Post on 28-Mar-2016
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Incrível, o ano recém come-
çou e já estamos em maio, e come-
çou com grandes expectativas de
resultados. Já dissemos em outras
oportunidades que seria um ano
que exigiria cautela na sua avalia-
ção. Hoje temos certeza de que a
cautela era válida e se transformou
em preocupação. As indústrias, por
conta de uma concorrência de entrantes no Estado, buscaram
manter suas posições na captação de matéria-prima. Assim,
praticaram preços acima do recomendado pelo Conseleite, e
bem superiores aos preços internacionais dos vizinhos Uruguai
e Argentina – US$ 0,45 contra US$ 0,25. A entrada da entres-
safra normalmente suportaria essa agressividade, pois captura
preços maiores no varejo. Acontece que esses preços de vare-
jo não suportaram os preços da matéria-prima e as indústrias
veem dificuldades em apresentar resultados expressivos no
melhor período do ano.
Boas notícias são agradáveis de dar, mas as más notícias,
quando preventivas, são necessárias. Os produtores devem es-
tar preparados para redução dos preços e adequação ao mer-
cado. Não podemos ser irresponsáveis e permitir euforias que
mais adiante serão cobradas e rotuladas de falsos estímulos.
A indústria e o produtor se reúnem mensalmente e ana-
lisam os valores praticados no mercado, e indicam os preços
de referência da matéria-prima. Esses valores de referência in-
dicam a tendência do mercado, mas, mais que isso, o ponto de
equilíbrio desta relação produtor x indústria. Um desequilíbrio
estendido por muito tempo não se sustenta, e prova disso é
que a indústria vem oferecendo resultados negativos desde o
segundo semestre de 2009.
O Rio Grande do Sul tem tudo para continuar crescendo
na atividade e se firmar como a segunda força do país. Entre-
tanto, há necessidade de equalizar os segmentos produção,
indústria e varejo e todos com eficiência ganharem na escala.
Toda distorção (refletida nesses elos) põe em risco o equilíbrio
da cadeia, que não sobrevive sem respeito aos limites dos seus
componentes. A cautela se transforma em alerta!
Carlos Marcílio Arjonas Feijó
Presidente do Sindilat RS
editorial
03
expodireto
eleições
notícias
destaque 30
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sumário
matéria de capa 08
responsabilidade social
economia
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O Brasil é um país respeitado e cobiçado mundialmente, afirma Mantega
geral 16
expodireto
06
A 11ª Expodireto Cotrijal, realizada de
15 a 19 de março, em Não-Me-Toque, superou
expectativa de público e de negócios. Paralelo
à Expodireto aconteceu o VI Fórum Estadual do
Leite, que reuniu a cadeia láctea de laticínios no
dia 17 de março, e teve a presença do secretá-
rio executivo do Sindilat RS, Darlan Palharini. O
gerente de Suprimento de Leite da CCGL Lati-
cínios, Jair da Silva Mello, que foi um dos coor-
denadores do VI Fórum Estadual do Leite, des-
tacou que os temas centrais do evento foram a
produção, a qualidade e o mercado, que além
de serem temas de interesse a produtores e téc-
nicos, devem juntos ser ações prioritárias a ser
Fórum Estadual do Leite
reúne a cadeia láctea em Não-Me-Toque
implantadas nas propriedades rurais. O evento
teve a promoção da Cotrijal e CCGL Lac (Coope-
rativa Central Gaúcha Ltda.).
Com o tema “Qualidade do leite: diferen-
cial para o mercado e para a remuneração do
produtor”, a palestra ministrada por Carlos Bon-
dan, médico veterinário e coordenador do Sarle
da Universidade Federal de Passo Fundo (UPF),
tratou sobre a melhoria da qualidade do leite,
que vai da propriedade até a indústria, visando
não só atender às exigências do consumidor,
como do mercado e da legislação. Abordou
ainda a situação atual da qualidade do leite e as
principais ações que devem ser tomadas pelos
“O consumidor hoje quer mais
segurança no que está
consumindo, por isso
a importância de as empresas investirem nos
seus produtos.”
Público lota o evento
expodireto
produtores, como higiene de ordenha, resfria-
mento do leite, controle de mastite e escala de
produção.
A produção de leite no Brasil, a evolu-
ção dos preços e as tendências para o mercado
internacional foram assuntos que nortearam a
palestra “Situação atual e perspectivas do mer-
cado de lácteos”, com Gustavo Beduschi, enge-
nheiro agrônomo da Confederação Brasileira
de Cooperativas de Laticínios (CBCL). Beduschi
comentou que a produção de leite no Brasil e
no Rio Grande do Sul vem crescendo a taxas
superiores à demanda internacional, então a
necessidade de profissionalização de produtos
e indústrias, visando atender o mercado. Segun-
do ele, o mercado internacional está com ten-
dências de retomada dos preços, o que começa
a ser favorável ao Brasil para exportação, porém
a taxa de câmbio é um dos grandes entraves
atualmente.
Quais são as lições básicas que devem
ser feitas pelo produtor visando melhorar os
processos de produção de leite, com aumento
de produtividade e renda à família? Essas per-
guntas foram respondidas na palestra “Fatores
de impacto na rentabilidade da produção de
leite: onde concentrar os esforços”, que teve
como palestrante Wagner Beskow, engenheiro
agrônomo Ph.D. e pesquisador da CCGL Tec-
nologia. O palestrante alertou que ajustar um
sistema de produção econômica com aumento
da escala, buscando a rentabilidade da proprie-
dade e do uso de pastagens, é uma das formas
mais econômicas de produzir leite.
A 11ª Expodireto Cotrijal teve a presen-
ça da governadora do Estado, Yeda Crusius, e
demais autoridades. O presidente do evento,
Nei César Mânica, diz “que aqui nós reunimos
uma gama grande de forças políticas, que, com
sua presença, representam muito para a Feira,
e para a região, pois os visitantes podem estar
mais próximos de seus representantes e eles po-
dem ouvir mais facilmente aqueles que tomam
decisões importantes no Estado”. Segundo ele,
a Expodireto, além de tecnologia, inovações e
negócios, se tornou um ambiente de debate
político e reivindicações em todos os segmen-
tos e com anúncios importantes para a região.
07
08
matéria de capa
O Brasilé um país respeitado e cobiçado mundialmente, afirma Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
participou no dia 08 de abril, de encontro com
empresários gaúchos na Federação das Indús-
trias do Rio Grande do Sul (FIERGS), que reuniu
205 participantes. Ele foi recebido em Reunião
Almoço pelo presidente da FIERGS, Paulo Tigre
e representantes de mais de 30 diferentes seg-
mentos da indústria do Estado. O ministro abor-
dou o tema a “Economia Brasileira em 2010”,
onde destacou que a nova política econômica e
social priorizará o crescimento, a geração de em-
pregos, a inclusão social e distribuição de ren-
da, a dinamização do investimento, e o Estado
como fomentador do crescimento.
Segundo Mantega, o Brasil tornou-se um
país respeitado e cobiçado mundialmente. “Pas-
samos de devedor, subordinado aos ditames do
FMI ou da banca internacional, para credor pro-
tagonista. Cai o mito de que o Brasil é um país de
segunda classe.”
Ao recepcionar o ministro da Fazenda no
encontro com os setores, o presidente da FIERGS
destacou a “Nova Economia” do Estado. “O Rio
Grande do Sul vive um momento de desafios.
Diferentes atividades aqui se instalam como a
indústria naval, as florestas industriais, o polo de
laticínios, o etanol e biocombustíveis, as fábricas
de chips e muitos outros segmentos”, disse. O in-
dustrial agradeceu a disposição do ministro em
dialogar com os empresários gaúchos, e enfati-
zou que os participantes do encontro formam o
retrato da economia estadual, tanto pela diversi-
Guido Mantega ministra palestra na FIERGS
Mig
uel Â
ngel
o
09
matéria de capa
dade dos segmentos, quanto pela abrangência
de todas as regiões geográficas.
Paulo Tigre lembrou, porém, que perma-
necem para este ano pontos de alerta e atenção
na pauta empresarial: o câmbio; os juros; a carga
tributária e o ressarcimento dos créditos aos ex-
portadores; a concorrência de artigos similares
importados, especialmente da China; e a buro-
cracia da máquina estatal, que compromete os
investimentos privados e públicos considerados
necessários.
Durante o evento, o secretário executi-
vo do Sindilat RS, Darlan Palharini, entregou ao
ministro da Fazenda, Guido Mantega, um docu-
mento com as principais reivindicações do setor
que são:
• O pagamento imediato dos créditos
tributários de PIS/COFINS que as empresas têm
direito a receber, evitando assim que as empre-
sas tenham que buscar recursos em bancos para
suprir suas necessidades financeiras;
• Exclusão dos créditos de Pis/Cofins da
base de cálculo do IRPJ e CSLL, em razão do
tratamento tributário do Pis/Cofins como sub-
venção/incentivo e não receita operacional da
empresa.
• A retomada da Reforma Tributária é ne-
cessária já que o estado do Rio Grande do Sul é
hoje, o segundo maior produtor de leite do país,
produzindo 3,4 bilhões de litros por ano, porém
desta produção, apenas 1,5 bilhão são consumi-
dos no RS o restante 1,9 bilhão é comercializa-
do em outras unidades da federação como São
Paulo, Paraná e Rio de Janeiro que sobretaxam
nosso produto e reduzem os impostos do leite
produzidos em seus estados, o que nos faz per-
der competitividade;
• A criação de um grupo técnico para dis-
cussão conjunta no que se refere a caracteriza-
ção da atividade agroindustrial e rural.
“Cai o mito de que o Brasil é um país desegundaclasse.”
A candidata à Presidência da República,
Dilma Rousseff, participou no dia 15 de abril de
Reunião Almoço com 130 industriais gaúchos de
27 segmentos, na sede da Federação das Indús-
trias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).
Durante duas horas, falou sobre os planos de
governo e abordou temas de interesse do setor,
como políticas industriais, educação e reforma
tributária.
A ex-ministra-chefe da Casa Civil escutou
do presidente da FIERGS, Paulo Tigre, a sugestão
de que as propostas da iniciativa privada estejam
contempladas nas plataformas eleitorais. “Cito,
por exemplo, a Reforma Tributária e outros fato-
res de competitividade do país, que precisam ser
enfrentados: educação, câmbio, juros, desonera-
ção de investimentos e modernização da legisla-
ção trabalhista”, declarou Tigre.
Em seu discurso, Dilma defendeu a tríade
do desenvolvimento, reunindo as políticas in-
dustrial, de educação e de inovação. “Não se faz
política industrial nos gabinetes em Brasília, se faz
conhecendo a realidade dos setores, como já fi-
zemos com vários segmentos aqui no Rio Grande
do Sul. Em relação à educação, é preciso investir
cada vez mais na qualificação. E é a educação que
vai gerar a inovação de que precisamos”, obser-
vou ela.
Questionado pela imprensa sobre a re-
cepção dos candidatos à Presidência da Repúbli-
ca na FIERGS, Paulo Tigre destacou que as portas
estarão abertas, pois se trata de uma entidade
apartidária. Portanto, “todos os candidatos terão
espaço para propor suas ideias e também ouvir
as demandas da indústria”. Estiveram na reunião
com a ex-ministra-chefe da Casa Civil empresá-
rios do segmento de Laticínios, representado
pelo presidente do Sindilat RS, Carlos Feijó; o di-
retor secretário, Alexandre Guerra e o secretário
executivo, Darlan Plharini. Além de representan-
tes dos setores de Alimentos, Fertilizantes, Auto-
peças, Veículos, Construção Pesada e Civil, Joias,
Tabaco, Olaria, Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados,
Química, Petroquímica, Plásticos, Celulose, Papel,
Artefatos de Borracha, Gráficas, Móveis, Vinho,
Madeira, Metal-Mecânica, Material de Transporte,
Eletrônica e Farmacêutico, Madeira e Marcenaria.
eleições
Dilma defende indústria, educação e inovação
“Todos os candidatos
terão espaço para propor
suas ideias e também ouvir as demandas
da indústria.”
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Dilma Rousseff
eleições
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Empresas que já realizaram as doações: Cosulati, Latvida, Piá, Santa Clara, Bom Gosto, CCGL e Languirú
responsabilidade social
12
Uma iniciativa fez a diferença para as
crianças e adolescentes com necessidades
especiais, atendidas pela Kinder – Centro de
Integração da Criança Especial, em Porto Ale-
gre. E isso aconteceu quando a universitária
Fabiana Durgante e as demais colegas, Ariane
Correa e Luísa Dutra, procuraram o Sindilat RS
e fizeram uma parceria que deu certo. Fabiana
conta que conhecia o trabalho do Sindicato
e a possibilidade da entidade ajudar na ação.
Kinder recebe doações de leite
“Além do trabalho do Sindilat, buscando sem-
pre atender a interesses da categoria, essa
consciência social demonstra uma nova co-
notação de linha de trabalho. Quando procu-
rei para nos ajudar na doação, fui muito bem
atendida pelo Sindicato”, conta a universitária.
Fabiana e as demais colegas são estu-
dantes do curso tecnólogo de Secretariado
Executivo da Fatec (Faculdade de Tecnologia),
e a iniciativa fez parte do currículo das disci-
“Além dotrabalho do
Sindilat,buscando
sempre atender aos interesses da categoria,
essa consciênciasocial
demonstra uma nova
conotação de linha de
trabalho.”
A entidade atende bebês, crianças e adolescentes especiais
15
plinas de Programa Integrado de Secretaria-
do e Sistemas de Qualidade, que orientou as
alunas a realizar um trabalho de voluntariado,
que teve como entidade escolhida por elas
a Kinder, por conhecerem o trabalho social-
mente responsável que realiza.
A auxiliar administrativo de Desenvol-
vimento Institucional da Kinder, Jaqueline
Debastiane, elogia a iniciativa de pessoas vo-
luntárias, como a das estudantes, que pensa-
ram numa instituição e colocaram em prática
a ação. “Como atendemos alunos carentes
que precisam de ajuda, o leite é um produ-
to essencial para estas crianças.” Jaqueline
conta que as universitárias conheceram pes-
soalmente a Kinder, “se sensibilizaram com a
nossa causa e procuraram o Sindilat para nos
ajudar”.
A Kinder – Centro de Integração da
Criança Especial atende 317 pessoas entre
bebês, crianças e adolescentes com defici-
ências múltiplas, sem condições financeiras.
Para ajudar a entidade filantrópica, a Kinder
disponibilizou no seu endereço eletrônico
(www.kindernet.org.br) as formas de como
contribuir. Devido ao espaço físico da Kinder,
as doações de leite estão sendo feitas par-
cialmente. Participaram das doações até o
momento as empresas: Cosulati, Latvida, Piá,
Santa Clara, Bom Gosto, CCGL e Languirú.
responsabilidade social
economia
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A questão tributária do leite
O Sindilat RS, representado pelo seu
presidente Carlos Feijó, seu diretor secretá-
rio, Alexandre Guerra; representante da CCGL,
Egídio Maffei e o secretário executivo, Darlan
Palharini, estiveram novamente reunidos na
Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) dia 26
de abril, com o secretário da Fazenda, Ricardo
Englert; com o secretário adjunto, Leonardo
Gafrée; e com o diretor da Receita, Júlio César
Grazziotin, para discutir os temas competitivi-
dade e guerra fiscal.
O presidente Carlos Feijó reiterou que
os benefícios fiscais oferecidos pelos estados
de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Rondônia e principalmente Goi-
ás e São Paulo têm prejudicado “em muito a
cadeia láctea do Rio Grande do Sul, uma vez
que a venda de produtos lácteos para esses
Estados representa hoje 60% da produção”.
Em razão do Rio Grande do Sul ser um grande
exportador, com a produção em crescimento,
tanto no campo como no parque industrial, a
solicitação é de que o governo do Estado, “en-
quanto a Reforma Tributária não sai do papel,
consiga dar condições às indústrias de laticí-
nios do Rio Grande do Sul para competir com
os demais Estados da Federação”.
Pleito que até agora o governo do Es-
tado do Rio Grande do Sul tem administra-
do, mas a grande preocupação do Sindilat
RS é que essa dificuldade tem se intensifica-
do. Citando como exemplo, o leite UHT que
é produzido no Rio Grande do Sul e que tem
a necessidade de vender para outros estados
mais de 57% da produção, e o Estado de são
Paulo é o principal destino de 64% dessa ven-
da. E neste Estado, o leite vindo do Rio Gran-
de do Sul para acessar o mercado consumidor
é tributado em 18% e o leite UHT produzido
no Estado de São Paulo é isento, vale lembrar
que a produção de matéria prima em são Pau-
lo, não atende mais do que 30% do consumo
paulista.
A situação com o Estado de São Pau-
lo já esteve pior, foi quando da assinatura do
“O Rio Grande do Sul é um grande
exportador, com a produção em
crescimento, tanto no campo como no
parque industrial [...]”
economia
15
protocolo entre os estados do RS e SP,
para o recolhimento do ICMS antecipado
(substituição tributária) o que inviabilizou
a venda do produto leite UHT em outubro
de 2009, pois além do ICMS normal, tinha
o recolhimento antecipado, o que através
de encontros com a Secretaria Estadual
da Fazenda do RS, o Estado procurou a
Secretaria da Fazenda de São Paulo, para
retirar o leite da substituição tributária.
Além das dificuldades com o prin-
cipal mercado, o estado do Paraná, tam-
bém institui o recolhimento da substi-
tuição para o leite que vem dos outros
estados, com o diferencial de que o leite
produzido no Paraná é isento, e as indús-
trias paranaenses podem se creditar de
4% sobre a compra de matéria-prima,
sem necessidades de estorno, se a venda
do produto final for isento.
Política fiscal essa seguida pelos
estados de Santa Catarina, Minas Gerais,
Goiás, Rondônia e Rio de Janeiro, e que
a maioria dos estados brasileiros adotou
a política agressiva em relação a serem
fortes produtores de leite, pela principal
razão:
1º) Inserção de Produtores que es-
tão inviabilizados financeiramente;
2º) Custo social da população rural
é menor que da população urbana;
3º) O leite é um produto de dis-
tribuição de renda; o valor é pago men-
salmente, diferente de outras atividades
primárias.
Diante dessas situações é que o
Sindilat RS encaminhou ao governo do
Estado a concessão de crédito presumido
de no mínimo 5% na compra da matéria-
prima.
geral
16
Três de Maio foi o primeiro município
do Rio Grande do Sul a aderir ao Projeto Balde
Cheio - do Programa Produtividade e Quali-
dade do Setor Lácteo 2020, que promove a
transferência de tecnologia ao produtor de
leite, buscando desenvolver a pecuária leitei-
ra a pasto. O lançamento ocorreu durante o
Seminário “A Mulher Faz a Diferença no Setor
Lácteo”, no município, com o objetivo de valo-
rizar a produtora rural que trabalha na ativida-
de leiteira. O Sindilat RS esteve representado
nesse evento pelo seu secretário executivo,
Darlan Palharini. O lançamento realizado no
dia 13 de março integrou a programação da
13ª Semana da Mulher, que reuniu mais de 1,2
mil mulheres.
O Balde Cheio foi desenvolvido pela
Projeto Balde Cheio
Embrapa Pecuária Sudeste a partir de 1998,
e se caracteriza pelas inovações nos métodos
de transferência de tecnologia, fazendo com
que os resultados cheguem ao produtor rural.
No município de Três de Maio, o Projeto Bal-
de Cheio realizado pela Emater, Cooperideal
(Cooperativa para a Inovação e Desenvolvi-
mento da Atividade Leiteira) e Funcap (Agên-
cia de Capacitação e Desenvolvimento de
Três de Maio), com o patrocínio da Prefeitura
Municipal, é desenvolvido em dez pequenas
propriedades rurais de produção leiteira, que
recebem as informações tecnológicas desen-
volvidas pela Embrapa (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária) e implantam em suas
propriedades, consideradas modelos. O pro-
jeto implantado em janeiro de 2010 será con-
é lançado em Três de Maio
A governadora Yeda Crusius no lançamento do Projeto Balde Cheio
geral
17
cluído em 2012.
Um dos coordenadores da ação, o di-
retor da Funcap, Nírio Simeão Metzka, infor-
ma que para ser implantado o Balde Cheio,
foram visitadas e apresentadas as ideias do
programa para mais de 30 pequenas proprie-
dades rurais, juntamente com as indústrias
captadoras de leite), onde estes produtores
comercializam a sua produção leiteira. “Com a
qualificação da propriedade rural aumenta-se
a produção de leite”, frisa o coordenador.
Segundo o secretário executivo do
Sindilat RS, Darlan Palharini, as indústrias do
Rio Grande do Sul já fazem esse trabalho há
anos no fomento da produção leiteira e o Pro-
jeto Balde Cheio também atua nessa mesma
linha. “Para o alinhamento das finalidades de-
verá acontecer no decorrer dos próximos dias,
reuniões entre a FUNCAP e o Sindilat RS para
posteriormente levar essa proposta às empre-
sas associadas ao Sindicato”, conclui.
De acordo com informações divulga-
das pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-
pecuária (Embrapa), o trabalho desenvolvido
pelo Balde Cheio demonstrou a viabilidade -
técnica e econômica - da pequena proprieda-
de, ou propriedade familiar, para a produção
de leite. Alguns de seus resultados são a ob-
tenção de lucro em propriedades antes defi-
citárias, o aumento da renda do pequeno pro-
dutor, a redução do êxodo rural e o aumento
da produção de leite, por hectare/ano, de até
12 a 15 vezes (ou seja, de 1.100% a 1.400%).
A tecnificação e o bom gerenciamen-
to permitem que esses produtores familiares
multipliquem sua renda. Cerca de 90% dos
produtores vinculados ao projeto conseguia
produção diária inferior a 80 litros no início
dos trabalhos. Após a sua incorporação ao
projeto, passaram a obter de 300 litros a mil
litros dia. Mas o indicador mais importante na
atividade, que é a produção de leite por hec-
tare ano, foi elevado de 12 a 15 vezes.
Metzka destaca que o projeto é dividi-
do em três grandes vertentes: a primeira fase
é a produção e produtividade – por meio da
implantação do processos de recuperação do
solo, piqueteamento, manejo das vacas, tabe-
las de controle de produtividade litros/vaca/
dia, controle de temperatura, chuvas, entre
outras. O produtor recebe assistência dos téc-
nicos da Prefeitura, Funcap, da Cooperideal e
da Emater, num período de dois anos, que é o
tempo necessário para início da fase demons-
trativa aos demais produtores do município;
a segunda fase é a valorização da trabalhado-
ra rural na atividade leiteira, sendo a mulher
uma das principais envolvidas no processo de
produção de leite; e a terceira fase é a promo-
ção da Exposição da Terneira e da Economia
Familiar (Expo Terneira), que acontecerá de 3
a 6 de junho, em Três de Maio. “O grande ob-
jetivo é mostrar a importância da criação de
terneiras, que serão as futuras vacas com alto
potencial de produção”, diz.
O Balde Cheio tem como metodologia
de trabalho, segundo definição da Embrapa,
consiste que uma propriedade por município
é selecionada pelo extensionista interessado,
devendo ter preferencialmente o seguinte
perfil: ser de pequeno porte (a partir de 0,5
ha), que tenha na atividade leiteira sua prin-
cipal fonte de renda, para que sirva como
exemplo a outros produtores na mesma situ-
ação, e que seja de cunho familiar, para que
não haja interferência no aprendizado das
pessoas envolvidas.
A governadora do Estado Yeda Crusius
participou do lançamento do Projeto Balde
Cheio em Três de Maio.
“Com aqualificação da propriedaderuralaumenta-se a produção deleite.”
geral
Nestlé inaugura
18
Um empreendimento de mais de R$
100 milhões, que resultará em 750 empre-
gos diretos e indiretos para o Norte gaú-
cho, foi inaugurado em março, na cidade
de Carazinho. É a nova fábrica da Nestlé,
que movimentará a economia local com
a captação de leite, principalmente no
Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A
inauguração contou com a presença da
governadora, Yeda Crusius, que destacou
que a instalação da unidade demonstra a
vocação do Estado e a preocupação com
o agronegócio, a qualidade e a geração de
empregos. “Com mais este lançamento, o
Rio Grande do Sul se recoloca nos trilhos
do desenvolvimento sustentável”, afirmou.
A capacidade de processamento de leite
da nova planta é de 1,5 milhão de litros
por dia, que processarão também creme
de leite e leite líquido premium, com dife-
rencial nutricional, além de achocolatados
nos próximos meses.
O presidente da Nestlé Brasil, Ivan
Zurita, disse que a prioridade da Nestlé
mundial é investir no país. “Estamos foca-
dos no Rio Grande do Sul, principalmente
nova unidade em Carazinho
“Com mais este lançamento, o
Rio Grande do Sul se recoloca
nos trilhos do desenvolvimento
sustentável.”
A governadora Yeda Crusius na inauguração da nova fábrica
geral
19
nos municípios de Carazinho, Passo Fundo
e Palmeira das Missões,” sinalizou Zurita,
ao lembrar que a turbulência financeira de
2008 foi enfrentada e agora a vocação é
para o crescimento.
A fábrica de Carazinho permitirá que
a empresa cresça no segmento de leite Pre-
mium, afirmou o dirigente. “Ingressamos
neste mercado em 2009, em São Paulo, e
as vendas superaram as expectativas. Os
produtos de altíssima qualidade e a plena
aceitação do consumidor nos permitiram
avançar rapidamente para o Sul, Distrito
Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro.”
Ao arrendar a unidade da Parmalat
em Carazinho por 35 anos, a Nestlé aumen-
ta em 160% a capacidade instalada no Rio
Grande do Sul, juntamente com a fábrica
de Palmeira das Missões, no Noroeste do
Estado, inaugurada em 2008. A unidade de
36,5 mil metros quadrados passou por am-
pla readequação da estrutura, dentro dos
padrões da multinacional suíça.
O prefeito municipal de Carazinho,
Aylton Magalhães, destacou a importância
da nova unidade para a geração de mais
emprego e renda à comunidade. “Estamos
felizes com a Nestlé. Mas queremos am-
pliar essa presença em solo gaúcho, por
isso estamos prontos para oferecer área,
do tamanho que a Nestlé precisar, água
potável, energia da nossa Eletrocar e a in-
fraestrutura necessária para que a empre-
sa instale aqui o seu Centro de Distribui-
ção de toda linha de produtos para o sul do
Brasil. Nosso sonho será do tamanho que a
Nestlé precisar”, disse o prefeito.
A solenidade em Carazinho também
contou com as presenças do secretário
executivo do Sindilat RS, Darlan Palharini;
dos secretários da Ciência e Tecnologia, Ar-
tur Lorentz; da Administração e dos Recur-
sos Humanos, Elói Guimarães; do Desen-
volvimento e dos Assuntos Internacionais
(SEDAI), Márcio Biolchi; do chefe da Casa
Militar, coronel Marco Antônio Oliveira
Quevedo; do representante da Assembleia
Legislativa e deputado estadual Jerônimo
Goergen; e do presidente do Legislativo,
Gilnei Jarré.
Curiosidade sobre a Nestlé
Henri Nestlé, em 1866, na Suíça, lan-
çou a Farinha Láctea. Químico alemão, resi-
dente na Suíça, Henri tinha a preocupação
de combater a mortalidade infantil através
de um produto nutritivo. O alimento reunia
leite, açúcar e farinha de trigo, e misturado
em água quente era um alimento saboroso
e nutritivo para as crianças.
20
geral
ANVISA
Com o objetivo de aproximar o seg-
mento de laticínios com a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) para debater
e esclarecer assuntos pertinentes ao setor
lácteo, como a rotulagem, o consumo e a
comercialização do queijo, o presidente do
Sindilat RS, Carlos Feijó; o vice-presidente,
José Mário Hansen; e o secretário executivo,
Darlan Palharini, participaram no dia 05 de
abril, do Almoço Empresarial da Lide Sul, en-
tidade especializada em relações institucio-
nais no sul do país. O evento, no Porto Alegre
Country Club, reuniu lideranças políticas e
empresariais e teve como palestrante o pre-
sidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello,
que colocou a ANVISA a disposição do Sin-
dilat RS através da sua diretora da Agência
gaúcha, Maria Cecília Brito.
Com o tema “A Saúde e os Perigos da
Informalidade”, Mello apresentou o Plano
Nacional de Combate à Falsificação e expli-
cou as ações previstas, atribuições e áreas de
atuação da agência. O dirigente destacou os
riscos do mercado informal e a posição da
Anvisa em regular essas questões, como por
exemplo, o contrabando de medicamentos,
cigarros e leite. Mello também afirmou que,
mesmo estando vinculada ao Ministério da
Saúde, a Anvisa não está subordinada finan-
ceira e administrativamente ao órgão do go-
traz posicionamento ao Rio Grande do Sul
“A entidadepropôs este
tema porqueenxerga a
informalidade um risco aos
negócios e ao desenvolvimento
do Brasil.”
Prefeito José Fortunati e demais participantes
Cris
tine
Roch
ol/P
MPA
geral
verno federal.
O presidente explicou ainda sobre o
trabalho de atuação da Anvisa e das agên-
cias reguladoras que têm o poder de atuar,
fiscalizar e legislar sobre determinados bens
e serviços. O diretor-geral do Lide Sul, Gusta-
vo Ene, adianta que a entidade “continuará
trazendo palestras com temas polêmicos e
provocativos num processo de construção
de um ambiente melhor”.
A Lide Sul formada por grupo de Lí-
deres Empresariais, conta com 49 empresas
associadas e mais de 120 participantes asso-
ciados que são os presidentes e vice-presi-
dentes das empresas. O Almoço Empresarial
teve a presença do prefeito de Porto Alegre
José Fortunati, de dirigentes de sindicatos e
federações empresariais, jornalistas, colunis-
tas e autoridades políticas do governo esta-
dual e municipal.
Palestra com presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello
notícias
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Valor de Referênciado leite para abril e valor
projetado para maio
As indústrias e os produtores de lei-
te, reunidos no Conseleite RS, anunciaram
o valor de R$ 0,6548 para o mês de abril,
como indexador para os negócios do leite.
O valor foi obtido, após estudos feitos pela
UPF - Universidade de Passo Fundo, tendo
como referência o leite padrão (Base Instru-
ção Normativa 51 do Ministério da Agricul-
tura). Este valor foi homologado no dia 17
de maio em Porto Alegre, pelo Conselho
Estadual do Leite – CONSELEITE – que é um
órgão paritário formado pelas indústrias
através do Sindicato das Indústrias de Lati-
cínios do Rio Grande do Sul - SINDILAT RS,
e pelos produtores de leite, representados
pela Farsul, Fetag, Gadolando, Associação
dos Criadores de Jersey e Fecoagro. O Con-
seleite divulgou ainda a tendência do valor
de referência para o mês de maio, que é de
R$ 0,6604.
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No dia 23 de abril, o ex-presidente do
Conseleite, Carlos Feijó, passou o cargo para
o atual presidente, Elton Roberto Weber, em
Assumea nova diretoria do Conseleite
uma reunião realizada durante a FestLeite, em
Anta Gorda. Feijó passa a assumir o cargo de
vice-presidente da entidade. Confira abaixo a
nova composição:
Presidente: Elton Roberto Weber
Vice-presidente: Carlos Marcílio Arjonas Feijó
Secretário: Jorge Luiz Machado Rodrigues
Vice-secretário: Pasqual Bertoldi
Tesoureiro: Alexandre Guerra
Vice-tesoureiro: Rui Polidoro PintoNova diretoria do Conseleite
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Sessenta empresários de 19 segmentos
da indústria gaúcha estiveram no dia 17 de
março, na Câmara dos Deputados, em Brasí-
lia, para mostrar aos parlamentares os prejuí-
zos que a eventual aprovação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC 231/95) trará às
empresas brasileiras. A PEC reduz a jornada de
trabalho de 44 horas para 40 horas semanais e
aumenta o adicional na hora extra de 50% para
75% do valor da hora trabalhada.
“Mesmo que o Brasil tenha conseguido,
em 2009, passar melhor as dificuldades da crise
internacional do que muitos outros países, no
momento em que diminuirmos a jornada de
trabalho para 40 horas, com mesmo salário e
aumentarmos o valor da hora extra, estaremos
elevando nossos custos e diminuindo a com-
petitividade dos nossos produtos no exterior”,
afirmou o presidente da Federação das Indús-
trias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS),
Paulo Tigre, que liderou a comitiva em Brasília
e contou com as participações dos presidentes
da Federação do Comércio de Bens e Serviços
(Fecomércio), Moacyr Schukster, e da Federa-
ção das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL),
Vítor Koch.
Os empresários percorreram os gabine-
tes de líderes de partidos e visitaram deputa-
dos da Bancada Federal Gaúcha. Além disso, a
comitiva foi recebida pelo presidente da Câma-
ra dos Deputados, Michel Temer. Ele destacou
que os líderes partidários, na prática, indicam
as Propostas de Emenda à Constituição que se-
rão encaminhadas à votação no plenário.
“Pedi aos líderes que escolhessem duas
ou três PECs para votar até o fim do primeiro
semestre porque temos 62 propostas prontas
para ir a plenário. Então sugiro que haja mais
Empresariado gaúchomostra a parlamentares prejuízos
da redução da jornada de trabalho
Empresários presentes em Brasília
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pressão junto a eles”, explicou Temer.
O presidente da FIERGS destacou que
os empresários já estão conversando com os
líderes partidários para evitar a votação da PEC
neste ano eleitoral. “Devemos continuar traba-
lhando pelo nosso ponto de vista e equilibrar
a situação. E as Federações de Indústrias estão
se posicionando para esse diálogo”, completou
Tigre.
A comitiva foi integrada por represen-
tantes dos segmentos metal-mecânico, cons-
trução civil, eletroeletrônico, têxtil e confecção,
reparação de automóveis, madeira, gráfico,
couro, calçados, fumo, material de transporte,
plástico, borracha, máquinas e equipamentos,
vinho, móveis, construção pesada, alimentos e
laticínios, que teve a participação do diretor-
secretário do Sindilat RS, Alexandre Guerra.
O objetivo da mobilização é promover
encontros com líderes partidários e com os
31 deputados da Bancada Federal Gaúcha. “A
FIERGS propõe o debate de uma ampla Refor-
ma Trabalhista a partir de 2011, pois o momen-
to, em ano eleitoral, é inoportuno para debater
alguma mudança agora”, aponta Paulo Tigre
a mobilização faz parte de uma ação coorde-
nada pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI).
No início do ano, no mês de fevereiro,
um grupo de industriais, tendo à frente o presi-
dente da CNI, Armando Monteiro Neto, esteve
com o presidente da Câmara dos Deputados,
Michel Temer, e lideranças dos partidos. Mon-
teiro Neto destaca que a imposição por lei de
uma jornada única é prejudicial ao Brasil, “um
país heterogêneo, com diferentes situações no
mundo do trabalho”. Para ele, a livre negocia-
ção é o melhor caminho.
A indústria entende que a menor jorna-
da de trabalho estimulará a informalidade do
emprego e aumentará os custos e os preços
dos produtos. Como consequência, provoca-
rá demissões. “A política adequada é aquela
voltada para a geração de empregos, como a
redução dos custos das empresas e da carga
tributária”, argumenta Paulo Tigre.
notícias
“Devemoscontinuartrabalhando pelo nosso ponto de vista e equilibrar a situação. E as Federações de Indústriasestão seposicionando para essediálogo.”
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Para alertar o segmento sobre os riscos
envolvidos no questionamento judicial do re-
colhimento da contribuição previdenciária do
produtor rural (antigo Funrural - Fundo de As-
sistência ao Trabalhador Rural), que desde 1992
deixou de incidir sobre a folha de salários e pas-
sou a tributar a receita de venda, e, consequen-
temente, a ser retido pela empresa adquirente
da produção, o Sindicato entrou em contato
com os seus associado, o que acabou fazendo
com que todas as empresas de laticínios tenham
optado por não entrar com a ação judicial.
A alteração ocorreu em fevereiro deste
ano, quando o Supremo Tribunal Federal (STF)
deu decisão favorável a uma ação proposta
pelo Frigorífico Mataboi, de Araguari, em Minas
Gerais, que questionava a legalidade do reco-
lhimento da contribuição previdenciária, vários
empregadores rurais e cooperativas começaram
a se mobilizar para o ajuizamento de ações e o
consequente ressarcimento do valor do fundo.
A assessora jurídica da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do
Sul (Fetag-RS), Jane Berwanger, também alerta
que os pequenos produtores – que são enqua-
drados como segurados especiais - possuem
uma legislação própria, tanto na forma de con-
tribuição, como de benefícios, e não estão inclu-
ídos no artigo 1° da Lei 8.540/92, que foi julgado
inconstitucional pelo STF.
Sindilat alertasobre ações contra o Funrural
Jane explica que essa decisão não atinge
ou sequer beneficia os agricultores familiares. O
recolhimento dos segurados especiais está pre-
visto no artigo 195, parágrafo 8° da Constitui-
ção Federal, regulamentado pela Lei 8.212/91,
artigo 25, não havendo qualquer alteração, cuja
constitucionalidade possa ser questionada.
“Portanto os agricultores familiares não devem
entrar com esse processo”, frisa a advogada.
Para esses produtores que entraram na justiça,
os prejuízos estão em prováveis problemas com
os seus benefícios junto à Previdência Social, in-
forma Jane. “E a contribuição de produção é a
única que o produtor rural tem.”
A assessora jurídica informa ainda que,
segundo a Constituição Federal de 1988, os
empregadores rurais deveriam contribuir para
a Previdência Social sobre a folha de salários,
só que com a nova Lei 8.540 de 1992, em vez
dos empregadores pagarem sobre a folha de
salários passaram a pagar somente sobre a pro-
dução rural. Já para os agricultores familiares a
regra vem sendo a mesma desde a Constituição
Federal.
A advogada alerta que muitos produto-
res estão sendo procurados por profissionais
que os induzem a solicitar o ressarcimento do
Funrural, além de solicitar que assinem procu-
rações, sendo que muitos ainda, não consegui-
ram reaver os seus documentos.
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notícias
Sindicato participa
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do
Leite e Derivados inaugurada, em novembro de
2003, é composta por 44 integrantes de diferentes
elos da cadeia produtiva tais como insumos, pro-
dução, indústria, comércio atacadista e varejista,
pesquisa, apoio institucional dentre outros, sendo
que 61% dos integrantes são do setor privado; e
95% de instituições de abrangência nacional. O
objetivo é identificar problemas e oportunidades,
definir ações prioritárias de interesse do agrone-
gócio, apoiar a formulação de políticas públicas,
harmonizar os interesses nas cadeias, além de go-
vernança e coordenação das cadeias.
Para tratar sobre as sugestões para o Pla-
no Agrícola e Pecuário 2010/2011 aconteceu a 3ª
Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia
Produtiva do Leite e Derivados, no dia 22 de abril,
na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), em Brasília. No encontro,
foi apresentado o Calendário das Missões Inter-
nacionais do Ministério em 2010. Além disso, os
integrantes do setor definiram a Agenda Estraté-
gica da Câmara Setorial deste ano, apresentando
sugestões para o Plano Agrícola e Pecuário, sen-
do o tema considerado mais importante da reu-
nião, a Integração Produtiva Brasil-Argentina que
reuniu representantes da Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI) e contou com
a presença do secretário executivo do Sindilat RS,
Darlan Palharini.
A secretária executiva de Câmaras Seto-
riais da Área Animal do MAPA, Sônia Azevedo
Nunes, informa que para discutir a integração
produtiva entre Brasil e Argentina, será realizado
um seminário com representantes das empresas
do setor de laticínios para apresentar e discutir as
propostas. “Hoje de toda a importação de produ-
tos lácteos, o Brasil participa com apenas 2% no
mercado e com isso temos chances enormes de
expandir.”
Segundo informações do MAPA, as opor-
tunidades de negócios identificadas a partir dessa
integração são a assimetria entre setores e em-
presas do Brasil e da Argentina, fortalecimento da
competitividade dos dois países e prioridades das
políticas nacionais de desenvolvimento.
Dentre as propostas do Plano Agrícola e
Pecuário 2010/2011 - Cadeia Produtiva do Leite
está o Programa de Investimento, que visa criar
linha de crédito para manutenção e aquisição
de matrizes exclusivamente de leite destinados
ao melhoramento genético do rebanho, estabe-
lecendo limite de até R$ 150 mil por produtor e
de até R$ 2,0 mil por animal, com taxa de juros de
4,5% ao ano independente de outros financia-
mentos controlados pelo crédito rural; bem como
igualar a taxa de juros para aquisição de máquinas
para os produtores comerciais cadastrados como
pequenos e médios semelhantes aos dos produ-
tores beneficiados no Programa Mais Alimentos.
de reunião com a Câmara Setorial do Leite e Derivados
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XXIII Fórum da Liberdade
Um dos maiores eventos de debate de
ideias da América Latina, o XXIII Fórum da Liber-
dade, que aconteceu nos dias 12 e 13 de abril,
na Capital gaúcha, teve como tema “Seis Temas
para Entender o Mundo”. A edição 2010 contou
com a presença do vice-governador do Estado,
Paulo Feijó; do presidente do Sistema Fiergs,
Paulo Tigre; do secretário executivo do Sindi-
lat RS, Darlan Palharini, entre outras personali-
dades. O vice-governador, Paulo Afonso Feijó,
falou que era a sua 23ª participação no Fórum
da Liberdade e agradeceu a oportunidade de
participar do evento que “debate e enxerga um
futuro melhor para o país e para o Rio Grande
do Sul”. O presidente do Instituto de Estudos Em-
presariais (IEE), Luiz Leonardo Fração, destacou a
escolha temática do Fórum, inspirada no livro As
Seis Lições, de Ludwig Von Mises. Para ele, “o ca-
pitalismo está em constante desenvolvimento,
em oposição ao socialismo, sistema planejado e
que desafiou a premissa de que somos todos di-
ferentes”. Num embate entre lógica e crença, ele
ressaltou que o sistema escolhido pelos gover-
nantes foi um misto entre os dois - “o interven-
cionismo”. Ele comentou que “a única das seis
lições que não pode ser explicada pela lógica é a
política, mas a combinação da democracia com
o capitalismo, mesmo estranha, foi a melhor en-
contrada”. E finalizou: “quanto mais intervenção,
mais desigualdade. Não existe sistema mais jus-
inicia em defesa do capitalismo
“O capitalismoestá em constantedesenvolvimento,
em oposição aosocialismo,
sistema planejado e que desafiou a premissa de que
somos todosdiferentes.”
Abertura do XXIII Fórum da Liberdade no Centro de Eventos da PUCRS
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to que o capitalismo”.
A palestra especial do evento trouxe para
o debate o presidente do Banco Central (BC),
Henrique Meirelles, que defendeu que a manu-
tenção da política de variação da taxa de juros
básico segue como a mais eficaz ferramenta
para o controle da inflação. Durante a palestra,
Meirelles rebateu as críticas quanto ao controle
da taxa Selic para o controle inflacionário. Se-
gundo ele, ao contrário do que se imagina, uma
eventual elevação dos juros básicos não terá um
efeito restritivo aos investimentos no país. “Ima-
gine esta política como a condução de um carro.
Alguns pensam que qualquer movimento de
controle representará um pisão no breque que
fará o carro capotar. Mas, às vezes, é necessário
um pequeno ajuste para manter o ritmo.”
Segundo Meirelles, o sucesso da política
econômica atual foi fundamental para que o
Brasil fosse o país com o menor período de retra-
ção durante a crise financeira mundial de 2009.
A instabilidade global, segundo o presidente
do BC, mostrou que é preciso haver regras que
limitem o risco tomado pelas instituições finan-
ceiras. “É preciso uma entidade que regule e zele
pela estabilidade. No Brasil há o Banco Central”,
afirmou.
O XXIII Fórum da Liberdade, que trouxe
como assunto de abertura a defesa do capita-
lismo, colocou também em discussão os temas
socialismo, inflação, intervencionismo, investi-
mento estrangeiro, políticas e ideias. O evento
teve a participação de palestrantes gabaritados
como o ex-presidente da República e sociólogo,
Fernando Henrique Cardoso; do presidente do
Conselho de Administração da Gerdau, Jorge
Gerdau Johannpeter; do ex-presidente do Ban-
co Central e presidente do Conselho de Admi-
nistração da BM&F Bovespa, Armínio Fraga; e do
presidente do Conselho Administrativo de Defe-
sa Econômica (CADE), Arthur Sanchez Badin.
notícias
destaque
SINDILAT/RS - Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do SulAv. Mauá - n° 2011 - Sala 505 - Centro - Porto Alegre / RS
CEP 90030-080 - Fone:(51)3211-1111 - Fax:(51)3028-1529
www.sindilat.com.br - sindilat@sindilat.com.br
DIRETORIA
TITULARES
Presidente: Carlos Marcílio Arjonas Feijó
Vice-Presidente: José Mário Hansen; Wilson Zanatta
Diretor Secretário: Alexandre Guerra
Diretor Tesoureiro: Angelo Paulo Sartor
EQUIPE SINDILAT
Secretário Executivo: Darlan Palharini
Secretária: Maria Regina Rodrigues
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Univates inauguraLaboratório do Leite
A Univates inaugurou no dia 9 de abril o
Laboratório do Leite, que já está em funciona-
mento. Com um investimento de R$ 900.000,00,
o espaço está localizado no Prédio 5 da Univates e
conta com equipamentos de última geração, que
resultam em precisão e reprodutibilidade dos
resultados, além de rapidez, custo baixo, capaci-
dade de terceirizar laboratórios de indústrias e de
tomar decisões imediatas. O evento contou com
a presença de diversas autoridades - entre elas o
deputado federal Beto Albuquerque; a prefeita
de Lajeado, Carmen Regina Pereira Cardoso, e o
reitor da Univates, Ney Lazzari - e de técnicos que
contribuíram com a implantação do laboratório.
O laboratório, além de atender aos requi-
sitos da Rede Brasileira de Qualidade do Leite
(RBQL), do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), quanto às análises ofi-
ciais requeridas pela Instrução Normativa nº 51,
disponibiliza a produtores de leite e indústrias
de laticínios uma gama analítica adicional que
alavancará o segmento do leite, como controle
leiteiro, controle da nutrição animal, da qualida-
de do leite e derivados, entre outros, além de ser
mais um passo para a implantação do Parque
Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tec-
novates).
Fruto de um amplo trabalho público/pri-
vado, o projeto foi aprovado pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário com a conjugação de
recursos obtidos através de emenda da Bancada
Gaúcha no Congresso Nacional e mais a contra-
partida concedida pela Prefeitura Municipal de
Lajeado, além de verbas da própria Univates. In-
formações sobre o espaço podem ser obtidas no
endereço eletrônico www.univates.br/unianalises.
EDIÇÃO
Francke | Comunicação Integrada
Av. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 - Bela Vista
Fone/Fax: 51 3388.7674 – www.francke.com.br
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Redação: Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582/RS)
Diagramação: Guilherme Dentice Pereira
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