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T r e m d e C a u s o sEmbarquE imEdiato
São Paulo - 2015
W i l s o n M u n h o z
T r e m d e C a u s o sEmbarquE imEdiato
Copyright © 2015 by Editora Baraúna SE Ltda.
Capa Jacilene Moraes
Diagramação Felippe Scagion
Revisão Natália Silveira
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________M933
Munhoz, Wilson Trem de causos: embarque imediato/Wilson Munhoz. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2015. il.
ISBN 978-85-437-0418-0
1. Conto brasileiro. I. Título.
15-24893 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3________________________________________________________________22/07/2015 22/07/2015
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br
Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br
Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.
AgrAdecimentos
Existem muitas colegas e amigos, que mesmo sem o saberem, foram e são motivadores para a realização desse livro. Citar nomes sempre é perigoso, pois quase sempre ocorre um esquecimento dos mesmos. Só peço para no caso deste livro, a liberdade da citação de um nome, que tenho certeza que para as pessoas que lerem o livro, co-nheceram, compreenderam o motivo da citação.
Refiro-me a um mineirinho pequeno na sua altu-ra, mas um gigante com sua bagagem de experiências e causos vividos, assim como no seu poder de em todos os trabalhos realizados com sua participação, por mais difí-ceis e árduos que tenham sido e sejam, fez com que ele sempre conseguisse arrancar um riso franco, a satisfação da realização, de quem tenha estado ao seu lado no traba-lho. Esse é meu grande Mestre, Roberval.
Então na figura do meu Mestre maior, eu con-centro todos os agradecimentos aos demais Mestres, pois como faço questão de dizer sempre, “Somos sempre Mestres e Aprendizes”.
Prefácio
Muitos já devem ter ouvido ou mesmo lido, analo-gias entre a nossa vida e um trem que percorre sua linha férrea em um contínuo ciclo de “chegadas e partidas” nas estações que fazem parte do seu trajeto, como o próprio dia a dia de cada um de nós, nas etapas e simples momen-tos de nossas vidas.
A maior parte de minha vida profissional se deu na atuação junto à engenharia de implantação de sistemas de sinalização e controle de metrôs e ferrovias.
Essa atuação me propiciou a participação em um bom número de projetos, nos quais, muitas estórias e causos, como gosto de chamar, aconteceram.
Há muito tempo carregava o desejo de pelo menos tentar colocar em forma de livro, parte dos causos acon-tecidos comigo, assim como outros e que me foram rela-tados pelos colegas e amigos de profissão, ou aqueles que eu mesmo tenha participado.
Certamente a ressalva de que não sou um escritor não se faz necessária. Peço apenas que aqueles que se aventurarem na leitura deste livro, façam o mesmo men-talmente com as experiências e causos que tenham vivido ou ouvido nas suas respectivas áreas de atuação.
Bem, estamos perto do embarque nesse trem. Espero que gostem e mesmo que desçam em alguma estação, lem-bre-se que sempre é possível reembarcar e seguir adiante.
Boa viagem a todos!
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Observações: Os nomes dos personagens das estó-rias aqui relatadas foram alterados por apelidos aleato-riamente, mas certamente boa parte dos que lerem esses relatos, poderá imaginar quem seriam verdadeiramente os personagens.
Segundo a maioria das definições encontradas, “Cau-so” é uma história inventada ou verdadeira que pode ser contada de uma forma “maior”, ou seja, aumentando-se ou criando-se um enredo diferente ou complementar ao real.
sumário
Causos em São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
O Garçom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Gato por lebre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
As aparências enganam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
O incrível Hulk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Uma luz no fim do túnel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Facilitar a vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Abacate manteiga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
As Vespas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Amigo da Onça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Toca do Urso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Jean Pierre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Bom de boca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Causos acontecidos na Vale . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Apenas dormir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
O bom Barril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
A pressa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Brilho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Hora do aperto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
O Homem das neves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
O reservado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Causos em Vinã Del Mar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Benditas meias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Banho barulhento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Rei dos animais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Meu reinado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Cadê minhas cuecas? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Causos em Brasília . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Brasília amarela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Erro de cálculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Esqueceram de mim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Ouro de tolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
O segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Nos embalos de sábado à noite . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Coiote . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Carruagens de fogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Engenheiro Metrossexual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Vendo a banda passar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
O Lotação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Corrida de obstáculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Cara de Lua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Engana que eu gosto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
O Túnel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
A Moringa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Garganta profunda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Presente de Grego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Fica comigo essa noite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Tudo é a mesma coisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Amigo é para essas horas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Sentado nos trilhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
A ressaca parceira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Nos braços de Morfeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
O corredor do hotel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Terremoto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
Soninho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Mau jeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
Amigo é coisa para se guardar . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
A corrida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Causos em outros projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Você não tem esse dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Marinheiro de primeira viagem . . . . . . . . . . . . . . . 150
O enroladinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156
Links Recomendados para Pesquisa . . . . . . . . . . . . 159
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cAusos em são PAulo
Em meados de 1978, quando esta viagem come-çou. Chegado de outra viagem empreendida na área de telecomunicações, onde por aproximadamente seis anos percorri boa parte do Nordeste do Brasil e do interior do Estado de São Paulo, onde aprendi e muito sobre o dia a dia de campo, na implantação de projetos de sis-temas, tendo tido e observado o relacionamento com os mais diferentes tipos e personalidades, que compunham as equipes de trabalho, com que tive o privilégio de atuar.
Chego ao escritório da organização que marcou a mi-nha vida profissional e pessoal por mais de três décadas.
Os primeiros contatos foram com os Mestres, “Mi-neirinho” e “Ligado”, sendo que este último me confi-denciou algum tempo depois que ao ver-me pela primei-ra vez, fazendo a entrevista para a vaga existente, tivera a impressão de ser algum hippie vendendo pulseiras e ou-tros apetrechos do tipo, tal a minha figura a ele se mos-trou e representou.
A partir desse momento, com um trio formado por Mestre “Mineirinho”, “Ligado” e eu, estabeleceu-se, parti-cipou e/ou presenciou a muitos dos causos aqui descritos. Fomos seguindo e o grupo foi aumentando a medida dos trabalhos que estávamos executando iam se sucedendo.
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o gArçom
Por essa época estávamos locados em um escritório, quase ao lado da estação Bresser do Metrô de São Paulo, estação pertencente à Linha 3 Vermelha, que estava em construção nesse período.
O escritório ficava relativamente perto da Rua da Mooca e onde normalmente íamos almoçar em alguns dos bares que serviam refeições na hora do almoço nessa região.
Determinado dia, estávamos eu, “Mineirinho” e o colega “Ligado”, indo para lá para almoçar. Entramos em um dos restaurantes, sentamos e pegamos o cardápio que se encontrava a disposição sobre a mesa, para escolher o que iríamos comer.
Ficamos verificando os pratos que estavam à disposi-ção, notando que ao lado um garçom estava limpando a mesa, depois de ter fechado a conta com o cliente, que já havia pago a mesma e estava saindo pela porta da frente do estabelecimento.
Percebemos que o garçom parecia nervoso e res-mungava enquanto estava realizando a limpeza da mesa.
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Prestando mais atenção conseguimos entender o que ele resmungava. Ele dizia:
— Desgraçado, não deixou a minha gorjeta, deixa voltar aqui amanhã, vai ver.
Ele falava e o movimento do pano na mesa mais parecia o movimento de um chicote. Bem nos concen-tramos na escolha e após chamamos por ele que aparen-temente já havia terminado a limpeza da mesa.
— Garçom, por favor!Ao que ele se dirigiu para a nossa mesa e respon-
deu secamente.— Sim.Fizemos então a pergunta:— Essa macarronada é uma boa pedida para nós
três comermos?Ao que o garçom, segurando o pano como fosse o
chicote imaginário, aponta para o lado onde se encontra-va instalada a cozinha e diz:
— Olhem lá, vocês acham que ele sabe fazer ma-carronada?
Olhando para o lado apontado, vimos um senhor que pela roupa utilizada era o cozinheiro, sendo que o mesmo era de origem chinesa. Dado o estado de ânimo do nosso “amigo” garçom, imediatamente como tivésse-mos combinado antes, respondemos:
— Então vamos aceitar a sua sugestão, por favor.Chegada à refeição, comemos e pedimos a conta.
Logo pagamos, colocando também uma quantia para a gorjeta para o garçom e saímos.