Post on 27-Jul-2016
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Por compreender que a construo do Bem Comum exige
que, enquanto cristos, faamos uma opo radical pelos/as pobres,
nossa ao transformadora precisa se unir luta dos injustiados e
das injustiadas do sistema, dos excludos e das excludas do
processo chamado desenvolvimento do pas, dos e das que no
tm acesso aos bens e aos meios de produo e de sobrevivncia,
propondo e dinamizando uma nova forma de se viver. Ousamos
assumir e ecoar o pedido que o papa Francisco fez junto aos
movimentos populares, em outubro de 2014: nenhuma famlia sem
teto; nenhum campons sem terra; nenhum trabalhador sem
direitos!
Na encclica LaudatoS', o Papa Francisco nos diz que a
ecologia humana inseparvel da noo de bem comum, princpio
este que desempenha um papel central e unicador na tica social
(LS, 156). Mais adiante, ele continua:
O bem comum pressupe o respeito pela pessoa
humana enquanto tal, com direitos fundamentais e
inalienveis orientados para o seu desenvolvimento
integral. Exige tambm os dispositivos de bem-estar e
segurana social e o desenvolvimento dos vrios grupos
intermedirios, aplicando o princpio da subsidiariedade
[...]. Por m, o bem comum requer a paz social, isto , a
estabilidade e a segurana de uma certa ordem, que no
se realiza sem uma ateno particular justia
distributiva, cuja violao gera sempre violncia [...].
(FRANCISCO, Encclica LaudadoS', n. 157)
Partilhar e democratizar o acesso terra, ao teto e ao
trabalho: os trs T's que perpassam a construo da dignidade da
pessoa humana, da justia social e dos sinais do Reino, formas que
APRESENTAO
podemos abordar o Bem Comum. Perpassa a construo da
cidadania, onde precisamos visibilizar a juventude que atingida
diretamente pela concentrao histrica desses trs T's nas mos
dos mesmos grupos.
Terra, Teto e Trabalho so trs eixos que as Pastorais da
Juventude do Brasil colocam na ciranda da discusso a ser feita em
preparao Semana da Cidadania de 2016. Terra, Teto e Trabalho
so direitos inalienveis, e que, nessa reexo sobre o Bem Comum,
precisam ser assumidos por todos e todas de boa vontade.
Para contribuir nessa discusso, elaboramos trs roteiros de
encontros a partir dos trs eixos (Terra, Teto e Trabalho), que
abordaro as dimenses da promoo da dignidade da pessoa
humana, da justia social e dos sinais do Reino; e um roteiro de
celebrao do Ofcio Divino da Juventude, a serem realizados pelos
grupos de jovens. A Semana da Cidadania, de 16 a 23 de abril, ser
para desenvolvermos os gestos concretos que nos proporemos a
assumir no processo. Vamos l!
De mos dadas, brademos o Sol da esperana neste cho que
h de ver a justia brotar!
Com muito carinho,
Roteiro de encono 0
JUVENTUDE E TERRANenhum campons sem terra! (Papa ancisco)
Ambientao: sementes de variados tipos (feijo, arroz, trigo, milho,
pipoca, de verduras e de ores... Elas podem estar em potinhos,
saquinhos, ou em pequenos montes em cima da bandeira), po,
bacia com terra, jarro com gua, bandeiras de sua pastoral e outras
de luta, Bblia, vela...
Objetivo: Reetir sobre o direito da e terra, tambm como meio de
produo partilhado, mas sobretudo, como dom da Vida que gera
frutos, e como espao de direito e pertena de comunidades que
vivem nela e dela cuidam.
Acolhida
Saudar com muita alegria a cada jovem que chega para participar do
encontro. Chamar pelo nome, e convidar para sentar-se.
Iniciar declamando a poesia de Dom Pedro Casaldliga, Malditas
sejam todas as cercas:
Malditas sejam todas as cercas!
Malditas todas as propriedades privadas
Que nos privam de viver e de amar!
Malditas sejam todas as leis,
Amanhadas por umas poucas mos,
Para ampararem cercas e bois
E fazer da terra escrava
E escravos os homens.
Canto:Salve a Romaria (Z Vicente)
(Disponvel em: )https://goo.gl/X008ea
1. Irmos esta a Me-Terra, nosso Deus assim deixou.
Hoje somos peregrinos pelos caminhos que Cristo andou
Meu povo um povo romeiro desde os tempos de Abrao
Vamos nesta marcha santa, esta terra tanta em to poucas mos
Ref.: Salve, salve a caminhada! Salve, salve a romaria!
Em busca da nova aurora de um novo dia! (2x)
2. Em nome de tantos povos que habitaram esse imenso cho.
Dos ndios to massacrados, um clamor sagrado de converso.
Ningum dono da terra, pois a terra mais que me
Disse o Mestre, disse o rio: no quebre esse o de inspirao
3. Bendita escrava Anastcia, salve o negro, rei Zumbi
Das terras da liberdade, novos quilombos faam surgir
Quem vem nesta romaria, da promessa seguidor
Ser sempre abenoado e acompanhado na luz do amor
4. Bendita seja esta marcha dos romeiros da esperana
Quem tem Deus na companhia luta noite e dia, mas no se cansa
Bendita histria sagrada do beato Conselheiro
Salve a luta dos Sem-Terra e dos Sem-Teto do mundo inteiro
Realidades... Texto para reexo:
Conforme os dados do IBGE, na dcada de 60 praticamente
55% da populao brasileira residia no campo, ao passo que nos
anos 2000 passou a ser 18,8% no campo, e 81,2% na cidade, e em
2010, 15,6% no campo e 84,4% na cidade. A essa inverso
chamamos de xodo rural, e que como podemos observar, foi
intenso, e onde a juventude foi diretamente atingida.
Ao reverter esses nmeros em consequncias, citamos
algumas muito srias: no campo, aumento da concentrao de terra
e do empobrecimento das famlias que no acompanharam o
processo e o progresso da Revoluo Verde, inmeros casos de
trabalho escravo ou anlogos escravido nos grandes latifndios;
na cidade, o surgimento de periferias e de cintures de pobreza, pois
nunca houveram programas bsicos como de emprego ou de
salrios dignos, de habitao, sade, saneamento bsico, educao,
e que dessem conta de acolher o grande contingente populacional
que chegava vindo do interior.
A concentrao de terra possui faces perversas. Em 2010,
56,7% das terras agricultveis esto nas mos de 2,8% dos
produtores rurais. So os chamados latifndios, e onde a funo
social da terra geralmente insignicante. Ao mesmo tempo, os
pequenos produtores rurais representam 62,2% dos minifndios, e
buscam sobreviver com apenas 7,9% das terras agricultveis do pas.
Somados concentrao de terra nas mos de poucos e em
decorrncia dessa concentrao esto os casos dos conitos
provocados pelo Agronegcio. Dados divulgados pela Comisso
Pastoral da Terra (CPT), sobre os Conitos no Campo, denunciam
que em 2014 foram 49 homicdios registrados, o maior nmero em
A Revoluo Verde foi
um processo de mode
rnizao da agricultura
, onde se
prometia tornar os cam
pos muito mais produtiv
os. Surge aps o m da 2
Guerra
Mundial. O preo pago p
or essa modernizao fo
i o uso intensivo de agro
txicos,
sementes hbridas e tr
ansgnicas (que fez co
m que muitas semente
s crioulas
fossem perdidas, ger
ando uma dependnc
ia de empresas de se
mentes),
maquinrio pesado (sub
stituindo a mo de obra f
amiliar), emprstimos b
ancrios
com juros altssimos (q
ue endividou muitos ag
ricultores). O Agroneg
cio ganha
amplo espao, e se torna
fortemente o modelo ag
rcola adotado por vrio
s pases.
Ainda, dentro desse pa
cote da Revoluo Ver
de, est a mudana na e
ducao,
com o fechamento de es
colas do e no campo, e um
a educao totalmente
voltada
para o mundo urbano, e
a intensicao do xod
o rural, que fez com qu
e muitas
famlias, mas especialm
ente os/as jovens, migras
sem do campo para a cid
ade. Em
detrimento Revoluo
Verde, est o campesin
ato, com suas prticas m
ilenares
de cuidado da terra e d
as sementes, na amplit
ude da biodiversidade,
na busca
permanente do equilbri
o da relao do homem e
da mulher com a Nature
za.
12 anos. No total, no conito pela terra, foram 793 ocorrncias
registradas em todo o territrio nacional, entre ocorrncias e
famlias que foram despejadas, expulsas, ameaadas de despejo ou
expulso, tiveram seus bens destrudos ou sofreram aes de
pistolagem.
Sobre a funo social da terra, descrita no Estatuto da
Terra (Lei n 4.504/1964), se entende que uma propriedade
desempenha sua funo social quando nela favorecido o bem-
estar das famlias proprietrias e de trabalhadores/as que nela
trabalham; quando se mantm nveis satisfatrios de produtividade
e haja garantia da conservao dos recursos naturais, alm da
observao das disposies legais que regulam as justas relaes de
trabalho entre os que a possuem e a cultivem. As propriedades que
no cumprem a funo social da sua terra podem ser expropriadas
pelo Estado com nalidades de reforma agrria.
O trabalho escravo, ou anlogo escravido, por exemplo,
denuncia a ausncia da funo social da terra de determinada
propriedade. O mesmo Caderno de Conitos no Campo 2014, da
CPT, fala que nesse ano houve 131 ocorrncias/denncias no Brasil,
envolvendo 2.493 trabalhadores/as. Desses/as, 1.241 foram
libertos/as, e 28 eram menores de idade.
Nesses latifndios, a terra usada e abusada a bel prazer dos
latifundirios, preocupados muito mais com seus lucros. A produo
agrcola se reduz a poucas variedades como soja, milho, algodo,
maior parte destinada exportao, e com cada vez mais fora, o
plantio de pinnus e eucalipto, chamados de desertos verdes e
com uso intenso de venenos e adubos qumicos, causando um
empobrecimento e contaminao do solo, da gua, do ar, e de toda a
produo.
No agronegcio, a terra tida apenas como meio de produo
e de produtividade, responsvel em gerar riquezas, e a sua
concentrao nas mos de poucos no algo questionvel. Logo,
no h sentimento de pertena e de corresponsabilidade para com a
terra e com toda a vida que nela existe e gera, e menos ainda h a
preocupao com tantos e tantas que possuem laos com a terra, e,
no entanto, no a possuem nem para tirar seu autossustento.
Fontes de consulta: http://censo2010.ibge.gov.br/noticias-
censo?view=noticia&id=1&idnoticia=1766&t=censo-2010-populacao-brasil-190-732-694-
pessoas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4504.htm (Senso do IBGE 2010); (Lei
4.504/1964); e (Download do Caderno de Conitos no http://www.cptnacional.org.br/
Campo- 2014).
Elaborao do texto: Aline Ogliari
Iluminando com a Palavra...
- Levtico 25, 23-24
(Tempo para rezar a leitura)
Pistas para reexo:
Como a leitura nos fala, a terra pertence a Deus, que a prometeu
para todo o seu povo. Ele a d gratuitamente, e por isso, todos e
todas tm direito ela. Caso algum a tenha que vender,
independente dos motivos, ter direito resgat-la.
Deus no quer a concentrao de terra, nem a concentrao dos
frutos que ela d, e logo, nem as desigualdades sociais que so
decorrentes disso. Garantir e defender o direito terra, e ao seu
acesso, evitar que ela esteja concentrada nas mos de poucos,
fazendo assim a vontade de Deus.
Esquentando a Conversa:
Dinmica
Pegar a vasilha com a terra, e pedir que todos/as observem. O que
vemos?
Aps, fazer isso com as sementes. Perguntar novamente o que se v.
Repetir o mesmo gesto de contemplao diante da vasilha e gua,
com o mesmo questionamento.
Aps as reexes do grupo, misturar as sementes na terra. O que
vemos?. Adicionar uma quantidade gua, e repetir a pergunta.
Pistas para a reexo da dinmica:
Ao juntar tudo, o que que d? D po e d vinho! D feijo, d arroz,
d salada, d fruta. Juntar tudo faz dar alimento para o nosso povo!
A terra, se bem cuidada e repartida, gera comida, que precisa ser
repartidatambm. Nosso povo tem fome de alimento bom, que s
ser 100% saudvel se houver relao de justia entre quem produz
e o que se produzido, com quem quer produzir de fato, e com os
meios que so usados para a produo, lembrando sempre que a
terra no mera produtora e provedora de recursos. Ela precisa ser
respeitada na sua complexidade, limites, tempos e ciclos.
E de tudo, precisamos nos comprometer com o cuidado da terra
porque tambm viemos dela. Somos mistura de barro, no sopro
divino da Criao. O que est na terra tambm est em ns.
Conversando...
- O que a gente observa de relao entre a leitura bblica e a
dinmica?
- O que acontece se a terra estiver nas mos de apenas algumas
pessoas?
- E se nessa terra for cultivada apenas uma variedade de produto?
Compromissos do grupo
Como compromisso com a terra, nas dimenses da justia
social e promoo da dignidade da pessoa humana, defendemos a
Agroecologia como o modelo campons mais prximo daquilo que
chamamos e entendemos como o Reino de Deus. A Agroecologia
um modelo alternativo que se contrape ao Agronegcio, e temos
inmeras experincias de agroecologia e campesinato por esse
nosso Brasil.
Consumir produtos agroecolgicos consumir produtos
saudveis, livres de venenos, adubos qumicos e transgnicos. Mas
muito mais que isso, pois consumir esses produtos tambm
incentiva essas experincias de produo e tudo o que os envolve.
Alis, falando em incentivo, essas experincias to positivas
recebem nada ou praticamente nada de incentivo e investimento do
Poder Pblico, nas diferentes instncias e, em muitos casos, nem das
prprias comunidades locais.
A reivindicao do direito terra, pela Reforma Agrria e pela
demarcao das terras dos povos tradicionais, tem a perspectiva da
Agroecologia e do campesinato como proposta de fundo.
E a? Vamos buscar saber mais sobre a agroecologia e o
campesinato?
Que tal buscar informaes se h feiras de produtos
agroecolgicos em nossa cidade, e tentar sempre dar prioridade ao
consumo desses produtos?
No seu municpio, existem assentamentos de Reforma
Agrria ou territrios de povos tradicionais? Que tal buscar conhecer
as suas histrias e ir visit-los?
Para nalizar essa roda, ungir as mos dos/as presentes com o
barro feito na dinmica, lembrando que tambm somos barro, e
nalizar rezando a orao do Pai Nosso.
- Senhor, dai po a quem tem fome, e fome de justia a quem
tem po.
Canto: Assim j ningum chora mais(Z Pinto)
(Disponvel em: )https://goo.gl/9xcYRz
1. Sabemos que o capitalismo diz no ser preciso ter Reforma
Agrria.
Seu projeto traz misria, milhes de sem-terra jogados na estrada.
Com medo de ir pra cidade, enfrentar favela, fome e desemprego
Sada nessa situao segurar as mos de outros companheiros.
Ref.: E assim j ningum chora mais, ningum tira o po de ningum.
O cho onde pisava o boi feijo e arroz; capim j no convm (2x)
2. Compadre junte ao movimento, convide a comadre e a crianada.
Porque a terra s pertence a quem traz nas mos os calos da enxada.
Se somos contra o latifndio, da Me Natureza somos aliados.
E viva a vitria no cho sem a concentrao dos latifundirios!
3. Seguimos ocupando terra, derrubando cercas, conquistando o
cho.
Que chore o latifundirio, pra sorrir os lhos de quem colhe o po.
E a luta por Reforma Agrria a gente at pra se tiver, enm,
Coragem a burguesia agrria de ensinar seus lhos a comer capim.
Sugestes de documentrios/vdeos e leituras:
- Nas terras do Bem-Vir:
https://www.youtube.com/watch?v=VibNE-8dN7o
- Em nome do Progre$$o:
https://www.youtube.com/watch?v=kEJpEqcMILc
- Documento 101 da CNBB A Igreja e a questo agrria brasileira
no incio do Sculo XXI
- Carta pastoral Uma Igreja da Amaznia em conito com o
latifndio (de Dom Pedro Casaldliga), disponvel em:
http://www.prelaziasaofelixdoaraguaia.org.br/dompedro/01Carta
PastoralDomPedro.pdf
Roteiro de encono 0
JUVENTUDE E TETONenhuma famlia sem teto! (Papa ancisco)
Ambientao: Preparar o espao com folhas jogadas pelo cho,
papelo espalhados, imagens de jovens, famlias e crianas
moradoras de rua. No centro do espao: telhas, tijolo, bblia, vela,
bandeiras das pastorais, de movimentos.
Objetivo: Propiciar aos jovens uma reexo sobre a dignidade
humana, construindo um olhar crtico sobre a sociedade e as mazelas
que o capitalismo causa, ferindo a proposta do Reino.
Acolhida
Ainda pelo lado de fora do espao a ser realizado o encontro, o/a
animador/a rene os/as jovens para a acolhida com a msica
Utopia.
Animador/a: Por isso vem! Entra pro meio... Chega mais, Deus
quem chama voc importante. Como somos todos importantes,
sabemos tambm que unidos temos maior fora pra lutar, pra
reivindicar nossos anseios, nossas vontades que alimentam nossas
utopias e essa nossa vontade de abalar de, gritar e ser ouvido nos d
mais coragem quando vemos jovens sem trabalho, mulheres sem
teto pra morar, crianas nas ruas sendo vtimas de drogas e
prostituio. Antes de entrar no espao, peo a vocs que faam
memria h essas pessoas que por falta de um lar digno para viver,
acabam na vulnerabilidade das ruas.
Texto para Grupo 1:
Segundo estimativas recentemente realizadas pela
Organizao das Naes Unidas (ONU), mais de 100 milhes de
pessoas em todo o mundo no possuem um lugar para viver,
enquanto mais de 1 bilho reside em moradias inadequadas. Esse
problema uma reproduo das desigualdades sociais e de renda
existentes nas sociedades.
No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geograa
e Estatstica (IBGE), mais de 11 milhes de pessoas vivem em favelas
ou em moradias consideradas precrias. Se considerarmos que uma
moradia adequada um local que apresenta sistema de
fornecimento de gua, esgoto, coleta de lixo e, no mximo, duas
pessoas por dormitrio, apenas 52% da populao brasileira vive em
condies regulares de residncia, segundo o prprio IBGE. Vale
destaque tambm para o fato de mais de 32 mil pessoas viverem em
situao de rua no pas.
Existem muitas casas que sequer possuem acesso rede de
eletricidade, a maior parte delas construdas como favelas e
invases irregulares, geralmente realizadas por uma parte da
populao que no tem condies de pagar aluguel ou nanciar uma
casa prpria. A maioria dessas casas encontra-se em reas de risco,
como margens de rios propensas a inundaes e morros muito
inclinados, onde pode haver deslizamentos de terra em pocas de
chuva.
Os problemas de moradia no mundo manifestam-se de
maneira mais intensa nos pases subdesenvolvidos, aqueles que
possuem mais limitaes sociais, um maior nvel de pobreza e
desigualdade acentuada. Nesses pases, o processo de urbanizao
vem ocorrendo de maneira muito rpida, formando cidades muito
grandes, mas sem as infraestruturas (gua, esgoto e outras)
As/os jovens devem ser conduzidos para o centro onde ser realizado o
encontro e neste centro estaro os objetos: telhas inteiras, quebras,
telhas velhas e novas, pincel atmico, bblia, tijolo, vela, relatos de
moradores de rua. Entrando ao som da msica Casa no campo de Elis
Regina disponvel em: http://www.vagalume.com.br/elis-
regina/casa-no-campo.html.Os/as jovens sero conduzidos/as a
pegarem telhas ou pedaos de telhas que estiverem no centro junto
com os smbolos. Eles/as devero colocar na telha o nome da pessoa
que pensou no incio e assim ser a apresentao do grupo. Ele/a ir
dizer o seu nome e o nome de outra pessoa que escreveu na telha e
ele/a vai dizer de onde essa pessoa, dar caractersticas fsicas,
econmicas etc. Aps a apresentao, as telhas voltam para o centro.
Identidade da pessoa humana e justia social
Animador/a: Vivemos num pas, cercado por problemas sociais onde
as injustias ganham espao. Ao longo da nossa histria, foram
muitas as pessoas que sofreram agresso, opresso, desprezo e
tiveram e/ou tem sua dignidade ferida. Vamos fazer memria a essas
pessoas que a gente no sabe quem , mas sabemos que existem e
que sofrem pela falta de um teto pra morar. No podemos esquecer
as crueldades cometidas por pessoas que acham que so os donos
do destino das outras pessoas, e que no agem dentro da proposta
da Constituio Federal.
Com ajuda dos textos, formar trs grupos. Nos grupos, os/as
participantes podero ver as causas do problema. No mesmo grupo
iro discutir os motivos que levou e levam ao problema. Por nal em
uma roda de debate maior, os/as participantes iro escrever possveis
solues para amenizar o problema.
necessrias para o recebimento dessa populao. Assim, nesses
pases, com destaque para o Brasil, comum a manifestao do
processo de favelizao.
Grupo 2: Voz do Papa Francisco
O pontce esteve reunido na Feira Exposio de Santa Cruz,
co m o p r e s i d e n t e Evo M o r a l e s e a s d e l e g a e s , p o r
aproximadamente 3 horas, perodo em que falou sobre questes
envolvendo o capitalismo, defesa da me terra e da natureza, entre
outros assuntos.
Ele declarou que h necessidade de mudanas estruturais
profundas na sociedade, que sejam capazes de combater o modelo
capitalista, pois ainda h muitos camponeses sem terra, famlias
sem teto, trabalhadores sem direitos e pessoas feridas em sua
dignidade.
Como lder mximo dos catlicos, o Papa Francisco
consolidou sua identicao com as demandas dos movimentos
sociais. Quando o capital se torna um dolo e direciona as escolhas
dos seres humanos, quando a avidez do dinheiro domina o sistema
socioeconmico, ele arruna a sociedade, condena o homem,
tornando-o escravo, e destri a fraternidade entre os povos, disse o
Papa.Elearmou ainda que todos tem direito terra, habitao e
trabalho, considerando-os direitos sagrados, pelos quais vale a
pena lutar.
Precisamos e queremos uma mudana que atinja o mundo
inteiro porque hoje a interdependncia global exige respostas
globais para os problemas locais. A globalizao da esperana, que
nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta
globalizao da excluso e da indiferena, explicou.
O pontce tambm comentou que a comunidade cientca
tm produzindo danos irreversveis ao ecossistema, castigando os
povos, poluindo o solo, a gua e o ar, e colocando os seres vivos em
constante ameaa. Cuidem bem da me terra', pediu.O futuro da
humanidade no est unicamente nas mos da elite e dos
poderosos.Ele est fundamentalmente nas mos dos povos e na sua
capacidade de se organizar e promover alternativas criativas na
busca diria por trabalho, moradia, terra, apontou o papa.
Ao m do seu pronunciamento, Papa Francisco disse aos
participantes que jamais percam sua f revolucionria", e que eles
estaro em suas oraes. Tambm pediu para que zessem o mesmo
por ele. Rezem por mim e, se algum no puder rezar me mande
boas vibraes, concluiu.
O papa declarou que h necessidade de mudanas estruturais
profundas na sociedade, que sejam capazes de combater o modelo
capitalista, pois ainda h muitos camponeses sem terra, famlias
sem teto, trabalhadores sem direitos e pessoas feridas em sua
dignidade.
Grupo 3: Constituio Federal
Sabe-se que a moradia desde os tempos remotos uma
necessidade fundamental dos seres humanos de baixa renda que
a grande maioria pois, para os detentores do poder parece no
ser.
O grande problema da falta de moradia para tantos cidados,
alm de proceder de um passado histrico, fruto no s de
ausncia de polticas pblicas, mas, tambm de uma poltica que
sempre esteve voltada para os interesses individuais, deixando de
lado os menos favorecidos, burlando, assim, todos os tratados
internacionais e os direitos sociais garantidos pela Carta Magna.
O direito moradia digna foi reconhecido e implantado como
pressuposto para a dignidade da pessoa humana, desde 1948, com a
Declarao Universal dos Direitos Humanos e, foi recepcionado e
propagado na Constituio Federal de 1988, por advento da Emenda
Constitucional n 26/00, em seu artigo 6, caput.
Art. 6 So direitos sociais a educao, a sade, a
alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a
previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a
assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio. (grifei)
Com bem se v, a constitucionalizao do direito moradia, e
sua incluso dentre os direitos sociais, abriu uma discusso acerca da
validade e eccia de tal norma.
No h dvida de que a incluso do direito moradia no rol
dos direitos sociais traz repercusses ao mundo ftico que no
podem ser olvidadas pelos juristas.
Considerando que os direitos sociais esto na esteira dos
direitos fundamentais do ser humano, tem-se, como decorrncia,
que eles subordinam-se regra da auto-aplicabilidade, ou seja,
aplicao imediata conforme preceitua o artigo 5, 1 da
Constituio Federal.
Sem esquecer que aps a data de 1948, vrios tratados
internacionais rearmaram que os Estados tm a obrigao de
promover e proteger o direito moradia digna e, j existe inmeros
textos diferentes da ONU que reconhecem tal direito. Apesar disso,
a implementao deste direito ainda um grande desao.
Sabemos todos que a no possibilidade de moradia adequada
e digna rompe os laos familiares e ponto de partida para o
processo de falncia da dignidade do homem que acaba por ser
excludo do meio social. Entre as previses assustadoras da ONU,
atualmente, quase 1 bilho de pessoas um sexto da populao
mundial vive em favelas. E se o ritmo continuar, esse nmero vai
subir para 1,4 bilho em 2020 o equivalente populao da China.
compromisso assumido pelo Estado Brasileiro a defesa dos direitos
sociais econmicos e culturais. Ter moradia digna um direito
humano que t no rol dos direitos sociais do cidado brasileiro.
Podemos at armar que morar um direito cultural de todo
cidado.
Socializao dos grupos de trabalho
Provocao: A partir do que foi lido, percebemos que
moradia realidade para algumas pessoas, para outras no, h
muitas famlias sem teto, trabalhadores sem direitos e pessoas
feridas em sua dignidade. E o que nos diz a lei? Porque isso acontece?
(Tempo para o debate e exposio dos grupos de trabalho).
Provocao: Porque ser que no Brasil ainda existe tantas
pessoas morando na rua em situaes subumanas? E se Jesus Cristo
entrasse por essa porta aqui? O que ser que ele nos diria com
relao a isso que debatemos?
(Tempo para debate)
Sinais do Reino
Canto:A palavra de Deus j chegou, nova Luz clareou para o
povo (bis). Quando a Bblia Sagrada se abriu todo pobre j viu um
mundo novo (bis).
Leitura da Palavra: Mateus 7, 24-29
'Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica
como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram
contra aquela casa, e ela no caiu, porque tinha seus alicerces na
rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e no as pratica como
um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela
casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda'. Quando Jesus acabou de
dizer essas coisas, as multides estavam maravilhadas com o seu
ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e no
como os mestres da lei.
Intertextualizar e partilhar com o tema trabalhado, buscando
marcas e sinais do Reino presentes na Palavra.
Avaliao do encontro e encerramento
Final izando esse encontro, sairemos cobertos de
questionamentos sobre a situao da vida humana aquilo que
normal e o que se considera normose numa sociedade em que
mata, oprime e nega direito.
Preces espontneas...
Peamos a Deus que Pai e Me a sua beno e que nos
atenda os nossos pedidos.
Mstica de encerramento
C o m a m s i c a d e P r o j o t a , d i s p o n v e l e m :
http://www.vagalume.com.br/projota/em-volta-da-fogueira.html.
Os/as participantes do encontro simbolicamente erguem uma casa
com os tijolos e telhas que tem no espao.
De mos dadas, reza-se o Pai Nosso.
Despedida com abrao coletivo, e canto de envio com a msica O que
vale o amor, d isponvel em: http:// letras.mus.br/ze-
vicente/988303/
Sugestes de documentrios/vdeos e leituras:
http://www.doladodeca.com.br/2010/09/17/moradia-nosso-
direito/
http://www.vagalume.com.br/elis-regina/casa-no-campo.html
h t t p : / / w w w. v a g a l u m e . co m . b r/ p r o j o t a / e m - vo l t a - d a -
fogueira.html
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Roteiro de encono 0
JUVENTUDE E TRABALHONenhum abalhador sem direitos! (Papa ancisco)
Ambientao: Diversas prosses e instrumentos de trabalho,
carteiras de trabalho (pedir aos/s jovens que tragam alguma a
prpria, para quem j a tem, ou de algum prximo), classicados de
emprego, correntes, par de sandlias, velas bblia.
Objetivo: Reetir sobre o trabalho criativo solidrio, as alternativas
que existe para enfrentar o problema do desemprego, entender o
que trabalho escravo, o cuidado com o que comum, do outro.
Acolhida
Sejam bem vindos e bem vindas! Essa roda de conversa nos provoca a
olharmos a realidade do trabalho nas nossas vidas, perceber o
quanto somos importantes diante de Deus Pai desde as obras que
realizamos.
Antes de iniciarmos esse encontro, que tal fazermos memria dos
outros dois que j realizamos, sobre Terra e Teto? O que
conversamos?
Canto:Guerreiro menino (Fagner)
(Disponvel em: )https://www.youtube.com/watch?v=2t7XXneQgtk
Um homem tambm chora
Menina morena
Tambm deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abrao
Da prpria candura
Guerreiros so pessoas
So fortes, so frgeis
Guerreiros so meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem perfeitos
triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho sua vida
E a vida o trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem no tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
No d pra ser feliz
Realidades
O grupo motivado a expressar o que signica o emprego, na vida de
cada um. Escrever na folha a sua ideia a respeito (todas as folhas
devem ser colocadas no meio da roda).
Esquentando a Conversa:
Dinmica do Repolho: Escrever as perguntas abaixo relacionadas,
uma em cada folha de papel A4 (ou uma pergunta em cada metade
de uma folha). Em seguida, amass-las, uma sobre a outra, como se
fosse um formato de um repolho. Se escolhe um/uma jovem e joga o
repolho de papel para este/a, o qual ir retirar apenas uma folha
do repolho de papel e ir ler em voz alta a pergunta. Aps sua
resposta, este/a escolher outro/a jovem, e jogar o repolho de
papel para o escolhido. A dinmica prossegue at que se esgotem
as perguntas.
Alguns dados para ajudar na reexo:
Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiclios (Pnad/2013) indicam que ampla maioria dos(as)
jovens brasileiros (63%) est inserida no mundo do trabalho,
procurando emprego, trabalhando ou j vivendo a experincia
do desemprego. Essa realidade particularmente acentuada
quando considerados os indicadores da populao com idade
superior aos 18 anos, visto que 69% das moas e rapazes com
idade entre 18 e 24 anos fazem parte da Populao
Economicamente Ativa (PEA), percentual que se eleva para 80%
entre o grupo de 25 a 29 anos de idade. Como apontado na
pesquisa Agenda Juventude Brasil (SNJ 2013), so as
dimenses do trabalho e da educao que estruturam as
expectativas e projetos de vida dos jovens: o que fazem e
projetam fazer nesses campos que julgam que pode melhorar
suas vidas e fazerem se sentir realizados. Por isso mesmo, o
trabalho gura como um dos principais temas de interesse e de
preocupao dos (as) jovens (Fonte: Secretaria Nacional de
Juventude)
- Que lugar o emprego ocupa em nossos planos de vida?
- Qual a realidade atual do emprego para a maioria dos jovens?
- Quais so as causas dessa situao?
- Que mudanas ocorrem no mundo do trabalho no mundo atual?
- Existem diferenas de condies de trabalho para os homens,
mulheres, para negros, brancos e indgenas? Quais?
Canto: Fbrica (Renato Russo)
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
No pedir demais:
Quero justia,
Quero trabalhar em paz.
No muito o que lhe peo
Eu quero trabalho honesto
Em vez de escravido.
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte no
Consegue escravizar
Quem no tem chance.
De onde vem a indiferena
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portes da fbrica?
O cu j foi azul, mas agora cinza.
O que era verde aqui j no existe mais.
Quem me dera acreditar
Que no acontece nada
De tanto brincar com fogo
Que venha o fogo ento.
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais.
Reetindo...
A injusta distribuio da renda faz com que os/as jovens e
muitas crianas tenham que ingressar no mercado de trabalho para
sobreviverem e ajudarem na manuteno de suas famlias, sem
conseguir conciliar trabalho com estudo, lazer, cultura... Muitos/as
ingressam sem experincia e capacitao, sujeitam-se a qualquer
tipo de salrio e emprego, e submetem-se a intensas jornadas de
trabalho que consomem todas as suas energias e tempo.
No discurso aos movimentos populares em julho de 2015, na
Bolvia, o papa Francisco condena o trabalho escravo: quantas
pessoas, em todo o mundo so vtimas deste tipo de escravido, na
qual a pessoa que serve ao trabalho, enquanto deveria ser o
trabalho a oferecer um servio pessoa para que ela tenha
dignidade. Por isso declaramos em nome de todos e de cada um dos
nossos credos, que a escravido moderna um crime contra a
humanidade.
Todos e todas ns sabemos que o direito ao trabalho
fundamental para manter a dignidade humana. Porm, outra
dimenso que devemos observar em nossas lutas por condies de
melhorar a vida o direito ao lazer, ao descanso e cultura, que no
usufrumos por termos uma vida quase escrava, onde as relaes do
trabalho esgotam toda a criatividade e tempo, e nos colocam como
mera mo de obra na obteno de lucros para os patres de grandes
empresas, fazendo a roda do sistema girar.
Em tempos de muitas crises que atingem o direito ao trabalho
digno, louvamos pelas alternativas existentes como as inmeras
experincias de cooperativas de economia solidria, e das polticas
pblicas voltadas para o trabalho e para a capacitao. Tudo isso
graas mobilizao de movimentos sociais, sindicais, pastorais,
como a Rede Um Grito Pela Vida, Pastorais da Juventude, Pastoral
Operria, Comisso Pastoral da Terra, Servio de Proteo aos
Migrantes, a Critas; e s denncias de alguns mrtires e profetas da
justia, como Santo Dias da Silva, Margarida Alves, Roseli Nunes,
Dom Toms Balduno, Pe. Josimo, Pe. Ezequiel Ramin...
Canto:Orao pela Messe (Pe.Zezinho)
Poucos os operrios, poucos trabalhadores e a fome do povo
aumenta mais e mais. s o Senhor da messe, ouve esta nossa
p r e c e , p e s a n g u e n o v o n a s v e i a s d a t u a I g r e j a .
1. Falta po porque falta trigo. Falta trigo porque no semeiam e
faltam semeadores porque ningum foi l fora chamar. Falta f
porque no se ouve. No se ouve porque no se fala e falta esse jeito
novo de levar luz e de profetizar.
2. Falta gente pra ir ao povo, descobrir porque o povo se cala.
Pastores e animadores pra incentivar o teu povo a falar. Falta luz
porque no se acende. No se acende porque faltam sonhos; e falta
esse jeito novo de levar luz e falar de Jesus.
Leitura bblica: Mateus 1, 1-16
Pistas para a reexo:
- Qual a realidade de desemprego descrita na parbola?
Conhecemos em nossas cidades lugares parecidos com as praas
onde se encontra desempregados?
- Como olhamos e pensamos sobre a forma de remunerao dos
trabalhadores descrita na parbola? Aceitaramos e concordaramos
com a proposta justa para Deus de pagar pelo trabalho?
- Sobre a relao que o emprego e salrio tem com a dignidade de
uma pessoa, o que o grupo pode reetir?
Canto: Trabalhador (Seu Jorge)
Est na luta, no corre-corre, no dia-a-dia
Marmita fria, mas se precisa ir trabalhar
Essa rotina em toda rma comea s sete da manh
Patro reclama e manda embora quem atrasar
Trabalhador
Trabalhador brasileiro
Dentista, frentista, polcia, bombeiro
Trabalhador brasileiro
Tem gari por a que formado engenheiro
Trabalhador brasileiro
Trabalhador
E sem dinheiro vai dar um jeito
Vai pro servio
compromisso, vai ter problema se ele faltar
Salrio pouco, no d pra nada
Desempregado tambm no d
E desse jeito a vida segue sem melhorar
Trabalhador
Trabalhador brasileiro
Garom, garonete, jurista, pedreiro
Trabalhador brasileiro
Trabalha igual burro e no ganha dinheiro
Trabalhador brasileiro
Trabalhador
Compromisso do grupo
A Economia Solidria uma alternativa concreta de construo de
novas relaes sociais, polticas e de trabalho, se contrapondo ao
modelo econmico vigente, de explorao de mo de obra e de
recursos naturais, e de concentrao de riquezas. Existem muitas
experincias de cooperativas de produo a partir da proposta da
Economia Solidria: de artesanato, de reutilizao e reciclagem de
materiais, de produo de alimentos, padarias, costuras...
So sinais do Reino que acontecem aqui!
Existe alguma experincia em nosso municpio? Que tal buscarmos
conhecer alguma prxima ao nosso grupo?
Vamos buscar saber quantas pessoas ajudam a organizar a
experincia, e quantas famlias fazem parte; quantas pessoas so
atingidas direta ou indiretamente pela experincia comunitria
(desde a compra de materiais, produo e venda dos produtos).
Perguntem se h cursos de formao para os/as associados/as, e se o
Poder Pblico incentiva essa e outras experincias parecidas.
Vamos l!!
Todos/as: Deus, que quisestes submeter s foras da natureza ao
trabalho humano, concedei que, dedicando-nos aos trabalhos,
saibamos associar generosamente nossa obra de aperfeioamento
de vossa Criao. Por Cristo nosso Senhor Criador. Amm.
Canto: Utopia (Ze Vicente)
Quando o dia da paz renascer
Quando o Sol da esperana brilhar. Eu vou cantar.
Quando o povo nas ruas sorrir
E a roseira de novo orir. Eu vou cantar.
Quando as cercas carem no cho
Quando as mesas se encherem de po. Eu vou cantar.
Quando os muros que cercam os jardins, destrudos
Ento os jasmins vo perfumar
Vai ser to bonito se ouvir a cano
Cantada de novo.
No olhar da gente a certeza de irmos
reinado do povo (2x)
Quando as armas da destruio
Destrudas em cada nao. Eu vou sonhar.
E o decreto que encerra a opresso
Assinado s no corao vai triunfar.
Quando a voz da verdade se ouvir
E a mentira no mais existir ser enm. Tempo novo de
Eterna justia sem mais dio sem sangue ou cobia vai ser assim.
Vai ser to bonito se ouvir a cano
Cantada de novo.
No olhar da gente a certeza de irmos
reinado do povo (2x)
Sugestes d leitura:
Vamos conhecer um pouco da Flask, que era uma fbrica privada, e
que estava beira da falncia. Por terem salrios atrasados, sem
direitos trabalhistas assegurados, e pelo cenrio de desemprego, os
operrios e as operrias tomaram os meios de produo para seu
controle, e ocuparam a fbrica e toda a produo.
Partilha da Flask Fbrica sob controle Operrio
Em 12 de junho de 2003, ns, trabalhadores da Flask,
decidimos tomar nosso presente em nossas mos, decidimos alterar
o destino que o capitalismo e os patres nos empunham. Ns
decidimos tomar a fbrica e coloc-la sob o controle dos prprios
trabalhadores. Marchamos nestes dez anos defendendo a palavra
de ordem 'Fbrica quebrada fbrica ocupada, e fbrica ocupada
deve ser estatizada e colocada sob controle dos trabalhadores'.
A fora que nos moveu foi a mesma que nos fez suar de sol a
sol, durante nossa vida, vendendo nossa energia para rodar as
mquinas do capitalismo e com isso receber um salrio para comer,
morar e criar nossas crianas. Mais do que isso, a fora que nos
moveu foi a necessidade de acabar com o horror que vivamos e
tambm o conjunto de nossa classe.
Porm, em 12 de junho de 2003, nossa fora estava animada
tambm com a certeza de que um perodo havia que se esgotar. O
perodo em que tudo estava organizado somente para o interesse
dos patres. Foi esta esperana, que, naquele momento, se
materializava a vitria de Lula. Tendo ele como presidente, nos dava
uma coragem ainda maior para irmos em frente. ramos mais de
trezentos que participavam da assembleia que realizamos naquele
dia. ramos uma fora que havia tirado os trilhos da histria do seu
caminho.
E por isso decidimos reconstruir tudo. Assim, ocupamos a
fbrica e nos articulamos para garantir o direito ao trabalho, nossa
principal forma de dignidade. Para tanto, s havia um caminho,
avanar para tomar as fbricas dos patres, reorganiz-las de acordo
com os interesses de nossa classe, de acordo com os interesses mais
gerais da humanidade - a vida e a solidariedade entre os prprios
trabalhadores, uma vida sem explorao. Organizamos, a partir da,
uma nova fbrica para se trabalhar. Nos unimos aos sem terra para
lutar por reforma agrria e o pelo m do latifndio. Gritamos:
'Quando o campo e a cidade se unir a burguesia no vai resistir'.
Da mesma forma, nos solidarizamos com todo o povo
trabalhador explorado, impulsionando a luta pela moradia.
Decidimos comear a unir convico e ao a partir do terreno do
patro que durante dcadas sugou nossa vida. Tomamos o terreno, e
construmos a Vila Operria, onde vivem hoje 564 famlias. Assim
como impulsionamos o projeto Fbrica de Cultura e Esporte, com
centenas de atividades realizadas, envolvendo o conjunto da
comunidade, com crianas, jovens e adultos, garantindo acesso
cultura, lazer, etc.
(Fonte: )http://www.fabricasocupadas.org.br/site/index.php/manifesto