Post on 27-Dec-2015
MÁRCIO MACARIO
REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
PARA CONFECÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO SEM FUNÇÃO
ESTRUTURAL
Sinop - MT
2013/2
MÁRCIO MACARIO
REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
PARA CONFECÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO SEM FUNÇÃO
ESTRUTURAL
Projeto de Pesquisa apresentado à Banca Examinadora do Curso de Engenharia Civil – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop-MT, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.
Prof.ª Orientadora: Jaqueline Pértile
Sinop - MT
2013/2
i
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Dimensões reais ........................................................................................ 21
Tabela 2. Designação por classe, largura dos blocos e espessura mínima das
paredes dos blocos. ............................................................................................ 21
Tabela 3. Requisitos para resistência característica à compressão, absorção e
retração. .............................................................................................................. 22
ii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Depósito de resíduos secos de Sinop. ....................................................... 14
Figura 2. Classificação RCC de Sinop. ..................................................................... 15
iii
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
ISC – Índice de Suporte Califórnia
fbk,est. – Resistência à Compressão Característica Estimada do Lote
kg – Quilograma
hab. – Habitante
NBR – Norma Brasileira
RCC – Resíduo da Construção Civil
RCD – Resíduo de Construção e Demolição
RSU – Resíduo Sólido Urbano
ton. – Tonelada
iv
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1. Título: Reaproveitamento de resíduos da construção civil para confecção de
blocos de concreto sem função estrutural.
2. Tema: Engenharia civil
3. Delimitação do Tema: Materiais de construção
4. Proponente(s): Márcio Macario
5. Orientador(a): Jaqueline Pértile
6. Estabelecimento de Ensino: Universidade do Estado de Mato Grosso Campus
Sinop - UNEMAT
7. Público Alvo: Instituições de ensino, pesquisadores e profissionais da grande
área das Engenharias
8. Localização: Universidade do Estado de Mato Grosso, campus universitário de
Sinop, Avenida dos Ingás, 3001, Jardim Imperial, Sinop, Mato Grosso.
9. Duração: 4 meses.
v
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... I
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... II
LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................... III
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO .................................................................................. IV
SUMÁRIO .................................................................................................................. V
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7
2 PROBLEMATIZAÇÃO.......................................................................................... 9
3 JUSTICATIVA .................................................................................................... 10
4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 11
4.1 OBJETIVO GERAL: ..................................................................................................................................... 11
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ............................................................................................................................ 11
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 12
5.1 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) ....................................................................................................... 12
5.1.1 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos Canteiro de Obras ........................................ 13
5.1.2 Composição dos resíduos da construção civil em Sinop .................................................................. 15
5.2 BENEFICIAMENTO DOS RCCS PRODUZIDOS EM SINOP....................................................................................... 15
5.3 UTILIZAÇÃO DOS RCCS COMO AGREGADO PARA CONCRETO............................................................................... 16
5.4 BLOCOS DE CONCRETO ............................................................................................................................... 17
5.4.1 Contexto histórico ............................................................................................................................ 17
5.4.2 Aplicações dos blocos de concreto ................................................................................................... 17
5.4.3 Blocos de concreto utilizando resíduos da construção civil ............................................................. 18
5.4.4 Qualidade requerida em blocos de concreto com base na ABNT NBR 6136 (2007) e ABNT NBR
12118 (2010) ................................................................................................................................................. 19
6 METODOLOGIA ................................................................................................. 27
6.1 ESTUDO TEÓRICO ...................................................................................................................................... 27
6.2 ESTUDO EXPERIMENTAL .............................................................................................................................. 27
CRONOGRAMA ....................................................................................................... 30
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ........................................................................... 31
7
1 INTRODUÇÃO
O crescimento da construção civil tem sido notória ao longo dos anos, e em conjunto
com esse crescimento vem à geração de resíduos, quer seja ela por demolições ou
perdas durante as fases de construção, e consequentemente o impacto ambiental
que o mesmo causa se não forem tomadas as devidas providencias.
A geração de resíduos derivados da construção civil no Brasil é algo que tem
causado grande preocupação ao poder público, pois o mesmo tem sido descartado
de forma desordenada em locais que não são apropriados. A produção de resíduos
sólidos urbanos no Brasil e no exterior tem apresentado valores significativos, em
termos de quantidade, cerca de 13% a 67% desses resíduos são oriundos da
construção civil. (JOHN, 2000,; ÂNGULO, 2005, apud DE PAULA, 2010, p.17).
Como se pode observar a quantidade de resíduos gerados não é algo que se possa
ignorar, e seu gerenciamento é de estrema importância, para que o mesmo não
cause maiores complicações ao meio ambiente.
Esses resíduos se descartados de forma despretensiosa, podem ser grandes
causadores de problemas ambientais e na maioria do território brasileiro eles são
dispostos de forma negligente em ambientes irregulares sem o menor cuidado ou
tipo de tratamento (CÂNDIDO, 2013, p. 1).
Sinop por se tratar de um município que esta em um crescimento expressivo no
cenário nacional, e com o setor de construção civil em ritmo acelerado de
desenvolvimento, é inevitável a produção de entulhos gerados pela demolição ou
construção de novas edificações. Tendo em vista que Sinop não dispõem de um
projeto de gestão de resíduos de construção civil em conformidade com leis e
resoluções como a resolução n° 307/2002 do CONAMA, Conselho Nacional do Meio
Ambiente (SANTOS, 2012, p.24) os resíduos gerados no município não tem um
aproveitamento adequado, sendo dispostos, na maioria das vezes, em local
disponibilizado pela Prefeitura Municipal sem a devida triagem.
SANTOS (2012) ainda relata em sua pesquisa que Sinop produz mais de 7.600
ton./mês de resíduos da construção civil o que daria aproximadamente 2,17
kg/hab.dia. Esse montante de resíduo é descartado em terreno cedido à prefeitura
do município sem os devidos cuidados de separação dos diversos tipos de resíduos.
Tendo em mente que as construtoras e os escritórios de engenharia e arquitetura
deveriam ter como meta primordial a não produção de resíduos e, quando não
possível à primeira opção, a redução, reutilização, a reciclagem e a destinação final,
sanando assim grande parte dos problemas gerados pelo descarte inadequado do
mesmo (Resolução n° 307 de 2002 do CONAMA, p. 572).
8
A utilização de resíduos beneficiado ou reciclados em diversas áreas da construção
civil tem contribuído significativamente para a abertura de novos campos de
pesquisa e utilização do mesmo.
O município de Sinop tem apresentado grande crescimento e com isso a geração de
resíduos tem aumentado, visando o reaproveitamento desses resíduos é que se
motivou o desenvolvimento dessa pesquisa, verificando a possibilidade de utilização
desses resíduos na confecção de blocos de concreto substituindo em parte ou total
os agregados naturais por agregados reciclados.
9
2 PROBLEMATIZAÇÃO
Tendo em vista que nos últimos anos a utilização de resíduos da construção tem
sido alvo de pesquisas, com a finalidade da reutilização do mesmo na própria
construção, através da reutilização é possível promove a diminuição dos impactos
causados pelo descarte do mesmo em áreas que causariam prejuízos ao município
e a população de um modo geral.
Essa pesquisa tem por finalidade a produção de blocos de concreto com a utilização
de agregados reciclados da construção civil, pautados em normas e legislações
vigentes, e verificar se a utilização do mesmo se mostrara satisfatória ou não na
utilização como parte componente dos materiais empregados na produção de
blocos.
Diante desse panorama e tendo em vista a sustentabilidade e as utilizações dos
materiais descartados pela construção civil, em especial resíduos de concreto,
alvenaria e argamassa, varias pesquisas vem sendo realizadas para a melhor
utilização dos mesmos. Portanto essa pesquisa tem por finalidade a produção de
blocos de concreto utilizando em sua composição materiais descartados pela
construção civil e a verificação das propriedades mecânicas de blocos
confeccionados com a utilização desses rejeitos.
10
3 JUSTICATIVA
Esta pesquisa tem grande importância pelo fato de justificar profundas mudanças
pela qual vem passando a construção civil brasileira, fazendo adequações
significativas com base na Resolução n° 307 do CONAMA (2002), com a intenção
de adequar-se ambiental e socialmente correta, com isso agregando valores
econômicos a produtos que seriam descartados sem a devida preocupação social e
sem destinação certa.
O reaproveitamento dos RCD, resíduo de construção e demolição, é uma prática
viável e sua aplicação na própria construção civil tem sido largamente difundida nos
últimos tempos, seja na estabilização de solos, na confecção de blocos de solo
cimento, pisos intertravados e utilização em concretos.
11
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral:
Avaliar, do ponto de vista técnico, a viabilidade da confecção de blocos de concreto
sem função estrutural, com a utilização de resíduos de concreto nas seguintes
proporções 0%, 20%, 50% e 100% em substituição ao agregado natural utilizado na
fabricação dos blocos.
4.2 Objetivos Específicos:
Composição granulométrica dos resíduos de construção e demolição após o
beneficiamento;
Avaliar a substituição dos agregados naturais por agregados reciclados na
caracterização e propriedades dos blocos, com mudança no teor de massa de
agregado reciclado nas proporções estabelecida anteriormente;
Avaliar a adequação dos blocos às normas técnicas da ABNT 6136 de 2007 e
12118 de 2007.
12
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1 Resíduos da Construção Civil (RCC)
Resíduos da construção civil são definidos, segundo a NBR 10.004 (2004), como
sendo resíduos sólidos, e os mesmos podem ser classificados quanto ao risco
potencial ao meio ambiente e à saúde pública para que possam ser gerenciados e
manejados de maneira adequada. Sendo assim a NBR 10.004 (2004, p 1) define
resíduos sólidos como “resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição. ...” Mas para melhor definir o que são resíduos da construção
civil recorreremos a uma resolução específica, a Resolução 307, de 5 de julho de
2002, do CONAMA, que fala claramente sobre a gestão destes resíduos. Segundo a
Resolução n° 307 do CONAMA, (2002, p. 571) define resíduos da construção civil:
São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto
em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiações elétricas etc., comumente
chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
Segundo Pinto, (2005) apud Fernandez, (2011, p. 9), “Os resíduos da construção
civil podem apresentar 61% dos resíduos sólidos urbanos (em massa)”, esse valor
elevado seja talvez por ser um dos setores que mais se desenvolve no cenário
nacional e pelas técnicas empregadas na execução dessas obras.
O processo de classificação dos resíduos ainda pode ser feito com base nos
processos ou atividades que lhe deu origem, bem como dos materiais que
constituem e suas características em comparação a listagens de resíduos e
substancias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (NBR 10.004,
2004, p. 2).
A NBR 10.004 (2004, p. 3) ainda classifica os resíduos quanto à classe de risco, e
podem ser:
residuos classe I – Perigosos;
residuos classe II – Não perigosos;
residuos classe II A – Não inertes.
residuos classe II B – inertes.
Os resíduos da construção civil ainda podem ser classificados em quatro categorias,
segundo a Resolução n° 307 do CONAMA:
13
I. Classe A – residuos reutilizaveis ou recicleveis que podem ser utilizados na
forma de agregados, tais como:
a. de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de
outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
b. de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento
etc.), argamassa e concreto;
c. de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de
obras;
II. Classe B – residuos reciclaveis para outras destinações, tais como: plasticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;
III. Classe C – residuos para os quais não foram desenvolvidas técnologias ou
aplicações economicamente viaveis que permitam a sua reciclagem ou
recuperação;
IV. Classe D – residuos perigosos oriundos do processo de construção, tais
como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou
prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros bem como telhas e demais
objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos a
saúde.
Diante da classificação que a própria Resolução define, podemos destacar que os
resíduos classificados como “A” podem ser reutilizados ou reciclados na forma de
agregados, podendo ser empregado diretamente em obras de construção civil ou
encaminhados para áreas de aterro de resíduos da construção civil e armazenados
de forma que permitam sua utilização ou reciclagem posteriormente.
5.1.1 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos Canteiro de Obras
Sinop é um município que está em grande crescimento econômico, a área da
construção civil tem crescido a passos largos e com isso a geração de resíduos
oriundos dessas construções, talvez influenciada pela mão-de-obra artesanal e
muitas vezes despreparada, causando erros de execução o que leva a refazer o
serviço já executado ou pela falta de controle de qualidade nos canteiros de obras.
Santos (2012) ressalta em sua pesquisa que a geração de resíduos sólidos
provenientes da construção civil em Sinop chega a 7.600 ton./mês, Viabilizando a
instalação de central de processamento de resíduos da construção civil.
14
Embora Sinop tenha muitas empresas de pequeno, médio e grande porte na área da
construção civil, são poucas que se preocupam com o gerenciamento dos resíduos
gerados em suas obras, o que ocorre muita das vezes é o pagamento de uma
empresa especializada a qual se encarrega da disposição final do resíduo, o que
muitas vezes é destinado ao depósito de resíduos secos de Sinop, área do
município destinada ao descarte desses materiais, porém não é feito nenhum tipo de
triagem do material, o que acaba misturando resíduos que são passiveis de
reciclagem dos que não são, segundo Cândido (2012, p.5) cerca de 50% do resíduo
é considerado reciclável, o que gera cerca de 123,12 t/d, aproximadamente 1,09
kg/hab.dia o que não foge muito do panorama nacional que está entre 0,66 a 2,43
kg/hab.dia ao analisar a geração per capita dos resíduos para cinco municípios
brasileiros com populações entre 200 mil e 1 milhão de habitantes.” (CÂNDIDO,
2012, p. 5).
A figura 1 mostra o depósito de resíduos secos de Sinop.
Figura 1. Depósito de resíduos secos de Sinop.
Fonte: Cândido 2013
Segundo reportagem da revista TÉCHNE, (Dezembro de 2012, p.29) uma das
maiores dificuldades para a reciclagem de resíduos na própria obra é a falta de
conhecimento por parte das empresas das variações dos agregados derivados da
reciclagem. A reportagem continua e alguns entrevistados defendem que o processo
de reciclagem e caracterização dos agregados reciclados deve ser feito por
empresas especializadas e não no próprio canteiro, mas deixa uma ressalva
lembrando que esse processo começa com a separação, em caçambas, dos
resíduos gerados no decorrer da obra e que para tal é necessário um plano de
gestão de resíduos sólidos incorporado às atividades da construtora.
15
5.1.2 Composição dos resíduos da construção civil em Sinop
Conforme explicito anteriormente a produção de RCC em Sinop tem sido expressiva
ao longo dos anos e deve aumentar muito. Para sua futura utilização é necessário
que se faça uma caracterização do mesmo.
Cândido (2012) ainda realizou levantamento da caracterização do tipo de RCC
gerado nas obras de Sinop, ele tomou como base três obras distintas e chegou aos
seguintes dados:
A figura 1 traz a classificação de RCC produzido em Sinop.
Figura 2. Classificação RCC de Sinop.
Fonte: Cândido 2013
Diante do levantamento feito por Cândido (2012) pode-se perceber que grande parte
dos RCCs produzido em Sinop é composta por Cerâmica com 25% e concreto com
34%, os materiais classificados como outros são basicamente solo e areia.
5.2 Beneficiamento dos RCCs produzidos em Sinop
O município de Sinop não dispõe de central de beneficiamento de resíduos, estes
são descartados em local destinado pela prefeitura sem uma breve triagem do
mesmo causando à contaminação dos resíduos de classe A com outros tipos de
materiais como vergalhões de aço, restos de madeira, plásticos, etc., (SANTOS,
2012, p. 39), e ainda não existe um controle efetivo dos caminhões que descartam
seus resíduos no local.
Um aterro de resíduos da construção civil e de resíduos inertes consiste de um local
onde são empregadas técnicas de disposição, principalmente de resíduos de classe
A, seguindo a Resolução CONAMA n° 307, o que discursa sobre a disposição e
armazenamento dos materiais provenientes da segregação dos resíduos,
proporcionando, no futuro, o uso e aplicação desses materiais na própria construção
civil (NBR 15113, 2004, p. 2).
16
Uma usina de beneficiamento de RCCs garante um descarte ideal para os rejeitos
da construção civil além de possibilitar a utilização dos agregados beneficiados
dentro da usina, contribuindo para a diminuição dos impactos gerados pela mesmo.
Os material que geralmente são reciclados nas usinas de beneficiamento são os
originados de fragmentos de alvenaria de tijolos cerâmicos, restos de alvenaria de
blocos de concreto, fragmentos de concreto, armado ou não, pedaços de lajes e de
pisos, argamassas de cal, de cimento ou mistas, de assentamento ou revestimento,
componentes de concreto ou cerâmico: blocos, tijolos, telhas, tubos, briquetes,
lajotas para laje etc., fragmentos de pedra britada e de areia naturais, sem a
presença significativa de terra ou outros materiais proibidos. Como podemos ver
quase tudo que é produzido no que diz respeito a rejeitos no canteiro de obras é
passível de reciclagem.
Estes resíduos reciclados ainda podem ter destinações variadas, como por exemplo:
Produzir peças de concreto;
Argamassas e concretos não estruturais;
Na pavimentação e recuperação de estradas rurais;
Controle de erosão;
Enchimento de fundações de construção e aterro de vias de acesso, dentre
outras.
Hoje existe uma gama de pesquisas sendo realizadas para o melhor emprego dos
agregados resultantes da reciclagem, e isso só vem a contribuir ainda mais com o
aumento da implantação de usinas de reciclagem de RCC, fazendo com que os
impactos ambientais causados pelo descarte desordenado de resíduos sejam cada
vez menores.
5.3 Utilização dos RCCs como agregado para concreto
A utilização de agregados provenientes de RCC em concretos talvez seja a mais
difundida até o momento, mas sua utilização somente é recomendada para
concretos sem finalidade estrutural e é feita a partir da substituição dos agregados
comumente usados pelos provenientes do beneficiamento do RCC.
Em Sinop, Guarido (2012) realizou sua pesquisa utilizando o RCC proveniente de
obras no município, e fez um comparativo com um corpo de prova cilíndrico de
referencia e dois que teriam 20% e 50% de agregado proveniente de RCC. Sua
pesquisa mostrou ganhos significativos na resistência a compressão no molde que
utilizou 20% de agregado reciclado. Guarido ainda faz uma ressalva no que tange a
trabalhabilidade de concretos que utilizam agregados de RCC, durante a pesquisa
ela pode notar que um teor maior de agregado reciclado deve ser feito um controle
maior, pois isso influenciou diretamente a absorção nos influenciando diretamente
na trabalhabilidade do concreto (GUARIDO, 2012, p. 7).
17
Contudo a pesquisa se mostrou satisfatória e pode concluir que a utilização de
agregados provenientes de RCCs no município de Sinop é viável e tem grande
espaço para sua utilização.
Como podemos notar no que foi explanado anteriormente a utilização do RCC tem
tido muito sucesso, desde que seja levado em conta o uso de normativas que
auxiliam na utilização dos agregados reciclados e tomando os cuidados necessários
na composição do mesmo.
5.4 Blocos de concreto
5.4.1 Contexto histórico
A utilização de blocos de concreto no Brasil data por volta de 1940, através da
construção de 2400 residências do conjunto habitacional do Realengo na cidade do
Rio de Janeiro. Para a confecção dos blocos utilizados na construção dessas
edificações foram utilizados maquinários importados com origem nos Estados
Unidos, com isso dando origem a história dos blocos de concreto no Brasil
(BARBOSA (2004), apud LORDSLEEM JÚNIOR et al (2008, p.2)).
Hoje a disseminação na utilização dos blocos de concreto é grande e sua aplicação
é vasta no campo da construção civil, mas isso só é real nos grandes centros, esse
fato talvez ocorra devido à falta de conhecimento técnico relacionado à
normatização estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e
aliado a isso a falta de infraestrutura adequada que proporcione a produção do
mesmo (LORDSLEEM JÚNIOR et al., 2008, p. 2). Em conjunto a esse problema esta
a qualificação profissional, pois muitos profissionais envolvidos na utilização dos
blocos desconhecem os métodos de utilização, quer sejam engenheiros fazendo a
modulação dos blocos ou projetos que viabilizem a utilização dos mesmos querem
sejam os profissionais responsáveis pela execução do projeto.
5.4.2 Aplicações dos blocos de concreto
O espaço que os blocos de concreto vêm ganhando na construção civil é cada vez
maior, por serem versáteis e terem sua aplicação na execução de muros, de
divisórias, como alvenaria estrutural ou de vedação, na pavimentação com a
utilização de blocos intertravados mais conhecidos como pavers, em execução de
piscinas e etc.
Mas dentre essas aplicações a mais difundida, com certeza, é a de fechamento de
vãos ou como sustentação da construção com função estrutural, suas
particularidades são parecidas diferindo apenas na espessura das paredes do bloco
18
que quando se tem a função estrutural são mais espessas e possuem maior
resistência a compressão (SANDES, 2008, p. 8).
Falar de fatores que são causadores de vantagens e desvantagens na utilização de
blocos de concreto é um tema bastante discutivel, pois esses fatores são
inflênciados diretamente pelo nivel de conhecimento e qualificação dos profissionais
envolvidos, quando falamos de economia envolvendo a utilização de blocos de
concreto alguns autores chegam a relatar que seria possivel obter valores de 15 a
20% de economia na utilização dos mesmos, essa informação é questionavel pois
se não forem feitos projetos para a modulação dos blocos, impedindo que o mesmo
seja quebrado durante o assentamento, ou até mesmo investimento no
conhecimento do profissional que estara responsável pela execução, essa economia
pode vir a se tornar em prejuizos no decorrer de uma obra.
5.4.3 Blocos de concreto utilizando resíduos da construção civil
A utilização de RCCs como agregados para produção de blocos de concreto não é
um tema recente, vários pesquisadores já desenvolveram pesquisas onde a
substituição, total ou parcial, dos agregados naturais por agregados provenientes do
beneficiamento dos resíduos gerado pela construção civil é viável e atenderam aos
requisitos mínimos das normas que regulamentam a produção de blocos de
concreto.
Buttler & Corrêa (2006), elaboraram sua pesquisa utilizando resíduos oriundos de
peças pré-moldadas de concreto, gerados em uma fábrica de pré-moldados. Por
apresentarem homogeneidade e insignificante presença de agentes contaminantes
eles consideraram o material um excelente potencial para serem reciclados e
utilizados na produção de blocos de concreto eles constataram durante a pesquisa
que, de maneira geral, as propriedades físicas dos blocos foram influenciadas pela
presença dos agregados reciclados, e que, no entanto, todos os requisitos exigidos
em norma foram atendidos.
A pesquisa revelou que devido a maior porosidade da argamassa contendo
agregado reciclado a absorção de água foi maior que nos blocos de referência, mas
que não afetaram em nada suas propriedades e que estavam dentro dos padrões
pré-definidos por norma vigente. Quanto à propriedade de retração por secagem
embora os blocos com agregados reciclados tenham apresentados valores
significativamente maiores que os blocos de referência, esses valores ainda
estavam dentro da retração máxima permitida por norma, esse fato ocorreu devido a
porosidade do agregado reciclado. Já para as propriedades de resistência à
compressão e tração indireta, os valores obtidos para os blocos com agregados
reciclados foram próximos dos blocos de referencia (BUTTLER & CORRÊA, 2006,
p.12).
19
Buttler & Corrêa (2006) chegaram à conclusão que independentemente da taxa de
substituição e da qualidade do resíduo, os blocos com agregado reciclado
apresentaram resultados satisfatórios, o que viabilizaria a utilização desse tipo de
agregado reciclado na confecção de blocos de concreto.
De Paula (2010) em Recife, elaborou sua pesquisa utilizando a substituição do
agregado natural por agregado reciclado na proporção de 25, 50, 75 e 100% e pode
constatar que não foram afetadas significativamente as propriedades mecânicas dos
blocos com agregados reciclados, e obteve valores de resistência que foram de 3,67
MPa a 2,03 MPa, mas fez uma ressalva quanto a elevada porosidade do agregado
reciclado e sugeriu que fossem feitos estudos afim de minimizar esse efeito para
obter maior durabilidade de edificações que utilizarem esses blocos.
Durante a pesquisa de Paula (2010) fez uma caracterização física dos agregados
utilizados, tais como ensaio de massa específica, massa unitária, ensaio de material
pulverulento e classificação granulométrica. Esses ensaios foram realizados para
poder definir quais eram os principais materiais que constituíam os resíduos
coletados. Grande parte dos resíduos era composta de argamassas (37,4%),
material cerâmico (23,3%) e concreto (21,1%). O pesquisador também observou que
devido à alta porosidade dos agregados reciclados o consumo de água foi maior que
nos concretos convencionais devido a sua maior absorção.
A pesquisa pode revelar que do ponto de vista das propriedades mecânicas a
utilização de agregados reciclados para produção de blocos é viável, mas quando se
trata de substituir integralmente o agregado natural por agregado reciclado é
necessário cautela, pois o mesmo apresentou resistência mecânica aos 28 dias
muito próxima do mínimo exigida por norma.
O estudo de blocos de concreto que utilizam agregados reciclados não é um assunto
novo, mas é um tema que deve ser estudado mais a fundo visando à utilização
racional dos resíduos gerado pela construção civil na confecção do mesmo.
5.4.4 Qualidade requerida em blocos de concreto com base na ABNT NBR
6136 (2007) e ABNT NBR 12118 (2010)
A qualidade é fator que não pode ser deixado de lado e que deve ser observado em
todas as fases de confecção dos blocos de concreto, desde o material utilizado até a
padronização das dimensões.
Os blocos devem apresentar homogeneidade, ser compactos e com arestas vivas,
não apresentarem trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu
assentamento, resistência e durabilidade ou o acabamento em aplicações
aparentes, sem revestimento. Se destinados a receber revestimento, devem ter a
superfície suficientemente áspera para garantir uma boa aderência (ABNT NBR
6136, 2007, p. 3).
20
É importante que os blocos tenham um padrão e para tanto é necessário seguir
alguns critérios e requisitos estabelecidos na NBR 12118 (2010). Estes critérios são
definidos como análise dimensional, determinação de absorção de água, área
líquida, resistência à compressão e retração por secagem, esses parâmetros iram
garantir conformidade nos blocos produzidos
A qualidade dos blocos de concreto esta ligada ao seu processo de fabricação, e
durante esse processo é necessário utilizar materiais industrializados, equipamentos
de boa precisão, procedimentos controlados de dosagem e cura dos mesmos
(FRANCO et al., 1994, apud, LORDSLEEM JÚNIOR et al., 2008, p.2).
A NBR 6136 (2006) descrimina o tipo de material que deve ser empregado na
produção de blocos de concreto, o tipo de agregado deve ser inerte e cimento
Portland, pode utilizar ou não aditivos e devem ser moldados em prensas-
vibradoras.
Esses parâmetros servem para padronizar a confecção de blocos de concreto com o
mínimo de qualidade exigido, vejamos a seguir cada uma dessas classificações.
Esta norma ainda classifica os blocos de concreto quanto ao uso, que podem ser:
a) classe A – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
ou abaixo do nível do solo;
b) classe B – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
do nível do solo;
c) classe C – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
do nível do solo;
d) classe D – Sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima
do nível do solo.
O concreto utilizado na produção dos blocos deve ser constituído de cimento
Portland, agregados e água. As recomendações da norma quanto ao agregado
empregado seguem prescrições da ABNT NBR 7211, no entanto ela enfatiza que se
forem utilizados outros tipos de agregados como escória de alto forno, cinzas
volantes, argila expandida ou outros agregados leves ou não, o produto final deve
atender aos requisitos físico-mecânico prescrito na NBR 6136 (2007) no subitem 5.3.
(NBR 6136, 2007, p.3).
A norma também estabelece condições quanto ao processo de fabricação e cura
dos blocos de concreto, o concreto utilizado deve ser homogêneo e compacto, os
lotes devem ser identificados segundo sua procedência e transportados e
manipulados com as devidas precauções, evitando que o mesmo tenha sua
qualidade prejudicada.
A analise dimensional verifica as três dimensões principais do bloco, largura (L),
altura (H) e comprimento (C), bem como a espessura das paredes. As medidas
devem corresponder as constantes nas tabelas a seguir:
21
Tabela 1. Dimensões reais
Nominal 20 7,5
Módulo M - 20 M - 7,5
Amarração 1/2 1/2 1/2 1/2 1/2 1/3 1/2 1/2 1/3 1/2
Linha 20 x 40 15 x 40 15 x 3012,5 x
40
12,5 x
25
12,5 x
37,510 x 40 10 x 30 10 x 30 7,5 x 40
190 140 140 115 115 115 90 90 90 65
190 190 190 190 190 190 190 190 190 190
Inteiro 390 390 290 390 240 365 390 190 290 390
Meio 190 190 140 190 115 - 190 90 - 190
2/3 - - - - - 240 - - 190 -
1/3 - - - - - 115 - - 90 -
Amarração L - 340 - - - - - - - -
Amarração T - 540 440 - 365 365 - 290 290 -
Compensador
B40 40 - 40 - - 40 - - 40
NOTA As tolerâncias permitidas nas dimensões dos blocos indicados na tabela 1 são de ± 2,0 mm para a largura e ± 3,0
mm para a a l tura e para o comprimento.
Os componentes das famíl ias de blocos de concreto têm sua modulação de acordo com as ABNT NBR 5706 e ABNT NBR 5726.
10
M - 10
Famílias de blocos
Largura (mm)
Altura (mm)
Comprimento
(mm)
Designação
M - 15
15 12,5
M - 12,5
Fonte: (ABNT NBR 6136, 2007)
Tabela 2. Designação por classe, largura dos blocos e espessura mínima das paredes dos blocos.
Paredes¹
mm
Espessura
equivalente² mm/m
M - 15
M - 20
M - 15
M - 20
M - 10
M - 12,5
M - 20
M - 7,5
M - 10
M - 12,5
M - 15
M - 20
18
18
18
135
135
135
15
15
15
15
15
113
113
113
113
113
¹Média das medidas das paredes tomadas no ponto mais estrei to.
²Soma das espessuras de todas as paredes transversa is aos blocos (em mi l imetros),
divididas pelo comprimento nominal do bloco (em metros).
C
D
25
32
25
32
18
18
18
15
15
15
15
15
Paredes transversais
Classe DesignaçãoParedes longitudinais¹
mm
A
B
25
25
25
25
188
188
188
188
Fonte: (ABNT NBR 6136, 2007)
Também é necessário fazer o ensaio de absorção líquida, nesse ensaio é verificado
o percentual de água absorvida por uma amostra do bloco com o valor expresso em
porcentagem, para tal é necessário fazer uso da seguinte equação:
100 x m
mm = a
1
12 (Equação 1)
onde:
a → é a absorção total, em porcentagem;
m1 → é a massa do corpo-de-prova seco em estufa, em gramas;
m2 → é a massa do corpo-de-prova saturado, em gramas.
22
Depois de feito esse ensaio será necessário a elaboração de um relatório constando
o valor da absorção de água de cada corpo-de-prova, a média dos resultados
individuais, o lote e a idade dos corpos-de-prova, sempre que declarado e a
avaliação da conformidade dos resultados em relação aos requisitos, conforme a
ABNT NBR 6136.
A norma ainda estabelece limites de absorção e retração linear por secagem que
estão discriminados na tabela a seguir:
Tabela 3. Requisitos para resistência característica à compressão, absorção e retração.
Agregado
normal
Agregado
leve
A ≥ 6,0
B ≥ 4,0
C ≥ 3,0
D ≥ 2,0
¹ Facultativo
Classe
Resistência
característica
.
MPa
Absorção média em %
≤ 10,0 %
≤ 13,0 %
(média) ≤
16,0 %
(individual)
Fonte: (ABNT NBR 6136, 2007).
A determinação da resistência à compressão é utilizada para verificar a capacidade
de carga que os blocos de concreto para vedação suportam quando submetidos a
forças exercidas perpendicularmente sobre suas faces. Essa verificação se faz
necessária para determinar a segurança estrutural da edificação. A seguir são
discriminados todos os testes necessários:
NBR 7217:1987 – Agregados – Determinação da composição granulométrica.
Esta norma estabelece parametros para a análise granulométrica e os
métodos de ensaios que seram nescessarios para a determinação da
granulometria dos agregados reciclados que foram britados;
NBR NM 46:2003 – Agregados – Determinação do material fino que passa
através da peneira 75 μm, por lavagem. Esta norma estabelece parametros
para a determinação de materiais finos que passam através da peneira de 75
μm, esse tipo de material pode ficar preso a agregados de granulometria
maior;
NBR NM 45:2006 – Agregados – Determinação da massa unitária e do
volume de vazios. Através dessa norma será possivel a determinação da
massa unitária e do volume de vazios constante na amostra de agregados
reciclados;
NBR NM 52:2003 – Agregado miúdo – Determinação da massa especifica e
massa aparente. Através dessa norma será possivel a determinação da
23
massa especifica e da massa aparente constante na amostra de agregados
reciclados;
NBR NM 30:2001 – Agregado miúdo – Determinação da absorção de água,
NBR NM 53:2009. Agregado graúdo – Determinação de massa específica,
massa específica aparente e absorção de água.
Em suma, estas normas serviram de referencial para a determinação de alguns
fatores que influenciam diretamente na composição do traço utilizado para a
confecção desta pesquisa, caso seja necessário a elaboração de um outro tipo de
traço que não seja o traço de referencia que utilizaremos no decorrer desta
pesquisa.
Após a confecção dos corpos de prova com as devidas proporções de agregados
reciclados, o mesmo deverá passar por alguns testes estabelecidos para blocos de
concreto e normatizados pela NBR 6136:2007, descrito pela NBR 12118:2010. Os
corpos de prova que serão utilizados nos ensaios a seguir se trata de blocos de
concreto moldados em forma própria. Os ensaios estão descriminados a seguir:
Limites de resistência à compressão: Os limites de resistência a
compressão serão verificados através de prensa hidraulica. A amostra
separada de cada lote deve ser separada, ensaiados secos ao ar, com os
seguintes procedimentos:
1 Devem ser feitas regularizações nas faces dos corpos-de-prova,
utilizando argamassas capazes de resistir às tensões do ensaio;
2 A pasta deve ser colocada sobre o molde de capeamento, a superficie
não deve ficar afastada do plano mais que 8x10-2 para cada 4x102 mm,
untado com óleo;
A superficie deve ser suficientemente rigida e bem apoiada para
evitar deformações visiveis no decorrer da operação de
capeamento;
Comprime-se a superficie a ser capeada de encontro à pasta ou
argamassa, com tolerância máxima de ± 5°;
O capeamento deve ser uniforme no momento do ensaio e sem
remendos;
3 A espessura média do capeamento não deve exceder 3mm.
A carga aplicada aos corpos de prova durante os ensaios deve ser no
mesmo sentido do esforço que os blocos devem suportar durante o seu
emprego. O corpo-de-prova deve ser colocado na prensa de tal forma que
24
seu centro de gravidade esteja alinhado com o eixo de carga dos pratos
da prensa.
Absorção de água e área líquida: Os aparelhos utilizados para esse
processo serão:
Balança com resolução mínima de 10 g e capacidade mínima
20.000 g;
Estufa com capacidade para manter temperatura no intervalo de
(110 ± 5)°C.
Execução do ensaio de absorção segundo a NBR 12118:2010:
Secagem
Os corpos-de-prova devem permacer no laborátório por um periodo de
24 horas, sendo então pesados e anotada sua massa como m3. Em
seguida sera tomada as seguintes providências:
Colocar os corpos-de-prova na estufa e elevar a temperatura a
(110 ± 5)°C e mantê-los nessa condição por um periodo de 24
horas;
Determinar a massa do corpo de prova após o periodo em que
esteve na estufa, anotar o valor encontrado e colocá-lo
novamente na estufa por 2 horas, sendo admissivél que o corpo
de prova permaneça no máximo 10 minutos fora da estufa
durante a medida de sua massa;
Repetir a operação descrita anteriormente a cada 2 horas
(considerando a leitura realizada após as primeiras 24 horas),
até que em duas determinações sucessivas não se registre para
p corpo-de-prova diferença de massa superior a 0,5% em
relação ao valor anterior, anotando-se então a sua massa seca
m1.
Saturação
A saturação é feita da seguinte forma:
Após resfriados naturalmente à temperatura ambiente, imegir os
corpo-de-prova em água à temperatura de (23 ± 5)°C, por 24
horas;
Pesar cada corpo-de-prova na condição de saturado com
superfície seca, que é obtida drenando o corpo-de-prova sobre
uma tela de 9,5 mm ou mais de abertura de malha por 60 s;
25
remover, então, a água superficial visível com um pano seco.
Anotar o valor encontrado e mergulhar o corpo-de-prova
novamente em água;
Repetir a operação descrita acima a cada 2 horas, até que em
duas determinações sucessivas não se registre para o corpo-de-
prova diferença de massa superior a 0,5% em relação ao valor
anterior, anotando-se então a sua massa saturada m2.
Execução do ensaio para determinação da área líquida segundo a NBR
12118:2010:
Dimensões
O valor de cada dimensão do corpo-de-prova é o resultado da média
de pelo menos três determinações executadas em pontos distintos na
face com a parede de menor espessura, sendo realizada uma
determinação em cada extremidade e uma no meio do corpo-de-prova,
com aproximação de 1 mm.
Massa aparente
O corpo-de-prova, após saturado, deve ter sua massa determinada
quando imerso em água à temperatura de (23 ± 5°C), por meio de
balança hidrostática, sendo o valor encontrado denominado massa
aparente m4.
Resultados
Absorção de água:
O valor da absorção de água de cada corpo-de-prova, expresso
em porcentagem, calculado pela fórmula:
(Equação 2)
Onde:
a é a absorção total, em porcentagem;
m1 é a massa do corpo-de-prova seco em estufa, em gramas;
m2 é a massa do corpo-de-prova saturado, em gramas;
Área líquida:
A área líquida de cada corpo-de-prova, em milimetros quadrado,
calculada segundo a expressão;
26
(Equação 3)
Onde:
Aliq é a área líquida, em milimetros quadrados;
m2 é a massa do corpo-de-prova saturado, em gramas;
m4 é a massa aparente do corpo-de-prova, em gramas;
h é a altura média do corpo-de-prova, medida na direção
perpendicular à seção de trabalho, determinada conforme o item 4.2 da
NBR 12118:2010, expressa em milimetros;
𝛶 é a massa específica da água utilizada no ensaio, em gramas
por centimetro cúbico;
Tendo em vista que os blocos produzido durante a elaboração desta
pesquisa serão do tipo classe D – Sem função estrutural, para uso em
elementos de alvenaria acima do nível do solo, o mesmo deve
apresentar valores mínimos estabelecidos tabela 3;
27
6 METODOLOGIA
A pesquisa em questão será pautada em estudos teóricos e estudos experimentais,
o que estará descriminado a seguir.
6.1 Estudo teórico
O estudo teórico terá como base pesquisas realizada através de livros, normas
regulamentadoras e artigos relacionados, tendo em mente a reunião de informações
necessárias para a elaboração de uma pesquisa consistente e sólida que possibilite
um andamento seguro durante a pesquisa, tais como as analises já realizadas em
pesquisas passadas, a caracterização correta dos agregados reciclados, os
procedimentos empregados para analise de absorção e ensaios de compressão dos
corpos de prova com referencia a um padrão estabelecido pelas normativas
vigentes.
6.2 Estudo experimental
A execução do estudo experimental será realizada, em partes, nas dependências do
laboratório de concreto e solos do campus universitário da Universidade do Estado
de Mato Grosso localizada na cidade de Sinop e em partes nas dependências da
Usina Hidrelétrica de Colider localizada na cidade de Colider, esse fato se dará pelo
motivo de não ter um local para ser feita britagem dos agregados em Sinop, e se
dividirá em 6 fases:
1ª fase: Adiquirir os residuos provenientes de obras no municipio de Sinop,
para a elaboração desta pesquisa optou-se por fazer com resíduos de
concreto, o mesmo será separado no prórpio canteiro de obras evitando a
contaminação com outros tipos de materiais, estes residuos serão
armazenados no próprio canteiro e posteriormente destinados a britagem nas
dependencias da usina hidrelétrica de Colider, o transporte dos residuos até a
usina será por conta do próprio acadêmico;
2ª fase: Seleção dos agregados provenientes da britagem através de ensaios
estabelecidos por normativas próprias, os agregados reciclados passarão por
um processo de peneiramento onde serão analisadas as porções que passam
e as que ficam retidas em cada uma das peneiras, é esperado que os
agregados reciclados apresentem granulometira na fração grossa com grãos
maiores do pedrisco com dimensão menor que 9,5 mm e na fração fina com
diâmetro máximo de 4,8 mm;
3ª fase: Definição do traço empregado na confecção dos blocos de concreto.
A principio será utilizado um traço padrão proposto por Barbosa (2005, p.58)
28
que será o 1:3,5:1,5 (cimeto: agregado miúdo: agregado graudo) em volume,
para uma resistência esperado de 4,5 MPa. Para a realização dos ensaios
caracteristicos serão moldados 9 corpos de prova, conforme recomendado
pela NBR 6138:2007, sendo que 6 serão utilizados para ensaio dimensional e
resistência à compressão, seguindo o critério estabelecido no item 6.5.1 da
presente norma, já que não são conhecidos valores de desvio padrão da
amostra e 3 corpos de prova para o ensaio de absorção e área líquida;
Tabela 4. Traço em volume dos blocos de 4,5 MPa utilizados nos ensaios
BLOCOS
(MPa)CIMENTO AREIA
PÓ DE
PEDRAPEDRISCO
4,5 1 2 1,5 1,5
TRAÇO DOS BLOCOS
Fonte: (BARBOSA, 2005).
4ª fase: Confecção dos blocos de concreto. Optou-se por executar essa
pesquisa com blocos de concreto da família M-20 com dimensões reais de
19x19x39cm, definidos em norma e constante na tabela 1 da NBR 6136:
2007, embora existam outras famílias de blocos, com os seguintes
percentuais de substituição dos agregados naturais pelos reciclados de 0,
20%, 50% e 100%. A principio a fôrma utilizada para confecção dos blocos
será do tipo manual, adquirida com recursos do próprio pesquisador, em
empresa especializada em máquinas e utensilios para blocos de concreto.
5ª fase: Analise dos requisitos físico-mecânicos dos blocos de concreto com e
sem a adição de residuos. Os requisitos estão prescritos na NBR 6136:2007 e
são:
Limites de resistencia a compressão: os corpos de prova moldados
com as devidas proporções de agregados reciclados e agregados
naturais seram submetidos, através de prensa hidraulica a ensaio de
compressão, os corpos de prova devem ser regularizados com
argamassa de capeamento, colocados na prensa tomando o cuidado
de deixar o eixo dos corpos de prova alinhados com o eixo de
aplicação da carga da prensa, a espessura da argamassa não deve
ser superior a 3mm. Esse ensaio será realizado nas dependencias do
laboratório de concreto da UNEMAT campus Sinop;
Absorção de água: O ensaio de absorção é realizado para determinar
o percentual de absorção que os blocos devem apresentar com limites
estabelecidos por norma e descrito anteriormente na fundamentação
teórica. O processo para determinação da absorção é da seguinte
forma: o corpo de prova é submersso em um tanque por 24 horas, logo
após esse periodo o mesmo é pesado periodicamente em intervalos de
29
2 em 2 horas até que não se tenha mais alterações em sua massa,
esse processo será realizado nas dependencias do laboratório de
concreto da UNEMAT campus Sinop;
Área líquida: O ensaio de área liquida é executado simultâneamente
ao ensaio de absorção com apenas uma diferença, o corpo-de-prova
deve ter sua massa determinada quando estiver imerso, através de
balança hidrostática e sua determinação dever seguir a formulação
descrita na funtamentação teórica.
6ª fase: Analise dos dados obtidos.
30
CRONOGRAMA
O quadro 1 trás elencado as atividades a serem elaboradas durante o
desenvolvimento desta pesquisa:
Quadro 1. Cronograma de desenvolvimento das atividades.
Atividades propostas
Pesquisa bibliográfica
Elaboração da fundamentação
teórica
Coleta, separação e
armazenagem dos resíduos de
concreto.
Transporte dos resíduos até a
usina Hidrelétrica de colider para
britagem do mesmo.
Caracterização dos resíduos
britados através de ensaios
normatizados.
Confecção e cura dos corpos-de-
prova para os ensaios físico-
mecanico.
Realização dos ensaios nos
corpos-de-prova
Analise e tratamento dos
resultados e elaboração das
conclusões
Revisão final da pesquisa
Apresentação e defesa da
pesquisa
Março Abril Maio Junho
31
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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de concreto simples para alvenaria – Requisitos. Rio de Janeiro, 2007.
_____. NBR 6136: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos.
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_____. NBR 7184: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria –
Determinação da resistência à compressão. Rio de Janeiro, 1992. 2 p.
_____. NBR 7217: Agregados – Determinação da composição granulométrica. Rio
de Janeiro, 1987. 3 p.
_____. NBR 7251: Agregado em estado solto – Determinação da massa unitária –
Requisitos. Rio de Janeiro, 1982. 4 p.
_____. NBR 9776: Agregados - Determinação da massa específica de agregados
miúdos por meio do frasco de chapman. Rio de Janeiro, 1987. 4 p.
_____. NBR 10004: Resíduos sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004. 77 p.
_____. NBR 12118: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Métodos
de ensaios. Rio de Janeiro, 2010. 16 p.
_____. NBR 15116: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil –
Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural -
Requisitos. Rio de Janeiro, 2004. 17 p.
_____. NBR 15113: Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes –
Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004. 16
p.
_____. NBR NM 27: Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios de
laboratório. Rio de Janeiro, 2001. 14 p.
_____. NBR NM 30: Agregado miúdo – Determinação da absorção de água. Rio de
Janeiro, 2001. 10 p.
_____. NBR NM 45: Agregados – determinação da massa unitária e do volume de
vazios. Rio de Janeiro, 2006. 18 p.
_____. NBR NM 46: Agregados – Determinação do material fino que passa através
da peneira 75 μm, lavagem. Rio de Janeiro, 2003. 13 p.
_____. NBR NM 52: Agregado miúdo – Determinação da massa específica e massa
específica aparente. Rio de Janeiro, 2009. 10 p.
32
_____. NBR NM 53: Agregado graúdo – Determinação de massa específica, massa
específica aparente e absorção de água. Rio de Janeiro, 2003. 15 p.
BARBOSA, K. C. Avaliação experimental do fenômeno de retração em alvenaria
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