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Reia UNIRB Facldade Regional da Bahia . 1, n. 2 (20082009)
Salado: Edioa e Gfica do SENASP, 2009.
ISSN 18099157
1. Administração 2. Direito 3.Educação 3. Psicologia 4. Saúde 5. Serviço Social
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Reia UNIRB Volme I Nmeo 2 20082009
C EDA
Saa Boge (Dieoa Acadmica)
Eliani Caalcani (Coodenadoa Pedaggica)
Siomaa Andade (Aeoa Ncleo de Geo Pedaggica e Docene Unib)
Silana Va (Aeoa Ncleo de Geo Pedaggica)
Leila Bbaa Menee Soa (Aeoa Pedaggica e Docene Unib)
Lao Ggel de Olieia Jnio (Edcao Fica)
Lcia Coo (Seio Social)
Liliana Onoo (Adminiao)
Aline Claa (Biomedicina)
Milena Bao (Enfemagem)
CE EDA CEFC
Saa Boge (Dieoa Acadmica)
Eliani Caalcani (Coodenadoa Pedaggica)
GAADE DEE E
Annio Calo Vinha (Pofeo Unib)
Baia Telle Peeia Sano (Pofeoa Unib)
Leila Bbaa Menee Soa (Aeoa Pedaggica e Pofeoa Unib)
E
Annio Calo Vinha (Pofeo Unib)
Baia Telle Peeia Sano (Pofeoa Unib)
Benedio Calo Libio Caie Aajo (Pofeoa Unib)
Yacina Mae (Pofeoa Unib)
E GFC E E
Gfica SENASP
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AEEA
A Reia da UNIRB em o objeio de dilga a podo acadmica da Facldade Regional
da Bahia (UNIRB) e abange emica da egine ea: adminiao, edcao, ade epicologia. Se objeio maio o de popociona a oca de infomae e o debae obe a
pincipai ee emegene nee campo de conhecimeno.
Ee o pimeio olme de comnicao de cnho cienfico, endo ee conido de
aigo indio, fao e ambm aconece no pimo nmeo.
Vale eala e a opinie epea no abalho pblicado o de eponabilidade de
e aoe, no efleindo, neceaiamene, a opinio da Comio Edioial.
Reia UNIRB Volme I Nmeo 2 20082009
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Aigo diibdo po ea
ADA ........................................................................................................
A CONTRIBUIO DE UMA ORGANIZAO NO GOVERNAMENTAL NA FORMAO EDESENVOLVIMENTO DE JOVENS: O PAPEL DA ASSOCIAO PICOLINO DE ARTES DO CIRCO EMSALVADOR, BAHIA .................................................................................................................... 9
,
A APLICABILIDADE DO MARKETING DE RELACIONAMENTO E FIDELIZAO DO CLIENTE NATICA DO FUNCIONRIO DA TELEVISO CIDADE S/A (NET)
................................................................................................................................................ 34 ,
ANLISE REFLEXIVA DAS HABILIDADES E COMPETNCIAS QUE DISCUTEM A INTELIGNCIAEMOCIONAL NA PRTICA DOCENTE UNIVERSITRIA ................................................................................................................................................ 55
,
MODELO COMPUTACIONAL DE CRIPTOGRAFIA DOS GREGOS ............................................. 69
RETENO E DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS COMO FERRAMENTA DE CRESCIMENTOORGANIZACIONAL: ESTUDO DE CASO DO EDUCANDRIO PEDACINHO DO CU..................................................................................................................................................77
EDCA
A IMPORTNCIA DA LEITURA PARA A FORMAO DE UMA SOCIEDADE CONSCIENTE
................................................................................................................................................ 94
SOCIEDADE SOLIDRIA: POSSIBILIDADE DE MUDANA, DIANTE DO CAPITALISMOGLOBALIZADO....................................................................................................................... 103
DE
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ANISTIA AUTOCONCEDIDA PELA DITADURA MILITAR E O PROCESSO DE SUA DESLEGITIMAONO BRASIL CONTEMPORNEO COMO PRESSUPOSTO PARA REPARAES PELAS VIOLAESAOS DIREITOS HUMANOS ..................................................................................................... 122
DIREITOS HUMANOS E LEGISLAO TRABALHISTA ............................................................. 148
INFORMAO E ACCOUNTABILITY: ESTUDO DAS POLTICAS PBLICAS ATINENTES AMPLIAO DO CURRCULO E DO ESPAO DE APRENDIZAGEM A PARTIR DO PROGRAMASEGUNDO TEMPO ESCOLAR ................................................................................................ 160
O DIREITO INFORMAO COMO COROLRIO DA EFETI VAO DA CIDADANIA NO BRASIL:ANLISE DE DISPOSITIVOS JURDICOS E DE EFETIVOS INSTRUMENTOS DE DEFESA TENDENTES
ACESSIBILIDADE DA INFORMAO .................................................................................. 178
O NEOCONSTITUCIONALISMO COMO PARMETRO PARA A APLICABILIDADE DAS NORMASCONSTITUCIONAIS .............................................................................................................. 202
ADE
ABORDAGEM SOBRE A PSICONEUROIMUNOLOGIA E A FASE MEDITATIVA RELACIONADA PRTICA DO QI GONG ......................................................................................................... 225
ATUAO FISIOTERAPUTICA NAS REPECURSSES RESPIRA TRIAS DO TUMOR DEMEDIASTINO ........................................................................................................................ 233
EFEITOS DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA ASMA .................................................... 243
Renao Sano de Almeida
PREVALNCIA DAS ENTEROPARASITOSES NO ORFANATO LAR DA CRIANA, NO BAIRRO DEVILA LAURA, SALVADORBA ...................................................................................................260 . . , ,
CGA
SER MULHER E HOMOSSEXUAL: UM DIREITO DE SER DIFERENTE ...................................... 270
. .
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REFLEXES SOBRE O USO DE CHECKLIST PARA A AUTOAVALIAO NA CONSTRUO DAAUTONOMIA DE APRENDIZAGEM EM UM CURSO DE PEDAGOGIA...................................... 298
Lys Maria Vinhaes Dantas e Olívia Maria Costa Silveira
E CA
A PESQUISA, A AVALIAO E O PLANEJAMENTO COMO INSTRUMENTOS DO SERVIO SOCIAL................................................................................................................................................. 316
VIDA PSQUICA DO TRABALHADOR FRENTE S MUDANAS DO MUNDO DO TRABALHO................................................................................................................................................. 325 .
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A CONTRIBUIÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO NÃOGOVERNAMENTAL NA FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DEJOVENS: O PAPEL DA ASSOCIAÇÃO PICOLINO DE ARTES DO
CIRCO EM SALVADOR, BAHIA.THE CONTRIBUTION OF NON-GOVERNMENTAL
ORGANIZATION IN THE FORMATION AND DEVELOPMENT OFYOUNG: THE PAPER OF PICOLINO OF ARTS OF THE CIRCUS
ASSOCIATION IN SALVADOR, BAHIA
Aline Eloy de Alcântara1 Maria de Fátima Araújo Frazão2
Marithânia de Almeida Nogueira3
RESUMO: As Organizações Não Governamentais são caracterizadas poraturem em prol da cidadania, da luta por interesses da coletividade, a inclusãosocial de jovens em situação de vulnerabilidade social, entre outras atividades.A pesquisa analisa a contribuição da Associação Picolino de Artes do Circo naformação e desenvolvimento de jovens carentes do bairro de Pituaçu eadjacências, com suporte pedagógico das artes circenses na educação comoprática pedagógica. Justifica-se o ineditismo da pesquisa por conta da inserçãodo mundo do circo e do entretenimento no contexto sócio-educativo visto queconcorre com novas tecnologias, televisão digital, realidade virtual, internet, jogos eletrônicos, entre outras, por vezes inacessíveis aos extratos menos
favorecidos da sociedade. O processo de resgate da cidadania e de inclusãosocial de jovens por meio da educação e cultura das artes circenses promovidopela Associação Picolino de Artes do Circo tem contribuído para melhorar orendimento escolar dos jovens e os mecanismos internos de inteligência, sendousado como um meio de transformação, os quais procuram ocupar o espaçosadio da educação usando a brincadeira como incentivo.
Palavras-chave: Organização Não Governamental; Circo; Arte-educação;Inclusão social.
ABSTRACT: The Non-Governmental Organizations characterized by acting infavor of the citizenship, of the fight for interests of the collective, the social
inclusion of young in situation of social vulnerability, among others activities.The research analyzes the contribution of the Picolino of Arts of the CircusAssociation in the formation and development of devoid young of the quarter ofPituaçu and adjacencies, with pedagogical support of the circus arts in thepedagogical education as practical. The ineditism of the research of theinsertion of the world of the circus and the entertainment in the partner-educative context is justified on account since it concurs with new technologies,
1 Administradora de Empresas, Graduada pela UNIRB, e-mail: nineloy@yahoo.com.br2 Mestre em Administração Estratégica pela UNIFACS, Pós-graduada em Marketing pela
ESPM, Administradora, Professora do Curso de Graduação da UNIRB, Consultora emMarketing e Responsabilidade Social e Ambiental, email: fathima.frazao@gmail.com3 Administradora de Empresas, Graduada pela UNIRB, e-mail: mary.tania@hotmail.com
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digital television, virtual reality, electronic Internet, games, among others, forinaccessible times to favored extracts less of the society. The process of rescueof the citizenship and social inclusion of young by means of the education andculture of the circus arts promoted by the Picolino of Arts of the Circus
Association has contributed to improve the pertaining to school income of theyoung and the internal mechanisms of intelligence, being been used as a way oftransformation, which they look to occupy the healthy space of the education beingused the trick as incentive.
Keywords: Non-Governmental Organizations. Circus. Art-Education. SocialInsertion.
INTRODUÇÃO
Este estudo aborda as atividades empreendidas por uma Organização
Não Governamental (ONG) que atua no desenvolvimento e formação dos
jovens do bairro Pituaçu e adjacências, em Salvador, Bahia, utilizando as artes
circenses. Delimita-se essa pesquisa à Associação Picolino de Artes do Circo
com seu projeto social que insere a arte na educação de jovens em situação de
risco e vulnerabilidade social.
A Associação foi criada pelos artistas Anselmo Serrat e Verônica
Tamaoki e desde sua fundação mantém uma Escola de Circo e atua em
parceria com a Prefeitura de Salvador, o Juizado de Menores, no atendimento
a crianças e adolescentes carentes em situação de vulnerabilidade social,
independente de cor, sexo, religião, formação, tendo em comum o encanto pelo
mundo mágico do Circo.
Compreender a origem e a evolução das ONGs, requer caracterizar o
setor de atividade em que elas se inserem, o Terceiro Setor - lócus das
instituições que não são mercado (segundo setor) nem Estado (primeiro setor)
e constituem a esfera de atuação da sociedade civil organizada, de cunhopúblico não-estatal, sem ânimo de lucro, voltadas ao bem estar social e a
defesas de demandas sociais. Credita-se a origem no setor às iniciativas
sociais na Europa do pós-guerra e a influência do associativismo bastante
presente nos Estados Unidos da América.
No âmbito do Terceiro Setor, agrega-se, estatística e conceitualmente,
um conjunto altamente diversificado de instituições que atuam em áreas as
mais diversas: educação, proteção social; meio ambiente, saúde, entre outras.O setor tem experimentado um crescimento acentuado no mundo e
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particularmente no Brasil, gerando emprego, renda e melhoria dos indicadores
sociais do país. Drucker (1994, p.79), caracterizou o Terceiro Setor como uma
nova esfera da economia, denominada de “economia social” e acrescenta “foi o
setor que mais cresceu, movimentou recursos, gerou empregos e foi o mais
lucrativo na economia norte-americana nos últimos vinte anos”
(DRUCKER,1999, p.81).
Os recursos para o desenvolvimento das atividades das organizações do
Terceiro Setor, em geral, são provenientes de parcerias com o governo e
empresas privadas, da venda de produtos, de doações feitas pela sociedade,
da mão-de-obra voluntária e de agentes de desenvolvimento internacionais. O
setor enfrenta os desafios da profissionalização da gestão, estabelecer diálogocom os setores governamentais e empresariais, além da concorrência por
recursos e conquistar novos espaços (HUDSON, 1999; TENÓRIO, 2000;
FRAZÃO, 2003).
A pesquisa em tela, um estudo de caso, justiça-se pela motivação das
autoras em investigar o papel das artes circenses em um espaço sadio voltado
à educação de jovens carentes como meio de transformação da realidade
social e construção de uma verdadeira rede de proteção e inserção social dosnão incluídos no sistema vigente. Nesse contexto, apresenta-se a questão
norteadora do estudo: Qual o impacto das ações da Associação Picolino de
Artes do Circo na formação e desenvolvimento dos jovens do bairro de Pituaçu
e adjacências?
Busca-se investigar se ações empreendidas pela Associação Picolino de
Artes do Circo contribuem para a formação e o desenvolvimento dos jovens do
bairro Pituaçu e adjacências.Vale destacar o ineditismo da pesquisa por conta da inserção do mundo
do circo e do entretenimento no contexto sócio-educativo visto que concorre
com novas tecnologias, televisão digital, realidade virtual, internet, jogos
eletrônicos, entre outras, por vezes inacessíveis aos extratos menos
favorecidos da sociedade.
No depoimento dos gestores da Associação Picolino de Artes do Circo,
pelos artistas Anselmo Serrat e Verônica Tamaoki percebe-se que eles
acreditam na arte-educação, como mecanismo de promoção e aceleração dos
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mecanismos internos de inteligência dos jovens, formando um cidadão sadio,
com uma infância mais rica em informação, cultura e diversão.
OBJETIVOS
O objetivo geral da pesquisa é analisar a contribuição da ação social da
Associação Picolino de Artes do Circo e os trabalhos desenvolvidos no
contexto sócio-educativo do bairro de Pituaçu e adjacências. Os objetivos
específicos são: caracterizar a organização alvo da pesquisa, apresentar as
ações sócio-educativas empreendidas pela organização, traçar o perfil dos
beneficiários da ação social e descrever o trabalho social realizado pela da
organização estudada.
Para atender aos objetivos propostos, realizou-se a pesquisa
bibliográfica sobre a temática abordada, utilizando-se fontes primárias e
secundárias tais como: livros, revistas, artigos, documentários fornecidos pela
ONG, entrevistas com o Coordenador Geral, a Coordenadora Pedagógica, a
Educadora Pedagógica da instituição, além dos questionários respondidos
pelos beneficiários da ação social. Enfim, sistematizou-se a base teórico-
empírica para construir a base da pesquisa, o trabalho de campo e a análisesdos resultados.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - ORGANIZAÇÕES NÃO
GOVERNAMENTAIS
As ONGs são associações da sociedade civil, sem fins lucrativos que
desenvolvem ações em diferentes áreas e que geralmente mobilizam a opinião
pública e o apoio da população em prol de uma causa social. As ONGsintegram o conjunto de instituições que compõem o Terceiro Setor, o espaço
das Associações ou Setores Voluntários (voluntary sector ); Organização da
Sociedade Civil (OSC); Setor Sem Fins Lucrativos (Nonprofit Sector );
Organizações Sociais (OS); Organizações da Sociedade civil de Interesse
Público (OSCIP), dentre outras terminologias. Trata-se de um conceito
abrangente e generalizado para caracterizar as ações em busca de certos
interesses coletivos e difusos, de entidades com campos de trabalho e perfis
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diferenciados. Para Coelho (2000, p.57) “os termos se misturam e têm sido
usados indiscriminadamente”.
As ONGs contam com o trabalho voluntário de pessoas que investem
tempo e recursos, expressando seu idealismo e a vontade de servir a uma
causa, ajudar pessoas, sem benefícios em troca. Parcerias e alianças entre
diversos ONGs resultam na captação de recursos junto ao mercado
viabilizando a realização de ações que nem sempre o Estado se envolve.
Nesse sentido, as organizações não governamentais, subvencionadas por
capital estrangeiro ou nacional, têm demonstrando capacidade e competência
para elaborar e aplicar projetos que trazem ações sociais transformadoras.
Diferentemente do trabalho nos setores públicos e privados,grande parte das tarefas nas organizações do terceiro setor érealizada por ativistas não remunerados que buscam alcançarpropósitos sociais. Não raros os voluntários são pessoasocupadas, cujos compromissos com o emprego e com a famíliaquase nada têm a ver com o propósito da organização. Elesnão estão procurando outro emprego, mas uma maneira deexpressar o que há de melhor neles por meio da prestação deserviço à comunidade. Até mesmo funcionários remuneradosfreqüentemente consideram seus salários secundários emrelação ao ganho espiritual obtido com o ato de ajudar os
menos afortunados. Voluntários e funcionários esperamexperimentar a realização pessoal por meio da participação;eles querem se sentir bem em relação a si mesmo. Lideraresse tipo de pessoa requer que se conte muito mais com ainspiração, a paixão, o lisonjeio, a persuasão e a pressão dospares do que com a autoridade, os incentivos financeiros ou oscargos com títulos pomposos. No entanto, em alguns casos,esses instrumentos têm sua função (NANUS, 2000, p.14).
As ONGs atuam em educação, saúde, cultura, comunidade, apoio à
criança e ao adolescente, voluntariado, meio ambiente, apoio a portadores de
deficiência, firmam parcerias com o Governo, entre outras ações. Para Coelho
(2000, p.58), as Organizações “Expressam uma alternativa para as vantagens
tanto do mercado, associadas à maximização do lucro, quanto do governo,
com sua burocracia inoperante”.
Uma das contribuições das ONGs têm sido transformar a vida de
indivíduos em situação de extrema desigualdade que se encontravam sem
perspectiva de trabalho, com baixa estima em pessoas mais conscientes e
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capacitadas para reproduzirem o seu aprendizado a outros ssa minimizar a
violência, resultando na melhoria no meio em que vivem.
As ONGs surgem em 1950, na Organização das Nações Unidas (ONU),
para definir toda organização da sociedade civil que não estivesse vinculada a
um governo e ganhou destaque no Direito Internacional Público. A partir do
final da Segunda Guerra Mundial, as ONGs direcionaram os esforços em
projetos de desenvolvimento nos países de Terceiro Mundo. No Brasil, as
ONGs começam a surgir nas décadas de 70 e 80, como apoio as organizações
populares, em busca da promoção da cidadania, de defesa de direitos e de luta
pela democracia, com base na dinâmicas dos movimentos sociais e na
promoção de direitos coletivos.Ao longo da década de 90, surgem diversas organizações privadas sem
fins lucrativos, num processo de reformulação das atividades do Estado e de
mudanças no mercado de trabalho, as ONGs passam a buscar o envolvimento
direto da população, enfrentar problemas e necessidades que afetam o
cotidiano da sociedade e se envolvem em movimentos populares, participando
da agenda política do país.
Neste cenário, o Banco Mundial entende que as ONGs podem ser umadas soluções para os problemas sociais do desenvolvimento, as obriga a
repensar sua missão, sua forma de atuação e seu funcionamento.
O papel das Organizações Não Governamentais no Brasil, nadécada de 90, é propor à sociedade brasileira, a partir dasociedade civil, uma sociedade democrática, dos pontos devista político, social, econômico e cultural. Ele afirma que,apesar da luta hoje parecer mais suave, as certezas quantoaos rumos são mais difíceis, porque pressupõem colaborar
com o Estado para a democratização da sociedade, proporuma nova forma de produzir e distribuir bens e serviços quesupere os limites da lógica do capital, acabar com o estatal erestabelecer o público, e universalizar todos os valores éticosde sua própria experiência. (SOUZA, 1991, p. 14).
Com o objetivo de legalizar a atuação das organizações do Terceiro
Setor, foi criada uma lei específica que instituiu a OSCIP, Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público - uma organização jurídica com
certificação emitida pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento decertos requisitos, a exemplo das parceiras tanto no setor público quanto em
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empresas do setor privado, permitindo-se que as doações dessas empresas
possam ser deduzidas no imposto de renda.
Uma ONG (Organizações Não Governamentais), essencialmente é uma
OSCIP, no sentido representativo da sociedade, mas OSCIP trata de uma
qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil, a qual tem permissão
para assumir a execução de serviços públicos, tendo como objetivo o
desenvolvimento político, sócio-econômico e cultural por meios de atividades
complementares ou suplementares a Administração Pública.
Alguns desafios das ONGs: atuar em parceria com o Estado e o
empresariado setores, operar sob restrições financeiras, buscar a
sustentabilidade para garantir a continuidade das ações por meio de parcerias,apoios, financiamentos, doações feitas por voluntários que se preocupam com
o bem social, lidar com uma demanda cada vez mais crescente por serviços
sociais gratuitos e de boa qualidade.
Para superar esses desafios que podem ameaçar a existência, a
eficiência e a eficácia administrativa, as ONGs precisam repensar suas
peculiaridades, e desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes que
assegurem o cumprimento dos objetivos institucionais.Atuar em rede, identificar oportunidades e ameaças, compartilhar ou
dividir mercados; criar mecanismos mais eficazes de controle para avaliar o
impacto das ações executadas; ganhar maior visibilidade perante a sociedade,
contribuir na formação e desenvolvimento da cidadania dos jovens, certamente
são algumas alternativas para as ONGs.
Esse estudo analisa a importância do aprendizado das artes circenses
na formação e desenvolvimento de jovens para que ele possa construir seuprojeto pessoal e de carreira profissional, enfim a cidadania participativa.
A EVOLUÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO CIRCO
As primeiras artes circenses surgiram a cerca de quatro mil anos na
China. Na Roma antiga, no Coliseu, com capacidade para 87 mil espectadores,
animais exóticos, engolidores de fogo e gladiadores, se apresentavam para um
público interessado em diversão. Nesse mesmo espaço, entre 54 e 68 DC, oscristãos eram atirados às feras, diminuindo o interesse pelas artes circenses.
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Vale destacar os espetáculos realizados nos hipódromos da Grécia antiga para
festejar o regresso das guerras, os escravos e os animas conquistados em
suas vitórias.
A versão moderna do circo que se conhece hoje com picadeiro, lona e
desfile de animais foi criada pelo suboficial inglês Philip Astley, por volta de
1770. Charles Hughes, concorrente de Philip Astley, tornou-se famoso não só
pelo seu English Royal Circus , mas também como treinador de mágicos. Seu
discípulo, John Bill Ricketts, trouxe essas performances para as colônias da
América do Norte e incluiu a dança e acrobacias. O Cirque du Soleil,
companhia franco-canadense que tem profissionais do mundo todo em seu
elenco, tem se destacada pela incorporação de técnicas teatrais, tecnologia eum novo formato, denominado "novo circo".
O circo é um espetáculo da terra que consegue atrair as pessoas, aguça
a curiosidade, arranca sorrisos de crianças e adultos, pois traz consigo a
alegria, a magia, a coragem, o encanto e a beleza. Herdou dos artistas
ambulantes e saltimbancos uma fantástica característica: a transmissão oral de
saberes de geração a geração, o que fez desse mundo particular, uma escola
de aprendizado único e permanente.A Escola de Circo tem início na ex-União Soviética quando em 1921, o
novo governo soviético resolve cria uma escola de circo e convida o diretor de
teatro Vsevolod Meyherhold para dirigi-la. Na França, a primeira escola de circo
é a Escola Nacional de Circo Annie Fratellini que surge com o apoio do
governo francês, em 1979.
Somente no final da década de 1970, começam a se estruturar as
primeiras escolas de circo brasileiras, reafirmando saberes antes restritos àlona do circo. Diversas áreas artísticas e pedagógicas passam a trabalhar com
a linguagem circense, com a incorporação da multiplicidade de linguagens –
música, dança teatro, reproduzindo e resignificando saberes. Deste modo, a
arte circense também é aprendida em escolas.
O circo brasileiro teve a influência dos ciganos vindos da Europa e é um
espaço de rica produção cultural, com multiplicidade de linguagens – não só a
acrobática – e intercâmbio permanente entre várias manifestações artísticas e
referências culturais.
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É comum escutar que o brasileiro vive de “pão e circo” nosentido de sermos apaixonados por futebol e desapegados dapolítica. A expressão, originária do Império Romano, passou aser usada com sentido metafórico no século XIX, apósestudiosos alemães a difundirem. A historiadora RenataGarrafonni afirma que o termo foi retirado do livro Sátira , deJuvenal. Nele, o autor, que viveu no século II, era literal:debochava da plebe, que já havia sido virtuosa, mas vivia só deshows públicos e da distribuição de trigo. “O contexto é deexagero, mas a expressão foi transformada em verdade sobreos romanos e as sociedades modernas”. (DEURSEN, 2008p.43).
A primeira escola de circo que se instalou no Brasil chamava-se Piolin,
em São Paulo, no estádio do Pacaembu (1977). Em 1982, surgiu a Escola
Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, instalada na Praça da Bandeira. No
Ceará, na Paraíba e em Salvador também existem escolas de circo. A
Associação Picolino de Artes Circenses mantém uma escola de circo com uma
proposta artística, sócio-educativa baseada na arte circense.
Os circos têm enfrentado diversas dificuldades, dentre elas a proibição
de uso de animais em diversos países e no Brasil, os estados de São Paulo,
Rio de Janeiro, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul já proíbem a
presença de animais em circos. Nas grandes cidades o circo concorre comshoppings center, parques temáticos, a tecnologia disponível na internet, em
video-games e lan-houses, dentre outras formas de lazer.
METODOLOGIA
Caracteriza-se essa pesquisa como um estudo de caso que busca
examinar o papel de uma organização do terceiro setor na formação e
desenvolvimento de jovens, de modo que construa seu projeto de vida comsuporte pedagógico das artes circenses.
O método é indutivo, pois parte de dados obtidos por meio da
observação direta e aplicações de questionários para responder ao problema
norteador da pesquisa à luz da teoria existente.
Quanto aos meios de investigação, utilizaram-se dois procedimentos
técnicos:
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• Pesquisa bibliográfica junto a fontes secundárias possibilitou construir a
base teórica do estudo e consultas às revistas, documentários
fornecidos pela associação Picolino de Artes do Circo, artigos e sites;
• Pesquisa exploratória com suporte de entrevista uniformizada e
estruturada com os gestores: Anselmo Serrat, Diretor Geral da
Associação Picolino de Artes do Circo; Márcia Nunes, Coordenadora
Pedagógica e Walkiria Bião; educadora pedagógica. O questionário
aplicado aos beneficiários com duas partes: as variáveis de identificação
e as perguntas acerca de mudanças que podem ter ocorrido no
rendimento escolar, na formação e desenvolvimento pessoal, no
sentimento de pertencimento a Escola, fatores impactantes nacontribuição da arte e educação para a aquisição de conhecimentos.
Foram aplicados questionários a 29% da população de pesquisa,
selecionados aleatoriamente, sendo que a margem de erro desse cálculo é de
0,05% para mais ou para menos.
DESCRIÇÃO DO CASO - PERFIL DA ASSOCIAÇÃO PICOLINO DE ARTESDO CIRCO
A Associação Picolino de Artes do Circo está localizada na Avenida
Octávio Mangabeira s/nº, Pituaçu, Salvador e tem certificado de Utilidade
Pública na esfera federal e municipal; tendo recebido recentemente a Ordem
Ministério da Cultura por sua ação social. Fazem parte da instituição pais de
alunos e ex-alunos da Picolino, amigos, amigas e simpatizantes da sua
proposta artística, sócio-educativa. Desde então, a escola tem ampliado suas
ações e sua capacidade de atendimento.
A Escola Picolino de Artes do Circo foi fundada em setembro de 1985,
pelos artistas Anselmo Serrat e Verônica Tamaoki, que trouxeram na bagagem
para a Bahia a experiência de muitas artes aprendidas em São Paulo.
Anselmo, formado em Ciências Contábeis, aprendeu a somar talentos, com
Ginástica Olímpica, Fotografia Profissional e até produção de filmes ao lado de
Glauber Rocha e outras “feras” do Cinema Novo.
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A Associação Picolino de Artes do Circo é composta pela Escola
Picolino que desenvolve atividades educativas produzindo cultura e a
Companhia Picolino que produz cultura educando.
A gestão da Associação Picolino de Artes do Circo está sob a
responsabilidade do Diretor Geral, Anselmo Serrat, e dos responsáveis pelos
setores: Administrativo Financeiro, Comunicação, Pedagógico (educadores e
instrutores) e a Produção. Existe uma área de Manutenção que se reporta ao
Setor Administrativo
Nos primeiros anos, a escola teve como público alvo os jovens de
famílias de classe média, mas já realizava trabalhos em parceria com a
Prefeitura, Juizado de Menores, no atendimento a crianças e adolescentes emsituação de vulnerabilidade social. De acordo com o depoimento de Anselmo
Serrat: “em 1990 fiz parcerias com o Projeto Axé e, no ano seguinte, passamos
a atender meninos e meninas de rua. Muitos deles hoje são instrutores, com 23
a 25 anos de idade”.
Naquela época, a Escola atendia a um público de 150 alunos
particulares, mas na medida em que foi aumentando o atendimento a alunos de
projetos sociais, ia também diminuindo o número de alunos particulares. Ospais não queriam seus filhos andando com “esses meninos de rua”. Foi preciso
escalonar os horários para os meninos do Projeto Axé e para alunos
particulares que vinham em carros com seus motoristas e ficavam do lado de
fora, à espera do término das aulas.
A partir de 1991, a Associação Picolino de Artes do Circo passa a
oferecer malabares, trapézio, monociclo e inclusão social também a meninos e
meninas de rua, através de programas sociais em parcerias com ONGs,Órgãos do Estado e do Município e os alunos particulares vão deixando a
escola.
Durante estes 23 anos de trabalho, mais de 2.000 crianças,
adolescentes e jovens já fizeram aulas na Escola Picolino, muitos deles se
formaram artistas de circo e realizam apresentações por todo Brasil e pelo
exterior, sendo inclusive contratado por grandes companhias de circo, tanto no
Brasil quanto no exterior, a exemplo do Cirque du Soleil . A formação na Escola
Picolino não se restringe à profissionalização do artista de circo, mas também
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do educador de circo e de uma série de profissões ligadas ao universo
circense.
O público alvo da Associação são crianças, adolescentes e jovens
discriminados socialmente, possibilitando diversos espaços de aprendizagem
(corpo, cognição e convívio), realizando um acompanhamento escolar
impulsionando um processo de escolarização através da arte – educação, de
modo que eles criem um projeto de vida.
Para Anselmo Serrat, diretor geral, “somos uma das ONGs com menor
índice de rotatividade. Apenas 1% das crianças atendidas por nós, abandonam
as atividades”.
Os objetivos educacionais da Associação Picolino de Artes do Circo são:desenvolver projeto político-pedagógico da Picolino: Programa Arte – Circo -
Educação; propiciar experiências onde o aluno possa encontrar na Picolino
possibilidades de mapear seu projeto pessoal/profissional de vida; contribuir no
processo de escolarização dos alunos; alfabetizar alunos; formar artistas de
circo; formar instrutores de circo.
A Associação definiu como objetivos sociais para realizar a sua missão
as seguintes táticas: atender crianças, adolescentes e jovens, prioritariamenteos que se encontra em desvantagem social; promover o desenvolvimento
social, afetivo, cognitivo e corporal dos alunos através das artes circenses e
atividades complementares; integrar os alunos a diversas realidades sociais;
atender alunos a partir dos cinco (5) anos de idade, acompanhando-os até a
profissionalização e inserção no mercado de trabalho.
Os objetivos culturais estão relacionados às atividades que o Circo
oferece o seu público: produzir e apresentar espetáculos de circo; produzircultura.
Segundo o depoimento de Anselmo Serrat, “Associação Picolino de
Artes do Circo trabalha para desenvolvimento infanto-juvenil através da arte-
educação, expandindo a magia do circo e contribuindo para o desenvolvimento
saudável das nossas crianças e adolescentes”.
Para Márcia Nunes, Coordenadora Pedagógica, a Associação Picolino
de Artes do Circo é: “um grande projeto que acolhe e colabora na educação de
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alunos, professores, educadores de modo geral, é um espaço potencial e real
de transformações”.
A Associação Picolino de Artes do Circo tem como missão: “EDUCAR,
produzindo cultura, PRODUZIR CULTURA educando”. A responsabilidade com
futuro dos jovens se traduz em “promover a aceleração dos mecanismos
internos de inteligência à base da arte-educação, levando a uma transformação
de vida da criança e do adolescente”. Para Márcia Nunes, Coordenadora
Pedagógica “é preciso implantar um sistema de interatividade extra para as
crianças como, por exemplo: proporcionar para as crianças brasileiras o dia
todo na escola, para que um turno fosse dedicado aos estudos e outro à prática
artística, esportiva e ou cultural, isso ocorrendo o futuro do país serámelhorado. Com certeza teremos menos violência e mais respeito à vida e ao
meio ambiente”.
O depoimento de Alsemo Serrat complementa a fala de Márcia Nunes:
Há 23 anos, a Picolino vem proporcionando atividadescomplementares como oficinas de jogos e brincadeiras, deleitura e escrita, entre tantas outras oferecidas de acordo com anecessidade de cada grupo de trabalho, essas atividades sãooferecidas a crianças e adolescentes por ano. Os resultadosestão aí para qualquer pessoa comprovar. (SERRAT, 2008).
Os valores da Associação Picolino de Artes do Circo são: arte-educação,
cultura popular, informação, cidadania, música, espetáculos, muita magia e
alegria, tudo isso temperado com a cultura baiana, nordestina, brasileira. Nos
depoimentos foi possível perceber que as pessoas que fazem parte da
Associação sentem orgulho em ter esses valores organizacionais.
No âmbito do contexto sócio-cultural, além de produzir cultura, busca-se
a valorização da cultura baiana e afro-brasileira, tecendo fios com outras
linguagens artísticas tais como teatro, música, capoeira, danças afro e
contemporâneo, tendo também motivação em pesquisas e preparação de
espetáculos temáticos circenses, os quais se apresentam em Salvador, Interior
da Bahia, em todo o Brasil e até mesmo no exterior.
Hoje, a Associação é referenciada como escola na formação de
instrutores de artes circenses. Preocupa-se com a preservação ecológica
fazendo o reaproveitamento de todo material como, por exemplo: figurinhas,
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adereços, materiais didáticos e a conscientização do cuidado pessoal e com os
ambientes: casa, rua, escola e com o circo.
Hoje, a Picolino atende crianças, adolescentes, jovens eadultos de todas as idades, culturas, classes sociais,independentes de sua cor, religião, formação ou comunidade, aPicolino atende hoje, centenas de alunos, tendo estes emcomum o encanto pelo mundo mágico do Circo. Uma grandeparte dos alunos da Picolino foram encaminhados por projetossociais, outros porque se interessaram para receberem aulasparticulares, e há quem queira manter a forma e/ou se divertir(SERRAT, 2008).
A Associação Picolino de Artes de Circo estabeleceu parcerias para
manter a estrutura formada ao longo da sua existência e desenvolver novos
projetos. São apoiadores da instituição: Audio R, Centro de Desenvolvimento
Humano e Social – CRESER, Insurreição Rítmica, Le Biscuit. Mídia Clip; Prato
Amigo; Rede Circo do Mundo Brasil. Show Luz. Termobahia. Vitalmed Editores
FTD e Ática. Os principais financiadores são: ABC Trust, Ágata Esmeralda,
Criança Esperança /UNESCO.
Destacam-se alguns parceiros: Bical, Brinquedos Rosita, Coordenadoria
Ecumênica de Serviço, CHESF, Coelba, Companheiros da América-POMMAR,
Faz Cultura, Faculdade de Tecnologia e Ciências, Fundação Cultural do Estado
da Bahia, Fundação da Criança e do Adolescente, Fundação Gregório de
Matos, Fundo Nacional de Cultural – Ministério da Cultura, Grupo Ambientalista
da Bahia, Governo do Estado da Bahia, Grupo Filó, Grupo Zinga de Capoeira
Angola, JB Matérias de Construções, Madeira J Machado, Prefeitura Municipal
de Salvador, Projeto Axé, Rede Bahia, Sansuy, Secretária de Combate a
Pobreza, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Secretaria Estadual
do Trabalho e Ação Social, SMEC-Secretária Municipal de Educação e Cultura,Tim. TV Educativa da Bahia, Universidade Federal da Bahia e UNICEF.
A Associação Picolino de Artes do Circo desenvolve várias atividades
para ajudar crianças e adolescentes na construção de seus conhecimentos da
alfabetização até a profissionalização. São aulas teóricas com conteúdos
específicos, tais como: cultura, arte, circo, comunicação em toda sua
abrangência, entre outras coisas mais. Inclui também, atividades circenses com
excelentes instrutores do circo e acompanhamento na área de saúde comatendimento dentário.
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A Associação oferece serviços, espetáculos e projetos. Dentre os
serviços, destacam-se os principais:
• CURSO DE FÉRIAS – destinado a crianças, adolescentes e jovens de
classe média, são oferecidas aulas básicas das técnicas de circo:
acrobacia, malabares, monociclo, corda indiana, arame, trapézio,
contorção. Ao término do curso os alunos fazem uma apresentação
temática do que aprenderam durante as aulas.
• ALFABETIZANDO E MUITO MAIS – o público alvo são crianças de
cinco anos de idade na fase de alfabetização, além de acompanhamento
dentário e diversas atividades de leitura, escrita, matemática, educação
ambiental, música, artes plásticas e circo.
• GRUPOS BÁSICOS – destinado a crianças, adolescentes e jovens dos
projetos sociais de parceiros que se encontram excluídos do acesso aos
bens morais e culturais. As aulas são ministradas com uma equipe de
jovens educadores que ensinam artes circenses.
• BÁSICO II – esse serviço atende a crianças e adolescentes, oferecendo
atividades complementares (música, jogos, brincadeira e atividades que
envolvem artes plásticas).• ACOMPANHAMENTO ESCOLAR – atendimento e acompanhamento
social para garantir a educação básica rompendo um dos mais fortes
elos do ciclo vicioso da miséria.
• CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTORES DE CIRCO (GRUPO 5) –
é uma ação pioneira da Escola voltada a formar educadores, que saibam
lidar com crianças, adolescentes e jovens em situação de risco e das
classes populares, com perfil que indicam rebeldia, falta de atenção,como alunos “desengonçados (as)”, “bagunceiros (as)”, “atrapalhados
(as)”, “brigões (onas)”. Preparando-os como multiplicadores da ação
educativa, através da arte circense.
• Os espetáculos que são realizados pelos alunos são:
• TODO MUNDO VAI AO CIRCO – apresentação de espetáculos de circo,
realizados pela Companhia Picolino e dirigidos para alunos do ensino
fundamental das escolas públicas e comunitárias. O projeto proporcionaa esses alunos da rede pública de ensino a experiência com arte
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circense, que envolve técnicas, danças, teatro, música cultura,
informação e entretenimento através dos seus espetáculos. Esses
espetáculos são construídos sobre temas ligados a cidadania e
formação do jovem cidadão. No final de cada ano são distribuídas dez
bolsas de estudos da Escola Picolino.
• VIVA O CIRCO – consiste na pesquisa de linguagem e apresentação de
espetáculos temáticos, marcando o encerramento do ano letivo, com
apresentação de todos os alunos da Escola.
• HOJE TEM ESPETÁCULO – realização de espetáculo de circo, dirigidos
para alunos do ensino fundamental das escolas públicas e comunitárias,
de cinco cidades do interior da Bahia, além de difundir a arte circense nointerior do Estado, traz temas ligados à cidadania e formação do jovem
cidadão.
Os projetos que a Picolino oferece são:
• CIRCO NA ESCOLA – atende alunos de 1ª a 4ª série do ensino
fundamental, como atividade complementar na própria escola formal.
• PROJETO SEGUNDOS ENCONTROS – Ganhador do Prêmio
FUNARTE CAREQUINHA DE ESTÍMULO AO CIRCO 2006. Atravésdesse projeto, foi criada a cooperativa circense da Bahia que fomenta o
futuro do Circo e tem como público artistas de circo, representantes de
escolas de circo, pesquisadores e pessoas interessadas em trocar
experiências.
• ARTE - CIRCO - EUCAÇÃO – É o principal projeto pedagógico da
Escola Picolino de Artes do Circo, dirigidos às crianças e adolescentes,
alunos das turmas básicas e avançadas, oferece uma oportunidade deeducação integral, reduze a vulnerabilidade social, contribui para a
garantia dos direitos da criança e do adolescente e integra alunos de
diversas realidades sociais, através do processo de
ensino/aprendizagem das artes circenses.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
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Apresenta-se a seguir o perfil dos alunos/ beneficiários, sua
escolaridade, o perfil sócio – cultural que foram obtidos com a aplicação dos
questionários.
Os beneficiários da Associação são, em sua maioria, do sexo feminino,
com aproximadamente 55,17% contrapondo com 44,83% do masculino. A
idade média dos beneficiários é entre doze e treze anos de idade, totalizando
34,4%, seguida das crianças com idade de dez e onze anos, 13,8% e aquelas
que têm entre sete e oito anos, 28,4%.
Com relação à quantidade de irmãos de cada aluno que participou da
pesquisa, constatamos que 20,6% têm um irmão (ã), que 34,4% têm entre dois
e três irmãos (ãs) na família, os alunos que têm quatro, oito e/ou doze irmãos(ãs) representam 12,9%. Os que são filhos (as) únicos (as) chegam a 13,8%.
Verificou-se que 6,9% das crianças entrevistadas fazem parte do rol dos
menores abandonados (as).
Em relação à moradia, 55,2% dos beneficiários moram com seus pais,
27,6% moram somente com a mãe, pois seus pais são separados; 10,13%
moram com outras pessoas, como: avós e tios; 6,9% moram em abrigo.
Ao traçar o perfil sócio-econômico, obteve-se a seguinte situação, 72%residem em casas próprias, 24% em casa, 4% dos entrevistados com os pais
em casas cedidas por parentes.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Com relação ao meio de transporte utilizado pelas crianças,
adolescentes e jovens para se locomoverem até a Escola, 72% vão andando,
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14% usam a bicicleta, 10% utilizam ônibus e apenas 4% dos pesquisados se
locomovem por meio de carro da família.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Quanto ao interesse e a escolaridade dos alunos da Associaçãoindagou-se procuramos indagar o grau de instrução, o turno das aulas, a rede
de ensino, o que gosta e o que não gosta de fazer na escola, as disciplinas que
possuem mais facilidade e mais dificuldade de aprendizado e quais sugestões
que dariam aos diretores das Escolas. Por fim, indagou-se a perspectiva de
vida profissional de cada aluno.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
No que se refere ao turno, 52% estudam pela manhã.
Em relação à rede de ensino, 90% dos beneficiários estudam entre
redes públicas e estaduais de ensino e apenas 10% estudam em redes
particulares de ensino.
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Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Quanto ao grau de instrução, apresentam-se as seguintes informações.
24,2% estão cursando a quarta série do quinto período do ensino primário,
17,2% na quinta série do sexto período do ensino fundamental, entre os que
estão concluindo a sexta série do sétimo período e os que estão concluindo a
sétima série do oitavo período, somam 27,6% a qual se iguala ao percentual
das crianças que estão cursando a segunda série do terceiro período; 6,9%
estão cursando o primeiro período, ou seja, a alfabetização.
Quanto ao interesse pelas atividades na Escola e ao que gostam ou nãode fazer, observa-se que 55,1% gostam de estudar, 41,3% gostam de ir à
Escola, pois encontram um refúgio para a distração e brincadeiras. Em contra
partida 20,6% afirmam que gostam de ir à Escola pela distribuição de
“merendas”, revelando assim a condição de social; 6,9% gostam de ir à
Escola, pois têm liberdade para pintar.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
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41,3% relataram que não gostam de brigas/intrigas, 27,6% afirmam não
gostarem de fazer atividades prolongadas e de pessoas que ultrapassam oslimites, com relação à zombaria em horas impróprias, tais como brincadeira na
sala de aula na hora da explicação. Os que não aprovam quando a professora
chama sua atenção com os que não aprovam bagunça, somam 20,6%; há os
que não gostam de coisa alguma da escola, pois só estudam porque é
obrigado (a) totalizam 10,5%.
Quanto às disciplinas que sentem mais dificuldade, a campeã é a
Matemática, tendo alcançado 48,2% de rejeição, seguida de História e Inglês
que somadas chegam a 34,4% da rejeição; por outro lado, as disciplinas de
Ciências e Geografia estão no mesmo patamar, com 13,8%. Português foi a
disciplina com 10,3% de rejeição e apenas 3,9% não gostam da disciplina de
Religião.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Entre as disciplinas que os alunos gostam aproximadamente 48,2%define o Português como a de maior percentual de aprendizagem. Contrapondo
esta estatística, apenas 24,1% dos alunos sentem facilidade no aprendizado da
Matemática. História e Geografia somadas alcançam 34,4% da preferência dos
alunos. Já Ciências e Inglês juntas chegam aproximadamente a 27,6%. O
percentual dos alunos que preferem Educação Física, Cultura Baiana, Dança e
Física, totalizam em 15,6%.
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Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Em relação às sugestões que os alunos dariam às instituições de
ensino, obtivemos as seguintes informações: melhoria na qualidade de ensino,
por segurança, melhoria do espaço físico, instalações e estrutura
organizacional.
Quanto à perspectiva de vida profissional dos alunos, 55% pretendem
ter seu próprio negócio, porque almejam contribuir para amenização da
desigualdade social; 45% que não querem ser empreendedores e afirmam que
querem ter uma profissão ainda não definida, “ser alguém na vida”.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Quanto à contribuição das atividades desenvolvidas Associação Picolino
de Artes pelos jovens ao longo do convívio com a arte-educação e a
transformação na vida após seu ingresso, observou-se que:
a) 44,9% relataram que foi através das Escolas por onde a Picolino se
apresentou e aconteceu o interesse em participar, aprender a desenvolver
habilidades circenses, entre outras. 37,9% afirmam que foi por meio da Ágata
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habilidades desenvolvidas pelos alunos da Picolino, o seu comportamento, de
modo geral, melhorou”. Daí, o interesse de investigarmos também o
comportamento dos beneficiários em sala de aula.
85% declaram estar mais atentos nas aulas e mais participativos e
apenas 9% relataram que nada mudou, pois já participavam das aulas,
prestavam atenção nas explicações, faziam as tarefas. Somente 6% apontam
que estão menos atentos nas aulas.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Após verificar as mudanças de comportamento dos alunos da Picolino
em sala de aula, fora da ONG, buscou-se obter informações que dizem
respeito ao rendimento escolar, em relação ao aprendizado, ou seja, após eles
terem ingressado na Associação se houve melhoria das notas. As respostas
foram, de modo geral, positivas, pois 86% dos alunos disseram que suas notas
aumentaram e apenas 14% afirmam não ter mudado muita coisa, pois já
estudavam “ o suficiente” antes mesmo de fazerem parte da Picolino.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Ao que diz respeito a relacionamento com os colegas, aproximadamente
59% enunciaram que houve uma melhora no relacionamento com seus
colegas, 32% confirmaram que passaram a brigar menos e apenas 9%
disseram que nada mudou.
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Quanto a mudanças de comportamentos em casa, avaliando-se a
contribuição da Picolino no convívio familiar, 59% afirmaram estar mais
tranqüilo, 24% menos nervoso, 7% disseram que estão mais agitados, mais
eufóricos e apenas 10% responderam que nada mudou no seu comportamento
familiar.
Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Também houve melhoria no comportamento dos alunos da Picolino com
seus pais/responsáveis, pois 54% dos entrevistados tornaram-se mais
amorosos para com suas famílias, sendo que 46% passaram a conversar mais
com seus pais e irmãos.
Em relação ao convívio com os seus irmãos, 71% declaram estar mais
tranqüilos, 7% afirmam estar menos agitados, 18% relatam que se encontram
menos nervosos e por fim 4% descreveram que não houve mudanças no seu
comportamento.
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Fonte: elaborado pelas autoras da pesquisa
Examinando o comportamento dos jovens que freqüentam a Picolino no
bairro onde residem, 58% relatam que estão mais tranqüilos e deixaram de
brigar, 31% relatam que as pessoas o (a) consideram menos agitados e cerca
de 11% não apresentaram mudanças em seu comportamento.
È possível perceber que as ações da Associação Picolino de Artes
Circenses agrega um programa educacional que promove transformação na
vida dos beneficiários repercutindo positivamente na convivência escolar,
familiar, grupos de amigos, enfim, trabalhando a auto-estima, a participação e a
inclusão social.
As entrevistas revelaram que os alunos da Picolino, após seu ingresso
na Associação, em sua maioria, tornaram-se pessoas mais alegres e felizes,
acolhidas e respeitadas, fazendo com que elas sintam-se valorizadas pela
sociedade, mais amorosas, carinhosas, tranqüilas, atentas e responsáveis, o
que resultou no aumento do rendimento em relação ao aprendizado, ou seja,
aumentaram as “notas” escolares, pois as técnicas circenses exigemresponsabilidade e atenção. A “família” circense trabalha em equipe por isso
faz-se necessário a humanização.
CONCLUSÃO
As ONGs são instituições empreendidas pela sociedade civil, que se
organiza espontaneamente para execução de atividade de interesse público e
tem crescido ao longo do tempo, diversificando sua atuação. Os indivíduos
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antes excluídos da sociedade por diversas razões, ganham oportunidade de
serem incluídos no grupo social e, de alguma maneira promove-se melhoria em
suas vidas.
Optou-se por analisar uma ONG voltada para a arte-educação que
insere jovens em um convívio sócio-econômico, capacitando-os a viver em
comunidade, e adotar o lema viver-fazer do circo no seu cotidiano,
estimulando-os a cultivar a miscelânea cultural, construir uma convivência
harmônica e acessar bens básicos como educação, lazer, afeto, brincadeiras.
Observou-se que cerca de 90% dos alunos que chegam à instituição
estão em sub-condições de vida, com acesso a quase nada ou nenhuma
produção cultural. Muitos deles não sabem interpretar as figuras nem textos ecom baixa estima, mas afirmam ter obtido melhoria no rendimento escolar, no
convívio social e com a família, após o desenvolvimento das atividades
proporcionadas pela Associação Picolino de Artes Circenses.
O processo de resgate da cidadania e a inclusão social de jovens por
meio da educação e cultura das artes circenses promovem a aceleração dos
mecanismos internos de inteligência, sendo usado como um meio de
transformação, os quais procuram ocupar o espaço sadio da educação usandoa brincadeira como incentivo.
No país existem escolas de circo no país que podem adotar as práticas
da Associação Picolino de Artes do Circo, um importante agente promotor de
ações e projetos na formação de crianças, adolescentes e jovens, oferecendo
educação, lazer e cultura, através de sua arte circense.
Os gestores da Associação acreditam que “através da arte-educação a
Associação Picolino de Artes do Circo tem feito também investimentos naprodução cultural, já bem reconhecido socialmente, a exemplo da formação de
artistas de circo, o desenvolvimento da linguagem circense contemporânea, a
promoção de encontros de artistas e escola de circo, a inclusão social de
jovens e a realização de espetáculos que são apresentados na nossa cidade e
em diversos lugares do estado da Bahia, do Brasil e do exterior”.
REFERÊNCIAS
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A APLICABILIDADE DO MARKETING DE RELACIONAMENTO E
FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE NA ÓTICA DO FUNCIONÁRIO DA
TELEVISÃO CIDADE S/A (NET)
THE APPLICABILITY OF THE MARKETING OF RELATIONSHIPAND FIDELIZATION OF THE CUSTOMER IN THE OPTICS OF
THE EMPLOYEE OF THE TELEVISION CITY S/A (NET)
Josete Damasceno dos Santos4 Nadijane de Jesus da Cruz5
Maria De Fátima Araújo Frazão6
RESUMO: O objetivo deste estudo é uma reflexão sobre a importância dafidelização de clientes, a construção e manutenção de relacionamento naempresa Televisão Cidade S/A (NET). Demonstra-se a importância domarketing de relacionamento na busca de soluções para os problemasenfrentados pelas empresas na relação com os seus clientes, e os meios maiseficazes e integrados para atender, reconhecer e cuidar dos clientes em temporeal; transformar dados em informações que disseminadas pela organização,permite que o cliente seja reconhecido e administrado por todos oscolaboradores tornando-se fiel, satisfeito e rentável, observando as diferençase necessidades, de modo que ele se sinta único. A pesquisa descreve aspráticas utilizadas na NET, apresenta a percepção dos colaboradores daempresa acerca dos impactos do relacionamento com os clientes e discutepráticas de manutenção e fidelização que possam facilitar a relação empresa-cliente trazendo retorno positivo para as partes.
Palavras-chave: Marketing. Relacionamento. Fidelização. CRM
ABSTRACT: The objective of this study is a reflection on the importance of thefidelization of customers, the construction and maintenance of relationship inthe company Television City S/A (NET). Importance of the marketing ofrelationship in the brainstorming for the problems faced for the companies in the
relation with its customers, and half the most efficient ones and integrated isdemonstrated to it to take care of, to recognize and to take care of thecustomers in real time; to transform given into information that spread by theorganization, allows that the customer recognized and is managed by all thecollaborators becoming faithful, satisfied and income-producing, observing thedifferences and necessities, in way that it if feels only. The research describes
4 Josete Damasceno dos Santos, Administradora. Graduada pela UNIRB. E-mail: josetedsantos@hotmail.com5 Nadjane de Jesus da Cruz . Administradora. Graduada pela UNIRB. E-mail:nadijane.cruz@tvcidade.com.br nadijane.cruz@tvcidade.com.br6
Mestre em Administração Estratégica pela UNIFACS, Pós-graduada em Marketing pelaESPM, Administradora, Professora do Curso de Graduação da UNIRB, Consultora emMarketing e Responsabilidade Social e Ambiental. E-mail: fathima.frazao@gmail.com
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the practical ones used in the NET, it presents the perception of thecollaborators of the company concerning the impacts of the relationship with thecustomers and argues practical of maintenance and fidelization that canfacilitate to the relation company-customer bringing positive return for the parts.
Keywords: Marketing. Relationship. Fidelization. CRM
INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é uma reflexão sobre a importância da
fidelização de clientes e da construção e manutenção de relacionamento, ao
tempo que discute as práticas e gestão do marketing de relacionamento na
busca de soluções para os problemas enfrentados pelas empresas na relação
com os seus clientes.
O marketing de relacionamento é uma prática gerencial que incorpora
métodos mais sofisticados e eficientes que transformam a maneira como as
empresas podem aumentar a rentabilidade dos clientes atuais além de ajudar a
conquistar novos.
Para obter retorno de clientes lucrativos, as empresas devem
reconhecer a importância do relacionamento com clientes, desenvolver e
implementar estratégias de fidelização e assumindo-as como um compromisso
de todos os colaboradores.
Diante do exposto, faz-se a seguinte indagação: Como o Marketing de
Relacionamento pode contribuir para a fidelização de clientes na NET, empresa
prestadora de serviço de TV por assinatura? Se uma empresa quer garantir a
fidelidade dos seus clientes, precisa valorizar e fidelizar os colaboradores que
devem estar qualificados, envolvidos e integrados com os valores da empresa
e do cliente?Para responder aos questionamentos apresentados, abordam-se os
meios mais eficazes e integrados para atender, reconhecer e cuidar dos
clientes em tempo real e transformar dados em informações que disseminadas
pela organização, permitindo que o cliente seja reconhecido e administrado por
todos os colaboradores tornando-se fiel, satisfeito e rentável, sem deixar de
observar as diferenças e necessidades de cada consumidor fazendo com que
ele se sinta único.
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A pesquisa descreve as práticas utilizadas na empresa NET, apresenta
a percepção dos funcionários da empresa acerca dos impactos do
relacionamento com os clientes observando os seus pontos fortes e fracos e
discute práticas de manutenção do relacionamento com os clientes que podem
facilitar a relação empresa-cliente trazendo retorno positivo para as partes.
OBJETIVOS
Um das vantagens competitivas que uma empresa possui é o
conhecimento de seus clientes, suas expectativas e saber que tem
preferências distintas e se não se sentirem satisfeitos, podem buscar outra
empresa que os atenda com mais atenção e agilidade, qualidade, entre outros
aspectos. As empresas precisam desprende tempo, esforços e recursos para
reter seus clientes ao longo do tempo e a fidelização deve ser um compromisso
de todos.
Com base nos argumentos apresentados define-se o objetivo geral do
estudo: analisar e discutir as ações de marketing de relacionamento
empreendidas pela NET como estratégia de fidelização.
Para responder aos questionamentos que decorrem dessa proposta,apresentam-se os seguintes objetivos específicos: descrever os fundamentos
do Marketing e o Marketing de Relacionamento, discutir o processo de
fidelização de clientes, com as ferramentas e tecnologia necessárias, traçar o
perfil da empresa NET e analisar a aplicabilidade do marketing de
relacionamento e fidelização na empresa.
EMBASAMENTO TEÓRICO – MARKETING – FUNDAMENTOS, CONCEITO
E EVOLUÇÃO
Define-se o marketing como um processo social, funcional e gerencial
que utiliza ferramentas para satisfazer as necessidades e os desejos dos
clientes utilizando-se de estratégias competitivas para facilitar as vendas
observando o ambiente interno e externo, visando retorno financeiro para
empresa.
Para Boone e Kurtz (1995, p.6), Marketing é “o processo de planejar eexecutar a concepção, definição do preço, promoção e distribuição de idéias,
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bens e serviços, criando trocas que atendem a objetivos individuais e
organizacionais”.
O Marketing fundamenta-se em conceitos básico, também denominados
centrai. De acordo com Kotler (2000, p.3), os conceitos centrais são:
necessidades, desejos, demandas, qualidade, valor, trocas e transações.
Define-se necessidade como algo que é preciso saciar, indispensável para a
sobrevivência do ser humano, como exemplo a sede e a fome. Necessidade
são exigências humanas básicas, essas necessidades se tornam desejos
quando são dirigidas a objetos específicos capazes de satisfazê-los. O que se
almeja para a satisfação das necessidades é considerado desejo, ou seja, não
é algo vital para a sobrevivência, mas faz parte da vida e é o primeiro passoquando se quer concretizar os objetivos definidos.
Na visão de Kotler & Armstrong (2003, p.4), necessidades são situações
de privação. Desejo é a forma que as necessidades humanas assumem
quando são particularizadas por determinada cultura e pela personalidade
individual. Para existir demanda por um produto, o mercado necessita de
consumidores que tenham não somente o desejo de comprar, mas a
capacidade financeira de adquirir algo específico.Segundo Kotler (2000, p.33), a qualidade diz respeito ao desempenho
do produto ou serviços que uma empresa oferece aos seus clientes e não só
atende e supera às suas necessidades, mas busca melhoria contínua em todos
os seus processos.
Clientes satisfeitos produzem benefícios para a empresa, pois são
menos sensíveis aos preços, falam bem da empresa e de seus produtos e
podem permanecer fiéis por um período mais longo. Vale destacar que arelação entre a satisfação e a fidelidade do cliente varia e dependendo do setor
e da situação competitiva.
A satisfação do cliente consiste na sensação de prazer ou
desapontamento resultante da comparação do desempenho ou resultado
percebido de um produto em relação às expectativas do comprador e seu
comportamento de compra. (KOTLER, 2000, p.58).
Vale salientar que o marketing não cria necessidade. O desejo, por sua
vez, é uma carência pela satisfação específica de atender às necessidades. É
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um querer muito forte, uma vontade, a aspiração a algo. Os desejos podem ser
despertados. São muitos e podem ser moldados e remoldados pelas
instituições sociais.
A prática do marketing, portanto, apenas estimula as necessidades do
ser humano por meio das ferramentas de comunicação de que se vale,
tentando aguçar o seu senso crítico e levando-o a optar por um produto. O
cliente tende a querer maximizar o valor ao se decidir por um produto que
satisfaça sua necessidade.
Valor para o cliente é a satisfação das exigências do consumidor ao
menor custo possível de aquisição, propriedade e uso. O cliente tende a
maximizar o valor em uma transação, considerando os chamados custos deoportunidades, portanto, considerará o valor e o preço do produto antes de
fazer a escolha.
O processo de troca normalmente envolve uma transação em que bens
ou serviços são trocados por dinheiro. Embora a troca seja o processo típico de
marketing, em que alguma coisa é dada e algo é recebido por cada parte
envolvida na operação. As empresas devem construir relacionamentos
comerciais rentáveis e não se limitar somente a trocas e transações. OMarketing deve buscar a satisfação do cliente em forma de benefícios. Os
principais objetivos do marketing são: atrair novos clientes, prometendo-lhes
valor superior, e manter os clientes atuais, propiciando-lhes satisfação. Para
cumprir esses objetivos, as empresas utilizam o composto mercadológico.
Kotler & Armstrong (2003, p. 204) afirmam que o composto mercadológico a
ferramenta de marketing para a empresa atuar no mercado. Essas ferramentas
são denominadas 4Ps: produto, preço, praça e promoção.Produto é algo que pode ser tangível ou intangível, possui
características próprias, e deve agregar valor e satisfação para o seu público-
alvo. Produtos incluem bens físicos, serviços, eventos, pessoas, lugares,
organizações, idéias.
Preço é o valor que as empresas estipulam baseados em seus custos,
pelos seus produtos ou serviços para que consumidores paguem e obtenham o
que necessitem ou desejem. Preço é o volume de dinheiro que os clientes têm
de desembolsar para obter um produto.
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compartilhamento de valores mútuos por meio de interdependência e
alinhamento organizacional.
O marketing de relacionamento baseia-se numa relação de
aprendizagem entre a organização e seus clientes, prospects e fornecedores,
para obter vantagem em comparação com a concorrência. O marketing pode
ser definido como o processo de identificação e satisfação das necessidades
do cliente de um modo competitivamente superior de forma a atingir os
objetivos da organização. O marketing de relacionamento se desenvolve a
partir daí, porém possui seis dimensões que se diferem materialmente das
definições históricas de marketing.
Para Gordon (2003, p. 32), as dimensões do Marketing deRelacionamento são:
a) Busca criar novo valor para clientes e compartilhar essevalor entre o produtor e o consumidor. Para que a empresareconheça a importância de aprender com os clientes criando ovalor que cada um deseja.b) Reconhece o papel fundamental que os clientes individuaistêm não apenas como compradores, mas na definição de valorque desejam. Anteriormente esperava-se que as empresasidentificassem e fornecessem esse valor a partir daquilo que
elas consideravam como um produto. Com o marketing derelacionamento, o cliente ajuda a empresa a fornecer o pacotede benefícios que ele valoriza. O valor é assim criado com osclientes e não por eles para fazer com que o cliente não sejaapenas um comprador do seu produto ou serviço, mas participedas ações dando sugestão para fidelização dos mesmos.c) Exige que uma empresa, em conseqüência de sua estratégiade marketing e de seu foco sobre o cliente, planeje e alinheseus processos de negócios, suas comunicações, suatecnologia e seu pessoal para manter o valor que o clienteindividual deseja, para que a estratégia de marketing daempresa tenha sucesso.d) É um esforço contínuo e colaborativo entre o comprador e ovendedor. Desse modo, funciona em tempo real.e) Reconhece o valor dos clientes por seu período de vida deconsumo e não como cliente ou organizações individuais quedevem ser abordados a cada ocasião de compra. Aoreconhecer o valor do período de vida, o marketing derelacionamento procura unir progressivamente a empresa aosclientes.f) Procura construir uma cadeia de relacionamentos dentro daorganização para criar o valor desejado pelos clientes, assimcomo entre a organização e seus principais participantes,
incluindo fornecedores, canais de distribuição intermediários eacionistas.
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O marketing de relacionamento é, na verdade, uma nova filosofia de
administração organizacional baseada na aceitação da orientação para o
cliente e para o lucro por parte de toda a organização e no reconhecimento de
que devem ser buscadas novas formas de comunicação para estabelecer um
relacionamento profundo e duradouro com os clientes, prospects , fornecedores
e todos os intermediários, como forma de obter vantagem competitiva
sustentável (BRETZKE, 2000, p. 13-14).
Marketing de relacionamento é uma das tendências mais em voga no
marketing de hoje; definitivamente é atrair, realçar e intensificar o
relacionamento com clientes finais, clientes intermediários, fornecedores,
parceiros e entidades governamentais e não governamentais, através de umavisão de longo prazo na qual há benefícios mútuos. (MADRUGA, 2004, p.20).
Diante de uma ampla concorrência e variedades de produtos, as
empresa têm direcionados esforços na tentativa de aumentar sua lucratividade
passando seu foco principal para os clientes, em vez do foco excessivo no
produto.
Trata-se de uma nova filosofia, um processo contínuo de evolução, de
conhecimento e de comunicação com os consumidores, visando garantirmelhores lucros e lealdade - CRM (Customer Relationship Management ) ou
gerenciamento do relacionamento com clientes.
CRM é uma estratégia de negócios voltada ao entendimento eà antecipação das necessidades dos clientes atuais epotenciais de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico,CRM envolve capturar os dados do cliente ao longo de toda aempresa, consolidar todos os dados capturados interna eexternamente em um banco de dados central, analisar osdados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aosvários pontos de contato com o cliente e usar essa informaçãoao interagir com o cliente através de qualquer ponto de contatocom a empresa. (PEPPER & ROGERS, 2000, p.20)
O CRM, diferentemente dos outros sistemas de abrangência corporativa,
enfatiza a redução de custos, a fidelização do cliente e os benefícios. Esses
benefícios podem ser desde o acesso à informação de melhor qualidade; a
facilidade de compra e de comunicação com a empresa; a economia de tempoe de dinheiro; até a eliminação de solicitações de dados redundantes etc.
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Existem duas funções do CRM: a analítica e a operacional. A analítica
consiste em determinar quais são os clientes, quais devem ser tratados de
forma personalizada (one to one) e quais devem ser deslocados em níveis
superiores. Já a operacional tem sido de grande dificuldade de implementação,
pois requer a automatização da forma de vendas, centro atendimento (call
center ), site de comércio eletrônico e sistemas automatizados de pedido.
A implementação de projetos de CRM deve sempre ter como linha
mestra a mudança nos processos que envolvem o consumidor, ou seja, ver a
empresa com os olhos críticos dos melhores clientes. Sem isso, não se está
implantando o CRM, e sim mais um pacote de software.
São quatro etapas de implantação de um programa de CRM, conhecidascomo IDIP, de acordo com Pepper & Rogers (2000, p.15):
a) Identifique seus clientes – não é possível estabelecer umarelação com alguém que não conseguimos identificar. Se aempresa não tem uma forma de identificar pelo menos umaparcela considerável de seus melhores clientes, ela não estápreparada para lançar uma iniciativa one-to-one.b) Diferencie seus clientes – os clientes podem serdiferenciados de duas maneiras: pelo nível de valor para a suaempresa (alguns têm um valor muito alto; outros, nem tanto) e
pelas necessidades que têm de produtos e serviços de suaempresa. Assim, uma vez tendo identificado os seus clientes, opróximo passo é diferenciá-los de maneira a: priorizar seusesforços e aproveitar o máximo possível de seus clientes demaior valor e personalizar o comportamento de sua empresa,baseando-se nas necessidades individuais de seus clientes.c) Interaja com seus clientes – você tem de melhorar aeficiência e eficácia de suas interações com seus clientes. Issoquer dizer que não somente deve buscar forma mais barata eautomatizada de interação, mas também a mais útil em termosde produção de informação que possa ajudar a fortalecer assuas relações com os clientes. Como as necessidades dosclientes mudam, é necessário um processo de utilização dosfeedbacks de um cliente em particular para que seja possívelcompreender quais são as necessidades específicas daquelecliente.d) Personalize – as empresas precisam personalizar algunsaspectos do seu comportamento para melhor atender seusclientes. Para incentivar seus clientes a manter uma relação deaprendizado, a empresa precisa adaptar-se às necessidadesindividuais e expressas pelo cliente. Isso pode significar apersonalização em massa de um produto ou a personalizaçãodas opções oferecidas ao redor do produto.
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Aplicados de forma diferentes, essas quatro etapas bastante simples de
implementar podem ser usadas como checklist para pôr em prática
virtualmente qualquer iniciativa de CRM, em virtualmente qualquer empresa,
em virtualmente qualquer área de negócio.
Implantar um CRM traz alguns benefícios, dentre eles, destacam-se:
aumenta o conhecimento sobre o cliente; estabelece um relacionamento
diferenciado e gratificante, quando este está ocorrendo por qualquer meio;
aumenta a retenção e fidelidade do cliente pela experiência de marca positiva;
aperfeiçoa o processo decisório; racionaliza o fluxo do pedido, atendimento
pós-venda e as vendas por meios alternativos; permite aperfeiçoar produtos
por meio da customização de massa; diferenciar produtos e entregarexatamente o que o cliente deseja.
FIDELIZAÇÃO
O que é fidelizar? As empresas desejam clientes fiéis nos seus
relacionamentos comerciais e também vantagens financeiras. Nos negócios, o
objetivo da fidelização é reter os clientes, evitando que migrem para a
concorrência, e aumentar o valor dos negócios que eles proporcionam.Fidelidade é um processo contínuo de conquista da lealdade, através de um
relacionamento prazeroso e de confiança no qual as empresas conseguem
manter seus clientes fiéis a sua marca.
Newell (2000, p.25) afirma que acreditar que um cliente satisfeito será
cliente fiel é coisa do passado, pois hoje os clientes exigem mais do que a
simples satisfação em retorno por sua fidelidade. Mas o que é fidelidade?
Oliver (1997, p.6) define fidelidade como um compromisso forte em
recomprar ou repatrocinar um produto ou serviço preferido consistentemente
no futuro, apesar das influências, circunstâncias e tentativas de marketing, que
podem acarretar um comportamento de troca.
A fidelidade dos clientes tem sido estudada principalmente em relação à
seqüência de compras de acordo com Gade (1998) e os diferentes perfis de
consumo. A filosofia de marketing voltada para o cliente e a fidelidade impõe
decisões que transformam e diferenciam as organizações. Tomadas em
conjunto, essas decisões têm o potencial para transformar a visão da empresa
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sobre o marketing que ela pratica e sobre quase toda a empresa, desde o
trabalho que ela efetua com tecnologia empregada, passando pelos produtos
que fabrica, até a estrutura com que ela alcança seus objetivos.
Antes de desenvolver programas de fidelização as empresas precisam:
conhecer seus clientes, desenvolver e manter relacionamento permanente,
observar a freqüência que a empresa mantém contatos com clientes,
recompensar clientes potenciais. A estratégia de fidelização é um esforço de
longo prazo e requer um comprometimento de todos os colaboradores,
independentemente do cargo ocupado na organização. Essa estratégia pode
envolver mais de um programa de fidelidade, visando clientes de diversos
segmentos, de acordo com o seu valor.Conquistar a constância do cliente com relação ao uso e consumo dos
produtos de determinada marca, serviço, loja ou rede de pontos de venda, é o
desejo de todo empresário que adota a estratégia de marketing para fidelizar
clientes.
Mckenna (1992, p.12) afirma que o Marketing Moderno é uma batalha
para obter a fidelidade dos clientes, esta é a grande preocupação das
empresas em relação a seus clientes. Como mantê-los fiéis frente ao grandenúmero de produtos oferecidos diariamente?
O interesse em construir e manter a fidelidade do consumidor implica
que a organização não está apenas interessada em conseguir realizar a venda
a qualquer custo, mas está focada em como alcançar a rentabilidade em longo
prazo através da repetição da compra e da retenção dos clientes. É esta
fidelidade que gera uma receita contínua para empresas: Nestlé, Sony, Hitachi,
Disney, Kodak, Kellogg`s, Coca-Cola, entre outras que estão atentos àimportância de construir, desenvolver e a fidelidade do consumidor.
Os últimos anos têm sido marcados por uma queda extremamente
significativa nos níveis de fidelidade dos consumidores. Marcas que tinham
espaço cativo na mente dos consumidores há várias décadas estão deixando
de ser compradas ou estão sendo substituídas por concorrentes com melhor
tecnologia, preço ou simplesmente por serem novas.
MÉTODO E DESCRIÇÃO DO CASO - MÉTODO
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O método específico que delineou a pesquisa científica nesse trabalho é
o estudo de caso - um método atraente e apropriado para a referida pesquisa,
porque permite ao investigador retratar a realidade de uma forma ampla,
revelar a multiplicidade de dimensões presentes no problema, e, possibilita ao
investigador discorrer sobre novos aspectos ao marco teórico (BECKER, 1994;
LAKATOS e MARCONI, 1991).
Recorreu-se a dois tipos de pesquisa considerados mais indicados para
este estudo: a pesquisa exploratória e a pesquisa descritiva.
A pesquisa exploratória promoveu maior conhecimento sobre o tema em
tela e proporcionou às pesquisadoras aprofundar e esclarecer aspectos do
Marketing de Relacionamento, apesar da pouca literatura disponível, massuficientemente importante para as empresas que desejam conquistar, manter
e fidelizar os clientes.
A pesquisa descritiva, com as características e objetivos bem definidos,
procedimentos formais, foi estruturada e dirigida para a resposta ao problema
da pesquisa, indicando alternativas de ação. Sua relevância nesse estudo se
deu pela necessidade de descrever as características do marketing de
relacionamento, as diversas variáveis que proporcionam tratamentoindividualizado, satisfação das necessidades, novas tecnologias e processos.
Os instrumentos de pesquisa foram entrevistas semi-estruturadas e
questionário contendo 12 perguntas abertas e fechadas, para obtenção das
respostas ao problema que as autoras se propuseram a estudar. A aplicação
foi feita pelas autoras em março/abril de 2009.
O universo da pesquisa de campo foi o corpo de funcionários da
empresa NET: gerente operacional, supervisores, coordenadores evendedores, perfazendo um total de 80 pessoas. A amostra foi definida pelo
c