CULTURA · RESGATE DAS ORIGENS DA POPULAÇÃO NEGRA E BRANCA ... las as diretrizes de uma política...
Transcript of CULTURA · RESGATE DAS ORIGENS DA POPULAÇÃO NEGRA E BRANCA ... las as diretrizes de uma política...
0
1
CULTURA
DIAGNÓSTICO E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
CONSULTOR:
Ernandes Zanon Guimarães
EQUIPE DE APOIO:
Maria Marta Morra Tomé
CARIACICA
2012
2
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Avaliação Cultura........................................................................................................ 14
Gráfico 2 – Comparação entre Municípios da GV ........................................................................ 15
Gráfico 3 – Comparação entre Municípios da GV......................................................................... 16
Gráfico 4 – Comparação entre Municípios da GV......................................................................... 17
Gráfico 5 – Principais atrativos do patrimônio cultural.................................................................. 24
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Projetos Culturais.......................................................................................................... 47
Lista de Figuras
Figura 1 – Grupo de dança folclóricas alemãs................................................................................ 19
Figura 2 – Grupo de dança folclóricas italianas............................................................................. 20
Figura 3 – Congo............................................................................................................................ 21
Figura 4 – Folia de Reis.................................................................................................................. 23
Figura 5 – Monte Moxuara............................................................................................................. 27
Figura 6 – Modificação de traçado da linha adutora “Pau Amarelo, Mangue de Itangá”.............. 30
Figura 7 – Estação Ferroviária........................................................................................................ 33
Figura 8 – Imóveis de interesse para preservação.......................................................................... 64
Figura 9 – Imóveis de interesse para preservação.......................................................................... 65
Figura 10 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 67
Figura 11 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 68
Figura 12 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 69
Figura 13 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 70
Figura 14 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 71
Figura 15 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 72
Figura 16 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 73
Figura 17 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 74
Figura 18 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 75
Figura 19 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 76
Figura 20 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 77
Figura 21 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 78
Figura 22 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 79
Figura 23 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 80
Figura 24 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 81
Figura 25 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 82
Figura 26 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 83
Figura 27 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 84
Figura 28 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 85
Figura 29 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 86
Figura 30 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 87
Figura 31 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 88
3
Figura 32 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 89
Figura 33 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 90
Figura 34 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 91
Figura 35 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 92
Figura 36 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 93
Figura 37 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 94
Figura 38 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 95
Figura 39 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 96
Figura 40 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 97
Figura 41 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 98
Figura 42 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 99
Figura 43 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 100
Figura 44 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 101
Figura 45 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 102
Figura 46 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 103
Figura 47 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 104
Figura 48 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 105
Figura 49 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 106
Figura 50 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 107
Figura 51 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 108
Figura 52 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 109
Figura 53 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 110
Figura 54 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 111
Figura 55 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 112
Figura 56 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 113
Figura 57 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 114
Figura 58 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 115
Figura 59 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 116
Figura 60 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 117
Figura 61 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 118
Figura 62 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 119
Figura 63 – Imóveis de interesse para preservação........................................................................ 120
Figura 64 – Setores do patrimônio Histórico e Arquitetônico........................................................ 121
Figura 65 – Setor Sede.................................................................................................................... 122
Figura 66 – Setor - Educandário - Hospital.................................................................................... 123
Figura 67 – Setor Educandário – Hospital...................................................................................... 124
Figura 68 – Setor Educandário – Hospital...................................................................................... 125
Figura 69 – Setor Morro da Companhia – CVRD.......................................................................... 126
Figura 70 – Setor Jardim América.................................................................................................. 127
Figura 71 – Banda de Congo.......................................................................................................... 133
4
Figura 72 – Banda de Congo.......................................................................................................... 133
Figura 73 – Banda de Congo.......................................................................................................... 134
Figura 74 – Banda de Congo.......................................................................................................... 135
Figura 75 – Banda de Congo.......................................................................................................... 135
Figura 76 – Banda de Congo.......................................................................................................... 136
Figura 77 – Artesanato.................................................................................................................... 138
Figura 78 – Escola de Samba ......................................................................................................... 139
Figura 79 – Projeto do Congo......................................................................................................... 140
Figura 80 – Resumo Histórico........................................................................................................ 141
Figura 81 – CD de Congo............................................................................................................... 143
Figura 82 – Grupo Moxuara........................................................................................................... 145
Figura 83 – Emerson Xumbrega..................................................................................................... 146
Figura 84 – Centro Cultural............................................................................................................ 149
Figura 85 - Artesanato.................................................................................................................... 151
Figura 86 - Artesanato.................................................................................................................... 153
Figura 87 - Artesanato.................................................................................................................... 154
Lista de Quadros
Quadro 1 – Grupos.......................................................................................................................... 24
Quadro 2 – Despesas do ano de 2008............................................................................................ 39
Quadro 3 – Despesas do ano de 2009............................................................................................. 41
Quadro 4 – Despesas do ano de 2010............................................................................................. 44
5
SUMÁRIO
1.
CARACTERIZAÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS DO MUNICÍPIO
ESPECIFICANDO HISTÓRICO, PERFIL E PROGRAMAS DE GOVERNO
DESENVOLVIDOS PELA SECRETARIA DE CULTURA, ESPORTE E
LAZER...................................................................................................................................
7
2.
CARACTERIZAÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS MUNICIPAIS
DESENVOLVIDAS EM CONSONÂNCIA COM AS POLÍTICAS
ESTADUAIS..........................................................................................................................
17
3.
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E FOLCLÓRICAS DE CARIACICA
CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRIA, MECANISMOS DE PRESERVAÇÃO,
RELAÇÃO COM AS ETNIAS LOCAIS............................................................................
18
4. PANORAMA HISTÓRICO DE CARIACICA.................................................................. 27
5. LEI DE INCENTIVO À CULTURA JOÃO BANANEIRA: HISTÓRICO: PERFIL
E PROJETOS APROVADOS EM EXECUÇÃO/EXECUTADOS.................................. 35
6. CARACTERIZAÇÃO DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS............................................... 47
7.
CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL E DE
PATRIMÔNIOS MATERIAIS E IMATERIAIS DO MUNICÍPIO, MAPEAMENTO
E CARACTERIZAÇÃO DOS PROJETOS DE RECUPERAÇÃO E
PRESERVAÇÃO PRINCIPALMENTE QUANTO À ELABORAÇÃO, GESTÃO E
PROPOSIÇÃO DE NOVOS PROJETOS..........................................................................
51
8.
CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRICO, PERFIL E MECANISMOS DE
PRESERVAÇÃO DE PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS ARQUITETÔNICOS EM
CONSONÂNCIA COM O PLANO DIRETOR MUNICIPAL – PDM............................
53
9. CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRICO, PERFIL E MECANISMOS DE
PRESERVAÇÃO DE EDIFICAÇÕES RELIGIOSAS..................................................... 128
10. MAPEAMENTO E PERFIL DE ENTIDADES CULTURAIS E PROJETOS
RELACIONADOS À CULTURA EM ATIVIDADE........................................................ 129
11. PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO CULTURAL: PROJETOS E EVENTOS................... 141
12. TENDÊNCIAS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM CENTRO CULTURAL DE
ATIVIDADES........................................................................................................................ 146
13. HISTÓRICO, PERFIL, UTILIZAÇÃO E MECANISMO DE PRESERVAÇÃO DE
ESPAÇOS CULTURAIS PÚBLICOS E PRIVADOS....................................................... 147
14. CARACTERIZAÇÃO E POTENCIALIDADES DO ARTESANATO LOCAL........... 150
6
15. RESGATE DAS ORIGENS DA POPULAÇÃO NEGRA E BRANCA........................... 155
16. OS CENÁRIOS..................................................................................................................... 156
16.1 Cenário Indesejado.................................................................................................................. 156
16.2 Pontos Fracos.......................................................................................................................... 157
16.2.1 Produção e Circulação Cultural sem estrutura para se expandir e ser acessada pela
população................................................................................................................................ 157
16.2.2 Município não possui um equipamento Cultural para abrigar eventos de grande porte......... 157
16.2.3
Inexistência de uma Secretaria específica para a área Cultural impossibilitando
investimento em projetos que posicione o Município entre os grandes promotores de
Cultura do Estado....................................................................................................................
158
17. AMEAÇAS............................................................................................................................. 158
17.1 Grupos Culturais enfraquecidos e desarticulados................................................................... 158
17.2 Produção e circulação Cultural deficiente e de pouca abrangência social.............................. 158
17.3 Matrizes Culturais pulverizadas e não preservadas................................................................. 159
18. CENÁRIO DESEJÁVEL..................................................................................................... 159
18.1 Pontos fortes............................................................................................................................ 160
18.1.1 Atividades artísticas incrementam a circulação cultural......................................................... 160
18.1.2 Produção cultural profissionalizada e solidificada.................................................................. 160
18.1.3 Conselho Municipal de Cultura e a lei de incentivo à Cultura João Bananeira...................... 161
18.1.4 Cultura é transversalizada em conjunto com outras Secretarias Municipais.......................... 161
19. OPORTUNIDADES............................................................................................................ 161
19.1 Grupos culturais organizados contribuem com o Poder Público na formulação de políticas
públicas para a área cultural............................................................................. 161
19.2 Crescimento cultural do Município é impulsionado por um política cultural forte........ 162
19.3 Criação de espaços culturais para abrigar uma crescente produção e circulação
cultural............................................................................................................................ 162
20. ESTRATÉGIAS............................................................................................................ 163
21. REFERÊNCIAS............................................................................................................ 164
7
AGENDA CARIACICA – CULTURA
1. CARACTERIZAÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS DO MUNICÍPIO
ESPECIFICANDO HISTÓRICO, PERFIL E PROGRAMAS DE GOVERNO
DESENVOLVIDOS PELA SECRETARIA DE CULTURA, ESPORTE E LAZER.
A cultura deve ser contemplada em todas as áreas de atuação do Estado, ampliando e dimensionando
infinitamente o escopo de atuação, abandonando uma visão endógena da cultura e passar a
compreendê-la como uma matéria que perpassa todas as demais. No Estado e no Brasil, sequer se
sabe quantas prefeituras possuem secretarias de cultura e como os assuntos culturais são tratados em
outras áreas como esportes e turismo, entre outras. O fato de não haver secretaria específica para
cultura na esfera municipal significa que o trato da área é menos eficiente, ágil e substantivamente
pouco eficaz. Porém, esta situação de desinformação não deixa de ser um sintoma de como ainda
está atrasada a área na maior parte do país.
Esta situação pode apontar a pouca clareza que se tem em relação ao que estejam ao alcance legal e
político do governo, em matéria de regulação, financiamento direto, tutela e incentivos indiretos para
a defesa e a promoção das artes e do patrimônio cultural. É indispensável distinguir aquilo que o
poder público faz e se está sendo suficientemente bem resolvido com a população, e aquilo que, com
base em critérios objetivos, o governo deve encorajar.
Uma visão sistêmica e necessariamente de longo prazo, poderá possibilitar uma explosão do fazer e
do acesso de público a eventos culturais transformando uma exposição ou uma apresentação ao vivo
em um espetáculo de grande repercussão popular.
Para transformar um frequentador ocasional em um apreciador regular de cultura, é preciso pensar
em longo prazo dando-lhe formação e informação artística. A cena cultural só se enriquece e se
diversifica consistentemente no longo prazo, se for baseada em processos de aprendizado e
transmissão que ampliam a apreciação, a sensibilidade ao fazer artístico e o número de pessoas que
se sentem participantes deste pequeno universo. São estes processos que, em grande parte, alargam
socialmente as práticas artísticas, entendidas como o espaço em que se encontram as trajetórias que
levam a consolidação das artes e outras expressões culturais. Não é que não se faça nada para
8
ampliar públicos para a cultura, no Município. Acontece que o pouco que se faz é desarticulado de
uma visão mais abrangente, incapaz de dimensionar necessidades no tempo e no espaço e de articulá-
las as diretrizes de uma política de cultura de fomento as várias manifestações artísticas, ao
artesanato, ao folclore e ao desenvolvimento local. Neste aspecto é impossível aspirar a uma rapidez
muito grande. A mudança e a diversificação do modo como o poder público trata a cultura, não
atrelado à educação e ao estilo de vida e, secundariamente, ao nível econômico, faz com que o acesso
aos bens culturais aconteça devagar, pois os públicos para os gêneros contemplados diretamente pela
área cultural governamental são minúsculos variando conforme o gênero artístico. O mínimo que se
pode fazer é reforçar o acesso aos bens culturais e realizar pesquisas que retratem a situação cultural
do Município com uma visão metodologicamente consistente, sensível o suficiente para captar traços
de comportamento cultural em todos os grupos culturais repetidos regularmente a cada atualização
do planejamento estratégico do Município. Em nenhum país desenvolvido a análise do desempenho
da gestão cultural pública prescinde de estudos e pesquisas feitas com rigor estatístico. O talento
cultural cariaciquense é real, mas o potencial cultural e econômico deste setor não irá se concretizar
espontaneamente; é preciso fomentá-lo, garantir um ambiente favorável por meio do fortalecimento
de estruturas básicas, como a criação de um setor cultural específico, circulação artística e garantir a
diversidade cultural, pois os municípios são fundamentais na promoção e valorização da cultura local
e tradicional.
O caminho percorrido pelo poder público, na construção de políticas públicas de cultura tem sido nos
últimos anos de viés fortemente institucional. Este caminho comumente trilhado não proporciona o
surgimento de uma nova proposta de gestão pública para a cultura, compartilhada e transformadora.
Mas, isto só será possível se for estabelecida uma perspectiva de repensar o modo como o poder
público dimensiona e desenvolve suas políticas públicas de cultura.
Frente a esta realidade, a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer – SEMCEL percorreu o ano de 2005,
quando o governo municipal atual tomou posse um caminho de mudanças. Buscando sempre a
participação popular iniciou-se um novo processo de debate que impulsionou a cena cultural de
Cariacica igualando-a a dos principais municípios do estado. As mudanças são visíveis como pode
ser constatado com a criação de um mecanismo de incentivo cultural representado pela Lei João
Bananeira, que transformou a produção cultural, tanto em quantidade, como em qualidade,
reerguendo a cultura local e o poder público rompendo com o passado e estabelecendo uma nova
9
visão de política pública de cultura.
O Fundo Municipal de Cultura, criado em 2010, é mais um mecanismo para dar visibilidade a
produção cultual do município. O Fundo tem por finalidade proporcionar recursos financeiros a
projetos e programas de desenvolvimento artístico-cultural e proporcionar o intercâmbio artístico e
cultural; o aprimoramento das condições do poder público municipal, no que se refere à criação e
manutenção de equipamentos culturais; a documentação, estudo e preservação do patrimônio
histórico, cultural e artístico do município; além do aprimoramento técnico dos artistas e produtores
culturais de Cariacica; e do incremento do conhecimento acerca da atividade cultural.
Os eventos tais como, projetos de difusão cultural, abrangem turnês de artistas capixabas, realização
de festivais, mostras, circuitos culturais, ou apresentação de artistas nacionais e internacionais em
Cariacica.
Pesquisas acerca da produção, difusão, comercialização ou recepção das atividades culturais poderão
ser apoiadas pelo Fundo. Programas de formação cultural, que tem por objetivo realizar cursos e
oficinas, também poderão ser apoiados financeiramente ou por meio de concessão de bolsas de
estudo.
A receita do fundo será formada por repasses do Poder Público Municipal; provenientes de ações da
prefeitura ou por ela apoiadas; ou ainda de doações de pessoas físicas e jurídicas; receitas de eventos,
atividades ou promoções realizadas com a finalidade de angariar recursos para o fundo.
Apesar dos grandes avanços alcançados, um longo caminho precisa ser percorrido para consolidar os
êxitos conseguidos nos últimos anos.
A SEMCEL tem suas limitações estruturais que em muitos casos impossibilita um maior dinamismo
na condução dos projetos e ações que lhes são inerentes. A estrutura física da secretaria é um
problema que persiste, dificulta o desenvolvimento dos trabalhos diários, o desempenho da equipe e
o atendimento a população.
Outro fator que persiste é a desqualificação técnica da maioria do quadro de servidores necessitando
de capacitação para aumentar o nível de desempenho e condução dos projetos e ações da secretaria.
10
O que é possível e desejável que o município faça na área cultural, nos dias atuais e futuramente? A
resposta para esta pergunta não é fácil, sobretudo por duas razões. A primeira é que poder público
municipal em cultura tem de atuar em um espaço da sociedade que é internamente subdividido em
grupos com propostas artísticas diferenciadas da cultura erudita, da indústria cultural e das culturas
populares. Em cada um destes espaços a autoridade pública deve manifestar uma postura clara de
ação e uma justificativa consistente sobre o que pode ser feito como financiamento direto, fomento
indireto ou regulação, ou ainda o que deve ficar como está, existindo espontaneamente sem
necessidade de estímulo, ajuda ou intervenção.
Cariacica é um município de grandes dimensões de território e população com significativa
diversidade étnica. Comportam uma emergente indústria de bens e consumo capaz de dinamizar
mudanças de gosto, estilos de vida e lazer. Tudo isto indica a necessidade de uma visão mais ampla
que entenda a demanda cultural como algo mais do que simplesmente promover eventos e resguardar
patrimônios históricos e folclóricos, que quase sempre e na melhor das hipóteses, se faz. O apelo à
cultura para ajudar na busca de soluções de problemas que lhe são alheios cada vez mais reflete uma
tendência mundial, como a criação de empregos, o estímulo ao turismo, a reciclagem de áreas
urbanas deterioradas, a recuperação de infratores, a cura mental, a reconciliação entre etnias e
religiões, a contenção da violência, a integração de segmentos economicamente marginalizados, a
facilitação do aprendizado entre outros. O fundamental é reconhecer que, se os gestores públicos não
forem capazes sequer de pensar integradamente a área cultural em suas dinâmicas internas,
organicamente em atividade não estarão preparados para entender a contribuição que podem e devem
dar a necessidades mais agudas e que dependem de diagnósticos mais sofisticados e da interlocução
com áreas de política pública, em que, geralmente, se sabe melhor o que fazer.
A alocação de recursos para uma política cultural começa por caracterizar os grupos e interesses dos
dois lados da produção de serviços, a oferta e a demanda. O que surpreende é verificar que parece
existir apenas um lado, o da oferta. Isto pode significar que as únicas manifestações de interesse são
as dos grupos culturais que buscam recursos para seus projetos e instituições, nos gabinetes do poder
público municipal. A reivindicação de uma atenção mais equilibrada a esses dois lados não se apóia
em nenhuma crença de que a aceitação do público seja indicador inequívoco de mérito artístico. Nem
todo cidadão representa um consumidor de cultura, bastando ampliar a oferta que esta gerará
automaticamente a procura. Trata-se, simplesmente, de dimensionar e conhecer melhor os públicos
11
de algum modo beneficiados com o gasto governamental, única maneira de tornar as decisões mais
responsáveis, democraticamente. Em municípios onde o controle popular sobre o orçamento de
governo se firma no princípio da responsabilização, o financiamento de todo e qualquer programa ou
projeto deve considerar suas consequências sobre a melhoria do acesso, entendido aí a ampliação de
público, elevação do padrão cultural dos projetos culturais, a inclusão no processo cultural dos
menos favorecidos, e ainda a melhoria de repertórios e apreciação artística.
As concepções e transformações ocorridas na arte e na dinâmica do campo cultural, ao longo do
século XX, colocaram dificuldades para escolhas e decisões que precisam ser feitas pela gestão
cultural pública. Se for uma determinação que ao governo não caiba produzir cultura nem,
desrespeitar a autonomia de criação e a pluralidade das manifestações culturais que coabitam em um
mesmo território fica uma indagação relacionada à quais consequências disto sobre os limites e
especificidades da ação governamental em termos de financiamento direto, de incentivos e de
regulação na área cultural? Embora em anos recentes os órgãos de fomento à cultura estimulem a
circulação cultural por meio de ações de governo, a produção cultural autônoma, no extremo oposto,
continua tendo seu espaço garantido.
Mas, é preciso capacitar melhor o setor cultural do município, pois o financiamento de projetos
requer especialidades que os artistas, produtores e ativistas culturais necessitam ter. Nos últimos anos
com a implantação de novas políticas públicas que democratizaram e incrementaram o setor cultural
local percebeu-se a deficiência técnica com mais clareza e a necessidade de superá-la como fator
fundamental para o avanço das principais conquistas obtidas até este momento.
O Plano Plurianual – PPA, estrutura e distribui os recursos orçamentários para a área cultural
demonstrando os investimentos na consolidação de uma política pública de Cultura.
Plano Plurianual - 2010/2013
Programa: Cultura Para Todos
Objetivo do programa: Potencializar e difundir as diversas manifestações artísticas e culturais.
Ação: Realização da Festa da Cidade.
Descrição da ação: Comemoração do aniversário de emancipação política do município.
Ação: Encontro Metropolitano de Bandas de Congo.
12
Descrição da ação: Promover o encontro de bandas de congo, visando à valorização e resgate
cultural.
Ação: Fortalecer o apoio a escola de samba e realizar o carnaval tradicional
Descrição da ação: Resgatar o carnaval tradicional.
Ação: Fortalecer o apoio à Festa da Colonização Italiana, Alemão e outras.
Descrição da ação: Resgatar a tradição da colonização do município.
Ação: Criação e manutenção do Projeto Cineclube
Descrição da ação: Levar a sétima arte até os bairros.
Ação: Implantação do Projeto Circuito Cultural.
Descrição da ação: Criar o roteiro cultural municipal.
Ação: Realização da Exposição Documental e Histórica do Município.
Descrição da ação: Resgate da história do município, em comemoração aos 120 anos de
emancipação política.
Ação: Fortalecer o Coral Cantos e Encantos.
Descrição da ação: Incentivar a participação de servidores municipais em atividades culturais.
Ação: Realização de oficinas e cursos.
Descrição da ação: Formar e incentivar a participação da população em segmentos de arte.
Ação: Realização de seminário técnico e científico de patrimônio cultural.
Descrição da ação: Resgatar e atualizar o patrimônio material e imaterial do município.
Programa: Incentivo À Cultura
Objetivo do programa: Incentivar os mecanismos de valorização da cultura, como referência da
cidadania.
Ação: Fortalecimento do Conselho Municipal de Cultura.
Descrição da ação: Manutenção do Conselho Municipal de Cultura.
Ação: Fundo Municipal de Cultura.
13
Descrição da ação: Ampliar a realização de atividades e/ou eventos culturais.
Ação: Mapear as manifestações culturais.
Descrição da ação: Identificar as manifestações culturais.
Ação: Realizar cadastramento de agentes culturais.
Descrição da ação: Identificar o quantitativo de artistas e de produtores residentes no município.
Ação: Incentivar a criação da bateria mirim de escola de samba.
Descrição da ação: Inclusão de crianças nas atividades culturais.
Ação: Identificar locais para apresentações e mostras culturais.
Descrição da ação: Identificar e vitalizar os espaços alternativos, intensificando a inserção da
cultura.
Ação: Realização de mostras culturais.
Descrição da ação: Divulgar através de equipamentos de cultura identificados mostras culturais.
Ação: Realizar festival de música e concurso de poesia nas escolas municipais e particulares.
Descrição da ação: Inclusão de alunos das diferentes faixas etárias em atividades culturais
Ação: Realizar festival de música.
Descrição da ação: Incentivar a participação de artistas locais em eventos culturais.
Ação: Realização da conferência municipal de cultura.
Descrição da ação: Difundir e problematizar os aspectos culturais no que tange o seu
desenvolvimento.
Ação: Criar o sistema municipal de bibliotecas
Descrição da ação: Fortalecer o acesso à leitura como forma de resgate da cidadania.
Ação: Implantação da biblioteca móvel.
Descrição da ação: Promover o acesso à leitura através de ações itinerantes.
Ação: Manutenção da Lei João Bananeira.
14
Descrição da ação: Promover o acesso à cultura.
Ação: Realização da Parada Gay.
Descrição da ação: Promover a inclusão social de minorias sexuais.
Ação: Incentivar a valorização da cultura nos bairros.
Descrição da ação: Ampliar o acesso da população do município aos diferentes tipos de cultura
existentes.
Ação: Criação do cartão Culturacard.
Descrição da ação: Reconhecer e identificar o agente cultural.
Na pesquisa de avaliação do período 2005/2009, encomendada pela Prefeitura para balizar ações e
projetos em execução ou a serem criados, a área da cultura demonstrou estar razoavelmente
posicionada, demonstrando que os avanços conseguidos nos últimos anos começam a dar resultados
e são reconhecidos pela população.
Gráfico 1 – Avaliação Cultura
Avaliação: Cultura
FONTE: PMC
15
Na PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CARIACICA/ ES - Identidade e
expectativas do cariaciquense, analisando a perspectiva futura dos entrevistados sobre alguns
aspectos, as tabelas abaixo demonstram as perspectivas que os cariaciquenses têm da área cultural
daqui a 10 anos, no ano 2020, comparando com os outros municípios da Grande Vitória,
demonstrando um otimismo em relação ao futuro do Município, posicionando a área cultural como
um dos destaques do processo de mudança que está ocorrendo em Cariacica nos últimos anos.
Gráfico 2 – Comparação entre Municípios da GV – 2000/2010
FONTE: PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CARIACICA/ ES- Identidade e expectativas do cariaciquense
16
Gráfico 3 - Comparação entre Municípios da GV
FONTE: PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CARIACICA/ ES - Identidade e expectativas do cariaciquense
O maior otimismo do cariaciquense nas avaliações comparativas médias para 2020 são maiores que
as avaliações comparativas médias hoje (2010). As maiores expectativas são para as áreas ambiental,
humanas/individual e econômica, ou seja, são nessas três áreas que os cariaciquenses visualizam
maiores progressos ou ganhos. De outro lado a maior expectativa média daqui a 10 anos (2020) é a
cultural.
17
Gráfico 4 - Comparação entre Municípios da GV
FONTE: PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CARIACICA/ ES - Identidade e expectativas do cariaciquense
2. CARACTERIZAÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS MUNICIPAIS DESENVOLVIDAS
EM CONSONÂNCIA COM AS POLÍTICAS ESTADUAIS
A compatibilidade de projetos culturais entre o município e o estado, ou seja, entre a SEMCEL e a
Secretaria de Cultura do Estado do Espírito Santo - SECULT se resume em poucas ações
relacionadas à preservação e difusão do patrimônio cultural imaterial, resultando na gravação do
primeiro CD das bandas de congo do município, patrocínio para realização do evento do calendário
oficial da cidade, o carnaval de congo de Roda D' Água e qualificação e capacitação dos recursos
humanos da área cultural.
18
Falta a política cultural estadual uma ação de descentralização de recursos que poderia contribuir
para elevar ainda mais a produção cultural de Cariacica e de outros municípios, respeitando as
necessidades locais, de acordo com um diagnóstico elaborado em parceria com o órgão cultural
municipal, contando com a participação dos grupos culturais.
Uma iniciativa deste porte incentivará um mapeamento das atividades culturais locais, dados
econômicos e sociais sobre a produção e circulação cultural, investimentos e gastos públicos com
cultura no município e por fim, poderia estimular a implantação de um Plano Municipal de Cultura.
O município também tem uma tímida relação com a preservação e uso de seus patrimônios
históricos, sendo fundamental uma parceria com o Estado numa ação de reconhecimento e
preservação deste patrimônio.
A SEMCEL busca participar de fóruns estaduais e nacionais de discussões sobre cultura, tais como,
conferências de cultura, seminários e simpósios, promovendo a integração entre grupos culturais,
viabilizando articulações estaduais e nacionais e trocas de experiências.
3. MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E FOLCLÓRICAS DE CARIACICA:
CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRIA, MECANISMOS DE PRESERVAÇÃO, RELAÇÃO
COM AS ETNIAS LOCAIS
O Grupo de danças folclóricas alemãs Pilger Der Hoffnung, que quer dizer "Peregrinos da
Esperança", uma forma de homenagear a vinda dos imigrantes para o Brasil em busca de uma nova
esperança, surgiu na comunidade evangélica Luterana de Campo Grande, em 2001,
aproximadamente 130 anos depois da vinda da maioria dos alemães da pomerania ao Espírito
Santo. O maior objetivo do grupo é o resgate e a valorização dos costumes, tradições, língua,
vestuário e gastronomia desses imigrantes dos quais os componentes do grupo descendem. A rotina
do grupo de danças inclui ensaios e apresentações das danças folclóricas em locais dos mais
diversos, onde o grupo é convidado a representar a cultura alemã, realização da festa alemã
Pilgerfest, festa alemã e realização de palestras. Atualmente o grupo é composto pelos
coordenadores, 08 pares de dança e o apresentador, sendo o único grupo de danças alemãs da
Grande Vitória. O traje típico é oriundo de uma região ao norte da Alemanha, a Pomerânia, região
19
banhada pelo Mar do Norte, que teve uma parte de seu território agregado à Polônia após a segunda
guerra mundial. A história da presença alemã no Espírito Santo iniciou-se quando o governo
brasileiro decidiu criar em 1846, províncias no Estado. A partir de 1847 chegaram os primeiros
imigrantes que se estabeleceram em Santa Isabel, região montanhosa, atual município de Domingos
Martins. A viagem da Alemanha para o Brasil chegava a durar até 70 dias. Vir para o Brasil
significava uma viagem sem volta. Em muitos casos só existia essa opção, já que a Europa passava
por séria crise econômica, entretanto, os imigrantes em sua nova pátria tiveram de adaptar-se a uma
nova realidade.
Figura 1 – Grupo de dança folclóricas alemãs
Grupo de danças folclóricas alemãs Pilger Der Hoffnung
O Gruppo Di Ballo Saltarello foi fundado em 2002 e é filiado à Associação da Cultura Italiana de
Cariacica (ACIC) conta com um repertório variado e apresenta dança de várias regiões da Itália,
visto que cada região possui uma característica diferente e traços individuais. O grupo é conhecido
pela originalidade das danças vivenciadas em cada coreografia, alegre e vibrante. Vem percorrendo
todo o Estado do Espírito Santo e demais estados brasileiros, inovando sempre suas danças e
através de cursos, na certeza de desenvolver ainda mais seu trabalho e manter vivas as tradições
italianas.
20
Figura 2 – Grupo de danças folclóricas italianas
Grupo de danças folclóricas italianas Di Ballo Saltarello
O Coral Italiano Infanto Juvenil Gingin D'amore foi formado 1996, para cantar no 13º Congresso
Eucarístico Nacional. Mais tarde, após o sucesso obtido no evento e com o apoio dos pais e
incentivo da comunidade, surgiu a iniciativa de continuar com o coral, porém com canções
italianas. O primeiro ensaio do coral deu-se no dia 19 de fevereiro de 1997, nascendo assim o Coral
Italiano Infanto Juvenil Gingin D'Amore, sua primeira apresentação foi na Festa do Bom Pastor em
Campo Grande, em abril de 1997. Daí por diante, o Coral Italiano Infanto Juvenil Gingin D'Amore,
vem se apresentando com muita animação, representando a arte de cantar, alegrando festas típicas,
eventos religiosos, festas de famílias tradicionalmente italianas, abertura de cerimoniais e demais
eventos promovidos pela ACIC.
Fundado em 2003, o Gruppo Folkloristico Tarantella representa a continuidade da cultura italiana
com apresentações de danças típicas de todas as regiões da Itália, estando vinculada a Associação
dos Moradores do ·Núcleo de Campo Grande, a mesma que promove anualmente o "Encontro dos
Descendentes de Italianos de Cariacica". A criação do grupo se fez com a intenção de despertar na
sociedade a importância do folclore, seja qual for à cultura em questão. O grupo acredita que
através da divulgação da cultura italiana, somado aos outros grupos folclóricos, a sociedade,
principalmente jovens e crianças, seja em comunidades ou escolas, se interessarão em resgatar e
preservar não só a cultura italiana, mas todas as culturas existentes em nosso País.
21
Figura 3 - Congo
Carnaval de congo de Roda D’Água
O carnaval de congo de Roda D’Água é o único registro de brincadeira de congos, tradicionais na
louvação a São Benedito, com máscaras no Brasil. Num processo local bastante singular de junção
e assimilação de tradições, o cortejo se caracterizava pela presença incógnita dos mascarados, que
geravam a expectativa nos moradores a respeito de suas verdadeiras identidades, que se revelavam
ao fim do cortejo num ápice festivo em que a comunidade refaz seus laços sociais de solidariedade.
Tal festa só possível de realizar entre amigos comuns, pois um desconhecido apenas revelará outra
máscara, que é seu próprio rosto. É na verdade um ritual, em que as máscaras cumprem o seu rito
transformador de homens em divindades, cuja função social é reforçar os laços que unem uma
comunidade, que depende apenas de si, para enfrentar os desafios da existência. Quando a batida do
congo toca no peito e a dança de máscaras ressurge na região rural de Cariacica começa uma das
mais autênticas expressões da cultura e da religiosidade dos moradores do município. Os filhos da
terra, descendentes das antigas famílias de congueiros contam que, no passado, diante da
dificuldade de locomoção até o Convento da Penha, os moradores decidiram homenagear a
padroeira capixaba saindo pelas ruas da localidade em procissões animadas por tambores de congo.
A festa cristã organizada pelos brancos misturou-se às raízes negras e indígenas dando origem ao
carnaval. Das antigas comunidades até as gerações atuais, a festa manteve seus traços originais e
ainda incorporou novos instrumentos como a casaca. Foi realizada pela primeira vez no bairro
22
Piranema, depois passou a ser festejada em Boa Vista e Taquaruçú e, hoje, cerca de 10 mil pessoas
no bairro Roda D’Água. Desde o ano passado, a Prefeitura Municipal de Cariacica vem
fortalecendo o potencial cultural e turístico da região através da integração entre as bandas de
congo. A atual administração quer dar maior visibilidade aos congueiros e suas atividades de modo
a promover o desenvolvimento local a partir da preservação da cultura popular.
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Independente de Boa Vista, é a única escola de samba de
Cariacica e vencedora do carnaval 2010 trouxe um sentimento inédito na cidade, alimentando um
saudável bairrismo. O resultado é fruto de um trabalho que já vem de muitos outros carnavais. A Boa
Vista sempre foi elogiada nos desfiles, por seu samba, por sua bateria e por sua animação que
contagia a todos na avenida. O salto para vencer o carnaval capixaba foi conquistado nos últimos
anos com a profissionalização da escola e a qualidade conseguida com as alegorias e fantasias que
teve a participação de artesãos de Parintins, no Amazonas, e, com isto, uma preocupação maior com
o acabamento dos carros e das fantasias.
O apoio da prefeitura também foi fundamental para a conquista do primeiro lugar no carnaval.
Artistas de Cariacica comemoraram a vitória da Boa Vista e vislumbrando um novo momento para a
cultura local e a desmistificação de que a cidade aparece sempre com aquele ranço de pobreza e
criminalidade. A vitória da Escola Boa Vista traz ganhos para todas as áreas culturais porque vai
colaborar para que o empresariado e o poder público tratem os artistas com mais atenção
fortalecendo uma política pública de cultura eficaz e democrática.
Tradição em Cariacica, a Folia de Reis ocorre em alguns locais, como no bairro Castelo Branco
reunindo todos os anos um grupo de moradores que passa pelas casas entoando cânticos,
representando o episódio histórico dos Reis Magos anunciando o nascimento de Jesus. A
comunidade começou a se mobilizar em 2004, como forma de fortalecer a cultura local. Desde então,
anualmente, entre os dias 24 de dezembro e 20 de janeiro, a rotina do bairro muda. Esse período de
mais de 20 dias se deve ao fato de os moradores emendarem a Folia de Reis com a Folia de São
Sebastião. No dia 6 de janeiro, é entregue a bandeira dos Santos Reis na igreja católica e os devotos
passam a desfilar com a bandeira de São Sebastião, encerrando a festa só no dia 20 de janeiro,
explica dona Luzia Maria de Souza, que, desde 2004, acompanha os festejos com o marido, Heber de
Souza. É dona Luzia quem fica responsável por reunir os foliões numa maneira de manter a
comunidade unida.
23
O grupo visita uma casa por noite. Depois da celebração na igreja, saem em silêncio e, quando
chegam a casa visitada, começam a cantar.
Com violão, violas, sanfona, pandeiro, tamborim, triângulo e chocalho, entre outros instrumentos, os
foliões pedem para os anfitriões abrirem a porta e continuam a cantoria dentro da casa. O período
que compreende os festejos é de mais de 20 dias de celebrações e visitas.
Outra iniciativa importante de revitalização desta cultura popular ocorre no bairro Vale dos Reis,
que por meio de Elza Mariano do Nascimento, que postulou no ano de 2008, um projeto na Lei de
Incentivo à Cultura João Bananeira para realizar oficinas culturais com objetivo de manter a tradição
da manifestação da Folia de Reis. O projeto foi realizado no ano de 2009 quando o projeto foi
lançado lançamento do projeto.
Figura 4 - Folia de Reis
Folia de Reis do bairro Castelo Branco
Os arraiás representam uma das mais típicas manifestações culturais do município, tendo inclusive
um festival próprio que se realiza no mês de junho. Os grupos são originários de vários bairros,
compostos por jovens que disputam campeonatos no estado e no país. Os grupos são os seguintes:
24
Quadro 1 – Grupos
Grupo: Arraiá da Juventude
Categoria: Caipira
Local: Porto Novo
Responsável: Nivaldo Santana
Grupo: Arraiá do Pipoqueiro
Categoria: Salão
Local: Porto de Santana
Responsável: Antonio Silvério Neto
Grupo: Arraiá da Imperatriz
Categoria: Salão
Local: Vila Prudêncio
Responsável: Rogério Sampaio Guedes
Grupo: Arraiá Luar do Sertão
Categoria: caipira
Local: Flexal II
Responsável: Vanda
Grupo: Arraiá do Shopy Vitória
Categoria: Caipira
Local: Flexal I
Responsável: Kelly Lemos
Grupo: Arraiá Mandacarú
Categoria: Caipira
Local: Flexal II
Responsável: Mauricio Rodrigues de Lima
Grupo: Arraiá da Amizade
Categoria: Salão
Local: Nova Rosa da Penha
Responsável: Clemil
Grupo: Arraiá Santa Rosa
Categoria: Caipira
Local: Santa Rosa
Responsável: Fabrício Nascimento
Grupo: Arraiá Da Toca
Categoria: Caipira
Local: Tucum
Responsável: Marcos
Grupo: Arraiá Vai Dar Certo
Categoria: Caipira
Local: Nova Canaã
25
Grupo: Arraiá Força Jovem
Categoria: Caipira
Local: Campo Grande
Responsável: Bruno Constantino Dantas
Grupo: Arraiá Chão de Estrelas
Categoria: Caipira
Local: Campo Verde
Responsável: Joaquim
Grupo: Arraiá Gaviões de Prata
Categoria: Salão
Local: Santana
Responsável: Tânia
Grupo: Arraiá do Fuá Fuá
Categoria: Salão
Local: Itacibá
Responsável: Lucia
Grupo: Arraiá do Vem Ver
Categoria: Caipira
Local: Santana
Responsável: Thiago
Grupo: Arraiá Na Na Na.
Categoria: Caipira
Local: Cariacica Sede
Responsável: Diogo
Grupo: Arraiá Celebridade
Categoria: Caipira
Local: Flexal I
Responsável: Werverton Vinicius
26
Na PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CARIACICA/ ES - Identidade e
expectativas do cariaciquense os cariaciquenses se posicionaram em relação aos Patrimônios
Culturais. A pesquisa apurou que o Congo, constitui o principal Patrimônio Cultural de Cariacica
para mais de 20,0% dos entrevistados (22,2%), na visão agregada das respostas; como primeira
opção 44,1% dos entrevistados lembrou-se do Congo como Patrimônio Cultural. O futebol, com a
Desportiva (Ferroviária-Capixaba) (15,5%) e o Estádio Kleber Andrade (antigo Rio Branco)
(13,1%), tem o seu espaço na cultura, apesar das incertezas recentes, aparecem em segundo e terceiro
lugar como atrativo cultural. A Igreja Matriz de Cariacica - sede e as danças folclóricas são outros
reconhecidos Patrimônios Culturais, com 10,4% cada. Contudo, é importante salientar o percentual
de 33,3% dos entrevistados que não reconhecem uma segunda opção de Patrimônio Cultural (não
sabem ou não quiseram responder).
A pesquisa revela que o morador local não tem conhecimento amplo sobre o patrimônio histórico do
município e sua importante função social de preservação da história, tradições e costumes da
população que ao longo do tempo ocupa o município de Cariacica.
Gráfico 5 – Principais atrativos do patrimônio cultural
FONTE: PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CARIACICA/ ES- Identidade e expectativas do cariaciquense
27
4. PANORAMA HISTÓRICO DE CARIACICA
A história do povoamento de Cariacica ou Carijacicaa — do tupi, “chegada do branco”,
denominação que a linguagem cuidou de abreviar com o correr dos anos —, corresponde à narrativa
de um dos mais importantes municípios integrantes da região da Grande Vitória. Sua formação
geoeconômica data do início da Colonização do Solo Espírito-Santense, no final do século XVI e
início do XVII, quando os portugueses fizeram incursões pelo rio Jucu, partindo de Vila Velha, e
atingindo o atual território cariaciquense, onde estabeleceram fazendas de cana-de-açúcar e
engenhos.
No entanto, há registros do desbravamento anterior desta terra por índios expulsos de Vila Nova
após várias batalhas aí travadas, sendo que a mais importante delas ocorreu em 08 de setembro 1551,
e ofereceu o mote para que os vitoriosos rebatizassem o local de Ilha de Vitória. Os nativos
procuravam se estabelecer em paragens que lhes oferecessem caça e pesca necessárias para uma vida
nômade1. Entre os reflexos da influência dos indígenas sobre o município, podemos destacar o
próprio nome Cariacica, designação derivada da língua tupi para o rio que desce do encontro de uma
serra com o monte Muxanara, Monchuar, Munchuar (veio de diamantes) ou Munchuauara (pedra
irmã) – variações que, ao longo do tempo, serviram para nomear o maciço de granito que hoje,
popularizado como Moxuara, constitui uma das principais referências identitárias da cidade.
Figura 5 – Monte Moxuara
1 BEZERRA, Omyr Leal. Cariacica (Resumo Histórico). 2ª Ed. Cariacica: IPEDOC, 2009, p. 33.
28
Monte Mochuara Símbolo geográfico e histórico de Cariacica
Em meados do século XVIII, os Jesuítas passaram a ocupar parte do território. Logo que chegaram,
fundaram novas fazendas e engenhos. Os engenhos de açúcar de que se tem noticia foram instalados
em Roças Velhas, Itapoca, Ibiapaba, Maricará — onde construíram um colégio que abrigava um
convento — e Cauira2. Através da influência desses religiosos, Cariacica também produzia algodão
que abastecia as tecelagens para consumo próprio.
Paradoxalmente, apesar da proximidade com a capital, as matas habitadas por nativos e o pequeno
contingente de colonos portugueses que migraram para o Espírito Santo, tornaram lenta a ocupação e
o aproveitamento econômico da região. Foi somente a partir da segunda metade do século XIX que
Cariacica começou a se expandir em termos populacionais e econômicos, mediante a vinda de
portugueses atraídos pela concessão de sesmarias, nas quais introduziram o elemento africano como
mão-de-obra escrava3 no cultivo da cana, do algodão, do milho, entre outros.
Contudo, a colonização das terras baixas do município ficou resumida, nos primeiros séculos, a
esparsos engenhos e fazendas de criação de gado, apesar da existência de um primitivo centro
comercial, o Porto de Cariacica, ponto de contato entre a costa e o interior, bastante acessível a
pequenas embarcações. A despeito disso, não foi aí que se fixaram os elementos humanos para a
formação de um núcleo mais desenvolvido de colonização. Segundo Bezerra, o ponto de referência
para a fundação do município seria a oeste do Porto de Cariacica e Bubu, no planalto a 36 metros do
nível do mar, constituído acima da montanha da Fazenda do Quartel, tendo do lado oposto a região
de Areinha e Coanga, por onde descamba pelas baixadas recém abandonadas da Estação da Estrada
de Ferro Vitória a Minas. Esse planalto outrora foi conhecido por Água Fria, aliás, por circunstância
de fácil dedução, em se sabendo da existência de um filete d’água cristalina e frigidíssima, que ainda
hoje desce do sulco formado em terrenos circunvizinhos ao Grupo Escolar Augusto Luciano4.
O local passou a ser conhecido por Morro da Igreja, quando o Presidente da Província, José Thomaz
de Araújo, ordenou a construção da Igreja Matriz, conforme o art. 1º da Lei nº 06, de 1839, no local
que melhor conveniência apresentasse. Esta foi à consequência lógica do ato de 13 de dezembro de
2 BRASIL. Ministério do interior; Espírito Santo. Coordenação Estadual do Planejamento; Cariacica. Prefeitura
Municipal. Elaboração da Política de Desenvolvimento Urbano para o Município de Cariacica: Assentamentos Urbanos
do Município de Cariacica (Versão Preliminar). Instituto Jones dos Santos Neves, 1982. 3 Idem. Elaboração da Política de Desenvolvimento Urbano para o Município de Cariacica: Quadro Geral do Município
(Versão Final). Instituto Jones dos Santos Neves, agosto de 1984, p. 08. 4 BEZERRA, op. cit., p. 36-7.
29
1837, considerando a freguesia, chamada pela Igreja Católica de São João Batista de Cariacica, como
termo de Capital. Era, como se vê, a formação elementar da autonomia política e administrativa
municipal, com o nome reconhecido de Cariacica e os limites dos Distritos de Paz, confirmados mais
tarde nos termos da Lei nº 02, de 11 de março de 1864, numa circunscrição de 400 quilômetros
quadrados.
Embora a construção da Igreja Matriz fosse uma obrigação oficial, considerando a interdependência
então havida entre Igreja e Estado, o povo viu-se na contingência de empregar os próprios esforços
para erguê-la, contanto apenas com a orientação valiosa e indispensável do padre italiano frei Ubaldo
Civitela Di Trento. Vindo da província de Abruzzos, na Itália, para trabalhar na catequese dos índios
no Espírito Santo, frei Ubaldo chegou ao Brasil em 1847, iniciando o trabalho missionário
primeiramente na capital da província, passando, em seguida, pela então Freguesia de Viana e
retornando mais tarde à Ilha de Vitória por motivo de doença. Só então que, finalmente, foi para a
Vila de Cariacica e, em 1849, deu início à construção da Igreja Matriz de São João Batista, padroeiro
do município até hoje.
No estado, frei Ubaldo encontrou outro italiano, frei Gregório José Maria de Bene, responsável pela
construção da Igreja de Queimado, na Serra. Em suas pregações, eles condenavam a escravidão em
todas as suas formas. Lembravam aos escravos a plena liberdade dos povos da Europa e criticavam o
cativeiro no Brasil. As pregações dos missionários italianos influíram primeiramente no reduto de
Queimado, onde mais tarde ocorreria a insurreição. Enquanto isso, em Cariacica, os habitantes não
mediam esforços para ajudar frei Ubaldo na construção da igreja que mais tarde se tornaria marco de
formação do futuro município. Os fiéis faziam procissões nas quais carregavam pedras para a
edificação. O número de escravos nela utilizados era inferior ao empregado no templo de Queimado,
mas eles acreditavam igualmente na liberdade prometida. Quando se aproximava o dia da liberdade
para os escravos de Queimado, frei Gregório fez uma declaração que causou revolta. Disse que a
liberdade prometida era a de Deus, não a alforria, porque só aos senhores cabia a emancipação dos
cativos. Da frustração para as armas foi um pulo e o prelúdio de insurreição motivou as autoridades
provinciais a enviar tropas para Queimado, Cariacica e Itaoca. Revolta controlada, escravos presos
ou mortos, ambos os freis foram considerados nocivos à tranquilidade pública e enviados à Corte.
Estes acontecimentos determinaram que a Igreja de Cariacica fosse concluída apenas em 1851.
Após uma primeira composição populacional constituída por índios, portugueses e africanos,
30
Cariacica recebeu novos ingredientes humanos a partir da passagem da segunda para a terceira
década do século XIX. Em 1830, um grupo de 400 imigrantes de origem pomerana foi trazido para o
município e empregado na limpeza da estrada que, por de Itacibá, faria a ligação entre Vitória e
Minas Gerais5. Segundo Bezerra, “Essas e outras limpas mais tarde vieram a ser aproveitadas para o
leito da Estrada de Ferro Vitória a Minas, em muitos trechos, quando inaugurada em 1904” 6. Após
1865, correntes mais fortes de migração europeia vieram fortalecer o povoamento cariaciquense, as
quais resultaram no estabelecimento de colônias de alemães, provenientes de Santa Leopoldina e
Santa Isabel, em Biriricas, Pau Amarelo e outros locais mais viáveis às atividades agrícolas7.
Proveniente deste crescimento populacional tornou-se possível, através do Decreto Lei Estadual nº 57
de 25 de novembro de 1890, a criação da Vila de Cariacica, mais de meio século depois de ter sido
elevada à condição de freguesia (1837) e denominada Distrito de São João Batista de Cariacica. Em
25 de dezembro de 1890, foi conduzida à categoria de município pelo governador do estado
Constante Sodré. Apesar de essa autonomia ter ocorrido nesta data, às comemorações são realizadas
em 24 de junho, por ser o dia de São João Batista, padroeiro da cidade.
Figura 6 – Modificação de traçado da linha adutora “Pau Amarelo, Mangue de Itangá”
5 Cf. BRASIL..., op. cit., 1982, p. 29 e CARIACICA. Prefeitura Municipal. Secretaria de Planejamento. Cariacica: Perfil
Sócio-Econômico, 1998, p. 20.
6 BEZERRA, op. cit., p. 43.
7 Cf. BRASIL...., op. cit., 1982, p. 29.
31
Construção da linha adutora Pau Amarelo/Itanguá
No início do século XX, a população de Cariacica, que até então se concentrava na sede do
município, com características predominantemente rurais, e que se dedicava basicamente a trabalhos
agrícolas, passou a ser empregado em outras atividades, como o apoio à comercialização e transporte
de mercadorias. Este prenúncio de urbanização foi motivado pela construção da Estrada de Ferro
Vitória-Minas, iniciada em 1903, que tinha como objetivo o escoamento da produção agrícola do
interior do Estado, e principalmente de Diamantina (MG), para ser exportada pelo Porto de Vitória.
A viabilidade do negócio exigiu a construção de algumas obras de apoio, como as estações de Porto
Velho (entre Itaquari e Jardim América) e de Cariacica (sede), bem como a implantação de
infraestrutura composta por almoxarifados, oficinas e armazéns de estocagem8.
Figura 7 – Estação Ferroviária
Estação Ferroviária de Cariacica inaugurada em 1904
Na década de 40, o processo de expansão urbana em Itaquari e Jardim América foram fortalecidos
por importantes investimentos: a inauguração da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) que, a partir
de 1942, trabalhou na construção de oficinas de carros e vagões em Itacibá (1943) e de estações em
Flexal (1945) e Vasco Coutinho (1947); a implantação da Companhia Ferro e Aço de Vitória
8 Idem, agosto de 1984, p. 09.
32
(COFAVI), em 1946, inicialmente dedicada à produção de ferro-gusa para o mercado externo9; e a
abertura da estrada de Vitória ao Rio de Janeiro, em 194810
. Neste contexto, a população urbana do
município mais que dobra — apesar de ter se mantido predominantemente rural até os primeiros
anos da década de 1950 —, o que deu ensejo ao surgimento de novos loteamentos, a exemplo de
Bairro Itacibá (1941) e Imobiliária Itacibá (1949)11
.
Nos anos 50, o parcelamento do solo em Cariacica torna-se mais expressivo, quando em 1955 foram
aprovados 10 (dez) loteamentos. Em apenas 04 anos, de 1953 a 1956, outros 26 (vinte e seis)
loteamentos foram autorizados, a maioria dos quais (60%) localizados nas proximidades da BR-262,
mais precisamente no trecho Vitória-Amarelo, concluído em 195712
. No final desta década, observa-
se um crescimento bastante considerável do número de habitantes do município, que salta de 21.741
(Censo de 1950) para 40.002 habitantes (Censo de 1960)13
. Para este fenômeno, foi decisiva a
intensa migração de pessoas oriundas tanto do interior do Espírito Santo — principalmente em
decorrência da política de erradicação dos cafezais —, como dos estados de Minas Gerais, Rio de
Janeiro e Bahia, contingente atraído pelas oportunidades de trabalho proporcionadas pela
industrialização crescente e pela possibilidade de maior acesso a serviços de saúde e educação,
supostamente garantidos pela proximidade de Vitória.
Por outro lado, a disponibilidade e o baixo custo da terra exerceram forte atração sobre a população
migrante, bem como sobre os empresários que optaram por estabelecer seus comércios e indústrias
em Cariacica. Some-se a isto a presença de uma infraestrutura essencial para o recebimento de
matéria-prima e escoamento da produção: as rodovias BR-101 Sul e BR-262, além da Estrada de
Ferro Vitória-Minas. Desse modo, a partir dos anos 60, nota-se certo dinamismo no setor industrial
de Cariacica, com a instalação de empresas de médio e grande porte, como a Braspérola (1961), a
White Martins (1961), a Metalúrgica Nossa Senhora da Penha S/A (1963), a Refrigerante Vitória
9 ESPÍRITO SANTO. Coordenação Estadual do Planejamento; CARIACICA. Prefeitura Municipal. Elaboração da
Política de Desenvolvimento Urbano para o Município de Cariacica. Componente C. 40. Dados Básicos sobre o Setor
Econômico no Município de Cariacica (Versão Final). IJSN, 1985, p. 29. ROCHA, Haroldo; MORANDI, Ângela.
Cafeicultura e Grande Indústria: a transição no Espírito Santo – 1955-1985. Vitória: FCAA, 1991, p. 87. 10
Cf. BRASIL...., op. cit., agosto de 1984, p. 11. 11
Ibidem, p. 11 e CARIACICA. Prefeitura Municipal. Plano de Desenvolvimento, 1993, p. 05. 12
Cf. BRASIL..., op. cit., agosto de 1984, p. 11. 13
Cf. ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Planejamento. Migrações Internas no Espírito Santo – Documento para
discussão interna. Vitória, 1979, p. 36 e SAGMACS (Economia e Humanismo). Companhia de Ferro e Aço de Vitória:
Estudos para uma política habitacional. São Paulo, 1963, p. 21.
33
(1966), o Café Praça Oito (1968), entro outras14
. Neste momento, o município passa a ser o mais
importante polo industrial da região.
Deste modo, muito embora tais indústrias não utilizassem matéria-prima local e terem como
principais mercados consumidores outros estados e mesmo o exterior (caso da COFAVI)15
, as
vantagens de comunicação com importantes eixos viários, facilitando o contato com centros
consumidores, o preço acessível da terra, a infraestrutura disponível na região, a isenção do ICM16
e
a disponibilidade de mão-de-obra existente, foram fatores importantes para o crescimento do setor.
O vertiginoso crescimento populacional havido entre 1960 e 197017
, em consequência do avanço
industrial, motivou novos e desordenados parcelamentos do solo. Entre 67 e 70, foi aprovado um
total de 25 (vinte e cinco) novos loteamentos em torno da BR-262, enquanto que, somente na década
de 1970, foram autorizados 61. Entretanto, estes números não incluem os loteamentos clandestinos,
para os quais não existem fontes de informação consolidadas. No entanto, um levantamento
aerofotogramétrico feito em 1978 identificou 54 locais ocupados irregularmente. Entre as maiores
invasões do final deste período, podemos citar a de Flexal, iniciada em abril de 1979, e a do Rio
Marinho (Chega Mais), em 198018
.
Por outro lado, no plano estadual, a década de 70 foi marcada por uma nova estratégia de
desenvolvimento econômico, encaminhada pelos governos militares – especialmente o de Ernesto
Geisel, através do II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), segundo o qual a economia
brasileira deveria passar por um processo de internacionalização e de desconcentração. Neste
sentido, as administrações estaduais – principalmente a gestão Arthur Carlos Gehardt Santos (1971-
1974) – buscaram atrair investimentos de grande porte para o Espírito Santo, com foco primordial no
14
Cf. ESPÍRITO SANTO..., op. cit., 1985, p. 20. 15
Cf. BRASIL...., op. cit., agosto de 1984, p. 14. 16
É o caso da Braspérola e da White Martins, as quais ficaram isentas do referido imposto durante alguns anos, como
forma de atração destas empresas para o município. Ibidem, p. 14. 17
Enquanto o Censo de 1960 registrava, como afirmamos anteriormente, o número de 40.002 habitantes em Cariacica, o
Censo de 1970 informou 102.027 habitantes. Em 1977, este número chegava a 123.687 (cf. ESPÍRITO SANTO, op. cit.,
1979, p. 36). Os números relativos ao Censo de 70 não são coincidentes nas três fontes consultadas, as quais, além do
número acima citado, registram 101.608 (BRASIL..., op. cit., agosto de 1984, p. 15) e 101.422 habitantes (ESPÍRITO
SANTO. Secretaria de Estado de Ações Estratégicas e Planejamento; GRUPO EXECUTIVO DE RECUPERAÇÃO
ECONÔMICA DO ESPÍRITO SANTO; INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES. Eixo Sul: Espaço para
Investimentos. Vitória, agosto de 1994, p. 21). 18
BRASIL..., op. cit., agosto de 1984, p. 19.
34
setor siderúrgico, portuário e de celulose19
. O novo perfil industrial traçado para o estado a partir de
então foi decisivo para a desaceleração da dinâmica industrial de Cariacica. A partir desse momento,
os esforços governamentais e empresariais foram concentrados e canalizados para o denominado
Complexo Industrial-Portuário, fundamentalmente expressos pela inauguração do Porto de Tubarão
(1967), da Usina de Pelotização da CVRD – junto ao referido Porto – do Centro Industrial de Vitória
(CIVIT) e da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST)20
.
Paralelamente à concentração de investimentos industriais ao norte de Vitória e ao consequente
esvaziamento da tendência industrial de Cariacica, o município começa a conhecer o crescimento do
setor terciário, apresentando, entre 1970 e 1975, um crescimento de 19%, enquanto que o mesmo
setor havia crescido no mesmo período apenas 11% e 8%, respectivamente, em toda a grande Vitória
e no estado. A mudança ocorre também nas características do próprio comércio cariaciquense, que
passa a registrar um dinamismo maior no ramo atacadista (crescimento de cerca de 80% no referido
período)21
.
A partir dessa época temos, então, um novo conjunto de vetores socioeconômicos a estruturar as
possibilidades e desafios de Cariacica: por um lado, um processo de aumento populacional e de
urbanização, surgida a partir de uma dinâmica industrial gestada nas décadas de 40 e 50 e
intensificada nos anos 60, que, a partir dos 70 perde seu fundamento com a desaceleração industrial.
A partir disso, esse contingente teve que ser (re) absorvido por outros setores da economia local – o
que ocorreu especialmente por meio do setor de serviços. Por outro lado, parte considerável dessa
população passou apenas a morar no município — desde então também conhecido como município
dormitório —, empregando-se onde a oferta de emprego fosse mais abundante. Em termos de
estratificação social, o principal ator a engrossar as taxas de urbanização em Cariacica nos anos 70 e
80 foi a população de baixa renda, uma vez que os fatores determinantes para a valorização dos
terrenos neste período eram a localização industrial, a existência de praias, de infraestrutura e de
serviços. Nesta distribuição, o litoral norte do município de Vitória e o litoral de Vila Velha
apareciam como áreas de expansão da oferta de imóveis destinados à população de renda média,
enquanto que Cariacica, Serra e Viana figuravam como oportunidades para a instalação das camadas
19
SILVA, Marta Zorzal e. Mudanças socioeconômicas, governo representativo e governabilidade: impasses nas arenas
subnacionais – o caso do Espírito Santo. Revista Interface, ano II, nº 04, 1998, p. 95-106. 20
BRASIL..., op. cit., agosto de 1984, p. 15-16. 21
Ibidem, p. 16-17.
35
mais pobres.
Em que pese à existência de condições nem sempre favoráveis, a taxa de urbanização de Cariacica
continuou aumentando nos anos 80, quando 80% de seus 189.171 habitantes se concentravam na
zona urbana do município. A falta de estrutura para acomodar tal contingente tem sido o principal
fator a condicionar os desafios vividos hoje pelo poder público municipal, quais sejam os sérios
problemas sociais e ambientais.
Freguesia criada com a denominação São João Batista de Cariacica, pelo decreto provincial nº 5, de
16-12-1837, subordinado ao município de Vitória. Elevado à categoria de Vila com a denominação
de Cariacica, pelo decreto estadual nº 57, de 25-11-1890, desmembrado de Vitoria. Sede na Vila de
São João Batista de Cariacica. Constituído de dois distritos Cariacica e Itanguá. Desmembrado de
Vitória. Instalado em 30-12-1890. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é
constituído de dois distritos: Cariacica e Itanguá. Pela lei Estadual nº 973, de 26-11-1914, transfere a
sede do distrito de Itanguá para a povoação de Itaquari e o distrito de Itanguá possa denominar
Itaquari. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de dois
distritos: Cariacica e Itaquari. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e
31-XII-1937. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de
dois distritos: Cariacica e Itaquari. Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é
constituído de dois distritos: Cariacica e Itaquari. Assim permanecendo em divisão territorial datada
de 2005. Alteração toponímica distrital São João Batista de Cariacica para Cariacica alterado, pelo
decreto estadual n° 5, de 16-12-1837.
Cariacica está localizada a oeste de Vitória, capital do estado, ligando-se a ela pela BR - 262, num
percurso de 14 quilômetros.
5. LEI DE INCENTIVO À CULTURA JOÃO BANANEIRA: HISTÓRICO: PERFIL E
PROJETOS APROVADOS EM EXECUÇÃO/EXECUTADOS
Entre as tendências já confirmadas nos últimos 20 anos, cresce o número de municípios que adotam
um padrão de financiamento da cultura, associando recursos públicos a leis de incentivo à cultura.
Muito mais volumosos que os ganhos vindos de tais fontes, contudo, seria interessante se os recursos
de origem empresarial também fossem incorporados a este mecanismo de incentivo cultural. A
participação empresarial e seus objetivos, como todos sabem, é o ganho simbólico, ou de imagem,
36
que a associação a um evento de prestígio pode oferecer a uma corporação e suas marcas. Mas esta
nova fonte de recursos e a lógica de lucro impõem indagações como quais são os efeitos disso sobre
o tipo de cultura que é oferecida passando a ser necessário pensar um novo cenário distinguindo-se a
dinâmica cultural e seus efeitos sociais em função dos condicionamentos mercadológicos. A
complicada tendência de a cultura ser envolvida na lógica da grande produção exigida pela indústria
cultural moderna é algo que merece análise cuidadosa que mostrou à duvidosa, mas crescente função
de legitimação cultural que a sociedade de massa vem assumindo. É possível dizer que, a cultura seja
a área primordial para a conquista de uma sociedade mais equilibrada e justa socialmente e
economicamente.
A cultura não representa nos melhores casos não mais de um por cento dos orçamentos público, da
população economicamente ativa, do produto nacional bruto. Um incremento significativo de sua
receita governamental não trará grandes sacrifícios a outras áreas sociais também com carências de
recursos. Quanto ao patrocínio privado é preciso ser discutido se os esforços dos produtores
culturais estão sendo necessários para canalizá-los e retornando com resultados, ou se ainda
prevalece às tradicionais dificuldades encorajando centenas de artistas e produtores culturais a
preparar projetos e muitas dezenas de técnicos de governo para recebê-los e avaliá-los esteja sendo
correspondida por uma margem satisfatória de captação, ou se a maior parte desse esforço é mesmo
em vão.
Por outro lado, sabe-se que a maior parte dos recursos financeiros que circula na área cultural vem
diretamente do bolso de quem consome cultura. Estimular a produção cultural significa gerar
produtos para a população.
Considerando as especificidades de cada área artística e suas dimensões de produção, é fundamental
consolidar políticas públicas, objetivando estruturar espaços democráticos de fomento, incentivo e
financiamento, para todas as expressões artísticas, para se promover o acesso e a preservação dos
bens culturais produzidos.
O município de Cariacica deverá trabalhar na direção de construção de um sistema de mecanismos
de estímulo a produção cultural abrangente, flexível e sintonizado com o que está previsto em todo o
Brasil, por meio da instituição do Plano Nacional de Cultura.
Este sistema deve abranger um leque diversificado, altamente qualificado, que envolva a esfera
37
pública, não comercial, e a mercadológica, formando cadeias produtivas a partir dos grupos culturais,
gerando renda e fortalecendo a economia local.
Para tanto, será preciso promover as fontes de financiamento cultural, criar um sistema de
financiamento municipal, aprimorar a gestão com a implantação de um banco de informações
atualizadas, investirem na capacitação, motivar o investimento privado e integrar este sistema de
fomento aos outros sistemas estaduais e nacionais.
Um grande passo na consolidação de uma nova política pública de cultura para o município foi à
implantação da Lei nº 4.368/2005 que dispõe sobre a criação do Projeto Cultural “João Bananeira”, e
mais recentemente a instituição do Fundo Municipal de Cultura, em 2010.
O Projeto Cultural “João Bananeira” consiste na concessão de incentivo fiscal a ser concedida a
pessoa física ou jurídica, contribuintes do Município de Cariacica, para realização de Projetos
Culturais. O incentivo fiscal corresponderá ao recebimento por parte do empreendedor de qualquer
projeto do Município, de certificados expedidos pelo Poder Executivo, correspondente ao valor do
incentivo autorizado.
Os portadores dos certificados poderão utilizá-los para pagamentos dos Impostos sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISSQN - até o limite de 20% do valor devido a cada incidência dos tributos,
observando o cronograma financeiro do projeto aprovado pela Comissão de Avaliação e Seleção
Projeto Cultural “João Bananeira”.
O valor que deverá ser usado anualmente, como incentivo fiscal não poderá ser inferior a 1% (um
por cento), nem superior a 5% (cinco por cento) da receita proveniente do ISSQN, fixado na Lei
Orçamentária.
Os contribuintes incentivadores somente poderão participar de programas instituídos por esta lei com
relação aos débitos vincendos e se estiverem em dia com o fisco municipal.
O empreendedor poderá buscar patrocínio complementar junto à iniciativa privada domiciliada em
qualquer Município ou mesmo junto a órgãos públicos, nas esferas municipal, estadual e federal.
O incentivo fiscal para a realização dos Projetos Culturais a que faz alusão o artigo 2º desta lei será
concedido, prioritariamente, para os trabalhos que tenham sido compostos, produzidos ou que
38
retratem ou abranjam situações alusivas à cultura do município de Cariacica, ocorridas nas áreas
descritas no artigo 3º da mesma lei.
São abrangidas por esta lei as seguintes áreas:
I - Projetos Especiais, que correspondem aos projetos de interesse direto do Município, abrangendo
seu patrimônio histórico, natural e artístico e seus espaços e equipamentos culturais.
II - Projeto de Incentivo às Artes, que correspondem aos projetos tradicionais gerados por produtores
e agentes culturais relacionados com as atividades de música, dança, teatro, circo, ópera, cinema,
fotografia, vídeo, literatura, artes plásticas, artes gráficas, filatelia, folclore, capoeira e artesanato,
que tenham relação direta com o Município.
Foi constituída uma Comissão de Avaliação e Seleção do Projeto Cultural “João Bananeira”
composta por membros assim indicados:
I - 04 (quatro) representantes da Secretarias Municipais de Cultura, Esporte e Lazer, de Finanças, de
Educação e de Coordenação de Governo.
II - 01 (um) representante titular e suplente de cada área cultural do Conselho Municipal de Cultura
de Cariacica.
III - 01 (um) representante do Poder Legislativo.
A Comissão de Avaliação e Seleção do Projeto Cultural “João Bananeira é presidida pela Secretaria
Municipal de Cultura, Esporte e Lazer.
Compete à Comissão de Avaliação e Seleção do Projeto Cultural “João Bananeira”:
a) fixação do limite máximo de incentivo a ser concedido por projeto, individualmente;
b) análise e apreciação do mérito do projeto apresentado.
Os componentes da Comissão de Avaliação e Seleção deverão ser pessoas de reconhecida
notoriedade na área cultural as quais terão mandato de 01 (um) ano, podendo ser reconduzidas uma
única vez por igual período.
Os representantes da área cultural serão eleitos em Assembléia convocada pela Secretaria Municipal
de Cultura, Esporte e Lazer, podendo candidatar-se e votar qualquer artista, contribuinte do
Município de Cariacica independente de vinculação a Associação, sindicatos ou similar.
39
A convocação da Assembléia de que trata o § 4º deverá ser feita através de edital lançado com pelo
menos 30 (trinta) dias de antecipação e divulgado amplamente.
Os funcionários da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer não poderão se candidatar e
nem votar no processo de eleição dos representantes da área cultural.
Os membros da Comissão de Avaliação e Seleção, não estabelecerão vínculo empregatício e não
receberão qualquer tipo de remuneração, seja a que título for.
A Comissão de Avaliação e Seleção poderá solicitar à Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e
Lazer a indicação de consultoria técnica para dar suporte nas avaliações dos projetos.
O membro da Comissão de Avaliação e Seleção fica impedido de participar do projeto durante o seu
mandato. O Poder Executivo formou uma Comissão determinada ao gerenciamento e fiscalização do
Projeto “João Bananeira”.
As despesas decorrentes da execução do projeto Cultural “João Bananeira” correrão por conta do
orçamento da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer.
Quadro 2 – Despesas do ano de 2008
• Postulante: Milton Castro Neves
Projeto: “O Desencanto na Floresta” teatro infantil
de autoria de Milton Neves
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Produto: Espetáculo.
Valor: R$ 16.000,00
• Postulante: IPEDOC – Instituto de Pesquisa e
Documentação Cariaciquense
Projeto: 2ª edição do Livro Cariacica – Resumo Histórico do
autor Omyr Leal Bezerra
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Publicação
Valor: R$ 16.599,00
• Postulante: Welersson Grassi Sant’Ana
Projeto: Apresentação teatral do espetáculo
“Cantantes e Brincantes”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Produto: Espetáculo
Valor: R$ 14.800,00
• Postulante: Maria Suzi Costa Nunes
Projeto: Documentário “Caminhos de Cariacica”
Área/ Segmento: Audiovisual
Produto: Documentário
Valor: R$14.000,00
40
• Postulante: José Benedito Freire
Projeto: Apresentação teatral do espetáculo “A feira”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Produto: Espetáculo
Valor: R$ 16.500,00
• Postulante: Jonacy Luiz Pereira dos Santos
Projeto: Curta-Metragem de animação
Área/ Segmento: Audiovisual
Produto: Curta-Metragem
Valor: R$15.000,00
• Postulante: Lígia Araújo da Silva
Projeto: Espetáculo de dança-teatro afro-descendente
(dança africana, congo e samba)
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Produto: Espetáculo
Valor: R$ 16.672,32
• Postulante: Marinalva Conceição Souza
Projeto: Oficina Contação de Histórias
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Oficina
Valor: R$10.632,00
• Postulante: Genildo Ronchi
Projeto: Mapa de ruas de Cariacica - Mapa
infográfico com traçado de ruas e características
municipais.
Área/ Segmento: Artes Visuais
Produto: Publicação
Valor: R$ 10.000,00
• Postulante: Sérgio Luiz Blank
Projeto: Obra completa do escritor Sérgio Blank “Os dias
ímpares”
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Publicação
Valor: R$ R$16.381,00
• Postulante: Lílian Pereira Menenguci
Projeto: “Trilogia Poética” - Retrato Camaleônico da
Vida Humana e Suas Fases
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Publicação/Produção
Valor: R$ 14.945,00
• Postulante: Grupo Moxuara Produções Artísticas Ltda
Projeto: Gravação do quinto CD do Grupo Moxuara: “Veio
de Diamantes”
Área/ Segmento: Música
Produto: Gravação e Prensagem-Mídia (CD)
Valor: R$ R$ 16.720,00
41
• Postulante: Margarete Silva
Projeto: Pesquisa Histórica-relato de vida dos
moradores de Cariacica
Área/ Segmento: Humanidades
Produto: Pesquisa-Acervo
Valor: R$ 15.467,00
• Postulante: Rogério Marcos de Almeida
Projeto: “10 anos da Banda Brígida D’La Penha”
Área/ Segmento: Música
Produto: Gravação e Prensagem - Mídia (CD)
Valor: R$14.500,00
• Postulante: AMNCG
Projeto: Coro de tradições italianas Joaquim Lolvatti
Área/ Segmento: Humanidades
Produto: Produção/ manutenção
Valor: R$ 17.483,04
• Postulante: Hudson Dalbem
Projeto: Produção De Vídeo De Um Curta-Metragem
“Passos Firmes”
Área/ Segmento: Audiovisual
Produto: Curta-Metragem
Valor: R$ 15.000,00
VALOR TOTAL: R$ 259.852,00 (Duzentos e
cinqüenta e nove mil oitocentos e cinqüenta e dois
reais
Quadro 3 – Despesas do ano de 2009
• Postulante: Cristina Moreira Leite
Projeto: Espetáculo Teatral “O Mágico de Nós”
Área/ segmento: Artes Cênicas
Produto: Circulação de Espetáculo
Valor: R$ 19.000,00
• Postulante: Sebastião José Moreira de Queiroz
Projeto: “De Cariacica a beagá, Muita Estória Pra Contar”
Área/ Segmento: Audiovisual
Produto: Documentário
Valor: R$ 17.800,00
• Postulante: Daniele Borges Silva
Projeto: Pot-Pourri de Doideiras
Área/ segmento: Artes Cênicas
Produto: Circulação de Espetáculo
Valor: R$19.000,00
• Postulante: Marcos Athayde Henriques
Projeto: Vídeo Poesia “Congo - Uma Mensagem Num Idioma
Chamado Cultura”
Área/ Segmento: Audiovisual
Produto: Vídeo Poesia
Valor: R$ 18.500,00
42
• Postulante: Flaviano Avilloni
Projeto: Espetáculo Infantil “Fruto da
Imaginação”
Área/ segmento: Artes Cênicas
Produto: Produção
Valor: 19.189,00
• Postulante: Helena de Oliveira Rodrigues
Projeto: Irmã Marcelina e o Orfanato Cristo Rei
Área/ Segmento: Audiovisual
Produto: Documentário
Valor: R$ 15.493,94
• Postulante: Ângela Ferreira Alcântara Pimentel
Projeto: Circulação de Espetáculo Teatral “O
Resgate”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Produto: Circulação de Espetáculo
Valor: R$ 14.066,00
• Postulante: Marcos Tito Marson
Projeto: Adolescentes em conflito, uma realidade e muitas
possibilidades
Área/Segmento:Audiovisual
Produto:Documentário
Valor: RS 16.521,00
• Postulante: Adonias Baldan
Projeto: Acervo dos livros “Refugiados”
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Acervos
Valor: R$ 4.000,00
• Postulante: Aces-CECAP (Centro de Capacitação
Profissional)
Projeto: Oficinas Artísticas e Culturais
Área/ Segmento: Artesanato/Artes Visuais
Produto:Oficinas
Valor: R$ 13.687,90
• Postulante: Erildo Denadai
Projeto: “Reflexões Sobre o Ensino de História
por meio da Música”
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Publicação de Livro
Valor: 13.745,00
• Postulante: Lucimar Sousa Ramos
Projeto: Gravação de CD
Área/ Segmento: Música
Produto:Produção
Valor: R$ 14.750,00
43
• Postulante: Marcos Antonio Fagundes Da Silva
Projeto: Livro, Oficinas E Palestras
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Publicação/Oficinas
Valor: R$15.000,00
• Postulante: Ronaldo Sielemann Falqueto
Projeto:Concertos Musicais.
Área/Segmento: Música
Produto: Circulação de Espetáculo
Valor: R$ 18.000,00
• Postulante: Cleibson Freitas da Silva
Projeto: “O Óvulo e o Ovo: Tudo de Novo”
Área/ Segmento: Literatura
Produto: Publicação de Livro
Valor: R$ 6.000,00
• Postulante: Ana Dulce Mazioli de Brito
Projeto: “Os Lopas”
Área/ Segmento: Música
Produto: Gravação de CD
Valor: R$ 16.970,00
• Postulante: Emerson Renato da Silva
Projeto: Dupla Izaias e Renato
Área/ Segmento: Música
Produto: Gravação e Reprodução de CD/DVD
Valor: R$ 13.500,00
• Postulante: Jhonatham Monteiro Silva
Projeto: Grupo “Pele Morena”
Área/ Segmento: Música
Produto: Gravação de CD
Valor: R$ 16.800,00
• Postulante: Elso de Andrade Nascimento
Projeto: Ecologicamente Perfeito.
Área/ Segmento: Música
Produto: Produção de CD
Valor: R$ 7.500,00
• Postulante: Ezequiel de Assis Nascimento
Projeto: Gravação e lançamento do segundo CD da Cia Cumby
Área/ Segmento: Música
Produto: Mídia (CD)
Valor: R$ 17.300,00
• Postulante: Carlos Alberto de Souza Alves
Projeto: Gravação de CD “Cultura Popular –
Ritmo de Todas as Raças”
Área/ Segmento: Música
Produto: Mídia (CD/DVD)
Valor: R$ 8.650,00
• Postulante: Emerson Magno Ribeiro
Projeto: Emerson Xumbrega “Ao Vivo”
Área/ Segmento: Música
Produto: Gravação de CD
Valor: R$ 17.000,00
44
• Postulante: Edivan Freitas da Silva
Projeto: “Andante”
Área/ Segmento: Música
Produto: Gravação de CD
Valor: R$ 19.000,00
VALOR TOTAL: R$ 341.472,84 (Trezentos e
quarenta e um mil e quatrocentos e setenta e
dois reais e oitenta e quatro centavos)
Quadro 4 – Despesas do ano de 2010
• Postulante: José Alves dos Santos
Projeto: “Criança Legal – O Circo Churupita”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Valor: R$ 18.000,00
• Postulante: Élio José Simas
Projeto: “Catalogo Histórico Eletrônico da Câmara de
Cariacica”
Área/ Segmento: Patrimônio Histórico
Valor: 19.000,00
• Postulante: Theodoro Arildo Simon
Projeto: “Auto de Natal – O Galo de Belém”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Valor: R$19.310,00
• Postulante: Marcos Tito Marson
Projeto: Documentário – “Adolescentes em conflito, uma
realidade e muitas possibilidades”
Área/ Segmento: Áudio Visual
Valor: R$15.500,00
• Postulante: Valdilene dos Santos
Projeto: “Produção e Espetáculo – A Plantinha e o
Caracol”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Valor: R$17.174,52
• Postulante: Maria Suzi Costa Nunes
Projeto: “Documentário sobre o Município de Cariacica e
a sua vocação rural. Uma viagem pelos recantos
escondidos e suas potencialidades turísticas e econômicas”
Área/ Segmento: Áudio Visual
Valor: R$ 18.000,00
45
• Postulante: Mayra Alicia Alarcón Ferreira
Projeto: “Montagem do Espetáculo Teatral – Jó, um
olhar artístico sobre a loucura”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Valor: R$ 14.500,00
• Postulante: Fabiana Siqueira Vieira
Projeto: “Além da Visão, Taquaruçú tem Cultura”
Área/ Segmento: Artesanato
Valor: R$ 19.000,00
• Postulante: Fernanda DE Paiva Picoli Tavares
Projeto: “Circulação do Espetáculo Teatral – O Roubo
do Sorriso do Palhaço”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Valor: R$ 16.500,00
• Postulante: Alcemi Ferreira Cardoso
Projeto: “Confecção de Casaca de Congo”
Área/ Segmento: Artesanato
Valor: R$ 9.000,00
• Postulante: Ivanir Souza Sobreira
Projeto: “Circulação do Espetáculo Teatral – Os
Coveiros”
Área/ Segmento: Artes Cênicas
Valor: R$ 14.267,00
• Postulante: Hipólito Alves da Silva
Projeto: “Produção artesanal de réplicas da Igreja Matriz
São João Batista”
Área/ Segmento: Artes Visuais
Valor: R$ 17.000,00
• Postulante: Edwaldo Souza Almeida
Projeto: “Livro reunindo os textos de quatro peças
teatrais de Alvarito Mendes Filho, premiado escritor
cariaciquense e um dos mais conceituados homens de
teatro, no Espírito Santo”
Área/ Segmento: Literatura
Valor: R$ 10.600,00
• Postulante: Ana Maria Ramos
Projeto: “Monumento Escultural – João Bananeira”
Área/ Segmento: Artes Visuais
Valor: R$ 13.815,48
46
• Postulante: David Rodrigues da Rocha
Projeto: “Publicação de Livro de Literatura –
Imperfeições”
Área/ Segmento: Literatura
Valor: R$ 8.000,00
• Postulante: Samira Taquetti Ghamem
Projeto: “Livro Ilustrado – Montanhas da Grande Vitória:
Seus Encantos e mistérios”
Área/ Segmento: Literatura
Valor: R$ 14.200,00
• Postulante: Doval Paixão Muniz
Projeto: “CD Instrumental - Kairós”
Área/ Segmento: Música
Valor: R$ 17.000,00
• Postulante: Renata Rosa Weixter
Projeto: “CD/Livro Infanto-Juvenil - Almanarte”
Área/ Segmento: Música
Valor: R$ 18.000,00
• Postulante: Carlos Alberto de Oliveira
Projeto: “CD - Clareia”
Área/ Segmento: Música
Valor: R$ 17.500,00
• Postulante: Gabriel Delboni Fernandes
Projeto: “CD - Banda Refúgio Supremo”
Área/ Segmento: Música
Valor: R$ 10.800,00
• Postulante: Lionel Braga Netto
Projeto: “CD da Banda Voragem – Astral”
Área/ Segmento: Música
Valor: R$ 13.000,00
• Postulante: Dilio Sergio Lyra
Projeto: “CD - Depois do Sol”
Área/ Segmento: Música
Valor: R$ 15.000,00
• Postulante: Jean Carvalho de Oliveira
Projeto: “CD - Viola Caipira por Jean Carlos”
Área/ Segmento: Música
Valor: R$ 17.500,00
• Postulante: Evandro Ladislau Gonçalves
Projeto: “Circula Congo – Banda Santa Izabel”
Área/ Segmento: Folclore
Valor: R$ 7.550,00
47
• Postulante: Izaé Sagrilo
Projeto: “Realização da 6º Mostra Cultural Italiana –
Tributo aos descendentes italianos de Cariacica”
Área/ Segmento: Folclore
Valor: R$ 13.183,00
VALOR TOTAL: R$ 373.400,00 (Trezentos e
Setenta e Três Mil e Quatrocentos Reais)
As informações acerca dos projetos contemplados no ano de 2011 não foram ainda
divulgadas pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, responsável pelo processo.
A tabela detalhada abaixo demonstra a quantidade de projetos e o nível de investimento
realizado em todas as áreas artísticas.
Tabela 1 – Projetos Culturais
Área/Segmento 2008 2009 Total
Artes Cênicas 4 4 8
Artes Visuais 1 0 1
Audiovisual 3 4 7
Literatura 4 4 8
Música 2 10 12
Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural 1 0 1
Folclore 1 0 1
Carnaval 0 0 0
Artesanato 0 1 1
Humanidades 2 0 2
Total (unidade) 18 23 41
Total (R$) 259.852 341.472,84 601.324,84
Verba média/projeto (R$) 14.436,22 14.846,65
FONTE: PMC – SEMCEL
Em 2010, foram contemplados 25 projetos nas seguintes áreas: 06 em artes cênicas, 01 em
patrimônio histórico, 02 em áudio visual, 02 em artesanato, 02 em artes visuais, 03 em literatura, 07
em música e 02 em folclore.
6. CARACTERIZAÇÃO DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS
48
A Biblioteca Pública Municipal Madeira de Freitas, única biblioteca pública do município, funcionou
no 2° piso do prédio do Centro Cultural Frei Civitela de Trento, em Campo Grande, até o ano de
2008, quando foi transferida para Jardim América, pois o centro cultural foi interditado por
problemas estruturais e para reformas. Atualmente funciona no prédio onde está localizada a
Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Cariacica.
Histórico da Edificação - A Biblioteca Pública Municipal de Cariacica Madeira de Freitas, no
momento, não conta com Espaço próprio e funciona, em caráter de reestruturação, anexa à
SEMCEL, em Campo Grande.
Quando foi inaugurada, a Biblioteca funcionava no andar superior do Centro Cultural Frei Civitela di
Trento e recebia, diariamente, muitos frequentadores interessados em desenvolver pesquisas e/ou
buscar entretenimento. Porém, com o fechamento do Centro Cultural para reforma, no ano de 2007, a
Biblioteca passou por um período difícil, funcionando, precariamente no bairro de Jardim América,
porém, sem muito acesso, devido ao fato, também, de não ter um profissional da área de
biblioteconomia e nem estagiários.
Atividades Diárias – Atualmente, a Biblioteca tem o seu funcionamento das 9 às 18 horas, de
segunda a sexta-feira, mas não está realizando o atendimento ao público, pois todo o seu acervo não
se encontrava devidamente registrado/catalogado. Agora está se fazendo este trabalho, pois somente
com ele realizado é que poderá ter todo o controle de entrada e saída do acervo, o que não é possível
atualmente, e que poderia acarretar a perda de parte do acervo. Também são necessárias adaptações
físicas ao local, e alguns reparos, como pintura, instalação de ar-condicionado, novas estantes para
acomodação dos livros, entre outros.
Perfil dos Funcionários – a Biblioteca Madeira de Freitas encontra-se hoje com três profissionais.
Um Bibliotecário responsável pelo acervo, com formação em Biblioteconomia pela UFES, que está
realizando todo o trabalho de catalogação e classificação do acervo, acompanhado de duas
Estagiárias, também do curso de Biblioteconomia da UFES, no auxílio a este trabalho.
Público e Perfil do Usuário – A partir do momento em que a Biblioteca estiver apta para o seu
funcionamento, o acesso será para estudantes, professores, profissionais, e usuários que utilizam o
acervo da Biblioteca para o seu lazer e passatempo, devidamente cadastrados e conscientizados que
devem zelar pra conservação do material utilizado.
49
Perfil do Acervo Bibliográfico - Atualmente, o acervo da Biblioteca Madeira de Freitas é mais
voltado à literatura, que é, em sua grande maioria, com muitas obras de grandes autores nacionais e
internacionais, mas também há uma grande parte de material voltado para o estudo, tais como
medicina, administração, biologia, entre outros. Porém, o material disponível, em sua maioria, já está
bastante desatualizado, o que está acarretando, inclusive, o descarte de parte deste acervo.
Possui equipamentos de televisão, som, vídeo, computador, proveniente de termo de comodato com
o MinC – Programa de Modernização de Bibliotecas Públicas – Fundação Biblioteca Nacional.
Perfil do Usuário (frequentador, pesquisador, faixa etária e proveniência) – ainda não podemos
repassar essa informação, pois como foi dito acima, a Biblioteca não está funcionado ao público
atualmente, apenas com expediente interno para a sua organização, a fim de em pouco tempo, ela
poder estar apta para o seu funcionamento, atendendo assim a comunidade em sua volta. Quanto à
proveniência deste público, podemos dizer que é bastante diferenciada, sendo frequentadores de
todos os bairros de Cariacica, principalmente, da Região da Grande Campo Grande. Em relação à
faixa etária é basicamente de jovens entre 12 e 25 anos.
Figura 8 – Biblioteca Publica Municipal
Equipamentos e acervo bibliográfico da Biblioteca Pública Municipal
O Centro Histórico Eduartino Silva funciona desde 1980 na antiga sede da Prefeitura Municipal,
listada como edificação de interesse de preservação histórica pelo Plano Diretor Municipal – PDM,
que conjuntamente com a Praça Marechal Deodoro da Fonseca e a Igreja São João Batista, formam o
tríduo histórico de Cariacica Sede.
Histórico da Edificação - O Centro Histórico se encontra localiza em Cariacica Sede. A construção
é composta de dois pavimentos, sendo no primeiro piso instalada a Biblioteca Pública Municipal e a
50
administração e, no segundo piso, um auditório com capacidade para 60 pessoas, onde é possível a
realização de eventos, reuniões e cursos de teatro, dança e violão, entre outros, e está em precária
situação estrutural. O Centro Histórico está ligado a Gerência de Cultura da SEMCEL. Entre 2008 e
2009 funcionou um ponto de informação turística, administrado pela Gerencia de Turismo da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo. No piso superior, além de elevado
de madeira para apresentações cênicas e mini auditório, possui acomodação para 60 pessoas, e está
em precária situação estrutural.
Atividades Diárias – Atualmente, a Biblioteca tem o seu funcionamento das 7 às 21 horas, de
segunda a sexta-feira.
Perfil dos Funcionários – A Biblioteca é composta de 11 funcionários, entre efetivos, contratados e
comissionados. O atendimento é sempre cordial e todos os frequentadores são tratados com muita
atenção pelos funcionários.
Público e perfil dos Usuários – O equipamento é destinado a estudantes de todas as faixas etárias,
professores, profissionais, e usuários que utilizam o acervo da Biblioteca para o seu lazer e
passatempo. Na maioria das vezes, os usuários são provenientes da própria redondeza e, de vez em
quando, dos bairros vizinhos.
Perfil do Acervo Bibliográfico – Acervo total é de 3500 livros, de literatura, pesquisa,
enciclopédias, revistas e coleções clássicas, formado a partir de doações da comunidade, de entidades
e instituições públicas e privadas, cujo estado de conservação é precário. No entanto, este
equipamento é a única fonte de pesquisa em toda a região 09 da cidade que contabiliza 23 bairros.
Bibliotecas Comunitárias - A Sala de Leitura da Ação Comunitária do Espírito Santo - ACES que
funciona no Centro de Capacitação Profissional - CECAP, no bairro Vista Dourada, instalada em
sala adequada, vidrada, com espaço reservado para acervo bibliográfico infantil, brinquedoteca,
CDteca e jogos lúdicos e educativos, possui um acervo bibliográfico de aproximadamente 1000
exemplares novos e semi novos, adquiridos por meio de convênio celebrado entre a ACES e a
Fundação Interamericana, entidade internacional, com recursos financeiros do Congresso
Americano. O acervo conta ainda com exemplares proveniente de doação da comunidade e
instituições públicas e privadas. Funciona desde o ano de 2008, contando com equipe de 02
51
estagiários de ensino médio e 02 estagiários de nível superior. Funciona de 2° a 6° de 8 às 17 horas.
O CECAP utiliza as suas instalações para desenvolver atividades de iniciação musical (violão,
percussão, fanfarra e congo) e cursos de formação profissional, sendo a Sala de Leitura o apoio para
a formação teórica.
A Biblioteca Comunitária da Agência de Desenvolvimento de Piranema – ADESP, que funciona
desde 2006, em espaço locado no bairro Piranema, é fruto de iniciativa da comunidade. A agência é
fomentada pela empresa Arcelor Mittal, antiga Belgo Mineira. A biblioteca está em etapa de
recolhimento de acervo bibliográfico que necessita de organização e catalogação para o bom
aproveitamento que já chega a 5000 exemplares. Este acervo possui características próprias e não
está em boas condições de armazenagem e é composto por livros didáticos, enciclopédias e livros
antigos desatualizados. Neste espaço funcionam também aulas de iniciação musical entre outras
atividades de formação profissional para várias faixas etárias. Desde 2009 a ADESP possui um
telecentro com 11 computadores, doados por meio de parceria com a Prefeitura de Cariacica e o
Ministério das Comunicações. A ADESP atende toda a região 10 que compreende 15 bairros
inclusive com a distribuição de cesta de alimentos complementares perecíveis e não perecível para
150 famílias integradas ao Programa Mesa Brasil do Serviço Social da Indústria – SESI.
A SEMCEL pretende criar o Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas, Comunitárias e Escolares,
visando integrar projetos, ações e aperfeiçoar o atendimento ao público e estudantes do município.
Levantamento feito pelo MinC recentemente revelou que 1.152 municípios brasileiros não tinham
bibliotecas públicas municipais em 2009.
Deste total, 732 cidades estavam em processo de implantação ou reabertura de bibliotecas, enquanto
420 efetivamente não tinham este de serviço. O levantamento foi feito entre setembro e novembro de
2009.
7. CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL E DE
PATRIMÔNIOS MATERIAIS E IMATERIAIS DO MUNICÍPIO, MAPEAMENTO E
CARACTERIZAÇÃO DOS PROJETOS DE RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO
PRINCIPALMENTE QUANTO À ELABORAÇÃO, GESTÃO E PROPOSIÇÃO DE NOVOS
PROJETOS
A Constituição Federal de 1934 introduziu, pela primeira vez, a prerrogativa do poder público de
52
proteger os bens culturais brasileiros.
O município de Cariacica ainda não tem um sistema eficaz próprio de proteção de seus bens
culturais, considerando o patrimônio cultural como riqueza.
Neste sentido, o município deve estabelecer um sistema próprio que possibilite inventariar, mapear e
catalogar o patrimônio material e imaterial, criando projetos de revitalização de espaços históricos e
incentivos à preservação de edificações históricas, bem como desenvolver projetos de registro,
recuperação e difusão da história e do patrimônio cultural material e imaterial.
Também é de vital importância para preservação do patrimônio cultural local a inserção da educação
patrimonial no ensino regular, fomentando programas de capacitação para professores que atuam nas
diversas áreas relacionadas ao patrimônio cultural.
O que caracteriza o município de Cariacica é exatamente a mistura de etnias existentes. Numa
população de cerca de 370 mil habitantes é o que se sobressai com maior evidência. O povo
cariaciquense pode ser definido a partir da sua formação sócio-histórica como oriundo de um
conjunto vasto de influências étnicas, predominando uma diversidade plural e heterogênea.
Esta diversidade é facilmente percebida quando ocorrem as tradicionais festas populares como o
Carnaval de Congo, a Festa dos Imigrantes Italianos e a Festa de São João Batista.
Em razão desta pluralidade de perfis, pode-se achar que o cariaciquense não possui uma identidade
própria. Para tanto, é preciso verificar os vários elementos que caracterizam a identidade local, como
os acontecimentos históricos, a geografia, a religiosidade, a linguística e as manifestações culturais.
O congo é um verdadeiro símbolo da cultura local. O carnaval de congo é um exemplo da força que a
cultura popular tem no município, fazendo com que seja conhecido não só no estado como em todo o
Brasil.
Outra característica marcante do cariaciquense é o apego às tradições, valorizando a coisas locais.
Isto de certa forma ainda dá a Cariacica um ar meio provinciano, se comparado a Vitória a outros
municípios do estado. A população local ainda se mantém apegada a costumes e hábitos
característicos de cidades pequenas. Porém, nos últimos anos, a população vem perdendo essas
referências locais e vem se espelhando em influências externas, muito em função da grande
quantidade de migrantes, como nordestinos e mineiros, que vieram nas últimas décadas para o
53
município. Esta migração e pessoas de outros lugares formaram grupos e foram se miscigenando e
contribuindo para formação da identidade local. Assim, a culinária com novas comidas é introduzida
e hábitos e costumes vão se solidificando como mais um novo perfil da diversidade cultural que
Cariacica passa a ter.
A Lei Orgânica Municipal no artigo 227 preconiza que é dever do Poder Público Municipal, com a
participação da sociedade civil, promover e proteger o seu patrimônio cultural através de inventário,
registro, vigilância, tombamento, desapropriação e outras formas possíveis de acautelamento.
O uso turístico dos patrimônios culturais passa essencialmente por uma estruturação da oferta
turística de Cariacica. A cidade desenvolveu de forma desordenada com grande deficiência
estrutural, criando um antagonismo com a área rural, que representa um forte nicho turístico para o
município. Este é um problema a ser trabalhado, conjuntamente com o planejamento e uso do solo,
visando a potencialização dos recursos turísticos existentes, tais como, recuperar e cuidar do
paisagismo natural dos atrativos turísticos, transformar o Moxuara num ícone turístico e realizar
eventos que valorizem o artesanato local.
Segundo o diagnóstico para a Agenda Cariacica da área de Turismo, a formatação de pacotes
turísticos é uma iniciativa que o município poderá viabilizar em consonância com a criação de
macro produtos e vendido pelos agentes de viagens do turismo local devidamente orientado para os
mercados específicos. Os eventos realizados como as festas dos descendentes alemães e italianos, o
Congo de Roda D’água e outros, devem ser comercializados também em formato de pacote turístico,
favorecendo todo o circuito de hospitalidade.
8. CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRICO, PERFIL E MECANISMOS DE PRESERVAÇÃO DE
PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS ARQUITETÔNICOS EM CONSONÂNCIA COM O PLANO
DIRETOR MUNICIPAL - PDM
O Plano Diretor Municipal de Cariacica – PDM, no Capítulo IV, estabelece que a política municipal
de proteção do patrimônio histórico e cultural objetiva a preservação e valorização deste patrimônio
a partir de suas manifestações materiais e imateriais, atendendo as seguintes diretrizes: a preservação
e a valorização do patrimônio histórico e cultural; a fiscalização e a manutenção do patrimônio
histórico e cultural; a garantia da efetiva participação da população na defesa e preservação do
patrimônio histórico e cultural; o fortalecimento das atividades de culturais com vistas ao
54
desenvolvimento socioeconômico; incentivo à recuperação e conservação dos imóveis históricos; o
monitoramento e o controle das atividades potencialmente ou efetivamente geradoras de impacto nas
áreas de preservação e valorização do patrimônio histórico e cultural; a definição das áreas
prioritárias para a ação governamental com vistas à preservação, promoção do patrimônio histórico e
cultural, o fortalecimento da identidade do Município, cultura, história, paisagem, como meio de
ampliar o caráter de cidadania, gerando, como consequência atividades turísticas; o incentivo à
adoção de padrões de comportamento destinados à prevenção e a proteção de danos ao patrimônio
histórico e cultural.
A preservação do patrimônio cultural está relacionada ao processo de desenvolvimento social que as
sociedades passam de tempos em tempos. A preservação dos patrimônios de interesse histórico e
arquitetônico passa pelo sentimento de pertencimento das comunidades envolvidas.
Conforme apresentado no Produto nº. 02 da Etapa II – 1. Diagnóstico Técnico – Patrimônio
Arquitetônico, do Plano Diretor Municipal de Cariacica, o resultado desse procedimento, o
inventário propriamente dito do conjunto patrimonial do município de Cariacica, está a seguir
apresentado em três formatos: uma lista, um fichamento preliminar e um mapeamento.
O documento disserta sobre o tema do patrimônio com extrema propriedade indicando que é preciso
criar, desenvolver e difundir uma rede de informações, referentes à preservação do patrimônio
histórico incentivando e disponibilizando recursos para tombamento, registro, catalogação e
mapeamento dos bens patrimoniais, implantando uma ação de transversalidade com a área da
educação para desenvolver a educação patrimonial como diretriz curricular.
A identificação de imóvel de interesse para preservação está orientada por quatro pressupostos. O
primeiro refere-se aos objetivos ou finalidades do inventário. Parte-se da idéia de que esses devem
estar relacionados à potencialidade de delineamento de um universo de significados e valores
articulados e conduzidos pela constituição e consolidação de uma conexão social forte, relacionada
às perspectivas de cidadania e mesmo econômicas e políticas.
O segundo pressuposto, parte do questionamento do destinatário do inventário, ou seja, o para quem,
uma questão diretamente relacionada ao posicionamento quanto ao conceito de bem cultural e
respectivo projeto cultural a partir do qual se valorizará o conjunto de imóveis considerados de valor
55
patrimonial. Nessa definição, são considerados tanto valores genéricos e particulares (valor de
arquitetura, tecnológico e valor testemunhal), quanto temporais e espaciais (valor histórico, de
antiguidade e de autenticidade).
Um terceiro pressuposto, a definição de bem patrimonial, se apresenta como uma questão primordial,
pois é preciso atenção para a dupla expansão, tipológica e cronológica, observada no conceito de
patrimônio no decorrer da história da preservação, a partir de meados do século XX.
Na perspectiva da identificação de imóveis de interesse para preservação no município de Cariacica,
dois critérios são adotados: o primeiro, a inscrição no território municipal, ou seja, se o imóvel é
rural ou urbano; o segundo a localização e a relação do imóvel em sua área municipal, ou seja, se o
imóvel encontra-se em situação isolada ou em conjunto. Articulados, eles podem estar relacionados a
uma edificação isolada, a um trecho de rua, a uma quadra urbana, a uma praça e a um setor urbano; a
uma edificação de maior ou menor valor artístico e construtivo, respectivamente o excepcional e o
modesto; a uma edificação testemunho de fatos e acontecimentos que marcam uma época e um lugar,
tanto no âmbito da história política, quanto econômica e social.
O último pressuposto está relacionado ao procedimento e instrumental adotado na realização da
identificação dos imóveis de interesse de preservação histórica e arquitetônica. Tendo como
fundamento as ideias anteriormente apresentadas, ele é conduzido, prioritariamente, por dois quadros
de valores, separados para efeito de condução do processo, mas articulados na compreensão do
sentido da amplitude e da conexão que os integram: um quadro subjetivo um quadro objetivo. O
primeiro refere-se a critérios de âmbito estético e formal, enquanto o segundo está referenciado pela
compreensão do âmbito da arquitetura e do urbanismo, em suas dimensões teóricas.
O levantamento a seguir é parte integrante do Produto nº. 02 da Etapa II – 1. Diagnóstico Técnico –
Patrimônio Arquitetônico, do Plano Diretor Municipal de Cariacica.
SETOR SEDE
A Sede de Cariacica, núcleo urbano inicial, tem um significado funcional e simbólico e se estabelece
como o marco territorial de ocupação e formação do município. As representações arquitetônicas e
urbanísticas encontradas nas áreas urbanas e rurais evidenciam a importância urgente de serem
preservadas.
56
Na Praça Marechal Deodoro da Fonseca está edificada a Igreja São João Batista e no seu entorno
construções de porte médio e pequeno, erguidas segundo os padrões formais, funcionais e
construtivos tradicionais da arquitetura brasileira e estadual. As fachadas, em geral, destacam-se por
singela composição de janelas e portas, arrematadas e marcadas por molduras de relevo plano, e
simetricamente dispostas em alvenarias lisas dominadas por platibanda de arremate da cobertura.
SETOR MORRO DA COMPAINHA E CVRD
De localização estratégica junto à extremidade sudoeste da baía de Vitória, em sua posição mais
interior, instala-se a Compainha Vale do Rio Doce no município de Cariacica nos anos de 1940. Essa
localização está determinada tanto pela proximidade com o Porto de Vitória, quanto pela sua
inserção em nó de articulação de apoio rodoviário, definido pelas BR 101 e BR 262, e ferroviário5,
constituído pelas estradas de ferro Vitória-Minas, na direção norte-sul, e Leopoldina Railway (atual
centro-leste), na direção leste-oeste.
Do conjunto identificado para preservação se destaca primeiramente a Oficina de vagões de trem, a
segunda, abandonada, está edificada em arquitetura de valor derivado de sua inserção histórica em
ambiente constituído por afloramento rochoso e cobertura vegetal incorporados como elementos de
envolvimento e proteção do habitar ao entorno industrial constituído pela presença da Compainha
Ferro e Aço, no bairro de Jardim América; e de sua qualificação construtiva e material, explicitada
na sobrevivência de estruturas edificadas a despeito da dilapidação e arruinamento a que são
submetidas após seu abandono. Entre seus antigos moradores pode-se citar João Linhares e
posteriormente, seu filho João Carlos Linhares, Manços Fernandes Di Cavalcanti, Gilberto Daniel,
Hélio Ferraz, Eliezer Batista, José Carvalho Fernandes de Oliveira.
Destaca-se também, a Casa de João Linhares, originalmente construída para sediar um clube
recreativo, e a pequena “vila” constituída por três casas posicionadas lateralmente em cota de terreno
levemente elevado. Essas se comunicam pela Rua São Francisco, caminho que de percurso a ser
valorizado por tornar acessível não só as casas como a natureza circundante. Vale destacar, desse
contexto, a negra laje pétrea fronteiriça a Casa João Linhares não só pelas impressionantes
perspectivas do território da região metropolitana dela avistadas, como pela beleza intrínseca à sua
constituição geológica.
57
SETOR JARDIM AMÉRICA
Coincidente com a elevação de Cariacica à categoria de cidade, pelo Decreto-Lei Estadual nº 9. 941
de 1938, o loteamento “Hugolândia” dá origem ao bairro de Jardim América. Posteriormente, esta
área de moradia tradicional ao longo do século XX se transforma em pólo industrial e de
armazenagem da região da metropolitana da Grande Vitória.
As edificações identificadas para preservação têm significação pela representatividade de sua
condição histórica, construtiva e formal, como a Escola Cerqueira Lima, os galpões de armazenagem
localizadas na Avenida da América e adjacências, a Cofavi, especificamente sua unidade desativada,
e o estádio de futebol Engenheiro Alencar de Araripe.
SETOR EDUCANDÁRIO – HOSPITAL
No Espírito Santo, o Educandário “Alzira Bley” e o Hospital “Doutor Pedro Fontes”, localizados em
Itanhenga, são a expressão física da relevância e do esforço empreendido pelos governos federal e
estadual no combate à lepra. Iniciado em 1927, o programa está estruturado em duas linhas
essenciais de ação, uma de pesquisa e recenseamento, e outra de montagem do armamento anti-
leproso, que se compõe do leprosário, do dispensário e do preventório.
Demonstrando a importância desse programa, estão envolvidos e participam da instalação da
“Colônia de Itanhenga” o Instituto Oswaldo Cruz e o Centro Internacional de Leprologia, organizado
no Rio de Janeiro em 1934, com composição da Sociedade das Nações, dirigida por Carlos Chagas.
Em nível local, essa importância está indicada no envolvimento do estado, da sociedade e do setor
econômico no esforço de construção e manutenção de uma estrutura que compreende três unidades
principais: o Preventório (o Educandário), a Colônia propriamente dita (o Hospital Doutor Pedro
Fontes) e o Dispensário (unidades de pesquisa e recenseamento dispersos no interior do Estado).
A estrutura edificada, quando de sua inauguração em 1935 é composta por 10 (dez) pavilhões
“Carville” para abrigar cerca de trezentos leprosos; um pavilhão para cozinha, copa e refeitório;
outro para policlínica e uma lavanderia, todos com água, luz e esgotos. Numa segunda etapa,
inaugurada no ano seguinte, são construídos: um pavilhão para farmácia e laboratório, um pavilhão
para almoxarifado, um pavilhão de administração, garage, pavilhão para suspeitos, uma casa para
porteiro na zona limpa, um pavilhão para expurgo, um pavilhão para moléstias intercorrentes, um
58
pavilhão para trabalho de costura, uma prefeitura, uma delegacia de polícia, uma casa para guardas,
quatro casas para funcionários doentes, uma casa para porteiro na zona de contagio, um manicômio e
uma prisão correcional, três pavilhões para oficinas, escola e biblioteca, um pavilhão para diversões
e forno de incineração de lixo.
Complementando o plano urbano, no ponto onde se situam a escola e o pavilhão de diversões, a
praça se transmuta em rua que, acompanhando o alinhamento da topografia do terreno, desce em
direção à estrada de acesso à Igreja de São Francisco e ao Cemitério Doutor Pedro Fontes. Local
destinado à moradia dos doentes casados, a Rua do Coqueiro está delineada pela disposição de casas
geminadas. Inicialmente em número de 20 (vinte), posteriormente elas totalizam 36 (trinta e seis)
residências.
O quarto pavilhão, posicionado em terreno levemente elevado, a “meio caminho” entre o hospital e o
educandário, destaca-se na paisagem por sua branca e volumosa massa de rígidas arestas,
contraponto artificial frente a um entorno dominado pela sinuosidade e coloração do território
natural. De posição isolada, sua arquitetura se faz ver em suas quatro fachadas igualmente
configuradas a partir da disposição de alpendre protegido por cobertura em telha de barro do tipo
francesa. Nesse sentido, repete-se aqui a simetria, o domínio de paredes de branca opacidade
perfurada por numerosas janelas e portas fechadas com as mesmas esquadrias de veneziana em
madeira e caixilhos de vidro, pintadas de azul, assim como no Educandário e no Hospital.
Contudo, as paredes são, como nos pavilhões hospitalares, despidas de qualquer ornato.
Impressionam, portanto, não por sofisticação linguística, mas por sua qualidade material e
construtiva.
SIGNIFICADO E VALOR DOS IMÓVEIS
Um mesmo imóvel pode ser qualificado por um conjunto diferenciado de valores patrimoniais.
Contudo, para efeito de sua significação, destaca-se uma série de valores considerados por
permitirem uma interpretação duplamente expressiva e representativa dos quadros social, histórico e
físico ao qual um imóvel pode estar referido ou ser referência. São eles:
■ Valor histórico: atribuído a um bem cultural testemunho de acontecimentos de uma época e de um
sítio determinado.
59
■ Valor de autenticidade: correspondente à expressão formal que caracteriza uma época, tendo em
conta o contexto, o modo de vida e a cultura da região.
■ Valor associativo e testemunhal: deve ser avaliado com base nos acontecimentos importantes
sucedidos em um imóvel ou setor, que marcam uma época.
■ Valor arquitetônico: quando um imóvel manifesta com clareza o caráter com que é concebido
correspondendo à forma, à função, e tendo em conta que o repertório formal, a espacialidade, os
materiais, as formas construtivas não tenham sido alterados ao ponto de desvirtuar seu significado e
leitura.
■ Valor tecnológico: se manifesta nos sistemas construtivos, elementos representativos ou avanços
tecnológicos de uma época determinada.
■ Valor de antiguidade: é o valor adquirido pelos imóveis ou setores antigos com o transcorrer dos
anos e as circunstâncias econômicas e sociais.
GRAU DE PRESERVAÇÃO DE IMÓVEL
Três são os graus de preservação aos quais podem ser submetidos os imóveis identificados para
interesse de preservação no município de Cariacica:
■ Grau 1 - Preservação Integral: A ser adotada para o imóvel cuja preservação se justifique por
manifestar com clareza o caráter de sua concepção, correspondendo à forma à função, por apresentar
repertório formal, espacialidade interna, implantação, materiais e formas construtivas sem
modificações que alterem seu significado ou impeçam sua leitura e, ainda, por apresentar sistema
construtivo, elementos representativos ou avanços tecnológico representativo de uma época
determinada. Exige, portanto, a conservação de organização espacial, materiais construtivos e
elementos constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração,
estrutura e acabamento).
■ Grau 2 - Preservação Parcial: A ser adotada para o imóvel cuja preservação se justifique por ser
testemunho histórico de acontecimentos de uma época ou sitio determinado e por apresentar
espacialidade, materiais e formas construtivas internas com modificações que alterem seu significado
ou impeçam sua leitura. Exige, portanto, a conservação de elementos constituidores de configuração
60
volumétrica, implantação no lote, linguagem, acabamentos externos e cobertura (configuração,
estrutura e acabamento).
■ Grau 3 – Preservação Ambiental: A ser adotada para o imóvel cuja preservação se justifique
por confundir-se com a construção da cidade e ser marco físico (traçado urbano, lote, volumetria,
escala e/ou marco sociocultural de usos, habitantes, tradições e costumes) e por expressar relações da
cidade ou setor urbano com o território (espaço dilatado ou concentrado) e a topografia (traçado
regular ou irregular). Exige, portanto, a conservação de percurso perceptivo e perspectiva visual,
relação formal entre volume construído e espaço público (rua com fachada contínua ou descontínua,
com existência ou ausência de jardim), de escala característica (amplitude horizontal ou construção
em altura), de caráter dominante de desenho urbano (traçado prévio) e de linguagem arquitetônica
expressiva (estilo, elementos e formas arquitetônicas)
IDENTIFICAÇÃO DOS IMÓVEIS
Lista de imóveis de interesse para preservação
[1]. Fazenda Ibiapaba.
AREINHA
[2]. Estação Ferroviária de Cariacica.
SEDE
[3]. Imóvel Rua Onofre de Oliveira, nº. 12.
[4]. Imóvel Rua Cleto Nunes, nº. 2 (Esquina com Onofre de Oliveira).
[5]. Imóvel Rua Onofre de Oliveira, s/nº.
[6]. Imóvel Rua Onofre de Oliveira, nº. 5.
[7]. Imóvel Rua Onofre de Oliveira, nº. 8.
[8]. Imóvel Rua Onofre de Oliveira, nº. 6.
[9]. Imóvel Praça Marechal Deodoro, nº. 29.
[10]. Igreja de São João Batista e Praça Marechal Deodoro.
61
[11]. Imóvel Avenida Florentino Avidos, nº. 5.
[12]. Imóvel Avenida Florentino Avidos, nº. 11.
[13]. Imóvel Avenida Florentino Ávidos, nº. 25.
[14]. Imóvel Avenida Florentino Avidos, nº. 27-29.
[15]. Imóvel Avenida Florentino Avidos, nº. 16.
[16]. Imóvel Rua Graciano Neves, nº. 27.
[17]. Imóvel Rua Schwab Filho, nº. 5.
[18]. Imóvel Rua Schwab Filho, nº. s/nº.
[19]. Imóvel Rua Schwab Filho, nº. 2-4.
[20]. Imóvel Rua Graciano Neves, s/nº – Posto de Saúde.
[21]. Imóvel Rua Nestor Gomes, s/nº.
[22]. Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. 32.
[23]. Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. 28.
[24]. Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. s/n.
[25]. Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. 7.
[26]. Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. 6.
MORRO DA COMPAINHA
[27]. Imóvel Rua São Francisco, s/nº.
[28]. Imóvel Rua São Francisco, s/nº.
[29]. Imóvel Rua São Francisco, s/nº.
[30]. Imóvel Rua São Francisco, s/nº.
[31]. Imóvel Rua São Francisco, s/nº.
[32]. Imóvel Rua São Francisco, s/nº.
62
COMPAINHA VALE DO RIO DOCE
[33]. Oficina de Vagões.
[34]. Galpão.
JARDIM AMÉRICA
[35]. Imóvel Avenida América, s/nº.
[36]. Imóvel Avenida América, s/nº.
[36a] Imóvel Avenida América, s/nº.
[37]. Imóvel Esquina Rua Amazonas com Rua Paraguai.
[38]. Imóvel Avenida Brasil - Grupo Escolar “Cerqueira Lima”.
[39]. Imóvel Avenida Espírito Santo – “Companhia Ferro e Aço de Vitória – Cofavi”.
[40]. Imóvel Rua Engenheiro José H. da Silva - Estádio Engenheiro Alencar de Araripe (Campo
de futebol e arquibancadas).
EDUCANDÁRIO “ALZIRA BLEY”
[41]. Imóvel – Ruína – Pavilhão de triagem.
[42]. Imóvel – “Pavilhão das meninas” e Jardim fronteiriço.
[43]. Imóvel – “Pavilhão dos meninos”.
[44]. Imóvel – Pavilhão de formação profissional.
HOSPITAL “DOUTOR PEDRO FONTES”
[45]. Imóvel – “Oficina e garagem de automóveis”.
[46]. Imóvel – Administração.
[47]. Imóvel – Destacamento Polícia Militar.
[48]. Imóvel – Refeitório.
63
[49]. Imóvel – Pavilhão geriatria masculina.
[50, 52 a 61]. Imóvel – Pavilhão de internação.
[51]. Imóvel – Ambulatório.
[62]. Imóvel – Pavilhão geriatria feminina
[63]. Imóvel – “Salão de diversão”.
[64]. Imóvel – “Escola”.
[65 a 82]. Imóvel Rua do Coqueiro, nº. 15 A-B a 33 A-B.
[83]. Igreja de São Francisco e Cemitério Doutor Pedro Fontes.
SETOR SEDE
Figura 8 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Rodrigo Gavini – Data: 2010
Categoria: Imóvel isolado.
Denominação: Fazenda Ibiapaba.
Figura 15 - Fonte: Rodrigo Gavini
Data da Construção: Século XIX - 1872.
Tipo de Propriedade: Privada [João Virgílio Lindemberg - 1º proprietário].
64
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: A 2 km da Rodovia José Sette, Cariacica.
Arquitetura: Materiais: alvenaria de pedra, acréscimo em taipa de mão. Piso térreo em terra batida,
e superior em barrotes e piso em tabuado de madeira Telhado: estrutura de madeira, cobertura em
telha de barro capa e canal. Veneziana e caixilho de madeira fechado e vidro nas janelas e folhas
cegas nas portas. Arquitetura de configuração formal e composição influenciada dominada pelo traço
luso-brasileiro. Situado a meia encosta, edifício tem dois pavimentos na fachada frontal e um na
fachada posterior. O pavimento superior é acessado por escada lateral (direita). Volume prismático,
de base retangular. Cobertura em quatro planos de telhado, com cumeeira paralela às fachadas.
Composição marcada por simétrica disposição dos vãos de porta e de janela em todas as fachadas.
Esses apresentam moldura em madeira, sendo a verga em arco abatido. Internamente, planimetria
organizada a partir de circulação longitudinal em posição mediana onde se situam vão de porta de
acesso aos diferentes ambientes da casa: salas nas extremidades e quartos no meio. Acréscimo para
anexar a cozinha ao corpo da residência. Registro da ocupação do território do Espírito Santo, ainda
próxima à linha da costa frente à dificuldade de escoamento da produção. Relação com a economia
agroexportadora. Produção escoada pelo porto de Cariacica. Relação com a modernização física e
funcional da capital Vitória. Ocupação das áreas de terras mais baixas, próximas à Vitória e seu cais
de embarque e desembarque de mercadorias.
Significado e valor: Valor patrimonial advindo de sua condição de testemunho histórico de
acontecimentos de uma época e de um lugar. Valor arquitetônico por manifestar com clareza o
caráter com que foi concebido, correspondendo a forma à função, e com repertório formal,
espacialidade, materiais e formas construtivas sem alterações comprometedoras de seu significado e
leitura.
Grau de proteção: Grau 1 - Preservação integral.
Situação de uso: residencial e institucional cultural e/ou educacional.
Forma de ocupação: ampliação possível, desde que conservadas a configuração volumétrica e a
linguagem compositiva; garantidas a visibilidade do edifício em todas as suas perspectivas e a sua
relação com a paisagem.
65
Figura 9 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel isolado.
Denominação: Estação Ferroviária de Cariacica - Sede.
Data da Construção: 1904.
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Estação ferroviária.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Areinha, Cariacica.
Arquitetura: Inserida na linha tipológica das estações ferroviárias do final do século XIX, o edifício
é uma construção de base prismática retangular subdividida internamente para abrigar as atividades
de armazenagem, administração, vestíbulo e plataforma. Construtivamente, está erguida no sistema
tradicional de parede autoportante em pedra. Suas fachadas, elaboradas com tratamento de
rustificação de sua alvenaria, possuem composição marcada por falsos pilares salientes e detalhes
construtivos, como óculos nas paredes laterais e acabamento dos beirais. A cobertura apresenta-se,
em sua condição original em duas formas: a da estação, em dois planos com cumeeira paralela à
fachada maior, e a da plataforma de embarque em um único plano paralelo à mesma. Parte da
estrutura funcional da Estrada de Ferro Vitória-Minas, implantada no Espírito Santo na primeira
década do século XX.
66
Significado e valor: Valor patrimonial advindo de sua condição de testemunho histórico de
acontecimentos de uma época e de um lugar. Valor arquitetônico por manifestar com clareza o
caráter com que foi concebido, correspondendo a forma à função, e com repertório formal,
espacialidade, materiais e formas construtivas sem alterações comprometedoras de seu significado e
leitura.
Grau de proteção: Grau 1 – Proteção integral.
Situação de uso: Institucional cultural e/ou educacional.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 10 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Rua Onofre de Oliveira, n°. 12.
67
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Onofre de Oliveira, n°. 12, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural na direção de Duas Bocas, o edifício é testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao
seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 11 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Rua Cleto Nunes, nº. 2 (Esquina com Rua Onofre de Oliveira).
68
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Cleto Nunes, n°. 2, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural na direção de Duas Bocas, o edifício é testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao
seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 12 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Rua Onofre de Oliveira, s/n.
Tipo de Propriedade: Privada.
69
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Onofre de Oliveira, s/n, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural na direção de Duas Bocas, o edifício é testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao
seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 13 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Rua Onofre de Oliveira, n°. 5.
70
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Onofre de Oliveira, n°. 5, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural na direção de Duas Bocas, o edifício é testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao
seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 14 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Rua Onofre de Oliveira, n°. 8.
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
71
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Onofre de Oliveira, n°. 8, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural na direção de Duas Bocas, o edifício é testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao
seu tempo e lugar. No plano arquitetônico, particularmente, seu significado se associa ao quadro da
história da arquitetura, por representar momento de transição entre a arquitetura colonial e
arquitetura moderna.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação
Figura 15 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Rua Onofre de Oliveira, n°. 6.
Data da Construção: 1920.
72
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Comercial.
Uso Atual: Comercial.
Localização: Rua Onofre de Oliveira, n°. 6, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural na direção de Duas Bocas, o edifício é testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao
seu tempo e lugar, especificamente seu papel como núcleo de entreposto comercial.
Grau de proteção: Grau 1 – Proteção integral.
Situação de uso: Comércio e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 16 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Praça Marechal Deodoro, nº. 29.
Localização: Praça Marechal Deodoro, nº. 29, Sede, Cariacica.
73
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural, particularmente Duas Bocas e com o território regional, especificamente com o Município de
Santa Leopoldina, o edifício é testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao seu tempo e
lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial, comércio e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação
Figura 17 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
74
Denominação: Igreja de São João Batista e Praça Marechal Deodoro.
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Institucional religioso.
Uso Atual: Institucional religioso.
Localização: Praça Marechal Deodoro, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor patrimonial enquanto testemunho histórico.
Grau de proteção: Grau 1 - Proteção integral.
Situação de uso: Institucional religioso e cultural.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento) e manutenção de escala, volumetria, implantação.
Figura 18 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Avenida Florentino Avidos, nº. 5.
75
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial e comércio.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Avenida Florentino Avidos, nº. 5, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial, comércio e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 19 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Avenida Florentino Avidos, nº 11.
76
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Avenida Florentino Avidos, nº 11, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural e com o território regional, especificamente com o Município de Santa Leopoldina, o edifício é
testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 20 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Avenida Florentino Avidos, nº. 25.
Tipo de Propriedade: Privada.
77
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Avenida Florentino Avidos, nº. 25, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural e com o território regional, especificamente com o Município de Santa Leopoldina, o edifício é
testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 21 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Avenida Florentino Avidos, nº. 27 e 29.
78
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Avenida Florentino Avidos, nº. 27 e 29, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural e com o território regional, especificamente com o Município de Santa Leopoldina, o edifício é
testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Proteção parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 22 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano isolado.
Denominação: Avenida Florentino Avidos, nº. 16.
79
Localização: Avenida Florentino Avidos, n.º 16, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Edifício de valor patrimonial derivado de sua inserção no processo de formação
e evolução urbana de Cariacica. Situado em eixo viário de articulação da Sede com seu território
rural e com o território regional, especificamente com o Município de Santa Leopoldina, o edifício é
testemunho histórico de acontecimentos relacionados ao seu tempo e lugar.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 23 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Rua Graciano Neves, nº. 27.
80
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Graciano Neves, nº. 27, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor patrimonial relacionado à autenticidade de expressão formal,
característica de uma época e de um sítio determinado.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 24 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano
Denominação: Rua Schwab Filho, nº. 5.
81
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Schwab Filho, nº. 5, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico, arquitetônico e de autenticidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 25 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Rua Schwab Filho, s/n (ao lado do nº. 2-4).
82
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Schwab Filho, s/n, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de autenticidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 26 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel isolado.
Denominação: Rua Schwab Filho, n°. 2-4.
83
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial
Localização: Rua Schwab Filho, n°. 2-4, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de autenticidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 27 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel isolado.
Denominação: Posto de Saúde.
84
Data do Projeto: 1955.
Data da Construção: 1955.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional saúde.
Uso Atual: Institucional saúde.
Localização: Rua Graciano Neves, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 1 – Proteção integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 28 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Rua Nestor Gomes, nº s/n.
85
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Comercial e serviço.
Localização: Rua Nestor Gomes, s/n, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 29 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Rua Nestor Gomes, nº 32.
86
Tipo de Propriedade: Privada
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Nestor Gomes, nº 32, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de autenticidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 30 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. 28.
87
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Nestor Gomes, nº. 28, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de autenticidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 31 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Rua Nestor Gomes, s/n.
88
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso Atual: Institucional
Localização: Rua Nestor Gomes, s/n, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de antiguidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial e institucional.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 32 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. 7.
89
Uso Atual: Comercial.
Localização: Rua Nestor Gomes, nº. 7, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de antiguidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Comércio e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 33 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Rua Nestor Gomes, nº. 6 (porta da esquerda).
90
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua Nestor Gomes, nº. 6, Sede, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de autenticidade.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
SETOR MORRO DA COMPAINHA – CVRD
Figura 34 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Imóvel Rua São Francisco, s/n.
Autor do Projeto: Engenheiro da Compainha Vale do Rio Doce.
91
Data do Projeto: Meados da década de 1950.
Data da Construção: Meados da década de 1950.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Rua São Francisco, s/n, Morro da Compainha, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 3 – Preservação ambiental.
Situação de uso: Institucional, serviço e lazer.
Forma de ocupação: Conservação de percepção, relação volumétrica entre cheio e vazio, escala, de
caráter dominante de desenho urbano e de linguagem arquitetônica.
Figura 35 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Imóvel Rua São Francisco, s/n.
Autor do Projeto: “Mister Clement”.
92
Data do Projeto: Década de 1920-1930.
Data da Construção: Década de 1920-1930.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Clube.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Morro da Compainha, Cariacica.
História: Construída pela Compainha Vale do Rio Doce para sediar um clube de lazer, no início da
década de 1930 já é adaptado para abrigar a residência de João Linhares, que ali vive com sua
família até os anos da Segunda Grande Guerra. Posteriormente, se filho João Carlos
Linhares, passa ali residir com sua respectiva família.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 3 – Preservação ambiental.
Situação de uso: Institucional, serviço e lazer.
Forma de ocupação: Conservação de percepção, relação volumétrica entre cheio e vazio, escala, de
caráter dominante de desenho urbano e de linguagem arquitetônica.
Figura 36 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
93
Denominação: Imóvel Rua São Francisco, s/n.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Rua São Francisco, s/n, Morro da Compainha, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 3 – Preservação ambiental.
Situação de uso: Institucional, serviço e lazer.
Forma de ocupação: Conservação de percepção, relação volumétrica entre cheio e vazio, escala, de
caráter dominante de desenho urbano e de linguagem arquitetônica.
Figura 37 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Imóvel Rua São Francisco, s/n.
Data do Projeto: Década de 1940.
94
Data da Construção: Década de 1940.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Rua São Francisco, s/n, Morro da Compainha, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 3 – Preservação ambiental.
Situação de uso: Institucional, serviço e lazer.
Forma de ocupação: Conservação de percepção, relação volumétrica entre cheio e vazio, escala, de
caráter dominante de desenho urbano e de linguagem arquitetônica.
Figura 38 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Imóvel Rua São Francisco, s/n.
Data do Projeto: Década de 1940.
95
Data da Construção: Década de 1940.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Rua São Francisco, s/n, Morro da Compainha, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 3 – Preservação ambiental.
Situação de uso: Institucional, serviço e lazer.
Forma de ocupação: Conservação de percepção, relação volumétrica entre cheio e vazio, escala, de
caráter dominante de desenho urbano e de linguagem arquitetônica.
Figura 39 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano conjunto.
Denominação: Imóvel Rua São Francisco, s/n.
96
Data do Projeto: Década de 1940.
Data da Construção: Década de 1940.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Rua São Francisco, s/n, Morro da Compainha, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 3 – Preservação ambiental.
Situação de uso: Institucional, serviço e lazer.
Forma de ocupação: Conservação de percepção, relação volumétrica entre cheio e vazio, escala, de
caráter dominante de desenho urbano e de linguagem arquitetônica.
Figura 40 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano isolado.
Denominação: Imóvel – Oficina de Vagões da Compainha Vale do Rio Doce.
97
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Serviço e infra-estrutura.
Uso Atual: Serviço e infra-estrutura.
Localização: Área compreendida entre as ruas Vale do Rio Doce e Muniz Freire.
Significado e valor: Valor histórico e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 41 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano isolado.
Denominação: Imóvel “Galpão”.
Tipo de Propriedade: Privada.
98
Uso original: Comercial.
Uso Atual: Comercial.
Localização: Área compreendida entre as ruas Vale do Rio Doce e Muniz Freire.
Significado e valor: Valor histórico e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Institucional, serviço e comércio.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
SETOR JARDIM AMÉRICA
Figura 42 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Avenida América, s/n.
Tipo de Propriedade: Privada.
99
Uso original: Comercial.
Uso Atual: Comercial.
Localização: Avenida América, s/n, Jardim América, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico, de autenticidade e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Institucional, comercial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 43 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Avenida América, s/n.
Tipo de Propriedade: Privada.
100
Uso original: Comercial.
Uso Atual: Comercial.
Localização: Avenida América, s/n, Jardim América, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico, de autenticidade e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Institucional, comercial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 44 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel conjunto urbano.
Denominação: Imóvel Avenida América, s/n.
Tipo de Propriedade: Privada.
101
Uso original: Comercial.
Uso Atual: Comercial.
Localização: Avenida América, s/n, Jardim América, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico, de autenticidade e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Institucional, comercial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 45 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano isolado.
Denominação: Imóvel Esquina Rua Amazonas com Rua Paraguai.
Tipo de Propriedade: Privada.
102
Uso original: Comercial.
Uso Atual: Comercial.
Localização: Esquina Rua Amazonas com Rua Paraguai, Jardim América, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico, de autenticidade e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Institucional, comercial e serviço.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 46 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel urbano isolado.
Denominação: Escola Prof. Cerqueira Lima.
Data do Projeto: 1951-1955.
103
Data da Construção: 1951-1955.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional educacional.
Uso Atual: Institucional educacional.
Localização: Avenida Brasil, Jardim América, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de autenticidade.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 47 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel isolado.
Denominação: Companhia Ferro e Aço - Cofavi.
Data da Construção: 1946.
104
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Industrial.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Avenida Espírito Santo, Jardim América, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 1 - Preservação integral.
Situação de uso: Institucional cultural e/ou educacional e/ou esportivo; e/ou lazer.
Forma de ocupação: ampliação possível, desde que conservadas a configuração volumétrica e a
linguagem compositiva; garantidas a visibilidade do edifício em todas as suas perspectivas e a sua
relação com a paisagem.
Figura 48 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel isolado.
Denominação: Estádio Engenheiro Alencar de Araripe.
Tipo de Propriedade: Privada.
105
Uso original: Esportivo.
Uso Atual: Esportivo.
Localização: Rua Engenheiro José H. da Silva, Jardim América, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e associativo, arquitetônico e tecnológico.
Grau de proteção: Grau 1 - Preservação integral.
Situação de uso: Esportivo e institucional cultural.
Forma de ocupação: Ampliação possível, desde que conservadas a configuração volumétrica e a
linguagem compositiva; garantidas a visibilidade do edifício em todas as suas perspectivas e a sua
relação com a paisagem.
SETOR EDUCANDÁRIO-HOSPITAL
Figura 49 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Ruína do Pavilhão de triagem.
Data do Projeto: 1935-1937.
106
Data da Construção: 1935-1937.
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: BR 101 km 09, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e de antiguidade.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional e lazer.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos, elementos
constitutivos das estruturas e acabamentos.
Figura 50 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel – “Pavilhão das Meninas” e Jardim fronteiriço.
Data da Construção: 1940
107
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional educacional.
Uso Atual: Institucional educacional.
Localização: BR 101 km 09, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico, de autenticidade e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura
(configuração, estrutura e acabamento).
Figura 51 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel – “Pavilhão dos meninos”.
Data da Construção: 1945.
108
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: BR 101 km 09, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 52 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel Pavilhão de formação profissional.
Data da Construção: 1945.
109
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional educacional.
Uso Atual: Desuso.
Localização: BR 101 km 09, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 53 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel Oficina e garagem de automóveis.
Data da Construção: 1935-1937.
110
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Serviço.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 54 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel - Administração.
Data da Construção: 1935-1937.
111
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Serviço.
Localização: Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 55 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel - Destacamento Polícia Militar.
Data da Construção: 1935-1937.
112
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 56 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel - Refeitório.
Data da Construção: 1935-1937.
113
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: Rua do Coqueiro, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 57 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel - Pavilhão geriatria masculina.
Data da Construção: 1935-1937.
114
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: Rua do Coqueiro, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 58 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel - Pavilhão de internação.
Data da Construção: 1935-1937.
115
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: Rua do Coqueiro, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 59 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel – Pavilhão geriatria feminina.
Data da Construção: 1935-1937.
116
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: Rua do Coqueiro, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 60 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel – Salão de diversão.
Data da Construção: 1935-1937.
117
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional e serviço (bar).
Localização: Rua do Coqueiro, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 61 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel - Escola.
Data da Construção: 1935-1937.
118
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Institucional.
Localização: Rua do Coqueiro, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
Figura 62 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Imóvel Rua do Coqueiro, nº 15 A-B a 33 A-B.
Data da Construção: 1935-1937.
119
Tipo de Propriedade: Privada.
Uso original: Residencial.
Uso Atual: Residencial.
Localização: Rua do Coqueiro, Itanhenga, Cariacica.
História: Construída para abrigar as famílias de doentes durante sua internação no Hospital
Doutor Pedro Fontes, especializado no tratamento da hanseníase. Seu posicionamento em área
isolada e distante do núcleo urbano é indício de um procedimento comum à sua época, ou seja, o
isolamento dos doentes. É nesse sentido, importante registro da História da Saúde no Brasil,
provavelmente fortemente influenciado pelos parâmetros positivistas que dominaram o
enfrentamento das questões sanitárias nas cidades brasileiras na primeira metade do século XX.
Significado e valor: Histórico.
Grau de proteção: Grau 2 – Preservação parcial.
Situação de uso: Residencial.
Forma de ocupação: Manutenção de escala, volumetria e implantação.
Figura 63 - Imóveis de interesse para preservação
Fonte: Renata H. de Almeida – Data: 2006
Categoria: Imóvel rural conjunto.
Denominação: Igreja de São Francisco e Cemitério Doutor Pedro Fontes.
Data da Construção: 1935-1937.
120
Tipo de Propriedade: Pública.
Uso original: Institucional.
Uso Atual: Desuso.
Localização: Estrada sem nome, Itanhenga, Cariacica.
Significado e valor: Valor histórico e arquitetônico.
Grau de proteção: Grau 1 – Preservação integral.
Situação de uso: Institucional.
Forma de ocupação: Conservação de organização espacial, materiais construtivos e elementos
constitutivos das estruturas, acabamentos exteriores, interiores e cobertura (configuração, estrutura e
acabamento).
MAPEAMENTO DOS IMÓVEIS
Figura 64 - Setores do patrimônio Histórico e Arquitetônico
121
FONTE: PDM - PMC
122
Figura 65 - Setor Sede
FONTE: PDM - PMC
Figura 66 - Setor Educandário - Hospital
123
FONTE: PDM - PMC
124
Figura 67 - Setor Educandário - Hospital
FONTE: PDM – PMC
Figura 68 - Setor Educandário - Hospital
125
FONTE: PDM - PMC
Figura 69 - Setor Morro da Companhia – CVRD
126
FONTE: PDM – PMC
Figura 70 - Setor Jardim América
127
FONTE: PDM - PMC
128
9. CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRICO, PERFIL E MECANISMOS DE PRESERVAÇÃO DE
EDIFICAÇÕES RELIGIOSAS
A Igreja de São João Batista é a mais importante edificação religiosa do município. Encontra-se
localizada em posição singular na Praça Marechal Deodoro da Fonseca.
José Tomás de Araújo ordenou a construção da Igreja Matriz, conforme o art. 1º da Lei Nº 6, de
1839, no local que melhor conveniência apresentasse. Esta foi à conseqüência lógica do ato de 13 de
dezembro de 1837, considerando a freguesia, chamada pela Igreja Católica, de São João Batista de
Cariacica.
A história da Igreja matriz está cronologicamente referenciada ao ano de 1892, quando sua
construção se inicia. A edificação se caracteriza como é uma construção coberta de palha,
incentivada pelo padre italiano Civitela di Trento com a ajuda de fiéis. Assim mesmo, resiste ao
tempo e recebe melhorias na sua cobertura, em 1889, quando é coberta por telha de barro do tipo
francesa. A Igreja de São João Batista é composta de uma nave única, e tem sua fachada finalizada
em 1948 quando é acrescida uma torre. Construída em tijolo e estruturada em cimento aramado em
aproximadamente 15 (quinze) metros de altura.
A Prefeitura de Cariacica está buscando parcerias na iniciativa privada para restaurar um dos maiores
patrimônios históricos do município: a Igreja Matriz São João Batista, fundada em 1851, localizada
na sede do município. A restauração está orçada em R$ 1 milhão.
O projeto de restauração realizado pelo Instituto Goya, custou R$ 80 mil. A Prefeitura está
articulando junto ao IBAMA a possibilidade de incluir a compensação que a Vale vai dar na
construção da ferrovia Litorânea Sul, na obra de restauração da igreja. O projeto já foi apresentado
para a comunidade de Cariacica Sede, onde está localizada a Igreja. O próximo passo é apresentar
essa proposta para a iniciativa privada, a fim de estabelecer parcerias para que esse importante
monumento cultural possa ser completamente recuperado. São João Batista é o santo protetor de
Cariacica. Esta restauração é muito importante para a preservação do patrimônio histórico do
município. A obra vai acontecer em toda igreja. O telhado será um dos primeiros a passar pela
reforma já que está apresentando problemas. O altar original será completamente recuperado, já que
foi mudado com reformas feitas anteriormente.
129
10. MAPEAMENTO E PERFIL DE ENTIDADES CULTURAIS E PROJETOS
RELACIONADOS À CULTURA EM ATIVIDADE
Associação da Cultura Italiana de Cariacica (ACIC)
Em Campo Grande a cultura italiana é marcante com mais de 70% dos moradores se originando de
imigrantes que vieram da Itália. Para preservar, resgatar e difundir a cultura italiana através de
diversas modalidades de expressão visando o intercâmbio cultural entre os grupos e descendentes de
imigrantes, foi criada em 13 de dezembro de 1999, por um grupo de voluntários a Associação da
Cultura Italiana de Cariacica (ACIC) que é mantenedora do Coral Italiano Infanto Juvenil Gingin
D'amore, e do Gruppo Di Ballo Saltarello, de dança folclórica italiana. A entidade promove quatro
eventos anuais:
Abril - Encontro Estadual de Corais em Cariacica – ES
Abril - Festival de Danças Folclóricas em Cariacica- ES
Setembro - Mostra Cultural Italiana “Tributo aos Descendentes de Italianos em Cariacica”
Setembro – Jantar Ítalo Beneficente
Contato: Rosa Maria Maioli - Diretora Social
Rua: Dom Pedro II, 844 - Campo Grande, Cariacica- ES, ES, 29.146-61
Telefone: (27) 32864458 / (27) 99259029
Fax: (27) 33365294
E-mail: [email protected]
Fundação fé e Alegria
A Fundação Fé e Alegria do Brasil é uma instituição de educação popular integral e de promoção
social, de caráter filantrópico. É filiada à Federação Internacional de Fé e Alegria, presente em 16
países latino-americanos e na Espanha. No Brasil, Fé e alegria está organizada em cinco Regionais e
onze Sub-Regionais, correspondentes aos estados em que atua (ES, SP, RJ. MG, PR, SC, MT, TO,
BA e RN).
130
Núcleo de Cariacica
O Núcleo de Cariacica está localizado na Rua da Vitória, s/n – Nova Esperança – Cariacica - ES,
CEP 29.158.991 – Telefone 3254-6689, sendo constituído por três centros educativos: o Centro de
Educação Infantil Fé e Alegria, o Centro Cultural e Esportivo Casa Legal e o Centro de Capacitação
Profissional e de Geração de Renda. Estes espaços têm capacidade de atendimento diário para 700
crianças, adolescentes e jovens.
Com o objetivo inicial de ampliar as oportunidades educativas no bairro, contribuindo para a difusão
de uma cultura da paz e para a prevenção quanto ao risco social a que as crianças de bairros da
periferia geralmente estão expostas (marginalização, droga, violência, etc.), a Fundação Fé e Alegria
do Brasil instalou o Centro Cultural e Esportivo "Casa Legal" e iniciou no ano de 2000 as atividades
do projeto atendendo inicialmente a 60 crianças no horário complementar à sua escolarização formal.
Além de atividades de apoio à escolarização, o projeto oferece desde então oficinas culturais (teatro,
dança, artes plásticas e musicalização) e esportivas (esportes coletivos, capoeira e maculelê). Outras
atividades vêm sendo desenvolvidas a partir de uma mini-biblioteca, instalada no final do ano 2002.
Contando com forte apoio da comunidade, o Projeto Casa Legal expandiu-se nos anos seguintes. A
capacidade de atendimento, porém sempre foi limitada pela falta de um espaço físico mais adequado.
Até julho de 2003 o projeto funcionou em uma pequena casa alugada e no campo de futebol da
comunidade.
Com a construção de uma ampla sede em Nova Esperança, graças ao apoio da Fundación
Entreculturas (Espanha) o Centro Cultural ampliou sua atuação no bairro. Atualmente são atendidas
360 crianças e adolescentes, na faixa etária de 6 a 18 anos. O projeto tem o apoio do Ministério da
Cultura, através do programa Cultura Viva, da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em
Vitória e da Evangelische Friedenskirche Dachau (Baviera - Alemanha). Pessoas físicas podem
apoiar o projeto através da campanha de apadrinhamento “Amigo Legal”.
Um desafio já assumido pela equipe de Fé e Alegria é a conclusão das obras da quadra poliesportiva
coberta. Com isto, as oficinas esportivas poderão acontecer em qualquer horário, independentemente
do clima, que atualmente limita estas atividades. Com o novo espaço será possível ampliar ainda
mais o atendimento ao público do bairro Nova Esperança.
131
CUFA - Cariacica
A CUFA – Central Única das Favelas – é uma organização sólida, reconhecida nacionalmente pelas
esferas políticas, sociais, esportivas e culturais. Foi criada a partir da união entre jovens de várias
favelas do Rio de Janeiro – principalmente negros – que buscavam espaços para expressarem suas
atitudes, questionamentos ou simplesmente sua vontade de viver. O Hip Hop é a principal forma de
expressão da CUFA e serve como ferramenta de integração e inclusão social. Por ser um movimento
que, há 20 anos, sobrevive se delineando nos guetos brasileiros mesmo sem o apoio da mídia, ele
cresce e se fortalece a cada dia, arrebatando admiradores de todas as camadas sócio-econômicas e
deixando para trás o rótulo de “cultura do excluído”. Ao longo de sua existência, o Hip Hop vem
criando um movimento forte, atraente, com grande potencial, e segue abrindo portas para novos
nichos comerciais ainda não explorados. Através de uma linguagem própria, a CUFA pretende
ampliar suas formas e possibilidades de expressão e alcance. Assim, ela vai difundindo a
conscientização das camadas desprivilegiadas da população com oficinas de capacitação
profissional, entre outras atividades, que elevam a auto-estima da periferia quando levam
conhecimento a ela, oferecendo-lhe novas perspectivas. Agindo como um pólo de produção cultural
desde 1999, através de parcerias, apoios e patrocínios, a CUFA forma e informa os cidadãos do Rio
de Janeiro e dos outros 25 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. Dentre as atividades
desenvolvidas pela CUFA, há cursos e oficinas de DJ; Break, Graffiti, Escolinha de Basquete de
Rua, Skate, Gastronomia, Audiovisual e muitas outras. São diversas ações promovidas nos campos
da educação, esporte, cultura e cidadania, com mão-de-obra própria. A equipe CUFA é composta,
em grande parte, por jovens formados nas oficinas de capacitação e profissionalização das bases da
instituição e oriundos das camadas menos favorecidas da sociedade; em sua maioria, moradores de
comunidades carentes.
Grupo HB de Teatro
O Grupo HB de Teatro é composto, atualmente, por cinco pessoas fixas e já montou mais de
quinze espetáculos, ao longo de vinte e três anos de existência.
Contato:
Telefone – 3045 014 / 9997 7388 /8871 5439
E mail – [email protected]
132
Endereço – Rua 13 de Maio, 71 – Bairro São Geraldo - Cariacica/ES.
Grupo Unidos Pela Arte
O Grupo foi fundado em 1993 e conta em seu currículo com, aproximadamente, vinte e dois
espetáculos montados. Atualmente, o Grupo é composto por cinco pessoas fixas e tem seu endereço
no bairro Vila Capixaba.
Contato:
Telefone – 3336 7379 / 9800 1645
E mail – [email protected]
Grupo de Teatro Revelação
O Grupo atua na região do Bairro Vale Esperança, Cariacica/ES, há mais de 25 anos, basicamente
encenando, todos os anos, na sexta-feira Santa, o Auto da Paixão de Cristo. O Grupo conta com mais
de 70 pessoas em seu elenco fixo.
Contato:
Telefone – 3073 2336 / 3316 2767 (Paulo)
Associação de Bandas de Congo de Cariacica
Fundada em 2003, mas em atividade desde 1998, a Associação de Bandas de Congo de Cariacica é a
entidade representativa das bandas de congo do município que são: Banda de Congo São Benedito
de Piranema, Banda de Congo São Benedito de Boa Vista, Banda de Congo Unidos de Boa Vista,
Banda de Congo São Sebastião de Taquaruçú, Banda de Congo Santa Izabel de Roda D’água,
Banda de Congo Mestre Tagibe, Banda de Congo Mirim de Roda D’água, Banda de Congo Mirim
Unidos de Boa Vista e Banda de Congo Mirim de Piranema.
A presidente da associação é Sueli Maria Lemos, Vice-Presidente: Itagiba Ferreira Cardoso, 1º
Secretário: Evandro Ladislau Gonçalves, 2º Secretário: Alcemir Ferreira Cardoso, 1º Tesoureiro:
Carlos Roberto Loures, 2º Tesoureiro: Jadilson Martins Gonçalves.
133
Banda de Congo São Benedito de Piranema
Endereço: Rua São Francisco s/n - Piranema
Telefone: (27) 3216-0152
Contato: Mestre Benedito Epifânio – Mestre Pereá
Figura 71 – Banda de Congo
Banda de Congo São Benedito de Piranema
Banda de Congo Santa Izabel de Roda D Água
Endereço: Rua Projetada s/n° - Roda D’ Água.
Contato: Evandro Ladislau Gonçalves
Figura 72 – Banda de Congo
Banda de Congo Santa Isabel
134
Banda de Congo Mirim Santa Izabel de Roda D água.
Endereço: Rua Projetada s/nº - Roda D’ Água
Contato: Ana Rita Serrano Porfírio
Banda de Congo Mestre Tagibe
Endereço: Rua Projetada s/n° - Casa do Mestre na Comunidade de Roda D’Água
Contato: Itagiba Ferreira Cardoso
Banda de Congo São Sebastião de Taquaruçu
Endereço: Rua Projetada, s/nº- Taquaruçú.
Telefone: (27) 9907-6420.
Contato: Mestre Valdeci Ferreira
Figura 73 - Banda de Congo
Banda de Congo São Sebastião de Taquarucú
135
Banda de Congo Unidos de Boa Vista
Endereço: Rua Projetada s/nº - Estrada de Roda D Água - Boa Vista
Telefone: (27) 3045-5294 - 9922-4475.
Contato: Maria da Penha Teixeira Martins – Mestra Darinha
Figura 74 - Banda de Congo
Banda de Congo Unidos de Boa Vista
Banda de Congo Mirim Unidos de Boa Vista
Endereço: Rua Projetada s/nº - Estrada de Roda D Água - Boa Vista
Telefone: (27) 3045-5294 - 9922-4475.
Contato: Maria da Penha Teixeira Martins – Mestra Darinha
Figura 75 - Banda de Congo
136
Banda de Congo Mirim Unidos de Boa Vista
Banda de Congo São Benedito de Boa Vista
Endereço: Rua Principal s/nº - Boa Vista.
Telefone: (27) 3366-3410.
Contato: Isson Teixeira Queiroz
Figura 76 - Banda de Congo
Banda de Congo São Benedito de Boa Vista
Os blocos carnavalescos se constituem em uma manifestação cultural de grande apelo popular e
estão disseminados por vários bairros do município, representando uma tradição que fortalece o
carnaval tradicional de Cariacica. Os blocos mais representativos são: Chegou a Pouco de Fora, de
Santana, Bloco das Piranhas, de Porto Novo, Em Cima da Hora, de Itanguá, União Jovem SPC, de
Itacibá, Carnaflexal, de Flexal, Unidos de Cariacica, da Sede, Todo Mundo Ziraldo, de Presidente
Médice, Vai Quem Quer, de Itanguá e Zueira, de Jardim América.
A Associação de produtores de Artesanato de Cariacica – APROAC, fundada em 2003, conta
atualmente com 15 associados que produz artesanato em cerâmica, papel reciclado e artesanal,
madeira, pintura em madeira, biscuit tradicional decorativo, bijuteria de miçanga, tecido e semente,
reaproveitamento de papel de jornal para produção de peças utilitárias e decorativas e
reaproveitamento palha de bananeira para produção de peças utilitárias e decorativas.
137
A associação participa de intercâmbios em feiras ambientais municipais e estaduais, na Feira de
Natal, em Vitória, Feira Internacional de Artesanato de Guarapari e na Feira Internacional de
Artesanato – FEINCARTES.
Os produtos da APROAC podem ser adquiridos nas feiras ou diretamente com os artesãos, pois a
entidade e nem o município não possui espaço específico para a promoção e comercialização do
artesanato local.
A divulgação das atividades da associação acontece por meio de entrega de cartões promocionais
nas feiras e eventos que participa.
Atualmente não possui nenhum tipo de apoio do poder público municipal, só ocorrendo
eventualmente à cessão de espaço em eventos institucionais.
A APROAC integra o Conselho Municipal de Cultura, na Câmara de Artesanato.
CostumesArtes
A Associação CostumesArtes teve início no ano de 2003, quando um grupo de mulheres foi
convidado pela direção do Shopping Vitória para preparar embalagens para presentes. Assim surgiu
a idéia de utilizar a fibra de bananeira. Elas participaram de uma oficina e aprenderam como utilizar
a fibra. Posteriormente, o trabalho evoluiu e conquistaram apoios importantes como o da Petrobrás,
por meio do Projeto Ciranda.
Dez mulheres formam a Associação, mas sempre há novas adeptas. Tudo que é produzido, e uma
parte do dinheiro é empregada na compra do material necessário a novos investimentos. O restante é
dividido entre as mulheres. O grupo ocupa um espaço no Centro Comunitário de Vista Dourada I, até
conseguir a sua sede própria, o que já foi pleiteado com o Banco do Brasil, um forte parceiro. A
Prefeitura de Cariacica é parceira também, através da Economia Solidária.
A Associação é convidada para todos os eventos de negócios do município, estado e até de feiras
internacionais, oportunidade em que abre mercado no exterior. As comunidades envolvidas são Novo
Horizonte, Bairro Operário, Vale dos Reis I e II, Vista Dourada I e II. Tem como objetivo gerar
renda e dar condições de trabalho às pessoas acima de 40 anos. As mulheres envolvidas nesse
trabalho, geralmente são donas de casa que ali se integram e fazem a comunidade crescer.
138
Figura 77 - Artesanato
Objetos artesanais Produzidos pelos artesãos do CostumesArtes
Escola de Samba Independentes de Boa Vista
No dia 14 de outubro de 1975, nascia o bloco Mocidade Unida De Boa Vista. Logo se tornou uma
escola de samba. Alguns anos depois por sugestão de alguns membros da escola, ela passou a se
chamar Independentes de Boa Vista. Mas não foi tão simples essa mudança, pois a escola tinha
vários integrantes que moram no Bairro Alto Boa Vista, mas a quadra da escola fica no Bairro
Itaquari (são bairros bem próximos, os limites de um se esbarram no outro). Em 1984 a Boa Vista
desfilou pela primeira vez no grupo especial das escolas de samba de Vitória com o enredo “O
Festejar da Natureza”. No ano seguinte veio com o enredo “O carnaval é Um Jogo de Bicho” com o
qual foi rebaixada para o grupo de acesso. Tendo conseguido retornar para a elite do samba capixaba
somente em 1991, com o enredo “Brasil, o incrível país das Ilusões”. Em 1993 surge um “vazio” no
samba capixaba, a escola ficou 5 anos sem desfilar. Em 1998 a Boa Vista juntamente com outras 5
co-irmãs voltam a fazer os desfiles, porém o mesmo passa a ser na Avenida Jerônimo Monteiro (uma
das principais avenidas de Vitória). Durante 1998 à 2001 as escolas apenas desfilavam, não havia
disputa pelo título. Em 2002 o desfile volta a ser realizado no Sambão do Povo. Em 2003 a escola
traz o enredo “ 360º - Vitória, uma viagem em torno de ti”, enredo este que é considerado uns dos
139
mais belos e bem elaborados do samba capixaba até os dias atuais. Em 2009 com o enredo sobre São
João denominado Com devoção ao Padroeiro, Boa Vista Festeja São João a escola terminou na 5º
colocação. Em 2010 com o enredo Nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai, de Orlando
Júnior. fez um desfile de chão e conquistou o inédito título do carnaval capixaba. Em 2012, com o
samba enredo “Vida em Poesia: a Lira que é Lucinda”, a escola conquistou o bi-campeonato no
carnaval capixaba.
Figura 78 - Escola de Samba
Desfile da Escola de Samba Independentes de Boa Vista no Sambão do Povo
Projeto Artes
O Projeto Artes, fundado no ano de 2002, funciona em Itacibá atendendo a 120 pessoas por mês
entre crianças, adolescentes e adultos, oferecendo cursos de violão, canto, teclado, flauta, dança,
crochê, tapeçaria, informática, inglês, entre outros. Oferece também palestras e oficinas para a
comunidade. O projeto conta com 24 voluntários e mantém uma parceria com a Vara de Justiça, para
onde envia pessoas para colaborar no quer for necessário. Atende aos bairros de Porto Santana,
Tabajara, Nova Brasília, Santana, Alto Lage, Jardim América e Nova Rosa da Penha.
140
Projeto do Congo – Fanfacongo
No início da década de 90 surgiu na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE de
Cariacica um projeto de formar uma banda de congo. Um mestre congueiro iniciou os trabalhos
passando mais tarde para seu filho que deu continuidade ao projeto com excelentes resultados. Os
alunos da APAE até hoje fazem apresentações com o que aprenderam com o instrutor, que participou
várias vezes de festivais com essas crianças especiais, sempre com muito sucesso.
Figura 79 – Projeto do Congo
Banda Fanfacongo
Instituto de Pesquisa e Documentação Cariaciquense - IPEDOC
O Instituto de Pesquisa e Documentação Cariaciquense - IPEDOC, fundado 2005, com objetivo de
atuar a favor do desenvolvimento da cultura de Cariacica promovendo seu registro, preservação
cultural e divulgação. A Presidente do Instituto é Orlandina Delapícola.
Entidade desenvolve ações de grande relevância, como a reedição do livro histórico de Omyr Leal
Bezerra, editado na década de 50, Cariacica Resumo Histórico, lançado no ano de 2009, por meio do
Incentivo da Lei João Bananeira. O Instituto está sediado em Campo Grande.
141
Figura 80 – Resumo Histórico
Livro Cariacica Resumo Histórico
O Projeto Arca das Letras funcionou do mês de setembro de 2009 a dezembro de 2010, dentro das
instalações da Associação de Moradores de Roda D’ Água.
No entanto, no início do ano de 2010 a Associação de Moradores não autorizou a utilização deste
espaço para este fim, e o projeto foi interrompido.
O projeto Arca das Letras funcionava com um acervo de cerca de 100 livros, disponibilizados nas
sextas feiras e sábados, por voluntários que dispunham 02 horas de tempo voluntário para
desenvolvimento desta atividade.
11. PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO CULTURAL: PROJETOS E EVENTOS
O levantamento sobre a produção e circulação cultural demonstrou que mesmo a secretaria
responsável pela gestão desta área não possui um inventário completo do setor. Alguns projetos
culturais já não existem mais, como Trilhas da Cultura, realizado pela empresa Belgo Mineira.
Associação da Cultura Italiana de Cariacica – ACIC promove quatro eventos anuais que são o
Encontro Estadual de Corais, Festival de Danças Folclóricas, Mostra Cultural Italiana Tributo aos
Descendentes de Italianos em Cariacica e Jantar Ítalo Beneficente.
Pela primeira vez, o som do congo de Cariacica ganhou um registro histórico. Os congueiros
lançaram o CD das Bandas de Congo. O projeto é uma parceria da Secretaria de Cultura, Esporte e
142
Lazer da Prefeitura de Cariacica, do Governo do Estado e da Associação das Bandas de Congo do
município.
Integrado por 16 faixas, o álbum contém músicas das bandas de Congo de São Benedito de
Piranema, Santa Izabel de Roda D’Água, Santa Izabel Mirim de Roda D’Água, São Sebastião de
Taquaruçu, Unidos de Boa Vista, Unidos de Boa Vista Mirim e São Benedito de Boa Vista. Cada
banda interpreta duas músicas, com exceção da Banda de Congo São Benedito de Boa Vista que
interpretou uma canção. Além das canções, a obra também traz um vídeo com imagens do Carnaval
de Congo de Máscaras de Roda D’Água.
Uma das peculiaridades do trabalho foi à realização das gravações nos ambientes das comunidades
de Roda D’água, Piranema, Taquaruçu e Boa Vista com o objetivo de preservar as características
sonoras no espaço original onde ocorre a manifestação. Outra novidade no álbum é a participação
dos mestres Vitório e Benedito Pereá, alguns dos mais antigos integrantes das bandas de congo da
região. Eles interpretam uma capela composta por músicas que hoje em dia não são mais cantadas
nas rodas de congo.
Por meio da viabilização da produção cultural, principalmente pelos mecanismos da Lei João
Bananeira, as áreas de teatro, dança, audiovisual, artes plásticas e literatura, Cariacica dispõe de uma
circulação efetiva de produtos culturais em diversas áreas, como apresentações de espetáculos
teatrais em espaços alternativos (praças, ruas, auditórios, entre outros) principalmente através dos
grupos HB de Teatro e Unidos Pela Arte.
143
Figura 81 – CD de Congo
CD das bandas de congo de Cariacica
Na área de artes cênicas se destacam os grupos HB de Teatro, fundado em 1987 com o nome de
Grupo teatral Corpus & Ellus com seis componentes. Posteriormente, o grupo se transformou em
Arte Final Produções. A partir de 1999, o grupo assumiu o nome atual e já montou mais de quinze
espetáculos, apresentados em vários municípios e estados. O grupo também participa de eventos,
festivais e mostras teatrais.
O grupo Unidos Pela Arte, fundado em 1993, conta em seu currículo com cerca de vinte e dois
espetáculos montados. Atualmente, o Grupo é composto por cinco pessoas fixas.
O Grupo de Teatro Revelação bairro Vale Esperança, existe há mais de vinte e cinco anos.
Anualmente, na sexta-feira santa, apresenta o espetáculo Auto da Paixão de Cristo, que é um evento
tradicional do município. O Grupo conta com mais de setenta pessoas em seu elenco fixo.
Através da viabilização da produção cultural, principalmente pelos mecanismos da Lei João
Bananeira, as áreas de teatro, dança, audiovisual, artes plásticas e literatura, Cariacica dispõe de uma
circulação efetiva de produtos culturais em diversas áreas, como apresentações de espetáculos
teatrais em espaços alternativos (praças, ruas, auditórios, entre outros) principalmente através dos
grupos HB de Teatro e Unidos Pela Arte.
144
Entre os grupos de dança, destacam-se o Grupo Mais Swing com doze Componentes, nos estilos axé,
funk e dança de salão, de Porto de Santana, e o Grupo Swing do Raga com oito componentes, nos
estilos axé e funk, de Flexal.
A produção de audiovisual é constante e conta com os trabalhos sistemáticos dos videastas Suzi
Nunes, Sebastião Queiroz, Marcos Athayde, Marcos Tito, entre outros. Ainda podemos citar as
atividades de exibições de vídeos através do projeto do “Cine Colorado”, que tem como um de seus
coordenadores, o Jovem Alex Siqueira.
Nas artes plásticas aparecem os artistas Zuílton, Ferreira, Irineu Ribeiro, Sancler Rosseti, César
Viola e Hipólito Alves.
Na literatura os escritores Sérgio Blank, e Gilson Soares representam a produção literária local.
O grupo musical Moxuara nasceu do encontro de universitários com o objetivo de resgatar e divulgar
a cultura popular, tendo como horizonte sua inserção no panorama nacional e internacional. Como
resultado de suas pesquisas sobre a cultura regional, elaborou-se o cd - Quarto Crescente (1996) e o
CD Ponto e Nós (1999) onde se pode ouvir, ao mesmo tempo, Música popular, música regional e
ritmos afro - brasileiros como a capoeira, o congo e o maculelê. Os Instrumentos alternativos, as
expressões regionais da linguagem popular e um estilo de abordagem de temas que oscilam o tempo
todo entre o ambiente rural e o urbano, são ingredientes nitidamente visíveis. Nesse caldeirão de
misturas que é o trabalho artístico do grupo Moxuara, o qual traz em seu bojo, sem dúvida, a carga
devida à herança cultural. Moxuara é uma homenagem prestada ao lendário monte Mochuara
localizado em Cariacica.
145
Figura 82 – Grupo Moxuara
Grupo Moxuara
Na música se destacam também Emerson Xumbrega, que é puxador de samba da Escola de Samba
Boa Vista, cantor e compositor e tem a família como influência musical.
Neto de Francisco Santana (in memoriam) primeiro músico violinista da Grande Itaquari (Cariacica-
ES), filho de Joaquim Antônio conhecido como (Tonico) – frequentador de rodas de samba, sua mãe
Magnólia Santana Ribeiro professora e admiradora de saudosos sambistas como Clara Nunes,
Roberto Ribeiro, entre outros. Além do seu irmão Anderson conhecido também como “Bid do
cavaco”, seu maior incentivador, fizeram com que adquirisse a veia musical e se inserisse no samba.
Em carreira solo, vem se apresentando em rodas de samba, casas de shows e vários eventos como:
Festivais, Réveillons, Carnavais, Projetos e Programas Culturais. Logo, em 2008 grava seu primeiro
CD solo, denominado “Autenticidade”, com composições próprias e de vários autores renomados.
146
Figura 83 - Emerson Xumbrega
CD de Emerson Xumbrega
O grupo de pagode Pele Morena, formado pelos músicos Andrinho (vocalista), Marlon Stefanini
(cavaquinista), Anderson Araújo (tecladista) e Jhonathan Silva (baterista) lutaram muito para gravar
o primeiro CD e DVD da carreira. O grupo começou como Curtisamba, mas quando foram ao
cartório registrar descobriram outro grupo com o mesmo nome. O primeiro objetivo após a gravação
do DVD é atingir a totalidade do Estado e depois começar a trabalhar também nos grandes centros,
como Rio, São Paulo, Santa Catarina e Nordeste. Pele Morena é um grupo de samba e pagode que se
inspira em canções de artistas com outros estilos musicais. Inclusive, na gravação do DVD, os
pagodeiros tiveram participações da banda Casaca, Jean & Juliano, banda Naturau e Leandro Lehart,
ex-vocalista do grupo Art Popular.
12. TENDÊNCIAS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM CENTRO CULTURAL DE
ATIVIDADES
Uma medida estratégica para o desenvolvimento cultural do município é o poder público criar um
espaço cultural de grande porte fortalecendo a política cultural do município, que para ser eficaz
precisa de mecanismos capazes de proporcionar a circulação da produção cultural e sua recepção
pública. Para tanto, é necessário o desenvolvimento de atividades artísticas, que valorize a produção
cultural das comunidades locais.
A atual infraestrutura cultural do município é precária em termos de qualidade e quantidade, com o
baixo acesso da população aos bens e serviços culturais, ocasionando um baixo nível de consumo.
147
A inserção de Cariacica no Circuito Cultural Estadual e Nacional estará comprometida se o poder
público não investir em um equipamento cultural, visando à circulação de espetáculos e eventos
profissionais vindos de outras partes do Estado e do País, bem como a integração da comunidade e a
valorização da diversidade cultural local.
A criação deste equipamento cultural está relacionada ao planejamento de obras prioritárias do
município, e ficará localizado em um dos polos estratégico de desenvolvimento na região de Campo
Grande, que se transformou nos últimos anos no novo centro comercial e populacional do município.
Existe uma perspectiva de construção de um teatro municipal, em parceria com o governo do estado.
13. HISTÓRICO, PERFIL, UTILIZAÇÃO E MECANISMO DE PRESERVAÇÃO DE
ESPAÇOS CULTURAIS PÚBLICOS E PRIVADOS
Uma infraestrutura cultural deficiente impossibilita o processo de democratização cultural, com
garantia a todos do acesso aos bens e a efetivação dos direitos culturais. Para tanto, é necessário
definir espaço público e/ou privado para viabilizar a circulação cultural. Uma infraestrutura cultural
deficiente impede de ser realizado o desenvolvimento de programas de formação utilizando as
atividades culturais como forma de lazer, educação complementar e ocupação do tempo ocioso por
comunidades de baixa renda.
O único equipamento cultural público do município, é o Centro Cultural Frei Civitela di Trento, em
Campo Grande.
A estrutura da edificação encontra-se em bom estado de conservação do ponto de vista de segurança
e estabilidade (vigas, pilares e lajes). Exceção à laje da varanda frontal que se encontra em processo
de deterioração aparente, com infiltrações e armadura exposta.
As fachadas não apresentam grandes problemas, com revestimento cerâmico em bom estado de
conservação, porém as paredes pintadas necessitam de recuperação de parte do emboço e reboco
para posterior pintura. A varanda da fachada principal necessita de reforma, pois está com
infiltração.
148
A cobertura é em telhado de quatro águas, com telhas cerâmicas tipo canal apoiadas em uma
estrutura mista e ferro e madeira. Esta estrutura encontra-se em bom estado de conservação e
sustentabilidade necessitando apenas de pintura e tratamento anti corrosivo.
Os demais elementos da estrutura como caibros e ripas, por estarem comprometidos danificaram o
forro e provocando a interdição e uso do 2º piso. Não há qualquer tratamento paisagístico no entorno
do equipamento, provocando uma deterioração e desvalorização visual.
Funcionava antes da interdição no Centro Cultural um teatro, no 1º piso, e a biblioteca municipal, no
2º piso. A SEMCEL está licitando um projeto estrutural, hidráulico e sanitário, visando reformar o
Centro Cultural e retornar para o lá a biblioteca e reativar o teatro.
Histórico da Edificação – O Centro Cultural Frei Civitela di Trento foi inaugurado no ano de 1992,
na gestão do Prefeito Vasco Alves, e foi concebido para “funcionar” como um auditório para
apresentações Culturais, contando com palco, plateia com capacidade para 180 pessoas e uma
biblioteca no andar superior. Porém, ao longo dos anos, por falta de continuidade de políticas
públicas para a cultura, o espaço passou a ser utilizado diversas vezes para outras atividades que
nada tinham haver com o fazer cultural.
Tempo de interrupção das atividades e a situação atual - No ano de 2007, o espaço foi fechado,
devido a um diagnóstico “equivocado” de um engenheiro que pediu para que todo o prédio fosse
“evacuado”, pois, corria perigo iminente de cair a qualquer momento. E, como não havia nenhum
projeto de reforma “real”, tornou-se impossível usar qualquer verba, seja de emenda parlamentar ou
doação (como da Vale), para concretizar qualquer “mexida” no espaço. Porém, no início de 2009,
resolvemos “reabrir” o Centro Cultural para atividades diversas, tais como: Reuniões do Conselho
Municipal de Cultura, cursos e oficinas, além de apresentações culturais, como o espetáculo
“Cemitério de Automóveis”, do Grupo Tarahumaras. Sendo assim, o Centro Cultural, atualmente,
voltou a funcionar, dentro da medida do possível e, no momento há atividades com grupos de estudo
e ensaio cênico, reuniões do IPEDOC.
Foi providenciado um Projeto Arquitetônico de reforma do Centro Cultural, elaborado e Finalizado
pela DAN Engenharia, que está planilhando a parte orçamentária.
Atividades Diárias – Não acontecem atividades diárias. As atividades citadas no item anterior
contemplam o tópico atual.
149
Perfil dos Funcionários – No momento o Centro Cultural conta, efetivamente, com uma Servente
(pela manhã) e um Vigilante (à noite). O perfil desses funcionários está de acordo com a demanda,
uma vez que são experientes nas atividades que desempenham, além de, quando necessário sabem
receber e tratar quaisquer que seja o frequentador do Espaço. A Administração geral do Centro
Cultural está a cargo da Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer e o responsável direto é a Gerencia
de Cultura.
Público Usuário – Artistas e espectadores em geral, quando ocorrem apresentações culturais.
Perfil do Usuário (frequentador, faixa etária e proveniência) – Não há uma diferenciação
significativa, nem de idade e nem de procedência. O Espaço é frequentado, basicamente, por pessoas
que, de certa forma, têm alguma afinidade com qualquer que seja a atividade cultural.
Figura 84 – Centro Cultural
Centro Cultural Frei Civitela di Trento
150
14. CARACTERIZAÇÃO E POTENCIALIDADES DO ARTESANATO LOCAL
O artesanato em Cariacica é produzido com materiais diversos, à maior parte utilizando matéria prima
disponível na natureza.
Fibras naturais mais utilizadas são a Cerâmica com a produção de objetos decorativos e utilitários, se
destacando as máscaras utilizadas no Carnaval de Congo em Roda D Água. As máscaras são
produzidas em vários tamanhos, com várias propostas de uso, de enfeites de parede a colares, mas
sempre retratando a manifestação cultural local. Alumínio com a produção de panelas. A Palha com a
produção de bailarinas de palha de milho e Papéis reciclados em folhas de bananeiras com a produção
de objetos decorativos e utilitários.
A produção artesanal se localiza na sede, áreas urbanas e rurais e comunidades ribeirinhas.
Abaixo estão relacionados alguns artesãos se destacam na produção e comercialização de seus
produtos, participando de eventos e feiras de artesanato no estado e país:
Máscaras
As bandas de congo de Roda d’Água caracterizam-se pelo uso de máscaras e vestimentas peculiares e
primitivas. O Sr. Prudêncio ou Sr. Jeoval, (Zuílton Ferreira, Mestre Tagibe) além de outros residentes
da região, são as pessoas que hoje preservam e transmitem o saber da produção de máscaras de congo.
Utilizando papel de jornal, cola caseira feita com trigo, tinta, palha de bananeiras e tecidos, as
máscaras são produzidas para utilização pelas bandas de congo que participam do Congo de Máscaras,
brincadeira típica de Roda d’Água.
O saber é transmitido aos membros da comunidade local através de oficinas, a produção é coletiva e as
máscaras são comercializadas na própria comunidade, em seu tamanho original como obras de arte
popular ou em tamanhos menores como souvenir. Esta produção envolve diretamente 50 pessoas das
comunidades e Roda d’Água e de Boa Vista.
Confecção de máscaras de congo
Mestre: José Farmal
Localização: Comunidade Rural de Boa Vista, Cariacica - CEP 29156 – 040
Contato: 27 9883 1635
151
Mestre: Itagibe Cardoso Ferreira (Mestre Tagibe)
Localização: Rua a Projetada, s/nº, Roda D’Água, Cariacica - CEP 29152 – 080
Contato: 3226825
Figura 85 - Artesanato
Máscaras artesanais do Congo de Roda D’ Água
Artesão Ademir Alves Nascimento
Natural do Espírito Santo passou a primeira infância em Vila Velha, vindo para Cariacica onde
concluiu o Ensino Fundamental. Vive até hoje no município. Aos seis anos de idade foi incentivado
pela avó que fabricava brinquedos artesanais para distribuir para os netos, e sempre oferecia o
brinquedo acompanhado de uma sacola de doces. Assim, cresceu fazendo seus próprios brinquedos
utilizando papéis, papelões, sucatas de bicicletas, relógios e etc. Desde a adolescência o artesanato
passou a ser sua fonte de recursos e renda. Utiliza diversas técnicas e materiais para a confecção de
seu artesanato. Papeis e Papelões reciclados se transformam em porta retratos, embalagens
personalizadas para presente, álbuns fotográficos, luminárias, jarros, vasos para arranjos florais. A
madeira reciclada se transforma em brinquedos, decorações infantis, casas de beija-flores e outros
152
pássaros, além de peças rústicas para decoração. Sua esposa Eliana se dedica a confeccionar
lembranças decorativas com balas e doces, para festas de aniversário, casamento e outros eventos.
Artesã Glaucia da Silva Mirandola
Natural do Município de Ecoporanga. Desde menina se dedica ao artesanato, usando sua criatividade e
habilidade e com o incentivo do pai que fazia brinquedos para as crianças. Aos oito anos de idade fez
seu primeiro curso de artesanato no SESC. Nesse curso ela aprendeu a fazer flores com massa de trigo
(biscuit) e semente de eucalipto, em hastes de palha de coqueiro, tingido com tinta de papel crepom. O
artesanato tornou-se sua principal fonte de renda e o suporte para toda a família. Ministra cursos de
artesanato, estimula artesãos a se organizarem em associações, sendo fundadora e coordenadora da
Comissão Estadual de Artesãos. Fundou e é atual Vice-Presidente da Associação dos Produtores de
Artesanato do Estado do Espírito Santo - APROARTES, e fundadora e atual Vice-Presidente da
Associação de Produtores de Artesanato de Cariacica- APROAC. Apresentou em 2003, na Feira
Internacional do Artesanato em Recife e Minas Gerais, sua criação de flores com escamas de peixe e
flores com concha de caramujo com acabamento em biscuit. Cultiva Barba de Bode para obter suas
hastes para consumo em seu artesanato.
Artesã Elaine dos Santos de Araujo
Elaine nasceu em São Paulo. Aqui se especializou ingressando no curso superior de Artes Plásticas na
UFES. Em 1992 precisou dedicar-se a sua loja de confecções e desenvolveu seu dom de artesã
aproveitando das técnicas ensinadas nas revistas de artesanato colocou em prática tudo que aprendeu
na faculdade de Artes Plásticas e com sua habilidade desenvolveu novas técnicas e usos de materiais.
Artesã Rozangela Vicente de Souza
Rozangela nasceu em Vitória. Viajava para comprar produtos e revendia para a vizinhança e
conhecidos, mas foi no artesanato que ela encontrou a melhor solução para conquistar renda. Desde os
nove anos Rozangela descobriu seu talento para fazer bolos e confeitar, se tornando a mestre-cuca da
família, sempre sendo convidada a fazer os bolos das festas. Para se especializar, fez um curso de
confeitaria e em 2007 fez um curso de Biscuit. Esse encontro foi fundamental para desenvolver suas
153
habilidades de artesã. Com a plasticidade da massa do biscuit e sua capacidade criativa, Rozangela vai
desenvolvendo suas peças e atendendo a clientela que cresce sem parar.
Artesã Alzira Nass
Alzira, nascida em Colatina, onde cresceu e estudou Ensino Fundamental. Desde menina se interessou
pelo artesanato, aprendendo com sua mãe Maria Gude, já falecida. Buscava novas técnicas em revistas
e observando nas vitrines, exposições de artesanato, e utilizando sua força de vontade, desenvolveu
sua própria gama de produtos que hoje é um complemento de sua renda.
Artesã Marisa Joana Pereira Barros
Marisa Joana nasceu no Rio de Janeiro. Desde criança o artesanato lhe encantava vendo sua mãe fazer
bordado. Aprendeu a arte com sua mãe, despertando assim suas habilidades artísticas. O apoio do
Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE-ES foi um grande estímulo
para aperfeiçoamento de seu trabalho, expondo em eventos no estado e país a sua obra Bailarina de
Palha de Milho.
Figura 86 - Artesanato
154
Bailarina em Palha de Milho
Artesão Romeu Mirandola Neto
Natural do Rio de Janeiro. Em busca de solução para a conquista de qualidade de vida para a família,
Romeu se empenhou ao trabalho do artesanato em 2002, influenciado pelo trabalho de sua mãe que
desde menina, já fazia do artesanato sua fonte de recursos e renda. Desta forma, buscaram nos
materiais naturais, como as conchas marinhas e as sementes das plantas capixabas, o material e a
inspiração para seu trabalho.
Artesã Inailda Zambi
Inailda, nascida em Iconha. Desde menina sempre se dedicava aos trabalhos manuais, bordando,
tricotando, costurando, como forma de complemento de renda familiar. Em 2000 participou de cursos
de artesanato de frutas em parafina, papel de bananeira e reciclagem. Sua identificação com essa
técnica abriu novas fronteiras para sua realização pessoal e financeira. Atualmente se dedica a
produção de caixas e embalagens com materiais reciclados revestidos com folha e a fibra da
bananeira, decorados com flores, sementes, juta, cisal e palha.
Figura 87 - Artesanato
Embalagens com fibra de bananeira
155
15. RESGATE DAS ORIGENS DA POPULAÇÃO NEGRA E BRANCA
O cariaciquense é formado pela miscigenação das diversas etnias que por séculos vem aprimorando o
perfil identitário local. O município de Cariacica é marcado por origens que agregam povos indígenas,
negros e imigrantes europeus. O primeiro nome do município Carijacicaá, que na língua tupi significa
"chegada do homem branco", já identifica este processo de ocupação. Os primitivos habitantes na fase
primária da história do município eram indígenas, que com o afastamento, fizeram seu último reduto
em Itanhengá, entre os rios Santa Maria, desaparecendo posteriormente por completo. De tribos não há
notícias, sendo prováveis de goitacás, tupiniquins e aimorés.
O português, com suas características de descobridor, apoiado por sua potência marítima, traz as
primeiras levas de desterrados e de igual maneira patriotas aventureiros. Como a terra e as florestas
eram imensas e o índio rebelde e desconfiado, a solução foi o trabalho escravo do negro africano, que
trouxe o vigor físico e a coragem para desbravar a terra virgem. Índio, branco e de igual maneira o
negro são os elementos fundamentais da formação racial de Cariacica. Os primeiros imigrantes
trazidos para Cariacica datam dos anos 1829. Negros e índios, penetraram para o interior conduzido
pelos escravocratas. Aqueles imigrantes iniciais eram todos pomeranos, introduzidos por Mr. Henrici,
com a finalidade de se empregarem na limpa da estrada, que por Itacibá, devia comunicar-se com
Minas Gerais. Outras empreitadas foram realizadas mais tarde, e foram aproveitadas para iniciar a
Estrada de ferro Vitória Minas, inaugurada em 1904.
Correntes mais fortes que formaram o povoamento, só são registradas depois de 1865, pela formação
de colônias alemãs, vindas de Cachoeiro de Santa Leopoldina e de igual maneira Santa Isabel,
instalando-se também em Biriricas, Pau-Amarelo, Holanda, Tirol, estas últimas, já no município
cachoeirano.
Dados do IBGE, em 2005, demonstram que somente 5% da população cariaciquense se declaravam da
cor ou da raça negra. Em 2007, a pesquisa realizada pelo Instituto INDAGA, a pedido da Prefeitura,
aponta que esse percentual subiu para 17%. De uma população de aproximadamente 360 mil
habitantes, 177,5 mil pessoas se declaram pardas e morenas, demonstrando um reconhecimento e
valorização das origens numa sociedade mais igualitária que começa a ser construída.
156
O município possui comunidade Quilombola. Com esse reconhecimento, os habitantes desta
comunidade, formada por descendentes de negros escravizados na época do Brasil Colônia, ganham o
direito de suas terras.
A comunidade de Roda D Água poderá receber este título. Para que isto aconteça, é necessária a
realização de uma pesquisa antropológica na região, que deverá ser encaminhada para o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). A Prefeitura já está realizando estes estudos.
Em Roda D Água, com sua pluricidade cultural realiza-se uma das maiores manifestações populares
do Estado, o carnaval de congo que, anualmente, atrai mais de 10 mil pessoas ao evento que
homenageia Nossa Senhora da Penha, ao som de tambores, casacas e personagens mascarados, o
popular João Bananeira.
16. OS CENÁRIOS
Os cenários espelham realidades futuras indesejadas ou desejadas que possam ser transformadas de
forma espontânea ou planejadas. Estes cenários são desenhados de acordo com ações e projetos
amplos e concretos. Nestes cenários, as contradições, rumos e decisões para o desenvolvimento
cultural do município serão previamente identificados de forma a torná-lo viável e legítimo para o
conjunto da população.
Nestes cenários, pode-se supor que a área cultural poderá passar a ter cada vez menos importância
estratégica, sem orçamento, sem pessoal e sendo considerada uma área apenas simbólica, perdendo a
capacidade de articulação de políticas públicas e por consequência perdendo legitimidade e razão de
existir, podendo ser extinta a qualquer momento.
Ao contrário do quadro desanimador traçado anteriormente, outro cenário idealizado poderá a partir
do presente planejamento, elaborado conjuntamente com a sociedade civil, ser marcado pelo
compromisso do poder público com a consolidação das ações que construiriam um município
culturalmente mais democrático.
16.1 Cenário indesejado
157
O cenário indesejado indica uma realidade onde a política pública de cultura é excluída da prioridade
de ações e projetos do governo municipal, supondo uma completa acomodação dos grupos culturais
em relação às políticas culturais do município. Outra suposição negativa seria se a transformação da
atual realidade fosse de forma espontânea com uma política pública de cultura deteriorada e impondo
aos grupos culturais uma queda na produção e dificultando o acesso aos bens culturais pela
população. O progresso cultural alcançado até este momento perderá sua atual vitalidade e a Lei de
Incentivo à Cultura, o único mecanismo de fomento cultural conquistado, o seu dinamismo,
impedindo o desenvolvimento da economia criativa no município. O patrimônio cultural passará por
uma completa falta de incentivos e investimentos na sua preservação e manutenção faltando
mecanismos capazes de impedir a sua deterioração, desconsiderando o seu papel histórico de
referência da identidade histórica e cultural. A articulação entre o poder público e os grupos culturais
com vistas à disponibilização de recursos orçamentários e estratégias diversificadas, que incluem a
cultura como imprescindível como política pública do município não se consolidará provocando um
recuo das ações e avanços do Poder Público já consolidados.
16.2 Pontos Fracos
16.2.1 Produção e Circulação cultural sem estrutura para se expandir e ser acessada pela
população
É necessário implantar espaços culturais públicos adequados ao desenvolvimento de atividades
artísticas, valorizando a produção cultural local.
A estrutura cultural existente no município é precária ocasionando um baixo nível de consumo
impedindo circulação da produção cultural. Com poucos equipamentos culturais, a área cultural não
poderá contribuir para incentivar a população jovem a participar em atividades musicais, literárias,
teatrais, entre outras.
16.2.2 Município não possui um equipamento cultural para abrigar eventos de grande porte
O poder público deverá investir em um equipamento cultural de grande porte, com sala de cinema,
espaço para abrigar exposições, para realizar oficinas e capacitação técnica, biblioteca e teatro
158
provocando uma intensa circulação de produtos e eventos artísticos locais e de outras partes do
Estado e do País, promovendo a integração da comunidade e a valorização da cultural local.
16.2.3 Inexistência de uma secretaria específica para a área cultural impossibilitando
investimentos em projetos que posicione o município entre os grandes promotores de cultura
no estado
A inexistência de uma secretaria específica para a área cultural inviabiliza a efetivação e construção
de uma política cultural forte e consolidada, destinando mais verbas orçamentárias, criação de mais
mecanismos de incentivo a produção cultural.
Também prejudica a circulação da produção cultural e conseqüentemente o acesso aos bens culturais
pela população.
A não existência de uma secretaria específica demonstra a falta de prioridade para a área cultura.
17. AMEAÇAS
17.1 Grupos culturais enfraquecidos e desarticulados
O desestimulo aos grupos culturais é um reflexo de uma política cultural do município incapaz de
reforçar o apoio e incentivo cultural às organizações da sociedade civil, que desenvolvem projetos
culturais.
É preciso realizar ações que impeçam uma desarticulação total dos grupos culturais organizados do
município, e seja incentivada a criação de novas entidades culturais para evitar o esvaziamento dos
fóruns representativos da área, como o Conselho Municipal de Cultura.
17.2 Produção e circulação cultural deficiente e de pouca abrangência social
Uma produção e circulação cultural deficiente impossibilitam o acesso cultural. Para tanto, é
necessário investir em espaços públicos e estimular que o setor privado também viabilize novos
espaços para a circulação dos produtos culturais.
159
O município com uma deficiente estrutura cultural, e não desenvolve projetos de ocupação de praças
e escolas públicas com atividades culturais.
17.3 Matrizes culturais pulverizadas e não preservadas
O município ainda possui representativos patrimônios materiais e imateriais que são matrizes
culturais, que necessitam ser preservadas. O surto migratório iniciado nos fins dos anos 70 do século
XX ocorrido no Estado do Espírito Santo gerou uma grande diversidade cultural, baseada nesta nova
população, que também se instalou no município.
O poder público por meio de uma política cultural eficaz deverá desenvolver programas e projetos
que incentivem a preservação das matrizes culturais, fortalecendo a identidade cultura local, sem
deixar de contemplar a pluralidade cultural existente no município, respeitando as diferenças e
formas de expressão.
Para tanto, será preciso criar mecanismos voltados à preservação, valorização e sensibilização da
cultura popular, representada principalmente pela manifestação folclórica das bandas e do carnaval
de congo, incentivando e disponibilizando recursos para a sua preservação, bem como mapeando
outros bens imateriais e apoiando e divulgando os mais diversos eventos folclóricos do município.
Serão necessários projetos que proporcionem a preservação dos sítios históricos com o
desenvolvimento de pesquisas, tombamento dos patrimônios históricos ainda desprotegidos em
termos de legislação e a manutenção, para a preservação da história local.
A diversidade cultural do município terá sua visibilidade cultural presente na e mais efetiva com a
realização de projetos relacionados às manifestações culturais de todos os segmentos da sociedade
civil organizada.
18. CENÁRIO DESEJÁVEL
O cenário desejável retrata um futuro desejado e conquistado a partir deste momento de
planejamento estratégico onde município abre espaços para ações mais amplas e concretas na
formulação de uma política cultural aliada ao desenvolvimento socioeconômico. Este cenário expõe
160
as contradições e decisões para o desenvolvimento cultural da Cidade, sendo capaz de torná-lo mais
viável e legítimo para os grupos culturais e o conjunto da população.
Desta forma, os grupos culturais em especial terão a possibilidade de planejar o futuro da cultura
local.
A criação de um Plano Municipal de Cultura será uma grande conquista, pois contribuirá para a
implantação de um sistema de informações culturais que irá mapear todas as formas de expressão
artísticas e culturais no município valorizando e reconhecendo a máxima variedade de grupos,
projetos e manifestações culturais.
18.1 Pontos Fortes
18.1.1 Atividades artísticas incrementam a circulação cultural
Aumentar os investimentos em atividades culturais tendo como meta o desenvolvimento e o acesso
aos bens culturais, gerando trabalho, renda, inclusão social, melhoria da qualidade devida da
população e desenvolvimento sustentável.
O acesso à produção e consumo cultural é o primeiro reconhecimento de que todo cidadão tem
direitos culturais e é também uma forma de proporcionar a utilização de atividades artísticas para a
promoção social, estimulando e apoiando projetos culturais que contribuam para a ocupação de
espaços públicos como praças e escolas públicas, facilitando o acesso da população aos bens
culturais.
18.1.2 Produção cultural profissionalizada e solidificada
Para que seja possível garantir o direito à cultura para a população, é preciso que haja uma produção
e circulação cultural intensa. Assim, elaborar, incentivar e promover projetos que valorizem a
produção cultural local é fundamental, pois faz valer o direito ao acesso à produção e consumo da
cultura pela população, incentivando a criação de mais espaços para as manifestações artísticas
locais.
O município terá que desenvolver projetos e ações que possibilitem o aumento da produção e
circulação cultural. O investimento na construção de equipamentos culturais para a circulação da
161
produção cultural com condições adequadas é uma iniciativa de grande porte que o poder público
estará realizando para fortalecer e profissionalizar a cadeia produtiva da cultura em Cariacica.
18.1.3 Conselho municipal de cultura e a lei de incentivo à cultura joão bananeira
Estas iniciativas consolidaram uma nova visão de gestão da cultura no município criando espaços de
debate e participação popular. A partir destas iniciativas foi criado um mecanismo de incentivo
cultural mobilizando os grupos culturais e qualificando a mão de obra para a geração de trabalho e
renda nas diversas áreas culturais, conforme as potencialidades locais. Estabeleceu-se um sistema
que estruturou e integrou ações e projetos em parceria com o setor privado, promovendo a produção
e democratização do acesso cultural, e com isto, o município criou uma política cultural definida
garantindo a que a produção artística local jamais sofrerá algum tipo de retrocesso estrutural.
18.1.4 Cultura é transversalizada em conjunto com outras secretarias municipais
A cultura desempenha um papel fundamental, pois promove a cidadania cultural, além de fomentar a
formação de novos realizadores e produtores de cultura em geral.
Há projetos em vários setores do poder público que utiliza a cultura como ferramenta para promover
a cidadania, como o SEMEARTE, desenvolvido pela Secretaria de Educação, além de outros
projetos e ações que as secretarias de Direitos Humanos, Promoção Social, Meio Ambiente e
Turismo promovem.
19. OPORTUNIDADES
19.1 Grupos culturais organizados contribuem com o poder público na formulação de políticas
públicas para a área cultural
Para alcançar este objetivo é preciso estimular à formação e capacitação de artistas, artesãos e
produtores culturais, implantação de programas de geração de trabalho e renda, intensificação da
produção cultural e aumento do acesso da população à cultura.
162
É também necessário reforçar o apoio e incentivo cultural por parte do poder público aos grupos
culturais que desenvolvem projetos de relevância e inclusão social.
19.2 Crescimento cultural do município é impulsionado por uma política cultural forte
O crescimento cultural do município se dará com maior vigor a partir do momento em que a cultura
se tornar prioridade de governo, realizando um mapeamento e aferição econômica da produção
cultural local.
Outra forma de crescimento cultural do município é garantir recursos para a cultura, estimulando o
setor privado a apoiar projetos culturais criando novos mecanismos de incentivo, como um Fundo de
Cultura.
19.3 Criação de espaços culturais para abrigar uma crescente produção e circulação cultural
Em primeiro lugar é preciso que se mobilize a população para que reivindique a implantando espaços
culturais multifuncionais em locais estratégicos e de fácil acesso à maioria da população. Mais
espaços para as manifestações artísticas locais possibilitarão o acesso da população à produção e ao
consumo cultural.
Uma iniciativa eficaz é estimular a abertura de espaços culturais em parceria com associações
comunitárias e em escolas públicas, por meio de projetos baseados na lei municipal que incentiva a
cultura.
20. ESTRATÉGIAS
É necessário definir ações permanentes e debate das políticas públicas para o setor cultural com
espaços de interlocução e participação da sociedade civil.
Capacitação e formação para garantir uma produção artística de qualidade.
Realização permanente de cursos, oficinas, workshops em todas as áreas artísticas.
163
Ocupação de espaços públicos como praças, centros comunitários, escolas públicas, com
atividades culturais, estimulando a formação de público e a geração de trabalho e renda na área
cultural.
Assegurar um percentual no orçamento público municipal que garanta os programas e projetos de
produção e circulação cultural.
Criar mecanismos para preservar e promover o Patrimônio material e Imaterial.
Transversalizar ações e projetos culturais com outras áreas do poder público.
164
21. REFERÊNCIAS
FARIA, Hamilton; GARCIA, Pedro. Arte e identidade cultural na construção de um mundo
solidário. 2º ed. São Paulo: Instituto Polis, 2003, 132 p.
Ministério da Cultura. Programa Cultural para o Desenvolvimento do Brasil.
Brasília, 2006, 51 p.
Primeira Conferência Nacional de Cultura (2005 / 2006). Estado e sociedade construindo políticas
públicas de cultura: Ministério da Cultura, Secretaria de Articulação Institucional. Brasília,
2006.
Segunda Conferência Nacional de Cultura (2010). Cultura, Diversidade, Cidadania e
Desenvolvimento: Ministério da Cultura, Secretaria de Articulação Institucional. Brasília, 2010.
SFALSIN, Sirlei Lucia Soprani. Cariacica: a arte de criar. 1º edição, Serra, ES, 2008, 93 p.
BEZERRA, Omyr Leal, 1929 – 1982. Cariacica Resumo Histórico. 2º edição, Cariacica – IPEDOC,
2009, 173 p.
Cariacica Vale Mais – Planejamento Estratégico de Cariacica – Prefeitura Municipal de Cariacica e
Fundação Vale do Rio Doce.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL PARTICIPATIVO DE CARIACICA – Produto nº. 02 da Etapa II
– 1. Diagnóstico Técnico – Patrimônio Arquitetônico – EQUIPE: RENATA HERMANNY DE
ALMEIDA - Pesquisa e texto - TATIANA GOMES PIMENTA - Arte digital de mapa - Secretaria de
Desenvolvimento Urbano – SEMDUR - Prefeitura Municipal de Cariacica.
Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer – SEMCEL
Prefeitura Municipal de Cariacica.
Secretaria de Estado de Cultura – SECULT
Prefeitura Municipal de Cariacica.
ES 2025 – Planejamento Estratégico - Governo do Estado do Espírito Santo.
PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CARIACICA/ES - Identidade e
expectativas do cariaciquense – Prefeitura Municipal de Cariacica, 2010.
165
BRASIL. Ministério do interior; Espírito Santo. Coordenação Estadual do Planejamento; Cariacica.
Prefeitura Municipal. Elaboração da Política de Desenvolvimento Urbano para o Município de
Cariacica: Assentamentos Urbanos do Município de Cariacica (Versão Preliminar). Instituto
Jones dos Santos Neves, 1982.
ESPÍRITO SANTO. Coordenação Estadual do Planejamento; CARIACICA. Prefeitura Municipal.
Elaboração da Política de Desenvolvimento Urbano para o Município de Cariacica. Componente
C. 40. Dados Básicos sobre o Setor Econômico no Município de Cariacica (Versão Final). IJSN,
1985, p. 29. ROCHA, Haroldo; MORANDI, Ângela. Cafeicultura e Grande Indústria: a transição no
Espírito Santo – 1955-1985. Vitória: FCAA, 1991, p. 87.
SILVA, Marta Zorzal e. Mudanças socioeconômicas, governo representativo e governabilidade:
impasses nas arenas subnacionais – o caso do Espírito Santo. Revista Interface, ano II, nº 04, 1998,
p. 95-106.