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TERMINOLOGIAS QUÍMICAS EM
LIBRAS: A UTILIZAÇÃO DE SINAIS NA
APRENDIZAGEM DE ALUNOS SURDOS
Evelyne Nunes
2012
AUTORES
Sinval Fernandes de Souza
Licenciado em Química pela UFU.
Hélder Eterno da Silveira
Licenciado e bacharel em Química (UFU), especialistae mestre em Educação (UFU), doutor em Educação(UNICAMP), é professor adjunto do Instituto deQuímica (UFU), foi coordenador institucional doPIBID/UFU (2008-2011). É Coordenador-Geral deDesenvolvimento de Conteúdo Curricular e ModelosExperimentais da Coordenação de Aperfeiçoamentode Pessoal de Nível Superior - CAPES e assessora aDiretoria do Fórum de Pró-reitores de Graduação(FORGRAD). 2
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APONTAMENTOS
Reflexões sobre a utilização de sinais referentes
às terminologias químicas na língua brasileira de
sinais;
Dificuldade dos professores de química em
abordar esse conteúdo para pessoas com
deficiência auditiva;
Relação entre intérpretes, professores e alunos
surdos;
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APONTAMENTOS
Processo de apropriação e utilização de sinais por
alunos surdos e suas relações com os conceitos
químicos;
Apresentação de resultados de estudo realizado
pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa em Educação
Química da UFU, com alunos surdos, professores
e intérpretes de libras/português da cidade de
Uberlândia (MG).
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CENÁRIO MUNDIAL
Derrocada de valores humanos;
Homogeneização das culturas;
Estagnação das diferenças;
Degradação de ecossistemas;
Esgotamento dos recursos;
O papel da sociedade e da educação.
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FOCO NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Trabalhos de investigação, publicações e
congressos;
Conferência Mundial sobre a Ciência para o
Século XXI declarou:
Para que um país esteja em condições de
satisfazer as necessidades fundamentadas da sua
população, o ensino de ciências e a tecnologia são
imperativos estratégicos.
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FOCO NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Como parte dessa educação científica e
tecnológica os estudantes deveriam aprender a
resolver problemas concretos e a satisfazer as
necessidades da sociedade, utilizando as suas
competências e conhecimentos científicos e
tecnológicos [...]. [...] Hoje, mais do que nunca, é
necessário fomentar e difundir a alfabetização
científica em todas as culturas e em todos os
setores da sociedade. (CONFERÊNCIA
MUNDIAL SOBRE LA CIÊNCIA, Budapeste,
2000) 7
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LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Atender a demanda de alunos com surdez;
Escola inclusiva com participação de todos os
indivíduos com suas diferentes necessidades;
Conviver com a diversidade;
LDB 9394/96, no Art 59, inciso III, determina:
[...] são necessários professores com
especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem
como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes
comuns.8
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REALIDADE BRASILEIRA
Dificuldade da inclusão de alunos surdos;
Historicamente esses indivíduos ficam alheios
aos processos decisórios da sociedade que exigem
conhecimentos científicos e tecnológicos.
Vygotsky (1991, apud Freitas, 2001) considera:
“Desse modo, a linguagem não depende
necessariamente do som, não sendo encontrada
só nas formas vocais” (p. 65).
Carência de terminologias científicas em libras →
dificuldade no ensino-aprendizagem.
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PROBLEMÁTICA DO TRABALHO
Como intérpretes e professores de química
percebem as dificuldades dos alunos surdos nas
aulas desse conteúdo?
Quais termos e/ou expressões utilizadas pela
química estão presentes nos dicionários de libras
e, neste estudo especificamente, no dicionário
Capovilla e Raphael (2001)?
A partir da interação de professores, intérpretes e
alunos surdos, quais sinais estão sendo utilizados
nas aulas de química de escolas da educação
básica de Uberlândia (MG)?10
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PROPOSTA METODOLÓGICA
Acompanhamento de atividade didática de
professores e o trabalho de intérpretes em uma
escola de Uberlândia que possui alunos surdos;
Levantamento das dificuldades dos alunos surdos
no tocante à significação do conhecimento
químico para a língua de sinais;
Curso de libras promovido pelo Centro de Ensino,
Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação
Especial (CEPAE) da UFU.
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PROPOSTA METODOLÓGICA
Entrevistas professores de química e intérpretes;
Mapeamento no dicionário enciclopédico ilustrado
trilíngue de Capovilla e Raphael (2001), de todos
os termos que podem ser utilizados nas aulas de
química;
Acompanhamento de reuniões entre intérpretes
com o objetivo de verificar como ocorre a
utilização e criação de sinais em libras para
serem utilizados nas aulas de química.
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ALGUNS OLHARES PARA A EDUCAÇÃO DE
SURDOS NO BRASIL
Situação excludente dos surdos no meio
educacional na cidade de Uberlândia;
Censo Educacional do Ministério da Educação
(MEC/INEP, 2006):
Grupo de 466.155 estudantes matriculados
no ensino fundamental, há apenas 14.150 no
médio. No ensino superior esse número cai para
11.999 alunos com algum tipo de necessidade
especial.
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ALGUNS OLHARES PARA A EDUCAÇÃO DE
SURDOS NO BRASIL
Instituições públicas → dificuldade de inclusão;
Grau de abstração da química;
Falta de estrutura;
Silva (2004) revela que os docentes de química
precisariam conhecer, além do conteúdo químico,
aspectos ligados a libras, para não depender
unicamente dos intérpretes.
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ALGUNS OLHARES PARA A EDUCAÇÃO DE
SURDOS NO BRASIL
Benite et al (2008, p.6) mostram:
As razões invocadas com maior frequência
por pais, professores, gestores educacionais de
escolas comuns e especiais, para justificar o
atraso na adoção de propostas educacionais
inclusivas, dizem respeito a obstáculos humanos e
materiais. Dentre os quais: escolas que carecem de
possibilidades de acesso físico a alunos com
deficiências motoras; salas de aula superlotadas;
falta de recursos especializados para atender às
necessidades de alunos com deficiências visuais;
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ALGUNS OLHARES PARA A EDUCAÇÃO DE
SURDOS NO BRASIL
necessidade de se dominar a língua brasileira de
sinais (libras) e de intérpretes para os alunos
surdos; ausência ou distanciamento de serviços de
apoio educacional ao aluno e professor; resistência
de professores, que alegam falta de preparo para
atender aos alunos com deficiência, nas salas de
aulas comuns; reticências dos pais de alunos com
e sem deficiência, entre outros.
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ALGUNS OLHARES PARA A EDUCAÇÃO DE
SURDOS NO BRASIL
Lima (2008, p.1) ressalta que:
[...] para que haja a inclusão social de
pessoas surdas, com o objetivo de participação
social efetiva, sem a inevitável submissão a que as
minorias são expostas, as escolas precisam
organizar-se, considerando três critérios: a
interação através da língua de sinais, a
valorização de conteúdos escolares e a relação
conteúdo-cultura surda.
Direção inclusiva e valorização sociocultural.17
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PERCEPÇÕES DE PROFESSORES SOBRE O
ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS SURDOS
Importância de saberes;
Dificuldade de interação;
Presença de intérpretes;
Tempo de aula.
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PERCEPÇÕES DE INTÉRPRETES SOBRE O
ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS SURDOS
Falta de sinais;
Dificuldade no entendimento de conceitos
químicos → criação de sinais;
Pouco conhecimento sobre o conteúdo →
distorções conceituais;
Ênfase na oralização na educação infantil;
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PERCEPÇÕES DE INTÉRPRETES SOBRE O
ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS SURDOS
Falta de material didático-pedagógico;
Despreparo dos docentes;
Pouco conhecimento da cultura dos surdos;
Ritmo das aulas;
Quantidade dos conteúdos e carga horária;
Desinteresse dos alunos com surdez.
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TERMOS QUÍMICOS NOS DICIONÁRIOS DE
LIBRAS
Materiais químicos: aço, açúcar, água, álcool,
alumínio, diamante, ferro, borracha, fósforo,
gasolina, ouro, detergente, prata, sabão, vidro,
vinagre, vinho, cubo de gelo, gelo e imã.
DIAMANTE 21
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TERMOS QUÍMICOS NOS DICIONÁRIOS DE
LIBRAS
Processos químicos: absorver, filtrar, aumentar,
banhar, condensar, congelar, modificar, aspirar,
atear fogo, derreter, fogo, misturar, modificar,
gelar, gotejar e injetar.
MISTURAR
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TERMOS QUÍMICOS NOS DICIONÁRIOS DE
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Instrumentos laboratoriais: bomba, microscópio,
óculos e bomba de ar.
TERMÔMETRO23
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TERMOS QUÍMICOS NOS DICIONÁRIOS DE
LIBRAS
Outros termos: atração, esfera, material, odor,
oval, pesado, pó, quente, veneno, calor, frio,
inodoro, química, cor, aroma, doce, eletricidade,
fétido, força, quilograma, litro e luz.
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UTILIZAÇÃO DOS SINAIS NAS AULAS DE
QUÍMICA
Relação do conteúdo químico no nível das
percepções fenomênicas e de acordo com as
definições entendidas nas aulas de química;
Intérpretes → criam e utilizam sinais.
→ ÁCIDO
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UTILIZAÇÃO DOS SINAIS NAS AULAS DE
QUÍMICA
Outros exemplos:
ELÉTRON BECKER
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PALAVRAS FINAIS
Especificidade da linguagem química;
Escassez de termos químicos;
Despreparo dos docentes;
Desconhecimento dos intérpretes em relação ao
saber químico;
Falta de interesse dos alunos surdos;
Importância dos intérpretes;
Iniciativas insuficientes;
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PALAVRAS FINAIS
Problemática do ensino de ciências e da educação
de forma geral destinada aos surdos;
Cursos de formação de professores de química →
discussão de aspectos da inclusão e Educação
Especial;
Ações inovadoras e colaborativas;
Trabalho conjunto entre docentes e intérpretes;
Promoção social.
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“(...) conhecer, em si, não transforma a realidade;
transforma a realidade somente a conversão do
conhecimento em ação transformadora; e a
conversão da ação transformadora em
conhecimento (...) não apenas muda a realidade,
mas muda também o sujeito”.
Leonardo Boff
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