Post on 03-Dec-2018
Zilanda de Souza Silva
SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta metodológica
Monografia apresentada ao Curso de Gra-duação em Ciências Biologicas, moda- lidade: Bacharelado em Ecologia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Ecologia. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Valcarcel
Seropédica, RJ 1996
ii
A terra deu o seu fruto, e Deus, o nosso Deus, nos abençoa.
(SL.67:6)
AGRADECIMENTOS
A Deus, criador da natureza.
Ao Professor Ricardo Valcarcel, pela orientação e
dedicação a este trabalho.
À Professora Shirley de Oliveira Carvalho, pela
amizade, apoio e incentivo.
Aos meus pais e minha irmã.
A minha tia Degmar e sua família.
Aos amigos Gilmar, Rejane, Alessandra e Rita, pelo
companheirismo e apoio.
Aos colegas do Laboratório de Manejo de Bacias
hidrográficas, pela amizade e incentivo.
Ao Helder e Magna, pela colaboração na digitação.
Aos Professores Ricardo da Silva Pereira, Silvia Regina
Goy e Hermany C. Rodrigues pelas observações e
sugestões.
Aos irmãos e amigos da Aliança Bíblica Universitária.
A todos que direta ou indiretamente, contribuíram com
este trabalho.
iv
ÍNDICE
I - INTRODUÇÃO............................................... 2
II - OBJETIVOS:.............................................. 4
III - JUSTIFICATIVA.......................................... 4
IV - ÁREA DE ESTUDO.......................................... 6
4.1 - Localização .......................................................................................................6 4.2 - Clima......................................................................................................................6 4.2.1 - Classificação climática.................................................................. 6 4.2.2 - Temperatura .............................................................................................. 6 4.2.3 - Ventos .......................................................................................................... 6 4.2.4 - Umidade relativa, Insolação e Nebulosidade .................... 6
4.3 - Solos......................................................................................................................6 4.4 - Vegetação ............................................................................................................7 4.5 - Relevo ...................................................................................................................8 4.6 - Caracterização das paisagens originais.....................................11
V - PROCESSO DE DEGRADAÇÃO/RECUPERAÇÃO DA ÁREA.............. 13
5.1 - Processo de degradação ...........................................................................13 5.2 - Processo de recuperação.........................................................................14 5.3 - Áreas Tipos .....................................................................................................15 5.3.1 - Relevo acidentado .............................................................................. 17
5.3.1.1 - Relevo acidentado com substrato adensado ...................................................17 5.3.1.2 - Relevo acidentado com substrato não adensado ............................................17
5.3.2 - Relevo suave ..............................................................................................18 5.3.3 - Voçorocas ................................................................................................. 19 5.3.4 - Áreas de drenagens............................................................................ 20
5.3.4.1 - Drenagem principal .....................................................................................20 5.3.4.2 - Drenagens secundárias ................................................................................21
5.3.5 - Áreas aluviais ..................................................................................... 21 5.3.5.2 - Leito removível .............................................................................................22
5.4 - Medidas conservacionistas....................................................................22 5.4 - Medidas conservacionistas....................................................................23
5.4.1 - Detalhamento das medidas.................................................................................... 28
VI - SUCESSÃO ECOLÓGICA..................................... 40
6.1 - Sucessão Primária ......................................................................................................41 6.2 - Sucessão secundária ...................................................................................................42 6.3 - Estágios sucessionais ..................................................................................................42
VII - PROPOSTA METODOLÓGICA................................. 45
7.1 - Marco Filosófico .........................................................................................................45 7.2 - Fatores envolvidos......................................................................................................46
7.2.1 - Marco temporal ..................................................................................................... 46 7.2.2 - Tratamentos........................................................................................................... 48
7.3 - Unidades amostrais ....................................................................................................48
v
7.3.1 - Superfície/demarcação .......................................................................................... 50 7.3.2 - Tamanho................................................................................................................ 50
7.4 - Método fitossociológico ..............................................................................................50 7.4.1 - Adequação do Método .......................................................................................... 51
7.4.2 - Seleção do Método...................................................................................................51 7.4.3 - Descrição do método............................................................................................. 52 7.4.4 - Parâmetros Fitossociológicos................................................................................ 52 7.4.5 - Tamanho e forma da amostragem ......................................................................... 55 7.4.6 - Aplicação do método............................................................................................. 58 7.4.7 - Periodicidade......................................................................................................... 58
7.4.8.1 - Tratamentos..................................................................................................59 7.4.8.2 - Tratamento e testemunha............................................................................59 7.4.8.3 - Entre tratamentos compatíveis ...................................................................60
7.5 - Infra-estrutura necessária .........................................................................................60 7.5.1 - Herbário................................................................................................................. 60 7.5.2 - Álbum fotográfico................................................................................................. 61 7.5.3 - Material ................................................................................................................. 61
7.6 - Equipe..........................................................................................................................61
VIII - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................... 62
8.1 - Conclusões...................................................................................................................62 8.2 Recomendações .............................................................................................................63
IX - BIBLIOGRAFIA........................................... 64
X - ANEXOS.................................................. 68
XI - ANEXO FOTGRAFICO....................................... 73
vi
RESUMO
A proposta metodológica para avaliação da dinâmica da
colonização vegetal espontânea em área de empréstimo,
incorpora informações decorrentes do geodinamismo torrencial
de áreas degradadas, das características ecológicas das
plantas introduzidas e espontâneas, assim como os impactos das
medidas conservacionistas implantadas pelo Laboratório de
Manejo de Bacias Hidrográficas da UFRRJ, na área que foi
utilizada para o aterramento do Porto de Sepetiba, na
localidade de Ilha da Madeira, Itaguaí, RJ. A proposta
apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta
procedimentos práticos para levantamento, processamento e
análise dos dados. Ela dimensiona o contingente de pessoal e
de material para sua consecução.
2
I - INTRODUÇÃO
As atividades antrópicas desordenadas, geralmente causam a
degradação dos ecossistemas naturais. Elas consistem em eventos
ligados a agropecuária, mineração, urbanização e obras de
engenharia.
A degradação dos ecossistemas tem sido tema de grande
interesse regional e nacional; são várias as reuniões científicas
que tratam o assunto (Congr. Bras. de Recuperação de Áreas
Degradadas, Ciência do Solo, Meio Ambiente, entre outros). Os temas
abordados são de interesse multidisciplinar e são trabalhados por
distintas categorias profissionais.
Os deslizamentos, enchentes, processos erosivos
acelerados, áreas de empréstimo são evidências incontestes do mau
uso da terra, constituindo "cicatrizes ambientais", que contribuem
para conscientizar a sociedade em geral, da importância de se
tratar corretamente estas áreas, facilitando com isso, a tomada de
decisão dos técnicos responsáveis.
A demanda gerada pela sociedade, para reversão dos
problemas ambientais, tem suscitado a criação de novas técnicas e
estratégias de recuperação e de reabilitação de áreas degradadas,
assim como dos ecossistemas intensamente modificados pela atividade
antrópica.
O desafio das instituições de ensino, pesquisa e extensão
do país, está em criar alternativas objetivas, econômicas e menos
complexas, que viabilizem ou minimizem os processos de
degradação/reabilitação dos ecossistemas.
A conjugação dos diferentes fatores ambientais nos
ecossistemas tropicais, lhe conferem grande potencial biótico,
biodiversidade e capacidade de resiliência, apesar da sua
fragilidade, quando haja intervenção antrópica imprópria.
O estudo e manejo da sucessão vegetal em ecossistemas
degradados, pode constituir ferramenta importante para a sua
reabilitação, pois se está utilizando os próprios mecanismos da
3
natureza local, induzindo o surgimento de novos estágios
sucessionais. Estudos como este, permitirão indicar espécies
potencialmente recomendáveis, assim como associações que
contribuirão para o processo de sucessão vegetal.
O presente trabalho visa propor um método de avaliação da
sucessão vegetal em uma área de empréstimo (10,81 hectares) no Rio
de \Janeiro, onde foram retirados aproximadamente 1.400.000 metros
cúbicos de terra para a construção do Porto de Sepetiba. Nesta área
o Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas da UFRRJ desenvolve
uma série de pesquisas práticas para viabilização de tratamentos
conservacionistas, objetivando sua reabilitação.
4
II - OBJETIVOS:
2.1 Geral
O objetivo geral é apresentar uma proposta metodológica de
avaliação da dinâmica da sucessão vegetal em área de empréstimo,
localizada na Ilha da Madeira, onde pesquisadores do Laboratório de
Manejo de Bacias Hidrográficas (LMBH), da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), desenvolvem trabalhos de
Recuperação de Áreas Degradada.
2.2 Específico
O objetivo específico é propor estratégias metodológicas
para a avaliação da sucessão vegetal em áreas com diferentes
tratamentos conservacionistas e características geo-ambientais:
* relevo acidentado;
* relevo suave;
* áreas com voçorocas;
* áreas de drenagens;
* áreas aluviais.
III - JUSTIFICATIVA
A área objeto de estudo, foi decapeada de 1978 à 1980, para
a construção e aterro do Porto de Sepetiba (1981). Áreas similares
existem em grande freqüência no país, principalmente onde há
construção de portos, estradas, pontes, usinas, fábricas e áreas de
terraplanagem. Estas regiões depois de exploradas, são usualmente
abandonadas sem sofrerem nenhum tratamento conservacionista, para
que possam ser reinseridas ao contexto das paisagens regionais.
Isto se dá, de um modo geral, devido as obras serem de grande
porte, realizadas por grandes empresas sem vinculo regional. Elas
comprometem-se única e exclusivamente com a empreitada, deslocando-
se imediatamente após o seu término. Os contratantes dos serviços,
legalmente estabelecidos na região, além de enfrentarem os riscos
inerentes a uma nova atividade econômica, não se sentem
responsáveis pelos prejuízos ambientais decorrentes da construção
5
da infra-estrutura, uma vez que não atuaram na construção das
obras.
Associado aos fatos de natureza administrativa, há um de
natureza científica: desconhecimento de tecnologias ambientais
eficientes para a reversão dos impactos. Os custos são conseqüência
e de uma forma geral pensa-se que eles sejam exorbitantes.
A associação das características apresentadas ao pouco caso
dos órgãos ambientais, contribuem para o abandono das áreas
degradadas, acelerando os seus processos de degradação a partir de
cada chuva com intensidade mínima.
A reabilitação natural de áreas degradadas, com vegetação
espontânea, demoram décadas, como pode ser observado nas regiões
próximas às construções das barragens de Ponte Coberta, Ribeirão
das Lajes (1902) e os taludes da antiga rodovia Rio - São Paulo. A
reabilitação induzida, utilizando espécies vegetais de acordo com
os estágios sucessionais da região, pode acelerar este processo,
além de torná-lo mais eficiente, econômico e estável.
A área de estudo é uma área piloto, nela pretende-se estudar
a dinâmica dos processos de colonização vegetal espontânea, podendo
as informações servirem, como subsídio, para outras áreas
degradadas da região de domínio ecológico da Mata Atlântica.
6
IV - ÁREA DE ESTUDO
4.1 - Localização
A área de estudo situa-se na região denominada de Costa
Verde, distrito da Ilha da Madeira (latitude 23º 55' 07'' - 23º 55'
57'' sul, e longitude 43º 49' 73'' - 43º 50' 35'' Oeste), município
de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro (FIGURA 01).
A área situa-se na região de domínio ecológico da Mata
Atlântica, onde predominam as formações regionais típicas de
litoral; área de manguezal (fundo da Baía de Sepetiba) e Mata
Atlântica no início das montanhas que compõem a Serra do Mar.
4.2 - Clima
4.2.1 - Classificação climática
O clima da região é classificado como "Aw" (tropical
chuvoso com inverno seco) segundo a classificação de KÖPPEN (1938).
Como quente e superúmido, tipo equatorial sem seca, segundo a
classificação de GAUSSEN (1955) e equatorial "Ec" passando para
tropical quente "Tp", segundo PAPADAKIS (1966).
4.2.2 - Temperatura
A temperatura máxima média anual corresponde ao mês de
fevereiro, 25,7ºC e a mínima média anual corresponde ao mês de
julho, 19,6ºC durante 41 anos de registro e processamento (FIDERJ,
1978).
7
Figura 01: Localização relativa
6
4.2.3 - Ventos
Os ventos médios predominantes apontam para as
direções : sul (S); sudeste (SE); leste (E); nordeste (NE);
noroeste (NW); e sudoeste(SW), atingindo velocidades médias
de 2 a 6 m/s (FIDERJ,1978). Esporadicamente podem atingir
grandes velocidades em tormentas tropicais.
Não foram encontrados indícios naturais e bio-
indicadores, que caracterizem a direção predominante dos
ventos, como a adaptação da arquitetura das copas das
árvores.
4.2.4 - Umidade relativa, Insolação e Nebulosidade
A umidade relativa média anual é de 75%, a insolação
total média anual de 2.162.7 horas e a nebulosidade mensal
varia de 4,3 a 7,1 em uma escala que vai de 0 a 10 para a
estação de Ecologia Agrícola, Itaguaí-RJ (MATTOS et al.,
1989).
4.3 - Solos
As principais classes de solos encontrados na região
são os Podzólicos nas vertentes, sub-classe Podzólico
Vermelho Amarelo Distrófico e Hidromórfico, sub-classe Glei
Humico nas áreas de várzeas. Ambas categorias caracterizadas
por terem baixa fertilidade natural e por serem altamente
susceptíveis aos processos erosivos, quando mal manejados
(VALCARCEL, 1993).
Apesar de abrigarem vegetação com grande potencial
biótico, os solos pouco contribuem para a manutenção do
status da vegetação, que deve-se, principalmente, aos fatores
climáticos regionais: chuva, umidade e temperatura
(VALCARCEL, 1993).
7
4.4 - Vegetação
A Mata Atlântica é uma floresta umbrófila, localizada
sobre a imensa cadeia montanhosa litorânea, situada ao longo
do Oceano Atlântico, desde o Rio Grande do Sul até o
Nordeste. Embora represente o maior e o mais diversificado
ecossistema florestal remanescente no sudeste do Brasil,
ainda é muito pouco conhecido sob o ponto de vista florístico
(RIZZINI, 1979 e LEITÃO FILHO, 1993).
Em regiões profundamente devastadas pelo homem, como
no Nordeste, a sua existência é hoje comprovada apenas por
vestígios. Nas Serras do Mar e da Mantiqueira, nos estados de
Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo,
esta floresta apresenta os maiores fragmentos (MIZUGUCHI et
al., 1982).
A flora da Mata Atlântica é composta pelo estrato
arbóreo de exemplares de jacarandá (Machaerium sp.), araribá
(Enterolobiun sp.), ipês (Tecoma sp.), sapucaia (Lecythis
sp.), grapiapunha (Apuleia leiocarpa), pequiá-marfim
(Aspidosperma sessiliflorum), cedros (Cedrela sp.), louro
(Nectandra sp.), cajarana (Spondias sp.), canelas (Ocotea
sp.), jataí (Hymenaea sp.), massaranduba (Manilkara sp.) e
brauna (Melanoxylon barauna) entre outras. O estrato
arbustivo é caracterizado pelas palmeiras dos gêneros
Euterpe, Geonoma, Astrocaryum. Entre as herbáceas destacam-
se: Pteridophytas e espécies das famílias Amarilidaceae,
Rubiaceae, Marantaceae, Melastomataceae e Musaceae. Nas
partes mais úmidas da mata, aparecem inúmeras espécies de
musgos e filícineas. Devido a competição pela luz, nas
camadas inferiores, existem grande quantidade de lianas e
epífitas como as orquídeas e bromélias (ESTADO DO RIO, 1991 e
MIZUGUCHI et al., 1982).
8
A área de estudo pertence ao domínio ecológico da
Mata Atlântica, encontra-se entre duas importantes formações
ecológicas: Manguezal e Floresta Secundária em estado inicial
de sucessão, com abundante presença de cipós (FIGURA 02). A
vegetação original foi intensamente utilizada no passado para
a produção de lenha, madeira, embarcações e construção civil,
sendo que a área serviu posteriormente para plantação de cana
e pastagem.
A colonização vegetal espontânea na área de estudo
foi incipiente durante o tempo em que a área esteve
abandonada (1981 a 1993). Foram encontradas algumas espécies
arbustivas de pequeno porte em locais onde há acumulo de
sedimentos de solos misturados com substrato terroso e
umidade: um exemplar de pau-jacaré (Piptadenia sp.), quatro
borrachudos (Machaerium calubriana), alguns exemplares de
alecrim (Baccharis dracunculifolia) assim como pequena
ocorrência de espécies de porte herbáceo: tiririca (Cyperus
sp.), e carqueja (Baccharis sp.). As bananeiras (Musa sp.) e
o capim napiê (Pennisetum purpureum) (ver FOTOGRAFIA 01),
surgiram em locais com vestígios de solo-depósito, carreados
das extremidades da área de empréstimo (VALCARCEL, 1994).
Os principais motivos que impedem a colonização
espontânea das espécies pioneiras na área de estudo são:
solos secos, duros, sem matéria orgânica, oscilação térmica
diária e presença de formigas.
4.5 - Relevo
A região de estudo encontra-se aos fundos da Baía de
Sepetiba, em uma elevação, cujo ponto mais alto é de 225
metros, distribuídos equidistantemente em todas as
orientações, com as vertentes de declividade média de 30%. A
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região é cercada pelo mar: Baía de Sepetiba e Enseada da
Restinga da Marambaia, em 90% do seu perímetro (FIGURA 01).
10
Figura 02: Situação e corte transversal.
(Fonte Valcarcel 1993)
11
Os 1.400.000 metros cúbicos de terra retirados na área
de estudo, modificaram significativamente o relevo original.
Ele é acidentado, com substrato inconsistente, rígido quando
seco e friável quando úmido, apresenta 5.542 metros quadrados
de afloramento rochoso. Quase toda a região está sobre um
maciço granítico, que condiciona a atual forma do relevo.
4.6 - Caracterização das paisagens originais
A composição da paisagem da Ilha da Madeira é
caracterizada pela forte influência marinha, o que propicia
alta umidade relativa (> 75%) e regular distribuição das
chuvas ao longo do ano, não havendo déficit hídrico.
O relevo, associado a profundidade elevada dos
afloramentos rochosos, exposição solar e interceptação de
vapor de água, criam condições ideais para o estabelecimento
da Mata Atlântica.
As paisagens naturais da Ilha da Madeira foram se
modificando em função da ação antrópica, principalmente até o
início do século, quando a região experimentou crescimento
econômico significativo. O resultado foi a substituição da
Floresta por cafezais, plantações e pastagens. A partir de
então, o esgotamento dos solos e a perda da importância de
área, trouxeram o recobrimento de algumas áreas menos
danificadas com florestas secundárias.
Atualmente as atividades econômicas da região estão
voltadas principalmente para a pesca artesanal. A pesca
profissional e a industrialização não absorvem mão-de-obra
local. Estes fatos contribuem para a redução da pressão de uso
sobre a vegetação.
A área do projeto está voltada frontalmente para a
rodovia BR 101, que cruza uma das principais zonas turísticas
do estado, com grande potencial econômico, conhecida como
Costa Verde.
12
A sua inclusão neste corredor visual de influências de
estrada é mais um motivo para despertar o interesse na
reabilitação desta área.
13
V - PROCESSO DE DEGRADAÇÃO/RECUPERAÇÃO DA ÁREA
5.1 - Processo de degradação
A degradação de uma área ocorre quando a vegetação
nativa e fauna forem destruídas, removidas ou expulsas; a
camada fértil de solo for perdida, removida ou enterrada; e a
qualidade e regime de vazão do sistema hídrico for alterado.
Após este processo esta área passa a ser denominada Área
Degradada, pelo fato de não ter meios espontâneos de
regeneração natural, ou seja, apresenta baixa capacidade de
voltar ao seu estado natural (IBAMA, 1990 e KAGEYAMA et al.,
1992).
Os locais em que se extraem substrato são denominados
"Áreas de Empréstimo". Este termo é aceito pelos técnicos,
amplamente utilizado em trabalhos científicos e congressos,
embora não conste em publicações de terminologia. Ele está
sendo referenciado na publicação sobre terminologia de
Recuperação de Áreas Degradadas (VALCARCEL, 1995).
A altura média do decapeamento na área de estudo foi
de 13 m, nas drenagens e locais com maior erosão chegou a 27 m
promovendo uma completa desfiguração da topografia e
acarretando o aceleramento dos processos erosivos.
O local foi abandonado em 1981, sendo explorado mais
intensivamente entre os anos de 1978 e 1980. O processo de
erosão foi intenso entre os anos de 1980 a 1983, pois o
terreno não estava consolidado e havia o traçado dos acessos,
captadores e condutores de água. As voçorocas presentes
permitem evidenciar a sua magnitude.
No período de construção do porto e retro porto, a
área esteve submetida a ação de caminhões e maquinaria pesada,
demandando a construção de estradas e pátios de manobras no
local. Os tratores e caminhões passavam por estas estradas e
chegavam até a parte alta da área que tem o desnível de 170 m
14
de altura. Atualmente não se consegue distinguir as estradas,
os pátios de manobras, nem os pontos principais de retirada de
aterro. Estas observações permitem avaliar a dinâmica dos
processos erosivos na atual conformação da micro-topografia da
área, ou seja, a topografia a nível de escala de campo (1:1).
Ainda hoje, se verifica perda de sedimentos que se
depositam na estrada de acesso a Ilha da Madeira e na Baía de
Sepetiba.
5.2 - Processo de recuperação
Recuperar significa retornar a área que foi degradada
às suas formas e aptidão de uso, de acordo com um plano
preestabelecido para o uso do solo; reabilitar significa fazer
com que a área retorne a um estado biológico apropriado,
condicional (onde o homem interfere para aumentar, ou agir
contra fenômenos naturais) ou auto-sustentável (manejo de uma
área até atingir um ponto em que a ação do homem não seja mais
necessária) e restaurar é o retorno ao estado original, antes
da degradação: situação quase impossível a ser conseguida na
prática (IBAMA, 1990).
A recuperação "sensu stricto", significa promover
modificações que conduzam a um estágio similar ao original
(VALCARCEL, 1995). Como este processo é oneroso e inviável na
maioria dos casos, criou-se o conceito de "reabilitação", que
consiste em um conjunto de atividades dirigidas no sentido de
reabilitar a área em forma e processos nos aspectos
paisagísticos regionais e desempenho dos processos
hidrológicos.
A princípio o que se objetiva é reabilitar a área, ou
seja, dar condições para que ocorra o processo de sucessão
tendo em vista que a sua restauração é inviável.
O primeiro passo dado no início do projeto foi a
estabilização deste geodinamismo torrencial, através de
15
medidas físicas e físico-biológicas permitindo a introdução
das medidas biológicas.
5.3 - Áreas Tipos
Para reabilitar o local, estabeleceu-se áreas com
afinidades em relação aos seguintes critérios ambientais:
estado de degradação do substrato, nível de atuação dos
processos erosivos, relevo, posição relativa da catena,
profundidade do substrato, locais de produção, transporte e
deposição de sedimentos. Estas áreas foram denominadas de
"áreas-tipos" (VALCARCEL, 1994).
As áreas tipos apresentam características ambientais
diferentes entre si, assim como os fatores que influem nos
seus geodinamismos torrenciais. Elas classificam-se (FIGURA
03) em:
1. Relevo acidentado
2. Relevo suave
3. Voçorocas
4. Áreas de drenagens
5. Áreas aluviais
16
Figura 03: Distribuição das áreas-tipos.
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5.3.1 - Relevo acidentado
Possui declividade superior a 100%, localiza-se
prioritariamente a montante da catena, é uma área com vocação
de emissão de sedimentos, predominando os processos erosivos
responsáveis pela erosão laminar. Foi dividida em função do
adensamento da capa do substrato em:
1.1 relevo acidentado com substrato adensado.
1.2 relevo acidentado com substrato não adensado.
5.3.1.1 - Relevo acidentado com substrato adensado
Constitui-se em subsolo adensado e parcialmente
compactado pela mecanização. A ação das chuvas sobre a
superfície, provocou o seu encrostamento superficial,
reduzindo a infiltração e dificultando fixação biológica pela
penetração do sistema radicular. Nesta área ocorre um elevado
escoamento superficial.
Localiza-se no terço superior da catena, tendo um
importante papel hidrológico: capta, conduz e direciona a
água para o interior da área objeto de estudo com uma
magnitude similar a da chuva com idêntica intensidade,
formando sulcos e voçorocas a jusante (Relevo suave).
5.3.1.2 - Relevo acidentado com substrato não adensado
São áreas que sofreram aterramento e constituem
taludes íngremes (i>100%), onde há mistura de pequenas
porções de solo com subsolo. Nestas áreas, foram
transportados e depositados rizomas de bananeiras e materiais
de vegetação secundária (sementes, folhas e raízes) da
cabeceira do talude, nas drenagens.
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Localiza-se na parte intermediária da catena, entre a
área aluvial e a de relevo acidentado, em zona de transporte
de sedimentos, emitidos pela parte alta e depositados nas
áreas aluviais.
5.3.2 - Relevo suave
Possui declividade inferior a 20%, encontra-se
situada na parte intermediária da catena. Possui vestígios
remanescentes dos pátios de manobras de caminhões. É uma área
com vocação principal para a deposição temporal de
sedimentos. Há erosão em sulco nos locais com concentração de
águas. O estabelecimento da vegetação espontânea é
dificultado pela instabilidade do micro-relevo, pois a
convergência da água captada na área 1, provoca descontínuos
ciclos de deposição, arrasto e quebra de micro-taludes,
promovendo descalçamento, tombamento e retirada das mudas.
Ela foi dividida em função da profundidade do afloramento
rochoso em:
2.1 Relevo suave com profundidade superior a 40 cm.
2.2 Relevo suave com profundidade igual ou inferior a
40 cm.
A primeira apresenta possibilidade de penetração do
sistema radicular de espécies arbóreas e a segunda não é
recomendada, pois a profundidade não permite a
sustentabilidade física de espécies arbóreas, sendo propício
para a vegetação herbácea.
19
5.3.3 - Voçorocas
São sulcos, provocados pela concentração de água em
um dado local, podendo atingir dimensões máximas quando
cobrem a totalidade da vertente. Formam-se em terrenos mal
consolidados em áreas degradadas e em depósitos de estéril e
de rejeitos (IBAMA, 1990).
As voçorocas apresentam-se em diferentes estágios de
evolução dos seus processos erosivos. Situam-se a jusante das
áreas de produção (área 1) e condução (área 2) de água, tendo
como fator dominante o direcionamento das linhas de drenagem.
Seus dinamismos, caracterizam-se pela presença e ausência de
processos erosivos intensos. Para fins do presente estudo,
dividiu-se esta área em:
3.1 - Voçorocas ativas.
3.2 - Voçorocas passivas.
Na primeira, o processo e erosivo é crescente,
ocorrendo na calha, solapando as margens, gerando movimento
de massa nas paredes. Estes processos são conseqüência da
captação e concentração da água a montante e condução pela
linha de drenagem, que pode ter seu leito variável.
Na segunda, o processo erosivo está ligeiramente
estabilizado, apresentando incipiente colonização com
liquens, fungos e vegetais inferiores em suas paredes. A
captação de água a montante é dirigida para outra linha de
drenagem.
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5.3.4 - Áreas de drenagens
São calhas que captam e conduzem as águas pluviais
com descarga sólida na área de estudo. Nelas predominam os
processos de erosão do fundo e solapamento das margens. Sua
distribuição e arquitetura variam em função da organização
espacial das águas, resistência dos materiais, escoamento e f
direção das principais linhas de drenagens a montante. Desde
que a área foi abandonada, a interação entre chuvas
torrenciais e a pequena taxa de infiltração no local,
apresentou como principal efeito uma distribuição aleatória
das drenagens. As chuvas esculpiram drenagens com alternância
de freqüência do uso, ou seja, a água alterna preferências de
linhas de drenagens, gerando várias drenagens, sem definição
de um canal principal ou secundário. As drenagens foram
divididas em:
4.1 Drenagem principal.
4.2 Drenagens secundárias.
5.3.4.1 - Drenagem principal
Local de condução do maior volume de água, para onde
confluem as drenagens secundárias.
Foi construída uma série de obras físicas com o
objetivo de melhorar as condições hidráulicas da calha para
receber um maior volume de água, aumentar o tempo de
concentração e reduzir a energia hidrodinâmica da água.
Este canal, foi dotado de caixas de passagem para
separar os sólidos do líquido, e permitir a avaliação da
eficiência conservacionista das medidas biológicas
implantadas.
21
5.3.4.2 - Drenagens secundárias
Constituídas de linhas de drenagens com fluxo
esporádicos, que alternavam presença de grandes e pequenos
fluxos de água.
Com a construção das obras físicas, o papel de
condução de águas pluviais, restringiu-se a apenas às águas
das imediações das drenagens, não havendo grandes fluxos de
água.
5.3.5 - Áreas aluviais
São as áreas onde predominam processos de deposição
de sedimentos. O processo de deposição e arrasto de
sedimento, alterna-se de acordo com a variação da intensidade
e freqüência da chuva, assim como do tipo de sedimento
transportado. A areia depositada só pode ser transportada com
chuvas torrenciais, enquanto a argila é facilmente carreada.
Foi dividida em função do recebimento e a acomodação dos
sedimentos em:
5.1 - Leito fixo. 5.2 - Leito removível. 5.3.5.1 - Leito fixo
São áreas ligeiramente estabilizadas, que não recebem
grandes quantidades de sedimentos das áreas de captação a
montante, apenas sedimentos finos, que passam através da
área, sem acusar alterações periódicas da forma da micro-
topografia.
22
5.3.5.2 - Leito removível
São áreas que recebem grandes quantidades de
sedimentos das áreas a montante, alternando constante troca
de material no seu interior, sendo a areia grossa a mais!
perceptível. O leito da drenagem é auto-nivelado, após cada
chuva que gera o escoamento superficial.
A descrição do quantitativo total das áreas
apresenta-se no QUADRO 01 e sua distribuição espacial na
FIGURA 03.
QUADRO 01: Superfície das áreas-tipo.
23
5.4 - Medidas conservacionistas
Elas foram classificadas em: físicas(FOTOGRAFIAS 02 e
03), biológicas (FOTOGRAFIAS 04 e 05) e físico-biológicas
(FOTOGRAFIAS 06, 07 e 08). As medidas físicas são obras de
engenharia construídas com o objetivo de reverter os
problemas ambientais de forma emergencial, visando controlar
os processos erosivos em curto prazo. As medidas biológicas
são técnicas de manejo da vegetação que viabilizam respostas
ambientais a médio e longo prazo, elas objetivam a
"reconstrução" dos meios físicos e biológicos, dando
condições para o início dos processos ambientais, que
interferem no funcionamento do ecossistema. As medidas
físico-biológicas, combinam os efeitos das duas medidas
anteriores, objetivam atenuar os problemas ambientais a curto
e médio prazo.
As três medidas conservacionistas começaram a ser
implantadas em 1993, de forma diferenciada em cada uma das
áreas-tipo. Para avaliar a eficiência destas medidas deixou-
se áreas testemunhas em todas as áreas tipo (FIGURA 04), com
objetivo de permitir a comparação da colonização espontânea,
com as demais áreas objeto de reabilitação. A área 04, Área
de drenagem não possui área testemunha por ter sofrido
modificações drásticas na captação e condução de água (FIGURA
05). A apresentação e o período de implantação das medidas
conservacionistas encontram-se nos QUADROS 02 e 03
respectivamente.
24
Na área de drenagem não tem testemunha, pois a mesma teve modificação.
Figura 04: Localização das áreas testemunhas.
25
Figura 05: Rede de Drenagem. (Fonte Valcarcel 1993)
26
QUADRO 02: Medidas conservacionistas e áreas testemunhas
Medidas ÁREA TESTEMUNHA BIOLÓGICAS FÍSICAS FÍSICO-
BIOLÓGICAS 1 - RELEVO
ACIDENTADO
1.1 Substrato adensado
T1.1 B1 Plantio de sabiá B2 Plantio de várias espécies
____
FB1 Almofada (2m) FB2 Almofada (4m) FB3 Almofada (8m)
1.2 Substrato não adensado
T1.2 B3 Capim jaraguá B4 Plantio de Albizia lebbek
F1 Calha de captação
____ 2 - RELEVO SUAVE
2.1-Profundida > 40cm
T2.1 B5 Plantio de várias espécies
F2 Calhas de captação
FB4 Almofadas
2.2-Prof.≤40cm T2.2 ____
F3 Muro de desvio
FB5 Almofadas
3 - VOÇOROCAS 3.1-Voçorocas
ativas T3.1 B6 Plantio de
Cecropia sp. F4 Calhas de
captação FB6 Almofadas
3.2-Voçorocas passivas
T3.2 B7 Plantio de várias espécies
F5 Calhas de captação
FB7 Almofadas
4 - DRENAGENS
4.1-Drenagem principal
____
____
F3 Muro de desvio
F6 Diques (m/j) F7 Travessas
(m/j) F8 Espigões
(m/j) F9 Muros
laterais F10 Praça de
sedimentação (m/j)
____
4.2-Drenagens secundárias
____ ____ F11 Calhas de captação
____
5-ÁREA ALUVIAL 5.1-Leito fixo T5.1a
T5.1b T5.1c
B8 Plantio de várias espécies
____
____
5.2-Leito removível
T5.2 ____ ____ ____
total 10 08 15 07
27
QUADRO 03: Implantação das medidas conservacionistas _______________________________________________________________
Ano Área-tipo 1993 1994 1995 1996 _______________________________________________________________ 1.1 Relevo acidentado com substrato adensado - 1/3 * * 1.2 Relevo acidentado com substrato não adensado - 3 * * 2.1 Relevo suave
profundidade > 40 cm - 1/3 3 3 2.2 Relevo suave
profundidade ≤ 40 cm - 1 * * 3.1 Voçoroca ativa - - 1/3 1 3.2 Voçoroca passiva - 1/3 * * 4.1 Drenagem principal 2 * * * 4.2 Drenagens secundárias 2 * * * 5.1 área aluvial com
leito fixo 3 * * * 5.2 área aluvial com
leito removível 2 * * * _______________________________________________________________ 1 Medidas físico-biológicas (almofadas) 2 Medidas físicas (diques, espigões, praça de sedimentação, muros) 3 Medidas biológicas (plantio) * Manutenção - Não houve implantação
28
5.4.1 - Detalhamento das medidas
Área 1: Relevo acidentado
1.1 - Substrato adensado
As medidas biológicas consistem no plantio de
espécies invasoras adaptadas a este tipo de região. A medida
biológica número 01 (“B1”), contemplou o plantio de sabiá
(Mimosa caesalpinaefolia), com espaçamento médio de 2m, em
covas de 30x30x30cm, com 2 litros de esterco bovino curtido.
A medida biológica “B2”, contemplou o plantio de diferentes
espécies arbustivas/arbóreas, cuja combinação encontra-se
descriminada no QUADRO 04.
As medidas físico-biológicas (“FBi”) foram
decorrentes da técnica denominada de almofadas. Ela funciona
como barreira física, retendo água e oferecendo matéria
orgânica ao meio (FRANCÊS & VALCARCEL, 1995). Estas almofadas
apresentam praticidade operacional, aumentam a rugosidade do
leito das drenagens, diminuem a energia hidrodinâmica da
água, aumentam a infiltração e propiciam condições para que
as sementes inseridas germinem e posteriormente venham a
cobrir a área desejada.
As espécies utilizadas nas almofadas foram: mucuna
preta (Mucuna urens), feijão de porco (Canavalia ensiforme),
feijão-bravo-do-ceará (Canavalia brasiliense), Caupi (Vigna
sinensis), cunhã (Clitoria ternateia) e crotalaria
(Crotalaria anargyroides) (QUADRO 05). Elas foram
selecionadas visando a melhoria das condições físicas do
substrato terroso existente na área de estudo, através da
adubação verde. Na área onde se colocou as almofadas,
percebe-se uma grande deposição de matéria orgânica.
29
QUADRO 04: Proporcionalidade de espécies entre 10 indivíduos plantados.
Nota: Quando a soma não intera 10 unidades, o complemento
é realizado por espécies pouco freqüentes na demais
medidas biológicas.
Ao longo de 18 meses da implantação do projeto, o
feijão-de-porco e o feijão-bravo-do-ceará, tiveram os maiores
valores de percentagem de germinação; a mucuna preta teve um
desempenho médio enquanto que as demais espécies tiveram
valores muito baixos (FRANCÊS & VALCARCEL, 1995). O feijão-
bravo-do-ceará é uma espécie agressiva, que perde rapidamente
suas folhas e emitem grande quantidade de sementes, ampliando
sua colonização a jusante.
30
QUADRO 05: Espécies utilizadas nas almofadas
Nome vulgar Nome científico N°°°° de sementes
Mucuna preta Mucuna urens 02
Feijão Bravo de
Ceará
Canavalia
brasiliense
02
Feijão de Porco Canavalia ensiforme 02
Caupi Vigna sinensis 02
Cunhã Clitoria ternateia 02
Crotalaria Crotalaria
anargyroides
06
Nas medidas FB1 utilizou-se 25 almofadas em 64m² de
extensão, espaçamento de 2 x 2m entre elas (FIGURA 06 e 07).
Na FB2 foram 9 almofadas, 3 x 3m e a FB3, foram 4 almofadas 8
x 8m.
A área com tratamento testemunha “T1.1”, encontra-se
no talude próximo a vegetação secundária FIGURA 04. Ela foi
delimitada no campo por apresentar características geo-
ambientais similares as demais áreas, sem contudo haver
recebido tratamento conservacionista. Elas foram definidas em
zonas marginais onde a circulação de pessoas é restrita.
31
A – Introdução das almofadas (6 espécies) B – Condução do experimento C – Situação da área após 6 meses D – Situação atual da área Figura 06: Evolução do processo de colonização vegetal do
talude. Fonte: FRANCÊS & VALCARCEL (1995)
32
Distância (M)
Figura 07: Vista em perfil e planta dos tratamentos físico-biológicos. Fonte: FRANÇÊS & VALCARCEL (1995)
33
1.2 - Substrato não adensado
Nesta subárea está ocorrendo processo de colonização
espontânea com capim jaraguá (B3), provavelmente trazido pelo
gado (zoocoria). Sua propagação ocorre lentamente, porém é
intensa e hidrologicamente efetiva, minimizando os processos
erosivos da região.
A medida biológica (B4) consistiu no plantio de
Albizia lebbek com 4 m de espaçamento, em faixas de 1m de
largura.
As medidas físicas foram as calhas de captação (meia
calha de 60 cm de diâmetro), e caixas de separação de sólidos
e líquido.
Esta área apresenta mistura de solo e substrato
terroso, que proporcionou o desenvolvimento das bananeiras,
nas áreas úmidas.
A área testemunha T1.2 encontra-se no trecho
intermediário da catena (FIGURA 04).
Área 02: Relevo Suave
2.1 - Profundidade superior a 40 cm
A medida biológica (B5) consiste no plantio adensado
de várias espécies com espaçamento variável, de 1 a 2 m,
entre mudas e linhas. A medida físico-biológica (FB4)
utilizou a mesma composição de espécies, porém localizada nos
micro-sulcos. As medidas físicas (F2) consistiram na
construção de calhas de 60 cm de diâmetro e caixas de
passagem, para separar sólidos do líquido. Esta área,
teoricamente, não recebe mais água de regiões a montante
(área-tipo 1.1).
34
A área testemunha (T2.1) está localizada no platô
superior próximo a vegetação secundária (FIGURA 04).
2.2 - Profundidade igual ou inferior 40 cm
A medida físico-biológica (FB5), possui
características idênticas as da FB4. A medida física (F3),
construção do 160m de muro de desvio, com travessas dispostas
em pontos estratégicos, para evitar erosão de fundo e
aumentar a infiltração no substrato terroso.
A área testemunha (T2.2) está situada no interfluvio
de drenagens secundárias, que conduzem apenas a água que cai
sobre sua zona de captação de sua influencia (Figura 04).
Área 03: Voçorocas
3.1 - Voçorocas ativas
A medida biológica (B6), plantio de Cecropia sp., nas
almofadas dentro da calha da voçoroca (medida físico-
biológica FB6). Elas foram implantadas nos contatos da calha
com a parede da voçoroca, com espaçamento de 4m.
A área testemunha (T3.1) encontra-se dentro da
voçoroca maior (FIGURA 04).
3.2 - Voçorocas passivas
A medida biológica (B7) consistiu no plantio de
várias espécies nas paredes da voçoroca. Não houve
implantação de medidas físicas diretas sobre a mesma, porém,
indiretamente: calhas de captação a montante, na área 2.1.
A retirada do excedente de água de áreas a montante
foi uma das principais responsáveis pelo surgimento
espontâneo de vegetação nas calhas das voçorocas.
35
A área testemunha (T3.2) está situada no interior de
uma voçoroca próximo ao maior matação existente na área.
Área 04: Área de drenagens
Nas áreas de empréstimo, da região de domínio
ecológico da Mata Atlântica, observa-se que a colonização
vegetal espontânea, geralmente, inicia nas drenagens
secundárias, pois estas tem melhor oferta de fatores
ecológicos: umidade, deposição de sedimentos, substâncias
orgânicas e inorgânicas, insolação e temperatura.
4.1 - Drenagem principal
A primeira medida que se instalou nesta área foram as
medidas físicas, com uma série de obras (FIGURAS 05 e 08):
diques, travessas, espigões, muro lateral, muro de desvio e
praças de sedimentação. Com estas obras foi possível desviar
grande parte da água para uma única drenagem, denominada de
principal. Como esta drenagem foi criada pelo projeto, não
houve possibilidade de definir áreas testemunhas de não
intervenção do projeto.
4.2 - Drenagens secundárias
Drenagens cujos fluxos de água foram desativadas pela
construção de obras a montante. Atualmente drenam apenas água
de região de sua influência, propiciando condições de
estabelecimento de espécies invasoras, que contribuem para a
estabilização dos processos erosivos.
36
Figura 08: Croqui das medidas mitigadoras.
Fonte: VALCARCEL (1993)
37
As drenagens secundárias tornam-se áreas com
condições ecológicas privilegiadas: protegem-se parcialmente
da radiação solar durante o dia, da ação e impacto da gota de
chuva, do vento e acumulam umidade. Estes fatores podem ser
determinantes no comportamento das espécies colonizadoras.
Área 05: Áreas aluviais
5.1 - Leito Fixo
A medida biológica (B8) constitui o plantio de várias
espécies que compõem o cinturão vegetal que consiste em
fileiras de árvores e arbustos de tamanhos variados (FIGURA
09). Foram montados 4 tratamentos com 3 blocos de 24
indivíduos cada e um total de 14 espécies (SANTOS &
VALCARCEL, 1993).
38
Figura 09: Cinturão verde.
Fonte: SANTOS & VALCARCEL (1993)
38
A área testemunha T5.5a representa a área com plantio
e sem pastagem, T5.1b sem plantio e sem pastagem e a T5.1c
sem plantio e com pastagem de gado bovino(FIGURA 04),
representando como seria a região caso não houvesse as
medidas conservacionistas.
5.2 - Leito removível
Não recebeu tratamento conservacionista. A T5.2
situa-se a jusante da praça de sedimentação.
5.5 - Modelo teórico
Durante os 13 anos de abandono, ocorreu incipiente
colonização vegetal em todas as áreas-tipo, exceto nas áreas
aluvial e fundos de vale, da área acidentada com substrato
não adensado. Com a implantação das medidas
conservacionistas, a dinâmica dos processos erosivos foi
reduzida sensivelmente, alcançando uma fase de equilíbrio
estável, proporcionando condições para o estabelecimento da
vegetação colonizadora.
Prognósticos esperados sem recuperação
Caso não tivessem sido implantadas as medidas
conservacionistas na área, o processo erosivo continuaria
ativo, ocorrendo expansão dos sulcos e surgindo novas
drenagens. A colonização vegetal espontânea se estabeleceria
apenas nas drenagens secundária desativadas. Após as chuvas
torrenciais a vegetação seria carreada pela água.
Nos sulcos e voçorocas passivas, surgiria o
estabelecimento de líquens, musgos, pteridófitas e ervas,
porém elas seriam carreadas parcialmente nos deslizamentos de
massa durante as chuvas torrenciais.
39
Prognóstico esperado com recuperação
Com a implantação das medidas conservacionistas o
processo erosivo alcança equilíbrio estável, aumentando o
número de leitos secundários aptos a serem colonizados pela
vegetação pioneira.
As medidas físico-biológicas e biológicas estão
proporcionando cobertura vegetal e matéria orgânica para o
substrato, dando condições para o desenvolvimento das
espécies vegetais. Espera-se com isto, o aumento da
infiltração de água no substrato, da ciclagem de nutrientes e
criação de propriedades emergentes, que forneceriam condições
para o estabelecimento de espécies pioneiras típicas da
região, cujas fontes de dispersão encontram-se próximas.
40
VI - SUCESSÃO ECOLÓGICA
Para que se possa desenvolver um projeto de
reabilitação de áreas degradadas baseado na indução do
processo de sucessão é fundamental discutir o conceito de
sucessão ecológica. Ele foi apresentado por vários botânicos:
DUREAU, de La MALLE, De CANDOLLE, VAUPEL, HULT, e KENER e
desenvolvido por vários autores WARMING, COWLES e CLEMENTS
(BOERBOOM, 1974 e MARGALEF, 1974).
A sucessão ecológica pode ser definida como um
processo de colonização de um espaço com tendência
progressiva. Envolve gradativas variações na composição das
espécies e na estrutura de uma comunidade. É observada
através das mudanças dos ecossistemas ao longo do tempo.
Inicia-se em área disponíveis à colonização, sendo intenso e
rápido no início e débil e lento nos estágios mais avançados.
Neste estágio o ecossistema alcança o equilíbrio dinâmico
entre o clima, a geomorfologia, o solo e a vegetação
(MARGALEF, 1974; HORN, 1974 apud BRITEZ et al., 1992 e BRAUN-
BLANQUET, 1979).
As mudanças na estrutura das comunidades ao longo do
tempo, formam estágios de sucessão, definidos por BRAUN-
BLANQUET (1979) como etapa. Elas envolvem o surgimento e
desaparecimento de espécies trazendo como conseqüência,
modificações no conjunto. Classificam-se em etapas iniciais,
intermediárias e finais. As fases, são pequenas mudanças na
composição das espécies de uma associação (BRAUN-BLANQUET,
1979). O termo associação é definido para caracterizar um
determinado nível de desenvolvimento do ecossistema, onde
predominam espécies marcantes de fases de mudanças da
composição florística (WEAVER & CLEMENTS, 1980). Alguns
41
autores usam os termos fases, etapas e estádios como
sinônimos (BOERBOOM, 1974 e ODUM, 1988).
O tipo de substrato define a sucessão que está
ocorrendo em determinada área, tendo assim a sucessão
primária e sucessão secundaria.
6.1 - Sucessão Primária
Desenvolve-se em substrato previamente desocupado,
com pouca ou nenhuma matéria orgânica, como uma rocha, areia
recém-exposta, fluxo de lava.
BOERBOOM (1974) distinguiu as seres segundo a
natureza do substrato inicial em:
- hidrosere: em água doce ou em ambiente úmido
- halosere: em ambiente salino (água ou solo)
- litosere: em rocha
- oxisere: em solos ácidos (pH baixo)
- psamosere: em areia
- xerosere: em ambiente seco
Em uma litosere, os colonizadores são líquens ou
musgos, capazes de se desenvolverem utilizando a escassa
água, permanecendo em estado latente na seca. É provável que
produzam a corrosão da superfície da rocha, proporcionando
assim, condições para o desenvolvimento de outras espécies.
Os musgos colonizadores, por outra parte, estão em terreno ou
pedra esponjosas, os quais recolhem e utilizam material
transportado pelo vento e a água. Quando existe solo com
capacidade para sustentar a sobrevivência da vegetação,
crescem as ervas anuais resistentes, seguidas por bianuais e
perenes entre as quais as gramíneas são mais abundantes. Mais
42
tarde o estágio arbusto acaba dominando caso hajam os fatores
ambientais próprios (OOSTING, 1951).
6.2 - Sucessão secundária
Sucessão secundária é um mecanismos de auto-renovação
em áreas que já foram ocupadas por uma comunidade em que as
espécies foram eliminadas completamente ou parcialmente por
incêndios, glaciações, erosões, desmatamento, pastagem e
outras perturbações (DAJOS, 1978 e GÓMEZ-POMPA, 1971 apud
KAGEYAMA & CASTRO, 1989).
6.3 - Estágios sucessionais
A formação de uma floresta inicia-se com espécies
colonizadoras classificadas como "pioneiras". São espécies
dependentes de luz, intolerantes à sombra, possuem
crescimento rápido, vida curta, alta dispersão de semente
pelo vento e por animais. Geralmente são compostos por
espécies herbáceas e arbustivas. Quando o solo é estéril a
colonização inicia-se por líquens, fungos e musgos que
proporcionam condições para o estabelecimento de ervas e
arbustos. Em seguida aparecem as arbóreas pioneiras de
crescimento rápido, formando um dossel superior, as espécies
tropicais mais comuns são Ochrora lagopus, Cecropia spp,
Trema micrantha, Schizolobium parahybum, Jacaranda copaia e
outras. KAGEYAMA et al. (1992). Os mesmos autores encontraram
crescimento de 4m em um ano de experimento com a Trema
micrantha.
As espécies de transição possuem crescimento lento,
intolerância à luz, florescimento e frutificação tardios,
baixa produção de sementes, difícil dispersão e grande porte.
Neste estágio a comunidade se torna mais heterogênea, as
43
famílias mais abundantes são Myrtaceae, Lauraceae, Rubiaceae,
Sapotaceae e Euphorbiaceae (LEITÃO-FILHO, 1993).
O estágio final do desenvolvimento de uma comunidade
é mais evoluído e equilibrado. As espécies deste crescem
lentamente, tem ciclo de vida longo, são tolerantes a sombra.
O solo possui grande quantidade de matéria orgânica
proveniente das camadas vegetais superiores, o solo é pobre
em vegetação rasteira. A vegetação arbórea forma um dossel
fechado com presença de lianas e epífitas (FIGURA 10).
Tanto a sucessão primária quanto a secundária
convergem na direção de ecossistemas complexos tendendo ao
clímax.
BUDOWSKI (1965) apud KAGEYAMA et al. (1992) classificou
a sucessão secundária dos bosques tropicais úmidos da América em
quatro estágios de desenvolvimento: pioneiras, secundárias
iniciais, secundárias tardias e clímax.
44
Figura 10: Esquema da sucessão de ambientes. Fonte: PASCHOAL (1987)
45
VII - PROPOSTA METODOLÓGICA
Ela tenta definir uma estratégia operacional de
trabalho no campo e gabinete, com objetivo de estabelecer um
programa de monitoramento da dinâmica da sucessão vegetal em
áreas de empréstimo com e sem medidas conservacionistas, que
na prática, representam a reabilitação dos processos
ambientais de uma área degradada. Estes dados, associados ao
da reabilitação emergencial através das medidas físicas,
biológicas e físico-biológicas, permitirão avaliar os
resultados do projeto de recuperação das áreas de empréstimo
a médio e longo prazo.
Os resultados destas avaliações, indicarão as
espécies mais aptas, melhor enquadrada na dinâmica
sucessional de áreas de empréstimo, evidenciando uma forma de
manejo das medidas biológicas. Esta nova tecnologia, deve ser
econômica e apresentar resultados rápidos, podendo ser
extendida para os ecossistemas degradados da região de
domínio ecológico da Mata Atlântica.
7.1 - Marco Filosófico
A reabilitação de uma área degradada deve propiciar
condições para que ela desempenhe quase todos os processos
ambientais de uma vegetação secundária da região: aspectos
hidrológicos, erosivos, edafológicos, florísticos, abrigo de
nichos ecológicos de várias espécies, ciclagem de nutrientes
e biodiversidade.
Ainda que em condições ideais, não se espera o
desenvolvimento da plenitude das funções ecológicas de uma
vegetação secundária, porque as interferências antrópicas,
tanto para degradar como para recuperar são profundas no
ecossistema: relevo do terreno, construção de obras físicas,
46
afloramento rochoso e espécies agressivas, são alguns dos
problemas presentes.
O uso da colonização espontânea de espécies vegetais,
como variável de amostragem do nível de reabilitação do
ecossistema, reflete o grau de acerto da reabilitação do
ecossistema degradado, pois as plantas só se estabelecem,
sucedendo-se umas as outras, em função das próprias
propriedades emergentes que elas mesmas geram no ecossistema:
disponibilidade de água, luz, temperatura, matéria-orgânica,
radiação e solo.
7.2 - Fatores envolvidos
7.2.1 - Marco temporal
A dinâmica dos processos erosivos em áreas degradadas
segue um padrão de comportamento similar ao apresentado na
FIGURA (11).
O equilíbrio dinâmico alcançado por uma área
degradada, depende do nível de interferência antrópica e de
fatores específicos da própria área: tipo de substrato,
regime de chuvas, fontes de propágulos, ciclagem de
nutrientes, matéria orgânica e fatores que possam interferir
na sua colonização vegetal.
A implantação de um projeto de reabilitação, pode
acelerar os resultados de forma significativa, economizando-se
tempo e recursos, caso se implantado concomitantemente com a
fase de maior degradação (exemplo: atividades de mineração), o
seu custo será mínimo e absorvido pela atividade produtiva
(entra no custo de produção do minério/aterro).
47
Figura 11: Dinâmica dos processos erosivos Fonte: VALCARCEL (1995)
48
7.2.2 - Tratamentos
Considerando as medidas conservacionistas aplicadas a
cada situação de campo como tratamento, registrou-se 40
tratamentos, sendo que em alguns deles, as informações são
complementares, pois serão avaliados a colonização vegetal
espontânea a montante e a jusante da medida física (QUADRO
02), avaliando o impacto da obra na reabilitação do local da
construção.
Algumas medidas conservacionistas são similares,
variando apenas sua densidade por área (almofadas) com
diferentes espaçamentos. Elas foram consideradas como
tratamentos diferentes, pois o que se pretende é avaliar os
seus impactos na colonização vegetal espontânea no terreno.
7.3 - Unidades amostrais
Selecionou-se 33 unidades amostrais (QUADRO 06),
constituindo parcelas permanentes de observações. Elas foram
demarcadas (tijolo maciço) previamente, antes implantação das
medidas biológicas e fisico-biológicas. Elas foram escolhidas
em função da representatividade dos fatores geo-ambientais
dentro de cada área.
As testemunhas foram definidas em função da
dificuldade de acesso, o que reduz a interferência antrópica
e, dos locais onde houvessem mínimas influências das medidas
conservacionistas executadas no projeto.
49
QUADRO 06: Unidades amostrais
Número
Tratamento
MEDIDAS CONSERVACIONISTAS ÁREA TIPO
Testemunha 01 T1.1 Substrato adensado Relevo acidentado 02 T1.2 Substrato não adensado
~ 03 T2.1 Profundidade > 40 cm Relevo suave
04 T2.2 Profundidade ≤ 40cm ~
05 T3.1 Voçoroca ativa Voçoroca 06 T3.2 Voçoroca passiva ~ 07 T5.1a Leito fixo com plantio e
sem pastagem
Área Aluvial
08 T5.1b Leito fixo sem plantio e sem pastagem
~
09 T5.1c Leito fixo sem plantio e com pastagem
~
10 T5.2 Leito removível ~ Medidas biológicas
11 B1 Plantio de sabiá Relevo acidentado com substrato adensado
12 B2 Plantio de várias espécies ~ 13 B3 Capim jaraguá Relevo acidentado com
substrato não adensado
14 B4 Plantio de Albizia lebbek em faixa
~
15 B5 Plantio de várias espécies Relevo suave com profundidade > 40 cm
16 B6 Plantio de Cecropia sp. Voçoroca ativa 17 B7 Plantio de várias espécies Voçorocas passivas 18 B8 Plantio de várias espécies Área aluvial leito fixo Medidas físicas
19 F6m Diques (a montante) Drenagem principal 20 F6j Diques (a jusante) ~
21 F7m Travessas (a montante) ~ 22 F7j Travessas(a jusante) ~
23 F8m Espigões (a montante) ~ 24 F8j Espigões (a jusante) ~
25 F10m Praça de sedimentação (a montante)
~
26 F10j Praça de sedimentação (a jusante)
~
Medidas físico-biológicas 27 FB1 Almofadas/espaçamento (2
m) Relevo acidentado com substrato adensado
28 FB2 Almofadas/espaçamento (4 m)
~
29 FB3 Almofadas/espaçamento (8 m)
~
30 FB4 Almofadas Relevo suave com profundidade > 40 cm
31 FB5 ~ Relevo suave com
profundidade ≤ 40 cm 32 FB6 ~ Voçorocas ativas 33 FB7 ~ Voçorocas passivas
50
Não utilizou-se a totalidade das medidas
conservacionistas (40), pois algumas delas não possuem
testemunhas, são medidas isoladas e não permitem a
colonização vegetal (meia calha de 0,60m de diâmetro).
7.3.1 - Superfície/demarcação
O tratamento que dispensa especial atenção na sua
demarcação e garantia de área mínima, são as testemunhas,
pois elas podem ser plantadas caso não estabeleçam-se os seus
limites. Para cada testemunha, foram garantidas superfícies
mínimas de 150 m².
Os demais tratamentos possuem ampla área, podendo ser
escolhidas várias áreas amostrais. Nós recomendamos as áreas
sinalizadas no MAPA 01.
7.3.2 - Tamanho
A amostragem terá tamanho diferenciado em função da
representatividade da composição florística das unidades
amostrais.
7.4 - Método fitossociológico
São utilizados diferentes métodos para caracterização
fitossociológica de comunidades vegetais. Os métodos aplicam-
se a diferentes propósitos e objetivos, podendo trabalhar com
diferentes ecossistemas.
Em regiões de Mata Atlântica, utilizou-se o método de
transecto em vegetação no estágio inicial da sucessão
secundária, sobrevivente ao impacto da poluição atmosférica,
adivinda do pólo industrial de Cubatão-SP (GAETA et al.
1989). Nesse trabalho os autores utilizaram transecto de 100
m de comprimento por 6 m de largura, dividido em 10 parcelas
de 10 X 6 m em uma área total de 600 m².
51
LEITÃO FILHO (1993) trabalhando por módulos,
divididos em parcelas, caracterizou fitossociológicamente
duas áreas distintas no Município de Cubatão; a primeira com
vegetação preservada e a segunda fortemente pertubada. Ele
caracterizou os estágios sucessionais, dando uma idéia do
comportamento das espécies no tempo e no espaço.
O método de quadrantes, foi utilizado por GOETZKE
(1990), no estudo fitossociológico de sucessão secundária em
uma área degradada no Noroeste do Paraná. O objetivo foi
comparar comunidades vegetais, com auxílio dos parâmetros
fitossociológicos e da composição florística.
O método de quadrados permanentes e quadrado
reticulado são descritos por BRAUN-BLANQUET(1979) para
estudos de investigação da sucessão.
7.4.1 - Adequação do Método
O método ideal é aquele que melhor representa
quantitativamente a composição florística e apresente menor
custo operacional, tendo em vista o grande número de unidades
amostrais (33).
Como na área observa-se processos de sucessão
primária e secundária, ocorrendo de forma concomitante e
muito próximos espacialmente entre si, o melhor método é o
mais prático e exequível, que consiga recolher a dinâmica de
colonização e desenvolvimento das populações vegetais.
7.4.2 - Seleção do Método
O "Método de Pontos" foi selecionado por reunir
praticidade operacional, causando menos perturbações a
vegetação. Ele consiste na redução máxima de uma área de
amostragem: um ponto geométrico (MANTOVANI & MARTINS, 1990
52
apud SILVA, 1991). Sendo repetida a amostragem quantas vezes
se fizer necessária.
7.4.3 - Descrição do método
O método consiste em levantar o número de toque das
espécies em uma vara vertical de 0,5 cm de diâmetro e 1,5 m
de altura, graduada segundo o tipo de vegetação. A cada
toque, registra-se a espécie, sua altura e observações gerais
(ver ANEXO 01 e 02).
Este método permite amostrar espécies de porte
herbáceo, trepadeiras e arbustivas, dependendo da
especificação e graduação da vara (CASTELLANI & STUBBLEBINE,
1993).
7.4.4 - Parâmetros Fitossociológicos
Os parâmetros analisados são similares ao de outros
métodos: média de toques, densidade relativa, frequência
absoluta e relativa, vigor absoluto e relativo (equivale a
dominância) e o índice de valor de importância.
Média de toques (MT): estimativa da relação entre o número de
vezes que a vara toca a espécie e o número de pontos onde a
espécie ocorre, determinando o número médio de estratos de
folhagem que cobre o solo (PEREIRA, 1990 apud SILVA, 1991).
MT = NT ...............................(01)
NP
NT = número de toques da espécie considerada
NP = número de pontos com a espécie considerada
Os fatores que podem influenciar nos resultados podem
estar atribuídos a densidade da copa, ao porte, a
ramificação, caule e número de folhas.
53
Freqüência ou cobertura absoluta (FA): é a porcentagem do
número de pontos ande ocorre a espécie em relação ao número
total de pontos (MATTEUCCI & COLMA, 1982 apud SILVA, 1991).
FA = 100 . _NP .......................(02)
NTP
NTP = número total de pontos
Em relação a freqüência absoluta os menores valores
correspondem às espécies com menor ocorrência nos pontos,
este parâmetro depende do número de indivíduos, do padrão
espacial, do tamanho da amostra (número de pontos), da forma
de vida, do tamanho dos indivíduos e da distância entre os
pontos (MANTOVANI, 1987 apud SILVA, 1991).
Freqüência ou cobertura relativa (FR): é a comparação das
freqüências absolutas de cada espécie em relação a demais.
FR = 100 . FA_ ........................(03)
ΣFA
FA = freqüência absoluta da espécie considerada.
FA = somatório das freqüências absolutas de todas
as espécies.
Freqüência ou cobertura na área (CR) = É o cálculo da
freqüência relativa dos pontos com ocorrência de espécies
(MANTOVANI, 1987).
CR = (100 - No) . FA_ ................(04)
ΣFA
No = porcentagem de pontos sem toques
54
Densidade relativa (DR): É calculada a partir do número de
indivíduos, uma vez que não se utiliza a área neste método.
DR = 100 . n .........................(05)
N
n = número de indivíduos da espécie considerada.
N = número total de indivíduos amostrados.
Vigor ou comportamento absoluto (VA): expressa o êxito que
tem uma espécie na comunidade. Neste método utiliza-se o
número de toques da espécie na vara. Equivale à dominância.
VA = 100 . NT_ ........................(06)
NTP
NT = número de toques da espécie considerada.
NTP = Número total de pontos.
Os valores para este parâmetro estão diretamente
relacionados ao número de toques da espécie e refletem a
estratificação. Dependem da forma de vida e desenvolvimento
da espécie e são utilizadas para determinação de biomassa.
Vigor relativo (VR): corresponde à proporção entre o vigor
absoluto de cada espécie em relação às demais.
VR = 100 . VA_ ........................(07)
ΣVA
ou
VR = 100 . NT_ ........................(08)
NTT
VA = vigor absoluto da espécie considerada.
55
VA = somatório dos vigores absolutos de todas as
espécies.
NTT = número total de toques.
Índice de Valor de Importância (IVI): é calculado pela soma
dos valores relativos de freqüência, densidade e vigor.
IVI = FR + DR + VR ...................(09)
Este índice atinge o máximo de 300% por espécie.
GOETZKE (1990) mostra que este índice foi bastante útil na
ordenação e escolha das espécies para compor o modelo
fitossociológico para Recuperação de áreas Degradadas. A
ocorrência de espécie com altos e baixos valores de IVI,
reflete uma comunidade com pequena ou grande diversidade
respectivamente.
7.4.5 - Tamanho e forma da amostragem
O número de pontos necessários depende da composição
e diversidade de espécies de cada área tipo.
Na área de estudo, área-tipo }1.1~ (Substrato
adensado), desenvolveu-se os tratamentos conservacionistas:
B1, B2, FB1, FB2 e FB3, obteve-se experimentalmente tamanho
mínimo representativo de 180 pontos (FRANÇÊS & VALCARCEL,
1996), onde estão representados 90% das espécies(FIGURA 12a).
Utilizando-se intervalos entre pontos de 0,5m e
amostragem sistemática, a área mínima para levantar as
espécies é de 45 m² (FIGURA 12b).
Como foram garantidos 150 m² para as áreas
testemunhas (01,02,03,04,05,06,09 e 10), acredita-se que o
método poderá ser eficiente até que triplique o número de
pontos da curva do coletor, podendo demorar vários anos.
56
A amostragem com ocorrência do mesmo indivíduo mais
de uma vez (trepadeira por exemplo), será contabilizada
através da média do número de toques em cada ponto. Esta
informação será processada por indivíduo (SILVA, 1991).
57
Figura 12: Tamanho e forma de amostragem.
58
7.4.6 - Aplicação do método
Em cada ponto serão contabilizados: as espécies
tocadas, seu número, anotado aos indivíduos as quais
pertencem, altura do toque e maior altura do indivíduo (ANEXO
01).
Será considerado indivíduo toda e qualquer parte do
sistema aéreo da planta sobre o solo, ainda que,
subterraneamente possa haver ligação entre si por meio do
rizoma ou, constituírem ramos de um indivíduo (ORMOND, 1960
apud SILVA, 1991).
As unidades amostrais terão marco fixo de referência
(tijolo maciço) descrição de situação e alocação em mapa na
escala 1:1000.
7.4.7 - Periodicidade
Os dados deverão ser levantados com periodicidade
estacional, pelo menos 4 vezes ao na.
7.4.8 - Análise dos Resultados
Os resultados produzidos serão analisados utilizando-
se as Planilhas de Campo de cada tratamento:
• Planilha de Campo I (dados básicos levantamento do
número dos pontos/espécies, número de
toques/espécie e família, altura/espécie/ponto,
tratamento (ANEXO 01).
• Planilha II (dados complementares), estes dados
subsidiarão informações das mudanças dos fatores
bióticos e abióticos em cada tratamento: presença
de serrapilheira, exposição solar, pedregosidade,
musgos, sementes, micro-topografia e erosão(ANEXO
02).
59
Os parâmetros fitossociológicos serão analisados:
a) individualmente para cada tratamento;
b) entre tratamentos e suas respectivas testemunhas;
c) entre tratamentos compatíveis.
Desta forma se estará caracterizando o tratamento,
avaliando sua eficiência em propiciar modificações na
biodiversidade em relação a sua testemunha e, finalmente,
comparando os tratamentos compatíveis, para avaliar a
eficiência e as espécies com melhor colonização espontânea.
7.4.8.1 - Tratamentos
Para cada tratamento será analisado os parâmetros
fitossociológicos levantados. A avaliação dos parâmetros será
gráfica (Planilhas de Análise dos ANEXO 03, 04 e 05).
7.4.8.2 - Tratamento e testemunha
Os dados fitossociológicos obtidos nas análise dos
tratamentos representam o grau de acerto das medidas
conservacionistas implantadas. Eles serão comparados com as
respectivas testemunhas, conforme detalhado no QUADRO 02.
A análise implicará no uso das informações
fitossociológicas de cada tratamento, assim como comparações
através de Índices de Similaridade. MUELLER-DOMBOIS &
ELLEMBERG (1974) apud GOETZKE (1990) apresentou o índice de
Jaccard, que baseia-se na razão entre o número de espécies
comum as duas comunidades comparadas e o número total de
espécies. O uso do IVI é o que melhor representa a estrutura
horizontal da vegetação.
60
Índice de Similaridade (I):
I = ____ΣIVI___C____ . 100 ................(11)
ΣIVI A + ΣIVI B
I = índice de Similaridade baseado no IVI
IVI C = Somatório dos IVI's das espécies comum as duas
comunidades
IVI A = Somatório dos IVI's das espécies da comunidade A
IVI B = Somatório dos IVI's das espécies da comunidade
B.
7.4.8.3 - Entre tratamentos compatíveis
O procedimento será similar ao anterior, embora se
dará ênfase especial a avaliação comparativa entre
tratamentos representantes de medidas conservacionistas das
áreas-tipo similares. Este procedimento permitirá aperfeiçoar
técnicas de reabilitação de áreas degradadas.
As tabelas (ANEXO 06 e 07) e gráficos (ANEXO 03)
propostos, do tipo histograma, auxiliarão a avaliação dos
parâmetros fitossociológicos.
7.5 - Infra-estrutura necessária
7.5.1 - Herbário
Herbário RBR do Departamento de Botânica, do
Instituto de Botânica/UFRRJ para oferecer apoio no preparo,
arquivamento e uso das exsicatas.
61
7.5.2 - Álbum fotográfico
Preparação de um álbum fotográfico de plântula de
espécies e de paisagens das unidades amostrais. As
fotografias deverão ser arquivadas de forma que se permita
resgatar e elucidar algumas dúvidas após o trabalho de campo,
pois são várias as espécies de ciclo anual na área,
principalmente na área 05 - Área aluvial.
7.5.3 - Material
O material de campo deverá ser fornecido pela
Sepetiba Engenharia e Comércio Ltda, por conta do convênio de
cooperação técnica existente com a UFRRJ e apresentado ao
órgão ambiental do estado (FEEMA).
O material de gabinete será obtido de recursos
próprios do LMBH/Depto de Ciências Ambientais/Instituto de
Florestas da UFRRJ.
7.6 - Equipe
O tamanho da Equipe dependerá da capacidade de
trabalho de seus membros. A princípio 5 pessoas poderá ser um
número bom, onde cada membro atuaria em uma área. Quando as
atividades forem implantadas, este número poderá ser melhor
dimensionado.
62
VIII - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
8.1 - Conclusões
A proposta metodológica apresentada constitui uma
opção de atuação para o monitoramento da evolução dos
processos de reabilitação ambiental. Ela é laboriosa, porém
objetiva e viável;
Torna-se necessário aferir quantitativamente a
eficiência das medidas conservacionistas em relação a
reabilitação ambiental, onde a composição florística e
fitossociológica possuem papel de grande relevância;
O Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas está
atuando executivamente na reabilitação da área de Empréstimo,
degradada nos anos de 1978-1980 para construção do Porto de
Sepetiba;
Os resultados da implantação (1993-1995) das medidas
conservacionistas estão sendo visualmente perceptíveis e
hidrologicamente satisfatórios;
Ela recolhe as peculiaridades ambientais das áreas
tipos, o cronograma de implantação das medidas
conservacionistas e permitirá o ajuste entre a pesquisa e a
execução do projeto de recuperação da empresa;
A proposta aponta uma estratégia, com inicio, meio e
fim. Facilitando a tomada de decisão quanto a metodologia de
avaliação a ser utilizada para monitoramento da composição
florística da área de empréstimo;
Os custos são mínimos, não constituindo fator de
impedimento para sua implantação;
63
A presente proposta metodológica apresenta uma
estratégia para monitoramento da dinâmica sucessional ao
longo do tempo, assim como, permite avaliar os resultados
fitossociológicos decorrentes de tratamentos
conservacionistas distintos;
Os resultados obtidos nesta área poderão ser
extendidos, dentro de determinados limites para uma outra
região, principalmente para os taludes nas beiras das
estradas e obras de terraplanagem.
8.2 Recomendações
A proposta metodológica resgata detalhes de
concepção, desenho e implantação das medidas
conservacionistas. Ela incorpora várias informações, porém
não é conclusiva, ela deverá ser constantemente avaliada e
melhorada;
O uso do FITOPAC (software para análise de vegetação)
deve ser viabilizado para análise dos dados;
O modelo teórico, que relaciona as etapas da
recuperação espontânea deve ser aprimorado.
64
IX - BIBLIOGRAFIA
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68
X - ANEXOS
ANEXO 01 PLANILHA DE CAMPO I (dados básicos)
Tratamento: Data: Coletor:
Ponto n• Espécies (nome/código) Toques (n•) Altura (cm)
1 2 3 4 5 6 . . . . . . . . . n - Σ -
69
ANEXO 02
PLANILHADE CAMPO II (dados complementares)
70
ANEXO 03 GRÁFICOS COMPARATIVOS
Título abcissa Ordenada
Distribuição do número de espécies por família no tratamento “x”.
Famílias
Espécies* (%)
Distribuição do número de indivíduos por espécie no tratamento “x”.
Espécies*
Nº de indivíduos
(%) Distribuição do número de toques por espécie no tratamento
Espécies*
Nº de toques (%)
Relação entre o número de pontos e o número de toques no tratamento “x”.
Nº de toques
Nº de pontos (%)
Distribuição do Índice de Valor de Importância (IVI) das famílias amostradas no tratamento “x”.
Famílias
IVI (%)
Distribuição do Indice de Valor de Importância (IVI) das espécies amostradas no tratamento “x”.
Espécie*
IVI (%)
Nota: Para a comparação entre os tratamentos, propõe-se fazer histogramas
sobrepostos, no eixo das abcissas As espécies com valores baixos, deverão ser agrupadas.
71
ANEXO 04 PLANILHA DE ANÁLISE I
Tratamento: Data: Espécie Indivíduo Toques(no) Ponto(no)
OBSERVAÇÃO:
número total de pontos: ___ número total de toques: ___
ANEXO 05
PLANILHA DE ANÁLISE II
Tratamentos:
Testemunhas:T1.1;T1.2;T2.1;T2.2;T3.1;T3.2;T5.1a;T5.1b;T5.1c;T5.2.
Medidas Biológica: B1;B2;B3;B4;B5;B6;B7;B8.
Medidas Físicas: F6m;F6j;F7m;F8m;F8j;F10m;F10j.
Medidas Físicos-biologicas:FB1.FB2;FB3;FB4;FB5;FB6;FB7.
72
ANEXO 06/07
PARAMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES – FAMÍLIAS / TRATAMENTOS.
73
XI - ANEXO FOTGRAFICO
01 - Vista geral da área de estudo (vegetação).
74
03 – Medidas conservacionistas: muro de desvio, caixa dissipadora de energia hidrodinâmica e tubos de condução de água.
75
04 – Medidas conservacionistas: plantio em área aluvial com leito fixo (medição da obstrução visual de talude).
76
05 – Medida conservacionista: área sem pastoreio de gado bovino.
77
06 – Medidas conservacionistas: implantação das almofadas.
78
07 – Medidas conservacionmistas: desenvolvimento nas almofadas.
79
08 – Medidas conservacionistas: colonização nas áreas com almofadas.