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c3e3
Bravus
cAMAR ≈ cADAR ≈ cAFAR ≈ eAOeAR ≈ eAOAP ≈ eIAc
c I A A R ≈ cO R P O D e A LU N OS ≈ M A I O D e 2 015
3
Há mais ou menos quatro meses atrás, numa
madrugada como outra qualquer, um grupo
desordenado de cento e poucas pessoas
encontrava-se pela primeira vez.
Ainda que alguns já tivessem estudado juntos, con-
versado, trocado dicas e até mesmo se encontrado, era
a primeira vez que aparecia o “rascunho do esboço do
projeto do Terceiro Esquadrão”.
Aí então um bagunçado, assustado e desalinhado
Terceiro Esquadrão.
Para aquelas pessoas, não era uma madrugada qual-
quer. Era a primeira de muitas que trariam consideráveis
desafios.
Ficar longe de pais, mães, irmãos, filhos, maridos,
esposas e amigos saudosos para se fechar em uma
rotina desgastante. Talvez esse o maior desafio nas duas
primeiras semanas de internato, quando nem as rápidas
ligações ou mensagens pelo telefone faziam aplacar a
EDITORIAL
dor da saudade, a expectativa pelo desconhecido e a
angústia das dúvidas.
Pra que tudo aquilo? Ficar ou ir embora? Obedecer
ou questionar? Será que aquela era a escolha certa?
Nem todas as palavras do mundo e nem os melho-
res escritores da História poderiam descrever o que se
passou com cada um, as mudanças que aconteceram na
postura, na forma de ver e valorizar as coisas, na manei-
ra de lidar com o outro, enfim, no interior e exterior (sim,
alguns emagreceram, ficaram mais fortes ou se lesiona-
ram) de cada estagiário.
Mas é sobre um pouquinho desses desafios, sobre
as experiências vividas, sobre as amizades formadas e
sobre as mudanças provocadas que trata esta revista.
Embora não seja possível demonstrar em linhas e
imagens todos os sentimentos pelos quais o Terceiro
Esquadrão teve que passar até chegar a se tornar a
Turma Bravus, aqui estão registrados alguns momentos
da nossa rotina e dos nossos desafios, o pior e o melhor
de nós. É um tanto do que nos define, do que nos forjou
Oficiais da Força Aérea Brasileira e o que gostaríamos de
compartilhar com você, leitor!
Est Emília
4 Revista Bravus
A criação da Força Aérea Real (Reino Unido) em 1918, da Força Aérea Ita-
liana (Regia Aeronautica) e da Força Aérea da França durante a década
de 1920, levou à idéia de unir o poder aéreo brasileiro sob a mesma
organização. Juntamente com esses eventos, os estrategistas brasileiros também
foram influenciados pelas teorias de Giulio Douhet, Billy Mitchell e Hugh Montague
Trenchard.
O primeiro manifesto público para criar um serviço aéreo militar integrado surgiu
em 1928, quando um major do exército chamado Lysias Rodrigues escreveu um artigo
chamado “Uma necessidade premente: o Ministério do Ar”. Dois anos mais tarde, a
Missão Militar Francesa, trabalhando para o Exército Brasileiro, deu os primeiros pas-
sos para organizar um braço aéreo nacional. A ideia recebe maior apoio quando um
grupo de aviadores brasileiros vieram da Itália em 1934 e explicaram as vantagens de
se ter uma aviação militar unificada. Além disso, a Revolução Espanhola e os primeiros
movimentos da Segunda Guerra Mundial, no final dos anos 1930, mostraram a impor-
tância do poder aéreo para as estratégias militares.
Um dos principais defensores do plano para criar uma força aérea independente
foi o então presidente Getúlio Vargas. Ele organizou um grupo de estudos no início
de 1940 e toda a estrutura do Ministério da Aeronáutica foi criada no final desse
ano. Esta nova agência governamental era a responsável por todos os aspectos da
aviação civil e militar, incluindo regulação, infraestrutura e organização.
Formalmente, o Ministério da Aeronáutica foi fundado em 20 de janeiro de 1941 e
o seu ramo militar foi chamado “Forças Aéreas Nacionais”, alterado para “Força Aérea
Brasileira” (FAB) em 22 de maio daquele ano. Os ramos aéreos do Exército (“Aviação
Militar”) e da Marinha (“Aviação Naval”) foram extintos e todo o pessoal, aeronaves,
instalações e outros equipamentos relacionados foram transferidos para a FAB.
A fORçA AéREA bRAsILEIRA
5
O ano de 1944 ficou marcado, na
História do Brasil, por um episódio
ainda hoje pouco conhecido pela
maioria dos brasileiros: o envio do 1°
Grupo de Aviação de Caça da Força
Aérea Brasileira (1° GAvCa) à Itália,
com a missão de integrar o 350th Fi-
ghter Group da então Força Aérea do
Exército dos Estados Unidos (USAAF)
para combater as forças do Eixo.
Entre outubro de 1944 e maio de
1945, o 1° Grupo de Aviação de Caça
voou 445 missões de guerra, tendo
dezesseis caças Republic P-47D
“Thunderbolt” abatidos pela artilha-
ria antiaérea alemã. Cinco pilotos
morreram em combate e quatro em
acidentes. Outros onze saltaram de
pára-quedas, dos quais cinco foram
feitos prisioneiros, três conseguiram
esconder-se até o final da guerra e
outros três conseguiram saltar sobre
território amigo.
No total, quarenta e nove oficiais
aviadores foram enviados ao Tea-
tro de Operações do Mediterrâneo
(MTO), mas ao final de pouco mais de
seis meses de atividades o grupo viu-
-se reduzido a apenas 23 pilotos dis-
poníveis, já que o Governo Brasileiro
não enviara reposições suficientes
para os pilotos abatidos em com-
bate ou afastados do vôo. Nem por
isso, o mesmo número de missões
diárias deixou de ser cumprido, com
pilotos chegando a voar duas e até
mesmo três missões no mesmo dia,
com o esforço máximo acontecendo
durante a Ofensiva da Primavera, em
abril de 1945.
Durante o período de 06 a 29 de
abril de 1945, o Grupo de Caça Brasi-
leiro voou 5% das saídas executadas
pelo XXII Comando Aéreo Tático e, no
entanto, foram oficialmente atribuídos
aos brasileiros 15% dos veículos des-
truídos, 28% das pontes destruídas,
36% dos depósitos de combustível
danificados e 85% dos depósitos de
munição danificados.
Em terra, sob condições adversas
e sob temperaturas muito abaixo
das que estavam habituados, mais
de trezentos homens trabalhavam
na manutenção e rearmamento dos
P-47 Thunderbolt , bem como em toda
a estrutura por trás das operações,
mantendo o 1° GAvCa com um dos
maiores índices de disponibilidade do
Teatro de Operações do Mediterrâneo.
Com isso, o 1° GAvCa foi uma das
duas únicas unidades estrangeiras
condecoradas com a “Presidential
Unit Citation”, condecoração conce-
dida pelo Governo Norte-Americano
às unidades que se distinguiram
por “haver demonstrado heroísmo,
determinação e espírito de corpo no
cumprimento de sua missão em um
dado período, sob extrema dificuldade
e condições de perigo de forma a se
destacar das outras unidades partici-
pantes da mesma campanha”.
Fonte: Wikipedia
1º GRupO DE AvIAçãO DE CAçA
6 Revista Bravus
A história do CIAAR inicia-se em 1933, quando
foi sediado, em Belo Horizonte, o 4º Regi-
mento de Aviação do Exército Brasileiro. Nos
anos seguintes, a nomenclatura foi alterada diversas vezes,
como Destacamento de Base Aérea, Núcleo do Regimento
de Aviação, 4º Corpo de Base Aérea e, com a criação do
Ministério da Aeronáutica, em 1941, Base Aérea de Belo
Horizonte.
Em 1982, foi criado o Centro de Instrução de Graduados
da Aeronáutica (CIGAR), com a missão de formar a primeira
turma do Quadro Feminino de Graduadas, tornando-se
pioneiro na formação da mulher militar para a Aeronáutica.
Em 26 de setembro de 1983, nasceu o Centro de
Instrução e Adaptação da Aeronáutica, onde passaram a
ser formados diversos quadros para a Força Aérea. Hoje, a
MISSÃO do CIAAR é capacitar pessoas para o desempenho
da função como Oficial subalterno e intermediário na FAB.
A cada dia, o CIAAR firma-se como referência na área de
ensino do Comando da Aeronáutica.
A VISÃO da Organização é ser reconhecida como uma
escola de excelência na Aeronáutica, onde melhor são
formados os oficiais dos primeiros postos.
LEMA do CIAAR: Ser, Saber, Agir e Liderar (atitudes
imprescindíveis ao exercício do oficialato).
CIAAR
7
Escudo português com o chefe diminuto em blau (azul-
-ultramar), esmalte que simboliza a justiça, a lealdade e a
fidelidade, atributos inerentes aos componentes da Organi-
zação. À destra, o gládio alado em prata (branco), símbolo
da Força Aérea Brasileira. Subposto ao gládio encontram-
-se duas estrelas pentalfas, também, em prata (branco),
designativas do posto do Comandante da Organização,
Brigadeiro-do-Ar. À sinistra; a sigla da Unidade, “CIAAR”, em
prata (branco): Centro de Instrução e Adaptação da Aero-
náutica, cuja criação deu-se em 26 de setembro de 1983.
Campo em blau (azul-ultramar) tendo no coração um
triângulo eqüilátero, em goles (vermelho), símbolo que o
Estado de Minas Gerais carrega em sua bandeira. Unida-
de da Federação que sedia a Organização, esse triângulo
remonta à primeira insígnia pertencente à Unidade de
Aviação pioneira alocada nas instalações militares da Pam-
pulha, nos idos de 1934. Sobre o triângulo, aparece uma
águia estendida e estilizada em prata (branco), metal que
representa a visão prospectiva da nobreza da missão de
ensino no âmbito das Forças Armadas. A águia traduz-se na
vitória, na prosperidade, no poder e no espírito de liderança
que podem ser alcançados através da formação do Oficial.
No peito desta, visualiza-se uma silhueta em goles (verme-
lho) de uma lâmpada originária das lendas árabes, simboli-
zando a “luz do conhecimento”, através do qual os alunos e
estagiários alcançarão o oficialato.
Em contrachefe, encontra-se a frase “AD STELLAS
DOCERE”, significando “educar para as estrelas”, em prata
(branco).
Contorna o escudo um filete em prata (branco),
evidenciando o nível do Comando da Organização: Oficial-
-General.
HERáLDICACIAAR
8 Revista Bravus
AuTORIDADEs
Exma Sra Dilma RousseffPresidente da República
Exmo Ten Brig ArRaul BOTELHODiretor do DEPENS
Exmo Sr Jaques WagnerMinistro da Defesa
Exmo Sr Ten Brig ArNivaldo Luiz ROSSATOComandante da Aeronáutica
9
pALAvRAs DO COmAnDAnTE
Bravus, nome que escolheram para simbolizar esta turma de Médicos,
Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros, Capelães e tantas especialida-
des que se inserem hoje no novo Quadro de Oficiais de Apoio.
Ao escolher este nome, a Turma Bravus demonstra coragem, determinação e
confiança dos que acreditam na capacidade de vencer obstáculos individuais. Em
pouco tempo foram capazes de absorver conceitos e valores militares, incorporando
as características essenciais para o exercício do Oficialato.
Certamente encontraram barreiras, mas fazendo prevalecer o espírito de corpo,
com coragem para lutar, souberam triunfar e tornaram-se vencedores.
É gratificante poder compartilhar essa conquista.
Mostrem o aprimoramento profissional que adquiriram neste Centro de Instru-
ção e Adaptação nas Unidades para as quais forem designados. Continuem dedica-
dos, sendo verdadeiros suportes, ora chefiando, ora assessorando ou executando as
múltiplas etapas das atividades atribuídas à Força Aérea. Não esqueçam jamais des-
te Centro e da equipe de instrutores que trabalhou, diuturnamente, para entregar-
-lhes as ferramentas adequadas para o “MANDO” e para a “LIDERANÇA”.
Orgulhos da Força Aérea, com a certeza de que serão líderes exemplares, cum-
primento todos pela formidável lição de determinação e entusiasmo e pela grande
vitória.
Que venham outros sonhos, porque este, Turma Bravus, já foi conquistado!
Exmo Sr Brig Ar Robson GRANDELLEComandante do CIAAR
10 Revista Bravus
Para cumprir essa nobre
tarefa de formar Oficiais
para a Aeronáutica, o Cen-
tro de Instrução e Adaptação da Aero-
náutica (CIAAR) possui um Corpo de
Alunos (CA), constituído por Oficiais
instrutores, altamente qualificados.
O Corpo de Alunos é o setor do
CIAAR responsável por orientar e dou-
trinar, diretamente, todos os alunos
e estagiários do CIAAR, fornecendo
uma sólida base à formação militar dos alunos, contribuin-
do com a área acadêmica no sentido de construir a identi-
dade militar dos futuros Oficiais da Aeronáutica. É subdivi-
dido em Esquadrões, sendo que cada Esquadrão tem por
atribuições a coordenação das atividades administrativas e
de apoio aos discentes e o trato de assuntos relativos à for-
mação moral, cívica e social dos alunos e estagiários, bem
como a execução da instrução referente ao campo militar
dos currículos dos diversos cursos e estágios.
Corpo de Alunos
CORpO DE ALunOs
11
AuTORIDADEs
MARCELO BORGES Coelho 1º Ten Esp CTAAdjunto
Eliana Milagres PERON 2º Ten QOCON EFIAdjunto
CYNTHIA Henrique Duarte 1º Ten QCOA PEDAdjunto
JOEL de Castro Sales Maj AvComandante
Rodrigo FONSECA da Silva Rosa Maj AvComandante
EDUARDO Vítor de Jesus 1º Ten InfChefe
Luiz Guilherme da Silva MAGARÃO Cel AvComandante do Corpo de Alunos
JOERBET Morais Ferreira 1º Ten Esp COMAdjunto
1º e 2º esquadrões 3º esquadrãoseção de doutrina
e instrução militar
12 Revista Bravus
A Cadeia de Liderança foi criada com o objetivo de aperfeiçoar a
formação dos futuros oficiais no CIAAR, além de ser um elo facili-
tador entre os Alunos e seus respectivos Comandos. A Cadeia de
Liderança é composta por nove militares do 2° Esquadrão (Turma Invictus) e um
dos critérios de seleção é o desempenho militar dos Alunos durante o 1° ano do
Curso de Formação de Oficias Especialistas (CFOE).
Os membros da Cadeia de Liderança possuem características em comum
para o cumprimento da missão de guiar os esquadrões: o esmero no desempe-
nho das atividades, a pronta disponibilidade para orientar e a busca constante
pela melhoria pessoal. Tais características culminam na criação de um padrão
de comportamento e modelo moral a serem seguidos pelos outros esquadrões,
facilitando assim a formação do valor militar.
A interação entre os Esquadrões é permeada pelo mais puro espírito de
camaradagem, propiciando a comunhão dos valores, princípios e virtudes.
A troca de experiências com a Cadeia de Liderança permitiu que os desafios e
sacrifícios das etapas vencidas pudes-
sem impregnar o Esquadrão BRAVUS
do Espírito de Corpo, elemento intan-
gível, porém essencial para a criação
de um grupo coeso e disposto para o
cumprimento de qualquer missão.
Obrigado, Esquadrão BRAVUS, pela
paciência com nossas limitações, pela
oportunidade de participar da sua
formação militar e por nos permitir
enxergar a parte mais nobre da mis-
são de liderar: SERVIR.
Cadeira de Liderança Invictus
CADEIA DE LIDERAnçA
13
AApós a captação de
candidatos civis e
militares por meio de
concurso público, vem a importan-
te fase da formação e adaptação
dos novos alunos e estagiários
para a carreira militar e para o
Oficialato.
Nesta etapa está inserida a
Ajudância do Corpo de Alunos que
executa as atribuições administrativas afetas ao Setor
de Pessoal para o corpo discente.
Nela é produzida e por ela tramita toda a documen-
tação pertencente ao aluno/estagiário.
Possui em sua composição atual um Oficial e sete
Graduados da especialidade de serviços administra-
tivos.
Ajudância do Corpo de Alunos
CADEIA DE LIDERAnçA
AJuDÂnCIA DOCORpO DE ALunOs
14 Revista Bravus
Ajudância da Divisão de Ensino
LIANA Caron de Oliveira Ten Cel Psc Chefe da Divisão de Ensino
DIvIsãODE EnsInO
15
Batalhão de Infantaria - 73
Seção de Educação Física - SEF
ApOIODIvIsãODE EnsInO
16 Revista Bravus
ÍnDICE
Editorial 3
A Força Aérea Brasileira 4
1º Grupo de Aviação de Caça 5
CIAAR 6
Heráldica 7
Autoridades 8
Palavras do Comandante 9
Corpo de Alunos 10
Autoridades 11
Cadeia de Liderança 12
Ajudância do Corpo de Alunos 13
Divisão de Ensino 14
Apoio 15
C3E3 18
Novo Quadro - QAOAP 19
CAMAR 20
CADAR 21
CAFAR 22
EAOEAR 23
EAOAP 24
EIAC 25
Entrada Simbólica 28
Início 30
Quinzentena 32
Final de Quinzentena
e Confraternização 35
Grito de Guerra 38
Treinamento Militar 40
Liminaristas 44
Rotina 45
Entrega do DOM 48
Platina e Bandeira 49
Acampamento 50
Heráldica 54
HCAMP 56
Viagem de Instrução à Manaus 62
CASOP 64
Final de Curso 68
Formatura 72
Culto 73
Diplomação e
Descerramento da Placa 74
Entrega de Espadas 76
Baile 78
Humor 80
Comissão de Formatura 86
17
ÍnDICE
18 Revista Bravus
C3E3
Abreviados a C3E3, o Curso de Adaptação de
Médicos da Aeronáutica, o Curso de Adapta-
ção de Dentistas da Aeronáutica, o Curso de
Adaptação de Farmacêuticos da Aeronáutica, o Estágio
de Adaptação de Engenheiros da Aeronáutica, o Estágio
de Adaptação de Capelães e o Estágio de Adaptação de
Oficiais de Apoio, encontraram uma forma mais simples de
denominação e uma identidade.
Os cursos e estágios ministrados simultaneamente para
uma grande turma formada por profissionais destas áreas,
tem a duração de 17 semanas e o objetivo é proporcionar
conhecimento a respeito de teorias e ensinamentos que
possibilitem ao Oficial atuar com eficiência na gestão de
pessoas e processos e na ampliação da cultura geral.
Além das características de resistência física, neces-
sária ao profissional militar, o curso busca sedimentar no
estagiário os princípios basilares da instituição, os fun-
damentos de ética e os valores inerentes ao profissional
militar.
O curso também visa a adaptar o profissional às condi-
ções peculiares do ambiente em que exercerá a sua ativida-
de ou especialidade e proporcionar conhecimento sobre a
estrutura e o funcionamento do Comando da Aeronáutica,
bem como sobre os procedimentos de rotina do Oficial nos
vários setores, de acordo com a sua área de atuação.
Est Emília
19
C3E3 nOvO QuADROQAOAp
Para a maioria dos candidatos
que concorriam às poucas ou únicas
vagas de suas especialidades, a
preparação para o concurso exigiu
muita dedicação, como conta Lívia
Farias, Psicóloga, que já era Oficial
temporária da FAB: “Abri mão de
muitas coisas para estudar, fechei
meu consultório, saí de cursos que
fazia, deixei de sair com amigos.
Mas eu tinha certeza que esse era o
caminho certo e não me arrependo
de nada. Quando sonhamos, escreve-
mos nossa própria história”.
Thiago Filardi Ferreira, Contador,
era Sargento da FAB, especialista em
Eletromecânica e, por necessidade de
serviço, foi designado para a Seção de
Finanças da unidade onde servia. “Foi
a partir daí que começou meu gosto
por contabilidade, o que me incenti-
vou a cursar a faculdade e possibilitou
prestar o concurso para o Quadro de
Apoio”.
Dos 16 estagiários do QOAP, 10
já eram militares, entre eles Oficiais
temporários, sargentos da FAB e ex-
-soldados. Todos viram no novo Quadro
uma oportunidade de seguir carreira
ou alcançar um posto mais alto.
Est Emília
O Quadro de Oficiais de Apoio (QOAP) foi criado em 2013 e abrange
as especialidades que antes faziam parte do extinto Quadro Com-
plementar de Oficiais da Aeronáutica (QCOA), que tinha apenas
militares temporários.
O QOAP é formado por Oficiais de carreira, que podem chegar até o posto de Coronel.
O primeiro concurso foi aberto em 2014 e, após passarem por etapas de
prova escrita, inspeção de saúde, testes de aptidão psicológica e física, os candi-
datos foram selecionados formando o grupo matriculado no Estágio de Adapta-
ção para Oficiais de Apoio (EAOAP), que foi reunido com outras especialidades
(médicos, dentistas, farmacêuticos e capelães), formando o C3E3.
Nesta primeira turma do QOAP foram abertas vagas para profissionais de
Administração, Análise de Sistemas, Ciências Contábeis, Enfermagem, Jornalis-
mo, Pedagogia, Psicologia, Serviços Jurídicos e Serviço Social.
Enquanto aprendem ou relembram normas, legislações e postura militar, 16
homens e mulheres começam a escrever mais uma parte da história da FAB.
A primeira turma do QOAP é repleta de histórias de superação e de pessoas
determinadas, como Gutemberg Almeida, Administrador, que foi soldado do
Exército e decidiu seguir na carreira como Oficial: “Desde o princípio eu via nas
Forças Armadas uma oportunidade de ter uma carreira digna. Fui aprovado para os
cursos de Oficial da Marinha e da Força Aérea, mas a oportunidade de fazer parte da
primeira turma do Quadro de Apoio me fez optar pela FAB, onde me sinto orgulhoso
e honrado”.
20 Revista Bravus
CAmAR
“Se quer ir rápido, vá só. Se quer ir longe, vá
em grupo.” - Provérbio africano
No dia 26/01/2015, 45 médicos, milita-
res e civis, de diferentes origens, especialidades e personalida-
des, se encontravam pela primeira vez como um único grupo,
em uma fria madrugada no pátio do Corpo de Alunos. Eram,
no momento, simples Estágiários... De “cotonete”, ansiosos
com o início do curso, e preocupados com o desconhecido.
Mas, apesar da insegurança, sentiam uma imensa vontade de
superar quaisquer obstáculos que viriam a aparecer. Afinal, na
vida de todos ali presentes, não foram poucas as dificuldades
já ultrapassadas. Muitas, piores do que as que viriam.
“Começamos muito mal”. Um universo novo para muitos;
um difícil recomeço para outros. Após 11 intermináveis dias,
teve por fim o TMB. Várias lembranças marcam esse período.
Noites mal dormidas, canções superficialmente decoradas,
correria e cansaço, “probleminhas”, SDS... saudade. Mas, ne-
nhuma palavra define melhor este momento de nossas vidas
do que esta: superação.
Pois foi com muita superação que passamos não só por
esse difícil período, mas por todos os outros que viriam. Ao
longo do curso, descobrimos dentro de nós mesmos uma
força que não sabíamos que existia. E, com ela, fomos nos
superando cada vez mais. Frases como como “Eu nunca
passaria por isso.”, “Eu não vou aguentar.” foram ficando para
trás, enquanto seguíamos em frente. Nenhum de nós sairia do
CIAAR como entrou.
Os meses foram passando. Acampamento, HCAMP,
Provas, TACFs.. E o grupo de tenentes estágiários continuou
evoluindo, individual e coletivamente, sempre com essa nova
força nos guiando. Sentimos muitas dificuldades, e passamos
por sensações e situações nunca antes imaginadas. Mas, a
cada passo adiante, uma vitória. Aprendemos, sobretudo, a
dar valor a pequenas, diversas coisas... que, antes, passavam
desapercebidas.
Ao longo do tempo, longe de casa e de amigos, uma nova
família foi se formando. O sucesso de um era motivo de comemo-
ração para todos. Do mesmo, a tristeza era igualmente comparti-
lhada. Nos apoiamos uns nos outros, aprendendo o significado do
tão falado “Espírito de Corpo”. Grandes parcerias e amizades se
formaram. Infelizmente, dois amigos deixaram nosso convívio...
mas, como para todos nós, um brilhante futuro lhes está garanti-
do. Crescemos, aprendemos, e nos fortalecemos juntos.
E, finalmente, chegamos ao fim dessa jornada. Um longo
período de 4 meses... pequeno, porém, diante de nossos
sonhos, e de toda valiosa vida que se oferece à nossa frente.
Voos mais altos serão alçados. Cada “guerreiro” seguirá seu
próprio caminho, mas sem nunca esquecer das raízes aqui
fincadas, nem dos valores de nossa nobre profissão.
Voltemos então à nossa saudosa rotina. Sessões clínicas,
ambulatórios, plantões, centros cirúrgicos... Agora, como
Oficiais Médicos da Força Aérea Brasileira. Mas, quando a vida
nos brindar com novos desafios, e pensemos em fraquejar,
que sempre nos venha em mente a imagem daquele simples
estágiário. Que com perseverança, resiliência, e, sobretudo,
superação, cumpriu sua missão.
“A função do médico é curar, às vezes; aliviar, frequente-
mente; confortar, sempre.” - Oliver Wendell Holmes
Est Pedro
21
CAmAR CADAR
Muitos meses, muitos dias, muitas horas, fins
de semana, feriados, festas... Abrimos mão
de muitas coisas para estarmos aqui. O
EACADAR, Exame de Admissão ao Curso de Adaptação de
Dentistas da Aeronáutica exige muito de nós para passar-
mos em um dos concursos mais disputados da Odontolo-
gia do Brasil. Tenho certeza que todos temos muito orgulho
desta conquista.
A carreira do dentista da FAB permite que exerçamos
nosso ofício com dignidade, amor e respeito à nossa profis-
são e ao nosso paciente. A carreira militar aumenta nosso
orgulho e amor ao nosso país. Defender a nossa pátria
fazendo o que amamos é o melhor que poderíamos ter de
nossas vidas profissionais. Além de tudo isso, conhecer os
grandes amigos que fazemos no CADAR, lidar com guerrei-
ros extremamente competentes e dedicados a suas vidas
e seus pacientes torna nossa estada no CIAAR, nesses
quatro meses, mais que especial. Agradeço a Deus todos
os dias por estar com vocês, amigos dentistas. Agradeço
também pelo esquadrão tão heterogêneo e unido que for-
mamos aqui. C3E3, marcado para sempre em nossas vidas.
CADAR, vai ser um enorme prazer seguir minha carreira
com vocês, lutadores.
Que Deus nos abençoe.
Est Lima
22 Revista Bravus
CAfAR
Enfim, CAFAR 2015!
0 tão sonhado sonho de ver nossos nomes
na lista de aprovados do EACAFAR (Exame de
Admissão do Concurso de Farmacêuticos da Aeronáutica)
se tornou realidade. Nesta trajetória, nada foi fácil. Dias,
meses e anos de intenso estudo, férias abdicadas, amigos
e famílias deixados de lado e trocados por pilhas e pilhas
de livros. Rang Dale, Henry, Goodman, Tietz... Esses foram
nossos companheiros por muitas e muitas horas. Esforço
e dedicação, ano após ano, empenhados mais e mais, até
alcançarmos esta vitória.
A competitividade desse longo e emocionante processo
seletivo deu lugar ao companheirismo. Se antes disputá-
vamos vagas, hoje somos irmãos de armas, orgulhosos
em servir a Força Aérea Brasileira. Embora afastados pela
distância física, já que cada um de nós seguirá para uma
localidade do Brasil, estaremos sempre unidos e prontos
para ajudar.
A conclusão do CAFAR tem o sabor do dever cumprido,
das dificuldades superadas, de amizades sólidas e de mo-
mentos inesquecíveis compartilhados. Traz consigo a certe-
za de que acumularemos muitas outras vitórias das quais
somos merecedores pelo talento e predicados morais.
Iniciamos um novo ciclo em nossas vidas, realizados por
servir à Pátria, exercendo a profissão farmacêutica!!
Est Calliari, Est Laina e Est Mariana Pires
23
EAOEAR
O Estágio de Adaptação de Oficiais Engenheiros
da Aeronáutica no ano de 2015 foi composto
pelas especialidades de Agrimensura, Civil,
Computação, Elétrica, Eletrônica, Mecânica e Telecomunica-
ções. 50 engenheiros, vindos de várias localidades do país,
com várias experiências, militares ou não, representando
diferentes áreas da Engenharia e buscando honrar as tradi-
ções de Villagran Cabrita, Patrono da Engenharia Militar.
A Engenharia se faz presente em várias Organizações
militares da Força Aérea, estando sempre na vanguarda do
crescimento, inovação e do desenvolvimento tecnológico
do país.
Os novos integrantes do Quadro de Oficiais Engenheiros
têm como objetivo contribuir com a Força Aérea com suas
experiências, vivências, dignidade, competência, disciplina
e altivez.
A arte do ensino é saber aprender. Nesse sentido, o
curso proporciona experiências inigualáveis aos seus
participantes. Cada dia no CIAAR é um dia de aprendizado
e o EAOEAR nos proporcionou amadurecimento e experi-
ências inigualáveis que guardaremos e compartilharemos
ao longo de nossas carreiras.
É com imenso orgulho que fazemos parte deste quadro,
reconhecidamente essencial para a Força Aérea Brasileira,
levando à pátria sempre à vitória e sendo cada vez mais
marcante em nossa história.
Est Osvaldo
24 Revista Bravus
EAOAp
O Estágio de Adaptação de Oficiais de
Apoio tem como objetivo formar Oficiais
preparados para a gestão de pessoas e
processos, além de ensinar, através das instruções
e experiências vividas, os princípios de hierarquia e
disciplina, os fundamentos de ética e valores inerentes
aos militares.
O EAOAP também visa proporcionar conhecimento
geral sobre a Força Aérea e à adaptação dos futuros Ofi-
ciais às condições dos ambientes em que exercerão suas
atividades.
Gustavo Carvalho era Sargento da FAB, cursou Direito
e integra a primeira turma do EAOAP: “Após o desafio de
passar no concurso, enfrentamos o Estágio de Adaptação,
em que encontramos ou reencontramos nossos limites.
Mas também é um enorme privilégio poder participar
dessa experiência, convivendo com pessoas altamente
capacitadas e que proporcionam engrandecimento pessoal
e profissional ímpares”.
Est Emília
25
EIAC
A missão dos capelães é continuação do mandato
do Senhor Jesus que ordenou que o Evangelho
chegasse aos confins da terra. Desta forma, em
cada ser humano há uma abertura ao transcendente, lugar
do encontro com o Ressuscitado, mediante a livre acolhida do
Deus humanizado. Portanto, seja qual for a distância a que se
encontre ou em que estado de vida peculiar o ser humano es-
teja chamado a viver, possui o direito de ouvir a Boa Nova. Os
militares, ministros da Paz e peritos na guerra, pelo modo de
vida da caserna são acompanhados pelos ministros de Cristo,
que vivem sob as mesmas condições que eles.
Assim, os Capelães Militares são discípulos e missio-
nários de Cristo, que anunciam o evangelho a esta parcela
do povo de Deus, chamada militares. Anunciam não algo
complementar à vida do ser humano, como o útil e o
prático, mas o fundamento no qual a vida pode ser firmada
com segurança: a Verdade. Estes missionários de Cristo,
Padres e Pastores, seja no mar, na terra e no ar partilham
do mesmo destino da tropa e nesta querida escola, CIAAR,
apreendem a formar um único corpo, de forma que nossos
militares podem dizer com orgulho e segurança: não
importa o tempo, quer na paz ou na guerra, somos flanque-
ados por Deus pela presença de nossos capelães. Ao nosso
3º Esquadrão forjado, por esta escola, para alcançar as
estrelas seja concedida a benção de Deus Todo-Poderoso.
Est Vieira
26 Revista Bravus
27
“sER,sAbER,AGIR ELIDERAR”
Lema do CIAAR
28 Revista Bravus
EnTRADAsImbÓLICA
porque havíamos ESCOLHIDO estar
ali. Éramos pessoas desconhecidas
uns para os outros, nomes sem rostos
e rostos sem nomes. A maioria de
nós sequer sabia marchar ou tomar
a posição correta de “sentido” e
“descansar”, mas entramos em forma
e marchamos; tomamos a posição de
sentido e cantamos, de forma tímida,
porém orgulhosa, o Hino Nacional.
Ainda não compreendíamos o quanto
a formação para o oficialato mudaria
nossa maneira de ser, pensar e agir;
não compreendíamos que, a partir
daquele momento, estávamos sendo
formados para sermos líderes, e
líderes exemplares; que teríamos
que aprender a obedecer, antes de
comandar; que nossos limites seriam
testados e superados, porque precisá-
Naquele dia, estávamos
ali para mostrar como
chegamos. Mostrar
quem éramos antes daquilo que nos
tornaríamos durante nosso período
curto, porém intenso, de formação
no Centro de Instrução e Adaptação
da Aeronáutica (CIAAR). Éramos
médicos, dentistas, farmacêuticos,
engenheiros, administradores, analis-
ta de sistema, contador, enfermeiras,
jornalista, pedagogos, psicóloga,
bacharéis em direito, assistentes so-
ciais ou capelães; alguns, já militares,
outros tantos, civis. Estávamos felizes
por estar ali, mas ansiosos pelo que
nos esperava. Não sabíamos ao certo
todas as coisas que estavam prepa-
radas para nós, mas sabíamos que
enfrentaríamos o que quer que fosse,
vamos saber o quão capazes éramos
de fazê-lo. Ali, naquele momento,
nos foi dito que começaria em nós
uma mudança imensurável, que não
se manifestaria apenas na carreira
militar, mas em cada atitude e escolha
que fizéssemos dali em diante e que,
mais do que nunca, nossos princípios
e valores seriam constantemente
avaliados e julgados através de nossas
ações. A partir dali, seríamos espe-
lhos, e estávamos ali para aprender a
melhor forma de sê-lo. A sensação de
estar prestes a fazer parte da Força
Aérea Brasileira começou a se concre-
tizar naquele momento dentro de nós,
e a transformação começou.
Est Camila Santiago
29
“Não sabíamos ao certo todas as coisas que estavam preparadas para nós, mas sabíamos que enfrentaríamos o que quer que fosse, porque havíamos ESCOLHIDO estar ali.”Est Camila Santiago
30 Revista Bravus
InÍCIO
“Enchi o peito de féA batida do coração desceu pro pé. E assim eu entrei no CIAAR.”Est André de Melo
31
InÍCIO
Isso tudo misturado
Gerou um sentimento que ficou firmado
Se transformou em força e entusiasmo
No coração de todos que estavam ali
Eu vim do meio civil
E quando ouvi o Hino do meu Brasil
Não resisti
Lágrimas deixei cair.
Est André de Melo
Eu vim do meio civil
E quando vi a Bandeira do Brasil
Meu coração começou a pular.
Sem saber ainda marchar
Enchi o peito de fé
A batida do coração desceu pro pé
E assim eu entrei no CIAAR
Era a alegria de um sonho que se realizava
O medo por não saber o que nos esperava
A saudade dos que ficaram em casa
E a vontade de à Patria servir.
32 Revista Bravus
15 dias? 11 dias? Na verdade nem sei que
dia é hoje. Tenho vontade de dormir,
de não levantar, de não acordar. Já é
hora de despertar, vamos cantar, vamos marchar, o sol vai
demorar a apontar. Camiseta passada, tênis limpo, barba
feita, coque impecável, corre, já está por atrasar. Flexão
e flexão, cabeça erguida para sustentar. Vamos que
vamos. o dia vai começar. Os olhos fecham sem querer,
os joelhos não levantam para a marcha manter, parece
nada mais obedecer. As canções são palavras numa es-
trada sem fim, em busca do castelo lendário, onde canta
o sabiá. E ai se o xerife chorar, probleminhas vão rolar.
Meia-noite, hora de descansar, mas antes tem de passar,
decorar, arrumar, copiar, banhar, ligar... Acionamentos
reais e imaginários atormentam o estagiário. Dias longos,
quando vão acabar? Sem saber se vamos resistir se
vamos aguentar, percebemos que além dessa fragilidade
da necessidade humana nasce um militar. Disciplina,
amor e coragem e nosso primeiro sucesso, conseguimos
conquistar.
Est Mayra
QuInZEnTEnA
“Camiseta passada, tênis limpo, barba feita, coque impecável, corre, já está por atrasar.”Est Mayra
33
QuInZEnTEnA
34 Revista Bravus
“Pouco antes das seis horas da manhã. Ainda não havia amanhecido e um bando atordoado de 150 pessoas tentavam entrar em forma no pátio do Corpo de Alunos. Alguns nem sabiam o que era entrar em forma. Poucos tinham tido uma boa noite de sono, na expectativa do que estava por vir.Já era a segunda vez que eu passava por aquilo, naquele mesmo pátio, mas não sabia ainda o que pensar.”Est Emília
35
fInAL DE QuInZEnTEnAE COnfRATERnIZAçãO
36 Revista Bravus
“Aprender a ser militar em pouco tempo era o desafio. Adequar-se a Doutrina era a ordem. Muito suor rolou pelos rostos daqueles que formariam a Turma Bravus. O sono era o inimigo e vencê-lo era quase impossível.”Est Honório
O primeiro dia de Quinzentena iniciou-se com
correria, “choro e ranger de dentes”.
Aqueles futuros Estagiários que ali esta-
vam em forma (ou melhor, estavam em um rascunho do
croquí do esboço do rabisco do projeto de uma tropa), de-
monstraram, ali, susto, medo do desconhecido. Os instru-
tores já chegaram cobrando movimentos rápidos, posições
nunca antes executados pela maioria e lançavam mão da
ordem “para a flexão 1,2” para corrigirem os erros.
Os futuros Estagiários deveriam saber a fraseologia
afixada no quadro de avisos do Esquadrão, deveriam saber
apresentar-se ao mais antigo, pois as flexões estavam ali
para ativar a memória do “guerreiro”.
Aprender a ser militar em pouco tempo era o desafio.
Adequar-se a Doutrina era a ordem. Muito suor rolou pelos
rostos daqueles que formariam a Turma Bravus. O sono era
o inimigo e vencê-lo era quase impossível.
Corridas, flexões, fraseologia, canções militares, tudo
deveria ser executado com maestria.
Foram longos dias (intermináveis dias, para dizer a ver-
dade!), mas acabara, assim como começou: com correria,
com choro - dessa vez de alegria. E valeu a pena, pois a
partir daquele dia 5 de fevereiro, pudemos ser chamados
de Estagiários e não mais como rascunho do croquí do
esboço do rabisco do projeto daquilo que nos tornaríamos:
“BRAVUS”.
Est Honório
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38 Revista Bravus
GRITO DE GuERRA
39
GRITO DE GuERRA
Surge da GeraisUm esquadrão audazVibrante, guerreiroNa guerra ou na pazHomens, mulheresProntos pra missãoDe servir a Força AéreaEm defesa da naçãoFé, apoio, saúde, engenhariaBravos oficiaisCuja força irradiaForça Aérea Brasil!
40 Revista Bravus
TREInAmEnTOmILITAR
“No treinamento militar, passamos por muitas dificuldades que com certeza nos engrandece como pessoas e nos preparam para liderar e tomar decisões nas situações de adversidades que irão surgir durante a carreira.”Est Gutemberg
41
TREInAmEnTOmILITAR
O desenvolvimento das
atividades essencial-
mente militares se fun-
damenta nas instruções que abran-
gem ordem unida, prática de tiro,
exercício de campanha, além de um
intenso programa de endoutrinamen-
to a que os estagiários são submeti-
dos. A instrução militar visa estimular
em todos os instruendos o espírito de
corpo, a marcialidade, o autocontrole,
a prontidão, a confiança e a supera-
ção – qualidades que perpetuarão na
carreira do futuro oficial militar.
Ten Eduardo
42 Revista Bravus
“As emoções vividas aqui nunca serão repetidas, ou esquecidas... São incomparáveis!”Est Joyce
“Experimentamos provações e adversidades durante todo o curso. Poucos são testados aos limites físicos, mentais e espirituais como nós.”Est Gutemberg
43
44 Revista Bravus
LImInARIsTAs
Acordar!!! Este é o primeiro passo para realizar um sonho!
E foi assim, depois de acordar, e trabalhar duro que tivemos a
oportunidade de fazer parte da Turma Bravus!
Vivemos cada dia intensamente, vibrando e honrando nossa farda, com a
incerteza de até onde nos deixariam ficar!
Enfim, após esses quatro meses, compartilhando alegrias, tristezas e apren-
dizados temos orgulho de fazer parte desta família!!! Aprendemos a dar valor ao
pouco e a superar nossos limites! Experimentamos a alegria de servir a popula-
ção compartilhando nossas habilidades técnicas e deixamos a Amazônia com
a certeza de que a maior nobreza das Forças Armadas não reside em levantar
armas, mas sim em levar cidadania e esperança a quem realmente precisa!
O orgulho de ouvir o Hino Nacional vestindo a farda traduz-se em força para con-
tinuar...acreditando que nascemos para
servir e fomos forjados para fazê-lo sob
os pilares da Hierarquia e Disciplina!
Vivemos com alegria o presente,
porque o futuro é incerto..... Mas
eternamente o BRA-VUS povoará
nossa alma e nos manterá presentes
no Espírito de corpo construído por
144 nobres guerreiros.
Est Calliari, Est Carolina Franco,
Est Lima e Est Noce
“A maior nobreza das Forças Armadas não reside em levantar armas, mas sim em levar cidadania e esperança a quem realmente precisa!”
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LImInARIsTAs ROTInA
“Um novo toque de corneta e entra-se em forma, prontos para o início das atividades diárias.” Est Joyce
pARADA DIáRIA
TEsTE fÍsICO
46 Revista Bravus
A rotina é exaustiva. Antes mesmo da alvorada
o dia já começou. Aos primeiros toques da
corneta, o uniforme, a organização do aloja-
mento. Segue-se para o rancho. Os encontros, os sorrisos,
o bom dia.
Um novo toque de corneta e entra-se em forma, prontos
para o início das atividades diárias.
A disciplina do corpo e da mente padroniza os movimen-
tos nas aulas de Ordem Unida. Todos são um só e cada um
são todos no acerto, no erro, na sincronia.
A Parada Diária é um momento especial. Os esquadrões
em forma mostram unidade e força, um conjunto. A banda
sempre impecável. No canto do Hino e no hasteamento
do Pavilhão Nacional, o peito cheio de orgulho faz bater
mais forte os corações. Nesse momento, o melhor aparece:
marchamos para mostrar as mais dignas qualidades do
futuro oficial. Quando a canção do dia empolga, dá vontade
de fazer tremer as janelas do Pátio do Corpo de Alunos...
com garbo e elegância.
De novo o rancho, de novo em forma, sempre prontos...
sempre guiados pelo rigor severo do tempo, do relógio.
No Auditório, as instruções além de informação trazem
exemplo de conduta e liderança, de dedicação e competên-
cia, trazem a responsabilidade por si e pelo grupo.
O Treinamento Físico Militar objetiva o adequado condi-
cionamento físico da tropa para o cumprimento da missão
e é também o momento de liberar energia, pagar flexão,
fazer uma corridinha pensando “o que é que eu tô fazendo
aqui?”
No final do dia o alívio... mas ainda há a apostila, ainda
há a canção para amanhã, preencher o arraçoamento para
a semana que vem, treinar para a passagem de servi-
ço, lembrar de assinar a rela, puxar o quarto de hora da
madrugada, engraxar o bute, passar o uniforme do dia de
amanhã...
E antes que isso tudo seja feito, muito antes do que a
gente precisava, toca-se novamente a corneta e o toque do
silêncio, às vezes tão triste, mas sempre tão bonito, mostra
que precisamos descansar.
Est Joyce
RAnCHO
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“Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida.”MONIZ BARRETO. Carta a El-Rei de Portugal, 1893
“De novo o rancho, de novo em forma, sempre prontos... sempre guiados pelo rigor severo do tempo, do relógio.”Est Joyce
ORDEm unIDA
48 Revista Bravus
EnTREGA DO DOm
144 estagiários recém saídos da quinzentena, um es-
quadrão ainda repleto de bizonhos. E foi ainda nesse
estado que começamos a levar o CIAAR no peito. A
entrega do Distintivo de Organização Militar, mais do que uma cerimônia militar,
mais do que outro degrau da nossa formação, representava a nossa incorpora-
ção à escola. Abandonávamos então o cotonete para começar a ostentar com
orgulho em nosso peito o 10º uniforme com o DOM do CIAAR. De agora em
diante, na carreira que agora se abre a nossa frente, passaremos cada um por
diferentes OM, com outros distintivos. Mas fica a lembrança, na memória e no
coração, dos momentos vividos com esse primeiro DOM no peito.
Est Noce
“E quando tive novamente em minhas mãos o DOM do CIAAR, o mesmo que me acompanhou em 2012, tive a certeza que estava onde sempre quis estar, na situação em que sempre sonhei voltar.”Est Joyce
49
EnTREGA DO DOm
pLATInA E bAnDEIRA
Grande símbolo do oficialato, a platina marca
de maneira definitiva o início da vida militar
dos ainda estagiários da Força Aérea Brasi-
leira. Emoção indescritível ao receber das mãos de nossos
familiares, amigos, instrutores e mais antigos tamanho
presente. Recompensa por longas semanas de esforço
e dedicação, a platina vem para coroar cada momento
que vivemos dentro do CIAAR e nos inspirar com garra e
determinação para completarmos a caminhada de forma
brilhante até o dia da formatura.
Est Aline Reinozo
50 Revista Bravus
ACAmpAmEnTO
“Descobrimos que somos capazes de fazer uma marcha de mais de 3h carregando uma mochila de 20kg nas costas, um mosquetão de mais uns 2,5kg no ombro (direito, não vale revezar), fora aquele capacete confortabilíssimo na cabeça;”Est Camila Santiago
51
ACAmpAmEnTO
Caminharam em fila por oito quilômetros em
meio à escuridão e sobre a lama. Carregaram
pesadas mochilas às costas, capacetes incô-
modos na cabeça e mosquetões que pareciam aumentar
de peso ao passar das horas. Entoaram canções até quase
perder a voz.
Alguns sentiram dores insuportáveis nas costas, perde-
ram o fôlego ou torceram os pés. Alguns quase fadaram.
Mas seus companheiros não os deixaram desistir, car-
regaram seus fuzis, revezaram suas mochilas. E a marcha
prosseguiu noite adentro e abaixo de uma chuva que ora se
fazia fraca, ora aumentava as poças pelo caminho repleto
de descidas e subidas íngremes.
Finalmente, chegaram ao local do acampamento, com a
força de uns levantando e empurrando os outros.
E isso tudo foi só o começo.
Quatro dias depois, quando achavam que havia acaba-
do, mais quatro quilômetros de marcha os esperavam. Só
que, dessa vez, a exaustão já iniciou estampada em faces
mais magras e sujas. Tudo era mais pesado, as mochilas,
os mosquetões, os capacetes, os coturnos e o clima que
pairava em meio às canções resmungadas. Quase não
havia mais voz para gritar, as gargantas estavam secas e o
sol forte castigava.
Mais uma vez, a força de uns levantou e empurrou os
outros. Mas a força determinante nessa hora foi interna e
pessoal e todos, grandes ou pequenos, fortes ou frágeis,
homens ou mulheres – cada qual vencendo suas próprias
lutas –, cumpriram sua missão.
Aprenderam importantes lições, mas principalmente a
se manterem unidos para suportar e superar as dificulda-
des.
Est Emília
52 Revista Bravus
53
Marcha noturna de 8Km com mochila pesada. A mochila é o peso
do seu conforto, e ainda tem o fuzil para carregar. Longo caminho
a percorrer. O cansaço toma conta e a ansiedade pelo desconhe-
cido também. Uma cama quente e noite tranquila não aguardam a Companhia.
Somos números e temos cangas, companheiros dessa fase inesquecível e temi-
da do curso. Os dias se arrastam e tarefas árduas são dadas aos pelotões. Tora de
madeira para quem esquecer o fuzil, toquinho vermelho para quem não estiver
com a farda “alinhada” no meio do lamaçal vermelho. Descobrimos que lenço
umedecido é o item de sobrevivência mais versátil e essencial. Levaremos “pra
vida”. Azimute, bivaque e balalaica: mais expressões foram incorporadas ao nosso
vocabulário. Aprendemos a dar valor ao tempo, a um banho quente, ao conforto
de nossas casas , a uma refeição feita com as mãos limpas e a moderar nossas ne-
cessidades. Voltamos muito enlameados porém mais fortes e operacionais. Uma
longa marcha de ida e volta, uma caminhada de auto conhecimento e também do
próximo. Momentos de superação, onde vimos o quanto somos Bravus.
Est Lívia Mourão
“Enfim, descobrimos que, de fato, sozinhos chegamos mais rápido, mas, juntos vamos mais longe!”Est Camila Santiago
54 Revista Bravus
HERáLDICA
Sobrelevado em céu azure anil
Protegido pelo vert e jalde do pavilhão nacional
Irrompe o escudo emblemático e imponente
Conduzido pelas asas do sabre argente
Que ao rugir do leão, símbolo da bravura
Rege a união entre as especialidades
Engenharia, capelania e apoio à dextra
E à sinistra farmácia, odontologia e medicina
Como as honrarias nos campos de batalha
Avultadas pela faixa Bravus!
Est Andrea
55
HERáLDICA
56 Revista Bravus
HCAmp
“Na verdade, durante o Hospital de Campanha, viramos grupamento EMA, dormimos em barracas climatizadas , em camas operacionais, em harmonia com a natureza (leia-se escorpiões, aranhas e cobras). É muita luta!”Est Lívia Mourão
57
HCAmp
“Servir é a nossa missão, nas asas do avião!”Hino da Saúde da Aéronautica
58 Revista Bravus
59
O Hospital de Campanha (HCAMP) é uma ativi-
dade que permite aos estagiários do CAMAR,
CADAR, CAFAR, Apoio (enfermagem) e EIAC
(capelães) exercerem suas respectivas especialidades. É
um momento aguardado pois é retomado o contato com os
pacientes, onde atender e fazer o bem sem olhar a quem
são prioridades.
Durante o HCAMP, aprendemos a montar barracas e a
entendermos seu funcionamento. Muitos pacientes foram
atendidos, tanto os previamente triados pela Prefeitura de
Lagoa Santa, como a demanda espontânea. Todos pronta-
mente atendidos pela Turma Bravus. Na verdade, durante o
Hospital de Campanha, viramos grupamento EMA, dormi-
mos em barracas climatizadas , em camas operacionais,
em harmonia com a natureza (leia-se escorpiões, aranhas
e cobras).
É muita luta! Participamos de reuniões do pôr-do-sol,
acordamos mais tarde (com o toque de alvorada). Melhor
do que o acampamento: deixamos de ser estagiários ou
números, o tempo do banho não era controlado e a gandola
passou a ser aliviada.
Descobrimos que, em tempos de paz, o HCAMP leva
cidadania, acesso à informação, saúde e carinho a quem
precisa. Porém, o maior aprendizado foi a importância do
atendimento em equipe e o quanto podemos fazer diferen-
ça na vida de desconhecidos. Foi gratificante e edificante.
“Servir é a nossa missão, nas asas do avião!”
Est Lívia Mourão
“Descobrimos que, em tempos de paz, o HCAMP leva cidadania, acesso à informação, saúde e carinho a quem precisa.”Est Lívia Mourão
60 Revista Bravus
“vERás QuE um fILHO TEu nãO fOGE à LuTA”
Hino Nacional Brasileiro
61
62 Revista Bravus
vIAGEm DE InsTRuçãOà mAnAus
A ideia da viagem a Manaus, a princípio, parecia
estranha. Afinal, como essa viagem contribuiria
na formação militar? A possibilidade de viajar
em uma aeronave da FAB, C-130, o famoso Hércules, alterava
os ânimos. Chegado, enfim, o grande dia, mesmo com algu-
mas mudanças nos horários de partida devido à disponibili-
dade das aeronaves, todo o esquadrão conseguiu embarcar.
A missão começava a ser executada com sucesso.
Diante da cidade surgia então a curiosidade de desven-
dar toda a história, cultura, culinária e lazer da Amazônia.
Obviamente que em um período tão curto, as prioridades
tinham que ser elencadas. Fomos muito bem recebidos na
Base Aérea de Manaus. Assistimos a apresentações sobre as
atividades desenvolvidas pela FAB na Amazônia, visitamos
as instalações e constatamos a excelente infra-estrutura em
diversos setores, seja na inteligência, na segurança e defesa
ou no controle de tráfego aéreo. E talvez, o mais importante,
o entusiasmo com que os militares de lá desempenham suas
funções e sua satisfação em morar em Manaus, desmitifi-
cando a ideia de ser um lugar sem atrativos.
A degustação das comidas típicas: o pirarucu, o tam-
baqui, o açaí, o jambu, o pato no tucupi, o tacacá, as balas
de cupuaçu; a visita ao famoso Teatro Amazonas e à Arena
da Amazônia; o encanto do encontro das águas entre os
rios Negro e Solimões; a praia de rio da Ponta Negra com
uma orla convidativa. Tudo isso contribuiu para aumentar
o encanto com Manaus e a certeza da satisfação dos que
tiverem a oportunidade de servir na Amazônia junto à Força
Aérea Brasileira.
Est Márcio
63
vIAGEm DE InsTRuçãOà mAnAus
64 Revista Bravus
CAsOp
65
CAsOp
“Neste curso aprendemos a realizar atendimento operacional, a pensar e atuar com agilidade para salvar vidas.”Est Lívia Mourão
Simulações de afoga-
mentos, acidentes de
veículos, ataques de
animais peçonhentos e queima-
duras são algumas das atividades
que fizeram parte da rotina do gru-
pamento da saúde durante uma
semana do treinamento militar.
O Curso de Adaptação em Saúde
Operacional (CASOP) é ministrado
por instrutores do Instituto Mé-
dico Aeroespacial (IMAE) e entre
seus objetivos estão capacitar
os alunos a prestarem Suporte
Básico de Vida em condições
adversas e exercerem funções
de gerenciamento, coordena-
ção e auxílio no atendimento de
emergências. A coordenadora das
instruções, Capitã Médica Mônica
Barreto Santos, explica que ao
final do CASOP “os alunos estarão
padronizados no atendimento pré-
-hospitalar militar”.
Os alunos são graduados em
Medicina, Odontologia, Farmá-
cia ou Enfermagem e estiveram
totalmente imersos no curso –
formaram equipes de prontidão 24
horas, que ficavam responsáveis
pelo material de suporte aos aten-
dimentos e podiam ser acionados
a qualquer momento.
Est Emilia
66 Revista Bravus
67
nomes de guerra e DOM. Voltamos a
atender ao toque do apito. Nada mudou
senhores, nada mudou. O CASOP veio
para dizer isso.
Tivemos instruções teóricas e
oficinas muito pertinentes, além de
acionamentos simulando cenas de
acidentes. Como profissionais da saú-
de, precisamos estar preparados para
socorrer e servir ao próximo. Esse
curso pode ter tirado parte da turma
Bravus da rotina, mas com certeza
contribuiu para o enriquecimento da
nossa formação militar, assim como
das nossas áreas de atuação. Tudo
pelo sucesso da missão. CASOP!!!!!!
Est Lívia Mourão
“Como profissionais da saúde, precisamos estar preparados para socorrer e servir ao próximo.”Est Lívia Mourão
O esquadrão da saúde do
CAMAR, CADAR, CAFAR e
Apoio (enfermagem) foi
apresentado à equipe de instrutores do
CASOP. Neste curso aprendemos a rea-
lizar atendimento operacional, a pensar
e atuar com agilidade para salvar vidas.
Mas, logo na reta final, resolvem voltar
ao clima de TMB (treinamento militar
básico)? Com direito a “frente para a
esquerda! CASOP!” Pagamos muitas fle-
xões, acompanhadas da pérola do 038:
”é só cair que a gente paga”, mergulho
na piscina com farda ( foi melhor do que
esperávamos), deslocamento em acele-
rado, gandolas arriadas para dentro da
calça e os números como identificação.
Perdemos nossos distintivos e insígnias,
68 Revista Bravus
fInAL DE CuRsO
Está acabando... Não aguento mais!!! Quero
voltar para casa! Acordar depois do sol nas-
cer, sem uma corneta avisando a alvorada e o
silêncio! Sem fila para usar o banheiro! Quero tomar um
banho quente, com água abundante e de pé no chão! Quero
sentar à mesa e me servir com calma! Quero chegar ao fim
do dia e encontrar aquele amigo de infância no boteco de
sempre! Quero muitas coisas! Mas talvez não volte a te-
-las! Talvez eu volte para casa. Ou não: talvez eu tenha que
construir uma casa nova, numa nova cidade e com novos
amigos num novo boteco de sempre! Quero que isso tudo
acabe!!!! Mas será que quero mesmo? Para onde irão os
amigos? Esses novos que fiz nesses 4 meses! Esses ami-
gos, que não deixam a peteca cair, que oferecem o ombro,
que compartilham a extensão da tomada e que sempre
tem algo pra emprestar quando o “seu” some na bagunça
do armário tão apertado! Muitos chegaram a reta final e
ainda têm dúvidas... Eu sempre tive a certeza! A certeza de
que esse era o meu caminho, de que essa era a minha sina!
Passei por tudo feliz, curtindo cada momento! Curtindo a
oportunidade de estar aqui, de passar por cada “perren-
gue””, de rir com cada alegria, de viver cada experiência!
De ficar dividida entre o “ querer, o dever e o poder”!!! Não
me arrependo de ter arriscado!!! Valeu a pena passar por
tudo.... E continuo torcendo para que dê! Não desistam
amigos! Muitas vezes, é preciso fechar uma porta para
abrir outra janela!!! Ter compartilhado momentos com
voces nesses meses foi o melhor dos presentes!
Est Carolina Franco
“Fim de curso. Novos aprendizados, novas experiências, novas conquistas e novos COMPANHEIROS!Companheiros que agora chamamos de IRMÃOS DE ARMA!Sabemos que estamos entrando em uma carreira de desafios e assim será. Assim como em uma guerra, não alcançaremos sucesso se lutarmos sozinhos.Sabemos que após o dia 22 de maio, teremos amigos e irmãos de arma espalhados por todo o país e isso nos dá a possibilidade de sermos maiores ainda.”Est Alcântara
69
fInAL DE CuRsOE
uforia me define! Dou risada e choro, simultaneamente. Dentro de
mim está uma confusão só! Ao mesmo tempo que quero dar logo
o próximo passo e ver o que me aguarda lá longe, lá em Belém,
também quero que esses dias que ainda tenho com vocês passem o mais
devagar possível! Sofro (sério) quando imagino que não verei mais meu pecúlio
em forma às 6:43 da manhã! Sentirei falta das piadas (sempre as mesmas), dos
puxões de orelha, dos abraços, do café com pão de queijo na cantina... Enfim,
há tanto para sentir falta que não cabe aqui! Amo vocês, todos vocês! Quando
pessoas de fora me perguntam sobre o curso, a primeira coisa que vem a minha
cabeça é tentar explicar como, em quatro meses, isso tudo aconteceu. Mas, não
dá!!! Quem não viveu o que vivemos, não entende!!!
Est Katiuscia
“Enfim, há tanto para sentir falta que não cabe aqui! Amo vocês, todos vocês!”Est Katiuscia
70 Revista Bravus
71
“COm Os pILOTOs E AsAs sEREmOs um COnJunTO DE TODO EfICAZ”
Canção do especialista
72 Revista Bravus
fORmATuRA
Jogar o quepe para o alto depois de berrar a plenos pulmões o grito
de guerra da Turma Bravus. Este era um dos momentos mais espera-
dos e por mais que parecesse distante, logo chegou com um pacote
completo de emoções.
Entramos em forma todos juntos pela última vez, reclamamos do alinhamen-
to pela última vez, tocamos de leve o ombro esquerdo do colega da frente pela
última vez, cantamos em uma só voz pela última vez.
Marchamos com nossas alvas túnicas até o ponto em que nos alcançavam os
olhares curiosos e emocionados de nossos familiares e amigos.
Em meio ao público nos aguardavam nossas espadas, seguradas pelas mãos
orgulhosas dos padrinhos, escolhidos com todo o carinho para realizarem a
entrega do símbolo do Oficialato.
Cumprimos a sequência da cerimônia com a máxima atenção e empenho
para que tudo saísse perfeito. Fizemos por merecer o momento em que, final-
mente, recebemos nossas espadas e nos vimos com a farda completa.
Est Emília
“Entramos em forma todos juntos pela última vez, reclamamos do alinhamento pela última vez, tocamos de leve o ombro esquerdo do colega da frente pela última vez, cantamos em uma só voz pela última vez.”Est Emília
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fORmATuRACuLTO
O convite de Jesus hoje é feito a todos nós, mas especialmente
àqueles que foram forjados como aço pelo fogo no pátio desse
CIAAR... Vinde a mim, vinde a esta mesa, disse Jesus. “Provai
e vede quão suave é o Senhor, feliz o homem que tem nele o seu refúgio”.
Façam dessa Missa uma grande ação de graças e “que enriquecidos por
tão grande dádiva (eucaristia), possamos colher os frutos da salvação sem
jamais cessar” o louvor, a alegria. A Eucaristia (o pão da vida) que não é só
“fruto”, mas é também a “fonte” de eucaristia/louvor/oração. Que esta Santa
Missa, transforme a nossa vida numa “vida eucarística”; assim uniremos a
nossa voz a voz de Cristo para dizer: “eu te louvo, ó Pai”!
Est Bento
“À luz da Doutrina Espírita, foi abordada a missão do homem inteligente na Terra e os valores propagados pelos Espíritos do Bem, assim como tais valores se assemelham às virtudes defendidas na Força Aérea. A evolução espiritual dos homens também requer disciplina, pautada sempre na caridade e no pensamento em Deus, enquanto o espírito de corpo se compara à preocupação com o próximo e à solidariedade. ”Est Ricardo
74 Revista Bravus
DIpLOmAçãO E DEsCERRAmEnTO DA pLACA
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76 Revista Bravus
EnTREGA DE EspADAs
Para um oficial das Forças
Armadas, a espada represen-
ta o coroamento do esforço
e da dedicação durante todos os meses
de instrução militar. É um símbolo que
envolve compromisso e tradição, além de
assinalar a sua posição hierárquica.
Ela é entregue, cerimoniosamente,
como um símbolo material da autoridade
e que deve ser usada na aplicação dos
mais legítimos princípios da honra cultu-
ados e praticados na carreira. A espada
enaltece a aplicação daqueles princípios e
valores, dos quais se destacam a respon-
sabilidade, competência, a bondade, a
aplicação da justiça, o respeito e o amor
á Pátria e a tudo que a ela diz respeito.
Caracteriza-se, portanto, não como
um simbolismo puro, mas sim como um
instrumento de exaltação do que existe
de mais belo e puro na carreira do oficial.
Est Mayra Góes
“E chegou o grande dia! O dia tão esperado, o 22 de maio: o dia da entrega das espadas.”
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78 Revista Bravus
bAILE
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“Este baile vem fechar com chave de ouro uma coleção de grandes aprendizados, de dificuldades, de superação.”Est Aline Reinozo
Comemoramos este dia
de despedida provisória
com um filme passan-
do em nossas mentes. Este baile
vem fechar com chave de ouro uma
coleção de grandes aprendizados,
de dificuldades, de superação, de
difíceis escolhas, de muita luta e da
eterna certeza na vitória. Sabíamos
desde o início que esse momento
mágico chegaria.
E o brilho nos olhos de cada um
de nós denuncia rapidamente o
tamanho da felicidade que trazemos
no coração. Celebrando a certeza de
que a Turma Bravus estará espalhan-
do por todo o Brasil a força que um
dia nos uniu, e que nunca mais nos
deixará sós.
Est Aline Reinozo
80 Revista Bravus
HumOR
81
HumOR
82 Revista Bravus
péROLAs
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péROLAs RELEmbRAR é vIvER
84 Revista Bravus
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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86 Revista Bravus
COmIssãO DE fORmATuRA
Fácil com certeza não foi. Quando iniciamos esta
jornada e nos conhecemos, objetivos comuns
nos uniram. Juntos, nós aprendemos, rimos,
choramos, brincamos, mas sempre em busca da realização
de um sonho compartilhado por todos.
Nós, da comissão de formatura, aceitamos com muita
garra e vontade o desafio de planejar e concretizar cada
momento da produção deste sonho.
Primeiramente, gostaríamos de agradecer a cada
membro desta comissão, pois o trabalho de cada um foi
essencial para fazer do nosso dia “o grande dia”.
E a todos vocês, irmãos de farda e formandos, a nossa
gratidão pela confiança em nós depositada e o apoio ofereci-
do. Fica aqui a certeza que tudo foi feito buscando o melhor
para todos e para fazermos desses dias, instantes inesquecí-
veis em nossas vidas.
O que vivemos e aprendemos vai permanecer conosco
para sempre, além das lembranças e saudades dessa épo-
ca ímpar em nossas vidas.
Obrigada a todos e até breve!
Est Maíra Góes
COmIssãO DE fORmATuRA
FICHA TÉCNICA
ARTE
Direção de Arte
Affonso Neto
Projeto Gráfico
Bruna Caldeira
Diagramação
Bruna Caldeira
REDAÇÃO
Edição de Texto e Reportagem
CIAAR e Comissão de Formatura
Revisão
CIAAR e Comissão de Formatura
FOTOgRAFIA
Fotografia
Affonso Neto e CIAAR
PRODUÇÃO gRÁFICA
Acompanhamento
Diagrama Editora