0016-Fiducius-Martinismo-Von Mebes-Los Arcanos Mayores Del Tarot

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Martinismo ruso y tarot

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  • G. O. MEBES

    OS ARCANOS MAIORESDO TARO

    Curso de Enciclopdia do Ocultismo

    Traduco do original russode

    Marta Pcher

    EDITORA PENSAMENTOSAO PAULO

  • tNDICE

    Introduco 5Prefcio do livro Russo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7Lamina e Arcano I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13.Lmina e Arcano II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21Lamina e Arcano III . . . . . . . . . . . . . . . . 33Lmina e Arcano IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Lamina e Arcano V .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61Lamina e Arcano VI 99U.mina e Arcano Vil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109LAmina e Arcano Vil! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130Lmina e Arcano IX .. . . . . . .. . . . . . 141Lamina e Arcano X .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157Lamina e Arcano XI .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . 219Lamina e Arcano Xli .. . . .. 247Lamina e Arcano XIII .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261Lamina e Arcano XIV , . . . . .. . . . . .. .. .. . 281Lamina e Arcano XV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285Lamina e Arcano XVI .. . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317Lamina e Arcano XVII . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329Lamina e Arcano xvnI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337Lamina e Arcano XIX 351Lamina e Arcano XX 363Lamina e Arcano XXI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 368Lamina e Arcano XXII . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376Vantagens adquiridas pelo domnio dos Arcanos. . . . . 382Anexo........................................... 387

  • INTRODUCAO

    Uma amiga me trouxe, um da, um velho livro russo, in-titulado "Enciclopdia do Ocultismo" e editado em Shanghai,na China, em 1937, pelo Centro Russo de Ocultismo. Interes-sana nos assuntos esprtualstas, ela o comprara por acaso.

    A obra continha os ensinamentos de um misterioso "Mes-tre", sem revelar o nome do autor ou dar outras normacesa seu respeito.

    Lido o livro, achei-o extremamente interessante e fiqueiimpressionada pela autoridade que emanava das palavras do"Mestre". Nao era a "certeza nascida da ignorancia", tofreqente nos escritos e palestras espiritualistas, mas parecaser bem o resultado da experiencia prpria e do profundosaber.

    Receando que o texto, to valioso, possa perder-se peladestruco do livro, j em mau estado, comecei imediatamen-te o trabalho de sua traduco, procurando, ao mesmo tempo,descobrir quem seria o misterioso "Mestre".

    Depois de muita busca, consegui entrar em contato compessoas ligadas, por tacos de amizade ou mesmo de familia,com os antgos discpulos do "Mestre", e at trocar corres-pondencia com um de seus discpulos diretos, vivendo entono Chile, e hoje j falecido.

    A obra apresenta a transcreo de urna sre de aulasministradas nos anos 1911-12, em Sao Petersburgo (naqueletempo capital da Rssia) por G. O. Mebes, mais conhecidocomo "GOM".

    Mebes, professor de matemtica e de francs em dois dosmelhores liceus da capital, era tambm chefe da Maconaria,do Martinismo e da Rosacruz da Rssia, bem como fundadore dirigente da Escola Inicitica do Esoterismo Ocidental. Em1912, Mebes autorizou os alunos a publicar urna parte de suasaulas, principalmente para o uso da Escola. O livro apareceunuma ediQao multo limitada, tendo se esgotado rapidamente.

  • 6 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    Aps a revoluco russa, quando as autoridades comeea-ram a perseguir todo movimento religioso, a atividade espiri-tualista de Mebes tornou-se clandestina mas continuou at1926, ano em que foi preso e deportado a um "gulag", nasilhas do Mar Branco. Faleceu poucos anos depois.

    Alguns livros, no entanto, foram salvos e levados paraalm das fronteiras russas. Considerado j como obra clssicado ocultismo, o livro foi reeditado na China, em poucos exem-plares ainda. Um destes chegou ao Brasil e, aps o falecimen-to do seu detentar, foi vendido.

    O ttulo original russo "Enciclopdia do Ocultismo" po-der surpreender, todavia ele se explica pelo fato que os 22Arcanos Maiores do Taro encerram a gama total do ocultis-mo. Toda e qualquer manrestaco no mundo por ns habi-tado apresenta urna faceta de um destes 22 Arcanos. Osmesmos abrangem a totalidade da vida da nossa Humanidadeatual, decada. Somente pelo nosso prprio estorco podemosultrapassar esse crculo limitador e entrar no campo dos Ar-canos Menores=, regentes da Humanidade primordial, naodecada.

    A todos que colaboraram na publlcaco deste livro e, es-pecialmente, a Fanny Ligeti, Simone Deceuninck, Mara Luzade Andrade Simes, Dr. Sandor Petho e Jos Ant6nio Arantesmeus mais sinceros agradecimentos.

    A tradutoraMarta Pcher

    Os ensinamentos oriundos da mesma Escala, porm tratandodos Arcanos Menores. foram editados em So Paulo, em fins de 1978.80b o ttulo: ..As Grandes Inlciac;aes segundo os Arcanos Menoresdo Tara".

  • PREFACIO DO LIVRO RUSSO

    Este livro apenas um esboce do panorama da mensasabedoria que vimos se desenrolar diante de n6s durante asnoites a ns consagradas pelo Mestre.

    Transmitimos a ESS:G:NCIAdas li~oes correta e exata-mente; todavia, foi preciso abreviar bastante a exposco orale viva, como tambm suprimir os exemplos fornecidos pelavida e que ilustraram, de modo claro e sutil, os ensinamen-tos e das expostas. Portanto, necessrio meditar sobreo texto para poder usufruir tudo aquilo que foi dado prontodurante as aulas.

    Transmtmos tambm todas as ndcaces elementaressobre o modo de proceder, para que o estudante possa desen-volver em si mesmo a ntuco e o poder de realzaco,

    Aquele que estudar esta Enciclopdia, aplicando a sipr6prio as diretrizes nela con tidas, poder sem temor ldarcom os ramos ESPECIAIS de cada um dos tres graus da Ini-caco do Ocultismo, os quais, de modo breve, podem ser cha-mados ciclos CABALtSTICO, MAGICO e HERMTICO.

    possvel que, na medida em que nao se oponha isso aobrgaco de manter o segredo por parte dos iniciados, pos-samos no futuro editar esses cursos iniciticos especiais. Nomomento, a comuncaco dessas normaces seria prema-tura e mesmo prejudicial.

  • De acordo com a tradco, os sacer-dotes de Memphis, preven do a queda dacvlzaco egipcia, ocultaram seus ea-nhecimentos sob a forma de um baralhoque, hoje em dia, conhecido pelo nomede Tar e o legaram aos profanos, saben-do que, devdo ao hbito do jogo, taisco-nhecimentos chegariam a posteridade.

  • Na existencia de um homem inteligente dois fato res pos-suem importancia primordial: o grau de CONSCI1!:NCIA DAVIDA e o grau de PODER DE REALIZA

  • 12 OS ARCANOS MAIORES DO T AR

    A ns chegou O grandioso monumento do simbolismodas escalas egipcias em que os tres tipos de apresentacessimblicas se juntam em um baralho, mais conhecido como"TARO DOS BOil:MIOS" e composto de 78 cartas coloridas.Estas cartas representam os chamados ARCANOS. Constamde 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores.

    A cada carta, de um ou outro modo, corresponde um va-lor numrico. De acordo com a tradeo, essas figuras eramcolocadas nas paredes de galerias subterrneas, ande o ne-fito penetrava aps ter passado por urna srie completa deprovas. O Tar considerado um esquema da cosmovisodos Iniciados da antigidade.

    certo que cada povo tem sua prpra vso do mundoexpress a pelo seu idioma. Se ele faz uso da escrita, os ele-mentos da linguagem so tambm apresentados no alfabeto.

    Conseqentemente, o Tar pode ser considerado comoum alfabeto inicitico. As cartas-laminas representam asletras desse alfabeto. Os detalhes das laminas e os matizesde suas cores, constituem comentrios complementares a es-sas letras.

    Os 22 Arcanos Maiores correspondem aos 22 hierglifosdo alfabeto hebraico. A cada letra desse alfabeto atribui-do um valor numrico definido e nessa ordem numricaque vamos analisar os Arcanos, ten do em mente a divisa daraca branca: "Tudo por nmero, medida e peso".

  • LAMINA 1

    FUNDO: Turbilhes de cor azul-lls, mais condensadosna parte inferior.

    No primeiro plano, uma mesa em forma de cubo debrancura ofuscante, apresenta de frente urna de suas faces.Sobre essa mesa, no primeiro plano, urna moeda; logo atrs,urna espada, cujo cabo em forma de cruz, acha-se a. direita.A lmna da espada tem urna acanala dura pelo meio. Aindana mesa, a. direita, h um clice de cristal com p reto.

    Atrs do cubo acha-se urna figura masculina, de p, ma-terializada dos turbilhes do fundo. Ao redor da figura,como passagem para o fundo, urna aura luminosa. A parteinferior do corpo est oculta pela mesa, mais ou menos atos quadris. Acima da cabeca, urna radiaco em branco eouro forma o smbolo do infinito. A testa cingida por urnalita de ouro. Dessa fita, e somente atrs, desee um tecidobranco que cobre a nuca, mas deixando a mostra as orelhas.A parte vsvel do corpo est desnuda, apenas com um cintode ouro e franjas brancas. O rosto e o talhe possuem as carac-tersticas dos sete planetas sem que haja predomnnca dequalquer um deles. O olhar dirige-se para a frente. O bracoesquerdo do homem est levantado e empunha urna vara denogueira, ande ainda se vem os vestgios de quatro galhoscortados. Seu braco direito cai mansamente; os dedos damo pairam por cima da mesa.

    O quadro, no seu conjunto, d urna mpresso profun-damente real, embora nao concretizada demas adamente.

    NOTA: As lmnas, em geral, apresentam o refiexo da realidade,tal como aparece num espelho; portanto, p. ex. o braco direito dafigura , efetivamente, seu braco esquerdo. As descric;;es, neste sen-tdo, sempre se referem lL figura da lmagem.

  • ARCANO 1 - N - ALEPH

    Dirigindo nossa atenco para a construco do smboloAleph, vemos nela urna aluso a trindade, apresentada naforma de duas partes, ligadas por uma terceira.

    A lamina correspondente do Tar representa um homemde p, cujo braco esquerdo erguido empunha uma vara. Oseu braco direito est abaixado e a mo aponta para aterra.Em linhas geras, a imagem lembra o prprio smbolo Aleph.Acima da cabeca do homem vemos o signo do infinito.Uma.fita de ouro cinge a cabeca e um cinto, tambm de ouro,a cintura. Na sua frente, uma mesa em forma de cubo e nelase acham tres objetos: um clice, uma espada e uma moeda.Deste modo, alm da ndicaco da triplicidade (o prpriocorpo do homem neutraliza os dois bracos orientados em di-reces opostas), a lamina nos mostra quatro objetos miste-riosos. Vamos, em primeiro lugar, estudar a poseo opostados bracos:

    Em todos os campos de conhecimento encontram-sebituirios, ou seja, o conjunto de duas polaridades opostas.Os metafsicos falam de essnca e substnca - dois obje-tivos a serem estudados - opondo-se um ao outro. A cienciafala dos princpios, opondo-se aos fatos. Um outro exemplode binrio freqentemente mencionado o esprto-matra.Na vida diria encontramos os binrios:

    vida mor teconsciencia - poder de realzaco

    bem - malOs campos mais especializados da ciencia nos oferecem

    vrios binrios, tais como: luz-sombra, calor-frio, etc.Nos assuntos especializados, na maioria dos casos, fcil

    achar a neutralizaciio dos bituirios, ou seja, o. terceiro termo,o tndio, que constitu a passagem de um dos elementos ex-tremos ao outro, estabelecendo assim urna escala trplice,formada por tres graus da mesma manrestaco. Conse-qentemente, os dais, por meio do terceiro se unem numaunidade. Entre a luz e a sombra se coloca a penumbra,obtendo-se assim graus de luminaco ou, se preerrem,

  • ARCANO 1 15

    graus de escurecimento. Entre o calor e o frio, existem astemperaturas intermedirias. Entre urna classcaco altae outra baixa, ternos a mdia. Entre as correntes positiva enegativa - o estado neutro. O antagonismo sexual: marido- mulher, neutraliza-se pelo nascimento da cranca e os treselementos se unem formando um s: a famlia. E assm pordiante.

    Notemos que o termo mdo possui o que podemos cha-mar de construco dual, ou seja, caractersticas semelhantesaos dois termos extremos.

    Nem todos os binrios, porm, podem ser facilmente neu-tralizados. Podemos neutralizar satisfatoriamente o binrioessnca-substnca pelo termo NATUREZA. Mas, nao serfcil neutralizar os binrios:

    espiritovidabem

    ou mesmo o nosso binrio:consciencia -

    matriamor temal

    poder realizador

    Definiremos o termo INICIA

  • 16 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    Do estudo dos temrios deduzimos que sua gnese podeser dual. Podemos comecar pelos extremos, como o fizemos, echegar ao mdio. Chamaremos esta gnese _ +de tipo geral de temrio (figura 1). O sg- Vno u+" corresponde ao plo positivo, isto ,quele principio do binrio que considera-

    mos expansivo, masculino. O signo u_"corresponde ao plo negativo, atratvo, fe-minino do binrio. A letra "N" representa No termo do meio, o neutro, o andrgino. Figura 1

    Em muitos casos podemos tambm comecar pelo termodo meio e, pela sua dviso, determinar seus polos. A eletr-cdade neutra, pelo processo de fric~ao de superficie, separa-se em eletricidade positiva "r+" e negativa U_". Nada nosimpede de ver na penumbra urna sombra parcialmente ilu-minada pela luz. A cranca apresenta por um lado caracte-rsticas absorventes, assimilando diversos elementos, alimen-tando-se e crescendo. Por outro lado, elademonstra urna atividade, urna expan-so, que se estende aos objetos exteriores.Nela, as duas caractersticas esto uni-das podendo, no entanto, figurar separa-damente em nosso pensamento. Em taiscasos teremos um outro tipo de ternrio,ao qual daremos o nome de "TERNARIODO GRANDE ARCANO". (figura 2). Figura 2

    Deixaremos por enquanto as idias e passaremos ao m-todo de obre-las.

    Hoje, usando algumas analogiaa, nos aproximamos doassim chamado Simbolismo. Mas, o que simbolismo? ummtodo de analogia aplicado a um caso particular.

    Vejamos o ternrio: Luz - Penumbra - Sombra.Sob estes elementos colocamos outros ternrios, e tam-

    bm sob os elementos extremos outros bnrlos nao neutra-lizados.

    Exemplo:

    LuzAltaEssencia -EspfritoVida

    PenumbraMdiaNatureza

    SombraBaixaSubstanciaMatriaMorte

  • ARCANO 1 17

    Se compararmos os 3 ternrios com os 2 binrios, pode-remos chegar aos termos neutros dos ltimos, por analogia,porque os 3 ternrios, cujos termos neutralizadores so co-nhecidos, nos sugerem a idia. Tal caso seria um exemplo doPoder de Retizaciio do Smbolo no mundo metafsico-lgico.

    Como vemos, na quarta linha nao conseguimos neutra-lizar o binrio "esprto-matra". O poder "realizador" dosmbolo nao se manifestou ainda aqui. Apenas chegamos auma possibilidade de comparaco condicional: se assemelhar-mos o espirito a luz, e a matria a sombra, ento, o termoprocurado anlogo a. "penumbra". lsto j alguma coisa.

    Voltemos ao estudo da lamina do primeiro Arcano Maior.A figura representa um homem, isto , um ser individual esignifica que o Arcano da Unicidade , ao mesmo tempo, oArcano da Individualidade.

    Se alguns elementos chegarem a ser unicados, o grupopassar ento a viver uma vida individual.

    Cada clula viva. Se vrias clulas se unem num grupo eformam um rgo, esse rgo passar a viver urna vida indi-vidual. Os rgos, agrupando-se, formam um organismo, oqual, por sua vez, vive tambm urna vida individual. Todosos reinos orgnicos do planeta, incluindo o mineral, juntos,formam urna marifestaco individual e viva chamada plane-ta. Um grupo de planetas constitui um sistema planetrio, eassim por diante at o infinito.

    Em geral, urna clula se considera independente e lutacom outras clulas por ntersse prprio, ignorando a vida dorgo e do organismo do qual faz parte. Para ela este umambiente em que evolui sua pequena vida prpria.

    Um sbio acadmico, assemelhando-se a essa clula, do mesmo modo irreverente para com a Terra e o sistema solar,negando-lhes vida individual e considerando-os apenas comoo ambiente inanimado no qual se desenrola sua prpria e be-nfica atividade. A Terra, por sua vez, encara a vida do sbiocom o mesmo desprezo que este manifesta em relaco as suasclulas que se renovam.

    O Arcano 1 nos ensina que essas ndvdualzacea exs-tem, e que nao somente um grupo de tomos se individualiza,em nome da vida, na forma de molcula, mas que at urnacorporaco formada por um grupo casual de homens, se indi-vidualiza e, por isso mesmo, passa a viver urna vida corpora-tiva, tratando com desprezo os pequenos ntersses particula-res de cada um de seus membros .

    Essa idia universal fi expressa por Cristo no seguintetexto: "ande houver dois ou tres reunidos em Meu Nome, Eu

  • 18 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    estarei entre eles" (Mat. XVIIIj20). Fora do Logos nao hvida realizada, portanto, a expresso "em Meu nome" signi-fica ..em nome da vida".

    Voltando a lamina I, notamos que ela representa um Ha-mem de p, postura que corresponde ao elemento positivo.Isto nos servir de ndcaco para o ttulo do Arcano. Osesoteristas chamam-no de "Magus" (Mago); na linguagemcomum, seu nome em francs "Le Bateleur", ou seja, umprestidigitador popular que atua nas feiras. Para ns ele re-presenta um ser individual ativo.

    Se, no universo, admitirmos tres elementos bsicos: oArqutipo, o Homem e a Natureza, poderemos estabelecer umternro teosfico e dar ao Arcano um ttulo em cada um des-tes tres planos:

    1. No plano do Arqutipo (aspecto ativo) - "DivinaEssentia"

    2. No plano da Humanidade (aspecto ativo) - "Vir",o Homem

    3. No plano da Natureza (aspecto ativo) - "NaturaNaturans" (na terminologia de Espinosa).

    Neste breve curso, estudaremos o que significa o Homemdo nosso Arcano e sua caracterstica individual, manifestadaatravs de sua atividade.

    Na atividade do Homem percebemos, antes de mais nada,o grande binrio:

    Espfrito - Matria

    o homem, espiritualmente, vive no plano das idias. Poroutro lado, ele se expressa no plano fsico, material, isto , narego onde as percepces se realizam pela reaco dos senti-dos aos objetos que chamamos de objetos concretos ou mate-riais.

    O nosso primeiro esforco no caminho da auto-incaco,ser procurar neutralizar o binrio acima mencionado. O quepode ligar o esprito com a matria? O que poder constituirpara ns a passagem do plano das idias para o plano dosobjetos concretizados? Responderemos: O plano no qual aEnergia determina as Formas.

    Eis aqui o esquema do nosso ternrio escalonado:

    Esprito - Energia - MatriaIdias - Formas - Objetos Materials

  • ARCANO 1 19

    Chamaremos esse plano in termedro de "Astral" e, aosextremos, daremos os nomes de "Mental" e "Fsico".

    A passagem do Mental ao Astral se faz pelo processo deagrupamento, confronto e adco, ou, expressando-nos masexatamente, pelo processo de cotuiensaco progressiva dasidias, regido pela grande Lei da Indivdualzaco das Coletv-dades, acima exposta.

    Se, a urna idia geral de polgono, acrescentamos a idiade igualdade de seu s elementos lineares e angulares, concebe-remos urna Idia nova mais condensada, mais precisa, de umpolgono regular. Ligando a ltima idia com a ida do nme-ro quatro, aparecer a imagem de um quadrado, imagem que[ pode ser considerada como fazendo parte das formas.

    De modo semelhante, podemos passar do plano Astralpara o Fsico. Um disco metlico fixo sobre um eixo nao risca-r um diamante, mas se ao mesmo disco imprimimos um rpi-do movimento circular ou, em outras palavras, aumentamos aquantidade de sua energia cntca, ou ainda, concentramosnele novas propriedades astrais - ento passar a riscar odiamante.

    Assim, pela condensaco do astral, podem ser modificadasas propriedades puramente fsicas, neste caso, a dureza daperiferia do disco. A passagem do astral para o fsico real-zou-se, embora apenas parcialmente.

    Se algum se concentrar no desejo de que urna pessoa quese encontra em outro aposento, execute um determinado mo-vimento, essa concentraco consistir numa condensaco deidias em imagens, sto , formas. Mantendo na maginacoessas formas, ou, em outras palavras, condensando o astral,conseguiremos que o movimento desejado seja executado. Ha-ver urna manfestaco acessvel aos sentidos, pertencendo,portanto, ao plano fsico. De novo teremos a realzaco damencionada passagem.

    Pode-se objetar que, no primeiro exemplo, o disco imvel[ possuia um certo grau de dureza - urna propriedade fsica- e que, pela condensaco do astral, esse grau de dureza ape-nas foi aumentado; que, no segundo exemplo, o magnetizadornao apenas utilizou sua maginaco, mas, tambm, controlousua respraco de acordo com regras definidas e talvez mesmoexecutou um ou outro movimento com o corpo, momentneoou contnuo, rtmico ou nao.

    A essas objeces podemos responder com o aforismo alqu-mico: "Para fazer ouro, preciso ter ouro". Esta a lei querege a maioria dos processos que tm lugar no campo das ma-ntestaces realizadas.

    Nao exigido de ns que recriemos o Universo e nem sabe-

  • 20 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    mos quanto tempo seria preciso para isso. suficiente que to-memos um ponto de apoio nas realzaces j prontas. Somosparecidos com o homem que joga pequenos cristais dentro deurna soluco saturada para provocar urna rpida crstalzacogeral dessa mesma soluco. A maioria das operaces mgicas,realizadas, possui a mesma caracterstica: urna escolha ade-quada dos pontos de apoio.

    Nao possumos a cornpreenso do mecanismo da coagula-~ao. Sabemos apenas como utilizar a "mquina" que j exis-te. Podemos, pelo estorco intenso e perseverante do intelectoe da vontade, chegar a escolher entre as mquinas, a maissimples e eficaz, mas, a construco da mesma, nao assuntonosso. Para isto, como aprenderemos mais tarde, h entida-des especiais, conhecidas sob o no me de ANJOS (dentro doslimites do plano mental), SPRITUS DIRECTORES (no planoastral) e ELEMENTAIS (no plano fsico). A cada um cabeurna tunco.

    Assim, vamos procurar distinguir em todo o Universo eem cada um dos elementos que o comp6em, mesmo que sejaaproximadamente, as esferas dos tres planos: mental, astrale fsico. Elas se interpenetram, mas podem ser estudadasseparada me n te.

    No HOMEM, conseqentemente, discernimos tres elemen-tos componentes: "MENS" ou esprito, "ANIMA" ou alma,chamada tambm corpo astral ou astrosoma e, finalmente,"CORPUS" ou corpo fsico. Caso o homem se dedique ao tra-balho intelectual, diremos que Mens e Anima nele esto maisativos do que o Corpus. Caso prevaleca a vida passional ou otrabalho da pura magnaco, ativo ou passivo, a preponde-rancia pertence a Anima e assim por diante.

    A Mens humana, coagulando-se, determina a sua Anima;esta, coagulando-se por sua vez e tomando um ponto de apoiono plano fsico, nos elementos materializados - mesmo queseja de forma sutil - fornecidos pelos pais, cria para si umcorpo fsico, tanto para a vida ntra-uterna como para a vidaexterna.

    De acordo com a forma j planificada, a alma sustentaas tunces do corpo fsico, reparando seus eventuais danos.

    Falar de como a Mens dirige as unces da alma, e comotambm ela procura, eventualmente, repar-la, seria aindacedo demais.

    Terminando o presente captulo, desejamos acrescentarainda que nada nos impede de substituir a nossa tosca divsoternria do Universo e do Homem, por outra, mais detalhada,na qual os planos j enumerados dvdr-se-o em sub planos .Em breve o faremos.

  • LAMINA II

    No fundo, sustentada por urna barra de ouro, urna grandecortina de veludo de cor violeta-escuro desee at o chao. Abarra se acha colocada entre duas colunas de estilo egpcio,fetas de grandes blocos de pedra assentadas sobre slidas ba-ses. Urna das colunas, a da direita, vermelha e a da esquer-da, de cor azul-escuro. Tres degraus de arenito bege-cinza des-cem a partir do nvel onde se elevam as colunas.

    Entre as colunas, a altura do degrau superior, se achaurn cubo no qual est .sentada urna mulher. Urna faixa cingesua testa e se prolonga por um vu semitransparente, cobrn-do o rosto at o queixo. Dos ombros, cai um manto-tnica deseda, de cor violeta, disposto de forma a deixar descober-tos o peito e a metade do corpo da mulher. Entre os seios, urnacruz solar de ouro. O manto envolve totalmente a parte infe-rior do corpo, escondendo at seu contorno.

    A mulher segura um rolo de papiro, meio desdobrado,porm nao se pode distinguir o que nele est escrito. Sobre acabeca podemos ver um adorno egpcio constituido pelos ch-fres de urna vaca que formam um crescente lunar. Entre oschifres, um disco de prata opaca: a lua cheia .

    _O quadro se apresenta bem arejado, mas com pouca luzque parece vir pela frente.

  • ARCANO II - ~ - BETH

    As mantestaces superiores do homem, na sua vida ter-restre, so o intelecto e a vontade. A harmonia resulta daneutralzaco desse binrio.

    Voltemos ao ternrio: Esprito - Astral - Matria. muito importante que, tanto o esprito como o astro-

    soma e o corpo do homem sejam sos.A mnada mental humana , em s, sadia, devido a sua

    origem elevada de que falaremos mais adiante. Contudo, indispensvel que ela seja ativa no homem. Sendo assim, elepossui consciencia a qual poderia ser identificada com o graude suas aspraces espirituais.

    Um astrosoma sadio fornece o elemento chamado Har-monia da Alma ( o terceiro elemento do binrio consciencia- poder). Essa harmonia garante a expresso da totalidadepassional do homem, totalidade essa que, na linguagem co-mum, se chama Personalidade.

    Se algum nos informa "como" e "o que" deseja, conhe-ceremos ento o seu "eu".

    Um corpo sadio assegura urna transmisso correta dosimpulsos da vontade do homem; equilibra a esfera das neces-sidades fsicas e traz o elemento do poder realizador.

    O que conveniente estudar em primeiro lugar? O corpofsico, o astral ou o esprito?

    Do corpo e suas funces tratam outras especalzaces.As manfestaces do esprito e suas aspraces nao so deseo-nhecidas aos pensadores e pessoas atradas pela filosofia. Anossa tarefa, presentemente, ser estudar o astrosoma e, con-seqentemente, o mundo astral como seu ambiente.

    Da mesma forma que precisvamos primeiramente com-preender o que o homem, como unidade ativa, o passo se-guinte deve ser procurar conhecer o mundo astral.

    O Arcano II est associado ao signo Beth do alfabetohebraico e ao nmero dois. Ao Arcano I corresponde o he-rglifo HOMEM; ao Arcano II corresponde a BOCA HUMANA.

    O nome erudito da segunda lmina do Tar GNOSIS(conhecimento). Os ocultistas chamam-na, as vezes, A POR-TA DO SANTUARIO. O nome comum A PAPISA.

  • ARCANO II 23

    A lmina apresenta no segundo plano duas colunas: avermelha, geralmente com o signo do sol, se chama JAQUIM;a outra, de cor azul-escuro (as vezes preta), decorada com osigno da lua, tem o nome de BOAZ. A meia-lua existente en-tre as colunas corresponde ao ESPA90 MDIO da linguagemmacnca, Na lamina, esse espaco est oculto por urna corti-na. No primeiro plano vemos urna mulher sentada numassento cbico. O smbolo do infinito, acima da cabeca dohomem da lamina precedente, substitudo aqui pelo adorno- chifres e lua cheia - sobre a cabeca da mulher. Seu rostoest coberto por um vu semi-transparente e a figura inteiraenvolta em ampla vestimenta. No regaco, ela segura um rolode papiro (as vezes um livro) meio encoberto pelas pregas davestimenta. No peito, urna cruz, cujos bracos so de igualcomprimento.

    Os nomes do Arcano lI, nos planos de: Arqutipo, Homeme Natureza so, respectivamente: "Divina Substantia", "Fe-mina" e "Natura Naturata".

    Tra taremos de estudar esse Arcano.

    1. Seu valor numrico indica que a Unidade deve serdividida em dois e polarizada cada vez que desejaparticipar do processo da vida.

    2. A prpria figura da letra Beth, assim como asduas colunas, mostram claramente o mtodo queprevalece nas deduces da ciencia oculta. Lembre-mos a grande Lei da Analogia, cuja frmula, nos ver-sos da Tbua Esmeraldina, , na sua traduco latina,expressa como segue:

    "Quod est inferius est sicut quod est superius,Et quod est superius est sicut quod est inferiusAd perpetuanda miracula rei unius"

    Ou seja: "O que est em baixo semelhante (anlogo -nao igual) ao que est em cima, e o que est emcima semelhante ao que est em baixo paraperfazer as mara vilhas da coisa nica".

    Notemos que a parte superior da letra Beth apenas se-melhante a inferior, e que a coluna da direita apenas seme-lhante a coluna da esquerda, mas nao so iguais. Essa indica-gao do mtodo para adquirir o conhecimento, junto com a re-presentaco da "Porta do Santurio" na lamina, justificamo nome "GNOSIS" dada ao Arcano lI.

    3. Os chifres indicam o principio binrio. Tambm ascolunas mostram o princpio binrio, mas, entre elas,est sentada urna mulher - um ser individual -

  • 24 os ARCANOS MAIORES DO TARO

    que deve neutralizar esse binrio. A mulher o sm-bolo da passividade e ainda mais quando est sen-tada. Essa postura demonstra um estado de expecta-tiva, de medtaco e receptividade que deve possuiraquele desejoso de estudar. Alm disso, a lamina nosdiz que os segredos da ciencia so acessveis somentea urna inteligencia penetrante - eles esto meio ocul-tos por um vu. Os resultados das nvestgaces cien-tficas dos sbos so registrados nos escritos; as leisda Natureza - no seu livro vivo. Entretanto assm-lar o conhecimento neles contido, s possvel sobas pregas da vestimenta ou manto que nos isola daagtaeo mundana, dos condicionamentos e outrasinfluencias prejudiciais. O hierglifo do Arcano - aBoca Humana - simboliza um refgio, um lugaronde possvel se abrigar, um edifcio ou templo con-sagrado ao estudo. As duas mandbulas que so pa-recidas, mas nao iguais, ilustram a Lei da Analogiaacima exposta.

    4. O Arcano mostra a importancia do estudo aprofun-dado do binrio: princpio masculino - princpio fe-minino.No Arcano I, notamos acima da cabeca do homem osmbolo unitrio do infinito: ooNo Arcano n, encontramos os chifres, ou seja, umelemento mais tangvel. A me mais materializadado que o pai. O passivo sempre mais concretizadodo que o ativo. O elemento sutil, ativo, fecunda o ele-mento passivo, mais tangvel. Entretanto, o passivodeve ser condensado a. medida exata do ativo, e develhe convir. Qual a finalidade da existencia dessesdais elementos?A finalidade o prprio ato de fe-cundaco, No Arcano n ele simbo-lizado pela cruz sobre o peito da mu-lher. A parte vertical da cruz o"PHALLUS", a horizontal "CTEIS".Essa cruz solar tem exatamente omesmo significado que o "STAUROS" Figura 3do simborsmo gnostco (figura 3) ou"LINGAM" do simbolsmo ndu (fi- ~gura 4). Os mesmos principios seroapresentados de um modo mais filo-sfico no Arcano X por "IOD" comoprincipio masculino e "HE" como fe-minino. O Arcano II pertence ao Figura 4

  • ARCANO 11 25

    principio feminino. A lua, presente na lamina, indi-ca tambm o principio da maternidade. A lua - cor-respondencia astrolgica desse Arcano - a MeUniversal. Assim, o Arcano II nos lembra o binrioe indica claramente sua fecundidade.

    Vejamos, de forma resumida, as fases bsicas dessa fe-cundidade. Tomemos da mecnica o exemplo de duas toreasiguais, mas de dreces opostas que, aplicadas a um ponto ma-terial, condicionam o equilbrio desse ponto.

    Esse tosco esquema de um binrio nos ajudar a com-preender que, em geral, as manfestaces so produtivas de-vido a existencia de urna oposco; sem ela permanecem im-produtivas.

    Que utilidade haveria em propagar a caridade num am-biente perfeitamente caridoso? Para que irritar urna pessoase ela absolutamente nao reage a essa provocaco? Que resul-tado daria a tentativa de apelar-se sobre algo que nao apre-senta nenhuma resistencia e cede ao menor contato?

    preciso sempre levar em consderaco essa regra quan-do queremos realizar algum "modus vivendi", quer dizer umequilbrio, seja qual for o campo de sua aplcaco.

    A linha que delimita o campo positivo e o negativo nobinrio e que os equilibra, pode ser deslocada, de acordo comas circunstancias, mas o equilibrio do momento sempre re-gido pelo esquema acima exposto. Urna aco ou um cornpor-tamento que neutraliza o grande binrio do bem e do mal,pode, em qualquer momento, car no campo do bem ou domal; em cada urna dessas eventualidades, o binrio ter queser neutralizado atravs de urna aco ou um comportamentodiferente. Em determinadas condices pode ser indicado li-mitar-nos simples mente a nao prejudicar urna pessoa e, po-deremos, cinco minutos mais tarde, sentir que a nossa cons-ciencia nos obriga a auxili-la atravs de urna determinadaaco benfica e elevada. A linha divisria, equilibrante, des-locou-se, mas o princpio de neutralzaco nao mudou.

    Passemos agora a urna outra fase da aplcaco do bn-rio. A primeira fase chamaremos condicionalmente de est-tica; a segunda, de dnmca. Apliquemos duas toreas iguaise paralelas, agindo, porm, em dreces opostas, em dois pon-tos de um corpo slido. Com isto evocaremos a idia de ummovimento rotativo. exatamente o que queramos obter;als, queremos obter ainda mais: a idia de um movimentotempestuoso, de um turbilho. A seguir, imaginemos esse mo-vimento aplicado a matria astral: os impetuosos vrtices as-trais provocados pelo poderoso esorco de vontade e imagina-

  • 26 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    ~ao, formando turblhes que se espalham e crescem comotrombas e so regidos pelas mesmas leis. Nao permitido re-velar o segredo da formaco geral dessas trombas, mas pode-mos aludir a um caso particular em que o homem, nstnt-vamente, cria esses turbilhes, os quais formam coagulatosindividualizados de matria e podem ser claramente perceb-dos, provando assim seu poder realizador; esse trabalho estligado ao assunto da neutralizaco do binrio Vida-Morte.

    Mencionamos tambm outro binrio inicitico: Esprito-Matria neutralizado pelo astral como plano mdio. Quais soos meios para conhecer esse plano?

    Existem geralmente dois mtodos para obter esse conhe-cimento:

    1. O mtodo indutivo, pelo contato com os habitantesdesse plano e o registro dos resultados dessas rela-ces.

    2. O mtodo dedutivo, partindo da denco do planoastral.

    Considerando o grau de desenvolvimento oculto de nossosestudantes, apenas o segundo mtodo lhes acessvel. Vamossegu-lo:

    O plano astral, por denco, adjacente aos planos men-tal e fsico. Deve, portanto, possuir marcas ou reflexos doselementos das regi6es que lhe so limtrofes ou prximas, emambos os planos.

    As coletividades de idias j condensadas e tipicamenteagrupadas possuem um reflexo no plano astral. So as assimchamadas ASTRO-IDIAS, isto , idias que j esto assu-mindo urna forma.

    As ASTRO-IDIAS podem ser captadas por metafsicos ecientistas, naqueles momentos do seu trabalho mental em quesurge o problema de envolver numa forma urna idia j aca-lentada.

    Acontece freqentemente que a mesma ASTRO-IDIA captada por diversas mentes, dos subplanos prximos um dooutro, e ento que podemos' ver o aparecimento simultneode dais ou mais sistemas, muito parecidos, mas nao iguais emsua forma. Como exemplo ternos o aparecimento do clculoinfinitesimal, introduzindo de um lado por Leibnitz - clculodiferencial - e de outro por Newton - mtodo das fluxes.

    Os acontecimentos e as aces realizadas no plano fsico,refletem-se no plano astral como num espelho, atravs dossubplanos superiores - os mais sutis - do plano fsico. Essesreflexos se fixam de forma duradoura, formando os assimchamados CLICHtS ASTRAIS dos acontecimentos do plano

  • ARCANO 11 27

    fsico. A esfera astral nao est sujeita as les limitadas doespaco de tres dmenses, nem do tempo de urna dimenso.Ali podem ser encontrados nao apenas os clchs de aconteci-mentos passados, mas tambm, de acontecimentos futuros.Podemos objetar que os acontecimento futuros dependem,at certo ponto, dos impulsos volitivos e do livre arbtrio dosindivduos. Sim, est certo. Cada desejo, cada medida tornadano plano fsico pode, em parte, modificar os clchs do futuroe pode at apaga-los: no entanto, quanto mais alto for o sub-plano astral no qual se en contra o clich do futuro aconteci-mento, menos possibilidade haver de ser ele modificado, emais infalvel ser a sua predco. Aqui existe um grandemistrio: o do livre arbtrio; o mesmo mistrio que rege emgeral a criaco dos turbilh6es astrais. Devido a isto, a expo-sco deste assunto pode parecer nebulosa e apresentar con-tradces; todava, elas so apenas aparentes.

    Se os cientistas so - digamos - "cacadores" de astro-idias relativas a ciencia, todos os "clarvdentes" e diversosadivinhos do futuro so "cacadores" dos clchs astrais. Taisclichs podem ser captados por eles durante o transe, sono ououtros estados onde h preponderancia da atividade astral noser humano.

    Os clichs que mais se destacam e mais atraem a atencosao os que mostram anomalias ou acontecimentos de cartergrandioso. Os clchs de grandes crimes, catstrofes, comotambm de acontecimentos felizes de mbito mundial, se per-cebem com mais facilidade. No caso da pessoa possuir umcerto grau de sensibilidade, esses clchs podero at ser per-cebidos no estado de viglia.

    Vamos supor agora o caso de algum conceber um desejomau de urna forma bastante comum. Essa pessoa ainda naorealzou o tal desejo no plano fsico, mas j esbocou o quadroastral de. sua m ntenco. Assim fazendo, ela coagulou oastral e, ajudada pela grande lei de indvidualzaco das coa-gulaces, criou um ente. O ente criado um astrosoma tpi-camente formado. que nao possui corpo fsico; no entanto,possui algo semelhante a urna mnada mental - a pr-pria idia do desejo concebido. Este ente, de acordo com anatureza limitada de sua "mnada", pode atuar apenas dentroda esfera da idia que o criou. Sobre quem estender-se- suainfluencia? Antes de tudo, sobre seu "pa", o criador do qua-dro. A partir desse momento, a LARVA (nome dado a um talente) nao deixar de instigar seu autor, para que nao esquecao seu desejo, para que renove o impulso que a criou e comisso a fortalece. Tambm poder essa larva exercer sua in-fluencia sobre um outro ser humano, pronto para desejar as

  • 28 OS ARCANOS MAIORES DO TAR

    mesmas coisas e de urna forma parecida. Ser o caso em quese diz que a larva de Fulano apegou-se a Sicrano. Como liber-tar-se dessas larvas, prprias e alheias?

    Recomendamos tres mtodos:1. Um esrorco consciente da vontade, o desejo firme de

    no submeter-se a larva, de vence-la e rejeit-Ia; deagir como um pintor que olhasse com grande des-prezo urna pornografia por ele pintada.

    2. A concentraco do pensamento e da magnaco sobreoutro assunto ou outro desejo; urna forte absorconeste segundo assunto impedir a Iigaco com o pri-meiro. A oraco a forma mais aconselhvel. Cadaoraco um ato de concentraco e, invertendo o pro-cesso, podemos dizer que cada concentraco pode serdefinida como oraco, seja ela dedicada a Deus, a simesmo ou ao diabo, de acordo com a natureza da con-centraco. (Pelo nome de "diabo" entendemos a de-turpaco, at o ltimo limite, do esquema dos Prin-cpos Superiores atravs de reflexos e retraces de-formados ao ponto de transformar esse esquema nu-ma sntese de completa anarquia). Este mtodo podeser comparado ao fato de virarmos as costas paraum quadro que fere nossa sensibilidade e contemplaroutro, mais belo.

    3. A destruco das larvas com a espada mgica, utili-zando o poder realizador e o apoio do plano fsico. Aespada deve possuir urna lamina metlica, fixada aum cabo' solante de madeira, de ebonite, etc., ou en-to, ser separada da mo do operador por urna luvaisolante de seda, de la, de pele, etc. O poder da es-pada mgica est no fato de que os turbilhes astraismudam de carter quando prximos a urna laminaou ponta metlica, e isto de forma to violenta que,caso a lamina toque o n ganglionar da larva, pro-vocar a sua completa destruco. Na utilzaco destemtodo, a larva deve ser procurada na chamada "au-ra" (atmosfera de emanaces astrais que envolve ocorpo) do sujeito vitimado por ela. Esse processoassemelha-se a destruco de um quadro ndesejve",rasgando inteiramente a tela na qual foi pintado.

    Vamos supor agora que um homem inteligente e capaz deconcentraco, conceba, pelo contrrio, um pensamento bom,esbocando para o mesmo urna forma. Encontrando outras pes-soas que pensam de modo igual, conversa com elas a respeitode sua idia e, juntos, elaboram a forma que lhe deve ser

  • ARCANO 11 29

    dada. Cria-se assim uma coletvdade humana que pensa namesma idia e lhe confere a mesma forma. Os contornos deurna determinada figura ficam delineados e cada um dos par-ticipantes desse trabalho, passando "o lps" nesses contor-nos, torna a figura cada vez mais clara e visvel. A da co-num dessas pessoas provoca o nascimento de um astrosoma,chamado EGRGORA de urna coletividade.

    Essa egrgora, como todo astros ama, protege, restabelecee estimula o corpo fsico da coletividade, ou seja, cuida detodos os recursos fsicos de seus membros que possam serteis para a realzaco da idia. A egrgora de urna sociedadede beneficencia, por exemplo, incitar seus membros a tra-balhar e fazer contribuices de toda espcie, ajudar no sen-tido de aumentar o nmero de scios, de substituir por novosmembros aqueles que se afastam, etc. As egrgoras das cole-tividades que so inimigas no plano fsico, lutam entre si noplano astral. Se, no plano fsico, os inimigos da co'etivdadedestrem os corpos fsicos de seus membros, os astrosomasdas vtimas vm reforc;ar sua egrgora no plano astral. Lem-bremos o caso da perseguico aos adeptos da cristandade pri-mitiva pelos judeus e pagos, que terminou com o triunfo daegrgora crst,

    Voltaremos ainda a falar das egrgoras no estudo do Ar-cano X.

    No momento em que o homem chega aa fim de urna desuas encarnaces, seu carpa se desagrega. De acordo com asleis da Natureza, todos os elementos que compunham essecorpo, incluindo a torea vital do sangue e mesmo a energadas maniestaces nervosas, voltam com maior ou menor de-mora ao seio da Natureza, para serem utilizados em outrastormaees. Todavia, o ser humano, composto ento de mo-nada espiritual e do astrosoma, continua a sua existencia.Nessa fase, ele chamada de ELEMENTAR. O mais inferiordos planos em que ele pode processar a sua evoluco o planoastral. Pode as vezes, manifestar-se no plano fsico. Porm,essas manestaces so condicionadas ao mediunismo de de-terminadas pessoas. Eventualmente, pode "emprestar" a essaspessoas elementos dos subplanos intermedirios entre o fsi-co e o astral, ou seja, subplanos inferiores do astral e sub-planos superiores, mais sutis, do fsico. .

    Para corroborar este processo necessrio tambm, ou apassividade temporria do mdium, ou a vontade concentradade um mago, ou ainda a vontade coletiva de urna correntemgica (como, por exemplo, a que impera durante as sessesesprtas) , ou ainda o poder e a direco de urna egrgora ououtra entidade semelhante. Contudo, os contatos com o plano

  • 30 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    fsico constituem casos particulares. Geralmente, a vida nor-mal do elementar consiste em examinar e meditar sobre osclchs astrais e conviver com outras entidades do mesmoplano. So elas suas companheiras de estudo, de sofrimentorelativo ao autojulgamento, de preparativos para as encarna-c;6esfuturas. Entre os encontros passageiros que se realizamno plano astral, muito interessantes so os contatos com osastrosomas exteriorizados dos seres humanos vivos.

    Um hornem encarnado pode, consciente ou inconsciente-mente, concentrar sua atividade na esfera astral, de tal modoque suas funces fsicas chegam a reduzir-se ao mnimo.

    preciso saber que o astrosoma nao se limita a formaro carpa humano no ventre materno e a dirigir seu desenvol-vimento depois do nascimento, mas tambm sustenta a suaforma, rege a substituco das clulas, repara os danos e,quando chega a hora da desagregaco do corpo, dirige tam-bm este processo. Logo nos primeiros tempos aps a mortefsica, o elementar se dedica ao processo de desagregaco doseu carpa fsico e do fantasma dos fluidos nervosos. Podemosdizer que o astrosoma Brahma, Vishnu e Shiva para seucorpo material.

    A atividade do astrosoma, relativa a seu carpa fsico, particularmente intensa durante o sono, pois ento a MENSnao utiliza os servcos do astrosoma como instrumento detransmsso, e o mesmo pode ocupar-se com o trabalho "cor-riqueiro", isto , com os assuntos de nutrico, de tratamentodos rgos, etc. Nos casos em que o astrosoma tem pouco afazer, por exemplo, quando o organismo se acha em estadode letargia, catalepsia, estados chamados de transe, etc., o as-trosoma est quase livre e pode se manifestar com bastanteenergia ern relaco aos objetos externos; pode se dedicar acura de um corpo alheio (nesse caso o corpo astral do curadorse exterioriza em dreco ao doente ); pode, assim, tomandoa energia fludca de um mdium, ou mesmo do seu prpriocorpo fsico, revelar-se a distancia por manfestaces mec-nicas, pancadas, transporte de objetos, toques em algum,efeitos de luz, aparecimento da imagem de sua prpria pessoalonge do lugar onde se acha seu corpo fsico, etc. Essa man-estaco da energia astral humana, distante do seu corpo f- .sico, devida a sada em corpo astral ou exteriorizactio doastral. J que as emoces pertencem a atividade astral, aexterorizaco pode acontecer inconscientemente nos casos degrande medo, grande infortnio ou tambm nos estados par-ticulares de sono, de letargia ou catalepsia. Os magos .e feiti-ceiros podem exteriorizar-se conscientemente, quando queremmanifestar sua atividade a distancia.

  • ARCANO IJ 31

    Sendo que cada "Iod" tem seu "He", cada manfestacode energa positiva, a distancia, ser acompanhada de urnamanitestaco de energia negativa, isto , de estado de recep-tvdade e percepco a distancia, nos respectivos subplanosastrais.

    A exterorizaco perceptiva praticada para examinar oclich astral de um acontecimento terrestre, para captar urnaastroidia, para resolver um complicado problema terico, paraconhecer pela experiencia o ensinamento recebido teoricamen-te, etc.

    A MENS humana durante esse tempo nao trabalha mui-to; sua atividade bipartida. Ela acompanha por um lado ocorpo astral, abastecendo-o com um determinado grau deimpulsos volitivos em sua jornada; por outro, ela participaparcialmente na tarefa de vigiar o corpo fsico que, durantea exterorzaco do astrosoma, fica exposto a vrios perigosreais de que fa' aremos mais adiante. Essa viglia da MENS,garante, at certo ponto, urna rpida volta do astrosoma aocorpo fsico em caso de perigo iminente.

    Em relaco ao papel do corpo astral do homem, vale apena fazer duas observaees:

    1. Se o corpo fsico danificado na ausencia do corpoastral, isto , no momento da exteriorzaco, a dorser menos aguda e a reparaco do dano mais rpida.Por exemplo, se, no momento em que urna pessoa ferida fisicamente, ela consegue se exteriorizar, mes-mo que seja parcialmente, o sstema dos turbilhesastrais ser pouco atingido e o astral, reintegrandoseu corpo fsico, reparar melhor e mais rapidamenteo dano. Essa eapacidade do astrosoma explica as de-monstraces dos faquires que transpassam comfacas vrias partes do corpo, as quais logo ficamcuradas, devido a atividade enrgica do astrosomaque volta ao corpo aps um curto afastamento.

    2. Se, pelo contrrio, o sistema de turbilhes astrais forferido (por exemplo por urna espada mgica) du-rante a exteriorizaco do astrosoma, isto , quandonao usava o corpo fsico como ponto de apoio, a fe-rida ser perigosa para o corpo astral e afetar suasmanitestaees inferiores, entre as quais a sustenta-c;aoe proteco do corpo fsico. Mesmo se apenas umn gnglionar secundrio for atingido, o dano quesofreu o astrosoma provocar, aps a sua volta, atormaco de urna ferida naquela parte do corpo fsi-

  • .32 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    co que estava protegida pela atividade do sistemaganglionar atingido. Quanto mais baixo o subplanoem que o astrosoma se exteriorizou, tanto mais sen-tida ser a ferida.

    Resta dizer algumas palavras sobre os "ELEMENTAIS"que os manuais de estudo ocultista incluem geralmente entreos habitantes do plano astral. Eles niio siio entidades astrais.

    Os elementais possuem:

    1. Urna mnada mental, dirigida a urna atividade invo-lutiva especfica.

    2. Um astrosoma que d forma a essa atividade.3. Um corpo fsico, invisvel em circunstancias normais

    devido a sua homogeneidade com o ambiente no qualos elementais atuam.

    Os elementas regem e dirigem as mantestaees qumi-cas e fsicas, diversos processos fisiolgicos, etc.

    Quando o corpo desses elementais predominantementegasoso, eles so chamados Siljos; quando aquoso, Ondinas,e quando slido, Gnomos. Se o corpo deles mais sutil e, pelasua consistencia se assemelha mais qulo que chamamos deter universal, so ento denominados Salamandras.

    Existem tambm criaturas que possuem somente a mo-nada mental e um corpo astral. Trabalham na corrente in-volutva, no plano astral, de modo semelhante ao do trabalhodos elementais, dentro dos elementos fsicos. Essas criaturasso chamadas SPIRITUS DIRECTORES ou seja, espritos di-rigentes do astral.

    H ainda outras entidades, puramente mentais; traba-lham na corrente involutiva do plano mental e so chamadasANJOS.

  • LAMINAIII

    Fundo: Espaco azul de um cu de alvorada. Na rea in-ferior da lamina, parte da superfcie convexa do globo terres-tre, sobre o qua! est fixado um coagulato cinzento, cbico,sernitransparente. Sobre esse cubo, podemos ver 3/4 partesde urna figura de mulher em posco reclinada. Do lado direi-to, o quadro est de tal modo iluminado por urna luz ofuscan-te de cor ouro-alaranjada, que, desse lado desaparecem oscontornos da figura que parece apoiar-se sobre a luz.

    A cabeca da mulher de puro tipo venusiano. Seus cabe-los castanhos esto soltos. O rosto expressa urna dor cheia defelicidade, como se ve as vezes no rosto de mulheres que estodando a luz. Est vestida coro urna tnica de um verde suaveque desee dos orobros, cobre urna parte do cubo e termina nochao. Sua mo esquerda segura um broquel, de forma trian-gular e ngulos arredondados, cuja ponta est dirigida paraa terra. No broquel, vemos urna guia em vo ten do no bicourna cruz de bracos iguais. O broquel cobre a parte inferiordo corpo da mulher, at os joelhos, escondendo quase que in-teiramente o seu estado de gravidez. No seu braco direito,erguido, - um cetro de ouro com o smbolo do planeta Venusna ponta. Os ps da mulher se apoiam num crescente lunar,cujas pontas esto viradas para cima. Os suaves raios lunaresprateados, inundam o ngulo esquerdo inferior do quadro.

    Acima da cabeca da mulher, doze estrelas esto dispos-tas em forma de cora. Algumas se destacam apenas dosraios solares. Outras, mais afastadas do espaco iluminado,brilham no fundo azul.

    O quadro inteiro mais colorido e luminoso do que gr-fico; porm todas as cores so suaves, sem contrastes bruscos.

  • ARCANOIII - ~ - GHIMEL

    O signo do alfabeto hebraico que corresponde a esteArcano GHIMEL e seu nmero tres. Seu hierglifo uma mdo que pega, disposta de tal modo que forma um ca-nal, podendo absorver qualquer coisa. Da concepco docanal, passamos a idia da vagina que constitui a ltimaetapa no processo do nascimento.

    Da vm os tres nomes do Arcano, conforme o ternrioteosfico: "Divina Natura", "Partus", "Generatio".

    A idia de craco est estreitamente ligada ao elementodo amor ou, no 'sentido mais amplo, ao da atraco, A grav-taco universal, o amor comum, a compaixo, o amor mpes-soal, - todas estas manfestaces so expresses particularesdesse princpio geral.

    A deusa da atraco Venus, e um dos nomes eruditos des-se Arcano "Venus Urania", ou seja, Venus do Universo, Ve-nus Csmica. Outro nome erudito "Physis" - a Natureza.Seu nome comum "Imperatriz".

    O Arcano HI, que por seu nmero evoca a idia do tern-rio, tem por smbolo geomtrico um tringulo que, conformeo carter do ternrio, ser ascendente ou descendente.

    A lamina mostra urna mulher sentada, coroada de 12estrelas, que simbolizam os 12 signos zodiacais. H urna es-treita lgaco entre o nascimento no plano fsico e as 12 fasesda energa solar recebida pela Terra. Essas fases correspon-dem a presenca progressiva do Sol nos 12 signos zodiacais. por causa disso que, no ocultismo, o termo "zodiaco" alude aoplano fsico, a urna caracterstica fsica.

    A mulher da lamina "est envolvida em sol e se contorcenas dores do parto". O significado do Arcano IU reveladopela apresentaco do processo do nascimento. Os raios sola-res, envolvendo a mulher, fazem lembrar que o sol - o cen-tro da gravtaco - o exemplo do amor planetrio do nossosistema. Ele o centro emanante da vida e, portanto, dacraco.

    Na mo direita, a mulher segura um cetro com o smbolode Venus. Isto significa que ela reina permanentemente peloamor, sobre tudo que nasceu e o que nascer. A correspon-

  • ARCANO Hl 35

    dnca astrolgica do Arcano III Venus, cujo smbolo apre-senta urna sntese de outros dois: o Sol - emanaco criativa,positiva; e o mundo dos elementos, ou seja, a totalidade dasinfluencias do ambiente - como aprenderemos mas adiante.O smbolo de Venus pode ser interpretado da seguinte mane-ra: as emanaces construtivas, gracas ao amor, vencem as di-ficuldades do ambiente.

    Na mo esquerda, a mulher segura um escudo onde fi-gura urna guia; isto significa que o princpio da cracoabarca as esferas mais elevadas. A guia segura no bico urnacruz de bracos iguais, ndcaco de que o nascimento urnaconseqnca natural da unio do prncpo ativo coro o prn-cpio passivo (ver Arcano Il).

    A mulher, novamente apresenta-se sentada numa pedracbica colocada sobre um globo (explicaremos isto rnaisadante ) e sob os seu s ps est a lua, que simboliza aqu amatria do mundo sublunar, como esfera mais baixa da cria-

  • 36 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    coraco e, em nome dessa procura, formam grupos humanos;finalmente, h almas que procuram Deus pela contemplacoda Natureza e acetaco de suas leis imutveis; so os quebuscam o Esprito Santo. Debateremos isto mais detalhada-mente nos Mistrios da Cabala.

    Tomemos agora o mesmo ternrio: Arqutipo - Homem- Natureza, em seu sentido da vida do Universo.

    Imaginemos o Arqutipo como algo totalmente harmo-nioso, andrgino, onisciente, bem-aventurado, possuindo acapacidade total de aco e conseqentemente, podendo limitara esfera de sua atividade. Este Princpio Superior, usando aexpresso comum, divide-se em manrestaces ativa e passiva,dando, com isso, o esquema do tringulo ascendente.

    Paralelamente a essa concepco do Arqutipo, concebere-mos a Humanidade como um nico organismo, formado porclulas que na terra se chamam "homens", e talvez possuamum nome diferente em -outros planetas. Admitindo a existen-cia de tais clulas em diversos mundos csmicos, s6is, plane-tas, ete., aos quais pertencem, obteremos a dia geral do Ho-mem Universal, vivendo a vida de urna entidade coletiva epossuindo vontade prpria, de acordo com a grande Lei deIndvidualizaco.

    Podemos conceber tambm a Natureza como urna totali-dade, composta de elementos que consideramos individualiza-dos ou nao, de acordo com a nossa vso do mundo. Imagine-mos essa totalidade como sendo dinamizada pela Lei em aco,isto , pela Lei de Causa e Efeito.

    Assim, no tringulo analisado por ns, a Humanidade e aNatureza correspondero, respectivamente, aos polos positivoe negativo (no sentido relativo e nao absoluto) da manifesta-~ao do Arqutipo.

    Tomemos um outro exemplo, o ternrio: Passtuio -Presente - Futuro. O presente o momento que de-limita os campos do passado e do futuro. Sem apon-tar o momento chamado "Presente", essa divso nao poderiaser feita. interessante notar que, na lngua russa, o termo"presente" tem dois significados: um quer dizer "o real", eoutro se refere ao perodo presente dentro da concepco dotempo. O presente contm em si o passado e o futuro. O pas-sado corresponde ao aspecto passivo, cristalizado, ele j naopode ser mudado; o futuro corresponde ao aspecto ativo.

    Aproximando os dois ternrios, diremos que o presente,por analogia, corresponde ao Arqutipo; o futuro - a Huma-nidade e o passado - a Natureza. Prosseguiremos dizendoque a Humanidade determina o futuro, pelo livre arbtrio desua vontade coletiva; que a Natureza, regida pelo passado,

  • determina suas mantestaces, chamadas "Destino". Seuinstrumento urna fatalidade nexorvel, cristalizada e, por-tanto, passiva.

    O Arqutipo andrgino. Esse carter de Harmona Su-perior refletido no grande luminrio universal que se chamaProvidencia. A Providencia, portanto, neutra, andrgina edesempenha o papel da Luz, iluminando os campos dos outrosdois elementos.

    Cada processo de "nascimento" ou de emanaco, sejaqual for, deve ser REAL para a prpria pessoa que faz nascerou que emana. Caso contrrio, o "nascido" ou "emanado", naopoder tornar-se real no plano corresponden te de manifesta-ces vitais. Urna frmula de sugesto, para ter torea, deveser emitida sempre no presente: "estais fazendo isso ou aqu-lo", e nunca "fizestes" ou "fareis". Urna tese mutvel, sejaela metafsica ou cientfica, sempre enunciada no presente.Ningum sentir a torea de urna sensaco apresentada comopassada ou futura.

    Voltando ao nosso temro, afirmaremosd'Olvet que a histria do mundo se desenrolatringulo mstico (figura 5).

    A Providencia com sua Luz, iluminao Presente. A Vontade Humana cria o fu-turo. Porm em suas realizaces, ela li-mitada pela Fatalidade, conseqnciainexorvel do Passado.

    Se a Vontade Humana se une a in-fluencia iluminadora da Providencia, asduas se tarnam mais fortes que a Fata-ldade, e durante esse tempo a histriado mundo tem um carter evolutivo.

    Se a Humanidade fecha os olhos a FatalidadeLuz da Providencia e, sozinha, entra naluta com a Fatalidade, o resultado geralnao pode ser previsto. Tudo depender do lado em que havermas forca,

    Caso a Vontade Humana, conscientemente, lute com aFatalidade e a Providencia unidas, ela ser vencida e seusestorcos nao traro resultados.

    Se, finalmente, a Vontade Humana segue a Fatalidade,desrespeitando as ndcaces da Providencia, as realzaces,naquele perodo da histria do mundo, sero visveis e podero-sas, mas, a Humanidade estar se afastando da HarmoniaUniversal e, no futuro, ser obrigada a corrigir seu erro. Emtal poca, a histria do mundo involutiva.

    ARCANO Hl 37

    com Fabreconforme oN

    Providencia

    +Vontade

    Figura 5

  • Procuremos aplicar agora o trngu-lo mstico de Fabre d'Olivet a vida deurna alma particular durante urna desuas encarnaces. Neste caso, o trngu-lo ser o da figura 6.

    A Providencia, na vida de um ser hu-mano, representada pela Consciencia,que totalmente neutra: nem leva, nemimpede ir em qualquer dreco: apenasilumina o caminho, mostrando comoneutralizar, no momento presente o b-nrio bem-mal.

    A vontade do homem determina ofuturo, mas suas possibilidades so limi-tadas por aquilo que se chama "Karma". O Karma comoum balance geral das encarnaces anteriores da alma.

    O ser humano nasce, pela primeira vez, em circunstan-cias favorveis para adquirir a sabedoria. Ele nasce, como sediz, com karma limpo, e falha. Na segunda encarnaco, almdo estorco em adquirir sabedoria, ele ter que limpar seu kar-ma, o que j nao se far sem luta e sofrimento. Naturalmen-te, nesse segundo nascimento, a conseqnca dos erros daencarnaco precedente, manestar-se- como condices devida menos favorveis. As encarnaees subseqentes tornamo karma mais leve ou mais pesado, at que ele fique definiti-vamente limpo.

    Um karma pesado, que nao pode ser pago exclusivamen-te com os estorcos conscientes da vontade, pago em partepelo sofrimento. Os sofrimentos de um homem, condenadopelo karma, so as vezes to grandes que bastam para saldarurna parte da sua dvida, mesmo quando ele permanece total-mente passivo e mesmo seja conscientemente mal-intencio-nado durante determinada encarnaco,

    Eis aqui as possveis combnaces das influencias do'I'rngulo Mstico, aplicado a vida de um ser humano parti-cular:

    38 os ARCANOS MAIORES DO TAR

    Karma+

    VontadeFigura 6

    1. A vontade em harmonia com a consciencia e lutandocontra o karma. Resultado: puricaco do karma.

    2. A vontade concordando com o karma, mas opondo-seas ndcaces da consciencia. Isto corresponde aooportunismo egosta e resulta em sucessos visveisna vida, embora com aumento da carga krmica.

    3. A luta da vontade contra o karma, sem consultar aconsciencia. O resultado geral nao pode ser previsto,pois depender das respectivas toreas em aco.

  • ARCANO III 39

    4. A vontade contra o karma e a consciencia reunidos.Resultado: fracasso na vida e aumento do karma.

    Os ternrios escalonados, parecidos com os que foramanalisados neste Arcano, isto , os que apresentam os tresgraus bsicos da mesma manfestaco, chamaremos de ter-ruirios absolutos. A esses vamos assemelhar outros temrios- condicionais - que chamaremos de ternrios anlogos, li-gando cada um deles condicional ou simblicamente a umdeterminado temrio absoluto.

    Tomemos dois exemplos de tais ternrios: o primeiro,pertencente ao campo da Natureza, e o segundo ao do sm-bolismo ritual.

    Analisemos o corpo humano, dividindo-o em cabeca, re-go torcica e rego abdominal. Por analogia, a cabeca cor-responder ao plano mental, pois as manfestaces mentaisdo homem encarnado tem urna certa lgaco com as tuncesdo crebro; o trax corresponder ao plano astral, mesmoconsiderando apenas o papel principal atribudo aos exerc-cios respiratrios no tratamento fsico dos candidatos ao tra-balho astral; o abdme corresponder ao plano fsico, pois asunces dos rgos da alimentaco esto naturalmente liga-das a renovaco das clulas do corpo.

    Ser este um temrio anlogo. Podemos tambm dar-lhe urna forma um pouco diferente: a atividade da cabecarege a dstribuico dos fluidos nervosos; a do trax rege arenovaco da torea vital do sangue; e atividade do abdme,a restauraco dos tecidos (crculaco da linfa).

    Querendo verificar praticamente esta construco artifi-cial, analisaremos separadamente a cabeca - a analoga doplano mental - procurando nela os tres subplanos do planomental: os olhos representaro a mentalidade; segundo oolhar concluimos superficialmente sobre a atividade intelec-tual do indivduo. O nariz representar a parte astral da ea-beca: de acordo com a formaco do mesmo, tiram-se treqen-temente concluses superficiais a respeito da patologia daregio torcica da pessoa. A boca representar o plano fsico;ela ser um enviado da regio abdominal, eujos distrbios po-dem ser percebidos atravs da observaco dos lbios, da ln-gua, etc . Essa subdiviso confirma o fato de nosso ternrionao ser inteiramente arbitrrio, e sim possuir urna base natu-ral-simblica.

    Daremos agora um exemplo de ternrio artificial-simb-lico, explicando o esquema do famoso tridente de PARACEL-SO (Tridens Paraeelsis), apresentado na figura 7.

  • 40 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    Os dentes so de metal: ferro, aco, estanho, etc. O cabo cilndrico e feito de material isolante: madeira, ebonite ououtro. O instrumento, do ponto de vista prtico, representaurna espada mgica de tres pontas.

    Vamos analisar as nscrices que figuram nas extremida-des dos dentes, os signos desenhados na base dos mesmos e ainscrico de aura no cabo. Comecemos pelas primeiras:

    No dente superior est gravada a palavra "bito", cujosignificado : obedece, submete-te, cede, se atento. Essa ins-crco se relaciona com o lado passivo da vida fsica ou, me-lhor, com o lado passivo de todas as manestaces nos tresplanos, durante a encarnaco fsica.

    Figura 7

    TRIDENTEDE

    PARACELSO

    No dente inferior lemas: "Imo". Mais exatamente, deve-ria ser "Immo"; essa palavra significa: "ao contrrio", "emoposco"; seu sentido aqui : resiste, se ativo.

    No dente do meio da figura a inscrico "Apdosel" quedeve ser dividida da seguinte maneira: AP - DO - SEL."AP" deve ser substitudo pelas letras gregas alpha (A) e rho(P) que so as primeiras letras da palavra grega "arche"que significa: comeco - elemento superior - mens. A slaba"DO" deve ser lida da direita para a esquerda "OD". Este onome do astral positivamente polarizado. Portanto, significao astrosoma no campo das manfestaces masculinas positi-vas. "SEL" - do latino sal - smbolo do plano fsico, sim-boliza o prprio plano fsico.

    Assim os tres dentes, pelas nscrces, afirmam que o ho-mem um ser ativo, trplice (mens-anma-corpus) que deveequilibrar o binrio "submsso" e "oposco" e deve navegarentre essas duas correntes. Este temrio relacionado com ocampo da atividade do ser humano.

    Passemos ao segundo temrio de signos: o primeira signoassemelha-se ao caranguejo. Na astrologia, esse signo zodiacal(caranguejo-cncer) o domicilio da lua, cuja influencia pla-netria transmite o princpio passivo ao dente passivo.

  • ARCANO III 41

    A serpente que, no lugar da cabeca tem o signo de Jp-ter, o smbolo do turblho astral, pelo qual a autoridade dohomem - simbolizado pelo signo de Jpiter - transmitidaao astral do mundo.

    o terceiro smbolo urna ligeira alteraco do signo zo-diacal de Leo, domiclio do sol, princpio ativo, transmitindosua influencia para o ativo dente inferior.

    Como podemos ver, o segundo ternrio apresenta o planodas formas que agem como transmissores da influencia paraos dentes.

    o cabo est enfeitado com a nscrco em ouro: P. P. P.VLIDOXFATO onde o triplo P deve ser invertido para quepossa representar a figura do triplo lingam - a fecundacoem tres planos. "V" o algarismo para o nmero cinco, quecorresponde ao penta grama , smbolo da vontade humana."LI" so as letras iniciais da palavra "Libertate"; "VLI" sig-nifica, portanto "pentagrarnmatica libertate" ou seja, "pelaliberdade da vontade humana". "DOX" significa "doxa",estar ciente, aquilo que nos d o elemento da consciencia."FATO" significa "pela fatalidade", "pelo destino", "pelokarma".

    Assim, o cabo nos diz que cada ser humano tem o direitode tentar produzir nos tres planos, gracas a existencia dastoreas colocadas por ns nas pontas do tringulo mstico deFabre d'Olvet. Este ternrio se refere ao carter mental, mes-mo metafsico, de nossos direitos absolutos nos tres planos.

    O tridente, no seu conjunto, simboliza: nos dais planossuperiores (o cabo e a regio dos signos astrolgicos) o serhumano em geral; no plano fsico simboliza o ser masculino,pois o dente do meio indica atividade. Praticamente, o ins-trumento serve de espada mgica na mo de um ser humanomasculino. Num formato muito reduzido, aplicado no tra-tamento da impotencia masculina.

    Com isto, temas um exemplo de um sistema de tres ter-nrios no campo do simbolismo.

  • LAMINA IV

    Fundo: Duas paredes angulares, brancas, inteiramentedecoradas com swsticas de cor azul safira. Nao se avista oteto. Um assoalho feito de pedras quadradas, de cor cinza.Sobre o mesmo, um cubo branco que mostra, de frente, urnade suas faces, na qual figura a magem de urna guia voandoda esquerda para a direita. Do pescoco da ave, pende a Cruzdo Hierofante. Ao lado direito do cubo, um homem, visto deperfil, est nele se apoiando displicentemente. A perna quese acha no segundo plano est dobrada com o joelho projeta-do para a frente e sua parte interna encostada na outra per-na, formando com ela urna cruz. O homem est ligeiramenteinclinado, o braco esquerdo estendido, segura um cetro como smbolo de Venus, feto de ouro. Dentro do crculo destesmbolo h um outro - o de Jpiter - feito de prata.

    O homem veste urna tnica azul safira que o cobre desdeos ombros at os joelhos. Os ps esto calcados com sandliasdouradas, presas por urna tira que se cruza na perna. O rostoostenta urna barba de corte assrio. Na cabeca, urna trplicetiara de ouro, de tipo egpcio. A figura, no seu conjunto, deacentuado tipo jupiteriano, expressando poder e autoridade.

    As linhas do quadro so claras e bem destacadas. Nadah de indeterminado, vago ou tortuoso. A luz vem pela es-querda, de baixo para cima.

  • ARCANO IV - -r - DALETHO signo do alfabeto hebraico que corresponde ao Arcano

    IV Daleth. O seu valor numrico: 4. O hierglifodo Arcano o Seio; da a idia de alimentar e ser alimentado.A almentaco fortalece a criatura e a capacita para agir eadquirir autoridade no seu ambiente.

    A lamina do Arcano apresenta um homem coroado comurna trplice tiara. Isto significa que o princpio de autorida-de existe nos tres planos e que essa autoridade, para ser realem qualquer campo, deve se estender aos tres planos dessecampo.

    Na mo esquerda, o homem segura um cetro, encimadopelo signo de Venus, ou o signo de Jpter. O primeiro signi-fica que indispensvel saber criar entes complexos, indivi-dualizados e terminados. O segundo indica simplesmente acorrespondencia astrolgica do Arcano - o planeta Jpiter- com todas as caractersticas do deus Jpter da Mitologa.

    A posco dos bracos e dos ombros do homem da laminadeveria formar um tringulo ascendente. Em muitos baralhosdo Tara essa particularidade foi omitida.

    A perna esquerda est cruzada com a direita de modo aformar urna cruz de bracos iguais. Atrs da figura h urnapedra cbica na qual est representada urna guia,trazendo no pescoco o emblema chamado "Cruz doGrande Hierofante (figura 8). O homem apoia amo direita na face superior no cubo.

    Vejamos a explcaco desses smbolos:Urna pedra cbica, uniformemente talhada e

    lisa, o smbolo de tudo o que foi trabalhado e ter-minado, recebendo urna forma definitiva. Indicaque a autoridade se manifesta pelas formas, pre-viamente bem elaboradas. Cada lado do cubo, evi-dentemente, apresenta um quadrado - um dossmbolos geomtricos deste Arcano. Figura 8

    A imagem da guia sobre a pedra, demonstra a necessi-dade de urna grande elevaco de pensamento para aquel e que

  • 44 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    pretende dar as coisas urna forma acabada. preciso que eleseja, digamos, um engenheiro e nao apenas um operrio noseu trabalho.

    Essa idia est confirmada pela presenca, no Arcano, daCruz do Grande Hierofante. A linha vertical da cruz simbo-liza um canal que conduz a ponta inferior, a influencia dostres planos do Universo, representados por tres travessas ho-rizontais. Para completar a forma, para polir a pedra, pre-ciso nao apenas captar a idia da cosa nas alturas, mas, tam-bm, faz-la passar pelas fases mental, astral e fsica de suarealzaco.

    Fal ta ainda explicar a cruz formada pelas pernas dohomem. Essa cruz de bracos iguais ser o segundo smbolodeste Arcano, sendo que o primeiro urna pedra cbica, umdos nomes ("Petra Cubica") do Arcano.

    Na linguagem comum o nome do Arcano o "IMPERA-DOR" por causa do cetro e da coroa. Na esfera do ternrioteosfico, os ttulos do Arcano sero os seguintes:

    "Forma" - no plano do Arqutipo"Auctoritas" (autoridade) - no plano do Homem"Adaptatio (adaptaco) - no plano da Natureza.

    Passemos agora a nterpretaco do quaiernrio, repre-sentado pelos quatro bracos da cruz. Este quaternrio sim-boliza, antes de mais nada, um esquema geral de todo proces-so dinmico, completo, no Universo.

    Tais processos caracterizam-se gnosticamente do seguintemodo:

    O princpio ativo, masculino, expansivo - Iod - fecundao princpio passivo, feminino, atrativo, He. Desta unio nasceo principio neutro, andrgino, Vau, que transmite ao planoinferior tu do o que recebeu do superior. Logo que este esque-ma se realiza, aparece a idia da famlia, ou seja, a idia deum ciclo completado de manifestaco. Admitir a existenciadeste ncleo, como tragar urna linha de contorno ao redorda vida interna dessa famlia e constatar que na vida externa,esse ncleo familiar, embora composto, atua como urna uni-dade independente.

    Quando desejamos expressar o fato de que o ciclo Iod-He-Vau foi concludo, colocamos, aps as tres letras, urna quarta:o segundo He, passivo, que confirma o fato do ciclo ter sidoencerrado. Tal quatrnro do ciclo elementar corresponde aoterceiro grande nome de Deus: loti-He-Y au-He.

    A Cabala atribui a este nome urna rorca milagrosa quan-do corretamente pronunciado.

  • ARCANO IV 45

    muito provvel que, em casos especialmente solenes, ohierofante o pronunciasse tres vzes: a primeira, lendo-o lite-ralmente: lod-He-Vau-He. A segunda, dividindo-o em duaspartes, ou seja: "Iod", que corresponde ao princpio masculi-no e "Heva", correspondendo ao princpio feminino; assim re-sultava "lod-Heva" ou "lodheva". Na terceira vez, a palavrainteira era lida etimologicamente. muito provvel que suapronuncia fosse "leve" ou "lave", mas, de qualquer modo, nao"Jehova", como pensavam alguns autores do sculo XVIII,baseando-se na pontuaco condicional do texto hebraico, refe-rente nao a esse nome, mas a outro que o substituia na leituraem voz alta.

    Deste modo o Hierofante apontava em primeiro lugar oesquema completo do ciclo elementar; depois, o androginatoda humanidade e, finalmente, a unicidade e a Lei Unitriaem geral.

    Para que os profanos nao pudessem ouvir o nome sagra-do, as palavras do Hierofante eram abafadas pelo som de al-guns instrumentos musicais de percusso,

    O ciclo lod-He-Vau-He se dis-tribui na cruz do quaternrio con-forme figura 9, lendo-se a mesmapalavra em ambas as dreces domovimento giratrio. As flechas in- Hedicam a dreco certa. A leitura do H.~----f----terceiro Nome Divino, mas em sen-tido inverso, resulta na palavra"Havaioth", considerada como sm-bolo de anarquia (o reino do diabo) .Esta palavra se obtm quando o mo-vimento giratrio inicia-se numadas pontas da linha horizontal, ao invs de o fazer na pontasuperior da linha vertical.

    loa

    I

    /'Vau

    Figura 9

    Imaginemos agora que a nossa unidade composta, anossa famlia, representada pelo segundo He do Nome Sa-grado, exerce urna influencia sobre algum elemento domundo exterior, isto , que o nosso ciclo elementar, pela suacornpletaco, condicionou um novo ciclo. Neste caso, o sm-bolo passivo He j nao mais corresponde ao quarto elemen-to. Este He, de um modo misterioso, mas em conformidadecom a Lei, transformou-se no Iod do ciclo seguinte. A nossacruz, como se tivesse girado 90, torna-se um crculo; estemovimento se chama: o girar do quaternrio no Crculo Her-mtico.

  • 46 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    Nao cabe aqui descrever a natureza deste processo. Va-mos nos limitar a constatar o fato da transormaco dosegundo He em um novo Iod. Este novo Iod procura ou formapara si um novo He, que lhe convm, e o fecunda. Da nasceum novo Vau, que conduz a um segundo ciclo. Caso esteciclo seja o final, estar delimitado pelo smbolo He. Se passara ser ativo, o He ser substitudo por Iod, podendo esse pro-cesso repetir-se at o infinito.

    Se comparamos a srie de elementos obtidos nos proces-sos cclicos sucessivos a urna srie de nmeros naturais, po-deremos verificar que nesta ltima sre, todos os mltplosde tres correspondero a Vau; todos os nmeros que, confor-me o esquema de tres, ocupam o lugar do nmero um cor-respondero a Iod, e todos os que ocupam o lugar do 2 cor-respondero ao He. Exemplo:

    Iod1

    Iod13

    He2

    He14

    Vau3

    Vau15

    Iod4

    Iod16

    He5

    He17

    Vau6

    Vau18,

    Iod He Vau Iod He Vau7 8 9 10 11 12

    etc.

    Assim, por exemplo, o 58 elemento da sre ser um Iod,o 620 um He, e o 75 um Vau.

    Caso a srie termine com 58 elemento, o He correspon-dente ser chamado de segundo He (elemento final).

    Vejamos:

    1 exemplo: elemento 1 - o pai; elemento 2 - a me;elemento 3 - o filho; elemento 4 a influencia de toda a fa-mlia sobre o elemento 5 que ser, por exemplo, urna outrafamlia. Essa influencia d nascimento ao elemento 6 - osinteresses comuns das duas famlias. Unidos por esses nte-resses, o grupo das duas famlias (elemento 7) age sobre umoutro grupo de famlia (elemento 8), criando urna solidarie-dade entre os dois grupos (elemento 9).

    este o esquema da torrnaco de urna comunidade emgeral, e de um Estado em particular.

    Passemos a outro exemplo:

    Um genio (1) fecunda a mente de um sbio (2) que vivenum mundo de abstraces. O sbo gestando e transmitindoa dia, cria a possibilidade de ormaco do elemento andr-gino (3), ou seja, um ser humano realizador. Este, por umlado, recebe passivamente o alimento fornecido pelo sbio e,

  • ARCANO IV 47

    por outro lado, age no mundo de acordo com o ensinamentorecebido. Caso seu comportamento seja mais passivo (He),todo o ciclo caracterizar-se- como inteligencia passiua. Casoseja ativo e se torne um Iod do ciclo seguinte (4), fecundan-do o meio ambiente capaz de assimilar o nava impulso cul-tural (5), este ciclo receber o nome de inteligencia atina.

    Temas pais, aqui, o esquema do processo de transmssocultural, a partir do ponto de ntuco cientfica e filosfica.Podemos aplicar o mesmo esquema ao campo da esttica.

    Terceiro exemplo:

    A maniui (1) prepara e planifica a atividade do dia (2);o fruto dessa atividade aparece de noite (3) e, atravs da mis-teriosa passagem pela note, torna-se o ponto de partida paraos planos e preparativos da manhii seguinte (4).

    O semear da primavera (1) incubado pelas condces doueriio (2), propicia a colheita outonal (3) e o perodo hiber-nal determina o grau da atividade na primavera seguinte(4) .

    Aplicando tudo isso ao esquema do girar do quaternriodentro do crculo, teremos os seguintes dados: a trajetriado deslocamento do primeiro quadrante (l-Iod); a trajetriado segundo quadrante (2-primeiro He); a trajetria do ter-ceiro quadrante (3-Vau) e a deterrnnaco do centro. Comisso, teremos a deterrninaco da circunferencia, sem a qua!nao poderamos ter certeza de que o quarto elemento (o se-gundo He), aps ter girado 900, fosse cair no lugar do Ioddo ciclo seguinte.

    Cada ciclo de Iniciaco comporta tres etapas, correspon-dendo aos tres quadrantes do crculo hermtico.

    Nos tres graus simblicos da legtima Maconaria ticade Ashmol e Fludd, o elemento Iod representado pelo graude aprendiz. Nesse grau, o Macom se estorca para conhecer-se a si mesmo o mais possvel e para se aperteicoar, e s entose d conta das trevas da ignorancia tica em que vive o ho-mem comum. Esse grau, ativo, exige um trabalho rduo ecansativo. O prprio ritual da niciaco do grau de Aprendiz rico em aluses simblicas aos erras, aos desvios de condu-ta e as penosas provaces da vida.

    O elemento He, na iniciaco macnica, corresponde aosegundo grau, o de Companheiro, cujo campo de aplcaco ampliado. O Companheiro des fruta os aspectos agradveisde relaces fraternais com seus "irrnos de armas" que, como

  • 48 OS ARCANOS MAIORES DO TARa

    ele prprio, ultrapassaram O penoso estgio de Aprendiz. Oritual do grau simboliza o prazer do conhecimento em geral,e em particular todas as docuras da amizade, da ajuda m-tua, da proteco dos instrutores experimentados.

    O elemento Vau corresponde ao terceiro grau, o de Mes-tre, j conhecedor da vida no ambiente macnco e que teragora de se familiarizar com a idia da morte, com todas assuas implcaces. A Loja dos Mestres representa urna snte-se de toda a famlia macnica. Se a considerarmos comounidade fechada, ela corresponder ao segundo He. Se aconsiderarmos do ponto de vista da influencia que exerce noseu meio-ambiente, corresponder a um novo Iod.

    Voltando a numeraco dos elementos do ciclo dinmico,chamamos a atenco para a possibilidade de analisar ciclosde 9 elementos e nao de tres como fizemos antes. O lugar deum elemento no ciclo de nove se determina pela menor sub-traco positiva, segundo o mdulo de nove. Assim o 580 ele-mento da srie ser o 4 elemento do seu ciclo de nove, ouseja, o Iod da segunda familia daquele ciclo de nove; o 78elemento da srie ser o sexto elemento do seu ciclo de nove,ou seja o Vau da segunda famlia do mesmo ciclo. Podemosobter estes resultados de um modo mais rpido, somando osalgarismos do nmero, segundo um mtodo aritmtico bemconhecido:

    58: 5 + 8 = 13; 1 + 3 478: 7 + 8 = 15; 1 + 5 6

    Esse clculo que se chama "extrair a raiz teosfica do n-mero", nos ser muito til no futuro. Para completar a nossaexposco, acrescentaremos ainda que, se aplicarmos a qual-quer nmero do ciclo de tres a adiciio teostica, isto , a adi-co de todos os nmeros naturais, incluindo o prprio nmeroem questo, obteremos os seguintes resultados:

    1. Se o nmero correspondia a (ou a 3, o que o mesmo),no mdulo de 3, a soma teosfica corresponder tambmao O do mdulo 3. O ternrio permanecer ternrio.

    2. Se o nmero correspondia a 1, no mdulo de 3, sua somateosfica corresponder a 1, segundo o mdulo de 3. Aunidade permanece unidade.

    3.. Se o nmero correspondia a 2, no mdulo de 3, sua so-ma teosfica corresponder a 3 (ou a 0, o que o mes-mo), segundo o mdulo de 3. O binrio, aps a siniese,nao mais permanece binrio, mas, neutraliza-se emternrio.

  • ARCANO IV 49

    Esses teoremas podem ser demonstrados facilmente, deum modo geral. Aqui, nos limitaremos a tres exemplos parti-

    , al+ ~culares, segundo a formula Sn = Xn sobre

    za soma dos termos de urna progresso aritmtica.

    7 X 61. 1 + 2 .. + 6 = 21 ~ 3 (mod. 3)

    2

    17 X 162. 1 + 2 .. + 16 136 ~ 10 ~ 1 (mod. 3)

    2

    21 X 203. 1 + 2 .. + 20 = = 210 ~ 3 (mod. 3)

    2

    O 6 era Ternrio, o 16, Mnada e o 20, Binrio.

    Tendo analisado o Quaternrio como esquema geral deprocessos dinmicos elementares, passaremos agora ao sim-bolismo da cruz de bracos iguais, como esquema de manifes-taco ativa e passiva do Homem no plano astral.

    A barra vertical da cruz, que religa o Iod e o Vau, estdividida em duas partes pelo ponto central. A de cima - Iod- predomina sobre a de baixo - Vau - pois, o Iod maisativo que o Vau. A parte superior considerada como cam-po de aces positivas do ser humano - o campo do Bem -e a parte inferior, como campo de aces negativas, a regodo Mal.

    Um Iniciado, em cada momento da vida, deve discernirentre esses dois campos, permanecen do sempre no ponto neu-tro. Isto conhecer o bem e o mal das cces.

    A barra horizontal da cruz divide-se tambm em duaspartes, ambas correspondendo a receptividade, a esfera pas-siva do homem. O braco da direita pertence ao segundo Heque pode transformar-se em Iod; ele , portanto, mais ativo,domina o braco esquerdo e corresponde a esfera da recept-vidade favorvel. O braco esquerdo representa a esfera dareceptividade desfavorvel. Um Iniciado possui a capacidadede delimitar, em qualquer momento da vida, nitidamente,essas duas regi6es, ou seja, possui o conhecimento do pontoneutro.

  • 50 OS ARCANOS MAIORES DO TARO

    Em resumo, baseando-se nessa nova anlise da cruz,podemos dizer que, para dominar o Arcano da autordade, ohomem deve nao somente considerar o bem e o mal de suasaces, mas, tambm saber utilizar todas as influencias exter-nas, tanto as boas como as ms. Ele saber utilizar tanto aira quanto um sentimento de gratdo, como estmulos deaco; tanto a ternura como a decepco, como meios de aquie-taco. A base da autoridade do homem sua capacidade dese manter no centro da cruz hermtica, em sintonia com to-dos os seus elementos, mas permanecendo dono de suas es-feras.

    Dessa anlise passemos agora as analogias tradicionaisdos elementos do Quaternrio:

    O elemento Iod est ligado ao que a tradco chama de"Ar"; o primeiro H, a "Terra"; o Vau, a "Agua" e o segundoHe, ao "Fogo". Na antgudade, esses quatro termos eramchamados de "Elementos do Quaternrio".

    Mencionaremos correspondencias mais razoveis em v-rios planos.

    No plano metafsico, o "Ar" corresponde ao tempo; a"Agua", ao espaco; a "Terra", ao princpio da estagna-c;ao, a inrcia da matria; o "Fogo", ao estado cintico damatria.

    No plano moral, o "Ar" indica que cada iniciado deveousar; a "Agua" que deve saber; a "Terra" que deve calar eo "Fogo" que deve ser capaz de querer. A ltima correspon-dencia est ligada a apresentaco do quaternrio das figurassimblicas, ou seja, dos "animais sagrados": a Aguia ousa, oHomem sabe, o Touro cala e o Leo fogoso em seus desejos.

    Os hermetistas contemporneos simbolizam essas quatromanitestaces pelos emblemas em forma de cruzes formadaspor calhas, nas quais as horizontais correspondem a recep-tividade no dado momento e as verticais ao impulso do agir(figura 10).+++c{F

    Figura 10

    Quem ousa, abafa em si O sentido do perigo (a calhaescura horizontal) e age (a calha clara vertical). Quem estsatisfeito com seus conhecimentos, nem estuda, nem age (as

  • ARCANO IV 51

    calhas escuras). Quem cala no se manifesta (calha verti-cal escara), mas toma conhecimento de tudo (a calha hori-zontal clara). Quem quer, ao mesmo tempo ativo e recep-tivo - evidentemente - pois sabe tambm o que quer (ascalhas claras).

    No plano fsico, os quatro elementos correspondem aosquatro estados da matria: terra, slido; gua, lquido; ar,gasoso; fogo, irradiante.

    Aproximando todas essas explcaces da anlise do qua-ternrio das atividades e receptividades humanas, compre-enderemos melhor a tese clssica do Ocultismo que afirmaser o corpo humano composto de todos os quatro elementos,e o prprio homem um ser sinttico, que aprende a conheceros quatro campos dos bracos da cruz.

    Os elementais so submetidos a autoridade de um ha-mem equilibrado. No possuem discernimento entre o beme o mal; eles no se acham no ponto central da cruz, vivemapenas nos bracos. Os silfos vivem no ar, as ondinas na agua,os gnomos na terra e as salamandras no fogo. Seus corposso feitos da matria do mesmo elemento em que habitam eem que se [uruiem: portanto, nao podem ser vistos com olhosfsicos, nem escutados com ouvidos fsicos, etc., a no ser quese manifestem por um emprstimo medinico de uma outrasubstancia. Neste caso, um contato com esses elementaispode ser estabelecido atravs dos sentidos fsicos. Os ele-mentais dirigem os pormenores daquilo que chamamos ma-nfestaces fsicas e qumicas.

    Daremos algumas breves indcaces sobre a dstrbucodos elementos alqumicos do quaternrio Iod-He-Vau-He. Aotermo "Ar " corresponde, na alquimia, o solvente universal"Azoth", cujo smbolo um caduceu, com tres crcunvolu-c;6esencimado por asas de guia. Ao termo "Agua", corres-ponde o "Mercrio" que pode ser obtido do mercrio comum;seu smbolo ~ " O Azoth, freqentemente, tambmchamado "Mercrio dos Sbios" ou "Mercrio dos Filsofos";todavia, devemos compreender que este "Mercro" no podeser obtido do mercrio metlico. Ao termo "Terra" corres-ponde o elemento "Sal". Seu smbolo -e- . Ao termo"Fogo" corresponde o elemento "Enxofre", cujo smbolo ~

    O enxofre e o sal alqumicos no devem ser confun-didos com as substancias do mesmo nome da qumica comum.

  • 52 OS ARCANOS MAIORES DO T ARO

    Na alquimia estes nomes indicam dois principios atributivosdos corpos que podem ser neutralizados, seja pelo mercriometalgeno (no processo involutivo), seja pelo mercrio dossbios (no processo evolutivo).

    No Hermetismo tico, que a analogia da alquimia noplano astral, ao elemento "Sal" corresponde a perseuerancana procura do aperfeicoamento; ao elemento "Enxofre", oardor da oraciio ou de outro modo de concentraco; ao ele-mento "Mercrio", o estado de estar ciente; ao elemento"Azoth", a sensibilidade sutil e a compreenso inata dascondces do trabalho.

    o Hermetismo tico e a alquimia so aspectos particula-res de urna obra geral, conhecida como "Grande Obra" e sim-bolizada pelo Arcano XIX. Esse empreendimento pode serdefinido como senda um processo de transmutaco de umambiente ou de urna matria determinada, do seu estadomais rude ao mais sutil que ela possa atingir, sem ultrapas-sar, todava, os limites do seu prprio meio, isto , conservan-do as mesmas qualcaces gerais do plano ao qual pertence.

    A alquimia ocupa-se com a "Grande Obra" de transmutaros metais comuns ou mesmo qualquer escria material emmetal mais nobre; o ouro. A finalidade do Hermetismo ti-co transformar um homem eticamente inferior em um outro,diferente, apertecoado que, guardando as caractersticas ge-rais de um ser humano encarnado, realize em si mesmo asntese das qualidades de urna alma evoluda.

    evidente que cada transmutaco deste tipo se baseiano princpio da unicidade bsica da substancia em que se pro-cessa a transmutaco. Em outras palavras: se urna escriaqualquer pode ser transformada em ouro, porque todos oscorpos materiais apresentam diversos modos de coagulacoda substancia bsica nica. Na transormaco de um homeminferior em um homem superior, a composico bsica perma-nece a mesma, a derenca est somente no modo de agrupa-mento de seus elementos astrais que, em cada um, diferentee varia at o infinito. Aquilo que est em desordem num ho-mem inferior, est perfeitamente ordenado no homem supe-rior.

    Ternos ainda a importante questo de dstribuco dosponto s cardeais entre os elementos Iod-He-Vau-He. O leste

  • ARCANO IV 53

    corresponde a Iod; o sul ao segundo He; o oeste a Vau e onorte ao primeiro He. (figura 11)

    LesteArTempoOusarAguia

    NorteTerra

    InrciaCalarTouro

    FogoEstado cintico

    da matriaQuererLeoSul

    Oestegua

    EspacoSaber

    Hornero

    QUATERNARIO DE EZEQUIEL

    Figura 11

    Este esquema est baseado no aparente movimento solarde 24 horas, que se efetua no sentido que chamamos "con-trrio". Se dispusermos os animais sagrados como o ternosfeito at agora, isto :

    Aguia - Leste - ArTouro - Norte - Terra

    Homem - Oeste AguaLeao Sul Fogo

    teremos, visto como se fosse num espelho, o reflexo do esque-ma dado nos 1.0 e 10.0 captulos do livro do profeta Ezequiel.A