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(Página 9)
Uma Revista Cristã - Grátis
Número 13
Esta revista é para distribuição gratuitae não pode ser vendida
ÍndiceO barômetro mente . . . . . . . . . .capaEditorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3As bem-aventurançasOs pobres de espírito . . . . . . . . .4
Libertação por meio do perdão . . .11
Seção para os paisA vida com um alcoólatra
Capítulo 11a . . . . . . . . . . . . . . .17
História bíblica:Sonhos com mensagens
especiais . . . . . . . . . . . . . .18
ReceitaBolo de cenoura . . . . . . . . . . . . . . .24
Seção para os jovensA busca do contrabandistaCapítulo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . .25
Seção para as criançasA casa do outro lado da cerca . . . .30Atividade para crianças . . . . . . . . .34 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Amor perdoador . . . . . . . . .Contracapa
Desenho da capa: Olive Studios
Conselho Diretor:Dale E. HeiseyDuane NislyMark YoderPaul SchrockNoah SchrockHugo ValverdeJesús VillegasSanford Yoder
EditoresDuane NislyTheodore Yoder
La Antorcha de la Verdad
Apartado Postal #15Pital de San CarlosCosta Rica, C. A.
Tocha da VerdadeCaixa Postal 241Boituva-SP-Brasil18550-970
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Impresso no Brasil pela Igreja Bíblica Anabatista com autorização expressa da Publi-cadora La Merced. Todos os direitos reservados
A PUBLICADORA LA MERCED é uma organização sem fins lucrativos que tem oobjetivo de divulgar o evangelho, de propagar a doutrina bíblica e saudável e de apresentar conselhos práticos para a vida cristã em países latino-americanos.
“É noite no mundo!”
A maldade tem nos envolvido com um grande manto de escuridão. Talvez nunca antes na
história se tenha visto um tempo como o nosso. A violência
e as guerras destroem a paz e
provocam temor. O alcoolismo, o vício das drogas e o vício do tabaco
matam mais pessoas que a
guerra. A imoralidade tem crescido a dimensões inacreditáveis. A AIDS se aproxima a
proporções epidêmicas. O divórcio desmoraliza homens, mulheres e crianças. O desequilíbrio
econômico tem dado lugar a uma terrível luta entre o egoísmo e a inveja. Até a re
ligião, em
grande parte, tem chegado a ser um labirinto de sectarismo, concorrência, com
ércio, escândalo
e doutrinas de homens.”
Encontrei essas palavras na primeira edição da “Toch
a da Verdade” de 1987. O editor
daquela época viu a escuridão no mundo… bastante escu
ridão. Isso me fez refletir sobre a atual
condição do mundo, 29 anos depois. Se havia escuridão
naquela época, quanto mais hoje em dia.
Depois, refleti sobre o que Jesus encontr
ou quando ele veio ao mundo. "O julgamento é este:
que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as
suas obras eram más” são as palavras de Jesus em João 3:19. O mundo daquela época
rejeitava a luz, porque amava mais as trevas. Já no t
empo de Jesus as trevas prevaleciam. Hoje,
parece que as trevas nos inundam como nunca.
Foi o desejo da Publicadora La Merced lançar a revista “A Tocha da Verdade”, pa
ra
servir de instrumento para combater as fo
rças das trevas que escravizam a humanida
de. A luz é
Jesus Cristo, o evangelho são as boas-nov
as que Cristo nos trouxe. “Queremos que A TOCHA DA
VERDADE encoraje aos que lutam contra a
maldade, promova a sã doutrina bíblica a
os crentes,
leve a luz aos que ainda andam em trevas e
glorifiquem a Deus, o “…Pai das luzes…” (Tiago
1:17).” Essa foi a declaração que indicava
o objetivo naquela primeira revista. Hoje, 2
9 anos
depois, perguntamos a nós mesmos: Quanto êxito tem tido
a “Tocha” em levar luz às trevas?
Temos podido realizar a meta que determi
namos? A resposta a essa pergunta só Deu
s sabe.
Porém a necessidade de difundir a luz é maior hoje do que nun
ca, e continua sendo
nosso desejo que Deus possa usar esta pe
quena contribuição para trazer a esperan
ça de luz a
um mundo escuro. Duane Nisly
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EE DD II TT OO RR II AA LL
“Bem-aventurados os pobres de es-pírito, porque deles é o reino dos céus”(Mateus5:3).
AsmultidõesqueescutavamessasbelaspalavrasdeJesusnomonteprova-velmente não entendiamque escuta-vamdoseupróprioCriador.ABíblianosdizemJoão2:24-25queJesusco-nheciaatodosequeelesabiaoquees-tavanohomem.
Tambémhoje,aonosacercarmosaJesuspararecebersuasinstruções,éim-portante entender que Jesus é nossoCriadorenãosomenteRedentor.SendonossoCriador,eleentendeatéomaisprofundodonossoser.EcomoReden-tor,eleentendeperfeitamenteacondi-ção depravada em que todos nosencontramosporcausadamaldiçãodopecadoemquetemosvividodesdenossonascimento.Maseletambémentendeperfeitamenteasolução,oqueéprecisoparasairdestacondiçãodepravada.
OsermãodamontanhaéumdosprimeirosdiscursosdeJesusemseumi-nistério público. Nessa ocasião, nãoperdeutempoparairdiretoaopontosobreanecessidadebásicadohomem.Suamensagemfoimuitodireta.
Jesus iniciou sua mensagem comestapalavra:“Bem-aventurados”.Qualéosignificadodessapalavra?Querdizer“muitofeliz”.Jesussereferiaaumafeli-cidadeprofundaepermanente,enãosomenteaumaexperiênciaemocionalmomentânea. Jesus estava falando deumafelicidadequenãodependedascir-cunstânciasdavida.Essafelicidadesig-nifica vitória constante sobre odesânimoeadepressão.Essafelicidadeéumadasnecessidadesprimordiaisdohomemetambémumadasmaisdifíceisdeobter.Todoserhumanoanelaessetipode felicidade,maspoucos sãoosque realmente a experimentam. Jesuspossibilitouessafelicidadeenosmostra
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Levi Martin
A sOs pobres de espírito
Mateus 5:3
Bem-aventuranças
aqualidadedevidaqueserequerparadesfrutá-la.
Paraalcançaressetipofelicidadeénecessário que sejamos pobres deespírito (Mateus 5:3). Porém, o quesignificaserpobredeespírito?Comopodemosnostornarpobresdeespírito?
Emprimeirolugar,vejamosoqueElesereferequandofaladeespírito.Oespíritonãoéumdoscincosentidosdocorpohumano;ouseja,nãosepodevernemtocar,esim,representaomaispro-fundo do nosso ser. No contexto deMateus5:3parecequeJesusestavafa-landodoespíritocomoaparteracionaldohomem.Éapartequenosfazsensí-veisenospermitecomunicarcomoEs-píritoSantodeDeus.Éapartesensíveldonossoserquenospermiteperceber,refletir, desejar e sentir.É a parte dohomemque lhe permite tomar deci-sões.Essapartedoserhumanodeter-minacomoeleédiantedeDeus.
Todosentendemososignificadodapalavrapobre.Opobreéoquecarecederecursos.Éumnecessitado.Apala-vraemgregoqueJesusutilizouaquiéptocós.Éamesmapalavraqueseusavaparamendigo.ÉamesmapalavraqueJesus usou para Lázaro em Lucas16:20-22. Em geral, o mendigo é omaispobreentreospobres.Assim,po-deríamostraduziressafrasedaseguinteforma:“Bem-aventuradosos[mendi-gos]deespírito”.
Nogeral,nóstemosumaatitudededesprezo em relação à pobreza.Nin-
guémquerserummendigo.Segundoaopiniãopopular,amendicidadenãoéconsideradanormal,muitomenosumavirtude.MasJesusnosdizaquiqueessaéumacondiçãonecessáriaparadesfru-
tardaverdadeirafelicidade,eparaen-trarnoreinodeDeus.
Comoéqueummendigoseatreveapedirajuda?Éporqueeleentendesuanecessidadee sabeque suaexistênciadependedoqueosoutroslhedão.Umverdadeiromendigopedecomhumil-dade e também com importunidade.Elesabequeverdadeiramenteprecisadeajudaecrêquemerece.Portanto,elepersisteatérecebê-la.
Porqueolhamoscomdesprezoàmendicidade? Porque estamos orgu-lhososdenossacapacidadedegerarre-cursosesuprirnossasnecessidades.Nãoqueremosdependerdeoutros.Apessoaquenãoconsegueproverparasimesmaéconsideradaincompetente.Oserhu-manocrêqueaindependênciaéuma
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virtude.NoevangelhodeLucasencon-tramos as palavras de Jesus de umaforma um pouco diferente: “Bem-aventurados vós, os pobres” (Lucas6:20).Nãocreioqueoqueestásendoensinadoaquiéqueacondiçãoliteraldemendigoouindigentenostrarábên-çãoefelicidade.Porsuavez,aquelequepraticamentenãotemnenhumrecursofinanceiro pode entender melhor osprincípiosdamendicância espiritual.Estessimsãonecessáriosparareceberasbênçãosespirituais.Muitasvezesten-tamosalcançarasbênçãosespirituaiscomamesmaautossuficiênciaqueem-pregamosnascoisasmateriais.Narea-lidade,aautossuficienciaéoprincipalobstáculo para as bênçãos de Deus.TemosquenosaproximardeDeuscomaatitudedeummendigo:“nãotenhooque necessito e dependo de ti paraobteroqueétãonecessárioparameuespírito.Não tenho outro recurso; oúnicocaminhoquemerestaémendi-gar.”TodorecursoespiritualtemquevirdeDeus.Portanto,tudoquerecebemoséporquetemospedido.Mastambémdependedaatitudecomquesepede.DeusdáaosqueElesabequerealmentesentemsuanecessidade.
QuandoosdiscípulosdeJesusvie-ramaele,suplicandoquelhesensinasseaorar,Jesuslhesensinouumprincípiode grande importância por meio deumailustração.Certohomemrecebeum amigo viajante à meia-noite. Oamigoestácomfome,masohomem
nãotemnadaparalhedar.Noentanto,estádisposto a ir adespertar aoutroamigoaessahoraerogar-lhecominsis-tênciaatéquelhedêpão.Jesusdissequeessaéaformaquesedevepedirparare-ceberaabundânciadoEspíritoSanto(Lucas 11:1-13). Dessa abundânciafalouJesusquandodisse:“Assim tam-bém agora vós tendes tristeza; masoutra vez vos verei; o vosso coração sealegrará, e a vossa alegria ninguém po-derá tirar. Até agora nada tendes pe-dido em meu nome; pedi e recebereis,para que a vossa alegria seja completa.”( João16:22-24).Ospobresdeespíritovivemumaalegriaquenenhumapessoanem circunstância pode tirar. É umaalegriaabundante.
Arealidadeéquetodoserhumanoénecessitado.Eletemumagrandene-cessidade da ajuda deDeus.O pro-blemaéquequaseninguémsabeoureconheceisso.Quantomelhorenten-dermos a grande necessidade quetemos,melhorpreparadosestaremospararogaraDeus“que, segundo a ri-queza da sua glória, vos conceda quesejais fortalecidos com poder, me-diante o seu Espírito no homem interior” (Efésios3:16).
Amaioriadaspessoasconfiaemsuaprópria religião ou nas “coisas boas”quefazemenuncareconhecemaneces-sidade de ser mendigos de espírito.TemosumexemplotípicodissoemMa-teus19:16-24.Essejovempensavaquepossuíaquase tudooquenecessitava
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parateravidaeterna.Elepensavaqueavidaeternasealcançavapormeiodeações.Jesusqueriaqueelechegasseaoponto em que pudesse depender deDeus,maselenãoquis.Emvezdisso,desejou seguir sua vida de autossufi-ciência.EmboraelefosseatéJesusembuscaderespostas,saiuconvencidodequenãonecessitavadaajudadeJesus.Aconfiançaemnossasriquezasmateriaisnoséumobstáculo.Assimtambém,aconfiançaquecolocamosemnossasri-quezasespirituaisnosservedeobstácu-los para entrar no reino dos céus. Acondiçãodemendigodeespíritoére-quisito indispensável para entrar noreinodoscéus.Senãoviermosaserde-pendentesdeDeus,nãohaveráentradaparanósemseureino.
Umbelo exemplodeumapessoamendiga de espírito se encontra emLucas7:36-50.Estamulherentendiasuagrandenecessidade.Elaerapeca-doraesabiaqueJesuseraoúnicoquepodiafazeralgoparamudarseuestado
deplorável.Estamulherentrounapre-sençadeJesuscomomulherpecadoraesaiudelácomseuspecadosperdoados.
JesuseraDeuse,aomesmotempo,homem.Comoserhumano,tinhaqueviveremcompletadependênciadeseuPai.Elenosdeixouumexemploperfeitodeummendigodeespírito:“Então, lhesfalou Jesus: Em verdade, em verdade vosdigo que o Filho nada pode fazer de simesmo, senão somente aquilo que virfazer o Pai; porque tudo o que este fizer,o Filho também semelhantemente o faz.Eu nada posso fazer de mim mesmo; naforma por que ouço, julgo. O meu juízoé justo, porque não procuro a minhaprópria vontade, e sim a daquele que meenviou” ( João5:19,30).Quandoen-frentavafortestentações,ofereciaaSeuPaioraçõesesúplicascomforteclamorelágrimas,sabendoqueEleeraoúnicoqueOpodialivrardamorte,efoiouvidoporcausadasuapiedade(Hebreus5:7).
EmMateus15:21-28vemosoutroexemplodeumamendigaqueexpôssuanecessidade.Essamulherviviaumasi-tuaçãoangustiosaemsuacasacomumafilhaendemoniada.EstavaconvencidadequeJesustinhaoqueeranecessárioparasalvarsuafilha.E,estavadispostaaseguirrogandoatéreceberoquene-cessitava,mesmoquefossecomparadacomumacachorrinha.Asmigalhasdamesadoseudonoeramsuficientesparasuprirsuanecessidade.
Bartimeutambéméumexemplodeumespíritodeummendigo(Marcos
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10:46-52).Eleeracegoenãoexistiase-gurosocialdogovernonaquelesdias.ÉprovávelqueasúnicasopçõesdeBarti-meu eram mendigar ou morrer defome.QuandoJesusseaproximou,Bar-timeumanifestouumespíritogenuínodemendigo que como resultado lheabririaaportaparaaquiloqueelebus-cava.Primeiro,buscoualguémquetemcondiçõesdelheajudar.Depois,expres-soucomclarezasuanecessidade.Tam-bémveio semvergonhae, aomesmotempo, com humildade. Finalmente,pediuváriasvezesdeformaimportuna,e em nenhummomento aceitou um“não”comoresposta.Bartimeubuscavaalgomuitomaisimportantequeodi-nheiro.Elenecessitavateravistarestau-rada,erecebeuoqueprecisavaporquesoubemendigar.
Todosnóstambémnosencontra-mosemumacondiçãodecegueiraes-piritualantesderecebera santidadeespiritualdeCristo.Nessacondiçãoéimpossívelverabelavidadeabundân-cia,avida livredaescravidãodope-cado e livre de relacionamentosquebrados.Assim,éimpossívelentrarem um relacionamento íntimo comnossoCriadorquenospermiteviversemtemoresepreocupações.Oh,quepudéssemossermendigoscomoBarti-meuenosaproximardeJesuseclamar:“Jesus,FilhodeDavi,temcompaixãodemim!”AssimJesusnosresponderá:“Quequeresqueeutefaça?”SeJesus
fizesseessaperguntaavocê,comovocêlheresponderia?
Estemundoseriamuitodiferentesetodos aprendêssemos a sermendigosemespírito.Amigo,qualéasuaneces-sidade?Coloque-sedejoelhoserogueaoDeusquepodecurá-lodeseuorgu-lhoeegoísmo.Elepodelivrá-lodoseuvício,daimpurezasexual,daidolatria,dasfofocasedascalúnias,dasbrigasecontendas,dosódiosedasamarguras,dasbebediceseglutonarias.Elepodetransformarasatitudesquecausamre-lacionamentosquebradoselaresfrag-mentados. Ele pode curar asenfermidades emocionais; os desâni-moseasdepressões,asangústiasedesi-lusõesdavida,etodaclassedeopressãodemoníaca. Aproxime-se de Deuscomoummendigoevocêserálibertodetudoaquiloquesempretentouven-cer mas não conseguiu. Aprenda osprincípiosdomendigoeDeusestarámais que disposto a ajudar você e atransformarsuavida.Eletiraráatris-tezacausadapelaescravidãodopecadoedaráavocêumaalegriapermanenteque ninguém pode tirar. E como sefossepouco,Jesusnosdaráamplaen-tradaemSeureino.“Bem-aventuradosos pobres de espirito, porque deles é oreino dos céus.”
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Ospescadoresescocesessetornaramprósperosdesdequecomeçaramapescaremáguasmaisdistantesdolitoral.Porém,ultimamente,sentiram-sefrustrados,poisdurantetodaumasemanaomautempo
nolitoraldaEscócianãopermitiaqueelessaíssemapescar.Asituaçãonãolhesagradavaemnada,umavezqueédapescaqueganhavamseusustentodiário.
Finalmente,umdiaamanheceucomocéuabertoecomomaremcalma-ria.Quediatãoidealparapescar!Noentanto,haviaumproblema.
—Obarômetroestámarcandocadavezmaisbaixo!,advertiuumdeles.Obarômetroéumdispositivoquemedeapressãodaatmosferaeajudaapreveroclimadosdiasseguintes.
—Obarômetro!,resmungouumjovem.Porquenospreocuparmoscomobarômetro?Qualquerumpodeverqueéumdiaexcelente.
—Masobarômetroestámarcandomuito,masmuitobaixo,respondeuumvelhopescador.
—Obarômetromente,disseramváriosjovensencorpados.EramjovensrobustosessespescadoresdopequenoportodolitoralorientaldaEscócia.Eleshaviamlutadomuitasvezescontraastempestades.Ficaremcasaen-quantobrilhavaosolsomenteporcausadobarômetro?Jamais!
Omurmúrioaumentavaesoouumgritoderebeldiaentrealgunsdosjo-venspescadoresenquantocolocavamumdosbarcosnaágua.Existiaumaregradesdemuitosanos:Sesaiumbarco,todossaem.Assimfoiquerapida-mentetodasasembarcaçõesiammaradentro.Umpescadorexperienteobser-vavaumafaixadebarcosqueseformavasobreaságuasazuisdomar.Combraçosmusculosososhomensremavamfazendoavançarcomrapidezaspe-quenasembarcações.
—Éumalindacena,disseoveterano,balançandoacabeçacomtristeza.—Porémnãoregressarãodojeitoqueforam.
Porvoltadomeio-diacomeçouasentir-seumabrisaelogoocéuseescu-receu.Rapidamentedesencadeounomaresobreaterraomaisfortefuracãoquejamaishaviatocadoaquelelitoral.Árvoresgrandesforamdesarraigadaseostetosdascasasarrancaspelofortevento.
E,oqueaconteciamaradentro?Poucasembarcaçõessobreviveramàtem-pestade.Perderam-semaisdecempescadoresdaqueleporto.Nãohaviacasa
O barômetro mente (capa)
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ondenãosechoravaamortedealgumentequeridoquehaviasaídocomtantacoragemnaquelamanhã.Aincredulidadeoslevouasofrerasconsequênciasfataisdesuadecisão.Poroutrolado,nãotãodistante,ospescadoresdaaldeiadeBerwichcreramnaindicaçãodobarômetro.Delánãosaiunenhumbarco,enãoseperdeunenhumavida,porquecreramnobarômetro.
ObarômetrodeDeuséaBíblia,enelalemosascondiçõesfuturas.ElafaladabrevevoltadoSenhorJesusCristo.RevelaqueosqueotêmrecebidocomoseuSalvadorjáestãopreparadosparaser“arrebatados…para o encontro
do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sem-pre com o Senhor” (1Tessalonicenses4:17).
APalavradeDeus,comobombarômetro,tam-bémadverteacercadetemposdifíceisquevirãosobreosincrédulos.Dizquehaverá“sobre a terra,angústia entre as nações… haverá homens que des-maiarão de terror e pela expectativa das coisas quesobrevirão ao mundo” (Lucas21:25-26).
Ospescadoresescocesesnãoderamatençãoàprevisãodobarômetro.Prevaleceuoseuprópriocritérioeperderamavida.Hoje,muitosnãodão
atençãoaoqueaBíbliarevelasobreoSenhorJesus,aquelequedisse:“se nãocrerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” ( João8:24).
Foiumdiatristeparaosescocesesqueperderamaquelesentesqueridosquenãoobedeceramàadvertênciadobarômetro.QuediamaistristeaguardaaoqueserecusacrernaPalavradeDeus.“Assim digo para que ninguém vosengane com raciocínios falazes” (Colossenses2:4).
Nãoseesqueçaque"nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haverDeus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1João4:9).DeponhasuaféagoranoSenhorJesusCristo,oúnicoSalvador,eassimvocêteráumrefúgiosegurocontraatempestadedejuízoquecairásobretodoincrédulo.
“Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém re-belde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”( João3:36).
Extraídode:Cristales de luzUsadocomautorização
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QuandoentregueiaminhavidaaoSenhorJesus,percebiquetinhamuitoqueaprenderem
relaçãoàvidacristã.Minhavidainteriorestavacheiadepecadosqueeuhaviaco-metidocontraDeusecontraoutraspes-soas.Deus começou a tocar aminhavidaemerecordardessasofensaspassa-dasparaqueeupudessebuscaroperdãodemeussemelhantes.
Foi assim que um dia eu saí dis-postoaserhumilhadoporumamulheraquemeuhaviafeitomuitomal.Tam-bém estava decidido a pedir perdãopelamápessoaqueeutinhasidocom
ela.Eutinhavividoemuniãolivrecomessa mulher e a havia tratadomuitomal.Tínhamosnostornadoinimigos,eaúltimavezquenosvimoselametra-tou muito mal, usando palavrasgrosseiras.
AntesdeconheceroSenhorJesusCristo,eunãosabiapedirperdãoanin-guém.Issonãofaziapartedemim.Eusósabiafazeromalenãomeimportavamaltratar aos outros. Mas agora quetinhaentregadoaminhavidaaDeus,euestava aprendendo apedirperdão e aperdoaraosquemefizerammal,porqueassimmeperdoouDeus.
Libertação por meiodo perdão
Neste número, retomamos a história do irmão Omar. No volume 1, nú-mero 8 da “Tocha da Verdade”, publicamos a primeira parte do seu testemu-nho, intitulada: “Os dois Ranger”. Deus começou a tratar com Omar quandoele morava na montanha sozinho com seu cão. No número seguinte da “Tochada Verdade”, o número 9, publicamos como Omar teve o seu encontro com oSenhor Jesus como Salvador da sua vida. Mas esse foi só o começo. Quandonos entregamos a Deus, e aceitamos sua vontade em nossa vida, ele se en-carrega de purificar-nos para sermos um vaso útil em suas mãos. O perdãode Deus, quando chega a nossa vida, deve impulsionar-nos a perdoar o pró-ximo. Também deve humilhar-nos de modo que busquemos àqueles a quemtemos ofendido para corrigir nossas faltas. Acompanhemos por um momentoo nosso irmão Omar em sua procura de perdão.
Escutemos as palavras do irmão Omar:
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Aomeaproximardacasadamulher,comeceiasentirmedo.Sabiaquenãomereciaoperdãoequeprovavelmenteelamedesprezaria.PediaDeusqueelesolucionasseoproblemaequeaspala-vrasqueeudissessenãofossemminhas,esimqueseuEspíritoSantoasfalasse.
Portanto,emseunomemeapresenteidiantedela.Quandoelaveioàporta,eudisseaelacomveztemerosa:
— Eu venho hoje pelo seguinte:Estouarrependidoportodaamaldadeepecadoqueeucometi,evenhopedirperdãoavocêpelosdanosqueeulhefizquandovivíamosjuntos.Perdoa-mepor
tersidotãomaucomvocê.Perdoa-mepornãoteracreditadoemvocê,porterameaçadovocêdemorteeporterne-gadoomeuprópriofilho.Comovocêsabe,minhavidanopassadoeramuitomá.Eusempredescontavaemquemnãomerecia.Evocêfoiumadessaspessoas
emquemeudes-contava.Perdoa-me.Agoraestouaqui somentepela graça deDeusepeloqueeletemfeitoemminha vida. Eletem feito umagrandemudançaem minha vida.Tenho recebidoemminhavidaoperdãodeDeuseestou arrepen-didopela formacomoeuvivianopassado. Deus,em sua grandemisericórdiamechamou e agora
sou seu filho. SeufilhoJesusCristomorreupormeuspe-cadosepagouporeles,eassimtenhore-cebido o perdão de Deus em minhavida.
A mulher escutou atentamente;quasenãopodiacrernoqueestavaescu-tando.Depoisdeumtempo,eladisse:
—Issonãoéfácilparamim;você
sabe.Mas,quebomquevocêsearrepen-deu!Eu te perdôo,Omar.Emais, eutambémqueropedirperdãoavocêpor-queeumecomportavatãomalquantovocê. Quantas vezes eu não ofendiavocê?Desejava a suamorte, e disse avocêmuitascoisasfeias.Perdoa-me.
Sentiumgrandealíviodepoisdeterfaladocomela.Finalmentesentiacons-ciência limpa.Jamaisesperavaqueelatambémmepedisseperdão.Queinacre-ditável!Que libertação senti emmeucoraçãopor ter reconhecidomeupe-cadoeporperdoá-latambém!Mas,aorefletirdepois,sentiquedeveriapedirperdão também a toda a família. Euhaviapecadocontraasuafamíliatam-bém.Quandofuimedesculparcomafamília,todoseles,umporum,meper-doaram.Quegrandealíviosenti!Quealegriaepazsentiameucoração!Queli-bertação de espírito experimentei na-quelesmomentos!GraçasaDeus,tudosaiuaindamelhordoqueeuhaviape-didoemoraçãoaDeus.
Saícomocoraçãocheiodealegriaeagradecimentopeloperdãoque tinharecebido.Meucoraçãotransbordavadepazealegria.VolteiparaacasadandograçasaDeusporsertãobondosoco-migo,euquetinhasidotãomau.
Porém,tinhaalgomaisnessavisitaquemecausougrandealegria.Senti-metãofelizporquepudeveromeufilhoEstêvão.Meufilhinhojátinhaquatroanos,masfaziamuitotempoquenãonosvíamos.Nãopodiairvê-loporque
suamãeeeuéramosinimigoseelanãomepermitia.
Nessa primeira visita, meu únicopropósitofoipedirperdãoàmulher.Eunão tinha direito a nada mais. Aomesmotempo,semprepediaaDeusemminhasoraçõesquedealgumamaneirapudesseterumaaproximaçãocomEstê-vão.Apesar de não ter amenor ideiacomo,euqueriaserumbompapaieumbomexemploparaeleseguir.MasdeixeitudonasmãosdeDeus.Euestavadis-postoaaceitarasuavontade.
Doisdiasdepois,tivequepassarporessemesmocaminhooutravezporqueia comprar uma vaca. Eu pensei:Quandopassepelacasa,gostariadeen-trarnovamenteparaverEstêvão.Seriauma boa oportunidade. Certamente,Deusmecolocounessecaminhoparaquevoltasseavê-lo.Masquandopasseiemfrenteacasanãopudeverninguémnaporta.Decidiesperaratéoregresso.
Maistarde,quandoregressavacomavaca,encontrei-mecomumirmãodaigrejapoucoantesdechegarnacasadomeufilhoEstêvão.Fiqueiconversandocomeleporumtempo.Mas,enquantoconversávamoseuolhavaemdireçãoacasaenoteiquealguémsaíacomfre-quênciaparamever.Saíacorrendoede-poisentravarapidinhoedavarisadas.QueemoçãosentiaosaberqueeraEstê-vão!Eusentiasegurançadequeeraomomento que Deus tinha preparadoparaeuentraroutravez.
Quando me despedi do irmão,
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aproximei-meda casa umpouconer-voso.Pareiocavaloemfrenteacasaedescidocavalo.
— Boa tarde; chamei com voztemerosa.
AavódeEstêvãosaiudecasaparameatenderjuntocomele.
—Podemmedarumcopod’água,porfavor?,pergunteicomtimidez.
—Sim,claro,medisseaavó,efoitrazeraágua.Elametrouxeaáguaeco-meçamosaconversar.Comomesentiquando Estêvão também falava co-migo!Eulhefaziaperguntaseelemerespondia.
Conversamosumbomtempo,massenti que seria melhor não ficar pormuitotempo.Deiamãoaomeufilhoemedespedidele:
—Tchau,Estêvão.—Tchau,respondeuomenino.Suaspalavrasmealegrarammuito.
Depoiseudisseatodos:—Euvoltarei.— Sim, está bem, disseram eles.
Sentiumgrandealívioaoescutarestaspalavras.Pareciaqueascoisasestavamseajeitando.
Depoisdealgunsdias,tivequepas-sarpelacasadomeufilhooutravez.Eulevavaalgunscavalos,eentreiparavisitá-losnovamente.Outravezmereceberambem.Meucoraçãoexplodiadealegria.Noteiqueomeninonãoestava.Entãolhesperguntei:
—OndeestáEstêvão?—Ele está brincandono bosque,
respondeu sua mãe. Enquantoconversávamos,me alegreide verquemãedeEstêvãoeaavónãometratarammal.Momentosdepois,amãechamouaEstêvão:
—Vem,Estêvão.Alguémquervervocê.
RapidamenteseouviramospassosdeEstêvãoquevinhacorrendo.Aomever,mostrouumgrandesorriso.Eusentitantaalegriaaosaberqueelemeacei-tava.Passamosumtempomuitoagradá-vel, conversando juntos. Era ummomentomuitoespecial,ealémdisso,sentigrandealegriaempodertestificar-lhesdoquemeuSalvadorhaviafeitoemminhavida.
—Estêvão,disseeu,dirigindo-meaomeu filho—não gostariade vir aminhacasanopróximodomingo?Euviriabuscarvocêacavalopelamanhãelevariavocêatéaminhacasa.Depoisle-variavocêaocultonaigrejaondeeufre-quento.Eugostariadelevarvocêdepoisatéacasadopastor.Eletemmuitosani-maisquevocêgosta.Oquevocêacha?Vocêvaivircomigo?Oqueasuamãediz?
Estêvãoseemocionoumuito.Mas,queamamãeiriadizer?Teriaelaacon-fiançadedeixarseufilhosaircomigotãopoucotempodepoisdetermosnosre-conciliado?Olheiparaelaeperguntei:
— O que você diz sobre essaproposta?Deixariaeleircomigo?
—Claroque sim;me respondeu. —Nãoháproblemaalgum.
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Depoisperguntou:Nãogostariadeachegar-seàmesae
comeralgo?—Estábem,respondi,—obrigado.Comemosjuntosàmesa,meufilho
eeu.Euquasenãopodiaacreditar.Sen-tia que era um grandemilagre amu-dança ocorrida depois que eu haviareconhecidomeumal.Naqueledia,che-gamosaumacordo.Eubuscariameufilhonodomingopelamanhã.Logo,medespedicomgrandealegrianocoração.
Espereiodomingochegarcoman-siedade.Finalmentechegou.Levantei-mebemcedonessedia.Depoissaíparapreparar os cavalos. Um para mim eoutroparameufilho.Depois,às8:00damanhãfuiatéacasaondeEstêvãomo-rava.Quandocheguei,eleestavaprontoeesperando.Aodescerdocavalo, suamãemedisse:
—Omenino já estavapensandoque você não ia vir. Já estavaimpaciente.
—Comoqueeunãoiavir?DisseaEstêvãocomumsorriso.Maséhoradepartir, porque vamos chegar tarde aoculto.
Quandochegamosàigreja,ocultoestavaparacomeçar.Osirmãosdaigrejanoscumprimentaramcommuitaalegriaaoverqueeulevavacomigoomeufilho.OcultofoimuitoespecialeeusentiqueDeusestavameenchendodebênçãos.EulouveiaDeuspelasmuitasmaneirasem que estavame abençoando, e porpoderadorá-lo juntamentecomos ir-
mãosemeufilho.Depoisdedespedir-nosdosirmãos,
fomosatéacasadopastor,quenoscon-vidouparaalmoçarjuntocomasuafa-mília. Ele tinha uns animais na suafazendaeeutinhaprometidoaEstêvãoque iríamos vê-los. Ele se emocionoumuitoaoverosmacacosbrincandoeasserpentespresasemumagaiola.Tam-bémensineiaeleatirarfotosdosani-mais.Depoisdeverosanimais,virouparamimemedisse:
— Papai, sabe quais animais eugostomais?Eugostomaisdosbezerri-nhos.Sãotãolindos.
—Oalmoçojáestáservido,eraaes-posadopastorquechamava.Todosnósentramosnacasaeopastornosdirigiuemoração,dandograçaspelacomida.Logo,nossentamosàmesaedesfruta-mosdeumaboacomida.EupudenotaroquãocontenteestavaEstêvãonaqueleambiente.
—Vamosverogado,disseEstêvãodepoisdo almoço.—Euquero ver ogado.
Montamos nos cavalos e saímospelaspastagensparaverogado.Estêvãoficou encantado com os animais. Atardesetornoucurta.Logotivemosqueretornaràcasadopastor.
—Temosqueir,disseaEstêvãoaochegarnacasa.
— Ah, não papai, não quero irainda!Queroajudaraordenhar.Queroordenharasvacas.
—Masvocênãosabeordenhar;eu
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disseaEstêvão.—Comovocêvaiorde-nharsenuncafezissoemsuavida?
—Maspapai,sim,euconsigo.Eusei ordenhar.Me trazumbalde eumbarbanteparavocêver.
Quando trouxeram as vacas paraseremordenhadas,eufuicomEstêvãonasalaparaordenhar.Amarreiumvacaparaele,dasmaismansaseamaissuavepara ordenhar. Estêvão se sentou emumabanqueta e começou a apertar obicodopeitodavaca.Comdificuldadetirou uns pingos de leite. Aomesmotempoinsistia:
—Euconsigo,euconsigo.Meutrabalhoédomaretreinarca-
valos.Eutinhafeitounstrabalhosparaopastorcomseuscavalos.Estêvãoes-tavamuitoemocionadoe,quandodei-xouavaca,disseaopastor:
— Eu quero vir ajudar meu paiquandoamansaoscavalos,osmacacoseasserpentes.Eugostomuitodetodososanimais.
Opastorcomeçouariremedisse:—Essemeninoémuitointeligente.
Elepodechegarasermuitobomcomosanimais.Seriabomquelhedesseaoportunidade.
—Elegostadasmesmascoisasqueeugostavaquandoeueracriança,disseaopastor,pensandonosmuitosaspectosemquemeufilhosepareciacomigo.
Atardejáestavaterminandoelogotivemosquesair.
—Vamosfilho.Jáestátarde.Outrodia regressaremos com mais tempo.
Montamosnoscavalosefomosembora.Essedianospareceutãocurto.Estêvãoficouencantadocomaexperiênciaefoimaravilhoso paramim como seu pai.Chegamosàsuacasaeoentregueiàsuamãe.
—ComosecomportouEstêvão?,perguntou-meela.
—Muitobem,respondi.—Passa-mosmomentospreciososhoje.Faleparasuamãeoquefizemoshoje,Estêvão.
Elecomeçouacontaraelatodasasexperiênciasdodia.Faloudocultopelamanhã,doalmoçonacasadopastoredosanimais.
—Tireifotosdetodososanimais,anunciouatodos.—Medeixaramor-denharumavaca.Fizemosummontãodecoisashoje!Euquerovoltar.
Eu me despedi com um alegreadeus.Combinamosquevoltarianodo-mingoseguinteparalevarmeufilhoaocultonovamente.
Aoregressaraminhacasa,fiqueipen-sandoemtudooquetinhaacontecido:Agora tenho um compromisso aindamaiorcomDeus.Estêvãoémeufilhoeeutenhoqueensiná-lodooamordoSe-nhorJesusCristo.“Obrigado,Deus,porconceder-me o perdão; pela liberdadequesintoaoreceberoperdãodapessoaquetinhaofendidotanto.Obrigado,meuDeus!Nãohánadacomoaliberdadequesintoporsaberquetenhosidoperdoadoequepossoperdoar.Amém.
—Omar
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Osfilhosdeumpaialcoólatravivemnumambienteproble-mático.Asregrasdavidanão
sãológicas;oqueseexigenumasemanapodesermuitodiferentenapróxima.Ascriançasnuncasabemquandoalgumco-mentárioinocenteproduziriaumata-
quedeira.Aviolênciaexplodeinespe-radamenteetalvezelessejamcastigadasinjustamente.
Qual é a nossa parte como mãesnestecenário?Comopodemosajudar?Comoenfrentarainjustiçaeasregrasquemudamconstantemente?
Vocês e seus filhos
A VIDA COM UM ALCOÓLATRA
Capítulo 11a
SEÇÃO PARA OS PAIS
17(Continua na página 20)
SONHOS COM MENJosé é
DepoisqueJacóvoltouparaaterradeCanaã,seufilhomaisnovo,Benja-mim,nasceu.AgoraJacóestavacomdozefilhos.DetodososfilhosdeJacó,Joséeraomaisquerido.EleamavaJoséporqueeraofilhodeRaqueleporqueeraofilhoquenasceraquandoelejáestavamaisidoso.Josétambémeraumbomfilho,fieleatencioso.JacófezparaJoséumatúnicaespecial,umsinaldesuapreferênciaporJosé.Porcausadisso,seusirmãosmaisvelhosficaramcommuitainveja.
UmdiaJosédisse:—Voulhescontarumsonhoquetive.Sonheiqueestávamosnocampo
atandofeixesquandoderepentemeufeixeficouempéetodososseusfeixesseinclinaramparaomeu.
Seusirmãosresponderam,zombandodele:—Vocêachaquevaidominarsobrenósequeiremosnosabaixardiantede
você?PoucosdiasdepoisJosédisse:—Sonheinovamente.Destavezosol,aluaeonzeestrelasvieramesein-
clinaramperantemim.AgoraosirmãosdeJoséoodiarammaisdoquenunca.Nãoqueriamfalar
direitocomele.MasopaidelespensoubastantenoqueJoséhaviacontado.CertodiaosirmãosdeJoséestavamcuidandodosrebanhosbemlongede
casa.JacópediuqueJoséfosseversetudoestavabemcomeles.QuandoosirmãosdeJoséoviramchegando,disseram:—Olhem,lávemosonhador.Vamosmatá-lo.MasRúbentevedódeJoséeconvenceuosoutrosajogá-lonumburaco
quehaviaperto.Elepretendiamaistardetirarseuirmãoeolevarparaopai.Estavamsentadosparaalmoçar,quandoumgrupodecomerciantesmidia-
nitasseaproximou.OsirmãosresolveramvenderJosé,seupróprioirmão,porvintemoedasdeprata.OscomercianteslevaramJoséparaoEgito.Comosepodeimaginar,eleficoumuitotriste.
Então,osirmãosmataramumcabritoepassaramosanguenatúnicaespe-cialdeJosé.QuandoopaiJacóviuatúnicasujadesangue,pensouqueJoséti-vessesidomortoporumanimalselvagem.ElechoroumuitoporJosé.
Gênesiscap.37
HISTÓRIA
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SAGENS ESPECIAISvendido
1. Quem tinha uma túnica de muitas cores?2. Por que os irmãos de José o odiavam?3. O que eles fizeram com José?
Usado com permissão de: Christian Aid Ministries, Berlin, OhioDo livro: 101 Histórias Bíblicas Favoritas © 1994
Livro completo disponível no site www.LMSdobrasil.com.br
BÍBLICA
José é vendido por vinte moedas de prata.
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“Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra per-versa” (Tiago3:16).
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Pensoquecumprircommeupapeldemãeeratalvezatarefamaisdifícilqueeuteriacomoesposadeumalcoólatra.Lavarospratosea roupaafetamuitopoucoobem-estarespiritualdenossosfilhos.Odinheirodesapareceenãolevaconsigonenhumvalorespiritual,masasalmas dos nossos filhos viverão parasempre.Qualquer oportunidade bemaproveitadapodedeterminarodestinoeternodosfilhos.
Depoisderenovaromeupactocomo Senhor, preocupei-me de imediatocom a minha família. Na livraria danossa igreja procurei bons livros parausarnasoraçõesfamiliaresdiáriascommeus filhos. Encontrei apenas algunsbons livros. No entanto, uma amigamuitoqueridacomprouparamimumlivrodemeditaçõesdiáriasdoqualmeusfilhos desfrutaram muito. Os rapazesnãoqueriamapenasaleituradeumapor-çãodiária;devialerváriasporçõesacadadia.Alémdisso,elesgostavammuitodashistóriasdeDavi,José,DanieletambémdeJeremias,asquaiseuliadiretamenteda Bíblia. Nesta época começamos aagradecerpelasrefeiçõesantesdecomer,fazendoumaoraçãosimplesecurta.
Quandocomeçamosa frequentarumaigrejapequenamaispertodenossacasa,osrapazesdevoraramoslivrosqueencontravamnalivrariadessaigreja.Semesobrassealgumdinheiro,eucom-pravalivroscristãosnovosqueseencon-travamàvendanosupermercadoondeeu fazia as minhas compras. Quase
todasasnoites,Leonardochegava-seamimcomum livroemepediaqueolesse.
Estestemposdeleitura,alémdedarinstruçõesquetiveramumvalorespiri-tual,tornaram-seúteisdeoutromodo.DepoisqueKeithcomeçouaassistiràescola,oseuprogressorápidonaleituramesurpreendeu.Eulhepergunteiondehavia aprendidoaspalavrasque reco-nhecia,eelemerespondeu:
—Mamãe,euapenasobservobemquandoasenhoralêparanós,equandoencontroumapalavraquenãoconheço,descubrooseusignificado.
Estassessõesnoturnasdeleituraaca-baramquandoEugêniotrouxeumate-levisãoparacasa.Eueracontraaentradadeumatelevisãoemnossolar,massabiaqueseodissessecomfirmeza,Eugênioreagiriaeoresultadoseriaocontrárioaoqueeudesejava.Então,emvezdeargu-mentar,apliqueioutratáctica.
QuandoEugênioanunciouqueiacomprarumatelevisãonaquelefinaldesemana,eulhedisse:
—Eunão voume opor,mas simvoupediraoSenhorqueofaça.
Eassimofiz.NãoseiqualmétodooSenhorutilizouparadetê-lo,masaver-dadeéquenessaocasiãonãoapareceunenhumatelevisão.
Apósseismeses,Eugêniovoltouaanunciarasuaintençãodecomprarumatelevisão.Dessaveznãolhedissenada,maspediaumasamigasqueorassemco-migoacercadesseassunto.
Desta vez, Eugênio acabou com-prandoatelevisão.Jáquenãohaviafal-tadofédanossaparte,euconcluoqueoSenhortinhaassuasrazõespelasquaispermitiuaEugêniocomprarotelevisor.ÉverdadequeEugênioouviaamensa-gemdoevangelhomuitasvezesatravésdestemeio.
DepoisdamortedeEugênio,eumedesfiz da televisão, já quenão encon-travanenhumproveitonele.
Alémdaresponsabilidadedenutrirosfilhosnavidaespiritual,aesposadoalcoólatraenfrentaumobstáculoemre-laçãoàsatitudesdosfilhosparacomseupai. Os filhos percebem o estado deânimodeseuspais.Nossomaiorensina-mento se dá nos momentos quandomenospensamos.Semostrarmosamor,honraerespeitoparacomonossoma-rido,émuitoprovávelquenossosfilhosnosimitem.
Para que os filhos compreendamquedevemamar,honrarerespeitaropaiqueosmaltrata,éprecisoqueprimeirovejamnamãeumexemplovivoedigno.Eladevedaroexemplodeamor,honraerespeitodiantedoabuso,tantoverbalcomofísico,sepretendequeosfilhosfaçamomesmocomseupai.
Eutenhoenfrentadoasfrustraçõeseosaborrecimentosdemeusfilhoscau-sadospelo víciodeEugênio.QuandoEugênioseencontravaembriagado,comasuamentedistorcida,algumasvezeseleacusavainjustamenteouosdisciplinavafisicamentedeformasevera(algoque
nuncafaziaanãoserqueestivesseem-briagado). Nesses casos eu tinha queatuarcomomediadora.
“Mas,porquê?”poderiamepergun-tar.“Porquehonraropaiqueabusademim? Será que Deus espera isso demim?”
Sim,eleesperaissodevocê.Honraa teupai e a tuamãe (Êxodo20:12).Deusnãodisse:“Honraateupaiseeleédecenteeamável”.OSenhornãoco-locanenhumalimitaçãoaoseumanda-mento.Paulorepeteestaobrigaçãoemsuasepístolas(leiaEfésios6:2).
Porqueosnossosfilhosdevemhon-rarumalcoólatraquesegundoomodohumano de pensar não merece ne-nhumahonra?Simplesmenteporqueeleéo seupai.OprimeiromandamentoqueoSenhordáaosfilhoséquehonremosseuspaisqueforamcolocadosemseulugarporDeus.
Numcapítuloanterior,eumencioneiocasodomeufilhoLeonardo,quandoelenãomeacompanhoucertodomingoaoculto,porqueEugênioofereceu-lheaalternativadeficaremcasa.Reconhecinessemomentoquemeumododeen-frentar a situaçãopoderia fazer adife-rençanodestinoeternodemeufilho.
Oreimuitosobreesteassunto,eoSenhortrouxeasoluçãoàminhamente.Nãopoderiameoporàautoridadedemeumarido,masdeveriaabordaroas-suntodeoutromodo.Umdia,quandomeencontreisozinhacommeufilho,eulheexpliquei:
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—Leonardo,euseiquePapaidisseavocêquenãoteriaqueiraocultosenãoquisesse,maseuesperoquevocêmeacompanhenapróximavez.
Quandodeciditratardestasitua-çãoolhandodestepontodevista,tam-bémresolviorarfervorosamenteparaque Deus tocasse o coração de meufilho,eesteobedecesse.Leonardocon-tinuouassistidoaoscultosatéqueche-gou à idade na qual comprou seupróprioautomóvel.
Tal formade abordaros conflitosnãoterásucessoamenosquesetenhaganhadoorespeitodeseusfilhosatravésdosanosdedisciplinacoerente.
Aoraçãoéindispensávelnahoradeenfrentaroatritoproduzidopeloálcool.Devemosorartantopornossosfilhoscomopornossomarido.
Os jovens seguirão o exemplo deseupaialcoólatraouescolherãocami-nharnospassosdesuamãe?Euliumditadonessesanosquemeentristeceuocoração: “Os jovens amarão suamãe,masseguirãoseupai”.Dupliqueiasmi-nhasorações,masnomeucasoestedi-tado se mostrou verdadeiro por umtempo.AindarogoaoSenhorpelasal-vaçãodedoisdemeusfilhosqueandamdesencaminhados.
Devidoaeuacreditarnoprovérbioantigo: “A preguiça é a oficina dodiabo”,procureimanterosmeusfilhosocupados,eespecialmentenosmesesdeverão. Enviava-os a trabalhar com ashortaliças,alavarasroupas,acozinhar
eaempacotarosalimentos.Emtodocaso,Paulodisse:Sealguémnãoquisertrabalhar,nãocomatambém(2 Tessa-lonicenses3:10).Paulonãolimitaestemandamentosomenteaosadultos!
Atéodiadehoje,quandoaminhafamíliasereúneealgunscomeçamaper-turbar,logoprocuroalgumacoisaparafazerem.Oshábitosantigosdificilmentemorrem!
Denisgostavademeajudarnacozi-nha.Podiaassartortasdemaçã,biscoi-tos e bolos. Além disso, fazia umasobremesademaçã.Tornou-setãobomchefedecozinhaqueficouencarregadodefazerasbroasdefarinhadetrigoparaocafédamanhãdos jovensenquantoacampavam.Euestranhava-omuitodu-ranteapreparaçãodasrefeiçõesquandoDenisseausentavaporalgummotivo.
Ascriançasgostavamdemeajudara preparar a massa para o pão. Emaaprendeuafazeropãodesdeocomeçoatéofinal,efrequentementeosrapazespreparavamparamimamassaantesdesairparaaescola.Elessabiamaquanti-dadedeáguamornaquedeviaseracres-centada, as medidas de fermento, aquantidadedeaçúcar,desaleamanteigaque se misturavam na panela. Então,acrescentavam a farinha e amassavamtudocomumacolherdepau.Quandoterminavam de amassar, colocavam atampaeeuterminavamaistarde.
Eutambémmeesforceiemensiná-lossobreterresponsabilidades.Osnos-sosrapazeseramosúnicosdisponíveisna
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comunidadeparacortaragrama.Geral-mentecabiaaelescortarváriosgramadosao mesmo tempo. Estes trabalhos ti-nhamqueserterminadosantesqueelespudessemdispordealgumtempolivre.
Denisgostavadetrabalharcomashortaliçasemuitasvezesajudavaalgu-mas viúvas na comunidade com suashortaliças.
Há pouco tempo, Leonardo medissequegostariaqueeutivesseinsistidoparaqueeleseconomizassemodinheiroqueganhavamcomostrabalhosquefa-ziam.Eledissequecertamenteteriamre-clamadonomomento,masqueagoravêovalordeterohábitodeeconomizar.
Porquemeus filhosnãoaprende-ramaeconomizar?Nãoestoucertadeporquepasseiporaltoestavirtude.Tal-vezme encontrassemuito cansada aoenfrentar outras coisas que pareciammaisimportantes.Noentanto,agorare-conheço que os resultados teriam re-compensadooesforçoadicional.
Emmaiode1974,ocorreuumasi-tuaçãodifícilquedeuaosmeusfilhosaliberdadedeescolheroseupróprioca-minho.Meupaisofreucomumagan-grena no pé direito e estevehospitalizadodurantedezesseissemanasnoHospitaldaUniversidadedaVirgi-nia, em Charlottesville. Fizeram-lheduasamputaçõesnopénesseperíodo.ComoeueraaúnicafilhaquevivianaVirginia, sentiquedevia ajudarmeuspaisquandosurgiuestacrise.
Visto que minha mãe não podia
ficar sozinha em casa, eu coloquei deladoosmeusafazeresparacuidardela.AavóCrider(amãedeEugênio)aindavivia emnossa casa, epodia cozinharparaminhafamíliaenquantoeuperma-neciacomminhamãe.Airmãdomeupaiajudavaemalgunsfinsdesemana,eistopermitiaqueeufosseparaminhacasaporumoudoisdias.MaisadianteaminhairmãveiodaPensilvâniaparaficarcomanossamãeporváriassema-nas,edepoisumasobrinhanossadede-zesseis anos veio cuidar dela até quecomeçouoperíodoescolar.
Nestassemanasdeminhaausência,osmeusfilhosficaramsemsupervisãoporlongosperíodosefizeramoquelhesvinhaàmente.Experimentaramváriostiposdecoisasruins:oálcool,aimora-lidade e as drogas.Aminhapresençacontínuatalveznãotivesseprevenidooresultadofinaldestasações,masestoucertadequeaminhaausênciaacelerouacaída.Creioqueosmeusfilhosjáesta-vamumtantoenvolvidosemhábitosin-devidos antes da ida de meu pai aohospital,masafaltadesupervisãoabriua porta para ummaior envolvimentonessascoisas.
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(Continua no próximo número.)
RECEITABolo de cenoura
2 xícarasdeaçúcar11/2 xícarasdeóleovegetal4 ovos2 xícarasdefarinha2 colherzinhasdebicar-
bonato
2 colherzinhasdecanela1 colherzinhadesal2 xícarasdecenouraralada
Modo de preparo:
Ingredientes:
Mistureo açúcar eoóleo.Acrescenteosovosebatatudomuitobem.Mistureemoutraparteafarinha,obicarbonato,acanelaeosal.Despejeasegundamisturanaprimeira,emis-turebem.Porfim,acrescentepoucoapoucoacenoura.Despejeamassaemumaformauntadaeleveaofornoporumahoraa150ºC.
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SEÇÃO PARA OS JOVENS
Capítulo 4
—Léo!Léééé-oooo!Léééé-oooo!OprantodeangústiadasenhoraDonadoferiaoscoraçõesdaquelesqueesta-vamreunidosforadacasadafamíliaDonado.
—Léééé-oooo!—choravaelacadavezmaisaltoatéficarinconscienteedesmaiarjuntoaocorposemvidadeseumarido.
—Assimémelhor—cochichouotiodoHugoenquantoeleeumdeseusirmãoscarregavamocorpodoLéoparaforaparaprepará-loparaoen-terro.
A BUSCA DO CONTRABANDISTA
Hugoficouencolhidonumcanto,observandotudoqueestavaaconte-cendo.Suasfeiçõespassivasnãorefletiamnadadospensamentosconfusosquepercorriamsuamente.
PorqueasenhoraDonadoestavagritandotanto,quandotudooqueelaeLéofaziamerabrigar?SeráqueagorasentiriamfaltadeLéo,sendoqueelepassavatantotempoforadecasa?
Seupaiestavamorto.Eletrocutado.Foiumamorteestúpida.SeutiodissequeoLéoaindaestavasobalgumefeitodabebedeiradanoiteanterior,osuficienteparaentorpecerasuaconsciência.Léoestavacortandoalgumasárvorespelocaminho.Semprestaratenção,cortouumaárvorequecaiusobrealinhadealtatensão.Ofioserompeuesetransformoucomoalgovivo,serpenteandoentreomatoaosseuspés.Elelutoudesesperadamenteparaescapardasfaíscasestalantesbrancaseazuisedafumaça,masosseussentidosestavamentorpecidoseseuspésseenrolaramnomato.Ofiopesadochicoteousuaspernas,matando-oinstantaneamentecomsuacargamortal.
Porqueseupapainãotinhaolhadoantesdecortaraárvore?Osfioserambemvisíveis.Qualquerumpodiatervistoqueaárvoreestavapertode-mais.Porqueseupapainãotinhatomadomaiscuidado?
Seráqueeleamavaseupai?Hugoselevantoudoseucanto,ponderandoaquestão.Elepensavaquesim,qualquerquefossesuadefiniçãodeamor.Seupainuncatinhatidotempoparaele,nemsequeroqueriaporperto,anãoseresteano,quandochegouatemporadadecortarcana.
“Aomenos,euproveiquepapaiestavaerrado!”eleexultouconsigomesmo,lembrando-sedetodasaquelassemanasquepassoucortandocana.Eletinhaesperançadequeseupaipudesseselembrardelepelasafrapassada.Seráqueselembraria?Hugoesperavaquesim.Ondequerqueseupaiesti-vesseagora,comcerteza,selembrariadesuafamília!
Seustiostinhamlavadoseupaievestiram-nocomsuasmelhoresroupas.Hugoficousatisfeitoemverqueacamisalimpaescondiaobraçodilacerado.Seuestômagorevirousóemselembrardotocodebraçoqueimado.Moedasforamfixadascomfitacolantesobreseusolhosparamantê-losfechados.Elasseriamretiradasantesdovelório,masopesodelasfariacomqueelepa-recesseestardormindonormalmente.NoeltocounoombrodoHugoedisse:
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—Venhacomigoparameajudaraescolherumcaixão.Mamãequeromelhor.
Várioscaixões,semacabamento,estavamencostadoscontraaparededaoficinadecarpintarianavila.Osdoisrapazesnemsequerolharamparaeles.Semamãequeriaomelhor,elestambém.Algunsdoscaixõeseramdema-deiraenvernizada,outrostinhamladosetampadevidro.NoelapontouparaumdessesúltimoseolhouparaHugo.
—Vamoslevareste—Noelapontouparaumcaixãocomvidronaslate-raisenapartedecima.—Papaivaificarelegantenele,nãoacha?—pergun-tou,olhandoparaHugo.Ogarotoassentiu.Ocaixãoerabonito!Comorgulho,osrapazescarregaramocaixãoparacasa.Cadapassoquedavamcomocaixãoelegante,enchiamaisemaisocoraçãodeHugodeorgulho.AfamíliaDonadoiriaenterraropaidelescomclasse!
—Meninos!Ocaixão!Adorei!—MamãeDonadodisseaoabraçá-los,chocando-oscomademonstraçãodeafeto.AssobrancelhasdeNoellevan-taram-se.Semcomentário,elevirouparaHugoesacudiuseusombroscomindiferença.
Vizinhos,amigoseparentessereuniramparaavigíliadafamíliaDo-nado.Refrigerante,caféebiscoitosforamoferecidosparatodososvisitantesqueesperavamentrarnacozinhaparadarseuúltimoadeusaoLéo.
Osomdechorobaixo,soluçosegemidosenchiamacasaepodiamserouvidosdoladodefora.Devezemquando,umaparentacomeçavaagritarechorardescontroladamenteapontodechegarpertodeumcolapso.Doispa-rentesestavamperto,prontosparasocorreraparentaemsofrimentoelevá-laparafora,porentreamultidão.Reanimadapeloarfresco,suahisteriacessoue,maisumavez,pôdevoltaràcompanhiadosoutrosládentro.
Porvoltademeia-noite,osmoradoresdavilavoltaramasuascasas,dei-xandoosDonadoscomalgunsamigosdispostosaseguirvelandoseumorto.
Cedodemanhã,nodiaseguinte,umjovemdavizinhançaavisou:—LigaçãoparaoNoel.DosEstadosUnidos.—EsperoquesejaVada!—NoeldisseaocorrerruaabaixocomHugo
seguindo-o.Sim!Hugoesperavaquefosseelatambém.Seráqueelaviriaparaoenterrohoje?Hugoesperavaquesim,massabiaquenãoiriaaconte-cer.OsEstadosUnidosficavamlongedemais!Amboscolocaramseus
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ouvidospertodotelefoneparaouviravozdesuairmãmaisvelha.Elaexclamou:—Noel!Acabeidereceberanotícia!Euestavaforadecasaontematé
tardeesópudeligaragora.Quehorror!Euqueriatantoveropapaimaisumavez!Seuchorovindodetãolongetocounocoraçãodosrapazes.AdorapertounocoraçãodeHugoeelecomeçouachorar.EleestavachorandoporVada,suaúnicairmã,quemandavapresentesdosEstadosUnidoseaindapensavaqueeleeraummeninopequeno,fracoesimples.Vada,aúnicapessoaquetinhaseresponsabilizadoporeleequeotinhaprotegido.Cuidoudeleatésuamadrastavirmorarcomeles.Haviatantotempoqueelanãoes-tavacomelesqueHugo,emseuesforçoemrealizarseussonhos,haviasees-quecidodela.
—Euvoutentarvoltarparacasaumdiadesses,masnãoseiquandoissovaiacontecer.Escrevamparamim,meninos.Contem-mesobreopapai!Elacomeçouachorardenovo.Aligaçãocomeçouacairelogoosmeninosesta-vamsegurandoumtelefonesilencioso.
—Eugostariatantoqueelaviesse—Hugodisse,tentandoengoliroso-luçoquenaquelemomentosubiapelasuagarganta.
—Nósdoisvamosfazercomqueelafiqueorgulhosadenós—disseNoel,fazendocomqueossoluçosdoHugodesaparecessem.SeráqueNoelfalavasério?SeráqueNoelfariamesmorealmenteascoisascomele?
Hugopassouascostasdesuamãosobreseurosto,limpandoaslágrimas.ConseguiachorarporVada,masnãoporseupai.Depoisdoenterro,eleeoNoelseriamparceiros!Elemalpodiaesperar!
HugosópensavanaquiloqueeleeNoelpoderiamrealizarjuntos.Atéquandoestavaindoparaaigreja,pensavasobreofuturo.Quandoentraramnoedifício,NoeleHugopegaramcadaumnumbraçodamãeecaminha-ramcomelaatéobancodafrente.
AsperguntasseamontoavamnamentedoHugo.ElemalpodiaesperaroenterroterminarparadescobriroqueoNoeltinhaemmente.OsprantosdasenhoraDonadomantinhamocompassocomavozdopadre,subindoedescendo,enquantotentavalhesoferecerpalavrasdeconforto.Hugoestavainquieto,seráqueamissanuncaterminaria?Eleviroueviuaigrejalotada.Florescobriamocaixão,eoperfumefortedasprimaverasroxasrecém-colhi-dasmisturava-secomocheirodasvelasqueimando.Atéacruzatrásdo
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padretinhasidoenfeitadacomfloresparaaocasião.ElepensouemVadaeoquelheescreveria.“Contem-mesobreopapai”,
elatinhapedido.Dentrodocaixãodevidro,oLéopareciaestardormindo,vestidoemsuasmelhoresroupas.Atéossapatosdelebrilhavam,poisforamengraxadosespecialmenteparaoenterro.SeVadapudessevê-lo,elaficariaorgulhosa.
Amissaacabou,oviolonistatocavasuaviolãobaixinhoedeformatristeenquantocarregavamocaixãoparaasepulturarecém-cavada.Enquantoostiosdesciamocaixão,asenhoraDonadocomeçouagritaretentousejogardentrodacovaaberta.“Léo!Lééé-ooo!”,elagritouenquantoosparentesaseguravam,puxando-aparatrás.Elesaseguraramatéqueacovaestivesseco-bertaeasflorescolocadassobreela.
Naquelatarde,asenhoraDonadopareciateresquecidosuatristezaaore-cebertantosparentesdeLéo.Hugoaolhavacomdesgostoaovê-labeber,semmoderação,pelogargalo.Suasrisadasgrosseirasorepugnavam.“Eununcavoubeber;nunca,”eleprometeu.
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—Lily A. BearUsado com permissão de:
Christian Light Publications, Inc.Harrisonburg, Virginia, EUATodos os direitos reservados
Livro completo disponível no site:www.LMSdobrasil.com.br
(Continua no próximo número.)
RESPOSTAS: Atividade para crianças
1.Miriam2.Zelda3.Miriam4.Miriam5.Miriam
6.Miriam7.Zelda8.Zelda9.Miriam10.Miriam
11.Zelda12.Zelda13.Zelda14.Miriam
CertamanhãseouviaoscantosalegresdeMiriamenquantoreali-zavaseustrabalhos.DevezemquandoMiriamdavaumaolhadaatravésdagradeparaacasadooutroladodacercaviva,umacerca
dearbustos.Acercadividiaopátiodeseupaidoterrenodoegípciorico,cujafilhaZeldaeraamelhoramigadeMiriam.AcercatambémseparavaaterradeGósen,ondeMiriammorava,do
grandeEgitoondeZeldamorava.Masdaportadeumacasaatéaportadaoutracasadavaparaverumcaminhoclaramentemarcado.Haviaumaaberturanacercacomotestemunhadequeosfilhosdasduascasassevisita-vamdesdesuainfância.Miriamsevirouquandoviuquesuamãeentroucomumcestocheiode
ervas.—Mamãe,termineimeutrabalho.GostariadeiràcasadeZelda;disse
Miriamàmãecomilusão.—Elanosconvidou,Joséeeu,aumafestahojeànoite.Maselaquerqueeuváagoraelheajudecomospreparativos.—Sintomuito,amor!Hojenãopoderásairdecasa.
SEÇÃO PARA AS CRIANÇAS
A casa do outro lado da cerca
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—Masmamãe,vocênãoentende?Tenhoqueiràfesta.Éumagrandehonraqueelesnostenhamconvidado.OpaidaZeldadeuumtrabalhomelhorparaopapai.TemosqueagradarafamíliadeZeldanessemo-mento.—Miriam,Deusnosmandoucelebrarumafestasolenehojeànoite.—Ah,mamãe!Ninguémirásentiraminhafaltaseeunãoestiver.—Deussentirásuafalta.OuçaMiriam,vamosfazerumaviagem.—Fazmuitotempoquevocêsfalamdessaviagemenuncaafazemos.
Porquenãoficamosaquienostornamosegípcios?Porquenãoadoramososdeusesegípcios?Eugostariamuitomaisdefazerisso,mamãe.—Jábasta,Miriam!,disseamãecomvozsevera.—Vocênãosabeque
onossoDeuséoúnicoDeusverdadeiro?Miriamficoudecarafeiaedisse:—Dequalquerforma,Josévaiàfesta.Nãopode!Háperigo!MoisésdissequeDeusvaipassarpeloEgitoe
mataráofilhomaisvelhodecadacasa.Miriamficoupálida;seusolhosdenunciaramtemor.—Ah,mamãe!Todasascasas,não!NãomataráaBaltazar,certoque
não?—Eledissequeomaisvelhodecadacasa.Derepente,escutaramospassosdealguémquevinhacorrendo.Escu-
tou-seumpequenogolpenaportaeentrouZelda.—Porquevocênãovem,Miriam?—Nãopossoir,disseenquantoderramavaumaslágrimas.—Queaconteceu?—Temosumafesta.NossoDeuspassarápeloEgitoemataráofilho
maisvelhodecasacasasenãohouversanguenosumbraisdaporta.—Quebobagem!MeuirmãoBaltazarestásãoeforte.Oquepoderia
acontecercomeleentrehojeeamanhã?Zeldasevirouemdireçãoàporta,maslogosedeteve.Láfora,viuaJoséeseupai.Ai!Oqueestãofazendocomessecordeirinho?Esperoquenãoomatem.Temsangue!—ÉomandatodeDeus,disseMiriam.“Quandoeuvirosangue,pas-
sareisobrevós”.—Elesestãofazendoparasalvaravidadomeuirmão,José.—Comopoderiaosanguenoumbralsalvaraalguém?
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AmãedaMiriamrespondeu:—Zelda,essesangueéumsinaldanossaféemquenossoDeusvainos
livrardamorte.—Ah,Zelda!,rogouMiriam—porquevocênãopedeparaoseupai
quemateumcordeirinhoepinteosumbraiscomsangue?Assimoseuirmãosesalvaria.—Como?Pintandocomsangueosumbraisquandovaihaveruma
festa?Zeldasedirigiudepressaàsuacasa.Miriamderramavalágrimasenquantotrabalhava.DesejavaoraraDeus,
masnãosabiacomofazê-lo.Quandoanoitecia,afestadaPáscoaestavatodapronta.Ocordeiroassadoestavanamesa.Emseguida,opaideMi-riamreuniuasuafamíliaelevantouasmãosparaabençoarafesta.Quandoficaramemsilêncio,escutaramamúsicaquevinhadacasaegípcia.Ashorasavançavam;aproximava-seameia-noite.Derepente,aorquestranacasadosegípciosparoudetocar.Escutavam-
sevozesasustadasegritosangustiosos.Miriamviuqueumaspessoas
corriamparaumladoeparaooutro.Depoisseergueuumclamordeangús-tiadedentrodacasa.Derepente,alguémseaproximourapidamente.Zeldaentrouprecipitadamentenacasa.Tinhaasmãoscheiasderoupaejóias.—Toma,Miriam.Digaaoseupaiquesaialogocomoseupovodaqui.
Ah,Miriam,meuirmãomorreu!,Zeldasevirouedesapareceu.Miriamesuafamíliasaíramnessamesmanoite.Dirigiram-secomseu
povoemdireçãoaoMarVermelhopelocaminhododeserto.Miriames-tavacontentedequenaescuridãonãoselhenotavamaslágrimas.Acadapasso,pensava:SetãosomentelhestivessecontadosobreonossoDeus,talveztivessemcridotambém.Mas,comopoderialhesensinarsobreafédomeupovoseeumesmaseguiaospensamentoseosdesejosdosegípcios?DerepenteMiriamcompreendeuporqueDeushaviamandadoque
seupovofosseseparado.EraporqueDeusoshaviachamadoparaalgomaiselevadoemelhor,algoprometidoporumDeuscujapalavranãopoderiaserquebrada.Eapromessahaviasidoseladacomsangue.
—GraceLivingstonHill—AbreviadoetraduzidoporMJM
—UsadocomaautorizaçãodeBobMunce
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O VERSO PARA MEMORIZAR“Fostes resgatados … pelo precioso
sangue, como de cordeiro.” (1 Pedro 1:18-19)
Esta história está baseada na história bíblicaque se encontra em Êxodo capítulo 12.
1._____________CelebravaafestadaPáscoa.2._____________Baltazar,seuirmão,morreu.3._____________SaiudoEgitoànoite,rumoaoMar
Vermelho.4._____________Sabiaqueosanguesobreoumbral
salvariaseuirmão.5._____________Erafilhadeumafamíliaquemoravaem
Gósen.6._____________SuafamíliacrianoDeusverdadeiro.7._____________FicounoEgito.8._____________Emsuacasacelebraramumafestacom
orquestra.9._____________Seuirmãonãoperdeuavida.10._____________SeuirmãosechamavaJosé.11._____________Creuquenãotinhasentidopintaro
umbralcomsangue.12._____________Suafamíliaadoravaavariosdeuses.13._____________Erafilhadeumegípciorico.14._____________AprendeuoqueDeusqueriadeseu
povo.
A T I V I D A D E P A R A C R I A NA T I V I D A D E P A R A C R I A N ÇASÇASA história mostra uma grande diferença
entre os dois povos: o de Miriam e o de Zelda.Escreva Miriam ou Zelda antes de cada frase.
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(As respostas se encontram na página 29.)
A busca do contrabandistaLily A. Bear. Hugo Donado viveu sempre im-pulsionado pelo desejo insaciável de ser al-guém importante. E conseguiu. Mas em vezde alcançar a satisfação, em seu interior seformava um vazio de ansiedade e escravi-dão. A história verídica de um homem de-sesperado que descobre, alegremente, aliberdade em Cristo. 168 pág. #37303
Esboços para meditações sobre o tabernáculoGlenn M. Jones. A Bíblia diz que o tabernáculo esua forma de adoração foram figuras do quehavia de vir. Os dez esboços desta obra tratambrevemente do tema: “O tabernáculo no deserto”,incluindo um esboço sobre as vestes do sumo sa-cerdote. Quando usado junto com a ilustração dotabernáculo nele contido, este material será ex-tremamente útil para instrutores e estudiosos bí-blicos.92 pág. #37297
No ventre da baleiaJames Lowry. Este livro contém histórias de ho-mens e mulheres que lutaram com as grandesquestões da vida. Eles acharam as respostas paraos seus questionadores amando e obedecendo aJesus Cristo. Leia estas histórias e permita-se serdesafiado por elas a tomar uma posição junto aosque serviram a Deus, mesmo estando “no ventreda baleia”. 112 pág. #37181
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Amor perdoadorNo mundo ao redorNasce o ódio e o rancor;Sem Jesus, o coraçãoNão é capaz de dar perdão.
Aprendamos de JesusPor sua morte na cruz;Se nos quiserem provocar…Docilmente perdoar.
Se existe inimizade,Você a pode conquistarCom a arma efetivaDê um copo de água fria.
Nossa língua, qual espada,Por Jesus já transformada;Em lugar de maldições,Dê o bem com bênçãos.
Como pombas somos todos,Como ovelhas entre lobos;Dê a Cristo o seu sentirNunca ao mal consentir.
Nossa fé, a convicção,Força dá ao coração;Na vida ou na dorNosso lema é o amor!
— Pablo Schrock
“Temos... a palavra... à qual bem fazeis em estaratentos, como a uma luz que ilumina em lugar es-curo...” (2 Pedro 1:19).