final da vida retornou a Veneza, onde continuou sua carreira sempre cercado de prestgio.
Retrato de Alvise Contarini (?)leo s/ tela, 94 X 70 cmA partir do sculo XV a arte do retrato se difundiu em toda a Europa. No apenas os prncipes, religiosos e nobres mas tambm membros de outros grupos sociais ligados s mais variadas profisses aristocratas, banqueiros, artesos e grandes comercian-tes posaram para os artistas de sua poca, eternizando suas fisionomias para a poste-ridade. O MASP tem uma srie de retratos importantes em sua coleo, como este de autoria de Paris Bordon. As vestes, o anel e a presena do relgio indicam tratar-se de um homem de posses. Ao fundo um vestgio de arquitetura levemente iluminado d vivaci-dade composio. A obra provm segundo estudiosos do palcio Contarini, em Veneza, sendo provvel que se trate de Alvise Contarini, como indicou Eleonora Fatigati em carta ao MASP de 1994. Ela compara este retrato com o busto de Contarini em mrmo-re e tambm com uma pintura de Tiziano, em que ele seria retratado junto com o tio, Tommaso Contarini. O relgio, presente tanto nesta obra como na pintura de Tiziano, serviria no s como elemento decorativo na composio, mas tambm uma meno efemeridade do tempo. E.G.E.
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JACOPO TINTORETTO (Jacopo Robusti, chamado)(Veneza, 1518 1594)Seu pai, Giovanni Battista Robusti, era tinctore, ou seja, trabalhava com tingi-mento de seda, e devido a isso chamado Tintoretto. Sua formao artstica, segun-do vrias fontes, teria se dado a partir de contatos com o ateli de Ticiano, guardando ainda estreitos vnculos com as poticas de Bonifazio dePitati e de Pordenone, alm de Michelangelo (no de maneira direta, mas atravs do estudo dos seus desenhos e de seu dinamismo formal). Pintor essencial para a compreenso da cultura figurativa veneziana do sculo XVI, Tintoretto soube aliar os de-senvolvimentos cromticos do maneirismo percepo cenogrfica de suas composi-es. Seus trabalhos para a Scuola Grande di San Marco e para a Igreja de San Giorgio Maggiore, ambas em Veneza, expressam no apenas a maturidade da tradio veneziana, como tambm apontam para os futuros desenvolvimentos do barroco.
Lamentao sobre o Cristo Morto (ou Piet)leo s/ tela, 95 x 140 cmA obra relaciona-se ao mesmo tema pintado por Tintoretto para a decorao de uma luneta, obra conservada hoje na Pinacoteca Brera de Milo, e pode ser datada entre 1560 e 1565. A cena representa o momento do pesar diante do Cristo deposto da cruz, j morto uma ico-nografia gerada somente a partir do sculo XII. Amparando o corpo de Jesus esto a Madona e So Joo Evangelista, o discpulo mais jovem do Mestre. Aos ps do corpo, Maria Madalena estende seus braos, em um gesto teatral de acolhimento, expandindo-se no espao, e com isso se contrapondo ao outro grupo, fechado e concentrado no lamento. A paisagem crepus-cular integra-se ao clima narrativo, evocando a morte e a melancolia serena do final do dia, ao mesmo tempo em que nos d um belo exem-plo das harmonias cromticas de Tintoretto, em estreito dilogo com as graduaes da luz. R.B.
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JACOPO TINTORETTO (Jacopo Robusti, chamado)(Veneza, 1518 1594)
Ecce Homo ou Pilatos apresenta Cristo Multidoleo s/ tela, 109 x 136 cm A fonte para a cena encontra-se nos Evangelhos de Mateus, Lucas e sobretudo em Joo (19, 4). Aps ser flagelado e humilhado, Jesus recebe uma coroa de espinhos representada por Tintoretto em destaque, graas aurola luminosa que emana da cabea do salvador e entregue a Pilatos, governador romano da Judia, que o apresenta ao povo dizendo Eis o Homem (Ecce Homo). A multido enfurecida pede para crucific-lo, apesar das tentativas de Pilatos para convenc-la do contrrio. Tintoretto faz o pblico se calar: no h turbulncia entre as pessoas, que assistem cena com admirao. No alto da escadaria, o corpo nu de Jesus ensaia um movimento, serpenteando no espao, como nas formas de Michelangelo. Note-se a alta qualidade das cores, que sugerem texturas variadas aos tecidos, como o amarelo do manto do personagem direita. O teatro o grande modelo para a representao de Tintoretto, mantendo assim uma forte relao com os efeitos dramticos, que o episdio narrado pode gerar nos observado-res. A presena do co, exatamente na metade da escada, citao tpica da pintura veneziana, alivia a tenso da cena e preenche o vazio daquele espao como uma mancha negra circunscrita pelos bran-cos e cinzas. Obra de juventude do artista pode ser situada entre 1546 e 1547. R.B.
PINTOR DA EMLIA(Ativo no terceiro quarto do sculo XVI)
Sagrada Famlia com So Joo Batista crianaleo s/tela, 100 x 80 cmNo h informaes sobre o autor desta obra. Inicialmente era sugerido o nome de Francesco Torbido, tambm chamado O Mouro, ativo na regio de Veneza. No ltimo catlogo do museu, no entanto, esta atribuio foi retirada por Luiz Marques, historiador de arte responsvel pela redao do mesmo. Segundo ele a pintura seria de um artista da regio da Emlia, na Itlia, contempo-rneo de Orazio Samacchini, que viveu em Bolonha entre 1532 e 1577. interessante notar o dilogo de olhares entre a Virgem e So Jos e o gesto de cumplicidade do Menino ao abenoar So Joo, que o espreita com curiosidade infantil. E.G.E.
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JACOPO PALMA, Il Giovane (Jacopo Negretti, chamado)(Veneza, 1548 1628)Sobrinho-neto de outro conhecido pintor veneziano chamado Palma il Vecchio (o Velho), Jacopo Negretti passou a ser conhecido como Il Giovane, ou seja, o Jovem. Ele comeou sua carreira em Urbino, fazendo cpias de obras de Rafael e Tiziano por encomenda de Guidobaldo Della Rovere. Este o envia a Pesaro e depois a Roma. Ele manteria durante toda sua carreira uma relao estreita com esta famlia, como o atesta a prpria obra que hoje pertence ao MASP. Grande admirador de Tiziano e de Tintoretto, o artista teve uma profcua produo, principalmente em Veneza, durante sua longa carreira.
Apario da Virgem com o Menino a Santo Ubaldo, Bispo de Gubbio que indica ao fundo a cidade de Pesaro leo s/ tela, 352 x 210 cmSanto Ubaldo nasceu em Gubbio por volta de 1080-1085 e foi canonizado em 1192. Seu nome de famlia era Ubaldo Ballassini e foi nas colinas situadas nas redondezas de sua cidade natal que ele se recolheu como eremita, antes de ser sagrado bispo. Com esprito pacificador conseguiu resolver vrias contendas polticas entre seus fiis em mo-mentos de crise. Nesta composio que foi identificada como sendo do altar de Santo Ubaldo, na igreja a ele dedicada em Pesaro, na Itlia, o santo idealmente colocado num terrao tendo por detrs uma balaustrada onde aquela cidade aparece ao fundo. Sobre ele paira a virgem com o menino rodeada de anjos numa guirlanda festiva. No canto direi-to um pergaminho traz a inscrio Iacobus Palma / palman de robore / sumpsit / 1620, que significa: a palma provm a Iacopo Palma dos Rovere, numa aluso honra recebida pelo pintor por ter sido escolhido para executar esta pintura encomendada pela famlia Della Rovere, ao invs de outro artista que tambm havia sido considerado para o trabalho. A igreja onde se localizava a pintura fora justamente construda por ordem dessa poderosa famlia, para festejar o nascimento de um de seus descendentes, Federico Ubaldo Della Rovere. E.G.E.
JACOPO DA PONTE BASSANO e ateli(Francesco, Il Giovane e Gerolamo Bassano?)(Bassano del Grappa, 1510/1515 1592) Jacopo da Ponte oriundo de uma famlia de pintores de Bassano, na regio do Vneto, e o nome da Ponte decorre do fato de habitarem nas vizinhanas da Ponte Vecchio, sobre o canal Brenta, que atravessa aquela cidade. Pintor de origem provinciana portanto, transferir seu ateli para Veneza em 1580, instituindo uma tradio particular que ser seguida pelos seus filhos, sobretudo por Francesco e Leandro Bassano.
Adorao dos Pastoresleo s/ tela, 134 x 188 cm Pintado provavelmente entre 1580 e 1590, o quadro filia-se representao de cenas noturnas, nas quais os contrastes entre luz e escurido substituem, quase inteiramen-te, a paisagem ao fundo como elementos integradores da narrativa. A estratgia do pintor fazer a luz emanar do Menino Jesus e da Madona, percorrendo em seguida uma diagonal at a manga da camisa do pastor que se encontra em p, no centro da tela.Tambm a concentrao dramtica parte do Menino: toda a ateno dos personagens volta-se para a sua adorao. As estratgias de Bassano demonstram a emergncia de sensibilidades que conduziro, logo em seguida, grande sntese plstica operada por Caravaggio, pintor tambm do norte da Itlia, mas da Lombardia, que chegar a Roma no final do sculo XVI. R.B.
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CIRO FERRI (Roma, 1634 1689) Discpulo de Pietro da Cortona, im-portante pintor e arquiteto do barroco tardio romano, Ciro Ferri admitido na Accademia di San Lucca em 1657. Juntamente com Cortona, Ferri participa das importantes decoraes barrocas para os Palcios Pamphili, Quirinal e Pitti, alm de trabalhos paras as igrejas romanas, em especial o ciclo narrativo para a cpula da igreja de Santa Maria in Vallicella. Em 1665, Ferri executar em Brgamo, na igreja de Santa Maria Maggiore, em seu teto, talvez o momento maior de sua obra. De volta a Roma, sua carreira se voltar para a arquitetura e para a escultura.
Moiss e as Filhas de Jetroleo s/ tela, 123 x 169 cm Moiss, ainda jovem, refugiado entre os Kenitas depois de haver matado um egpcio, salva de pastores impetuosos as filhas do sacerdote Jetro, que levavam suas ovelhas para a fonte. Extrado do xodo (3,1), o tema aqui representado por Ciro Ferri entre 1660 e 1689, de acordo com a tradio das paisagens buclicas, apropriadas como cenrios para a ao humana em estado de tenso dramtica. A tela divide-se em dois momentos: o sereno universo das mulheres, que, apesar da ameaa, pouco se abalam e a violenta luta entre Moiss e os pastores, potencializada pelos corpos robustos e pelo jogo espacial das lanas, com suas diagonais e horizontais ameaadoras. As variaes tonais dos azuis e vermelhos demonstram a grande habilidade de Ferri em compor passagens cromticas, que evocam diferen-tes estados de esprito e diversas sensaes de texturas matricas. O poo, momento circular da composio, tambm estabelece com as ortogonais angulares das lanas um equilbrio gerado a partir dos contrastes. R.B.
GUIDO RENI (Ateli de Bolonha, 1575 1642) Guido Reni estuda pintura de 1584 a 1593 no ateli do pintor flamengo Denis Calvaert, instalado em Bolonha. Entre seus colegas estavam Albani e Domenichino. Em 1595 adere Accademia Del Naturale (que seria rebatizada com o nome de Accademia degli Incamminati), aberta em 1582 pelos Carracci, pintores extremamente importantes para a pintura bolonhesa e que, no final do sculo XVI, se instalaro em Roma. Anniballe Carracci ser o mais consagrado membro da famlia e com ele Guido Reni manter estreito contato, solidificando o seu estilo. Ativo em Roma, entre 1600 e 1614, Reni voltar para sua ci-dade natal aps esse perodo e se afirmar como uma das matrizes para a compreen-so do classicismo do sculo XVII.
Suicdio de Lucrcialeo s/ tela, 113 x 91 cm Datada entre 1625 e 1640, a imagem esta-belece relaes viscerais com a fonte literria de Tito Lvio, em sua Histria Romana, livro I, captulos LVII LX. Trata-se da narrativa de Lucrcia, filha de um importante cnsul romano do perodo monrquico e esposa do tambm cnsul Lcio Tarqunio Colatino. A beleza da jovem atrai irresistivelmente o filho do rei Tarqunio, o Soberbo, chamado Sexto Tarqunio, que, se aproveitando de ter sido hospedado na casa do cnsul Colatino, a violenta sexualmente e a humilha. O criminoso ameaa Lucrcia, caso ela conte a algum o que ocorrera. No suportando a perda de sua honra, Lucrcia se suicida an-tes, porm, conta tudo ao pai e ao esposo, exigindo deles um juramento de vingana. Em 509 a.C. a reparao ocorre: como pretexto, a violao de Lucrcia desencadeia o movimento que derrubar a monarquia e proclamar a Repblica em Roma.O tema, de carter moralizante e estico o sacrifcio da prpria vida melhor que suportar a vergonha da desonra tratado aqui com absoluta conteno de meios: nfase na jovem que eleva seu olhar para as alturas do esprito, sem maiores detalhes, com pouco sangue (apenas algumas gotas). O punhal, emblema de seu sacrifcio, o nico objeto necessrio e os amarelos, azuis e vermelhos equilibram-se sem alardes. R.B.
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ALESSANDRO MAGNASCO(Gnova, 1667 1749)Tambm conhecido como Lissandrino, era filho de um pintor, Stefano Magnasco. Perde o pai ainda criana. Forma-se sob a influncia das escolas da Lombardia, de Veneza e de sua prpria regio, Gnova, as quais, a partir do sculo XVII, estavam cada vez mais interligadas. Foi muito conhecido pelas paisagens que produziu. Empregava contrastes dramticos de luz e sombra, caracterizados por pinceladas r-pidas e esgaradas, que imprimem leveza e movimento s composies.
Paisagem com pastoresleo s/tela, 11 x 146 cmEsta paisagem fantstica mostra um jogo de sombras em que a presena forte da rvore em diagonal transmite dramaticidade ao espao que se descortina, em contraste com as figuras humanas que so inseridas em colquios especficos em primeiro plano: no centro um homem brinca com uma criana e um co, tendo ao lado um cesto, um homem mais direita observa a cena e duas mulheres ao fundo parecem conversar. H realmente uma separao entre esta cena prosaica das pequenas criaturas e a imensa paisagem vegetal dominando o espao limitado ao longe por montanhas e o amplo firmamento. O movimento vertiginoso das pinceladas empresta fantasia e vigor natu-reza dominante. E.G.E.
PINTOR VENEZIANO(Meados do sculo XVII)
Adorao dos Pastores ? (Estudo)leo s/ tela, 96 x 75, 5 cmH poucas referncias no arquivo do MASP a respeito desta obra, que poderia ser um fragmento de uma pintura maior, ou ainda um estudo. A posio da figura permite pensar numa Adorao dos Pastores, da o ttulo sugerido. A indicao de ser oriunda de Veneza de Luiz Marques, autor do mais recente catlogo do MASP, que tambm anota a influncia de Luca Giordano e de Giambattista Langetti sobre autores daquela cidade, o que se evidencia na construo macia da anatomia do torso. E.G.E.
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MICHELE ROCCA(Parma, 1666 Veneza, 1752)A biografia de Michele Rocca pouco conhecida. Sabemos que a partir de 1719 ingressa na Accademia di San Lucca, de Roma, e a presena de muitas de suas obras na Alemanha setentrional e na Estnia atestam sua passagem entre as cortes principescas dessas regies. Prximo ao desenvolvimento potico de pintores venezianos do sculo XVIII como Pellegrini, Balestra e Amigoni, Rocca especializa-se em quadros de pe-queno formato, representando episdios mitolgicos, muito atraentes ao gosto aristocrtico.
A Toalete de Vnusleo s/ tela, 47 x 63 cm Um pequeno bosque o cenrio para que Vnus, assistida pelas suas ninfas acompa-nhantes, faa sua toalete, tendo Cupido ao seu lado. Deusa do amor, em suas vrias significaes (desde o amor espiritual at o amor terreno e sensual), Vnus representa-da banhada de luz e seu corpo serpenteia no espao, como uma lembrana da elegncia maneirista. A paisagem deve muito aos efeitos luminosos: reas de luz e sombra, alternadas entre si, geram a sensao de plenitude e conferem a profundidade ao espao encerrado pela montanha ao fundo, evocao do Parnaso. Rocca utiliza as cores primrias (vermelho, azul e amarelo) e explora cuidadosamente as nuanas e os entrecruzamentos delas, evocando as lies de Nicolas Poussin, aqui transcritas em uma linguagem preciosa de um cuidadoso ourives da imagem. A datao da tela, entre 1710 e 1720, foi sugerida a partir da comparao dela com outras obras de Michele Rocca, com as quais mantm afinidades.
O Julgamento de Prisleo s/ tela, 47 x 63 cm O quadro estabelece um pendant com a Toalete de Vnus, ou seja, ambos foram concebidos para dialogarem entre si, repre-sentando dois momentos poticos comple-mentares de uma mesma narrativa. Diante de uma disputa instituda pela Discrdia, caberia a Pris, pastor humano, porm herdeiro do trono de Tria (embora ele ainda no o soubesse), fazer o seu julgamento: um pomo de ouro seria concedido mais bela entre trs deusas. Juno (esposa de Zeus e deusa do poder), Minerva (deusa da sabedo-ria) e Vnus (senhora da beleza) aguardam o veredicto do jovem, que de acordo com o bom senso escolhe Vnus baseando-se nos atributos divinos da vencedora. Voando sobre a cabea da escolhida, Cupido festeja a vitria. O julgamento atrair a ira de Juno, que amaldioar Pris e toda a sua etnia (os troianos). Como na Toalete de Vnus, a pai-sagem dialoga fortemente com as oposies entre luz e sombra. Uma grande diagonal separa o mundo humano (onde localiza-se Pris) do mundo das deusas, marcando suas diferenas irredutveis. R.B.
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GIOVANNI BATISTA PITTONI (Veneza, 1687 1767)Junto com os pintores Giambattista Tiepolo e Piazzetta considerado um dos maiores representantes da pintura rococ em Veneza. Conhecido e admirado pelos amplos e bonitos drapejados, composio hbil e elaborada, foi sempre respeitado como um pintor diligente e talentoso. Pittoni mostra uma sofisticao expressi-va, com solues de luzes leves e suaves e um cromatismo rico e variado. Trabalhou em vrias cidades italianas como Verona, Pdua, Milo e Brgamo e para as cortes da Polnia, Saxnia, Bomia e Espanha, executando sobretudo obras de temas moralizantes ou mitolgicos.
Dioniso e Ariadneleo s/tela, 73 x 53 cm Alm das duas verses do quadro do MASP na Staatsgalerie de Stuttgart e na Pinacoteca de Brera em Milo, h uma outra intitulada Baco e Ariadne na coleo do Castelo, em Praga. A cena narra o episdio em que o deus Dioniso entrega sua amada, Ariadne, uma coroa de estrelas de ouro, que simboli-zaria a Constelao de Ariadne. Conta a mi-tologia que ela, filha de Minos, rei de Creta, se apaixona por Teseu e lhe sugere o estrata-gema para fugir do labirinto, onde fora preso por ter matado o Minotauro. Temendo a clera do pai, Ariadne foge com Teseu, que a abandona na ilha de Naxos, depois que ela adormece. nesse momento que Dioniso a encontra, se apaixona e a toma como espo-sa, levando-a para o Olimpo, morada dos deuses. A composio movimentada com figuras construdas de modo agitado e tea-tral, permitindo uma leitura vibrante. Todas as figuras contribuem para dar movimento ao espao, coroado por uma ampla cortina escura, que pende da rvore sustentada por dois cupidos; um deles traz uma tocha acesa numa aluso paixo do casal. digno de nota o conjunto de nforas e peas de metal embaixo esquerda. E.G.E.
POMPEO BATONI ?(Lucca, 1708 1787)Filho de um ourives em Lucca. Inicialmente aprendeu desenho para seguir a carreira paterna. Em 1727 decide partir para Roma a fim de estudar dese-nho e pintura. Ali ele copia os escultores antigos e os grandes mestres como Rafael e Annibale Carracci, no Vaticano. Seu grande interesse pela obras destes artistas resultou num estilo classicizante que se popularizou e, de certa forma, ele prenun-ciou o Neoclassicismo que surgiria depois.Foi o mais festejado pintor de Roma e um dos mais famosos da Europa. Batoni registrou com seus retratos as fisionomias das personalidades estrangeiras que pas-savam por Roma, sobretudo os ingleses, seus grandes clientes, que disputavam a primazia de posarem para ele. Executou tambm temas religiosos, caso da pintura do MASP, e mitolgicos.
A Virgem amamentando o Meninoleo s/ tela, 89 x 72 cmO tema do Menino Jesus sendo amamenta-do por Maria freqente nas representaes da Virgem, como se observa tambm na obra de Giampietrino. A interrogao junto ao nome do autor deve-se ao fato de serem poucas as informaes sobre a autoria nesta pintura do MASP. Obra de qualidade, com uma formalidade suave e correto uso de cores, suas semelhanas com outras obras de Pompeo Batoni, principalmente uma figura feminina da Alegoria da morte de dois filhos de Ferdinando IV, conservada no Palcio Real de Caserta, Itlia, leva o histo-riador Luiz Marques a sugerir esta autoria, deixando porm a questo em aberto. E.G.E.
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GIROLAMO SANTACROCE(Npoles, c. 1502-1535)O artista citado numa carta em 1524 como tendo deixado o ofcio de ourives para se dedicar escultura. Foi influencia-do por escultores espanhis, que levaram para Npoles o estilo moderno, absorvido em Roma nas produes de Andrea Sansovino. Trabalhou em Carrara de 1521 a 1522 e dois anos depois j est de retorno a Npoles, executando um dos altares da igreja de Santa Maria de Monteolivetto e vrias outras obras escultricas naquela cidade. Deus PaiMrmore branco de Carrara, 83 x 78 cmEsta imponente escultura em mrmore era inicialmente atribuda a um discpulo de Andrea Sansovino e assim aparecia nos cat-logos do MASP. Luciano Migliaccio, porm, identificou esta figura pensativa de Deus Pai amparado pelo globo ao escultor napolitano Girolamo Santacroce, indicando ainda que seria parte de um conjunto maior, pensado para ser visto de frente, provavelmente no cimo de um altar ou nas laterais de um con-junto funerrio. O olhar dirigido para baixo com expresso benvola do Padre Eterno permite tambm evidenciar que a figura se destinava a um local elevado, tornando mais plausvel a idia de ser parte de um altar ou monumento fnebre. Ele aponta a influncia de Michelangelo na atitude enrgica e no drapejado das vestes com um movimento espiral e como que agitado pelo vento, que parecem quase amparar a anatomia frgil do velho, que se curva sob o peso dos anos, e de algum penoso segredo, apoiando-se im-periosamente na esfera do cosmo. Para ele a obra tambm contm elementos ligados a Leonardo da Vinci na fisionomia barbuda e na luminosidade da superfcie, havendo tambm referncias a Rafael no tratamento pictrico da escultura e na sua relao com a arquitetura. Vestgios de furos na cabea in-dicam que a mesma poderia ser cingida por uma aurola de madeira ou de metal. A obra pode ser datada por volta de 1530. E.G.E.
FRANCESCO ZUGNO (Veneza, 1708/1709 1787)Discpulo de Giambattista Tiepolo, Francesco Zugno integra a Accademia de Veneza desde 1755. Como seu mestre, ser hbil pintor de afrescos, tcnica que encontra entre os venezianos do sculo XVIII o seu ltimo grande momento (e que praticamente se encerrar com Goya, no comeo do sculo XIX). Cenas pinta-das a leo, de pequeno formato, tambm sero tpicas de Zugno, conhecido entre os seus pares como pintor de figuras, apropriando-se dos temas da tradio histrica no sentido de uma melanclica elegncia.
A Continncia de Cipioleo s/ tela, 50 x 40 cm Pblio Cornlio Cipio, o Africano, general romano e cnsul em 205 e em 194 a.C., con-quistador da Espanha, da frica e da sia Menor, o protagonista da cena. Vencedor do at ento invencvel exrcito de Anbal, da cidade de Cartago, na Batalha de Zama (202 a.C.), fato que decide a vitria de Roma nas Guerras Pnicas, Cipio representado aqui em um momento revelador de sua astcia diplomtica, cuja fonte o historia-dor romano Tito Lvio. Como parte do botim da conquista de Cartago, segundo a tradio militar antiga, caberia a Cipio uma jovem, j comprometida com um rapaz a quem amava. O general romano renuncia a ela, de-monstrando a generosidade e a grandeza de esprito do vencedor, poupando os vencidos. Do alto de seu trono, imerso nas sombras, Cipio ordena que o casal permanea unido. Toda a luz do quadro derrama-se sobre os jovens amantes e o amarelo crepuscular, tpico da pintura veneziana, se faz presente. Note-se os tipos fisionmicos, prprios de Giambattista Tiepolo, bem como a presena do co, descontraindo a cena. O quadro datado de c. 1750. R.B.
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AGOSTINO CARRACCI (Bolonha, Itlia, 1557 Parma, Itlia, 1602) Studi di figura del Carracci (lbum)Gravura em metal; 27,9 x 18,9 cm Agostino Carracci com seu irmo Annibale (1560-1609) e o primo Ludovico (1565-1619) compunham a famosa famlia dos Carracci, artistas ativos em Bolonha, onde funda-ram uma escola em 1580 que se chamou Accademia dei Desiderosi desejosos de obter fama e conhecimento - que mais tarde transformou-se na Accademia degli Incamminati, ou seja dos que j estavam num caminho, onde era dada nfase ao en-sino do desenho ao vivo. Annibale foi o mais notvel dos trs e seu talento valeu um con-vite do Cardeal Odoardo Farnese para que fosse para Roma, decorar o Palcio Farnese, um dos mais ilustres da cidade. Agostino auxiliou-o nessa tarefa, mas seu papel mais importante foi como professor e gravador. Seus estudos sistemticos de anatomia foram gravados aps sua morte e usados por quase dois sculos como mtodo de ensino. Esta obra, doada em abril de 1997 por Emanoel Arajo, indita e se compe de dez gravuras originais, formando um lbum intitulado Studi di Figura del Carracci e, no frontispcio, Scuola del Disegno. Operetta divisa in 10 Tavole disegnate da A. Carracci. Uma das gravuras realada por aquarela, justamente a que representa um retrato masculino, provavelmente o autor. As demais representam estudos de detalhes do corpo humano como orelhas, ps, nariz, etc.As gravuras foram impressas em Roma, por Agapito Franzetti (1796?), gravador com oficina al Corso ativo no sculo XVIII, especializado em vistas de cidades, runas e edificaes. E.G.E.
Artista Italiano do Sculo XV
Pgina de PsaltrioPergaminho, 47 x 34 cm Psaltrio ou Saltrio o livro dos salmos, cnticos sagrados das religies judaico-cris-ts, normalmente entoados com acompa-nhamento de instrumento de cordas ou de sopro. Estes livros eram geralmente ma-nuscritos e decorados com o que se chama iluminura, ou seja, o uso de elementos deco-rativos, flores, grafismos, arabescos, a letra inicial dos textos, utilizando cores brilhantes que iluminam a pgina. Na igreja catlica, o saltrio rene as oraes oficiais divididas pelas horas em que devem ser feitas, as Lodi matutine de manh, a Ora Media ao meio-dia, as Vespri tardinha e a Compieta mais noite. No caso desta obra, escrita em latim, h uma certa economia de cores, restritas ao vermelho e tonalidades de azul nas letras iniciais dos pargrafos. Percebem-se as pau-tas, talvez acentuando as partes cantadas da orao. No canto direito de uma das pginas l-se a inscrio Heick, sobre a qual no temos maiores referncias. E.G.E.
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Coleo Imbert de Mailicas do MASP
Esta coleo de mailicas foi formada por Al.
Imbert aps 1897, durante sua estada em
Roma. Ele reuniu uma coleo de 525 peas,
descritas no catlogo publicado por Andr
Dubrujaud, em 1911 durante a exposio no
Pavillon de Marsan da Union Centrale des Arts
Dcoratifs de Paris. Em abril de 1947, a
Sothebys de Londres vendeu parte desta
coleo. Em 1951 o conjunto pertencente ao
MASP foi adquirido na galeria Matthiesen
de Londres, doado por Francisco Pignatari
em 1952 e registrado no inventrio do museu
como Coleo Imbert de Mailica dos
sculos XIV ao XVII, reunindo cerca de 240
exemplares. O restante dispersou-se por
colees europias e norte-americanas.
Trata-se de vasos, vasos de farmcia, jarros,
pratos, taas, azulejos que, como afirmou
Gaston Migeon no citado catlogo, compem
uma coleo cientificamente muito impor-
tante pela quantidade de peas marcadas,
assinadas ou datadas. Inicialmente, acredi-
tava-se que essa coleo fosse formada
somente por peas italianas, mas h peas
ainda em estudo, de vrias provenincias,
dentre elas espanholas e francesas.
O termo mailica era usado para indicar
a cermica hispano-mourisca com verniz
de reflexos metlicos, fundida em uma
resina oleosa, original da ilha espanhola de
Maiorca. As primeiras cermicas orientais
chegaram Itlia, vindas da Sria, da Prsia,
do Egito e da Espanha por meio de trocas co-
merciais. Maiorca era a ponte natural de ex-
portao para a Itlia de produtos mouriscos
e, em 1115, foi conquistada e saqueada pelos
pisanos (naturais de Pisa), tendo sido levada
para a Itlia tambm a terracota vitrificada
com as caractersticas do terceiro cozimen-
to, isto , os reflexos metlicos. Essas peas
chegavam Itlia indicadas genericamente
com o nome do lugar de origem, Maiorca ou
Maiolica, como a chamava Dante (Inferno
XXVIII-82). Essa arte de grande prestgio
no Oriente e difundida por toda Europa
tambm conhecida como faiance (de Faenza)
na Frana, majolicas na Espanha e delftware
(de Delft) nos demais pases.
Os aspectos gerais caracterizados pelo gosto
mdio oriental das primeiras peas imitadas
em mailica so analisados em exempla-
res como tigelas, objetos funcionais, com
decorao na parte interna central, geom-
trica, de figuras antropomorfas, arabescos,
elementos vegetais estilizados, escrituras
rabes e, para evidenciar a riqueza, motivos
herldicos. Os antigos adornavam suas peas
de duas maneiras: a pintura e a plstica, em
relevo ou inciso. Por volta de 1450 a maili-
ca decorada com um processo chamado ao
grande fogo sobre esmalte cru, no qual a ter-
ra plasmada seca no forno e depois imersa
num banho de esmalte estanfero. Quando o
esmalte est seco e antes de endurec-lo por
meio do fogo, a pea recebe a decorao pin-
tada, para ento passar pelo grande fogo. O
fogo escurece os xidos metlicos e permite
poucas cores, dentre elas o azul, o verde, o
violeta de mangans, o amarelo e o bruno.
Eram objetos de uso comum que estavam se
transformando em expresso artstica.
provvel que os primeiros tipos de mailica
italiana remontem ao incio do sculo XIII e
so as vasilhas medicinalia, que surgem em
Siena em 1202, destinadas farmacologia de
evidente inspirao oriental. Desde o sculo
XII era produzida em Faenza uma espcie
discreta mezza maiolica que mais tarde foi
aperfeioada at alcanar, durante o sculo XV,
admirveis resultados de composio e
decorao que converteram a cidade no
maior centro europeu. At o fim do sculo
XVI a Itlia domina o campo das cermicas
que se expandir no sculo seguinte com o
envio de artesos aos centros de produo de
toda a Europa. Os mais importantes da Itlia
na Toscana, nas Marche e na mbria foram:
Orvieto ativa nos sculos XIII e XIV;
Florena e Faenza, em atividade desde o
incio do sculo XV e cujas produes
tardias se confundiriam com a de Urbino;
Cafaggiolo, em atividade na primeira metade
do sculo XVI, cujas melhores produes
eram de estilo claramente florentino e rica
decorao; Deruta, pequena cidade perto de
Perugia, cujas produes se distinguiram
pelos reflexos metlicos dourados e madre-
prola; Gubbio, com decorao particular-
mente leve e fina e um lustro metlico muito
forte, rico de vermelho rubi; Casteldurante,
cuja produo no sculo XV se confunde
com as de Faenza e de Urbino; a prpria
Urbino, onde os primeiros atelis so
fundados por artesos chegados de Faenza
ou de Casteldurante e que, depois da metade
do sculo XVI, influencia toda a Itlia
ocupando o lugar de Faenza e por ltimo
Npoles e Castelli, que tiveram suas ativida-
des iniciadas no sculo XVI, mas alcanaram
seu apogeu somente no sculo XVIII.
Esta pequena seleo visa salientar a impor-
tncia dessa coleo nica do acervo do
MASP, atravs de algumas peas provenientes
de vrios centros de produo mencionados
acima, revelando o desenvolvimento dessas
manufaturas por meio de suas cores, formas,
inscries e estilos.
Cristina Lara C. M. de Carvalho
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JarroCafaggiolo (Siena), sculo XVIaltura 35 cm, largura 22,5 cmJarro de corpo em forma oval com boca trilobada e borda arredondada, ala vertical terminando na inscrio MIXCC, decorado no lado anterior com guirlanda de folhas e frutas estilizadas, contendo ao centro o bra-so dos Sapateiros de Siena, nas cores azul, verde, violeta de mangans, laranja e ocre.
Prato (Tondino)Faenza, sculo XVI dimetro 24,5 cm, altura 5,5 cmPrato fundo, tambm chamado tondino, com borda larga arredondada, ligeiramente engrossada. A decorao constituda ao centro por um medalho circular com uma figura de menino nu ou putto - sinnimo de puer do latim vulgar que significava menino, rapazinho - que caminha segurando um basto, tendo ao fundo uma paisa-gem montanhosa. A borda se reparte em quatro medalhes circulares, delimitados por guirlandas de folhas, fruta e pequenas rosceas. Dentro de cada medalho so pintados bustos em perfil, dois masculinos e dois femininos, intercalados por grotescas com cabeas de querubins alados, vegetais estilizados e pequenos elementos curvilne-os, nas cores azul, verde, amarelo, laranja e bruno. No verso h linhas concntricas em azul e amarelo.
Albarello um termo de raiz rabe (el barani) e a pea se constitui de um vaso de corpo cilndrico, semelhante aos recipientes de cana de bambu usados no oriente para a conservao e o transpor-te de ungentos e de especiarias, muito difundidos na Espanha e na Itlia no perodo medieval e no Renascimento, destinados farmacologia.
Vaso de Farmcia (Albarello)Faenza, sculo XVIaltura 17 cm, largura 13,9 cmEste albarello decorado com o esmalte azul berettino - esmalte lcido azul acinzen-tado sobre toda a superfcie - com corpo acinturado na metade inferior e boca ampla com a borda arredondada. A decorao constituda pela inscrio ZUC.VIOLA A/R dentro de uma fita larga com sua extremi-dade pregada e enrolada. O restante da superfcie decorado com motivos floreais, ramos e largas folhas lobuladas nas cores azul, amarelo e laranja.
Vaso de Farmcia (Albarello)Toscana (Siena), sculo XVI, datado 1515altura 27,6 cm, largura 13 cmEste exemplar decorado grotesca (grotta) que se inspira na decorao encontrada na Domus Aurea de Nero em Roma, aps sua descoberta por escavaes em 1506, composta por animais fantsticos, masca-res e delfins estilizados contornando uma pequena moldura com a data "1515" em um ornamento floreal estilizado, tendo acima uma faixa com a inscrio "MASTRICE", nas cores azul, verde, violeta de mangans, amarelo e ocre.
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TigelaUrbino (Casteldurante), sculo XVI, datado 1556 altura 11 cm, dimetro 31,3 cm Tigela funda em istoriato decorada, na parte central, com um braso identificado como sendo, possivelmente, da famlia Mazza de Pesaro e uma cena mitolgica representan-do Apolo, Dafne e as Ninfas no Parnaso ao centro da paisagem com castelo e rochas na parte interior e exterior da pea; no verso inscrio com data: "MCLVI" (1556), nas cores azul, verde, laranja, amarelo e bruno. Na mitologia, Apolo, um dos doze deuses do Olimpo, era representado como a materia-lizao (o corpo) do clssico esprito grego simbolizando o lado racional e civilizado da natureza masculina. Era filho de Zeus (Jpiter) e Leto, e irmo gmeo de rtemis (Diana). Na cultura clssica Apolo representa a forma masculina ideal de beleza fsica retratado como um jovem sem barba de fei-es delicadas, s vezes afeminadas. A ninfa Dafne, filha do deus dos rios Peneus, era o mais celebrado dos amores de Apolo e era popular entre os artistas em todas as pocas.
Prato (crespina)Faenza, sculo XVIaltura 6,9 cm, dimetro 23,4 cm Fruteira (crespina) com p decorado tendo ao centro uma figura de animal fabuloso, possivelmente um drago representa-do como serpente com longo pescoo, uma grande boca com lngua bfida e, na margem, decorao a quartieri, isto , em diviso escalonada em seis partes lobuladas, com folhas em amarelo e laranja, sob fundo alternado de azul e verde com motivos vegetais sinuosos como traos, folhas, flores, desenhos geomtricos, arabescos e imbricaes. A paleta predominada pelos azuis traados, contornados e em claro e escuro. Normalmente neste perodo os temas so alegricos, religiosos, histricos e mitolgicos, muitas vezes representando as Metamorfoses de Ovdio.
PratoDeruta, sculo XVI altura 7,5 cm, dimetro 38,5 cm Grande prato de borda larga com ligeira cavi-dade central, decorado com borda a quartieri - decorao em diviso escalonada, com zonas de cores alternadas - com motivos vegetais sinuosos como traos, desenhos geomtricos, arabescos e imbricaes, tendo ao centro um busto de guerreiro com elmo e armas. O desenho minu-cioso e a sbria colorao azul e amarela so indispensveis na preparao ao efeito do lustro. O pintor era solicitado a deixar de propsito espaos brancos para localizar a preparao do lustro, mas o ltimo retoque se sobrepunha ao desenho confundindo-se com as cores. O lustro uma tcnica que utiliza uma ptina metalizada, geralmente dourada, prateada ou avermelhada obtida mediante um empasto de sais metlicos (de prata e de cobre) misturados terra ocre e diludos no vinagre, aplicado sobre o esmalte j cozido e acrescidos de incipientes. Um cozimen-to em reduo e a baixa temperatura o amo-leciam, sem fundi-lo ao esmalte, mas fixava o lustro pea. A presena de fumaa restitua ao estado metlico os xidos colorantes e, na sada do forno, depois de uma boa limpeza, o objeto brilhava como se fosse ouro. Essa tcnica foi amplamente difundida nos centros de produo de Deruta e de Gubbio.
PratoUrbino, sculo XVI (c. 1565)altura 30,5 cm, dimetro 30,5 cm Atribudo Fbrica da Famlia Fontana, este prato, em estilo istoriato, ou seja, contendo uma narrativa, decorado com uma cena mitolgica representando provavelmente o momento do encontro de Coriolano com a me, Volumnia, e sua esposa Vergilia, que queriam que ele aban-donasse a idia do ataque contra a terra natal, mas so surpreendidos por soldados j portando estandartes com as insgnias de Roma. Coriolano foi um general romano, banido de Roma em 491 a.C., que se uniu aos Volscos, um povo vizinho contra o qual ele antes combatera. Posto no comando das foras ele retorna para assaltar sua prpria cidade. O tema foi popularizado na pintura da Renascena Italiana e do norte da Europa como um exemplo moral da fora dos laos familiares. Em primeiro plano, pequeno rio e ao fundo, paisagem de montanhas nas cores azul, verde, amarelo, laranja e ocre. No verso cr-culos concntricos amarelos sobre fundo branco.
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JarroFaenza, sculo XVIaltura 50 cm, largura 36,5 cm (com ala)Grande jarro com boca trilobada, datado de 1538 e, segundo Dubrujaud, com braso dos Medici (Leo X) cercado por duas cornu-cpias nas cores azul, verde, amarelo e bru-no. Do outro lado, motivos compostos por ramos e frutas, terminados por dois flores, com as iniciais IB podendo referir-se a marca de ateli. De acordo com Dubrujaud a pea seria oriunda de um ateli de Siena.
VasoFaenza, sculo XVIaltura 42,7 cm, largura 37 cm (com ala)Grande vaso com alas em forma de golfinhos, decorado ao centro com uma guirlanda de folhas e frutas, um braso, con-tendo dois lees e uma meia lua, circundado por delfins e bustos femininos. No restan-te da superfcie, decorao com motivo a palminha persa elaborada a partir de tecidos orientais que utiliza um ornamento composto por flores com ptalas imbricadas, semelhantes a uma pinha, muitas vezes pin-tadas sob vrios ngulos, de perfil ou vistas do alto, constituindo as ltimas evolues do Estilo Severo ou Arcaico, nas cores azul, violeta de mangans, verde e amarelo.
PratoUrbino, fim do sculo XVIaltura 6,5 cm, dimetro 41,4 cm Grande prato de bordas planas, decorado ao centro com a cena de Laocoonte e motivo grotesca com a inscrio "SPQ nas laterais. Esta pea representa a Morte de Laocoonte e de seus dois filhos, tendo ao fundo uma suposta imagem de Tria nas cores azul, verde, laranja, amarelo e bruno. O tema teve grande fortuna em Roma durante todo o sculo XVI, desde a escavao em 1506 do clebre grupo escultrico do sc. I encontra-do na Domus Aurea e imediatamente adquirido pelo Papa Julio II para seu belvedere em construo. De acordo com o mito, Laocoonte foi o sacerdote troiano, que preveniu os cidados de Tria para que no trouxessem o cavalo de madeira dos gregos para dentro dos muros da cidade. Contudo, enquanto oficiava o culto no altar de Netuno, duas grandes cobras se enrolaram em volta dele e de seus dois filhos, matan-do-os. Os troianos enganados por este aparente sinal de desgosto de Minerva teriam ento trazido o cavalo para dentro dos muros da cidade. Segundo Dubrujaud trata-se de uma pea proveniente de Urbino.
Prato (Cavetto)Gubbio, sculo XVIaltura 5,2 cm, dimetro 28,4 cm Prato fundo decorado com busto feminino, guirlandas margeadas por flores alternadas e fitas nas cores azul, laranja e amarelo. No verso, crculos concntricos com assinatu-ra provavelmente da fbrica do Maestro Giorgio conforme etiqueta no verso com ins-crio Gubbio figu....bibine... M. Giorgio. Giorgio Andreoli era de origem lombarda e por volta de 1480, com os irmos Giovanni e Salimbene, se estabeleceu em Gubbio e, ob-tendo a cidadania em 1498, passou a assinar Maestro Giorgio da Gubbio. Sua capacidade em aperfeioar a tcnica do lustro lhe valeu o reconhecimento inclusive do Papa Leo X (Giovanni de Medici) em um Breve de 1519. Gubbio especializou-se na arte do lustro cangiante, isto , reflexos ouro-rubi, aplicados inclusive em peas sadas de atelis de outras cidades.
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Frasco de PeregrinoCasteldurante, sculo XVIaltura 23,4 cm, lateral 15 cmFrasco oval com quatro pequenos passantes que serviam para prender o cordo que o sustentava, decorado com busto de figura masculina, circundado por guirlanda de fo-lhas e, na parte cncava, um braso. Abaixo da boca arredondada e pescoo engrossado, verifica-se um pequeno medalho com as iniciais TS acima do busto, nas cores azul, verde, amarelo e bruno.
Frasco de PeregrinoDeruta (?), sculo XVIIaltura 23,8 cm, lateral 18,5 cmFrasco em forma de abbora finamente modelado na parte superior com cabea feminina e decorado em relevo, nas laterais, com mascares - cabea humana de feies normais ou grotescas - para a passagem do cordo e flores em relevo maneira de Deruta, nas cores verde, laranja e amarelo.
Frasco de FarmciaFaenza, sculo XVI (c. 1478)altura 37,7 cm, largura 22,4 cm (com ala)Frasco de farmcia piriforme com duas alas e gargalo muito comprido decorado com figura de menino nu (putto) apoiado a um escudo finalizado por uma cruz com inicial C e, abaixo, faixa inscrita em carter gtico indicando o contedo do vaso A LATTUCE II II II, nas cores azul, violeta de mangans, verde e amarelo. Normalmente as figuras so ligadas mitologia clssica ou histria antiga. No lado oposto a pea decorada com rpidas pinceladas em azul sobre fundo branco.
JarroUrbino, sculo XVIaltura 13,8 cm, largura 14,5 cm (com ala)Pequeno jarro istoriato com ala em forma de serpente, com toda a superfcie decorada com paisagem com rocha, rvore e figura alegrica feminina, possivelmente Diana, segurando um arco e flexa, nas cores azul, verde, laranja, amarelo e bruno.
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Obras Raras da Biblioteca do MASP
A Biblioteca do MASP possui um rico acervo
de livros e catlogos na rea de artes plsticas
e histria da arte com enfoque na coleo de
obras de arte do Museu. O ncleo inicial foi
a biblioteca pessoal, que inclua as obras
raras aqui apresentadas, de Lina Bo Bardi
(Roma, 1914 - So Paulo, 1992) e Pietro
Maria Bardi (La Spezia, Itlia, 1900 - So
Paulo, 1999) trazida para o Brasil em 1947,
poca da fundao do MASP. Em 1977, por
ocasio do 30o aniversrio do museu, para
suprir as necessidades dos pesquisadores da
rea de artes, Bardi e Lina oficializaram a
doao ao museu. Como diretor do Museu
de 1947 a 1991, Bardi continuou comprando
livros que considerava importantes por
terem ligao com o acervo ou por serem
relativos s pesquisas que ento desenvolvia.
Tambm as doaes e o intercmbio com
outras instituies foram decisivos para a
formao do acervo bibliogrfico que hoje
totaliza 60.000 itens. Atualmente ela constitui
um dos melhores centros de pesquisa no
Brasil em Histria da Arte, disponibilizando
na internet seu catlogo on-line com 18.000
registros de livros, catlogos de exposies,
teses e analticas de peridicos.
A coleo de obras raras da Biblioteca do
MASP uma das mais ricas em histria da
arte e arquitetura existente no Brasil.
Com esta exposio trazemos ao conheci-
mento do pblico uma seleo significativa
dos livros raros, importantes para a histo-
riografia artstica, publicados na Itlia nos
sculos XVI, XVII, XVIII e XIX.
Dentre estes, encontram-se preciosidades
como: Istruzione elementare per gli studio-
si della scultura, de Francesco Carradori,
o primeiro manual tcnico de anatomia
para escultores que descreve tambm como
montar um atelier de escultura; a primeira
edio integral do Trattato della pittura de
Leonardo da Vinci; a primeira edio do
livro de Raffaele Soprani, a mais importante
fonte de informao sobre a histria da arte
genovesa; o trabalho de Vicenzo Cartari
sobre os Deuses e seus smbolos, importante
na histria do simbolismo na renascena; a
obra Ragionamenti del sig. cavalieri Giorgio
Vasari, primeira edio pstuma, nascida
da experincia vivida por Vasari no final de
sua vida, como decorador dos aposentos dos
Medici no Palazzo della Signoria (Palazzo
Vecchio) em Florena; o livro de Filippo
Buonarroti, uma das primeiras obras que
apresenta do ponto de vista arqueolgico e
artstico os fragmentos de antigos vasos de
vidro ornamentados, encontrados nos
cemitrios de Roma.
Destacamos tambm o rarssimo livro do
arquelogo e antiqurio Raffaelle Fabretti
sobre a Coluna Trajana, construda em Roma
em honra ao imperador Trajano (53-117) e
ornamentada de baixos-relevos que repre-
sentam a campanha da Dcia (atual
Romnia) e ainda os tratados de arquitetura
de Alberti e Palladio, sobretudo a 2 edio
do L'Architettura, de Leonbatista Alberti,
com comentrio de Cosimo Bartoli, publica-
do em Veneza em 1565.
Ivani Di Grazia Costa
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Vicenzo Cartari, 1531-c.1571Le vere e nove imagini de gli dei delli antichi di Vicenzo Cartari reggiano.In Padoua: Apresso Pietro Paolo Tozzi, nella stampa del Pasquati, 1615.
Carlo Cesare OsiO, 1612-?Architettura civile demostrativamente proporcionata et accresciuta di nuove regole...In Milano: nella stampa Archiepiscopale, MDCLXI [1661].
Leon Battista alBerti, 1404-1472L'Architettura di Leonbatista Alberti; tradotta in lingua fiorentina daCosimo Bartoli...; con la aggiunta de' disegni.In Venetia: Apresso Francesco Franceschi, Sanese, 1565.
Giorgio Vasari, 1511-1574Ragionamenti del sig. cavalieri Giorgio Vasari... In Firenze: Apresso Filippo Giunti, 1588.
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VILLA Pamphilia eiusque palatium, cum suis prospectibus, statuae, fontes, vivaria, theatra, areolae, plantarum, viarumque ordines, cum eiusdem villae absoluta delineatione.Romae [Roma]: Formis Io. Iacobi de Rubeis, apud Templum S. Mariae de Pace, [1660?].
Rafaele sOPraNi, 1612-1672Le vite de pittori, scoltori, et architetti genovesi e de' forastieri, che in Genoua operarono con alcuni ritratti de gli stessi, opera postuma,In Genova: per Giuseppe Bottaro, e Gio. Battista Tiboldi Co[m]pagni, 1674.
Raphaelis FaBretti, 1618-1700De columna Traiani syntagma...Romae [Roma]: ex officina Nicolai Angeli Tinassij, MDCLXXXIII [1683].
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Filippo BuONarrOti, 1661-1733Osservazioni sopra alcuni frammenti di vasi antichi di vetro ornati difigure trovati ne' cimiteri di Roma...In Firenze: nella stamperia di S.A.R. per Jacopo Guiducci, e Santi Franchi,MDCCXVI [1716].
Pietro GraZiOli, 1700-1753De praeclaris Mediolani aedificiis...Mediolani [Milano]: in Regia Curia, 1735.
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VitruViO, 70 a.C.?-?.L'architettura di Marco Vitruvio Pollione, tradotta e comentata dal marchese Berardo Galiani. Edizione seconda.In Napoli: presso i Fratelli Terres, MDCCXC [1790].
VitruViO, 70 a.C.?-?L'architettura generale di Vitruvio; ridotta in compendio dal sig. Perrault...In Venezia: nella stamperia di Giambattista Albrizzi q. Gir., 1747.
Giovanni POleNi, 1683-1761Memorie istoriche della gran cupola del Tempio Vaticano, e de' danni di essa, e de' ristoramenti loro, divise in libri cinque...In Padova: nella stamperia del Seminario, MDCCXLVIII [1748].
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Andrea PalladiO, 1508-1580.Le fabbriche e i disegni di Andrea Palladio; raccolti ed illustrati daOttavio Bertotti Scamozzi.In Vicenza: per Giovanni Rossi, 1796. v.1, v.4.
Giandomenico NaVONe, ativo entre 1745-1757; Giovanni Battista CiPriaNi, 1766-1839Nuovo metodo per apprendere insieme le teorie, e le pratiche della scelta architettura civile. In Roma: dai torchi di Luigi Perego Salvioni, MDCCXCIV [1794].
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Angelo Antonio sCOttiIllustrazione di un vaso italo-greco del Museo di monsignor arcivescovo di Taranto.In Napoli: nella Stamperia Reale, 1811.
leONardO, da Vinci, 1452-1519Trattato della pittura di Lionardo da Vinci.Roma: nella stamperia de Romanis, 1817. v.2.
Francesco CarradOri, 1747-1825Istruzione elementare per gli studiosi della sculturadi Francesco Carradori...Firenze: [s.n.], 1802.
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MASP
RGOS DIRETIVOS
Diretoria PresidenteJulio NevesVice-presidenteJoo Ucha BorgesSecretrio-geralJoo da Cruz Vicente de AzevedotesoureiroLuiz de Camargo Aranha NetoBibliotecaRenato Tavares de Magalhes GouveaDiretoresAntonio Carlos Lima de Noronha, Beatriz Pimenta Camargo, Luiz Pereira Barretto, Manoel Francisco Pires da Costa, Sabine LovatelliConSelho DeliBeratiVoPresidenteAdib JateneVice-presidenteAluzio Rebello de ArajoSecretrioPaulo Donizete MartinezMembrosAlencar Burti, Alexandre Jos Periscinoto, Andrea Sandro Calabi, Antonio Beltran Martinez, Danilo Santos de Miranda, Graziella Matarazzo Leonetti di Santo Janni, Joo Brasil Vita, Joo Carlos Saad, Joo Dria Jr., Jos Aristodemo Pinotti, Jos Gregori, Jovelino Carvalho Mineiro Filho, Luiz Marcos Suplicy Hafers, Maria Lcia Alexandrino Segall, Nizan Guanaes, Paulo Jos da Costa Junior, Pedro Cury, Pedro Franco Piva, Plnio Lion Salles Souto, Rodolfo Konder, Rubens Antonio Barbosa, Salomo Schvartzmann, Silvio Tini de Arajo, Therezinha Chamma, Walter FontouraConselho fiscalBenedito Dario Ferraz, Carlos Roberto Campos de Abreu Sodr, Jos Roberto de Mattos CuranAngela Zechinelli Alonso, Ayrton Francisco Ribeiro, Luiz Arthur Pacheco de CastroConservador chefe Luiz Hossaka
Curadoria da exposio Eugnia Gorini EsmeraldoCo-curadoriaCristina Lara Corra Macedo de Carvalho, Ivani Di Grazia Costa Colaborao Eunice Moraes Sophia Conservao Karen Cristine Barbosa Servio educativo Projeto e coordenao geral Paulo Portella Filho Assistentes Renato Brolezzi, Christina Marx, Luciano Rodrigues Fotografia Luiz Hossaka textos Eugnia Gorini Esmeraldo, Renato Brolezzi, Cristina Lara Corra Macedo de Carvalho, Ivani Di Grazia Costa Projeto expogrfico Vasco Caldeira, Flavia D'Amico Coordenao e Produo de Montagem Vasco Caldeira, Flavia D'Amico, Anita Sinem
ColaboradoresMaria Leonarda Lascalla, Luciana Maria Napoleone, Stella Mendes, Brbara Blanco Bernardes, Roberta Kazumi Kayo, Danilo Nucitelli, Ana Paula Lobo Crispi, Tariana Stradiotto, Geraldino Santos de Oliveira, Luiz Lucas da Silva, Roberto Pereira, Zildete M. Esteves, Noel A. dos Santos, Miguel Paulino dos Santos, Adeilton S. Gomes, Marcelo Feitosa, Francisco R. Lima da Silva. estagiriosErick Santos de Jesus, Rita Santos Pereira, Ricardo Gerevine Nogueira, Ligia Falci.
FIAT PresidenteCledorvino BeliniVice Presidente executivoValentino Rizzioli Diretor de assuntos CorporativosJos Eduardo de Lima Pereira
Alexandre Lorentz de SouzaAmilton SerraviteAna Elisa Kokaev de CastroAna Luiza VelosoAna VilelaAvilar Loureno de PauloDamio Rocha MoreiraEduardo Matos de VasconcelosElielson Percope SeabraFtima Moreira dos Santos Guerra Guilherme Lages DinizGustavo Quintino dos SantosIzabel Cristina de OliveiraLeandro Teixeira GuimaresMarcelo Medeiros RodriguesMrcio JannuzziMarco Antnio Lage Marco PiquiniMaria Lucia AntnioMarluce BorgesOlacir de OliveiraRodrigo de Arajo LamonRodrigo Nonato AlvesSoraya FernandesVagner Jos dos SantosValmir EliasWiller Ferraz Lage
COORDENAO GERAL expomus - exposies, Museus, Projetos Culturais Maria Ignez Mantovani FrancoAna Maria Barcellos de Lima
Produo executivaAna Helena de A. Lefvre Coordenao tcnicaAlessandra Labate RossoassistentesDenise Serra Michelotti Gabriela Golin
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Diretor PresidenteSimo Fabiano Machado de Lacerda Secretrio executivoLuis Eguinoa auditor internoAgostinho Resende Neves assessoria JurdicaFernanda Ribeiroassessora de Projetos e Marketing CulturalValria Amorim
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PRODUTOS GRFICOSDireo de arteRegina Cassimiro - Catavento Design Grfico revisoAna Lcia Pinheiro de Miguel Produo Grfica Elias Akl - CN2K Pr-impresso Ponto&Meioimpresso Corset / Pancrom
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