04 Matriz Afro - Damilson Santos
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MATRIZ AFRO
Prof. Damilson Santos
“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando
na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena
ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em
Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e
remota, do africano.
Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam
nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar
menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos
quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que
nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela
própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que
nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da
mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa.
Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-
de-vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que
foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.”
FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob
o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981.
p. 367.MATRIZ AFRO
Prof. Damilson
Santos
MATRIZ AFRO
África: a mãe negra
Sociedades domésticas
Eternos jovens
Como um africano perdia a liberdade?
Reinos escravizadores
Prof. Damilson
Santos
MATRIZ AFRO
Prof. Damilson
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MATRIZ AFRO
Diáspora negra no Brasil
Congo e Angola
Bantos: centro-africanos
Portos: Cabinda, Benquela e Luanda
Costa de Mina
Jejes, Nagôs e Huaçás
Golfo do Benin (“costa dos escravos”)
Iorubás
Prof. Damilson
Santos
MATRIZ AFRO
Prof. Damilson
Santos
MATRIZ AFRO
Prof. Damilson
Santos
MATRIZ AFRO
Prof. Damilson
Santos
Escravidão indígena e negra
Resistência servil
O ESCRAVISMO COLONIAL
O ESCRAVISMO COLONIAL
Escravidão indígena:
“Resgate”
“Guerra justa”
1755: Proibição da escravização de nativos
Escravidão negra:
Alta lucratividade do tráfico negreiro
Cultura negra em relação ao trabalho
Discurso religioso
Prof. Damilson
Santos
COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO
BRASIL
Castelos, presídios e feitorias
O embarque Maldito
Lutando pelo ar e o cálculo econômico
Prof. Damilson
Santos
COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO
BRASIL
Macabra travessia
Longa viagem e a macabra dança
O funesto desembarque
Venda de cativos
Prof. Damilson
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COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO
BRASIL
Prof. Damilson
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SENZALA: ESPAÇO DE TORTURA
Prof. Damilson
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RESISTÊNCIA SERVIL
Fugas, revoltas, envenenamentos e
apunhaladas
Suicídios e abortos
Formação de quilombos
Ex: Quilombo de Palmares
Prof. Damilson
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QUILOMBO DE PALMARES
Negros, mestiços, índios e brancos
A Guerra de Palmares
Zumbi e Domingos Jorge Velho
Suicídio ou assassinato?
O homem e o mito
Prof. Damilson
Santos
QUILOMBO DE PALMARES
A escravidão nos quilombos tinha dupla
finalidade:
Aculturar os escravos recém-libertos às práticas do
quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a
subsistência da comunidade, já que muitos dos
escravos libertos achavam que não teriam mais que
trabalhar.
Visava diferenciar os ex-escravos que chegavam aos
quilombos pelos próprios meios, daqueles trazidos por
incursões de resgates (escravos libertados por
quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar
escravos). CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo:
Nacional, 1958.Prof. Damilson
Santos
Sugestões de leituras específicas e dicas
de filmes, documentários, seriados e
vídeos sobre as temáticas trabalhadas.
APROFUNDAMENTO
PALMARES 1999 - NATIRUTS
A cultura e o folclore são meus
Mas os livros foi você quem escreveu
Quem garante que palmares se entregou
Quem garante que Zumbi você matou
Prof. Damilson
Santos
PALMARES 1999 - NATIRUTS
Perseguidos sem direitos nem escolas
Como podiam registrar as suas glórias?
Nossa memória foi contada por vocês
E é julgada verdadeira como a própria lei
Por isso temos registrados em toda história
Uma mísera parte de nossas vitórias
É por isso que não temos sopa na colher
E sim anjinhos pra dizer que o lado mal é o
candomblé
Prof. Damilson
Santos
PALMARES 1999 - NATIRUTS
A energia vem do coração
E a alma não se entrega não
A energia vem do coração
E a alma não se entrega não
Prof. Damilson
Santos
PALMARES 1999 - NATIRUTS
A influência dos homens bons deixou a todos
ver
Que omissão total ou não
Deixa os seus valores longe de você
Então despreza a flor zulu
Sonha em ser pop na zona sul
Por favor não entenda assim
Procure o seu valor ou será o seu fim
Prof. Damilson
Santos
PALMARES 1999 - NATIRUTS
Por isso corre pelo mundo sem jamais se
encontrar
Procura as vias do passado no espelho mas não
vê
E apesar de ter criado o toque do agogô
Fica de fora dos cordões do carnaval de
salvador
A energia vem do coração
E a alma não se entrega não
A energia vem do coraçãoProf. Damilson
Santos
LEITURAS
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes. Formação do
Brasil no Atlântico Sul. Séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia
das Letras, 2000.
CARDOSO, Ciro Flamarion. A Afro-América: a escravidão no novo
mundo. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 67-81.
CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo: Nacional,
1958.
FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família
brasileira sob o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1981.
GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática,
1990.
GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1978.
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na
sociedade colonial. São Paulo: Cia. Das Letras, 1988.Prof. Damilson
Santos
FILMES
Ganga Zumba - Rei dos Palmares
Brasil, 1963, 110 mim, Globo Vídeo. Dir.: Cacá Diegues.
Filme retrata o sonho de liberdade de Zumbo dos Palmares, escravo
que, no século XVII, se rebelou contra os colonizadores e tentou
estabelecer uma comunidade.
Quilombo
Brasil, 1984, 119 mim. Dir.: Cacá Diegues.
Filme clássico sobre a história do Quilombo de Palmares, desde
Ganga Zumba até Zumbi.
O tráfico negreiro
Documentário da GNT.
Documentário com depoimentos de especialistas em História da
África.
Prof. Damilson
Santos
FILMES
Quanto vale ou é por quilo?
Brasil, 2005, 110 mim. Dir.: Sergio Bianchi.
Livre adaptação do conto Pai contra a mãe, de Machado de Assis. O
filme traça um paralelo entre a vida no período da escravidão e a
sociedade brasileira contemporânea, focando as semelhanças
existentes no contexto social e econômico das duas épocas.
Apontando a câmera para a falência das instituições no pais, o filme
faz uma analogia entre o antigo comercio de escravos e a exploração
da miséria pelo marketing social: a solidariedade de fachada.
Prof. Damilson
Santos
“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando
na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena
ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em
Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e
remota, do africano.
Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam
nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar
menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos
quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que
nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela
própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que
nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da
mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa.
Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-
de-vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que
foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.”
FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob
o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981.
p. 367.MATRIZ AFRO
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