10ª Revista Mazup - Por que o sistema não nos representa?

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Não recomendada < 18 anos. POR QUE O SISTEMA NÃO NOS REPRESENTA? EDIÇÃO 10 Ano 2 - Jul-Ago/14 DISTRIBUIÇÃO FREE

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Deu "pau no sistema". Entre a democracia sem povo e os "Tios Patinhas", Brasil, cadê a tua cara?

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POR QUEO SISTEMANÃO NOSREPRESENTA?

EDIÇÃO 10Ano 2 - Jul-Ago/14DISTRIBUIÇÃO FREE

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Jonas Birkheuer“Diariamente me deparo com o foco da nona edição, a ‘Coragem para mudar’, e vejo que o tema cai como uma luva para a sociedade atual - afinal, é tão mais fácil manter-se acomodado, na mesmice. Grande engano: muita vida e felicidade são perdidas quando se deixa de arriscar. Além de me identificar com a matéria, ela serve de incentivo para os que têm medo do novo, de acreditar em si e em sua felicidade. Meu elogio também ao Horóscopo Maldito e à matéria sobre música. A última edição, assim como as anteriores, ficou incrível.”

LETRA DE QUEM LEU

NossA CApA

6 Trash Net8 A Copa que uniu nações em Montreal10 A ordem é remixar12 O grande caos14 Horóscopo Maldito16 Relacionamento18 Orkut20 Deu “pau” no sistema28 Editorial de moda34 Bicicletas36 Conversa casual38 Desabafo

RoLÉ pELA EDição

Entrevistas e artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Mazup.

Ficou na dúvida, tem sugestões ou quer dar letrinha? [email protected]

Exp

Ed

iEn

tEDireçãoMaico [email protected]

SupervisãoCésar [email protected]

RedaçãoKelly Raquel [email protected]

Raquel [email protected]

ColaboraçãoJoão TimotheoEsmerio Machado

Taís Grün

Márcio Grings

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Augusto Diehl“Achei extremamente interessante a matéria ‘Força para mudar’, da revista 9, já que, hoje em dia, ter a atitude de mudar se tornou algo raro, porque estamos sempre pendendo para o lado da acomodação e da facilidade. Quando permitimos mudanças em nossas vidas, além da troca de energias, adquirimos uma nova visão do mundo e outras expectativas de futuro. Outro ponto marcante é sobre a necessidade de acreditarmos em nós. Afinal de contas, com responsabilidade, correr riscos sempre é válido!”

Júlia Sebastiany Alves“Coragem pra mudar, ousar, se arriscar... A leitura flui, e os sonhos vieram à tona. Ô teminha encantador esse! Mexe com o desejo de desvendar o mundo e a si mesmo. Mexe com a ideia de sair da mesmice e de encarar o que tanto se almeja. Queria eu caminhar na manha e ficar (pelo menos por um ano) na Alemanha! - ou Austrália. Ou Áustria. Ou Itália. Ou Inglaterra... Ou, ou, ou!”

Jennifer Musa“Não acompanhei todas as edições da revista, mas depois que li a primeira, não consegui mais parar. Amo os assuntos abordados, pois sempre há um tema que se encaixa com a nossa realidade. ‘Coragem para mudar’, da última edição, foi uma matéria sensacional! Ela lembrou que não devemos permanecer em algo que não nos traga felicidade e satisfação pessoal e da necessidade da coragem, do acreditar em si mesmo e de encarar nossos medos. De como precisamos ser os autores da nossa própria história.”

Leitura experimentalAdriana Mellos

FotografiaLuca Lunardi e divulgação

IlustraçãoAlessandro Mença

Conteúdo on-lineBárbara Delazeri

Projeto gráficoPedro Augusto Carlessi

DiagramaçãoDobro Comunicação

Impressão e CTPGrafocem

Tiragem6 mil exemplares

[email protected]@tonomazupfb.com/tonomazupinstragram.com/mazup(51) 3748-2459Rua Júlio May, 217/03Lajeado/RS

Mazup é um veículo multiplataforma de comunicação jovem. Empresa integrantedo Grupo RVC.

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“Lá vem o Marcos, descendo o morro da vó Salvelina. ‘Taca-le’ pau, Marcos! ‘Taca-le’ pau neste carrinho, Marcos!” soou familiar? Como não, hahaha. O hit do YouTube “‘Taca-le pau’, Marcos...”, surgido de uma brincadeira entre primos, caiu nas graças dos internautas pela bela narração de Leandro sobre a decida emocionante de um carrinho de madeira feito por Marcos, em uma estrada de chão do sítio da avó. Famosa, a aventura dos boys ganhou as conversas do WhatsApp e até um daqueles eventos fakes do Facebook, acumulando milhares de confirmados. Mazah!

Aí você prepara por meses e meses cada detalhe de seu casamento e, no momento em que troca as alianças com a sua metade da laranja, um incêndio florestal se inicia. A saída seria evacuar, certo? Não para os pombinhos April Hartley e Michael Wolber, que se casavam em um parque em Oregon, nos Estados Unidos, no primeiro semestre deste ano. Com o fotógrafo Josh Newton, eles resolveram usar o plano de fundo a seu favor e registrar imagens deslumbrantes - afinal, ninguém quer ser obrigado a ir embora de seu próprio casamento, né? As fotos ganharam um ar intenso e dramático com a presença do fogo e da fumaça.

“Taca-le” pau, Marco veio

trash nEt

Enquanto isso, em Osaka, no Japão... uma mulher resolve voltar a ser criança, entrar em um daqueles balanços de bebê e postar foto da cena fazendo uma zoeira em suas redes sociais. Ok, tudo muito divertido. Até a hora de sair. A japa, identificada como Mayuchin, ficou presa no brinquedo e, para pedir ajuda, usou o Twitter em vez de chamar por socorro - gente, para quê? Os usuários não perdoaram, e a moça virou piada no miniblog, tanto que, após o resgate, feito um pouco depois do pedido - com vários oficiais trabalhando para soltá-la do balanço -, ela agradeceu com o tweet aos que ajudaram e excluiu a conta.

TwiTTer,Tô enTalada!

Querendo uma semana inteirinha livre do trabalho? Uma garotinha americana conseguiu a façanha com uma simples carta escrita a giz de cera direcionada à empresa onde seu pai trabalha, o site de buscas Google. Argumentando que seria o aniversário dele e, ora, era verão, o pedido consistia em um dia de descanso na quarta-feira, já que isso ocorria apenas aos sábados. A gigante, comovida, acabou liberando o funcionário por uma semana e, na resposta, além de elogios aos bonitos desenhos feitos por seu pai, concordou com a menininha: “É realmente importante tirar folga em algumas quartas-feiras de verão”.

GooGle,libera papi?

casaMenToeM chaMas

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É InEvITávEL: quAnDO vIvEMOS nO ExTERIOR, ACABAMOS LAnÇAnDO

uM OLhAR ESTRAngEIRO SOBRE nOSSO PAíS nATAL.

TALvEz SEJA POSITIvO, AFInAL, DIzEM quE quEM vê DE FORA, vê MELhOR.

POIS Eu ESTOu vEnDO DE FORA há uM TEMPÃO.

Bem, meu olhar estrangeiro sobre o Brasil ficou mais aguçado por conta da Copa do Mundo. As imagens de protestos, as notícias sobre atrasos nas obras e custos dos estádios, as opiniões favoráveis ou contrárias ao evento, aquela música oficial, com aquele clipe, com aqueles três... mmm... começavam a ganhar mais e mais terreno na internet, nos jornais, na televisão. Voilà! O Brasil era a bola da vez. Estando no Canadá, obviamente, costumo estar mais informada sobre o que se passa por aqui. E,

acreditem ou não, por estas bandas também rola cada coisa... Enfim, eu queria ler tudo o que se referisse à minha pátria.A poucos dias do início da Copa, à medida que os times de futebol, os correspondentes internacionais e, claro, os “gringos” desembarcavam em terras tupiniquins, o volume de informação se elevou ao expoente, sei lá, mil. Contudo, uma vez in loco, a imprensa não relataria apenas anedotas curiosas do esporte ou dos bastidores. Pelo contrário. Os jornalistas de fora tentavam entender e explicar o porquê da revolta popular no país das chuteiras. E, então, o evento passou a ser definido como a “Copa que divide os brasileiros”. Sim, a maioria dos brasileiros ama futebol e entende ou acha que entende da coisa, mas os brasileiros também querem mais investimentos em

segurança, saúde, transporte, educação. Reivindicações legítimas. Confesso que, quando a Copa foi oficialmente aberta com aquela música, com aqueles três... mmm... eu me senti estranha. Ao mesmo tempo em que desejava torcer pela Seleção, eu me entristecia com as notícias de greves e manifestações pipocando em várias cidades do Brasil. E o que é pior: fazendo feridos. Portanto, para o primeiro jogo, não vesti minha camiseta amarela, não decorei minha casa e, obviamente, não gritei como uma doida quando o Marcelo abriu o placar. Entende-se, né? Só que, com o passar dos dias e o rolar da bola, eu me permiti entrar no clima deliciosamente pacífico que vibrava em Montreal. E comprei duas bandeirinhas do Brasil e vesti minha camiseta amarela. E me diverti com a festa que faziam, nos bares decorados e nas ruas, os colombianos, gregos, belgas, alemães, uruguaios, italianos, mexicanos, argelinos - ninguém faz mais buzinaço em Montreal do que os argelinos. Nin-guém! E eu vi imagens de Porto Alegre tomada pelos holandeses. E quis estar no Brasil. E me dei conta de que esse mesmo futebol que tinha dividido os brasileiros, também podia unir 32 nações pelo amor ao mesmo esporte. Que no próximo grande evento que o Brasil sediará, as eleições, os brasileiros voltem a se unir por um denominador comum. Para que todos sejam vitoriosos. Torço por isso!

Taís grün é jornalista, tradutora, revisora e, há sete anos, não assiste mais a jogos de futebol sendo narrados pelo galvão.

A COPA QUE uniu nações EM MONTREAL

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O ATOR E TAmBém DIRETOR JOSEph GORDON-LEvITT é O TIpO DE cARA INqUIETO,

qUE FAz mUITA cOISA DE UmA Só vEz. vOcê DEvE

SE LEmBRAR BEm DELE Em FILmES cOmO 500 DIAS

SEm ELA, G.I. JOE, DEz cOISAS qUE EU ODEIO Em

vOcê OU ATé mESmO NA ANTIGA SéRIE 3RD ROck

FROm ThE SUN.

Com o irmão Dan, começou em 2010 um projeto bem despretensioso. Tratava-se de um site com o objetivo simples de postar vídeos, receber trabalhos experimentais e coletar feedbacks. O material coletado era transformado em produtos (a maioria, curtas) para a loja do próprio site.

Mas a parada foi crescendo e, hoje, HitRECord é um crowdsourcing dos bons, uma plataforma colaborativa que incentiva o trabalho em conjunto, com total liberdade criativa. Cada um pode mexer sem pudor no trabalho de outro colaborador. É o total remix escancarado, sem preconceito.

Regular Joe, como o ator é conhecido na web, é um verdadeiro exemplar da geração multitarefas. Muito carismático, conseguiu juntar, em torno do seu projeto, centenas de milhares de artistas, o que resultou num programa de variedades, o HitRECord on TV. Totalmente transmídia, o programa foi lançado em janeiro deste ano com apresentação antecipada de seu primeiro episódio no YouTube.

A ORdEM é REmixAR

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Intitulado RE: The Number One, o piloto é hipnótico e mostra o trabalho de nada mais, nada menos do que 426 artistas. O primeiro curta dentro do programa é demais! Elle Fanning - irmã de Dakota Fanning -, estrela de First Stars I See Tonight, interpreta uma mulher com cegueira noturna, cujo pai encontrou uma forma de ajudá-la a ver as estrelas. Para se ter uma ideia do quanto o trabalho é colaborativo, tem 1.440 contribuições desde dublagem, trilha sonora, imagens e efeitos especiais, tudo isso enviado por diferentes profissionais. Depois, o episódio segue misturado entre curtas, pocket shows e conversas.

O bacana é que Regular Joe conseguiu criar um modelo de negócio em que cada colaborador recebe por todo conteúdo que entra em qualquer projeto deles, mostrando para Hollywood (e para os gestores) que é possível cocriar, ter o conteúdo livre de patentes e, ainda assim, ser financeiramente viável.

A receptividade foi tão boa que o canal americano Pivot resolveu produzir oito episódios e já fechou a próxima temporada. A cada novo episódio, é possível ver Regular Joe convocando a galera para enviar qualquer tipo de material, de acordo com o tema. “Não é piada, não é um golpe de marketing; isso é um convite”, diz ele no vídeo de divulgação.

E Aí? ALGUém AINDA TEm DúvIDA DE qUE O FORmATO DE TRABALhO qUE pREvALEcERá NO FUTURO é O cOLABORATIvO?

Meire Brod / [email protected]

Seu pai leu as primeiras histórias para você.Agora é sua vez!

Dia dos Pais é na Nobel. Muitas novidades para presentear quem você ama.

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O gRAndEcAOS

AS PESSOAS FICAM SABEnDO quE SOu hISTORIADOR DE FORMAÇÃO, E É BEM COMuM Eu OuvIR quE “SE FAz hISTóRIA PARA EnTEnDER O FuTuRO A PARTIR DOS COnhECIMEnTOS DO PASSADO”. ISTO É uMA MEIA vERDADE, ATÉ PORquE nÃO SAíMOS DAACADEMIA COMO PROFETAS.

Mas é verdade que, quando estudamos o passado, começamos a entender os erros cometidos pelos nossos ancestrais e o resultado catastrófico de decisões políticas ou revoluções premeditadas, mal planejadas, equivocadas e malfeitas que ceifam milhares de vidas de inocentes.Outro fator devastador são as diferentes velocidades de desenvolvimento dos diferentes setores da sociedade, as quais causam choques sociais violentos e outras catástrofes anunciadas. O exemplo disto é o setor público, que se arrasta como um cágado moribundo enquanto a iniciativa privada corre como uma lebre enlouquecida.Olho nossas crianças e tento enxergar o futuro dessas novas gerações. Imersas numa estrutura de ensino defasada e perdida em moldes medievais, vivem em uma sociedade tecnológica que desenvolve conhecimento de forma exponencial. O grande problema é que aqueles que não aprenderem a viver essa nova realidade da cultura

informatizada e globalizada - de computadores, acesso à internet, caixas eletrônicos, canais de televisão por assinatura, smartphones e tablets - e não conhecerem como funcionam todas essas parafernálias high tech estarão condenados ao extermínio sumário pela cruel e fria sociedade tecnológica.E apesar dessas mudanças comportamentais, a escola continua formando pessoas que adquirem conhecimentos que não têm valia nenhuma para essa nova sociedade. A maior parte das coisas que aprendemos nos bancos escolares ou é mal explicada ou não serve para nada.Assim, os que podem atingir o sucesso nesta nova era são os alunos autodidatas: aqueles indivíduos que procuram o conhecimento por conta própria e, na maioria das vezes, sem orientação nenhuma.Gostaria de lembrar que a mesma mente brilhante que produz o remédio é aquela que constrói uma bomba nuclear.Estamos prestes a vivenciar o grande caos.Realmente, vivemos tempos muito perigosos.Era o que tinha para ser dito.E assim foi.

João Timotheo Esmerio MachadoProfessor de HistóriaIlustração Alessandro Mença

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TIRAnIA Ou DEMOCRACIA? CAOS Ou PERFEITA ORDEM? O quE SERIA DE uMA CIDADE REgIDA, guARDADA E ILuMInADA PELO SEu Eu-gOvERnADOR? SERIA O FIM Ou O COMEÇO DE uMA nOvA ERA? #PArTiuSeCANdidATArO futurO cOm sEu signO nO pOdEr

horÓscopoMaldiTo

áRIES(21 de março a 20 de abril)TIRANIA MILITARISTA: a cidade sob o poder de Áries, após ser tomada de assalto, claro, se transformará em um campo de concentração. Ministérios serão eliminados e substituídos pelo Poder Central Que Tudo Decide, e aquele que revidar, será fisicamente convencido a obedecer à Voz Suprema da Lei. Diariamente, os súditos, sem direito a um piu deverão fazer 150 abdominais e 50 flexões. O mercado de armas, assim como o de máquinas potentes, crescerá.

TOuRO(21 de abril a 20 de maio)GOVERNO MATERIALISTA: uma nova Los Angeles surgirá com a ascensão de Touro ao poder, e na cidade mundialmente famosa por sua gastronomia, hotelaria

e arquitetura impecáveis, tudo será sinônimo de fonte de renda. A conta, obviamente, será paga pelos turistas, que não contarão notas para desfrutar as mil e uma maravilhas oferecidas pela cidade. Exportação será outro ponto forte, e a população será “rhyca”, “phyna”, com excessos de gostosuras e feliz!

gêMEOS(21 de maio a 20 de junho)COOPERATIVA ESQUIZOFRÊNICA: Gêmeos criará dois partidos, o Governista e o Oposicionista, e assumirá a frente de ambos. Reuniões infindáveis para decidir absolutamente tudo ocorrerão em seu gabinete e, quando ele não estiver ocupado discutindo a cor da porta da escola municipal, estará viajando. A imprensa será convocada todo santo dia - e até duas vezes diárias: uma para

comunicar cada ínfima decisão e outra para desfazer o que disse. A cidade exportará publicações, livros e manuais, sendo o sucesso de vendas o Manual de Como Fazer Um Manual de Como Fazer 10 Lições.

CânCER(21 de junho a 21 de julho)MATRIARCADO ÍTALO-JUDAICO: com La Mamma no poder, a primeira ordem de governo será alimentar a população 30 vezes ao dia (huuum, com lasanha, canelone e pizza... - para de imaginar e foca o Horóscopo Maldito!) a fim de que todos fiquem bem nutridos e não se sintam abandonados pela Administração Municipal. A cidade exportará leite, travesseiros e colchões ortopédicos e adotará órfãos dos territórios vizinhos. Nela, tudo será resolvido diretamente por Câncer e não haverão presos,

afinal, ninguém é mau em essência - a culpa é toda da falta de amor do governo anterior, aquele malvado.

LEÃO(22 de julho a 22 de agosto)MONARQUIA TOTALITARISTA: Leão, nada bobo, instituirá o direito hereditário como garantia de que seus filhos sejam os próximos monarcas. Embora seja ele o dono da palavra final e quem não curtir está convidado a dar adiós às suas terras, no governo do leonino também há espaço para a generosidade, e assembleias serão criadas para que o povo discuta o futuro da cidade. Assegurando que a visão de seus súditos recebam imagens magníficas, o Rei Leão fará o Pronunciamento Real diariamente, no único canal de TV da cidade.

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vIRgEM(23 de agosto a 22 de setembro)BUROCRACIA ORGANIZACIONISTA: Virgem estagnará os preços, os salários e até o povo, em que todos deverão recadastrar suas identidades. Essa história de ter RG, CPF, título de eleitor e um cartão para isso e outro para aquilo será extinta, e todos serão substituídos por um único e implacável cartão, feito com nanotecnologia. A cidade - envolta por uma bolha gigante para se livrar da imundice alheia - receberá higienização diária, tanto que, em dois meses, vírus e bactérias entrarão em extinção e será conhecida como uma grande fabricante de remédios e líder em referência hospitalar na Terra.

LIBRA(23 de setembro a 22 de outubro)DEMOCRACIA ENROLACIONISTA: Libra determinará eleições mensais, só para sentir o gostinho de ser reeleito, afinal, ele é bonito e cheio de charme e, como bônus, mantém uma relação pacífica com todos os partidos. Criará ministérios infinitos e instituirá o parlamentarismo, tornando-se uma mera peça representativa do governo. Tornará complexa a Constituição, pois há muitos detalhes não comportados pelas leis. Onde já se viu!

ESCORPIÃO(23 de outubro a 21 de novembro)ABSOLUTISMO MAFIOSO: com metade da população morta - ops, gente!: Osama Bin Laden não havia morrido? - e o toque de recolher instituído às 22h, Escorpião

se esconderá na sede de seu governo, um abrigo subterrâneo com videocâmeras monitorando toda a cidade. Governará sozinho e ao pé da letra do Código de Hamurábi, “olho por olho, dente por dente”. Ladrões terão suas mãos cortadas; estupradores ficarão sem pênis; e difamadores perderão a língua - em praça pública! O escorpiano contará com espiões para saber e controlar tudo.

SAgITáRIO(22 de novembroa 21 de dezembro)GOVERNO SACERDOTAL: seguindo as ordens de Deus, o sagitariano erguerá uma pirâmide e elegerá um neofaraó. Como ele é o escolhido do mestre para carregar a missão de governar, sua autoridade não pode ser questionada, já que todas as manhãs, Deus bate um papo com Sagitário. Entendeu ou quer queimar no mármore do inferno? A tristeza será considerada doença letal, e pela lei de Chico Buarque, ops!, de Sagitário, é obrigação ser feliz! Ao morrer, sua reencarnação divina assume o poder.

CAPRICóRnIO(22 de dezembro a 20 de janeiro)CAPITALISMO ALPINISTA: Capricórnio dará empregos e oportunidade a todos, e a cidade será riquíssima. Um salve! Mas espera, nem tudo será um mar de rosas: ele ficará observando e ordenando quem são os incompetentes que merecem virar sabão! As jornadas de

trabalho serão de 15 horas, e tudo aquilo que desviar a atenção do trabalho e da ascensão social será extinguido, como bares, boates e cinemas. Sobre as altas taxas de suicídio, Capricórnio não compreenderá. Tudo estará tão lindo, né?

AquáRIO(21 de janeiro a 19 de fevereiro)SURREALISMO ANARQUISTA: após intimidar arianos e escorpianos a uma peleia, enquanto assiste ao fuzuê calmamente diante de sua TV, Aquário inaugurará o Poder Sinérgico - uma assembleia formada por integrantes de “trocentos” grupos - até então - sem vozes ativas, desde homossexuais até ecologistas e fãs de Roberto Carlos. Ordenará a distribuição de girafas albinas pela cidade, e toda a população deve aprender música clássica, dançar zabumba e falar tailandês. O governo exportará chicles sabor café, carros movidos a xixi, e clones mudos da Tiazinha.

PEIxES(20 de fevereiro a 20 de março)CAOS CONTORCIONISTA: depois de descobrir que todos os signos se liquidaram disputando o poder enquanto dormia, Peixes perceberá que só sobrou ele para comandar. Que rumo dar a essa nação? Com seus botões, o peixinho destruirá a existência do dinheiro, o líder vilão de toda a história. As pessoas comerão o que plantarem e vestirão o que tecerem. A vida será poesia, romances, mar, estrelas e cachimbo da paz. Sem exportações ou importações, a cidade será tema de um documentário da NatGeo e a queridinha dos antropólogos do Globo Repórter.

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Em terra de apaixonado por futebol, jeitinho brasileiro tem às pencas para tudo - até para a ansiada hora do “até que a morte nos separe”. E não há mês dos namorados que vingue quando o assunto é casamento, afinal, teve Copa do Mundo, sim.O site Zankyou, portal presente em dezoito países e referência em planejamento de cerimônias matrimoniais, resolveu contabilizar o quanto o campeonato dos campeonatos do universo futebolístico interferiu na escolha da data de casórios pela sede do Mundial em 2014. E para ver o porquê de carregarmos o título do país da modalidade esportiva, 60% dos pombinhos brasileiros preferiram torcer pela Seleção Brasileira ao eleger junho como mês para juntar as escovas de dente em relação ao mesmo período do ano passado. É muito amor - por futebol, óbvio!As três quedas mais acentuadas foram registradas em grandes metrópoles e também cidades-sede

Com Copa, subidas Juninas ao alTar caeM

60% no Brasilda Copa do Mundo, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, onde a troca de alianças diminuiu em 23%, 17% e 11%, respectivamente.Além do compromisso de roer as unhas em frente da TV ou nos estádios, os “quase casados” esbarraram na dificuldade de reunir a parentada para a cerimônia. Enquanto alguns familiares viajavam para acompanhar os jogos, outros ficariam de fora da comemoração por causa do encarecimento expressivo das passagens aéreas no Brasil que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), inflacionaram a média de 22,15% em junho no âmbito do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15).

Kelly Raquel [email protected]

FOI A BRAzuCA ROLAR nOS gRAMADOS vERDE-AMARELOS PARA O MunDIAL Já COnSAgRAR O gRAnDE PERDEDOR, OS CASAMEnTOS BRASILEIROS.

#nãovaiTerCasamento

Foto vimo/divulgação

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“O ORkUT NÃO ESTARá mAIS DISpONívEL ApóS O DIA 30 DE SETEmBRO DE 2014. ATé Lá, vAmOS mANTER O ORkUT NO AR, SEm GRANDES mUDANÇAS, pARA qUE vOcê pOSSA LIDAR cOm A TRANSIÇÃO.” SE TAmBém NÃO FOI FácIL pARA vOcê REcEBER ESTA mENSAGEm DO GOOGLE, pUxE UmA cADEIRA E FIqUE.

O cenário lembra uma daquelas cidades pós-apocalípticas do seriado norte-americano The Walking Dead: os confins orkutianos, não sobrevivendo ao ataque do vírus criado por Mark Zuckerberg, permanecem dominado por zumbis. Mas esse status de morta-viva da maior rede social do mundo até 2011 está prestes a um definitivo “the end”.

No dia 30 de junho, o Google chacoalhou o mundo com o comunicado de que, em exatos três meses, removeria o Orkut do ar. Com lencinhos em mãos e depressão orkuticídia, teve fiel escuteiro até criando petição on-line contra a decisão do gigante de buscas na tentativa de salvar a vida da rede social.

De acordo com a comScore, empresa de análise do consumo digital, em dezembro de 2013, seis milhões de usuários ainda se conectavam mensalmente ao Orkut e, em uma estimativa da Ibope Nielsen, só no Brasil, cinco milhões de perfis ainda permeiam a rede social - captou por que o dia 30 de setembro vai vestir o país de preto?

AS ciNcO SddS

Criada em 24 de janeiro de 2004, ela foi a porta de entrada para muitos brasileiros na internet e modificou a maneira como nos conectamos e interagimos com outras pessoas. Orkut, você já está fazendo falta!

Saber quem visitou seu perfilCuriosos, admitam: está aí uma ferramenta que vai fazer muita falta. Afinal, melhor do que futricar a vida dos outros (quem nunca, né?), só sabendo quem fez isso com a nossa! Por mais que volta e meia gerasse um estresse entre namorados, muitas pessoas se aproximaram em decorrência dela.

OPERAçãO ORkUT: EvAcuAR

É hora de dar tchau

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depoimentos e scrapsEra um deles surgir para um sorriso de orelha a orelha estampar-se na cara - principalmente até fevereiro de 2008, quando as mensagens privadas ainda não existiam pelo Orkut. Vai dizer que não era ótima a sensação de receber um “depo” ou ter mais scraps do que seus amigos? Sem falar de como era fácil amar por eles, ser um doce de ser humano, o superamigo para todas as horas, se declarar...

comunidades, doces comunidadesElas construíam nossa identidade, permitiam troca de informações, discussões em fóruns e, ainda, fazer amizades. E vai ter muito

brasileiro sentindo falta das “comus”: de acordo com o blog do Orkut, em março de 2008, existiam 40 milhões de comunidades em português, enquanto, em inglês, havia um décimo delas - só em uma “comu”, a “Eu Amo Minha Mãe”, existia esse número, quatro milhões de orkuteiros.

Ser legal, confiável,sexy e, ainda, ter fãs!Sorrisos, gelinhos e coraçõezinhos. Não importa o quanto fôssemos confiáveis, legais ou sexy, a gente só se convencia disso quando ganhávamos vários deles. E se parecer tudo isso já era demais, ter fãs, então, era para qualquer orkuteiro se sentir astro de Hollywood! Sorte do diaSim, ela era bizarra! Às vezes, não dizia nada com nada, mas em outras, acertava em cheio como estávamos nos sentindo. Quem agora vai nos lembrar de praticar exercícios, de ser o que sonhamos? - ah, só não vale sonhar que é um super-herói e sair voando pela janela, claro.

Kelly Raquel Scheid / [email protected]

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Ao ser convocada em três eleições para ser mesária, as cenas vistas foram grotescas: auxiliar pessoas analfabetas a votar, sendo que deveria ser um exercício consciente e muito bem informado; ver pessoas votando no candidato mais bonito, naquele que concedeu favores no bairro, mas que só vai até o local em época de campanha; presenciar o esquecimento do número do candidato, e a preguiça de procurá-lo na enorme lista de letras minúsculas que temos a obrigação de fixar na parede e ouvir: “Ah, vai qualquer um mesmo! Nenhum presta!”. Hein, mas o direito de votar não deveria ser um gesto livre de democracia em vez de uma tarefa obrigatória? Se eu não votar, eu não deveria ser impedida de ter carteira de identidade, tirar passaporte ou me inscrever num concurso público ou até renovar matrícula em estabelecimentos de ensino oficial! Aí, você se pergunta, que diabos de sistema é esse? Vamos voltar algumas casinhas no tabuleiro do tempo, caro leitor, porque se você desconhece a história do seu próprio povo, ah, está condenado a repeti-la!

OS “hOmENS bONS”

Votar de forma organizada foi coisa de um sujeito chamado Martim Afonso de Souza, que em 1532 fez a primeira eleição no Brasil. A função rolou na Vila São Vicente, sede da capitania de mesmo nome, com a intenção de escolher o Conselho Administrativo da vila.

Até então, no período colonial brasileiro, as eleições eram apenas locais ou municipais. Aí, quem o tal Martim disse que poderia votar? Os “homens bons”, ou seja, caras pertencentes a famílias de nome, com grana e propriedade, que participassem da burocracia civil e militar da época. Essa expressão, anos depois, designou os vereadores eleitos das Casas de Câmara dos municípios, até não ser mais usada. Dica: guarde uma palavra, querido leitor, pois você a encontrará muitas vezes nas linhas a seguir: DINHEIRO, RENDA, MONEY, BUFUNFA, FAZ-ME RIR, $$$$!

iNdEPENdêNciA Ou O quê?

O Dom Pedro I, depois que proclamou a Independência (já se perguntou, por que não foi alguém do povão que deu o grito à margem do Ipiranga e sim um burguês?), botou as regras na mesa do primeiro sistema eleitoral, em 1824. O voto era obrigatório, mas só homens acima de 25 anos e com renda anual determinada podiam votar. Abaixo dessa idade - assalariados, mulheres, índios, escravos, soldados -, nem pensar! Em 1894, Prudente de Morais e sua barba tomaram conta do campinho. Ele foi o primeiro presidente eleito de forma direta, com cerca de 270 mil votos, os quais representavam 2% da população. As mulheres só foram exercer o seu voto em 1935. Com Getúlio Vargas e sua Ditadura de 1937 a 1945, lá ficou o mulherio de fora outra vez.

dEu “PAu” nO SISTEMA 17 DE JunhO DE 2013. O gRITO DE 1,25 MILhÃO DE CIDADÃOS EM 438 CIDADES BRASILEIRAS COnTESTAvA AquELE FATíDICO AuMEnTO DE 20 CEnTAvOS nAS TARIFAS DO TRAnSPORTE PúBLICO. A InDIgnAÇÃO EM MASSA vEIO COMO AvALAnChE, ARRASTAnDO POR OnDE PASSAvA, PALAvRAS EngASgADAS POR uM POuCO MAIS DE 500 AnOS DE hISTóRIA: MELhORES COnDIÇõES DE SAúDE, EDuCAÇÃO, REFORMA POLíTICA, SEguRAnÇA, JuSTIÇA!

Desde as manifestações do Impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, e aprovadas por cerca de 84% da população, não se via algo parecido. Mas onde estávamos, até então? Esquecemos de que fomos “caras pintadas”? O que fizemos com a nossa insatisfação, aguentando calados e decidindo no “uni-duni-tê”, de frente pra urna, em quem votar?

Fotos Luca Lunardi

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Até a Constituição de 1988, o voto era um direito negado aos analfabetos. E pensando nesses, num “lindo-ato-bondoso-beneficente-somos-legais”, o governo lhes concede a possibilidade de votar. Ora, não seria mais coerente o Poder Público estar preocupadíssimo com os índices de analfabetismo, antes de mais nada, e defender, com unhas e dentes, o direito a ler e escrever para todo o cidadão? Para refrescar ainda mais a sua memória, houve algo bem pior do que as regrinhas de Dom

Pedro I e algumas leis instauradas pela Constituição, que parou no tempo e já está pior do que roupa velha de tanto ser remendada.

TEm Só cAfé Ou Só lEiTE: EScOlhE, mANé!

No início do século XX, um sistema tradicional de controle de poder político abusava de autoridade por meio de compra de votos, utilização da máquina pública para favorecimento próprio, de militantes e simpatizantes. Isso se chamava “voto de cabresto”, que você viu lá naquela aula de História, lembra? Os responsáveis por esse voto já predeterminado e ganho eram os coronéis, que obrigavam e até usavam de violência para que os eleitores - leia-se empregados e pessoas humildes da região - votassem nos candidatos os quais eles apoiavam. O voto era aberto, e a capangada ficava de olho! Na época, São Paulo era o grande produtor de café, e Minas Gerais, o mandachuva na criação de gado leiteiro. Adivinha quem ganhava as eleições? Uma vez candidato paulista, na outra, um candidato mineiro. Depois, um candidato paulista e, de novo, um candidato mineiro. Eta pingue-pongue eleitoreiro sujo, uai!

Posteriormente, com o voto secreto instituído por Getúlio Vargas, em 1932, a coisa não mudou muito de figura. Qualquer semelhança com os comportamentos político e eleitoral atuais seria pura coincidência ou, talvez, em “sistema” que se ganha, melhor não mexer? Nas regiões mais pobres do país, a prática ainda está viva, como as inúmeras promessas de ajuda financeira, lotes de terra, cestas básicas.

Foto Amanda Oliveira

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O SiSTEmA POlíTicOTiO PATiNhAS

Segundo o Censo de 2010, somos 202 milhões de brasileiros, sendo 51,3% mulheres e 48,7% homens. Declaram brancos, 47,7%; pardos, 43,1%; negros, 7,6%; indígenas, 0,4%. Quem vive nas grandes cidades? 84%. Esses mesmos costumam ter média de 1,8 filho contra 2,7 dos 16% residentes em áreas rurais, onde há carência de todos os tipos de serviço e infraestrutura. E é essa parcela da população e os tantos que deixam suas terras natais em busca de melhores chances em metrópoles que o Poder Público gosta de ter como carta na manga, prestando assistencialismo em troca de uma vitória nas urnas. Exagero? Basta ver quem manda no Maranhão, por exemplo. Mostrar o quadro da família Sarney e uma pintura da Santa Ceia é praticamente a mesma coisa! Manda quem tem dinheiro e obedece quem precisa comer.

Na teoria, deveríamos eleger alguém para defender nossos interesses como cidadãos que vivem em uma sociedade que a todo tempo se transforma e que necessitam acompanhar tais mudanças. No entanto, se reproduz, descaradamente, desde a primeira eleição no Brasil, um sistema político criado para atender ao dinheiro e não você, querido leitor. E se apenas 85 pessoas no mundo, conforme o relatório de Davos, na Suíça, detêm 46% da riqueza mundial, imagine a tragédia na estatística brasileira! De modo arrebatador, são os setores de poder econômico que colocam ainda mais as garras de fora e mostram que são eles que mandam em partidos, candidatos e órgãos do Estado, em todas as esferas.

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vOTE Em mim; NÃO,

nãO vOTE nElE

InfORMAçãOE vOcê: TudO A

vER

Se de um lado estão empresários “Tios Patinhas”, que trabalham em conchavo com determinados veículos de comunicação que fazem o favor de “desinformar” sobre os reais motivos de tanta corrupção, do outro lado do abismo fica o refém desse modelo, o povo, que não tem força suficiente de representação e não consegue quebrar esse modo absurdo de governar. O caminho pode ser tortuoso, mas é possível iniciar um belo trabalho de conscientização e informação. E a inciativa parte de mídias locais e comunitárias, comprometidas em noticiar, como o Tabaré. O jornal bimestral surgiu do gosto de alunos da Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em debater a política.

Crítico, inteligente e muito bem-humorado, o Tabaré é distribuído de forma gratuita e já ganha não só a simpatia no meio underground da capital, mas também entre

muitos políticos. Para os coeditores Chico Guazzelli e Natascha Castro, o caminho é continuar incentivando o crescimento dessas vozes que saem de dentro de escolas e universidades. “Temos que pensar numa redemocratização dos meios de comunicação, onde as verbas publicitárias sejam distribuídas de forma mais justa”, diz Natascha.

Ela se refere ao projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Aldacir Oliboni, aprovado este ano, que institui a Política Estadual de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias. As verbas destinadas à publicidade pelos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo têm grande peso no orçamento dos veículos de comunicação. Por isso, agora há uma partilha mediante porcentual mínimo dos recursos direcionados para jornais e revistas impressas, entre dois mil e 20 mil exemplares, fortalecendo os pequenos veículos.

A moda em fazer propaganda política que custa cifras astronômicas parece não ter limites. Nas eleições de 2002, partidos e candidatos gastaram cerca de R$ 189,6 milhões nas campanhas eleitorais para deputado federal, conforme prestação de contas à Justiça Eleitoral. Muito? Segure o queixo para não despencar: em 2010, o valor bateu R$ 908,2 milhões, o que significa um aumento de 479% em apenas oito anos! Para presidente, a média que em 2002 ficava em R$ 92 milhões, em 2010, atingiu R$ 590 milhões, o que significa um aumento de 627%. Ah, se para aumentar o “salário vergonhoso mínimo” do brasileiro houvesse esse mesmo empenho!

De onde sai tanta grana para apoiar um candidato? Do bolso do cidadão, que pega três ônibus para chegar ao trabalho e chora por um vale-refeição justo (aleluia!) é que não sai. São financiadores privados que não só injetam apenas uma baita bufunfa, como também empurram goela abaixo o poder de influir e intervir sobre candidatos e partidos. Segundo informações do site do Tribunal Superior Eleitoral, ainda referente à prestação de contas em 2010, dos 513 candidatos a deputado federal, 369 foram eleitos (72%), coincidentemente os que mais gastaram em campanhas. Alguma dúvida de que esses “investidores” se reúnem a portas fechadas para demonstrar predileção por candidatos?

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REfORmA POlíTicAE RuPTuRA, uRgENTE!

A sensação de impotência de que nenhum candidato está apto ou tem interesse e preocupação em atender às nossas necessidades é inevitável. Mas por que sentimos isso? Possivelmente em razão de nossa falta de força e coragem em romper. Sempre saímos de um momento histórico para outro sem dar um basta, sendo tudo ajeitado na base do paz&amor e por elites. E os nossos “heróis” Dom Pedro I, Princesa Isabel, Tiradentes, militares na Ditadura, galera de grana e com grandes interesses políticos por trás da Independência, Abolição da Escravatura e por aí vai? Ainda hoje continuam a dar as cartas do jogo por intermédio da velharia conservadora, empresários que adoram fazer rolezinho nos shoppings em Miami, distribuindo falta de educação e o tradicional jeitinho brasileiro de levar vantagem.

Lendo o professor Fábio Comparato, escritor e jurista brasileiro, o Brasil tem uma democracia sem povo, pois não tem como alicerce dos seus processos democráticos a soberania da população.

A nossa única base política é movediça e se chama DINHEIRO. Quanto mais poder, mais desigualdade. Assim, vão diminuindo os espaços para os trabalhadores, as juventudes nas periferias, negros, índios, mulheres. Com isso, você se dá conta de que o perfil dos poderosos, em pleno século XXI, é o mesmo escolhido por Dom Pedro I para votar: masculino, branco e proprietário. Pronto para repetir o mantra comigo, caro leitor? Lá vai: “Povo que desconhece a sua história, está condenado a repeti-la”, parafraseando o historiador Eduardo Bueno.

REbEldES, mAS cOm cAuSA

Mobilizar multidões pelas redes sociais para sair às ruas, ao som de palavras justas e que demonstrem a nossa insatisfação ao longo dos séculos, é digno. Porém, quando o ato acaba, o que fica? Qual o embasamento de todas essas ações para que possamos não deixar a discussão terminar ao chegar ao fim da manifestação, ali, dobrando a avenida?

Falando em urnas, um dos primeiros passos seria exigir o financiamento público de campanhas eleitorais. A verba para os partidos deveria ser distribuída de forma igual e dependendo do número de representantes. A Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo, propõe um limite de doações jurídicas e também o valor de R$ 700 para pessoas físicas. A grana gasta deve ser baseada em quantos eleitores e quantos cargos estarão em disputa. Na Europa, países como França e Portugal já não aceitam a bufunfa de empresários em suas campanhas eleitorais.

SOmOS jOvENS, bRASilEiROS, E dESiSTiR, NuNcA!

Lutar para que o grito do brasileiro ecoe alto e com tanta firmeza quanto a força na comemoração de um gol é fundamental. E isso é possível por meio de uma palavra: PARTICIPAÇÃO. Podemos decidir e exigir que ocorram plebiscitos e referendos, sobre assuntos importantes, como concessões de bens públicos, privatizações, projetos que tenham impactos socioambientais, obras que envolvam a nossa grana. Além de novas institucionalidades democráticas, é preciso que não tenhamos medo de falar sobre política e economia no nosso cotidiano, dentro da escola, na mesa de bar com os amigos. Chega de fazer de conta que não é conosco e trocar de assunto com desdém e descrença.

Precisamos de eleições transparentes e iniciativa popular para debater o que somos, o que queremos, para onde vamos. Mesmo com entraves esdrúxulos e decadentes, somente desta forma combateremos o pesado fardo do poder econômico mandante nas urnas, a pseudorrepresentação de segmentos marginalizados e pouco ouvidos na sociedade, incluindo a nossa própria voz. E creia: temos o poder de acordar o gigante na hora e quando quisermos!

Raquel Carneiro / [email protected]

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LAYER UPOs anos 1990 em uma versão glam grunge

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Fotografia: Karina Jacques e marcos Castellan (Droid studio)Tratamento de imagem:Karina JacquesModelo: alanna pingray (premier models mgt)Conceito e produção executiva: ana luisa JohannStyling: ana luisa JohannBeleza: Fernanda BalbinottiAgradecimentos: lojas renner e safe park

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Indagar um alemão desde quando a bicicleta serve como meio efetivo de transporte é o mesmo que perguntar sobre a invenção da roda! Oficialmente noticiada no jornal de Karlsruher, a primeira pedalada na Alemanha ocorreu em agosto de 1817, em façanha do engenheiro florestal Drais, que percorreu 15 quilômetros entre a cidade de Mannheim e Schwetzingen. Tamanha foi a aprovação que, em 1887, o país contabilizava cerca de 456 fábricas das magrelas.

Hoje, cidades como Berlim, Hamburgo e Munique têm leis e mapas específicos para ciclovias e, inclusive, um regime de licenciamento de trânsito com os deveres dos cidadãos donos de bike. E quem não respeitar, ganha multa! Para os apaixonados pela vida sobre duas rodas, Münster seria o paraíso: a cidade universitária possui uma média de 300 quilômetros de ciclovias, e mais de 40% das viagens são feitas com bicicletas.

Por solo brasileiro - mais precisamente em Curitiba -, o meio de transporte chegou

bORA PEdAlAR!

quase na mesma época, em 1895, com um clube de imigrantes alemães. Ops! Mas por que ainda somos tão atrasados no tema?

Em parte, a nossa falta de hábito pode receber influência de um relevo pouco plano ou por erros históricos no planejamento das cidades, mas a culpa é também cultural. Muitas brechas - como o individualismo e o hedonismo - existem por carência de incentivo público e estudos dos governos para propor novas alternativas de locomoção.

Analisando uma capital, a gaúcha Porto Alegre: se a população quiser usar coletivos rodoviários, ferroviários ou hidroviários, ela terá opções, mas se para chegar a algum terminal de ônibus e quiser estacionar a magrela por lá, tem como? Não, pois não existem bicicletários no setor e vale lembrar que, em maio, a Câmara de Vereadores esteve perto de

O qUE DIFERENcIA AS cIDADES DO FUTURO DAqUELAS qUE pARARAm NO TEmpO? OS ESpAÇOS URBANOS pENSADOS pARA ATENDER AO INTERESSE cOLETIvO E NÃO AO pARTIcULAR.

Lifestyle: sobre duas rodas

Foto ADFC Landesverband Sachsen

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avançar contra essa realidade, mas rejeitou a criação do Fundo Cicloviário da capital - projeto de lei que sugere investir 20% do valor arrecadado com multas na adequação das vias para ciclistas e educação no trânsito. Ah, sem essa de perder as esperanças, porto-alegrenses: o fundo ainda volta a ser tema no Legislativo!

E Em lAjEAdO?

“Os trajetos destinados a ciclovias e ciclofaixas devem ser úteis para que as pessoas cheguem ao trabalho ou à escola e lá tenham espaço para guardar o veículo com segurança”, defendem os ciclistas amadores do

Pedalajeado, grupo lajeadense originado em 2004 para unir pessoas com o interesse em comum bicicleta da cidade e do Vale do Taquari. Seja por pretensões competitivas ou de iniciação ao esporte, os integrantes mantêm contato por território virtual em que, além de discutir mobilidade urbana, programam pedaladas noturnas semanais pelogroups.yahoo.com/groups/pedalajeado.

Para eles, embora Lajeado totalize cerca de 30 quilômetros em áreas para ciclistas - deixando até a capital (com sua média de 20 quilômetros) aquém desse número -, sua utilização vem se restringindo ao lazer, o que demonstra a necessidade de a Administração Municipal reaver a estrutura viária da cidade. De acordo com o coordenador do Departamento de Trânsito, Euclides Rodrigues, o município enxerga a urgência e avalia a possibilidade de contratar empresa especializada para estudo

técnico. Por ora, duas vagas para bikes em cada estacionamento de motos na área central estão sendo providenciadas pela prefeitura.

Outra bandeira do Pedalajeado é a importância de educar ciclistas e motoristas para que o respeito mútuo exista no trânsito. Em Lajeado, já rola o projeto nas escolas Educação para o Trânsito. “Serão intensificadas ações que visam fomentar o uso de bicicletas e promover a consciência e o respeito dos motoristas por esse tipo de transporte”, adiantou, ainda, Rodrigues sobre a ação.

A cONTRibuiçÃO dA EducAçÃOPARA ESTímulO à PRáTicA

O Centro Universitário Univates, de Lajeado, desde maio oferece um sistema de compartilhamento entre alunos, professores e funcionários da instituição: o Bicivates. São 120 unidades disponibilizadas de forma gratuita para os usuários se locomoveram no campus, pelo período de duas horas. Em menos de um mês do lançamento, os empréstimos já ultrapassavam 1,3 mil.

iNiciATivA PRivAdA E PúblicAPElA SuSTENTAbilidAdE

A queixa sempre recai nos órgãos públicos, mas o que impede de empresários, enquanto promovem suas marcas, plantarem a semente do politicamente correto? Nada! Ao setor privado, o exemplo do Bike PoA: o projeto de magrelas de aluguel, que une Prefeitura de Porto Alegre, Banco Itaú e sistema de bicicleta Samba, desde setembro de 2012, já contabiliza meio milhão de viagens pela área central da capital.

Raquel Carneiro / [email protected] Raquel Scheid / [email protected]

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A ORDEm NATURAL DAS cOISASPERDEU QUASE TUDO O QUE TINHA: AMOR-PRóPRIO, A DROGA DA CONFIANÇA E MAIS UM MONTE DE COISAS. MESMO ASSIM, TODA VEZ QUE PENSAVA EM DESISTIR, ALGO DENTRO DELE DIZIA QUE PRECISAVA CONTINUAR TENTANDO. DE TODO O MODO, AS ENGRENAGENS ESTÃO TOTALMENTE DESCONEXAS, E AS CONEXõES NÃO ENGATAM MAIS DROGA ALGUMA. APESAR DA TV DESFOCADA LIGADA PARA AS PAREDES, TUDO NUNCA ESTEVE TÃO CLARO E COMPREENSÍVEL PARA AQUELE HOMEM.

conversa casual

Deitado na cama, imóvel como um corpo sem vida, ele fica olhando para o teto. Já ela, continua dormindo. Costumava falar durante o sono. E novamente solta a língua naquela noite.“Eu não quero trocar de roupa” - ela fala em alto e bom som. Olhando para o teto, ele ouve uma resposta vinda da TV.“Você poderia colocar aquele vestido vermelho” - disse uma voz masculina vinda de um filme na tela. Ele ri daquele troço.“Sai daqui!” - ela diz quase gritando e ainda dormindo.“Ah, meu bem! Não fala assim comigo” - a TV responde. Ele levanta, apaga a TV e liga o abajur.“Eu quero ir embora! Eu quero ir embora!” - a sonâmbula arremata seu solo novamente em voz alta. Ilustração Alessandro Mença

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Ele suspira longamente, olha para o rosto dela, vê a testa franzida e a pele do rosto se contorcendo. Os lábios emulando ora um sorriso, ora parece ganhar uma expressão de dor. Deita-se encaixando o seu corpo no dela, envolvendo-a com os seus braços gigantes. Fritando debaixo dos cobertores, ela lembra uma ostra tentando voltar para uma concha menor do que seu tamanho. Depois começa

a sussurrar algo incompreensível numa língua morta, além de ranger os dentes. Ele beija o pescoço dela e acaricia as cochas, arrastando a mão carinhosamente pela bunda e subindo até as costas dela. Sabe que pode mover o mundo, mas nada vai alterar a ordem natural das coisas. Mesmo assim, continua insistindo. Teimosia nata. Ajeita as cobertas sobre ela e vai para o canto oposto da cama.

Pega o smartphone e clica no aplicativo de uma rádio. Future Days, do Pearl Jam, esse é som que surge pós-buffer. Eddie Vedder diz que não precisa mais das suas partes que foram roubadas. “Hum, tudo que levaram de mim eu quero de volta, Eddie”, ele pensa. Da mesma forma que um membro atrofiado se regenera de uma lesão, a mente sabe o que precisa fazer, mas o corpo debilitado não responde, como um jogador de futebol que perdeu o tônus muscular errando um passe primário.

Igual a um alcoólatra inveterado recusando sua bebida favorita, ele sabe que a roda do moinho vai girar, mas a mesma água de ontem vai voltar a circular pelo velho escaninho de madeira. Não tem jeito. Sabe que aquela noite vai ser longa.

Márcio grings

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quando lançamos a edição 4 da revista mazup, tínhamos certeza de que ela invadiria os comentários de grupos, mesas, rodas de conversa na universidade e de quem mais tivesse contato com ela. Até os mais descolados e cabeça aberta levaram a mão à boca e arregalaram os olhos com o assunto que propomos a discutir naquela edição. murmuravam! houve quem se manifestasse, escrevesse longos e-mails e nos parasse na rua para cutucar. com a mão à boca e olhos arregalados, lembre-se! muitos questionaram como, afinal, tivemos coragem de tocar em um assunto tão cochichado, jogado às margens, tratado e reservado aos consultórios de psicologia? Falamos! E não só expusemos os fatos, como também imprimimos fotos que desafiaram o senso comum. Se há uma edição emblemática, a quarta foi uma dessas, mesmo que todas tenham sido deliciosas, provocativas e lisérgicas.

pois acreditamos que em suas mãos está mais uma que vai gerar o mesmo número de comentários

DEsABAForepercutidos na edição descrita acima - a história de um sistema político sangrado, desacreditado, contado aqui de uma forma pouco vista em aulas tradicionais de história do Ensino Fundamental. quão oportuno é pensar e discutir nosso sistema político às vésperas da eleição, concorda? O movimento de outubro às urnas será o de validar e fazer valer as reivindicações de junho de 2013, afinal, não foi mesmo só pelos 20 centavos, foi? Não foi só pela parceria ou diversão que você se mobilizou nas ruas, foi?

Faça valer seu desejo de um país melhor! Já que somos um filho que não foge à luta, que façamos valer a pena, afinal, nenhum lugar pode ser mais glorioso para uma grande mudança do que a urna. Depois não adianta ir para a rua, nem se escorar no desânimo da desculpa de que sempre foi assim.

Se é por mais ciclovias que lutamos, que tenhamos o tempo da pesquisa para ver quais dos candidatos têm projetos sobre o assunto. é hora de

termos a mesma proatividade dos tempos de protesto e de usarmos minimamente o mesmo tempo para pesquisar sobre aqueles que iremos definir como nossos representantes de Estado. Essa informação pode vir de uma conversa casual ou por meio de pesquisas em redes sociais. vale até no Orkut se for antes do dia 30 de setembro.

Foto quinn Dombrowski

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