1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E OS EVENTOS ADVERSOS...
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• 1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E OS EVENTOS ADVERSOS À
SAÚDE.
• Ementa provisória:
• Conceituações em saúde e ambiente. Marcos legais.
Modelos de atuação para a saúde ambiental. O ambiente e a
saúde humana. Risco e vulnerabilidade. Epidemiologia
ambiental. Ação primária em saúde ambiental e as doenças de
fatores biológicos e não biológicos.
• Objetivos
• Capacitar os(as) alunos(as) para a compreensão
epidemiológica da interface saúde e meio ambiente.
Igualmente para a compreensão e atuação no SINVAS.
• 1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E OS EVENTOS ADVERSOS À
SAÚDE.
• Avaliação
• Relatório preliminar das conclusões dos grupos que
analisarão temas específicos.
• Referências
• 1. Câmara, V. M. de. Epidemiologia e ambiente. In: Medronho
et al. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2009.
• 2. Saúde e Ambiente. Cadernos de Saúde Coletiva. Volume
XIII – Número 1 – Jan – Mar, 2005.
• Conceituações em saúde e ambiente
A Constituição Brasileira define no artigo 196: “saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.”
• Conceituações em saúde e ambiente
Em 1990 foi promulgada a lei 8080 que normatizou o dever do Estado: “ a saúde tem fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.”
O conceito apresentado pela OMS até os dias de hoje, é o ponto de partida: “ saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. Foi cunhado pelo croata sanitarista Andrija Stampar e adotado pela Organização em 1946.
• Conceituações em saúde e ambiente
• Outros autores como Forattini, 1992 abordam a saúde numa vertente ecológica, declarando que deve haver um gradiente de desabilidade biológica, fisiológica e, portanto, ecológica.
• Saúde assim é a perfeita e contínua adaptação do organismo ao seu ambiente”, conceito atribuído a Wylie.
Na vertente cultural-social, discute-se que os estados de doença são definidos culturalmente.
O sentir-se doente é diferente do quadro patológico detalhado pela medicina científica.
• Criação do SINVAS
• Vigilância em Saúde é o conceito integrador no campo da
vigilância, entendida como modelo técnico-assistencial
inserido na Atenção à Saúde. Visa a organização e prática
das ações de vigilância epiemiológica geral e da promoção
da saúde em todos os níveis num determinado território.
Indica uma integração de ações de acompanhamento,
prevenção e promoção, separadas conceitualmente da
assistência, sendo complementar a esta para a integralidade
da atenção.
• Na VS, os campos de atuação dividem-se por
competências: sanitária, da saúde do trabalhador,
epidemiológica, ambiental em saúde. Está normatizada na
legislação do SUS, lei 8080, NOB SUS 96 e Normativa 01,
Portaria 1399/1999.
• Criação do SINVAS
• O MS apresentou pela FUNASA o Decreto n°
3.450(9/5/2000) que estabeleceu a competência institucional
da "gestão do sistema nacional de vigilância ambiental“. Em
2003 foi apresentada e passou a vigorar a estrutura do
SINVAS.
• Assim, a vigilância ambiental em saúde é um conjunto de
ações que proporciona o conhecimento e detecção de
mudança nos fatores determinantes e condicionantes do
meio ambiente que interferem na saúde humana, com a
finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle
dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou
outros agravos à saúde.
•
• Criação do SINVAS
•
• A atuação da VAS em todos os níveis de governo requer
articulação com diferentes atores institucionais e
comunitários para que as ações integradas sejam
implementadas, assegurando que os setores assumam suas
responsabilidades de atuar sobre os problemas de saúde e
ambiente em suas respectivas áreas.
•
• Criação do SINVAS • No âmbito do Ministério da Saúde, diversos órgãos e
instituições desenvolvem programas, projetos e ações
relacionados à saúde ambiental:
• a) FUNASA;
• b) Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA,
• c) Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ,
• d) Secretaria de Políticas de Saúde - SPS, do Ministério da
Saúde, Departamento de Ciência e Tecnologia; Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas que coordena o Grupo
Técnico de Saúde do Trabalhador;
• e) Assessoria de Assuntos Internacionais – AISA.
• A estruturação e a operacionalização do SINVAS demanda
articulação com Ministério do Meio Ambiente, Ministério do
Trabalho, Ministério das Relações Exteriores, o Ministério do
Planejamento, outros órgãos e agências do Governo Federal.
•
• Criação do SINVAS •
• No âmbito do SUS, a FUNASA fomentará e apoiará a
estruturação da área de vigilância ambiental em saúde nas
Secretarias Estaduais de Saúde e nas Secretarias Municipais
de Saúde, por meio da Programação Pactuada Integrada de
• Epidemiologia e Controle de Doenças – PPI-ECD e de projetos
estruturantes com apoio financeiro do Projeto VIGISUS e
outras fontes de financiamento que venham a ser identificadas.
Estas relações estão delineadas no quadro a seguir:
• SANEAMENTO E SANEAMENTO BÁSICO
• Saneamento, segundo o manual de saneamento da FUNASA,
é um conjunto de medidas, visando preservar ou modificar as
condições do ambiente com a finalidade de prevenir doenças e
promover a saúde.
• Com este enfoque, tem os mesmos objetivos da Vigilância
Ambiental em Saúde, o de organizar a ação estatal para o
ambiente saudável.
• Diferencia-se como objetivo e prática, no modelo do
saneamento básico, definido como ações voltadas à qualidade da
água, do destino do esgoto e do lixo, ou resíduos sólidos.
• Ao assumir também ações comunitárias, o saneamento passa a
integrar a Promoção da Saúde.
Doenças infecciosas causadas pela falta de Saneamento
D o e n ç a A g e n te c a u s a d o r F o rm a d e c o n tá g io
A m e b ía se o u d ise n te ria a m e b ia n a
P ro to zo á rio E n ta m o e b a h is to ly tica In g e s tã o d e á g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r c is to s
A sca rid ía se o u lo m b rig a
N e m a tó id e A sca ris lu m b rico id e s In g e s tã o d e a g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r o vo s
A n c ilo s to m o se O vo d e N e ca to r a m e rica n u s e d o A n cy lo s to m a d u o d e n a le
A la rva p e n e tra n a p e le (p é s d e sca lço s ) o u o vo s p e la s m ã o s su ja s e m co n ta to co m a b o ca
C ó le ra B a c té ria V ib rio ch o le ra e In g e s tã o d e á g u a co n ta m in a d a
D ise n te ria b a c ila r B a c té ria S h ig e lla sp In g e s tã o d e á g u a , le ite e a lim e n to s co n ta m in a d o s
E sq u is to sso m o se A sq u e lm in to S ch is to sso m a m a n so n i In g e s tã o d e á g u a co n ta m in a d a , a tra vé s d a p e le
F e b re a m a re la V íru s F la v iv iru s sp P ica d a d o m o sq u ito A e d e s a e g yp ti
F e b re p a ra tifó id e B a c té ria s S a lm o n e lla p a ra typ h i, S . sch o ttm u e lle r i e S . h irsh je d i
In g e s tã o d e á g u a e a lim e n to s co n ta m in a d o s , e m o sca s ta m b é m p o d e m tra n sm itir
F e b re tifó id e B a c té ria S a lm o n e lla typ h i In g e s tã o d e á g u a e a lim e n to s co n ta m in a d o s
H e p a tite A V íru s d a H e p a tite A In g e s tã o d e a lim e n to s co n ta m in a d o s , co n ta to fe ca l -o ra l
M a lá ria P ro to zo á rio P la sm o d iu m ssp P ica d a d a fê m e a d o m o sq u ito A n o p h e le s sp
P e s te b u b ô n ica B a c té ria Y e rs in ia p e s tis P ica d a d e p u lg a s
P o lio m ie lite V íru s E n te ro v iru s C o n ta to fe ca l-o ra l, fa lta d e h ig ie n e
S a lm o n e lo se B a c té ria S a lm o n e lla sp A n im a is d o m é s tico s o u s ilve s tre s in fe c ta d o s
T e n ía se o u so litá r ia
P la te lm in to T a e n ia so liu m e T a e n ia sa g in a ta
In g e s tã o d e ca rn e d e p o rco e g a d o in fe c ta d o s
Doenças causadas pela falta de Saneamento
D o e n ç a A g e n te c a u s a d o r F o rm a d e c o n tá g io
A m e b ía se o u d ise n te ria a m e b ia n a
P ro to zo á rio E n ta m o e b a h is to ly tica In g e s tã o d e á g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r c is to s
A sca rid ía se o u lo m b rig a
N e m a tó id e A sca ris lu m b rico id e s In g e s tã o d e a g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r o vo s
A n c ilo s to m o se O vo d e N e ca to r a m e rica n u s e d o A n cy lo s to m a d u o d e n a le
A la rva p e n e tra n a p e le (p é s d e sca lço s ) o u o vo s p e la s m ã o s su ja s e m co n ta to co m a b o ca
C ó le ra B a c té ria V ib rio ch o le ra e In g e s tã o d e á g u a co n ta m in a d a
D ise n te ria b a c ila r B a c té ria S h ig e lla sp In g e s tã o d e á g u a , le ite e a lim e n to s co n ta m in a d o s
E sq u is to sso m o se A sq u e lm in to S ch is to sso m a m a n so n i In g e s tã o d e á g u a co n ta m in a d a , a tra vé s d a p e le
F e b re a m a re la V íru s F la v iv iru s sp P ica d a d o m o sq u ito A e d e s a e g yp ti
F e b re p a ra tifó id e B a c té ria s S a lm o n e lla p a ra typ h i, S . sch o ttm u e lle r i e S . h irsh je d i
In g e s tã o d e á g u a e a lim e n to s co n ta m in a d o s , e m o sca s ta m b é m p o d e m tra n sm itir
F e b re tifó id e B a c té ria S a lm o n e lla typ h i In g e s tã o d e á g u a e a lim e n to s co n ta m in a d o s
H e p a tite A V íru s d a H e p a tite A In g e s tã o d e a lim e n to s co n ta m in a d o s , co n ta to fe ca l -o ra l
M a lá ria P ro to zo á rio P la sm o d iu m ssp P ica d a d a fê m e a d o m o sq u ito A n o p h e le s sp
P e s te b u b ô n ica B a c té ria Y e rs in ia p e s tis P ica d a d e p u lg a s
P o lio m ie lite V íru s E n te ro v iru s C o n ta to fe ca l-o ra l, fa lta d e h ig ie n e
S a lm o n e lo se B a c té ria S a lm o n e lla sp A n im a is d o m é s tico s o u s ilve s tre s in fe c ta d o s
T e n ía se o u so litá r ia
P la te lm in to T a e n ia so liu m e T a e n ia sa g in a ta
In g e s tã o d e ca rn e d e p o rco e g a d o in fe c ta d o s
• Modelos de atuação em saúde ambiental: da APS à APSA.
• O conceito de Atenção Primária foi desenvolvido na conferência da OMS de 1978 realizada em Alma Ata, Cazaquistão. A conferência salientou a importância da saúde para os povos:
“La Conferencia reitera firmemente que la salud, que es un estado de completo bienestar físico, mental y social, y no solamente la ausencia de afecciones o enfermedades, es un derecho humano fundamental, y que el logro del nivel de salud más alto posible es um objetivo social sumamente importante en todo el mundo, cuya realización requiere la intervención de otros muchos sectores sociales y económicos, además del sector de la salud”
A Atenção Primária em Saúde é a atenção essencial à saúde baseada em métodos e tecnologias científicas e socialmente aceitas acessíveis à todas as pessoas e famílias nas comunidades.
No Brasil e no SUS constituiu a base da rede de Atenção Básica e da ESF.
• Modelos de atuação em saúde ambiental: APS, Promoção da Saúde e APSA.
• Modelos de atuação em saúde ambiental: APS, Promoção da Saúde e APSA.
• A necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares para alcançar-se a saúde foi reforçada na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986.
• Promoção à saúde é... :
• "...o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente... Assim, a promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global."
•
Modelos de atuação em saúde ambiental: APS, Promoção da Saúde e APSA.
Os principais determinantes a serem considerados para a promoção à saúde são (Carta de Ottawa):
Paz,
Habitação,
Educação,
Alimentação,
Renda,
Ecossistema saudável,
Recursos renováveis,
Justiça social;
Eqüidade.
• I. O que é a Atenção Primária Ambiental – APA - e qual sua relação com a APS?
• É um olhar sobre como o ambiente afeta a saúde e o desenvolvimento de um país e como a participação da comunidade pode resultar numa estratégia de APA com metodologia de EPS.
• A origem do conceito de APA provém de algumas vertentes:
• a. Atenção primaria á saúde, a partir do envolvimento crescente das comunidades com a sua própria saúde, visto anteriormente.
• b. Desenvolvimento rural integrado – DRI.
• A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA
• Definições
• A Conferência Pan-Americana sobre Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável–COPASADHS (1995) e outros encontros posteriores definiram a APA como:
• “É uma estratégia de ação ambiental basicamente preventiva e participativa em nível local, que reconhece o direito do ser humano de viver em um ambiente saudável e adequado, e a ser informado sobre os risco do ambiente em relação à saúde, bem-estar e sobrevivência, ao mesmo tempo que define suas responsabilidades e deveres em relação á proteção, conservação e recuperação do ambiente e da saúde”.
A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA
• Objetivos.
• Enfatizando a revalorização do nível local, a APA procura a criação e a consolidação de um nível primário ambiental que permita fortalecer a gestão ambiental dos governos locais através do fortalecimento das comunidades no âmbito da sustentabilidade local, a fim de estabelecer um nível de gestão ambiental que inclua a todos os atores, em particular os governos municipais e a comunidade organizada.
• O objetivo geral é alcançar as melhores condições de saúde e qualidade de vida dos cidadãos, através da proteção do ambiente e do fortalecimento das comunidades no âmbito da sustentabilidade local. Para que isto seja alcançado, se propõe os seguintes objetivos específicos:
A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA
• a. Municípios saudáveis;
• b. Gestão ambiental local que inclua todos os atores locais;
• c. Fortalecer as comunidades para a sua sustentabilidade local;
• d. Formar lideranças ambientais;
• e. Interação entre o setor público e sociedade civil;
• c. Contribuir para que o Estado apoie as iniciativas locais e invista na proteção da saúde e meio ambiente.
A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA
• Princípios básicos
• Os princípios são mais amplos do que os da APS, estendo a ação para toda a sociedade:
• a. Participação da comunidade;
• b. Organização;
• c. Prevenção e proteção ambiental;
• d. Solidariedade e equidade;
• e. Integralidade;
• f. Diversidade.
A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA
• No Brasil, autores ligados ao CGVAM e universidades propuseram nos primeiros anos de vigência do SINVAS que a APA fosse estudada e adotada como modelo de promoção à saúde, de base comunitária, com a denominação de Atenção Primária em Saúde Ambiental.
• Segundo estes autores, a APA é uma estratégia promovida pelo setor saúde e o novo termo busca respeitar o setor saúde como promotor do processo e recoloca a saúde ambiental como o objeto agregador das ações no nível local.
• A estratégia da APSA no Brasil somente ganha sentido se visualizada como um componente da atenção básica. Afinal, seus princípios focalizam o papel do nível local na construção de espaços saudáveis.
• APA e APSA
O ambiente na tríade epidemiológica clássica mostrada abaixo é algo externo. Nossas sociedades, de modelo ocidental mantém uma macrocultura, ou cosmologia de supremacia cultural sobre a natureza. Autores como Phillipe Descolá chamam de naturalística, porque assumem a superioridade humana sobre o natural, colocando o homem acima da natureza.
Por outro lado entender a relação ambiente-saúde é reconhecer a participação humana do ambiente e dos ecossistemas.
• Ambiente e seres humanos
• Ambiente e seres humanos
Ambiente
Agente Hospedeiro
Na relação saúde e ambiente, alterações ambientais são
modificações dos fatores ambientais, físicos, biológicos ou sociais
que favorecem ou provocam as doenças.
•
• Ambiente e seres humanos
• A relação das sociedades e culturas com o ambiente é de
separação e superioridade, na macrocultura ou cosmologia
ocidental, dita naturalística. A integração cultura-natureza
aparece contudo nas cosmologias ocidentais.
• Pela separação cultura-natureza, tudo que é externo às
pessoas é “ambiental” e a ser conquistado ou temido.
• Apesar da cosmologia ocidental, a interação humano-
ecossistemas é constante e uma relativização desta
cosmologia é fundamental.
• O ambiente e suas interações reúne fatores determinantes do
processo saúde-doença.
•
•
• Ambiente e seres humanos
• Pode-se distinguir um macro – ambiente, o entorno das
pessoas e um micro-ambiente, o ambiente doméstico, onde
elas moram.
• Componentes:
• FÍSICOS: ar, água, solo, habitações, clima, biótopo, relevo, etc.
• BIOLÓGICOS: , agentes microbianos, fungos, fauna e flora,
população humana.
• SOCIAIS E CULTURAIS: estrutura da sociedade, valores culturais.
• Risco e vulnerabilidade
• A concepção de risco é fundamental para a epidemiologia ambiental. • 1. Numa metodologia indutiva, o risco apresenta-se como a probabilidade de ocorrência. • O risco epidemiológico ou populacional é expresso pela incidência em taxas e coeficientes. • O risco epidemiológico é a probabilidade de um evento mórbido ocorrer no período seguinte ao da constatação, dadas as mesmas condições ambientais. • 2. Numa metodologia dedutiva, o risco apresenta-se como estrutural, ambiental. Deriva da exposição e efeitos conhecidos (ver tabela 30.6).
•
• Risco e vulnerabilidade
• Para Ulrich Beck a sociedade de classes agora é uma Sociedade de Risco. • Para Beck, na atual fase de modernidade tardia, a produção
social de riqueza é acompanhada da produção social de riscos. Modernização significa o salto tecnológico de racionalização e transformação do trabalho e organização.
• A reboque das forças produtivas crescentes no processo de modernização, são desencadeados riscos numa medida desconhecida.
• Convergem as situações e conflitos sociais de uma sociedade que distribui riqueza com os de uma sociedade que distribui riscos.
•
• A lógica da distribuição de riqueza e dos riscos (U.
Beck)
• A arquitetura social e dinâmica política desta ameaça
civilizatória pode ser explicada em 5 pontos:
•i) Riscos produzidos no estágio avançado de desenvolvimento
das forças produtivas diferenciam-se das riquezas. Provocam
danos irreversíveis, permanecem invisíveis, baseiam-se em
interpretações, apresentam-se no conhecimento científico ou
leigo, estão abertos a processos sociais de definição.
•ii) Com a distribuição e incremento dos riscos surgem situações
sociais de ameaça. Inicialmente seguem a lógica da sociedade de
classe, acumulando-se nos patamares de baixo. Após, ocorre o
efeito bumerangue, alcançando aqueles que os produziram,
invertendo a lógica de classes.
• A lógica da distribuição de riqueza e dos riscos (U. Beck)
• iii) Mantém-se a lógica capitalista porque os riscos são
colocados no mercado. Representam necessidades sem fundo.
• iv) Ao contrário das riquezas que podem ser possuídas, os
riscos afetam e são atribuídos. A consciência de classe é
determinada pela existência, mas nas ameaças, a consciência
determina a existência. O potencial político tem que ser
analisado numa sociologia do surgimento e disseminação do
conhecimento sobre os riscos.
• V) O reconhecimento social dos riscos torna o que era apolítico
em político, viabilizado no “combate às causas”. Isto gera
modificações industriais e modificações no mercado. Disputa-
se o efeito direto e os efeitos colaterais resultantes.
Estabelece-se um potencial político das catástrofes. Sua
prevenção e manejo podem acabar envolvendo uma
reorganização do poder e responsabilidade. A sociedade de
riscos é catastrófica. O estado de exceção ameaça converter-
se em normalidade.
• Risco e vulnerabilidade
• Vulnerabilidade é uma condição social ou cultural de incapacidade de opor-se aos riscos epidemiológicos ou ambientais. • Assim é uma concepção qualitativa, depende de pesquisas de caráter social/cultural (antropológica). • Indicadores de vulnerabilidade são categorizações desta condição e apresentam-se como índices. Partem de concepção quali-quantitativa. • Um exemplo deste tipo de indicador é o índice de Gini.
• Epidemiologia ambiental e sua aplicação.
• A EA ocupa-se dos estudo dos fatores ambientais que determinam a distribuição e as causas dos efeitos adversos à saúde, doenças e agravos. • Estes fatores são de risco e podem ser gerais ou localizados. • Um fator geral é o efeito estufa. A quem atinge, como o conhecimento deste risco se apresenta na sociedade? • Ao compararmos o efeito estufa com os desastres por deslizamentos de ocupações em encostas de morros. Qual a diferença na percepção e ações sociais em vista deste risco? • Ulrich Beck desenvoveu a teoria da Sociedade de Risco, em que analisa como a concepção de risco transita na sociedade, quais os fatores envolvidos.
• Poluição química.
• A poluição química e as ações para compreensão e ação, relacionam-se com a percepção do ambiente saudável. • Autores da psicologia ambiental, como Wiesenfeld (1995) relacionam a qualidade ambiental com qualidade de vida: • " qualidade ambiental é um termo complexo e multidimensional que engloba os diferentes componentes da avaliação ambiental. Baseia-se em noções extraídas das referências pessoais do indivíduo e para cada classe de edificações ambientais, (residências, oficinas, escolas) com o que se obtêm os elementos salientes do contructo para cada dimensão e se adquire uma informação completa sobre o indicadores objetivos e subjetivos da qualidade ambiental"
• Poluição química.
• A EA na relação com os riscos estruturais ou ambientais, deve
trabalhar na questão da poluição química, partindo de várias
concepções da ecotoxicologia apresentadas a seguir.
• Emissão, do poluente;
• Dispersão, no meio ambiente;
• Imissão, de origem alemão, as concentrações ambientais;
• Efeitos, do poluente na saúde ambiental.
• Cada um destes aspectos deve ser estudado em termos de
avaliação:
• Avaliação da exposição;
• Avaliação dos efeitos à saúde;
• Monitoramento dos efeitos da exposição.
• Indicadores de Saúde Ambiental
• Indicadores de Saúde Ambiental devem ser expressões da
relação entre ambiente e saúde passíveis de utilização na
avaliação, montoramento e gestão das políticas de saúde.
Devem facilitar a interpretação destes contextos.
• Para a Epidemiologia Ambiental e a sua interface com a
Promoção da Saúde, os indicadores importantes não são
necessariamente epidemiológicos clássicos como taxas e
coeficientes.
• Indicadores de Saúde Ambiental
• Os indicadores devem expressar modificações nos estágios
fundamentais no processo saúde-ambiente como os seguintes:
• Forças motrizes : fatores que motivam e pressionam os
processos ambientais envolvidos, incluindo indicadores que
expressem desenvolvimento econômico, desenvolvimento
tecnológico, crescimento populacional etc.
• Pressão: com indicadores de ocupação humana e exploração
do ambiente, incluindo o lançamento de poluentes no
ambiente.
• Estado: com indicadores de modificações ambientais
causadas pelas pressões. Estas variam de magnitude e
território, incluindo perigos naturais, erosão do solo,
disponibilidade e qualidade dos recursos naturais
(biodiversidade, fertilidade dos solo etc.) e níveis de poluição
(qualidade do ar, dos solos, da água).
• Indicadores de Saúde Ambiental
• Exposição: interseção entre as pessoas e os perigos
existentes no ambiente;
• Efeitos: repercussões adversas à saúde podem variar em tipo,
• intensidade e magnitude; inlclui os indicadores epidemiológicos
clássicos, incidência, prevalência, coeficientes de mortalidade,
etc.
• Ações: indicadores de promoção destinada à preven~ção
específica e melhoria da qualidade de vida.
• Indicadores quantitiativos de efeitos da poluição química. •
• a) NOEL - Nível de Efeito não Observado;
• b) NOAEL - Nível de Efeito Adverso não Observado;
• c) LOEL - Menor Nível de Efeito Observado
• d) LOAEL - Menor Nível de Efeito Adverso Observado
• e) CER - Concentração do efluente no rio
• f) CE50 = Concentração efetiva mediana.
• g) CENO - Concentração do efeito não observado.
• Desenhos de estudos em Epidemiolgia Ambiental
• Estudos epidemiológicos na EA podem ser levantamentos,
investigações ou estudos acadêmicos mais complexos,
desenvolvidos pela Vigilância Epidemiológica Ambiental ou
universidades.
• Os estudos são comumente divididos em descritivos ou
analíticos.
• Enquanto os descritivos cumprem a fase descritiva da
epidemiologia, organizando as variáveis tempo, lugar e pessoa,
os analíticos avaliam a causalidade derivada da observação ou
experimento, sendo observacionais ou experimentais.
•
•
• Epidemiologia Ambiental e avaliação de risco.
• É fundamental que se aprofunde o conhecimento dos limites
toleráveis com relação aos componentes ambientais
agressivos à saúde.
• Consiste em fases como a identificação do perigo, avaliaçáo
da relação entre a dose de exposição e.incidência de efeitos
danosos, do tipo de exposição existente e a caracterização do
risco. Após serão medidas de intervenção para prevenção e
controle:
• Identificação do perigo;
• Avaliação da dose-resposta
• Avaliação da exposição
• Caracterização do risco
• Estudo de casos: cidade dos meninos
• Acidentes de grandes proporções têm aguçado o interesse
público na proteção das comunidades. Dentre os desastres
ecológicos de grandes proporções, pode-se assinalar a
• contaminação de Seveso, Itália, por dioxina; o acidente da Baía
de Minamata, Japão, por Hg; a contaminação de rios
amazônicos por metais pesados como Hg, Cd e Pb, entre
• outros; as contaminações em Michigan, nos EUA, e em
Formosa, na China, por bifenilas poli-halogenadas (PCBs); e
no Brasil, a ampla contaminação da 'Cidade dos Meninos' - no
• bairro de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, por toneladas de
hexaclorociclohexano técnico.
•
• Estudo de casos: cidade dos meninos • A área denominada Cidade dos Meninos localiza-se em
Duque de Caxias – RJ, num terreno de cerca de 19,4 milhões
m2, cortado por uma estrada principal de terra – estrada da
Camboaba. Desde a década de 40, funcionava nesse terreno o
Centro de Promoção Social Abrigo Cristo Redentor, que era
mantido pela Legião Brasileira de Assistência Social (LBA). No
Centro, eram promovidas atividades educacionais e
profissionalizantes em um complexo de internatos voltados
para menores carentes de 3 a 18 anos de idade.
• Além do Centro, a partir de 1947, a área passou a albergar o
• Instituto de Malariologia, vinculado ao então Ministério da
Educação e Saúde, que coordenava a produção, no local, de
pesticidas organoclorados (principalmente o
hexaclorociclohexano – HCH para uso nacional, no controle de
endemias transmitidas por vetores da malária, febre amarela e
doença de Chagas e para exportação.
• Estudo de casos: cidade dos meninos • Em 1961, iniciou-se processo de desativação gradual da
fábrica, que culminou no encerramento defi nitivo das
atividades em 1965. A produção fabril remanescente, estimada
em cerca de 300 a 400 toneladas de pesticidas, porém sem
documentação comprobatória até a presente data, foi deixada
no local.
• O período de 1965 a 1989 foi marcado por uma escassez de
documentação sobre o uso das instalações da antiga fábrica, a
manipulação e o destino dos pesticidas que ficaram no local
após o encerramento das atividades ofi ciais do Instituto de
Malariologia.
• Por outro lado, as atividades do Centro de Promoção Social
mantiveram-se durante o período.
• Com a extinção da LBA, em 1995, a área e as atividades
sociais do local passaram a ser administradas pela Secretaria
de Estado de Assistência Social, vinculada ao Ministério da
Previdência e Assistência Social (SEAS/MPAS).
• Estudo de casos: cidade dos meninos • Hoje, a área tem uma população total de residentes de
aproximadamente 1.400 famílias, sendo que, destas, cerca de
1.000 correspondem a assentamentos de tamanho e histórico
diversos, além de configurarem-se áreas de invasão em vários
pontos das margens do terreno.
• O restante das famílias, cerca de 370, corresponde
principalmente aos funcionários da ativa e aposentados do
MPAS (ou de órgãos já extintos) e seus familiares, que residem
ao longo da estrada da Camboaba.
• Até agora, os estudos realizados consideraram esta última
como a população-alvo de investigações porque ela está mais
próxima, fisicamente, dos depósitos dos compostos químicos.
•
•
• Estudo de casos: cidade dos meninos
• O local onde funcionou a fábrica ocupava, até setembro de
2001, uma área cercada de aproximadamente 40.000 m2. Com
os achados dos estudos contratados pelo Ministério da Saúde
e realizados durante o ano de 2001, a cerca de isolamento foi
ampliada para incluir terrenos adjacentes à antiga fábrica, com
níveis elevados de resíduos organoclorados.
• Essa área é considerada o foco principal de contaminação e,
com os recentes resultados, passou para 70.000 m2.
•
• Estudo de casos: cidade dos meninos
• Os resíduos desse foco principal de contaminação foram
disseminados por via aérea, águas pluviais e, principalmente,
por meio do carregamento mecânico para utilização em aterros
e aplicação como agrotóxicos, segundo relatos de moradores.
• Esses são os focos secundários de contaminação e estão
distribuídos aleatoriamente pela região, sendo também objeto
de estudos recentemente realizados.
• O problema da contaminação ambiental e o seu potencial
risco à saúde humana ganharam evidência a partir de 1989,
quando a imprensa noticiou a venda dos pesticidas em feiras
livres de Duque de Caxias.
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• Estudo de casos: benzenismo • O benzenismo foi identificado inicialmente em Cubatão e
posteriormente em outros polos industriais. Entre 1983-1995
mais de 1000 trabalhadores da siderúrgica em Cubatão foram
afastados do trabalho por alterações hematológicas
decorrentes do benzenismo.
• Diversos órgãos envolveram-se neste problema como
sindicatos, ONGs, Secretaria de Saúde, etc.
• O benzeno é carcinogênica. Causa anemia aplástica ou
leucemia. A neutropenia foi o indicador escolhido para a
avaliação da intoxicação. Permitiu monitorar indústrias de risco
para exposição ao benzeno e proteger a saúde dos
trabalhadores. O indicador foi inclusive escolhido por processo
participativo.
•
• Estudo de casos: benzenismo
• Em 1985 a vigilância epidemiológica realizou estudos de
prevalências de leucopenia e neutropenia na área da empresa
e demonstrou que nas atividades de maior exposição ao gás
de coqueria o número de caso era maior.
• Em outro momento foi realizado um estudo de coorte de 7
anos para identificar o tempo necessário para recuperação. Foi
determinado um temo mediano de 5 anos.
• Epidemiologia Ambiental e fatores de risco biológicos:
zoonoses, antroponoses, vetores e reservatórios
animais.
• Para a EA, a interface com as doenças infecciosas que são
zoonoses, vetoriais ou correlatas é clara: relacionam-se a
processos de desorganização ambiental de fundo antrópico.
• Neste sentido, as medidas de promoção encaminhadas pela
EA devem ser de recomposição e recuperação sanitária
ambiental rumo ao ambiente saudável.
• As sucessivas epidemias de dengue no Brasil representam a
situação mais emblemática da interface entre a EA e as
doenças infecciosas.
• Além da dengue, numerosas outras doenças infecciosas
apresentam a interface ambiental como a leptospirose. Outros
que poderiam ser citadas incluem a doença de Chagas,
esquistossomose, leishmaniose, etc.
Valas abertas: manancial contaminado, risco de leptospirose, criadouro de mosquitos urbanos e abrigo de roedores.
Alagados abandonados e poluídos: risco de esquistossomose.
• Situação comum no Rio Grande do Sul: alagados abandonados e poluídos com risco de esquistossomose.
• Valas abertas e mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.
• Lixões expostos
Risco de esquistossomose no RGS: Esteio. Notar a placa de advertência
destruída.
• Mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.
Risco de esquistossomose no RGS, município de Esteio. Notar a placa de
advertência destruída.
• Mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.
• Situação comum no RGS: valas abertas e mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.
• Exemplo 2: Esquistossomose. • Causa principal: presença de cercárias na
água; penetração cutânea;
• Causas predisponentes: manutenção do ciclo
fecal-aquático.
• Ações saneantes de maior impacto: educação
sanitária, instalação e uso de banheiros;
monitoramento participativo.
• Ação de baixo impacto: controle dos
planorbídeos.
• Estudos de casos: dengue • Tem sido observado um padrão sazonal de incidência
coincidente com o verão, devido à maior ocorrência de chuvas
e ao aumento da temperatura nessa estação. É mais comum
nos núcleos urbanos, onde é maior a quantidade de criadouros
naturais ou resultantes da ação do ser humano. Entretanto, a
doença pode ocorrer em qualquer localidade, desde que exista
população humana suscetível, presença do vetor e o vírus seja
introduzido.
• No Brasil há referências de epidemias desde o século XIX. No
século passado, há relatos em 1916, em São Paulo, e em
1923, em Niterói, no Rio de Janeiro, sem diagnóstico
laboratorial.
• A primeira epidemia, documentada clínica e laboratorialmente,
ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista-RR, causada pelos
sorotipos 1 e 4.
• Estudos de casos: dengue •
• Em 1986, ocorreram epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e
algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue
vem ocorrendo no Brasil de forma continuada, intercalando-se
com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a
introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes
ou alteração do sorotipo predominante.
• Na epidemia de 1986, identificou-se a ocorrência da
circulação do sorotipo DENV1, inicialmente no estado do Rio
de Janeiro, disseminando-se, a seguir, para outros seis
estados até 1990.
• Nesse ano, foi identificada a circulação de um novo sorotipo,
o DENV2, também no estado do Rio de Janeiro.
•
• Estudos de casos: dengue •
• Durante a década de 90, ocorreu um aumento significativo da
incidência, reflexo da ampla dispersão do A. aegypti no
território nacional. A presença do vetor associada à mobilidade
da população levou à disseminação dos sorotipos 1 e 2, para
20 dos 27 estados do país.
• Entre os anos de 1990 e 2000, várias epidemias foram
registradas, sobretudo nos grandes centros urbanos das
regiões Sudeste e Nordeste, responsáveis pela maior parte dos
casos notificados. As regiões Centro-oeste e Norte foram
acometidas mais tardiamente, pois as epidemias só foram
registradas a partir da segunda metade da década de 90.
• Leptospirose • A leptospirose apresenta distribuição universal. No Brasil, e
uma doenca endemica, tornando- se epidemica em periodos
chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas,
devido às enchentes associadas a aglomeração populacional
de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e a
alta infestação de roedores infectados.
• Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras,
como trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos,
garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de
• animais, pescadores, magarefes, laboratoristas, militares e
bombeiros, dentre outros.
• Contudo, no Brasil, a maior parte dos casos ainda ocorre
entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com
infraestrutura sanitaria inadequada e expostos a urina de
roedores.
• Leptospirose • No período de 2004 a 2008, foram confirmados 17.416 casos
de leptospirose (media anual de 3.483 casos), variando entre
3.084 (2008) a 4.390 casos (2006).
• Nesse mesmo período, foram informados 1.856 obitos, com
media de 371 obitos/ano. A letalidade media no periodo foi de
10,6% e o coeficiente medio de incidência de 1,9/100.000 hab.
• Entre os casos 61% (10.617) ocorreram em área urbana, 19,9
% (3.464) em área rural e 19,1% (3.335) em área ignorada/nao
registrada.
• Do total de confirmados, 41% (7.141) ocorreram em situações
domiciliares; 21,9% (3.810), em situações de trabalho; 25%
(4.361) em situação ignorada / não registrada; 7,6% (1.332),
em situação de lazer; e 4,4% (772), em outras situações.
• Falta de saneamento e doenças associadas aos depósitos irregulares de lixo. Exemplo 1: Leptospirose.
• Causa principal: presença de leptospiras na água, liberadas por mamíferos
infectados, como os roedores; penetração cutânea; Causas predisponentes:
atividades humanas no ambiente contaminado; contato com a água parada;
• Ação saneante de maior impacto: eliminação de lixões; Ações
complementares: educação sanitária; saúde dos trabalhadores, equipamentos
de proteção individual.