1 a.Simone Alves de Assis Martorano · de grande importância pela existência e pelas aplicações...
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1 Professora de Química do Colégio Estadual Padre Jerônimo Onuma – S.S da Amoreira – Licenciatura em ciências com habilitação em química e física e especialização em Metodologia Didática do Ensino pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cornélio Procópio - Paraná 2 Professora do Departamento de Química da UEL – Universidade Estadual de Londrina - mestrado em ensino de ciências, modalidade química, pela Universidade de São Paulo, graduação em engenharia química pelo Centro Universitário da FEI, e graduação em licenciatura em química pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Oswaldo Cruz.
FERMENTAÇÃO: UMA MOTIVAÇÃO PARA APRENDER QUÍMICA ORGÂNICA.
Autor: Eliza Fatima da Costa1. Orientadora: profa.Simone Alves de Assis Martorano2.
Resumo.
Escolheu-se como tema os processos fermentativos envolvidos na fabricação do etanol, porque, estes ilustram bem as funções orgânicas presentes nos produtos e subprodutos, auxiliando na compreensão dos alunos em relação à importância da compreensão da química, em especial a orgânica, sempre presente no seu cotidiano. O objetivo desta unidade didática é o de aumentar no aluno, do ensino médio, o interesse e participação pelas aulas de química, além de desenvolver a capacidade mais complexa de pensamento, levando-o ao raciocínio, a reflexão, permitindo-lhe elaborar seus próprios conceitos, partindo de conceitos químicos orgânicos já conhecidos. A metodologia utilizada, através de atividades planejadas, foram organizadas e dirigidas pelo professor, por exemplo, foram realizadas atividades, como, a elaboração de mapas conceituais, visita a uma usina, pesquisa dirigida e o uso de atividades experimentais. Essas atividades proporcionaram uma maior interação entre os alunos e os conhecimentos químicos, auxiliando assim, na compreensão dos conceitos de química orgânica.
Palavras-chave.
Fermentação; funções orgânicas; combustíveis renováveis; ensino de química orgânica.
INTRODUÇÃO
Sendo as funções orgânicas um conteúdo curricular do ensino
de química, esta proposta de trabalho visa aumentar no aluno, o interesse pela as
aulas de químicas e sua participação, além de desenvolver a capacidade mais
complexa de pensamento, levando-o ao raciocínio, a reflexão, permitindo-lhe a
elaborar seus próprios conceitos, partindo dos conceitos químicos já conhecidos. A
perspectiva teórica será a envolvida nos processos de fermentação, a composição e
transformação da cana de açúcar, levando-o a desenvolver o conhecimento
cientifico para o domínio dos conceitos químicos no nosso dia-a-dia.
O Colégio no qual o projeto foi desenvolvido está situado em
uma região agrícola, contando com uma usina de álcool próxima ao município. Por
isso, esse tema foi escolhido, ele faz parte do cotidiano desses alunos.
Espera-se que o conhecimento detalhado do processo de
fermentação (cana de açúcar) venha contribuir para que o aluno adquira
conhecimento das funções orgânicas e consiga construir conceitos mais elaborados.
Segundo Ferreira et al (2007), o ensino de química orgânica é
de grande importância pela existência e pelas aplicações de inúmeros compostos de
carbono. Os autores apontam que esses compostos de carbono estão presentes na
origem da vida e são essenciais para sua manutenção, quer seja pela constituição
dos organismos vivos, quer seja por suas relações exteriores que envolvem
alimentação, vestuário, medicamentos, construção de casas e meios de transportes,
entre tantos outros (Ferreira, 2007, p.9)
Segundo as diretrizes curriculares de educação básica (2008), o
ensino de química orgânica pode contribuir para uma atitude mais consciente diante
de questões atuais como os biocombustíveis, permitindo ao aluno uma visão mais
crítica das vantagens e desvantagens do uso dos combustíveis renováveis.
O etanol é um combustível renovável e o Brasil pioneiro na sua
utilização como combustível de veículos.
No Brasil, o etanol representa uma alternativa energética importante, ao mesmo tempo que mostra a viabilidade de uma modalidade industrial agroquímica conversora de biomassa em energia. Seu rejeitos – bagaço e vinhoto – são problemas com soluções, pois o primeiro pode ser usado para fornecer calor (por queima) ou como fonte de celulose para a produção de derivados ou de papel e o segundo, transformado em adubo. (VANIN, 2005, p.107)
Os processos fermentativos envolvidos na fabricação do etanol
ilustram bem as funções orgânicas presentes nos produtos e subprodutos,
auxiliando, na compreensão dos alunos, em relação à importância do entendimento
da química, em especial a orgânica, sempre presente no seu cotidiano.
Portanto, o estudo dos processos envolvidos na fermentação,
pode incentivar e despertar o interesse os alunos, do ensino médio, na
aprendizagem de conceitos de química orgânica. Os alunos reconhecerão a
importância da bioquímica e serão incentivados ao gosto pela pesquisa, através do
estudo do processo de fermentação, promovendo assim a motivação na construção
de conceitos científicos.
DESENVOLVIMENTO
A seguir, será apresentado um pequeno histórico do processo
de fermentação e os fundamentos teóricos desse tema. Outro ponto a ser abordado
é a caracterização do ensino de química orgânica no ensino médio.
Histórico
A fermentação é uma técnica conhecida de várias culturas
primitivas, no entanto ganha importância como bioenergia renovável na atualidade.
Na antiguidade, no Egito, acreditava-se que, utilizando procedimentos que
envolviam ciência, magia, arte, filosofia e religião, poderiam produzir o elixir da longa
vida e alcançar a transmutação das substâncias. Os alquimistas não entendiam bem
como ocorriam o processo da destilação e quando aqueciam certas substâncias,
como a água e o álcool, supunham que elas desapareciam, tornando-se em
espíritos. (Amorim, 2005).
Na escola de Salerno, era fabricado o álcool etílico puro que
ficou sendo conhecido na Europa e mais tarde posto a usos industriais. Duzentos
anos mais tarde diversos cientistas mostrariam ao mundo, que a fermentação era o
processo pela qual o açúcar se transformava em álcool e em gás carbônico.
(Amorim, 2005).
Já no século XVII, o estudo da fermentação chamava a atenção
de cientistas e filósofos. Mas muitas pesquisas e estudos não foram bem sucedidos.
Em meados do século XVII, pesquisadores descobrem conceitos básicos da
fermentação: Lavoisier formula a lei considerada alicerce da química experimental,
Guarnier o primeiro a aplicar procedimento de análise quantitativa ao estudo do
açúcar e seus derivados, Antoine François de Fourcroy explica a origem da
fermentação, juntamente com a putrefação elementos vegetais e animais. (Amorim,
2005). Segundo Vanin (2005, p.21). em 1857, Pasteur declarou que a fermentação é
o resultado da ação de pequenos organismos vivos.
O Processo de fermentação
A fermentação pode ocorrem de duas formas: fermentação
aeróbica que ocorre na presença de oxigênio do ar e a fermentação anaeróbica que
ocorre na ausência de oxigênio. A fermentação é uma reação que ocorre com com
certas substâncias orgânicas, sob a ação de enzimas que dependem de
microorganismos como fungos, leveduras ou bactérias. As leveduras que
apresentam o microorganismo Saccharomyces cerevisiae, são utilizadas
industrialmente pelas destilarias para a obtenção de álcool etílico por fermentação, a
partir de matérias que contém açúcares. No fermento biológico, este microorganismo
está presente e fornece duas enzimas, a invertase e a zimase, que atuam como
catalisadores na fermentação alcoólica. No processo de fermentação alcoólica,
inicialmente ocorre a degradação do açúcar comum pela ação da invertase, que
transforma a sacarose em glicose frutose e em seguida pela ação de enzima
zimase, a glicose é transformada em etanol e gás carbônico. (FELTER, 2004,
UTIMURA; LINGUANATO, 1998)
Segundo Felter (2004, p.75) na fermentação do melaço ocorrem
reaçães químicas, ou melhor, bioquímicas, como as mostradas a seguir.
C12H22O11 + H2O Enzima C6H12O6 + C6H12O6
Sacarose Glicose Frutose
(açucar de cana)
C6H12O6 Enzima 2C6H12O6 + 2CO2
Glicose ou frutose Etanol gás carbonico
O álcool é então obtido a partir do açúcar de frutos e cereais,
pela fermentação anaeróbica.
Na obtenção do álcool por via fermentativa distinguem-se três fases distintas: o preparo do substrato, a fermentação e a destilação. O preparo do substrato é o tratamento da matéria-prima para dela se extraírem os açúcares fermentescíveis. Difere para as distintas matérias-primas. A fermentação é processo comum a todos os substratos, cujos princípios é a transformação dos açúcares em etanol e dióxido de carbono. As variações entre os processos de fermentação são apenas em detalhes. Na destilação, recupera-se o etanol, geralmente em duas operações. Uma para separar do substrato fermentado, uma mistura hidroalcoólica impurificada com aldeído, ésteres, alcoois superios, ácidos orgânicos. Outras, para sepearar as impureza do etanol.(LIMA, U. de A., 1975, p.49)
O etanol como função orgânica e combustível renovável
O etanol ou álcool etilico pertence a função orgânica oxigenada
dos álcoois, e apresenta um sua estrutura um grupo funcuional hidroxila, (OH),
ligada a um carbono saturado. A nomenclatura dos álcoois são semelhante dos
hodricarbonetos, trocando se o sufixo o por ol.
As funções orgânicas oxigenadas apresentam em sua estrutura
carbono, hidrogênio e oxigênio, as mais importantes são: os álcoois, fenóis, éteres,
aldeidos, cetonas, ácidos carboxílicos e ésteres.
Em nosso dia-a-dia as funções oxigenadas são entregados na
indústria com solvente, usados com combustíveis, com aditivo e essência artificial de
alimentos, com matéria-prima para fabricação de medicamentos, plástico,
explosivos, bebidas alcoólicas, etc.(UTIMURA; LINGUANATO, 1998).
No Brasil, a produção de álcool (etanol), é feita a partir da cana-
de-açúcar e foi oficialmente trazida a primeira muda de cana em 1532 por Martim
Affonso de Souza, iniciando seu cultivo na Capitania de São Vicente e construindo o
primeiro engenho. Porém, foi no nordeste que os engenhos se multiplicaram e mais
tarde por volta de 1970 o cultivo da cana-de-açúcar e a produção do álcool
passaram a ser importante com a utilização do álcool como combustível e na
gasolina, como um aditivo. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) lançado em
1975 representou uma iniciativa de sucesso mundial na substituição dos derivados
do petróleo. O etanol como biocombustível tem despertado enorme interesse pela
comunidade internacional, sendo uma das possíveis alternativas para reduzir a
produção de CO2. (SEED, 2006)
No momento atual, a interface tecnológica motor-combustível – historicamente desenvolvida com uma relação simbiótica entre os setores automotivos e de refino de petróleo – passa a ser desafiada pelo renovado interesse nos biocombustíveis, em particular no etanol. Entretanto, no contexto global em que atua o setor automotivo, os derivados de petróleo ainda representam 97% dos combustíveis consumidos por motores, o que torna a viabilização de qualquer combustível alternaativo fortemente dependente do aproveitamento da infraestrutura industrial já estabelecida para transpote, estocagem e distribuição de gasolina e diesel. Esse importante aspecto estrutural e econômico, que representa a principal vantagem competitiva dos combuctíveis renováveis frente outras alternativas energéticas para o setor de transpotes, justifica a abordagem aqui usada de promover o emprego cresente do etanol por meio de desenvolvimentos tecnológico, não de ruptura tecnológica. (SOUZA; MACEDO . 2010, p. 159).
Ensino de química orgânica
Segundo as diretrizes curriculares da educação básica (2008), a
química orgânica tem papel essencial na formação do sujeito, possibilitando a este
desenvolver a capacidade de problematizar a realidade, formular hipóteses acerca
de problemas, planejar e executar investigações (experimentais ou não) através de
observações, coletas e análise de dados, fazer críticas e chegar a conclusões e até
mesmo, a generalizações, vinculando os conteúdos trabalhados com o contexto
social em que o aluno está inserido.
Segundo Beltran e Ciscato (2003, p. 30), “Essa não é uma
ciência petrificada; seus conceitos, leis e teorias não foram estabelecidas ad
aeternum, mas têm a sua dinâmica própria”. Proporciona ao educando a
desenvolvimento das suas competências de expressão, comunicação e
argumentação, para que não fique só na memorização de nome e símbolos, como
condição para ao desenvolvimento de um cidadão consciente, criativo e participativo.
Contudo, o professor deve ter atenção na hora de planejar as suas
aulas. É necessário que se escolham estratégias nas quais os alunos tenham uma
participação mais ativa no processo de ensino e aprendizagem. Segundo Roque e
Silva (2008):
Precisamos, no entanto, facilitar o aprendizado inicial da mesma se quisermos que os alunos se envolvam com o estudo, condição essencial para o seu sucesso. Para isto temos que elaborar estratégias de ensino apropriadas aos estudantes, estabelecendo relações entre os materiais macroscópicos e suas representações microscópicas, discutindo os modelos químicos em detalhe, ajudando-os a apropriar-se das palavras da química. (ROQUE; SILVA. 2008, p. 923).
METODOLOGIA
A. Fase de intervenção pedagógica
O Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola foi desenvolvido
com 50 alunos da 3ª série do ensino Médio, do Colégio Estadual Padre Jerônimo
Onuma, do município de São Sebastião da Amoreira, no 2º semestre de 2011.
O projeto contou com diversas ações que foram desenvolvidas
pelos alunos com a orientação da professora. Estas ações foram desenvolvidas na
seguinte sequência:
1. Apresentação do projeto aos alunos, expondo o conteúdo
proposto utilizado o PowerPoint para motivar a participação dos mesmos.
2. Atividades em sala de aula: com o tema fermentação,
realizado por meio de textos disponibilizado pelo professor. Os alunos fizeram uma
leitura de textos que abordavam como tema a fermentação, assinalando suas
dúvidas, palavras desconhecidas, trechos de difícil compreensão e trechos
importantes. Em seguida discutiam e eliminavam todas as dúvidas, consultando o
dicionário e bibliografia indicada pelo professor, após isso, resolveram questões
sobre o mesmo.
3. Pesquisa sobre fermentação e funções orgânicas com a
utilização dos seguintes instrumentos: livros didáticos, artigos da revista Química
Nova na Escola e sites na internet: Google acadêmico, Scielo, dia a dia educação e
sites de universidades. A partir do material encontrado os alunos analisaram e
interpretaram as informações, organizando-as para a apresentação na forma de um
texto, um mapa conceitual e cartazes para a exposição em mural na escola,
permitindo, assim, a divulgação da pesquisa como também a verificação da
aprendizagem.
4. Atividades em sala de aula: apresentação das funções
orgânica oxigenada e sua nomenclatura de forma expositiva pelo professor, em
seguida os alunos resolveram atividades em grupo e individualmente, para fixação
dos mesmos.
5. Atividade prática: considerando a importância da realização e
interpretação de um experimento, foi realizada a fermentação da cana de açúcar
para obtenção do álcool, com grupos de 5 alunos, onde cada grupo elaborou seu
próprio experimento. No final da atividade, foi solicitada a apresentação de relatório
e discussão dos resultados para que os alunos compreendessem o processo de
fermentação da cana de açúcar e a destilação do álcool.
6. Atividades em sala de aula: os alunos assistiram a um vídeo
que abordava sobre o etanol e álcool combustível, em seguida ocorreu uma
discussão.
7. Visita: Visita a uma usina de álcool para ajudar os alunos a
compreenderem o processo de produção do álcool através do trabalho diário dos
usineiros, propiciando a aprendizagem e integração dos conteúdos com a vivência
prática.
A partir dos vídeos assistidos, bem como a visita a usina, os
alunos elaboraram e apresentaram um relatório.
B. Produção Didático-Pedagógica: Unidade didática.
A unidade didática foi desenvolvida através de atividades
planejadas, organizadas e dirigidas pelo professor a qual envolvia a participação
ativa do aluno, como a leitura de textos, construção de mapas conceituais, visita a
uma usina, pesquisa dirigida, atividade experimental, proporcionando assim, uma
maior interação entre os alunos e os conhecimentos químicos, auxiliando na
compreensão dos conceitos de química orgânica.
As atividades foram desenvolvidas utilizando-se diversos
recursos, como a sala de aula, o laboratório de informática, o laboratório de química,
a biblioteca e a TV multimídia. O professor encaminhou um diálogo sobre o conteúdo
proposto para motivar a participação dos alunos, portanto, as aulas foram
dialogadas com a participação ativa dos alunos. Outras atividades realizadas pelos
alunos foram: resolução de atividade em grupo e individualmente, leitura e
interpretação de texto, atividade experimental (Fermentação e a produção de álcool),
com discussão pré e pós laboratório, entre outras.
Para a melhor compreensão dos alunos, as atividades foram
elaboradas para serem aplicadas obedecendo-se a seguinte sequência: o aluno
estabelece um primeiro contato com o texto por meio de leitura silenciosa, sem
interrupções, depois uma leitura oralmente é feita pelo professor, diante disso o
aluno assinala suas dúvidas, palavras desconhecidas, trechos de difícil
compreensão e trechos importantes, partindo para uma discussão e eliminando-se
dúvidas que forem aparecendo. Com o auxílio do dicionário e fontes bibliográficas o
aluno parte para as atividades propostas que serão feitas individualmente e em
grupos através de exercícios teóricos e práticas experimentais.
C. Grupo de Trabalho em Rede - GTR
Os Grupos de Trabalho em Rede – GTR constituem uma
atividade do Programa de desenvolvimento Educacional – PDE, que se caracteriza
pela interação virtual entre os Professores PDE e os demais professores da Rede
Pública Estadual.
O GTR tem como objetivos:
possibilitar novas alternativas de formação continuada para os professores da
Rede Pública Estadual;
viabilizar mais um espaço de estudo e discussão sobre as especificidades da
realidade escolar;
incentivar o aprofundamento teórico-metodológico, nas áreas de
conhecimento, através da troca de ideias e experiências sobre as áreas
curriculares;
socializar o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado pelo
professor PDE com os demais professores da Rede.
Vale destacar, que o GTR também promove a inclusão virtual
dos Professores como forma de democratizar o acesso da Educação Básica aos
conhecimentos teórico-práticos específico das áreas/ disciplinas trabalhados no
Programa.
Este grupo de trabalho em rede tem por objetivo, compreender
as funções orgânicas oxigenadas envolvidas na fermentação e despertar o interesse
pela química orgânica, a importância da bioquímica e o gosto pela pesquisa através
do processo de fermentação, promovendo a motivação na construção de conceitos
científicos. O GTR teve um total de 13 participantes.
As atividades desenvolvidas no GTR foram divididas em 3
temáticas:
Temática 1- PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA.
- Fórum de apresentação
- Fórum 1: sobre o Projeto de Intervenção
- Diário 1: impressão sobre o projeto.
Temática 2- MATERIAL DIDÁTICO.
- Fórum 2: sobre Material didático
- Diário 2: minhas considerações sobre a produção didática – Pedagógica.
Temática 3- AÇÕES DE IMPLEMENTAÇÃO.
- Fórum 3: sobre as ações de implementação.
- Fórum 3: vivenciando a prática – Sugestão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir serão apresentados, alguns resultados referentes a
cada etapa desenvolvida nesse trabalho.
A. Resultados das atividades da Intervenção pedagógica
1. Apresentação do projeto aos alunos: Os alunos demonstraram interesse na
participação do projeto. Ficaram motivados e percebeu-se que eles adquiriram
maior desempenho nos trabalhos executados.
2. Atividades em sala de aula: com o tema fermentação, realizado por meio de
textos disponibilizado pelo professor: Os alunos participaram ativamente no
desenvolvimento da atividade, além de esclarecer dúvidas sobre o processo de
fermentação, desenvolvendo questões, esclarecendo dúvidas e aprimorando-se
no assunto em discussão.
3. Pesquisa sobre fermentação e funções orgânicas com a utilização dos seguintes
instrumentos: A atividade despertou nos alunos o interesse em outras formas de
fermentação (da uva, do pão, do queijo, do iogurte) que ocorre na formação de
outros produtos, contribuindo para uma interação dos compostos orgânicos de
sua utilização e aplicação no cotidiano do aluno.
4. Atividades em sala de aula: Os alunos resolveram todas as atividades individuais
e em grupo propostas no projeto.
5. Atividade prática: Através do experimento, os alunos puderam observar como
ocorre a fermentação e a produção do etanol pela destilação, permitindo a estes
relacionar os conceitos científicos com o seu cotidiano.
6. Atividades em sala de aula-vídeo sobre etanol: O vídeo despertou maior
interesse sobre a produção do etanol como combustível renovado.
7. Visita: Os alunos ficaram entusiasmados com a visita a usina DASA (Destilaria
Americana S/A). Após a visita os alunos elaboraram e apresentaram um relatório
no qual se observou que eles ficaram interessados e motivados pelo ensino da
química orgânica, devido a terem vivenciado como é na prática a produção de
álcool e xarope de exportação internacional, fabricados nessa usina.
Todas estas etapas foram muito importantes na construção do
conceito de funções orgânicas, principalmente, a partir das experiências teóricas e
práticas realizadas pelos alunos.
Nas imagens a seguir têm-se exemplos de atividades realizadas
pelos alunos, nesse caso, a construção de mapas conceituais (figura 1 a 4).
Figura 4
B. Produção Didático-Pedagógica: Unidade didática.
Houve participação ativa e interessada dos alunos, na
realização de todas as atividades propostas. Com isso, os alunos puderam
desenvolver a capacidade de análise e interpretação de textos e também melhorar
seus desempenhos nas atividades de laboratório.
A elaboração da unidade didática foi muito gratificante, bem
como a necessidade de se encontrar formas alternativas de abordar os conceitos
científicos para alcançar um melhor entendimento da química orgânica. As
atividades relacionadas com o cotidiano dos alunos, além de despertarem o
interesse dos alunos, ajudaram a alcançar objetivos propostos na unidade didática.
Durante elaboração a unidade didática as principais dificuldades
encontradas foram, o tempo escasso que temos para aplicar as atividades, somente
nas duas aulas semanais e a disponibilidade dos alunos em participar das mesmas
quando estas eram realizadas fora do horário das aulas em curso (contra-turno).
A reflexão que foi feita, a partir da elaboração e aplicação da
unidade didática, é que devemos estar sempre inovando nossas aulas e assim
incentivando os estudantes a construírem conhecimentos que os ajudarão a
entender a realidade em que vivem. Devem-se ser criadas situações favoráveis para
que o aluno desenvolva o gosto pela química, e que através das leituras e análise
dos textos, eles possam adquirir mais conhecimento sobre a Química Orgânica.
C. Grupo de Trabalho em Rede - GTR
As discussões e contribuições dos colegas neste GTR foram
muito construtivas e me ajudou na elaboração deste artigo final, também irá
contribuir futuramente, para a melhoria de minhas aulas de Química, pois, as
colocações dos cursistas nas atividades foram expostas de forma clara e objetivas.
Sabemos da importância de ensinar com qualidade nas escolas
da rede Pública, e as sugestões e experiências relatadas pelos colegas vão
possibilitar maior compreensão dos conteúdos, melhorar o desempenho nas
atividades e no estudo da química para a formação de cidadãos conscientes,
participativos e preocupados com um mundo melhor.
CONCLUSÃO
O trabalho com experimentação, as atividades planejadas e
dirigidas pelo professor, foram interessantes para os estudantes, levaram ao
desenvolvimento do conhecimento científico e possibilitaram que estes fizessem
relações desse conhecimento com o seu cotidiano. O desenvolvimento das
atividades propostas pôde ampliar o interesse pelas aulas de químicas e
principalmente a participação ativa, trazendo melhores retornos e possibilitando ao
professor uma melhor avaliação da aprendizagem em sala de aula.
Observou-se, que trabalhar com temas relacionados ao
cotidiano, ajuda o aluno na compreensão dos processos químicos que estão
presentes no seu dia-a-dia, desperta o interesse, a motivação para o estudo da
química e ajuda na formação de cidadãos conscientes, participativos e preocupados
com o mundo onde vivem.
Esta proposta foi desenvolvida com alunos do 3º ano do ensino
médio, as estratégias utilizadas, tais como, elaboração de mapa conceitual, visita a
uma usina, pesquisa e experimentos, proporcionaram aos alunos interesse e maior
participação nas ações teóricas e práticas, adquirindo assim, melhor desempenho
nas atividades e no estudo da química orgânica.
Assim, o ensino de química orgânica pode contribuir para uma
atitude mais consciente diante de questões atuais como os bicombustíveis e a
fabricação do etanol, permitindo que estes alunos tenham uma participação mais
critica na sociedade onde eles vivem.
REFERÊNCIAS
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Claudio Del. Química orgânica. Porto Alegre: Artmed, 2007.
FERTRE, Ricardo. Química geral. Vol. III, 6.ed. São Paulo: Moderna 2004.
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NIGRO, F.; SZWARC, A. O etanol como combustível, In: SOUZA, E. L. L. de;
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PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação/ SEED. Livro Didático Público:
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UTIMURA, T. Y.; LINGUANATO, M. Química fundamental. Vol. único. São Paulo:
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