Post on 28-Feb-2021
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAÇUANA
FACULDADE MUNICIPAL PROFESSOR FRANCO MONTORO
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO
RELATÓRIO FINAL DO CICLO AVALIATIVO INTERNO
ANO 2020
MOGI GUAÇU – SP
2020
MEMBROS DA COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAÇUANA
FACULDADE MUNICIPAL PROFESSOR FRANCO MONTORO
Comissão Permanente de Avaliação – CPA-FMPFM 2019/2020
MEMBROS SEGMENTO
REPRESENTATIVO
Prof. Dr. Joaquim Maria Ferreira Antunes Neto Coordenador
Prof. Ms. Robson Leandro Carvalho Canato Corpo Docente Titular
Profa. Esp. Marisa Jussara Camargo Yoke Corpo Docente Suplente
Janaína Helena de Lima Figueiredo Leonello Corpo Discente Titular
Júlia Cavalhieri Muciacito Corpo Discente Suplente
Matheus Rodrigues Nunes dos Santos Corpo Técnico-Administrativo
Emerson Marcelo Preto Sociedade Civil Organizada Titular
MOGI GUAÇU – SP
2020
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAÇUANA
FACULDADE MUNICIPAL PROFESSOR FRANCO MONTORO
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO
Prof. Ms. Márcio Antônio Barbosa
Diretor Geral
Profa. Dra. Renata Mauri
Diretoria Acadêmica
Prof. Ms. João Paulo Barbosa
Assessor Educacional
Profa. Ms. Andreia Queiroz Carniel Mariano de Souza
Coordenadora de Graduação – Psicologia
Profa. Dra. Marli Belucci
Coordenadora de Graduação – Enfermagem
Prof. Ms. Clauber de Oliveira Rossini
Coordenador de Graduação – Administração
Profa. Dra. Jane Cristina de Souza Spokens
Coordenadora de Graduação – Nutrição
Prof. Dr. Ricardo da Silva Manca
Coordenador de Graduação – Engenharia Ambiental
Coordenador de Graduação – Engenharia Química
Prof. Ms. Robson Leandro Carvalho Canato
Coordenador de Graduação – Ciência da Computação
LEGISLAÇÃO
A Comissão Permanente de Avaliação – CPA da Faculdade Municipal
Prof. Franco Montoro foi concebida de acordo com a Deliberação CEE No
160/2018 do CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO e também se alinhou
com as respectivas instruções normativas:
Nota Técnica Inep/Daes/Conaes nº 065 de 09 de outubro de 2014 - Roteiro
para Relatório de Autoavaliação Institucional.
Nota Técnica Inep/Daes/Conaes nº 062 de 09 de outubro de 2014 - Relato
Institucional.
Portaria Nº 92, de 31 de janeiro de 2014 – aprova, em extrato, os indicadores
do Instrumento de Avaliação Institucional Externa para os atos de
credenciamento, recredenciamento e transformação de organização acadêmica,
modalidade presencial, do SINAES.
Resolução nº 01, de 17 de junho de 2010. Normatiza o Núcleo Docente
Estruturante.
Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira.
Lei federal 10.861 de 14 de abril de 2004.
Portaria nº 2.051, de 9 de julho de 2004 - Regulamenta os procedimentos de
avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES),
instituído na Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004.
Portaria MEC nº 300, de 30 de janeiro de 2006 - Aprova o Instrumento de
Avaliação Externa de Instituições de Educação Superior do Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior – SINAES.
Portaria nº 563, de 21 de fevereiro de 2006 - Aprova, em extrato, o Instrumento
de Avaliação de Cursos de Graduação do Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior – SINAES.
Portaria nº 1.027, de 15 de maio de 2006 - Dispõe sobre banco de avaliadores
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, a Comissão
Técnica de Acompanhamento da Avaliação - CTAA e dá outras providências.
Portaria normativa nº 1, de 10 de janeiro de 2007.
Portaria nº 821, de 24 de agosto de 2009 - Define procedimentos para
avaliação de Instituições de Educação Superior e Cursos de Graduação no
âmbito do 1º Ciclo Avaliativo do Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior e dá outras providências.
Diretrizes para a Avaliação das Instituições de Educação Superior.
Resolução CONAES Nº 01, de 11 de janeiro de 2005 - Estabelece prazos e
calendário para a avaliação das instituições de educação superior.
Decreto Federal 5.773, de 09 de maio de 2006 - Dispõe sobre o exercício das
funções de Regulação, Supervisão e Avaliação de Instituições de Educação
Superior e Cursos Superiores de Graduação e Sequenciais no Sistema Federal
de Ensino.
Ofício Circular nº 034/2005/MEC/GM/CONAES: Relatório Final de Auto-
Avaliação – Prorroga o prazo de entrega dos Relatórios Finais de Auto-
Avaliação Institucional.
Instrumento de Avaliação dos Cursos de Graduação. Setembro 2008.
Instrumento de Avaliação Externa 2008.
Nota Técnica. MEC/INEP/DAES – Prazo para postagem anual de Relatório de
Autoavaliação. Fevereiro 2009.
SINAES – Da Concepção à Regulamentação. Inep. Setembro 2009.
FACULDADE MUNICIPAL PROF. FRANCO MONTORO
- A Visão da Comunidade Acadêmica em Tempo de Pandemia –
MOGI GUAÇU – 2020
ÍNDICE
1 APRESENTAÇÃO .................................................................................. 8
1.1 O Período Vivido: a Pandemia da Covid-19 ............................................. 8
2 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 14
3 IDENTIFICAÇÃO DA FMPFM, MISSÃO E OBJETIVOS ....................... 23
4 METODOLOGIA .................................................................................... 29
5 RESULTADOS ...................................................................................... 42
5.1 Caracterização do Corpo Discente - Graduação ............................... 43
5.2 Área 1: Conhecimento Sobre a Instituição ....................................... 44
5.3 Área 2: Gestão Pedagógica do Curso ............................................... 44
5.3.1 Corpo discente de graduação ........................................... 45
5.3.2 Corpo docente ...................................................................46
5.4 Área 3: Ensino de Graduação ........................................................... 48
5.4.1 Corpo discente de graduação ........................................... 49
5.4.1.1 As condições de estudo na pandemia .............. 49
5.4.1.2 A experiência com o ensino remoto .................. 51
5.4.2 Corpo docente .................................................................. 58
5.4.2.1 As condições de trabalho na pandemia ............ 58
5.4.2.2 A experiência com o ensino remoto .................. 61
5.5 Área 4: Infraestrutura ........................................................................ 73
5.5.1 Corpo discente da graduação ........................................... 73
5.5.2 Corpo docente .................................................................. 80
5.6 Área 5: Programas de Pesquisa e Extensão ..................................... 82
5.7 Área 6: Interação com a Comunidade Interna/Externa ..................... 89
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 97
REFERÊNCIAS CONSULTADAS ................................................................... 99
8
1 APRESENTAÇÃO
1.1 O Período Vivido: a Pandemia da Covid-191
O novo coronavírus, classificado de Sars-CoV-2 e causador da doença
apresentada como COVID-19, apesar da origem desconhecida, é um subtipo do
vírus da corona que passou por mutações, desde epidemias prévias como a
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), na Ásia, e a Síndrome Respiratória
do Oriente Médio (MERS). O nome oficial de COVID-19 foi destinado à doença
em fevereiro de 2019, sendo “Co” e “Vi” advindos de coronavírus, “D” de doença
em inglês (disease) e “19” referente ao ano de 2019, em razão da notificação
dos primeiros casos (CDC, 2020).
Nascimento (2020) levantou que o vírus, nas últimas décadas, foi
desencadeador da epidemia de 2002, na China, que afetou cerca de oito mil
pessoas, com índice de mortalidade de 9,6% com a SARS, e na epidemia de
2012, no Oriente Médio, acometendo cerca de duas mil pessoas pelo mundo,
com um índice de mortalidade em torno de 35%, principalmente na Arábia
Saudita e em países vizinhos que foram atingidos pela MERS. Ressalta-se,
contudo, que os primeiros casos de coronavírus em humanos foram identificados
e isolados em 1937, porém somente em 1965 o vírus foi denominado por
coronavírus, devido ao seu perfil microscópico parecer com uma “coroa”
(FIOCRUZ, 2020).
Das seis diferentes espécies de coronavírus conhecidas como causas de
doenças em seres humanos, quatro destas, apesar de alta prevalência, estão
associadas a quadros de resfriados e infecções leves do trato respiratório (229E,
NL63, OC43, HKU1), porém as outras duas, SARS e MERS, têm origem
zoonótica e associam-se aos quadros graves e potencialmente fatais de
insuficiência respiratória (CDC, 2020), notificados pelos órgãos de
representatividade da OMS nos seus respectivos países.
O vírus da COVID-19 foi identificado, pela primeira vez, na cidade chinesa
de Wuhan, na província Hubei, quando observado em pessoas expostas em um
1 Capítulo baseado no artigo “Sobre ensino, aprendizagem e a sociedade da tecnologia: por que se refletir em tempo de pandemia?”, elaborado pelo coordenador da CPA-FMPFM, Prof. Dr. Joaquim M. F. Antunes Neto, e publicado na Revista Prospectus, v. 2, n. 1, p. 28-38, 2020. Disponível em: https://www.prospectus.fatecitapira.edu.br/index.php/pgt/article/view/32. Alterações foram trazidas para o contexto da CPA-FMPFM.
9
mercado de frutos do mar e de animais vivos. O que o torna comparado
patologicamente aos outros dois vírus que surgiram nas últimas duas décadas,
SARS-CoV e MERS-CoV, é o potencial de agravamento de doenças
respiratórias (ZHU et al., 2020; PERLMAN, 2020), sobretudo em pessoas acima
de sessenta anos e portadores de comorbidades já instaladas (diabetes,
hipertensão, obesidade, por exemplo).
Pelo fato da rápida e incontrolável disseminação da COVID-10 pelo
mundo, aliada à sua gravidade aqui já mostrada, considerando-se que, em 30
de janeiro de 2020, após as autoridades sanitárias da China relatarem à OMS
milhares de casos confirmados e centenas de mortes pela doença em questão,
decretou-se a situação de ESPII, levando, no dia 11 de março de 2020, o Diretor-
Geral do supracitado órgão caracterizar a condição de pandemia (WHO, 2020a).
No Brasil, em 3 de fevereiro de 2020, e epidemia foi declarada Problema em
Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) (GARCIA; DUARTE, 2020).
De forma geral, pondera-se que a taxa de mortalidade por COVID-19
ainda é incerta, pois os dados epidemiológicos aumentam exponencialmente em
todo o mundo, o que faz com que o aumento da progressão no número de mortes
seja difícil de prever. De fato, o COVID-19 possui um alto poder de
transmissibilidade de humano para humano e uma pessoa infectada pode
transmitir, em média, a outros quatro indivíduos (LIU et al., 2020; WHO, 2020b).
Sendo assim, adotou-se, em um primeiro momento, no estado de São
Paulo, a medida de distanciamento social, a fim de evitar aglomerações. Tem-
se, agora, a adoção do isolamento social, quando as pessoas não podem sair
de suas casas, com o intuito de impedir a propagação do vírus. Já os suspeitos
de infecção devem ficar de quarentena por quatorze dias, que é o período de
incubação, tempo para o vírus se manifestar no organismo humano (FARIAS,
2020). O tempo, de fato, imperativo para quaisquer ações, planos e vicissitudes
da vida...
Haverá um ano em que haverá um mês, em que haverá uma semana em que haverá um dia em que haverá um hora em que haverá um minuto em que haverá um segundo e dentro do segundo haverá o não tempo sagrado da morte transfigurada (LISPECTOR, 1999)2.
2 Da obra “Um Sopro de Vida”, de Clarice Lispector, lançado postumamente. Às vésperas de sua morte, por câncer, em 1977, sabia que este seria o seu livro definitivo. O livro era de fato o sopro de vida de Clarice, que precisava escrever para se sentir viva...
10
As tecnologias e o pensar científico nunca estiveram tão imbricados nesta
nova perspectiva - e necessidade - de ensinar em tempo de reclusão, o que
amplifica o desafio avaliativo da Comissão Permanente de Avaliação da
Faculdade Municipal Professor Franco Montoro (CPA-FMPFM) ao se deparar
com um fenômeno estranho para todos os envolvidos no processo, discentes,
docentes, gestores e colaboradores. Talvez, por outro lado, seja um dos
aspectos positivos a ser herdado pós-pandemia: a reconexão e reafirmação do
pensar em sala de aula sob a ótica da ciência e da informação, juntas e
indissociáveis. Um modelo emergente de autonomia à aprendizagem. Até
porque, modelo é uma palavra do presente momento. Modelar pode conduzir o
aluno a gerar, de forma espontânea, o que já chamamos de mapas mentais e
conceituais. Organizar a informação é um grande desafio em sala de aula. A
‘movimentação’ rápida das ideias, transformando-as em informação, sendo
possíveis de se tornarem unidades de significados em distintos níveis de
assimilação. Cabral e colaboradores (2020) nos dizem que a inferência tem
papel central em praticamente todos os ramos da ciência, seja ela natural, exata
ou social. Inferir, a nosso ver, na sala de aula, e na vida, passará a ser mais
valioso do que reter uma informação, pura e simplesmente. A CPA-FMPFM deve
estar atenta a essas novas exigências.
A pandemia provocada pelo novo agente COVID-19 é um problema de
saúde pública nunca vivido pelas atuais gerações. Os números são expressivos
e falam por si: até ao momento (31 de dezembro de 2020), verificam-se, no
Brasil, 7.675.781 casos notificados e 195.976 mortes, milhões de pessoas com
restrições à sua liberdade de circulação – no terceiro país com o maior número
de casos confirmados no mundo - e existe uma paralisação generalizada no
desenvolvimento de praticamente todos os países. As expectativas sobre a
evolução do fenômeno assentam em cenários ainda mais desfavoráveis e com
impactos significativos na organização económica, social e cultural do mundo em
que vivemos (ESCHER JR., 2020).
A COVID-19, processo ainda em curso, vem desestabilizando diferentes
contextos mundiais. Como já dito, seus impactos, sendo parte deles ainda não
mensurados, já refletem nesta nova condição de organização social. Impera-se
uma necessidade de buscar-se novas maneiras de fazer as coisas e a palavra
de ordem no momento é ‘adaptabilidade’, tão importante e necessária e há muito
praticada. Entretanto, os impactos derivados desta pandemia ampliam este
11
conceito e vêm exigindo diferentes tipos de adaptabilidade em todas as áreas,
como nos negócios, na educação, no desenvolvimento das pesquisas científicas,
no modo como as pessoas se comportam, decidem e são ‘forçadas’ a se adaptar
frente ao contexto atual (NASSIF; CORRÊA; ROSSETO, 2020).
O isolamento social vem sendo capaz de modificar significativamente o
comportamento da população mundial em relação a todas as rotinas, como
trabalho, gestão familiar e atividade física (OLIVEIRA NETO et al., 2020). Várias
recomendações têm sido incentivadas para gerenciar e melhorar os níveis de
ansiedade e estresse que se esperam aumentar durante o período de isolamento
social, com o intuito de facilitar a adesão e a implementação de medidas de
isolamento social. O tempo, que era uma das barreiras dos dias atuais e
justificativa para postergar algumas das nossas necessidades e anseios -
atividades físicas, culturais e de estudo -, agora não pode ser mais uma
desculpa, ou a única desculpa. Sobra-se tempo! Ou: Sobra-se tempo? O que ou
quem determina o meu tempo? Urge o tempo3...
Fica evidente que a nossa relação com o tempo mudou. Mais além: a
nossa relação com o tempo que tínhamos reservado para determinadas
atividades, como o ensino/estudo, mudou, muda ou mudará por uma
necessidade coletiva e não da individualidade. Surge um aspecto a ser
considerado pelos que constroem a relação institucional ‘tempo-estudo’: como
reajustar o ‘tempo presencial’ das salas de aula em ‘tempo remoto’ no âmbito da
preservação da individualidade quando se pensa em aprender e ensinar?
Debruçando-nos nesta questão, creio que nos deva surgir a vontade de
promover a auto estima do aluno e conduzi-lo para o tão almejado plano da
autonomia do pensamento crítico. Porém, para quem ensina, surge um novo
desafio: ser o guardião de um tempo que se manifesta nas várias realidades dos
vários alunos, que possuem as suas mais variadas necessidades internas,
limitações, potenciais e projeções, nas suas distintas residências, com seus
familiares, com o sem seus aparatos de tecnologia e distinções de acessibilidade
à internet.
Outros contornos podem ser sobrepostos à situação atual. Conforto e
colaboradores (2018, p. 99) também sugerem que a educação “não evoluiu para
acompanhar as necessidades do mundo contemporâneo, produzido por relações
3 Em referência a poesia “Urge o Tempo”, da obra “Últimos Cantos” (1851), de Gonçalves Dias.
12
globalizadas e por tecnologias radicalmente transformadoras”. Tal constatação
evidencia um descompasso das escolas, uma vez que difundem a inovação,
porém não abandonaram práticas de memorização de fatos e fenômenos em
detrimento do desenvolvimento de habilidades necessárias para viver o hoje e o
amanhã. Uma questão recorrente – o tensionamento entre o processo ensino-
aprendizagem e o papel/espaço dos recursos tecnológicos na educação -,
emerge de forma ríspida e impactante. O professor necessitou, “para ontem”,
dominar, investir, apoiar e utilizar-se das ferramentas tecnológicas no modelo de
aula remota. O progresso tecnológico, mesmo que visto como irreversível, ainda
era ponderado a uma das possibilidades de estímulo ao aprendizado. Com
certeza tal contexto impactou no resultado obtido pela CPA-FMPFM.
Hoje (31 de dezembro de 2020) é a única possibilidade voltada para a
aprendizagem no contexto escolar. O sucesso da aula é o resultado da dimensão
do domínio tecnológico do professor. Entre professor e aluno há, e não tem como
negar, um sistema operacional, interfaces, aplicativos e plataformas. A
experiência interativa da aula, mesmo que simples e objetiva, ocorrerá em um
ambiente mediado e, acima de tudo, sustentado pela tecnologia. O que se
espera é que as novas dimensões da tecnologia na educação assumam um
papel colaborativo e propulsor para a difusão do conhecimento e da
democratização do saber. Uma ferramenta! Sempre como uma ferramenta sob
a tutela dos professores, nos mais desejados contextos multi, inter,
transdisciplinares possíveis. Sempre onde haja um professor...
Sabe-se hoje, conforme tratado até aqui pelo presente ensaio, que a
complexidade do mundo vem exigindo habilidades diferenciadas daquelas
estabelecidas pela lógica organizacional dos tempos, dos espaços e dos
conteúdos vistas no século passado, e que as demandas socioculturais e
econômicas determinam uma reconfiguração das instituições educativas, com o
propósito de responder às demandas da sociedade da informação e do
conhecimento (CONFORTO et al., 2018). Andrade (2001, p. 207) já alertava,
mesmo antes da pandemia, para a configuração de uma nova sociedade:
A descoberta de que vivemos hoje em uma sociedade global e as novas formas de compreender o mundo nos surpreendem, encantam e atemorizam. O mundo não é mais compreendido como um conjunto de nações e o seu elemento central e principal não é mais o indivíduo em sua singularidade ou organizado coletivamente. O componente humano é agora concebido dentro de uma sociedade global, de um espaço mundializado pelas configurações e movimentos da globalização.
13
Tem-se um novo cenário a ser desvelado. É a partir deste que a CPA-
FMPFM necessitou adaptar-se para compreender as novas demandas de todos
que estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem da instituição. Ressalta-
se que, neste ano, o enfoque ficou alicerçado no aluno de graduação. Assume-
se a grande dificuldade surgida nos eventos de adaptação frente as novas
demandas tecnológicas e de recursos humanos, ainda mais tratando de um ano
de mudanças diretivas na instituição. Mas fizemos o nosso melhor trabalho!
14
2 INTRODUÇÃO
Art. 2º - A CPA, vinculada enquanto órgão autônomo da
mantenedora Fundação Educacional Guaçuana, integra o
processo de autoavaliação das Instituições de Educação
Superior do Sistema Estadual de Ensino, conforme o Art. 1º da
Deliberação CEE No 160/2018 (REGULAMENTO CPA –
FMPFM, 2019).
A presente CPA-FMPFM foi instituída em consonância com o
CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO (CEE), Deliberação CEE No
160/2018. A atuação da CPA é autônoma em relação a Conselhos e demais
Órgãos colegiados existentes na instituição, em conformidade com o
determinado no Art. 1º da Deliberação supracitada.
Toda a estrutura de implantação, funcionamento e referenciais que
permitem o avanço contínuo e crescente para uma construção coletiva de
conhecimentos geradores de reflexões condutivas da melhoria da qualidade das
atividades pedagógicas, administrativas, científicas e de relações sociais,
estabelecidas no interior da FMPFM e suas vinculações com a sociedade,
encontram-se fundamentados no “Relatório do Ciclo Avaliativo Interno de
2020”. O Regulamento Interno da CPA-FMPFM é o documento que orienta a
produção de referências que permitem o estabelecimento de indicadores de
desempenho e evolução desta Instituição de Ensino Superior (IES).
Neste momento inusitado e único do processo ensino-aprendizagem no
Brasil e no mundo, onde a UNESCO estimou que quase um bilhão de alunos em
todo o mundo ficaram em suas casas por meses por conta da pandemia do novo
coronavírus (COVID-19), universidades e escolas, incluindo a FMPFM, transferiu
as suas aulas para plataformas online. Teve-se bem claro que foi fundamental
criar estratégias para garantir que os alunos pudessem continuar aprendendo de
forma viável durante a crise, da mesma forma que também foi emergencial
entender o processo como um todo, analisando a circunstância pelo viés docente
e institucional. A CPA-FMPFM, juntamente com seu corpo social, levou a sério,
neste ano de 2020, dentro de um contexto das novas possibilidades e, até
mesmo, de limitações da Educação em tempos de crise, um auto processo
avaliativo evidenciado pelo compromisso de manter o diálogo contínuo entre
15
comunidade acadêmica, reafirmando a sua missão nesta atual dimensão
geopolítica e social.
Em decorrência das tecnologias digitais e da internet, surgiu um novo
paradigma social, que foi descrito na literatura como “sociedade da informação”,
“sociedade em rede alicerçada no poder da informação”, “sociedade do
conhecimento” ou “sociedade da aprendizagem” (COUTINHO; LISBÔA, 2011).
As autoras consideram que há um mundo desterritorializado, sem barreiras de
tempo e de espaço, permitindo que as pessoas se comuniquem, haja vista que
o conhecimento é um recurso flexível, fluido, sempre em expansão e mudança.
Juntamente com esta questão da disponibilização da informação e as estratégias
de aprendizagem, tem-se, hoje (exatamente hoje!), um elemento novo, não tão
compreendido, desafiador e que passa a incorporar o novo paradigma de modelo
de ensinar: a pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Desta forma, os dados
obtidos por esta CPA refletem este momento tão complexo.
A pandemia surge em decorrência do surto da COVID-19, sendo
declarada uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII)
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois o vírus tem se espalhado por
muitos países e territórios. Ironicamente, a doença se veste das mesmas
interfaces da informação no mundo globalizado: desterritorializado e sem
barreiras de tempo e espaço; porém, surge aqui, uma inquietação: ao invés de
possibilitar a comunicação no campo da formalidade acadêmica, oral, vista,
presencial “de verdade”, há agora a necessidade de se criar estratégias para
efetivar a comunicação, seja no meio acadêmico, seja no âmbito das relações
sociais. O que se imaginava para um cenário de médio e longo prazos – a
inserção das aulas remotas e do ensino à distância englobado ao ensino
presencial -, chegou inesperadamente em março de 2020, solicitando urgência
às IES quanto a nova remodelação das ações pedagógico-acadêmicas.
O programa de Avaliação da IES incluiu em suas metodologias os passos
determinados pelo CEE e, ampliando esses indicadores, buscou aprofundar os
conhecimentos sobre e da IES no período das aulas remotas em decorrência da
pandemia da COVID-19, sem perder seus requisitos básicos: ser um processo
contínuo e que busca integrar ações; fazer a crítica de suas ações e dos
resultados obtidos; procurar conhecer e registrar as limitações e possibilidades
do trabalho avaliado; ser democrático, apresentando a priori os aspectos a serem
16
avaliados, envolvendo a participação dos elementos institucionais e dos sujeitos
que, de alguma forma, estão envolvidos com a IES.
Dentre as formas possíveis de avaliação interna sob o escopo da CPA,
interessou-nos abordar as ações auto avaliativas referentes à implementação e
funcionamento dos cursos em tempo de pandemia da COVID-19. Ações que, ao
formarem uma perspectiva objetiva e mensurável sobre o ritmo e forma de
concretização dos compromissos institucionais assumidos nos planos e
diretrizes iniciais das IES, ampliam a eficiência dos julgamentos e decisões a
serem tomadas pelas equipes de gestão acadêmica. A CPA buscou fazer isso
por meio dos seus próprios esforços de investigação avaliativa ou apresentando
os resultados das avaliações externas aos gestores.
No rol de aspectos passíveis de serem focalizados pela CPA, alguns são
especialmente dignos de atenção, pelas vantagens que essa Comissão tem em
acessá-los e compará-los aos de avaliações externas, e pela utilidade que
proporcionam junto aos processos de gestão. Neste sentido, as verificações
relativas ao nível de eficiência do apoio ao discente, a qualidade da mediação
pedagógica e do serviço docente e, no caso da modalidade do ensino remoto, o
nível de interatividade proporcionado pelas tecnologias de informação e
comunicação e ambientes virtuais de aprendizagem desenvolvidos para os
cursos, são alguns exemplos. A partir da interrupção das aulas presenciais, a
rotina acadêmica foi rapidamente conduzida para a Plataforma Moodle, que
contou com interface para o aplicativo Zoom Meeting.
Importante ressaltar que a CPA conduziu suas ações de coleta de dados
com o uso dos ambientes virtuais e das tecnologias disponibilizadas aos alunos
neste ano de 2020. No que diz respeito às formas de divulgação, a CPA pôde
definir a linguagem e os formatos mais adequados considerando os atores a
serem informados e comprometidos com as correções ou aperfeiçoamentos
necessários, organizando a construção de indicadores, na promoção de eventos
e até mesmo apenas na sistematização ou esquematização dos resultados
obtidos sob a forma de textos e painéis.
No que tange à gestão dos cursos, os maiores desafios de uma CPA
tendem a ser de ordem mais específica, garantindo que a disseminação e
apropriação da cultura e tecnologias avaliativas se convertam em ações de
racionalização da gestão e de qualificação das decisões e do planejamento, nas
esferas organizacionais e didático-pedagógicas. Ou seja, a CPA, quando
17
legitimada por uma atuação técnica de caráter formativo, pode contribuir
fortemente para a melhoria da qualidade dos cursos de graduação, conferir
visibilidade aos problemas, dimensionar seus efeitos e contribuir para sua
resolução, sob as formas mais precisas possíveis. Desta forma, a cooperação
dos coordenadores dos Colegiados dos Cursos de Graduação é fundamental na
coleta de informações significativas a respeito de seus respectivos cursos, na
sensibilização do corpo docente e discente do curso para o processo avaliativo
interno, e para tornar o processo de apropriação dos resultados mais eficiente,
bem como se valer dessa instância, para demandar questões oriundas do curso
e de seus atores.
A Avaliação Institucional (AI) apresentou-se como uma construção
coletiva de conhecimentos geradores de reflexões condutivas da melhoria da
qualidade das atividades pedagógicas, administrativas, científicas e de relações
sociais estabelecidas no interior do Instituto e suas vinculações com a
sociedade.
Conforme o Art. 3º da Deliberação CEE No 160/2018, a AI contemplou a
análise global e integrada das atividades, estruturas, relações, compromisso
social, finalidades e responsabilidades sociais da Instituição e de seus cursos,
considerando minimamente os seguintes aspectos:
I- Eficácia e eficiência do seu ensino e formação profissional;
II- Condições gerais e específicas dos cursos de graduação e pós-
graduação;
III- Valorização da extensão e da interação com a comunidade;
IV- Pertinência de seus programas de pesquisa;
V- Relevância de sua produção cultural e científica;
VI- Qualidade da gestão administrativa e financeira, incluindo a gestão dos
recursos humanos docentes e administrativos; e
VII- Aderência dos cursos de licenciatura à realidade da Educação Básica.
A AI da FMPFM alicerçou-se no princípio de que o conhecimento da
realidade constitui um processo ativo e ininterrupto que exige investimentos,
numa perspectiva de avaliação formativa. Os atores desse processo situam seus
fazeres, apontam redirecionamentos, aperfeiçoam suas ações e se
desenvolvem. O desafio a ser enfrentado é o de procurar captar o sentido comum
de “Faculdade”, construído por professores, alunos e funcionários, que nele atua,
18
sem perder a referência da diversidade e a complexidade das diferentes ações
por ele desenvolvido.
O relatório de AI da FMPFM teve como objetivo apresentar as principais
ações da Faculdade nas suas diversas dimensões no ano de 2020, a partir de
uma abordagem crítico-reflexiva, no sentido de contribuir para com a cultura de
avaliação institucional em um período tão difícil e complexo. Além disso, visou
atender determinação do CEE, que estabelece a apresentação de relatórios de
AI anuais das IES.
É de consenso na FMPFM que todos os níveis do processo de gestão
devem ser avaliados de forma constante, contínua e permanente, evidenciando
a trajetória e permitindo ajustes e direcionamentos, se necessários. Sendo
assim, a AI esteve consoante com as diretrizes do planejamento, analisando os
indicadores de desempenho internos e externos, observando também o disposto
na legislação vigente.
Os resultados apresentados neste relatório buscaram tornar transparente
para a sociedade o cumprimento da missão e dos objetivos da FMPFM, os quais
tem como princípio a busca pelo reconhecimento como uma Faculdade que
desenvolve educação superior com excelência e compromisso social.
O desenvolvimento de uma cultura avaliativa é buscado no processo de
autoavaliação, visando atender aos interesses da comunidade, respeitando os
objetivos da avaliação formativa:
Produzir conhecimento;
Questionar os sentidos das atividades e finalidades da instituição:
Identificar as causas de problemas e deficiências;
Aumentar a consciência pedagógica e capacidade profissional dos
docentes e funcionários;
Fortalecer relações de cooperação entre os atores institucionais;
Julgar a relevância científica e social das atividades e produtos da
instituição;
Prestar contas à sociedade;
Efetivar a vinculação da instituição com a comunidade.
O aperfeiçoamento e gestão das práticas desenvolvidas na FMPFM,
baseados em critérios de responsabilidade e eficiência, necessita de trabalho
contínuo e sistemático de coleta de um conjunto de dados institucionais que são
processados e apresentados em informações objetivas. Tais informações
19
retornam aos setores gestores e aos diferentes segmentos docentes,
funcionários e estudantes, propiciando uma visão plena do Projeto Político
Pedagógico da Faculdade e das singularidades de seus campi para tomada de
decisão e desenvolvimento de ações de melhorias desse projeto. Esse processo
de autoconhecimento é visto imprescindível ao planejamento e
acompanhamento do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e recruta
todas as instâncias acadêmicas e administrativas e os diferentes segmentos da
Faculdade.
A coordenação e concepção do trabalho de AI, a partir da Deliberação
CEE No 160/2018, é de responsabilidade da CPA. A CPA – FMPFM tem firmado
um trabalho de implantação de uma cultura de avaliação capaz de produzir
conhecimento sobre as ações e projetos desenvolvidos pela instituição, gerando
elementos para a reflexão e tomada de decisões. Projetos foram desenvolvidos
ao longo desses anos e seus resultados estão registrados em relatórios,
divulgados à comunidade principalmente por meio de seu site
(https://www.francomontoro.com.br/).
Os relatórios por diante também serão concebidos considerando a
avaliação externa realizada pelo CEE, quando das visitas in loco na Faculdade,
oportunizando, desta forma, diálogos entre a avaliação interna e a externa.
Considera-se que o caminho percorrido permite dizer que a AI na FMPFM, para
além do atendimento a uma normativa de avaliação e regulação da Educação
Superior definida pelo CEE, tem se constituído em valioso dispositivo de
participação e acompanhamento do desenvolvimento institucional por diferentes
segmentos da comunidade acadêmica e em ferramenta indispensável para o
planejamento e gestão da FMPFM.
Deve-se ressaltar que, ao mesmo tempo em que o Relatório apresenta o
fluxo das informações avaliativas sobre a FMPFM no ano de 2020, considerando
a Deliberação CEE No 160/2018, também ressalva resultados de avaliações
contempladas em relatórios passados, já apresentados ao CEE. A organização
e análise dos dados do Relatório 2020 levarão em consideração três pontos,
baseados na análise e acompanhamento das dimensões institucionais; a
institucionalização das práticas avaliativas e a forma de gestão de resultados
para tomada de decisões. O Relatório 2020 também traz a organização e o perfil
da FMPFM a partir de processos avaliativos colocados em prática. Trata das
ações construídas no diálogo com a comunidade em diferentes etapas do
20
processo, que se baseou não só na escuta de suas manifestações, mas também
levando em conta as análises críticas e legitimação das matrizes de avaliação
das diferentes dimensões da FMPFM.
Apesar da FMPFM atender as normativas do CEE, sua CPA também
buscou compreender e apreciar a orientação da Nota Técnica
INEP/DAES/CONAES n° 065 de 2014, a qual estrutura o instrumento avaliativo
em eixos e dimensões. Percebeu-se um importante alinhamento entre a
Deliberação CEE No 160/2018 e a referida Nota Técnica, onde a primeira
estabelece como objetivos, por meio de seu Art. 9º, as seguintes competências
a CPA:
I. Coordenar os processos de avaliação internos da instituição.
II. Elaborar programas e realizar a avaliação interna da instituição.
III. Elaborar programas de sensibilização com a finalidade de divulgar as
ações da CPA, estimular a participação da comunidade acadêmica nas
ações de avaliação e prestar as informações ao Conselho Estadual de
Educação.
IV. Promover ações institucionais necessárias ao cumprimento dos objetivos
do Conselho Estadual de Educação.
V. Conduzir, de forma ética, os processos de avaliação interna.
VI. Estimular a cultura da autoavaliação no meio institucional.
VII. Acompanhar as avaliações externas da FMPFM.
VIII. Acompanhar o desempenho dos estudantes, no Exame Nacional de
Desempenho de Estudante (ENADE).
IX. Formular proposta de melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e da
extensão desenvolvidos na instituição, com base na análise dos
resultados obtidos na avaliação interna e avaliação externa.
X. Participar das atividades relativas aos eventos promovidos pela Conselho
Estadual de Educação.
Como ressaltado, o instrumento avaliativo, em consonância com o Art. 9º
do CEE, e alinhado com a Nota Técnica INEP/DAES/CONAES n° 065 de 2014,
também busca vislumbrar em seu processo de investigação parâmetros de
análise de: planejamento e avaliação institucional (eixo 1); desenvolvimento
institucional, por meio de cumprimento da missão e Plano de Desenvolvimento
Institucional e das responsabilidades sociais da IES (eixo 2); políticas
acadêmicas, que contemplam as políticas para o ensino, pesquisa e extensão,
21
comunicação com a sociedade e a política de atendimento aos discentes (eixo
3); políticas de gestão, que devem levar em conta as políticas de pessoal,
organização e gestão da IES e sustentabilidade financeira (eixo 4); e, por fim,
infraestrutura física (eixo 5).
A Figura 1 apresenta o processo interrelacional entre a Deliberação CEE
e a Nota Técnica INEP/DAES/CONAES:
Figura 1. Dimensões institucionais organizadas por eixos.
Fonte: Elaborado pela CPA – FMPFM.
A visão estratégica da FMPFM é de que a Educação é uma prática social,
que se concretiza na produção do conhecimento construído coletivamente, a
partir de um processo dialógico em que se confrontam saberes diferentes. O
encontro entre a tradição do conhecimento, a inovação e as experiências das
gerações que convivem no ambiente universitário promove o desenvolvimento
do indivíduo e da sociedade. Tal desenvolvimento é pautado por uma
perspectiva de transformação social e promove processos de justiça, igualdade
e solidariedade em que cada pessoa tenha a sua afirmação pessoal, e cada
grupo a sua afirmação coletiva, num panorama de desenvolvimento social,
cultural, tecnológico e científico.
Assim, a Instituição entende que o ensino universitário deve buscar o
diálogo com a realidade escolar brasileira e promover sua qualificação,
22
afirmando-se como um compromisso com a construção do aprendizado e
valorizando as possibilidades dos sujeitos-alunos. Para isso a FMPFM vem
procurando promover discussões que visam ao aperfeiçoamento das formas de
ingresso e das estratégias de permanência.
23
3 IDENTIFICAÇÃO DA FMPFM, MISSÃO e OBJETIVOS
A Fundação Educacional Guaçuana (FEG) foi criada através da Lei nº
503 de 1967, pelo prefeito Antonio Giovani Lanzi. Sua criação foi um resultado
dos ideais do povo guaçuano e seus representantes políticos nesta época, ideais
que ficam claros no Artigo 1º desta Lei: Fica criada a “Fundação Educacional
Guaçuana”, entidade autônoma, de caráter técnico, científico e cultural,
destinada a proporcionar à mocidade estudantil deste município, instrução de
diferentes níveis, economicamente acessível às classes mais modestas da
população. Em 11 de março de 1968 aconteceu a aula inaugural do Ginásio
Comercial Guaçuano da Fundação Educacional Guaçuana. Nestes 45 anos os
serviços educacionais prestados por esta Fundação foram sendo modificados e
adaptados para atender as necessidades de cada época.
A Faculdade Municipal Professor Franco Montoro (FMPFM) teve a sua
autorização de funcionamento mediante os Parecer CEE 511/99, que foi
publicado no Diário Oficial do Estado – DOE em 29 de outubro de 1999 e pela
Portaria CEE 992/98, de 24 de março de 1999. Na fase inicial, contou
exclusivamente com o Curso de Administração de Empresas com ênfase em
Comércio Exterior, sendo que a primeira turma se formou no ano de 2003. Na
sequência, seis meses após a autorização de funcionamento do Curso de
Administração, foi autorizado o funcionamento do Curso de Engenharia
Ambiental.
Atualmente, a Faculdade Municipal Professor Franco Montoro – FMPFM
tem nove cursos de graduação, sendo estes: Administração, Ciência da
Computação, Engenharia Ambiental, Engenharia Química, Nutrição,
Psicologia, Enfermagem, Ciências Econômicas e Medicina.
Dentro do escopo de ampliação, desde 2009 têm-se estudos para
implantação dos cursos de Ciências Contábeis, Economia, Engenharia de
Produção e Engenharia Civil.
Com estas ampliações de oferta de curso a Faculdade Municipal
Professor Franco Montoro – FMPFM vislumbra a possibilidade de em poucos
anos transformar-se em Centro Universitário e Universidade Regional. O atual
desafio residiu em implantar, neste ano de 2020, o curso de graduação em
Medicina.
24
O curso de Medicina diferencia-se daqueles já oferecidos pela FMPFM,
pois se propõe na formação geral do estudante, uma visão humanista, crítica,
reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à
saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da
saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com responsabilidade social e
compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da saúde
integral do ser humano e tendo como transversalidade em sua prática, sempre,
a determinação social do processo de saúde e doença. Além da competência
técnica para o cuidado, com conhecimentos fundamentais nas áreas da Saúde
Coletiva, Saúde do Adulto, do Idoso, da Mulher e da Criança, esse profissional
deverá desenvolver habilidades de comunicação, liderança e trabalho em
equipe, capacidade crítica, raciocínio científico, compromisso com a vida e com
a construção do sistema de saúde, no território onde se insere o Curso.
As mudanças de paradigma para um ensino de currículo integrado são
muitas, contemplando a descrição do Quadro 1, a seguir:
Quadro 1. A concepção de currículo integrado do curso de Medicina da FMPFM.
Como é no currículo tradicional? Como é no currículo Integrado?
Currículo tradicional inicia-se com disciplinas
básicas e posteriormente avança-se para as
disciplinas formativas de maior complexidade.
Currículo integrado o conhecimento básico e
aplicado ocorrem simultaneamente ao longo
de todo o curso.
O ciclo é 1 semestre – 20 semanas O ciclo é por módulo. 1 Módulo Educacional
Temático – de 6-7 semanas
Disciplina é uma unidade de produção de
conhecimento sobre um tema especifico.
[Analogia: A célula – menor parte do corpo
humano – é uma disciplina].
Unidades Curriculares (complexo temático) -
é a junção de diversos componentes de
diversas disciplinas. [Analogia: Um tecido
(conjunto de células especializadas) –– é um
complexo temático].
Os assuntos são compartimentalizado sendo
abordado dentro das disciplinas do curso.
Os assuntos se repetem (cíclico) ao logo do
curso e dentro de outras atividades
(morfofuncional, habilidades, etc.).
Conteudista. Não conteudista.
Fonte: adaptado do Projeto Pedagógico de Curso da Medicina-FMPFM.
25
A FMPFM surge para suprir as deficiências regionais em recursos
humanos qualificados e para absorver a crescente massa de estudantes que
concluiu ou, nos próximos anos, concluirá o ensino médio. Sabe-se que a
FMPFM possui relevante papel na formação superior, de forma a atender a
demanda de mercado resultante de um processo e democratizando, assim, o
acesso dos jovens e adultos aos estudos de nível superior.
A FMPF estabelece como missão investir em um processo de ensino e
aprendizagem que capacite os seus egressos a atenderem às necessidades e
expectativas do mercado de trabalho e da sociedade, com competência para
formular, sistematizar e socializar conhecimentos em suas áreas atuação.
Visando alcançar esse objetivo, a FMPFM promove a educação superior
integrando o ensino e a extensão, visando à formação de sujeitos
empreendedores e comprometidos com o autoconhecimento, a transformação
social, cultural, política e econômica do estado e da região. Seu dever é orientar
e desenvolver iniciativas que aumentem a qualidade do Ensino e com ela a
formação de sujeitos responsáveis, comprometidos com o seu
autodesenvolvimento e com o progresso da sociedade.
A FMPFM vai além, ao entender que, na interação dinâmica com a
sociedade, em geral, e com o mercado de trabalho, em particular, define os seus
campos de atuação acadêmica presentes e futuros. Reconhecendo a crescente
importância do conhecimento para a formação de sujeitos e para o processo de
desenvolvimento da sociedade, a FMPFM pretende produzi-lo articulando o
ensino com a extensão a partir da análise da realidade social, econômica, política
e cultural local, buscando compreender melhor e mais profundamente a
realidade que seu egresso irá contribuir para transformar.
Nesse sentido, a FMPFM tem como diretriz uma formação que combina e
equilibra o desenvolvimento técnico e humanístico e que promove a visão
sistêmica do estudante. Para realizar sua missão institucional, a FMPFM também
parte da necessidade de que, enquanto agência promotora de educação
superior, deva ser possuidora de uma política de graduação rigorosa, sólida e
articulada organicamente a um projeto de sociedade e de educação. Neste
sentido, a CPA – FMPFM assume papel primordial no acompanhamento desta
missão e partilha a responsabilidade com os ingressos, os egressos e com as
organizações locais.
26
Os objetivos institucionais estão em consonância com todos aqueles
estabelecidos pelo Ministério da Educação:
Formar profissionais de nível superior, nas diferentes áreas de
conhecimento, para participar do desenvolvimento da sociedade
brasileira;
Desenvolver a pesquisa e a iniciação científica, visando colaborar no
avanço da ciência e da cultura;
Promover a extensão, aberta à participação da população, para difundir
as conquistas e benefícios resultantes dos estudos sistematizados e
investigações gerados na Instituição;
Estimular a criação cultural, por meio da promoção de eventos
diversificados;
Desenvolver atividades educativas, culturais, humanistas, técnicas e
científicas que beneficiem efetivamente a comunidade onde se insere;
Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e transmitir o saber por meio
do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação.
Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
Concluindo, o conjunto de competências deve promover no aluno a
capacidade de desenvolvimento intelectual e profissional autônomo e
permanente.
O organograma da FMPFM é representado na Figura 2:
27
Figura 2. Organograma da FMPFM.
Fonte: Elaborado pela CPA – FMPFM.
MANTENEDORA
FMPFM CPA
ÓRGÃOS
SUPLEMENTARES
(SERVIÇOS TÉCNICOS
E ADMINISTATRIVOS)
ÓRGÃOS DE
ADMINISTRAÇÃO
(ACADÊMICA)
ÓRGÃOS DE
ADMINISTRAÇÃO
(SUPERIOR)
CONSELHO
ACADÊMICO
SUPERIOR
DIRETORIA
COLEGIADO DE
CURSO
COORDENAÇÃO
DE CURSO
NDE
SECRETARIA
BIBLIOTECA
ADMINISTRAÇÃO
TESOURARIA
CONTABILIDADE
MANUTENÇÃO
28
A FMPFM possui os seguintes endereços de funcionamento:
Campus Cachoeira: Estrada Municipal Luciano Ferreira Gonçalves –
Rua dos Estudantes, s/n, Cachoeira de Cima.
Campus FEG: Rua Hugo Pancieira, 386 – Centro.
Clínica Escola: Rua Nicolau Falsete, 55 – Centro.
A longo do relatório, as atividades desenvolvidas nos Campus e Clínica
Escola serão devidamente apresentadas.
29
4 METODOLOGIA
Art. 143 – A FMPFM adotará a avaliação institucional com um processo permanente, sob a incumbência da Comissão Própria de Avaliação (CPA) que envolverá toda a instituição, destinada a identificar e promover a qualidade de seu trabalho interno e de suas interações com a comunidade (REGIMENTO INTERNO FMPFM, p. 70).
Desde o seu início, a CPA – FMPFM, em consonância com os
pressupostos e justificativas apresentados, tem adotado os seguintes princípios
em seu processo avaliativo: globalidade; comparabilidade; respeito à identidade
institucional; não premiação ou punição; adesão voluntária; legitimidade, e;
continuidade.
O princípio da globalidade destaca a importância da avaliação da
Instituição não apenas em uma de suas atividades, mas que seja objeto de
permanente avaliação as atividades acadêmicas e administrativas, incluindo
todos os enfoques presentes na educação superior. O princípio da
comparabilidade recomenda o completo entendimento dos termos adotados na
Avaliação Institucional, devendo ser os mesmos validados em processos
semelhantes em outras Instituições de Ensino Superior (IES). O princípio da
identidade institucional é o respeito pelas características específicas das
instituições. O princípio da não premiação ou punição fundamenta-se no
pressuposto de que o processo de avaliação não deve estar vinculado a
mecanismos de punição ou premiação. Avaliar é um processo contínuo e
sistemático que serve para firmar valores. A intenção, ao tratar da afirmação de
valores, é mostrar que há na avaliação uma função educativa que, em muito,
sobrepuja o mérito à questão do punir ou do premiar. É uma função educativa
que conduz ao processo de instalação da cultura da avaliação – processo que
existe em uma dada realidade, em um contexto cultural que o antecede e através
do qual se pretende melhorar sempre. A adesão voluntária ao processo de
Avaliação Institucional é o princípio de que o referido processo só logra êxito se
for coletivamente construído e se puder contar com a participação dos seus
membros, nos procedimentos e na utilização dos resultados, expressando,
assim, a vontade política da IES. A legitimidade do processo de Avaliação
Institucional implica processos de validação pela comunidade dos principais
encaminhamentos do trabalho de avaliação, favorecendo a participação reflexiva
30
dos diversos segmentos em fóruns de autoavaliação institucional e em oficinas
de trabalho. A preparação prévia de materiais pela CPA - FMPFM, com base em
estudos exploratórios tanto de experiências internas como externas, conceituais
e operacionais, contribui para a participação ativa da comunidade na elaboração
das Matrizes de Avaliação, na construção dos instrumentos de avaliação, na
análise dos dados e nos encaminhamentos para tomada de decisões. Nesse
processo, a legitimação vai se efetivando em diferentes momentos e se
integrando ao cotidiano do processo pedagógico-administrativo institucional. A
continuidade é que permite a comparabilidade dos dados de um determinado
momento a outro, revelando o grau de eficácia das medidas adotadas a partir
dos resultados obtidos.
Considerando o exposto até agora, a CPA estabeleceu os seguintes
objetivos centrais (gerais) e operacionais (específicos):
Quadro 2. Objetivos da CPA – FMPFM.
Objetivos Gerais
Objetivos Específicos
- Avaliar a instituição como uma totalidade integrada que permite a autoanálise valorativa da coerência entre a missão e as políticas institucionais efetivamente realizadas, visando à melhoria da qualidade acadêmica e o desenvolvimento institucional, e; - Privilegiar o conceito da autoavaliação e sua prática educativa para gerar, nos membros da comunidade acadêmica, autoconsciência de suas qualidades, problemas e desafios para o presente e o futuro, estabelecendo mecanismos institucionalizados e participativos para sua realização.
- Gerar conhecimento para a tomada de decisão dos dirigentes da instituição em relação à melhoria contínua de qualidade dos serviços de educação superior ofertados; - Pôr em questão os sentidos do conjunto de atividades e finalidades as cumpridas pela instituição; - Identificar as potencialidades da instituição e as possíveis causas dos seus problemas e pontos fracos; - Aumentar a consciência pedagógica e capacidade profissional do corpo docente e técnico-administrativo; - Fortalecer as relações de cooperação entre os diversos atores institucionais; - Tornar mais efetiva a vinculação da instituição com a comunidade; - Julgar acerca da relevância científica e social de suas atividades e produtos; - Prestar contas à sociedade sobre os serviços desenvolvidos.
Fonte: elaborado pela CPA – FMPFM.
31
Considerando os objetivos estabelecidos às considerações do Conselho
Estadual de Educação (CEE) - Deliberação CEE No 160/2018 – e do documento
“Orientações Gerais para o Roteiro da Autoavaliação das Instituições”, da
CONAES, a CPA – FMPFM implantou as seguintes fases de avaliação:
a) Sensibilização;
b) Diagnóstico;
c) Divulgação;
d) Balanço Crítico.
No processo de Autoavaliação, a sensibilização busca o envolvimento
da comunidade acadêmica na construção da proposta avaliativa por meio da
realização de reuniões, palestras, seminários, entre outros. Cabe ressaltar que
a sensibilização deve estar presente tanto nos momentos iniciais quanto na
continuidade das ações avaliativas, pois sempre haverá sujeitos novos iniciando
sua participação no processo: sejam estudantes, sejam membros do corpo
docente ou técnico-administrativo. Neste ano de pandemia da COVID-19, o
processo de sensibilização enfrentou maiores desafios, pois as estratégias
estabelecidas migraram todas para o ambiente de aulas remotas, o que dificultou
estabelecer uma relação próxima junto ao corpo discente e também docente. Os
coordenadores dos cursos de graduação exerceram papel importante em
interligar a CPA junto aos alunos.
O diagnóstico consiste na sondagem do ambiente interno para conhecer
a instituição. Identificam-se áreas vulneráveis como, por exemplo, falta de
docentes capacitados, inexistência de regime de dedicação e laboratórios
defasados, entre outros. A nova direção que assume a FMPFM neste ano de
2021 poderá utilizar-se do relatório institucional da CPA para compreender
melhor a sua realidade acadêmica e poder planejar ações de curto, médio e
longo prazos a serem incorporadas no Plano de Desenvolvimento Institucional.
Como continuidade do processo de avaliação interna, a divulgação dos
resultados oportuniza a apresentação pública e a discussão dos resultados
alcançados nas etapas anteriores. Para tanto, são utilizados diversos meios, tais
como: reuniões, documentos informativos (impressos e eletrônicos), seminários
e outros. A divulgação propicia, ainda, oportunidades para que as ações
concretas oriundas dos resultados do processo avaliativo sejam tornadas
públicas à comunidade interna. Pelo fato da pandemia da COVID-19, houve
atraso no processo de divulgação dos dados, porém o relatório será
32
disponibilizado na área da CPA no site institucional. Vale ressaltar que a
aprendizagem obtida neste momento de dificuldade será o diferencial, daqui
para frente, nas ações de planejamento da CPA-FMPFM.
Ao final do processo de Autoavaliação, é necessária uma reflexão sobre
o mesmo, visando a sua continuidade (balanço crítico). Assim, uma análise das
estratégias utilizadas, das dificuldades e dos avanços apresentados permitirá
planejar ações futuras. Deste modo, o processo de Autoavaliação proporciona
não só o autoconhecimento institucional, o que em si é de grande valor para a
IES, como será um balizador da avaliação externa, prevista no SINAES como a
próxima etapa da Avaliação Institucional. A necessidade é a realização do
balanço crítico com a nova direção institucional, para que, de fato, as mudanças
necessárias e implementações de ações mais efetivas sejam aderidas logo no
início do primeiro trimestre de 2021.
Importante salientar que todo o processo avaliativo transpassa pelo
desafio do acompanhamento e análise das dimensões institucionais, a
institucionalização das práticas avaliativas e a gestão dos resultados para
tomadas de decisões.
Os princípios elencados e as principais ações desenvolvidas pela CPA -
FMPFM, em 2020, foram registrados de forma sintética, sem, entretanto,
obedecer a uma ordem cronológica, e disponibilizados no site institucional, na
área da CPA4:
Ações do Primeiro Semestre de 20205:
Consolidação dos Relatórios com os resultados da Avaliação Institucional
2019;
Reunião da Coordenação da CPA-FMPFM e Membros de Apoio Técnico
(Departamento de Tecnologia da Informação da FMPFM) com os
Coordenadores de Cursos e Chefes de Setores para tratar e avaliar os
resultados da Avaliação Institucional 2020;
4 https://www.francomontoro.com.br/cpa-divulgacao/ 5 As ações foram planejadas no início do primeiro semestre letivo, em fevereiro de 2020. Muitas das ações foram repensadas por conta da pandemia da COVID-19.
33
Solicitação aos Coordenadores de Graduação das análises das avaliações do
ENADE e relatórios de ações e medidas realizadas para possíveis mudanças
e contribuições;
Participação da CPA junto aos Coordenadores dos Cursos de Graduação e
Chefes de Setores na realização da Sensibilização com sua comunidade
acadêmica e funcionários;
Elaboração do Projeto de Avaliação Institucional da CPA – FMPFM de 2020;
Reunião com as Coordenações de Curso para a apresentação do Projeto de
Avaliação Institucional 2020;
Sensibilização do Corpo Social da FMPFM para participação da Avaliação
Institucional;
Coleta de dados da Avaliação Institucional;
Acompanhamento das ações nas Coordenações e Setores para a
implementação das melhorias sugeridas;
Acompanhamento das avaliações in loco realizadas pelas comissões do MEC
durante o período de análise dos resultados.
De todos os pontos elencados, acima, sem dúvida alguma o mais
prejudicado pela condição do ensino remoto foi a sensibilização. Para tanto,
optou-se por reformulação do processo avaliativo previamente elaborado em
fevereiro de 2020, estabelecendo como principal desafio conhecer a realidade
dos atores envolvidos, docentes e discentes, perante o regime remoto do
processo ensino-aprendizagem. Houve, com isso, muito a se considerar nas
estratégias de coleta de dados e a nova integração com o Departamento de
Tecnologia da Informação da FMPFM, pois novas demandas surgiram, devendo,
consequentemente, ter consciência das prioridades do momento.
Vale aqui destacar o caminho adotado para desenvolver as ações
articuladas, sobretudo, na fase de sensibilização. Para atender aos princípios
destacados inicialmente, o fluxo das práticas realizadas ficou assim configurado:
34
Figura 3. Fluxo das práticas programadas pela CPA – FMPFM.
Fonte: elaborado pela CPA – FMPFM.
A avaliação interna, além do caráter qualitativo, adotou a perspectiva
quantitativa, optando pela combinação de métodos e técnicas que mais se
coadunam com as características da Instituição, utilizando-se de uma avaliação
diagnóstica formativa. Foram também utilizados instrumentos de pesquisa que
possibilitaram traçar o diagnóstico da Instituição e permitiram avaliar sua
qualidade acadêmica, relevância social e eficiência gerencial e organizacional.
O método utilizado foi o descritivo exploratório com destaque para os
pontos convergentes e divergentes expressos pelas técnicas e instrumentos de
35
coleta de dados e informações, compreendendo todos os sujeitos históricos
envolvidos no processo de avaliação.
Considera-se que o caminho percorrido permite dizer que a Autoavaliação
Institucional na FMPFM, para além do atendimento a uma normativa de
avaliação e regulação da Educação Superior definida pelo Conselho Estadual de
Educação, tem se constituído em valioso dispositivo de participação e
acompanhamento do desenvolvimento institucional por diferentes segmentos da
comunidade acadêmica e em ferramenta indispensável para o planejamento e
gestão da FMPFM.
Para se ter uma visão de todas as esferas que compõem a FMPFM,
buscou-se uma avaliação formativa, supondo a ação do avaliador (comunidade
acadêmica) em direção ao desenvolvimento e crescimento do avaliado
(Instituição), potencializando a importância do processo e não do produto. Por
isso, a Avaliação Institucional da FMPFM privilegiou a avaliação contínua,
despertando o olhar crítico do avaliador sobre o que se faz, visto que participa
desde a etapa de elaboração dos instrumentos, da discussão sobre os dados
coletados e da proposição das ações, o que implica em um processo de
aprendizagem dos próprios envolvidos. Assim, avaliador e avaliado são,
concomitantemente, avaliados neste processo que potencializa a Instituição na
sua capacidade de transpor obstáculos e gerir seus progressos, fazendo com
que haja ruptura dos eventos que possam impedir o aperfeiçoamento das
práticas acadêmicas.
A seguir, tem-se as questões que compuseram os questionários
elaborados pela CPA – FMPFM, considerando corpo discente de graduação (n
= 165) e corpo docente (n = 74). Por ter sido um ano atípico, com variantes jamais
esperadas, optou-se em centralizar as atenções no processo ensino-
aprendizagem, sobretudo quanto a graduação.
Foram elaborados dois tipos de questionários para os discentes, inseridos
na área do aluno na Plataforma Moodle, com o intuito de compreender os
aspectos do ensino remoto na pandemia (Quadro 3), bem como a avaliação
específica das disciplinas (Quadro 4). A autoavaliação docente, realizada pelos
professores dos cursos da FMPFM, consta no Quadro 5.
36
Quadro 3. Questões elaboradas pela CPA – FMPFM 2020 aplicadas ao corpo discente sobre a
percepção de suporte ao ensino e autoavaliação na pandemia (n = 165).
Questões Aplicadas ao Corpo Discente - Pandemia
1. A Direção Administrativa e a Direção Acadêmica da FMPFM estão empenhadas quanto ao desenvolvimento e na qualidade da faculdade neste momento de isolamento social.
2. O(a) Coordenador(a) do meu curso está empenhado(a) quanto ao desenvolvimento e na qualidade do curso neste momento de isolamento social.
3. A Secretaria Acadêmica tem funcionado adequadamente durante o período de isolamento social.
4. A Biblioteca tem funcionado adequadamente durante o período de isolamento social.
5. Tenho recebido suporte adequado do Setor de Tecnologia da Informação (tutoriais, esclarecimento de dúvidas, suporte etc.) da FMPFM, neste momento de ENSINO REMOTO.
6. O MEU CONHECIMENTO de tecnologia/informática tem sido um fator limitante para um maior sucesso na minha aprendizagem nesta fase de ENSINO REMOTO.
7. Eu possuo condições físicas adequadas EM MINHA RESIDÊNCIA para me dedicar ao ENSINO REMOTO.
8. Eu tenho acesso à internet de qualidade, EM MINHA RESIDÊNCIA, para me dedicar ao ENSINO REMOTO.
9. Eu tenho acesso a computador ou notebook para me dedicar ao ENSINO REMOTO.
10. Eu tenho utilizado somente o aparelho celular para me dedicar ao ENSINO REMOTO.
11. A minha postura nas aulas por VIDEOCONFERÊNCIA é considerada participativa e colaborativa.
12. Eu tenho utilizado com frequência as possibilidades oferecidas pela BIBLIOTECA da FMPFM (acervos físico e virtual).
13. A qualidade de ensino da FMPFM PRESENCIALMENTE (antes do isolamento social) é adequada quanto a matriz curricular estabelecida para o meu curso.
14. A qualidade de ensino da FMPFM por ENSINO REMOTO (nesta fase de isolamento social), é adequada quanto a matriz curricular estabelecida para o meu curso.
15. As aulas por ENSINO REMOTO têm atingido o mesmo objetivo das aulas presenciais?
16. Eu percebo que estou me tornando uma pessoa com mais autonomia acadêmica após o início das disciplinas por ENSINO REMOTO.
Fonte: elaborado pela CPA – FMPFM.
As questões 1, 2, 3, 4, 13, 14 e 15 tiveram o respectivo padrão de
respostas, buscando estabelecer relação com a escala Likert de cinco pontos: 1)
discordo plenamente, 2) discordo, 3) indiferente (ou neutro), 4) concordo e 5)
37
concordo plenamente. Abaixo, a ilustração de como foi apresentada a
possibilidade de respostas ao aluno:
As questões 7, 8, 11, 12 e 16 tiveram as seguintes opções de respostas:
Sim; Razoavelmente; Não. Por que?
As questões 5 e 6 apresentaram as seguintes opções de respostas: Sim;
Não.
Quadro 4. Questões elaboradas pela CPA – FMPFM 2020 aplicadas ao corpo discente sobre
avaliação disciplinar (n = 165).
Questões Aplicadas ao Corpo Docente
1. O professor demonstra conhecimento aprofundado dos conteúdos da ementa da disciplina.
2. Os planos de aula (procedimentos estratégicos) desta disciplina, POR ENSINO REMOTO, foram apresentados e vêm sendo bem estruturados e compatíveis (com o tempo de aula) e cumpridos adequadamente.
3. As aulas desta disciplina, POR ENSINO REMOTO, vêm trazendo informações relevantes para a minha formação acadêmica.
4. Tenho frequentado as aulas desta disciplina, por ENSINO REMOTO, com o mesmo nível de interesse e concentração quando o curso vinha sendo oferecido PRESENCIALMENTE.
5. A aula aplicada, POR ENSINO REMOTO, vem sendo ministrada com motivação, explanação de conteúdo, exemplificação e interação com os alunos.
6. O professor desta disciplina, POR ENSINO REMOTO, tem se mostrado sempre disposto a esclarecer dúvidas, colaborando efetivamente com o meu aprendizado, no tempo de exposição da aula e nos instrumentos de comunicação virtual.
7. As formas que os conteúdos desta disciplina, POR ENSINO REMOTO, vêm sendo mostrados (slides, vídeos, materiais em PDF, etc.) têm sido adequadas e interessantes tecnicamente.
8. Percebo que houve aumento na demanda de tempo, para me dedicar aos estudos desta disciplina, por ENSINO REMOTO.
9. Percebo que houve aumento na quantidade de atividades e tarefas, desta disciplina, por ENSINO REMOTO.
38
10. A minha dedicação a esta disciplina, por ENSINO REMOTO, tem sido a mesma, quando comparada com o oferecimento presencial.
11. O professor desta disciplina tem se utilizado da ferramenta MOODLE, para interação e desenvolvimento das aulas, por ENSINO REMOTO?
12. O professor tem se utilizado de videoconferências (via aplicativo Zoom), como estratégia de interação e desenvolvimento das aulas, por ENSINO REMOTO?
13. O professor desta disciplina, POR ENSINO REMOTO, tem apresentado bom relacionamento com os alunos, estimulando a gostar de suas aulas e gerando um clima favorável para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
14. O professor desta disciplina tem se mostrado comprometido com os alunos e com a FMPFM neste momento de ENSINO REMOTO.
Fonte: elaborado pela CPA – FMPFM.
As questões 1, 2, 3, 5, 6, 7, 13 e 14 tiveram o respectivo padrão de
respostas, buscando estabelecer relação com a escala Likert de cinco pontos: 1)
discordo plenamente, 2) discordo, 3) indiferente (ou neutro), 4) concordo e 5)
concordo plenamente. Abaixo, a ilustração de como foi apresentada a
possibilidade de respostas ao aluno:
As questões 4, 10, 11 e 12 apresentaram o seguinte padrão de respostas:
Sim; Razoavelmente; Não. Por que?
As questões 5 e 6 apresentaram as seguintes opções de respostas: Sim;
Não.
Quadro 5 - Questões elaboradas pela CPA – FMPFM 2019 aplicadas ao corpo docente (n =
74).
Questões Aplicadas aos Colaboradores
1. A Direção Administrativa e a Direção Acadêmica da FMPFM estão empenhadas quanto ao desenvolvimento e na qualidade da faculdade neste momento de isolamento social.
2. O(a) Coordenador(a) do curso está empenhado(a) quanto ao desenvolvimento e na qualidade do curso neste momento de isolamento social.
39
3. O Departamento de Recursos Humanos da FEG tem atuado adequadamente neste momento de isolamento social.
4. A Biblioteca tem funcionado adequadamente durante o período de isolamento social.
5. O meu conhecimento em tecnologia/informática tem sido um fator limitante para um maior sucesso da minha prática docente nesta fase de ENSINO REMOTO.
6. Eu possuo condições físicas adequadas, em minha residência, para me dedicar e lecionar pelo ENSINO REMOTO.
7. Eu tenho acesso à internet de qualidade, em minha residência, para me dedicar e lecionar por ENSINO REMOTO.
8. Eu tenho acesso a computador ou notebook para me dedicar e lecionar por ENSINO REMOTO.
9. Considero que a minha postura docente para ministrar as aulas, por videoconferência, tem sido colaborativa, técnica e adequada.
10. As aulas por ENSINO REMOTO que tenho lecionado têm atingido o mesmo objetivo das aulas presenciais?
11. Os planos de aula (procedimentos estratégicos) da(s) minha(s) disciplina(s), PRESENCIALMENTE, eram bem estruturados e compatíveis (com o tempo de aula) e cumpridos adequadamente.
12. Os planos de aula (procedimentos estratégicos) da(s) minha(s) disciplina(s), POR ENSINO REMOTO, vêm sendo bem estruturados e compatíveis (com o tempo de aula) e cumpridos adequadamente.
13. Tenho conseguido trazer a mesma qualidade/quantidade de informações relevantes na aplicação dos conteúdos propostos para a formação acadêmicas dos alunos, por ENSINO REMOTO.
14. Os alunos têm frequentado as aulas da(s) minha(s) disciplina(s), por ENSINO REMOTO, com o mesmo nível de interesse e concentração quando a mesma era oferecida PRESENCIALMENTE.
15. Tenho realizado a sequência didática das aulas (acolhimento-motivação- explanação/exposição-avaliação) com o mesmo nível de desenvoltura didático-pedagógica, por ENSINO REMOTO, quando me comparo à situação presencial.
16. Tenho me mostrado colaborativo e disposto a esclarecer as dúvidas em minha(s) disciplina(s), por ENSINO REMOTO, motivando sempre o processo de aprendizagem dos alunos.
17. As formas que os conteúdos desta disciplina, POR ENSINO REMOTO, vêm sendo mostrados (slides, vídeos, materiais em PDF, etc.) têm sido adequadas.
18. Possuo um bom relacionamento com os alunos, estimulando-os a gostar de minhas aulas e gerando um clima favorável para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
19. Tenho me mostrado comprometido com os alunos e com a FMPFM neste momento de ENSINO REMOTO.
20. Percebo que houve aumento na demanda de tempo, para me dedicar à estruturação da(s) minha(s) disciplina(s), por ENSINO REMOTO.
40
21. Percebo que houve aumento na quantidade de atividades e tarefas, ofertadas em minha(s) disciplina(s), por ENSINO REMOTO.
22. Tenho me utilizado da ferramenta MOODLE, para interação e desenvolvimento das aulas, por ENSINO REMOTO?
23. Tenho me utilizado de videoconferências (via aplicativos como Zoom Meetings, Skype, Facebook, por exemplo), como estratégia de interação e desenvolvimento das aulas, por ENSINO REMOTO?
24. Tenho recebido instruções adequadas por parte da(s) coordenação(ões) do(s) curso(s) que atuo na Faculdade Franco Montoro neste momento de ENSINO REMOTO.
25. Tenho recebido suporte adequado do setor de Tecnologia da Informação (instruções, tutoriais, informativos, etc.) da Faculdade Franco Montoro, neste momento de ENSINO REMOTO.
26. Tenho demostrado meu interesse em sempre atualizar-me com as formações docentes, participando das capacitações oferecidas pela Faculdade.
27. Tenho sido responsável com os horários e presenças nas aulas pelo ENSINO REMOTO gerando seriedade com minha prática docente e o respeito dos alunos.
28. Tenho percebido alterações em minha qualidade de vida, considerando aspectos como ansiedade, perda de sono, alteração de humor e apetite, relações de trabalho, etc., neste momento de ENSINO REMOTO.
Fonte: elaborado pela CPA – FMPFM.
As questões atendem as seguintes alternativas: 1, 2, 3, 4, 10, 11, 12, 13,
15, 16, 17, 18, 19 e 28 obedeceram ao seguinte padrão de respostas,
respeitando o padrão da escala Likert:
As questões 5, 6, 7, 9, 14, 22, 23, 24, 25, 26 e 27 tiveram o seguinte
padrão de respostas: Sim; Razoavelmente; Não.
As questões 8, 20 e 21 foram respondidas por: Sim; Não.
O projeto de Autoavaliação 2020 foi construído como um instrumento de
gestão acadêmico-administrativo, sobretudo neste momento de pandemia. Mais
que coletar dados estatísticos, cada segmento da comunidade da FMPFM deve,
via fase de Sensibilização, estabelecer padrões de atuação, desempenho e
promoção de troca de melhores práticas. Ao final, deve-se chegar ao
estabelecimento dos dois pontos primordiais do processo avaliativo:
41
Potencialidades:
‒ Aperfeiçoamento dos indicadores de desempenho acadêmico;
‒ Monitoramento dos indicadores e do Plano de Ação construído para
garantir os objetivos do Instituto.
Fragilidades:
‒ Verificar atrasos e inconsistências na execução de algumas tarefas
referentes à Autoavaliação;
‒ Examinar a falta de disponibilidade de coordenadores, docentes e
funcionários administrativos dos campi, no que se refere ao
acompanhamento e monitoramento da execução dos planos de ação.
42
5 RESULTADOS
Avaliar em tempo de pandemia não foi tarefa fácil, pois todos os
envolvidos no processo – avaliadores (comunidade acadêmica, entendendo-se,
aqui, como corpos discente e docente) e avaliados (gestores, coordenadores e
docentes) passaram por uma experiência única em suas vidas. Não havia, e não
há, ainda, referências sobre como se avaliar tal episódio que ainda estamos
vivenciando. Os professores se depararam com uma nova imposição de
ministrar suas aulas, sendo que muitos não estavam preparados para
assumirem tamanha responsabilidade de manejo das tecnologias da informação.
Do outro lado, alunos também se deparando com as dificuldades inerentes ao
domínio de ferramentas e da aquisição de aparatos tecnológicos e estruturais
para poderem ter uma experiência acadêmico-pedagógica consistente. Não tem
sido tarefa fácil.
Ressalta-se que a avaliação quanto ao corpo discente será apresentada
de forma geral, considerando o perfil obtido institucionalmente. Os dados
específicos foram apresentados para os respectivos coordenadores de curso,
para suas tomadas de decisão e balizamento das ações de seus cursos.
Com base na Deliberação CEE No 160/2018 do Conselho Estadual de
Educação e considerando o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES), estabeleceram-se as respectivas áreas de avaliação:
Área 1: Conhecimento sobre a instituição;
Área 2: Gestão pedagógica do curso;
Área 3: Ensino de graduação;
Área 4: Infraestrutura;
Área 5: Programas de pesquisa e extensão;
Área 6: Interação com a comunidade interna/externa;
Área 7: Gestão administrativa e financeira (não realizada em virtude da
pandemia).
Antes de analisar os dados específicos das distintas áreas,
caracterizaremos o corpo discente (graduação) participante da autoavaliação.
43
5.1 Caracterização do Corpo Discente - Graduação
Participaram do processo avaliativo alunos dos cursos de graduação em
Administração (n = 24); Ciência da Computação (n = 15); Enfermagem (n = 9);
Engenharia Química (n = 14); Engenharia Ambiental (n = 3); Medicina (n = 31);
Nutrição (n = 7); Psicologia (n = 60).
Figura 4. Maior parte de estudo da vida escolar (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Do total de 168 participantes, observa-se predomínio dos alunos que
estudaram maior parte da vida escolar dos ensinos fundamental/médio em
escola pública (76,36%; n = 126), enquanto que 23,64% (n = 39) ingressaram no
ensino superior vindos da escola particular. Importante ressaltar que os dados
coletados, a partir de 2020, passam a incorporar os alunos do curso de Medicina,
que se encontram em regime integral na FMPFM. Do total de 31 alunos do curso
de Medicina, 70,96% são oriundos da escola particular. Para o próximo ano, a
CPA-FMPFM prontifica-se a analisar o ingresso de estudantes de forma mais
44
consistente, pois observa-se que a diferenciação de turnos de estudo reflete
neste parâmetro.
Outra informação interessante é que, dos respondentes da CPA, 63,7%
são do sexo feminino, enquanto 36,1% do sexo masculino. Há também a
necessidade de se compreender, em conjunto com a secretaria acadêmica, a
caracterização do corpo discente da FMPFM. A média de idade do corpo
discente respondente foi de 27,69 anos.
5.2 Área 1: Conhecimento Sobre a Instituição
Os resultados para a Área 1: Conhecimento sobre a Instituição seriam
relativos ao nível de conhecimento que os corpos discente e docente apresentam
sobre o Regimento Interno da FMPFM, bem como das especificidades
necessárias dos Projetos Pedagógicos dos respectivos cursos. A proposta para
o ano de 2020 seria trabalhar com os dados obtidos pela avaliação de 2019, uma
vez que se identificou que 46,83% e 77,1% dos alunos de graduação e pós-
graduação, respectivamente, desconheciam o Regimento Interno da FMPFM. A
CPA havia estabelecido como plano de ação reuniões com as coordenações,
colegiados e congregação, setores técnico-administrativos e representantes de
turma no início de cada ciclo de sensibilização. Porém, com o advento da
pandemia da COVID-19 houve a necessidade de remanejar as estratégias e
estabelecer como relevante neste momento a compreensão do processo ensino-
aprendizagem.
Com o término das restrições e do isolamento social/acadêmico, as ações
planejadas serão retomadas, pois se sabe da importância do retorno nas aulas
presenciais para efetivar tal estratégia de divulgação sobre os regimentos e
projetos pedagógicos institucionais.
5.3 Área 2: Gestão Pedagógica do Curso
A gestão pedagógica dos cursos foi avaliada pelos discentes da
graduação e docentes. Ressalta-se que houve o encaminhamento dos
resultados para direção e coordenadores em um primeiro momento, para ciência
45
dos mesmos. As tomadas de decisão sobre a temática competem ao quadro
diretivo da FMPFM, porém tendo o suporte da CPA institucional no levantamento
das informações.
5.3.1 Corpo Discente da Graduação
Figura 4. O(a) coordenador(a) do curso está empenhado(a) no desenvolvimento e na
qualidade do curso (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Observa-se que há um conceito positivo das coordenações, considerando
os percentuais conjuntos das notas 4 (17,58%; n = 29) e 5 (41,21%; n = 68), em
um total de 58,79%. No ano de 2019, o índice positivo ficou em 81%, o que
denota uma queda de 22,21% desta faixa de conceito. Considera-se oportuno
compreender se a transição ríspida de aula presencial para aula remota
contribuiu para o atual cenário. A CPA-FMPFM sugere que direção e
coordenações, para o início do ano letivo de 2021, devam analisar de forma
crítica os dados apresentados. Porém, por se tratar de um momento institucional
de recomposição do quadro diretivo e de coordenações, os novos gestores
46
necessitam estabelecer estratégias de comunicação mais efetivas com o corpo
discente.
5.3.2 Corpo Docente
A percepção do corpo docente alinha-se ao posicionamento discente
quanto a gestão pedagógica do curso. Ressalta-se, também, que muitos dos
docentes atuam em mais de um curso na graduação da FMPFM. Há, ainda, a
questão de que todos os docentes são contratados via processo seletivo, com
duração máxima de dois anos. A rotatividade docente é um ponto interessante a
ser compreendido quanto a percepção destes profissionais em relação a
FMPFM.
Figura 5. O(a) coordenador(a) do(s) curso(s) está empenhado(a) quanto ao desenvolvimento e
na qualidade do curso neste momento de isolamento social (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Observação: alguns docentes atuam em mais de um curso da FMPFM.
Os resultados mostram um conceito altamente positivo (93,25%),
considerando que 77,03% (n = 57) concordam plenamente e 16,22% (n = 12)
concordam parcialmente (notas 5 e 4, respectivamente). No ano de 2019 o índice
positivo foi de 94,27% quanto a considerar o bom empenho das coordenações,
47
refletindo o excelente trabalho, na perspectiva do aluno de graduação e
docentes, desenvolvido pelos coordenadores de curso.
Fica exposto que para alunos e docentes da FMPFM há um
comprometimento relevante na gestão pedagógica dos cursos, muito pelo fato
da formação acadêmica e experiência das coordenações. Há a preocupação
evidenciada de uma construção de visão de mundo e da postura política do
indivíduo/discente, preparando-o com autonomia e liberdade, por meio de um
processo educacional que garanta a conciliação da postura ética com a prática
profissional para o exercício da cidadania.
Valem para 2020 os critérios observados para as relações das ações
acadêmico-administrativas em 2019, mas agora refletidos neste momento da
pandemia da COVID-19, pois houve preocupação de fortalecer políticas de
ensino para os cursos de graduação e da melhoria no
desenvolvimento/utilização de material didático-pedagógico, por parte docente.
A figura 6 apresenta a percepção docente sobre este fato:
Figura 6. Tenho recebido instruções adequadas por parte da(s) coordenação(ões) do(s) curso(s) que atuo na Faculdade Franco Montoro neste momento de ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Observação: alguns docentes atuam em mais de um curso da FMPFM.
48
A FMPFM tem ofertado aos docentes da instituição, gratuitamente, a
inserção em um Programa de Formação e Capacitação, voltado para as
Metodologias Ativas de Aprendizagem. As aulas ocorreram de forma remota no
último sábado do mês, das 8h00 às 12h00, possibilitando da troca de experiência
ao conhecimento de novas estratégias de interação no processo ensino-
aprendizagem. Ressalta-se que o programa foi implantando desde 2019, muito
antes da incidência da pandemia da COVID-19. As aulas em 2020 foram
ministradas pela Profa. Me. Tatiana Pita (Pita Assessoria Educacional), versando
sobre importantes temas relacionados ao processo ensino-aprendizagem:
Avaliar x medir: compreendendo o processo avaliativo;
Avaliar: o que significa esta ação na prática docente;
Avaliação quantitativa e avaliação qualitativa;
Avaliação em espaços virtuais de aprendizagem;
Aprender com o erro: o olhar do professor e o olhar do aluno;
Elaborando instrumentos avaliativos;
Lendo resultados, replanejando caminhos;
As aulas foram ministradas via aplicativo Zoom com interface pela
Plataforma Moodle. Houve uma pesquisa de disponibilidade de datas e horários,
o que viabilizou a aderência dos professores ao programa.
Desta forma, a FMPFM, orientada por uma visão interdisciplinar, concebe
a sua organização didático-pedagógica a partir do avanço da visão restrita de
mundo e a compreensão da complexidade da realidade e reconhece, assim, que
todo o conhecimento é igualmente importante. Nesse sentido, a política da
FMPFM para o ensino de graduação fundamenta-se na integração do ensino
com a extensão, objetivando formação de qualidade acadêmica e profissional.
Cultiva e promove, portanto, uma prática calcada em princípios éticos que
possibilite a construção do conhecimento técnico-científico, o aperfeiçoamento
cultural e o desenvolvimento de um pensamento reflexivo, crítico e responsável,
que impulsione a transformação política, social e econômica da sociedade.
5.4 Área 3: Ensino de Graduação
Neste quesito, foram analisadas as respostas obtidas pelos alunos de
graduação e aquelas dadas pelo corpo docente, com perspectivas específicas
49
de compreensão e requisitos. Trata-se de um instrumento idealizado
exclusivamente para o momento da pandemia da COVID-19, que deixará um
registro muito importante a ser considerado a curto prazo, para redefinições do
primeiro semestre letivo de 2021, e a médio e longo prazos, pois as vivências do
ano de 2020 precisarão sem sempre revisitadas quando se pensar em estratégia
e planejamento.
5.4.1 Corpo Discente da Graduação 5.4.1.1 As condições de estudo na pandemia
As questões deste tópico apresentam informações relativas às condições
de estudo dos discentes de graduação da FMPFM. A partir deste, é possível
estabelecer relações que ampliem a compreensão do cenário de aquisição de
conhecimento ao longo do ano de 2020, durante o isolamento social/acadêmico.
Figura 7. Eu possuo condições físicas adequadas em minha residência para me dedicar ao
ensino remoto (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
50
Figura 8. Eu tenho acesso à internet de qualidade em minha residência, para me dedicar ao ensino remoto (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 9. Eu tenho acesso a computador ou notebook para me dedicar ao ensino remoto (n =
165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2019).
51 Figura 10. Eu tenho utilizado somente o aparelho celular para me dedicar ao ensino remoto (n
= 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Analisando as figuras 7, 8, 9 e 10, em conjunto, percebe-se que, na sua
grande parte, os alunos da FMPFM possuíam condições adequadas de
enfrentamento e estrutura para as atividades de ensino remoto. Mas tal aspecto
não garantiria, por si só, que o processo ensino-aprendizagem, de fato, seria
bem-sucedido. Aspectos como preparação ao ensino remoto, manejo de
plataformas de tecnologia de informação e comunicação, organização de layout
de estudo e, sobretudo, motivação para aderir ao novo modelo, único e viável na
pandemia, também foram de fundamental importância para o sucesso e
superação do momento de isolamento social/acadêmico. O próximo item
possibilitará o entendimento do processo como um todo.
5.4.1.2 A experiência com o ensino remoto
As figuras, a seguir, apresentam resultados sobre a experiência dos
discentes considerando o processo ensino-aprendizagem ao longo do ano de
2020.
52 Figura 11. O meu conhecimento de tecnologia/informática tem sido um fator limitante para um
maior sucesso na minha aprendizagem nesta fase de ensino remoto (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
O uso de novas estratégias pedagógicas trouxe desafios, como
capacitação docente, adaptação dos estudantes, saúde mental da comunidade
e manejo do tempo para estudo, e a garantia de acesso por parte dos estudantes
tornou-se uma preocupação da comunidade acadêmica. Conforme já ressaltado,
o fato de ter acesso à internet e equipamento adequado não garantiria o sucesso
do ensino remoto, porém a implementação desta modalidade de ensino foi
emergencial. A questão do conhecimento em tecnologia/informática apontou que
para 50,30% (n = 83) não foi um fator limitante e que 24,24% (n = 40) tiveram
razoável facilidade no acompanhamento inicial do processo.
Um mês após a implementação do ensino remoto emergencial na
instituição, fez-se, anteriormente a esses dados apresentados pela CPA-
FMPFM, um levantamento por questionário elaborado no Google Forms, que foi
enviado a todos os estudantes dos cursos. A proposta desse levantamento era
avaliar as atividades em ensino remoto e identificar os formatos de ensino de
conteúdo teórico com maior facilidade de acompanhamento por parte dos
alunos. O objetivo desse questionário foi permitir o aprimoramento das
atividades realizadas e adequar os conteúdos ao tipo de acesso utilizado pela
maioria dos estudantes.
53
Os docentes receberam capacitação pedagógica, conforme relatado no
item “Gestão Pedagógica do Curso” bem como suporte do Departamento de
Tecnologia da Informação da instituição, podendo resolver dúvidas surgidas
tanto na preparação das aulas quanto aquelas ocorrentes durante as aulas. Os
alunos também tinham uma linha de contato com o Departamento, facilitando a
adaptação à Plataforma Moodle e ao aplicativo Zoom Meeting.
Figura 12. A minha postura nas aulas por videoconferência é considerada participativa e colaborativa (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Um fator de extrema relevância para o sucesso das aulas remotas
dependia do comportamento do aluno perante ao novo contexto de aula. Fica
evidente que, ao analisar que 44,85% (n = 74) e 7,27% (n = 12), perfazendo um
total de 52,12%, relataram postura razoavelmente e inadequada (resposta não),
respectivamente, os desafios enfrentados pelos docentes foram enormes.
Escutar os alunos sobre as dificuldades em relação ao ensino remoto
emergencial foi ferramenta essencial para o sucesso dessa estratégia
pedagógica. Além dos grupos de WhatsApp e mensagens eletrônicas, os
docentes e coordenadores se mostraram acessíveis ao longo do ano letivo de
2020. A experiência de protagonismo dos alunos na atuação em relação ao
ensino remoto emergencial era fator determinante para o sucesso do ensino nos
54
tempos de pandemia. Mas percebeu-se que, mesmo se utilizando de diversas
ferramentas, houve grande dificuldade de aceitação do momento que se vivia. A
Figura 13 permite uma análise complementar deste fato.
Figura 13. A qualidade de ensino da FMPFM presencialmente (antes do isolamento social) é adequada quanto a matriz curricular estabelecida para o meu curso (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
O aluno da FMPFM, em sua grande maioria, concorda plenamente
(conceito 5; n = 47; 28,48%) e concorda parcialmente (conceito 4; n = 70;
42,42%) que o ensino oferecido anteriormente ao evento da pandemia era de
qualidade (70,9%). A mesma motivação de aprendizagem e satisfação quanto
ao ensino oferecido pela instituição foram bruscamente alterados, muito pelo fato
da mudança ter sido emergencial. Havia uma necessidade de compreensão do
momento vivido por todas as partes que compactuam com o processo ensino-
aprendizagem. Quando 52,12% dos discentes relatam que a postura perante ao
ensino remoto não foi adequada, as estratégias de adaptação orientadas pelos
docentes e coordenações passam a não surtir o efeito desejado, estudado e
preparado nas capacitações.
55
Figura 14. A qualidade de ensino da FMPFM por ensino remoto (nesta fase de isolamento social) é adequada quanto a matriz curricular estabelecida para o meu curso (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Observa-se na Figura 14 que há reconhecimento acima da média
conceitos 3, 4 e 5 = 71,52%), por parte discente, de que a qualidade implantada
no ensino remoto foi satisfatória. Ao reconhecer a qualidade de ensino, o aluno
repassa aos docentes e coordenações méritos na condução deste processo tão
dificultoso. Percebe-se que houve uma compreensão de que o ensino remoto
emergencial é aquele caracterizado pela mudança temporária do ensino
presencial para o ensino remoto. O ensino passou, em um momento de crise,
como no caso da pandemia da COVID-19, para totalmente remoto, e todas as
orientações e todo o conteúdo educacional foram ministrados em plataformas a
distância. O objetivo educacional não foi criar um curso a distância robusto, mas
fornecer acesso temporário à instrução e apoio instrucional de uma maneira que
seja rápida de configurar e que esteja disponível de forma confiável durante o
período.
É importante ressaltar que o ensino remoto emergencial apresenta
diferenças fundamentais dos modelos de ensino a distância ou modelo híbrido
que têm um planejamento prévio de conteúdo e tempo cuidadoso usando
modelos de desenvolvimento e planejamento bem conhecidos. O entendimento
dessas diferenças foi fundamental para reduzir a ansiedade por parte dos
56
discentes, que não se sentem preparados para participar de aulas não
presenciais.
Figura 15. As aulas por ensino remoto têm atingido o mesmo objetivo das aulas presenciais (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
A coerência dos resultados coletados pela CPA-FMPFM mostra-se na
Figura 15, ao observar que 55,16% apontam, pelos conceitos 3, 5 e 5, que as
aulas por ensino remoto atingiram os mesmos objetivos das aulas presenciais,
refletindo a média próxima daquelas obtidas para a postura discente perante as
aulas e a percepção da qualidade de ensino na pandemia.
A identificação de estudantes com dificuldade de acesso, a escuta atenta
sobre o ensino remoto e a doação de dispositivos permitiram reduzir a
inequidade entre os discentes em relação ao acesso às plataformas remotas, de
modo a evitar que essa estratégia pedagógica fosse um fator de desigualdade
no processo ensino-aprendizagem. A capacitação inicial do corpo docente para
o manejo ferramentas pedagógicas virtuais e a informação constante sobre as
dificuldades encontradas pelos alunos em relação às ferramentas utilizadas
foram fatores extremamente importantes para a adequação do ensino remoto
emergencial. Porém, houve um enfrentamento desafiador neste momento da
57
pandemia, pois percebe-se que praticamente metade do corpo discente avaliado
não se propôs a assumir as devidas responsabilidades que eram exigidas
considerando as novas estratégias impostas emergencialmente.
Figura 16. Eu percebo que estou me tornando uma pessoa com mais autonomia acadêmica após o início das disciplinas por ensino remoto (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Mas há esperança de que a experiência vivida durante o ano de 2020 seja
levada para toda uma vida, sobretudo quanto ao desenvolvimento da autonomia
acadêmica do discente da FMPFM. Toda a preocupação, desde o início da
implementação das aulas remotas, residia em conduzir os alunos para as
melhores experiências possíveis do processo ensino-aprendizagem. Deve-se
considerar positivo quando 36,97% (n = 61) dos respondentes afirmam que o
modelo de aulas remotas permitiu o desenvolvimento de autonomia nas relações
da aprendizagem. É uma percepção real dentro de um contexto inédito, seja para
discentes, docentes, coordenadores e direção. Trata-se de uma circunstância
única, onde os acenos positivos devem ser vistos como conquistas. De forma
isenta, a CPA-FMPFM presenciou um ano com todas as dificuldades relatadas
em artigos científicos das áreas que cobrem a pandemia da COVID-19,
testemunhando esforços conjuntos de toda a comunidade acadêmica da
instituição para que todas as ações planejadas pudessem dar certo.
58
5.4.2 Corpo Docente 5.4.2.1 As condições de trabalho na pandemia
Figura 17. O meu conhecimento em tecnologia/informática tem sido um dato limitante para um maior sucesso da minha prática docente nesta fase de ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 18. Eu possuo condições físicas adequadas, em minha residência, para me dedicar e lecionar pelo ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
59
Figura 19. Eu tenho acesso à internet de qualidade, em minha residência, para me dedicar e lecionar por ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 20. Eu tenho acesso a computar ou notebook para me dedicar e lecionar por ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
60
Analisando as figuras 17, 18, 19 e 20, em conjunto, observou-se que o
corpo docente relatou totais condições estruturais para enfrentar o período de
aulas por ensino remoto. Desta forma, entende-se que, do ponto de vista do
acesso à tecnologia e equipamentos, tanto corpos docente e discente poderiam
construir uma experiência adequada. Com o passar do tempo, percebeu-se um
fator que não é relatado, sobre o layout de preparação ao estudo e a influência
das relações familiares.
Também tem que se considerar que, entre os tantos desafios, destaca-
se o papel primordial dos professores e a responsabilidade institucional
de apoiá-los. Foi necessário dar respostas às especificidades do planejamento
de ensino-aprendizagem remoto, facilitar o desenvolvimento de competências
digitais, contribuir com o domínio de ferramentas e recursos tecnológicos
educacionais, viabilizar novas formas de avaliação, de mediação e facilitação da
aprendizagem em ambiente digital e apoiar a reorganização das aulas práticas
e de laboratório. Não havia familiaridade com o uso dos ambientes virtuais de
aprendizagem na instituição, até porque essa não era uma política instrucional.
Da mesma forma, não havia experiência com os recursos de
teleconferência para uso rotineiro pelos docentes. Portanto, era primordial apoiar
o desenvolvimento de competências digitais pelo corpo docente e esse foi um
aspecto importante considerado pela FMPFM logo no início do processo.
61
5.4.2.2 A experiência com o ensino remoto
Figura 21. Considero que a minha postura docente para ministrar as aulas, por videoconferência, tem sido colaborativa, técnica e adequada (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Como era de se esperar, o docente afirmou postura adequada perante o
momento do ensino remoto emergencial (91,89%). Acredita-se que os
professores foram “provocados” a se reinventar e ressignificar sua prática
pedagógica procurando meios de promover uma educação ativa na pandemia,
até pelo fato de 52,12% dos alunos terem relatado posturas “razoavelmente” e
“inadequada” para este formato de aula.
Figura 22. As aulas por ensino remoto que tenho lecionado têm atingido o mesmo objetivo das aulas presenciais? (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
62
O corpo docente também fez uma avaliação crítica quanto se as aulas
remotas atingiram os mesmos objetivos das aulas presenciais, pois houve
percepção parcial (entre concordar e discordar) na ordem de 71,62%.
Desenvolver a mediação do processo de construção do conhecimento dos
alunos distantes, deve levar em consideração as tarefas que o aluno pode
realizar com autonomia, baseado no conhecimento já consolidado e as
atividades na qual o aluno realiza com o auxílio de outros, justificando-se, então,
a função da mediação pedagógica. As situações de ensino, com o uso das
tecnologias digitais de comunicação e informação, podem ser consideradas
como uma atividade midiatizada ou instrumentada que interfere nas relações e
nas interações didáticas, nas quais o uso do celular, tablete, computador
constitui um dos meios da ação docente. A grande insegurança docente, se os
objetivos de fato de suas aulas foram alcançados, residiu neste afastamento
jamais enfrentado, pela visão da CPA-FMPFM.
Figura 23. Os planos de aula (procedimentos estratégicos) das minhas disciplinas, presencialmente, eram bem estruturados e compatíveis (com o tempo de aula) e cumpridos
adequadamente (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
63 Figura 24. Os planos de aula (procedimentos estratégicos) das minhas disciplinas, por ensino
remoto, vêm sendo bem estruturados e compatíveis (com o tempo de aula) e cumpridos adequadamente (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
O docente também buscou manter o mesmo padrão normativo de seu
planejamento de ensino, considerando as informações coletadas nas questões
23 e 24, com índices de concordo plenamente e parcialmente de 97,29% (antes
da pandemia) e 98,69% (no período remoto). A tecnologia possibilita o acesso a
informação, aos conteúdos, aos conhecimentos, mas a mediação docente teve
de ser constante ao longo do período das aulas remotas em 2020, de forma que
o bom planejamento estratégico prevaleceu na concretização da aprendizagem
discente, na percepção do professor.
64 Figura 25. Tenho conseguido trazer a mesma qualidade/quantidade de informações relevantes
na aplicação dos conteúdos propostos para a formação acadêmica dos alunos, por ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 26. Os alunos têm frequentado as aulas das minhas disciplinas, por ensino remoto, com o mesmo nível de interesse e concentração quando a mesma era oferecida presencialmente (n
= 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
65 Figura 27. Tenho realizado a sequência didática das aulas com o mesmo nível de desenvoltura
didático-pedagógica, por ensino remoto, quanto me comparo à situação presencial (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 28. Tenho me mostrado colaborativo e disposto a esclarecer as dúvidas em minhas disciplinas, por ensino remoto, motivando sempre o processo de aprendizagem dos alunos (n =
74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
66
Figura 29. As formas que os conteúdos desta disciplina, por ensino remoto, vêm sendo mostrados têm sido adequadas (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
As questões 25, 26, 27, 28 e 29 ajudam a refletir sobre a qualidade de
ensino e o nível de interesse/empenho, pelo aluno na perspectiva docente,
considerando as estratégias de aula no formato remoto emergencial. O docente
precisou estar preparado para atuar neste novo paradigma, que foi a
manutenção de vínculos e afetividade por meio da interação e do diálogo com
alunos e alunas que ainda estão em situação de isolamento social/acadêmico,
afastados das estruturas físicas da sala de aula presencial.
A maioria dos docentes e praticamente a totalidade dos alunos é oriunda
de modelos tradicionais de ensino e não estava habituada ao ensino remoto.
Essa mudança de aulas presenciais para aulas virtuais requer do docente e
discente um período de adaptação. Um aspecto importante que foi sempre pauta
de discussão pelos colegiados dos cursos foi a motivação e autonomia que essa
modalidade de ensino exige do aluno, o que faz crer que, talvez, a falta de
proatividade dos discentes não seja apenas um reflexo das aulas remotas, tendo
em vista o fato de que, mesmo nas aulas presenciais, o processo ainda é
centrado no docente, nos métodos/metodologias e no conteúdo, o que limita a
autonomia discente. Se o aluno não assumir o papel de sujeito ativo no processo
67
de aprendizagem, concordamos que pode haver prejuízos à experiência de
mediação. Talvez esse tenha sido o maior desafio enfrentado e percebido pela
CPA-FMPFM.
Figura 30. Possuo um bom relacionamento com os alunos, estimulando-os a gostar de minhas aulas e gerando um clima favorável para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem
(n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 31. Tenho me mostrado comprometido com os alunos e com a FMPFM neste momento de ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
68
No caso de docentes que já haviam estabelecido um vínculo afetivo com
seus alunos, o processo adaptativo pareceu ter sido mais rápido, da mesma
forma que o próprio comprometimento por parte do docente, reconhecido pelos
seus alunos, facilitou tal transição do modelo tradicional de educação para o
remoto. Um fato interessante a ser notado é que o professor necessitou
urgentemente descentralizar o processo enquanto “transmissor de conteúdos”,
trazendo juntamente para o protagonismo o corpo discente. Outra tarefa muito
complexa de ser realizada em curto prazo, pois havia um estranhamento do
tempo e espaço de aulas, seja pelo docente quanto para o aluno.
Figura 32. Percebo que houve aumento na demanda de tempo, para me dedicar à estruturação das minhas disciplinas, por ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 33. Percebo que houve aumento na quantidade de atividades e tarefas ofertadas em minhas disciplinas, por ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
69
Figura 34. Tenho me utilizado da ferramenta Moodle, para interação e desenvolvimento das aulas, por ensino remoto? (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 35. Tenho me utilizado de videoconferência via o aplicativo Zoom Meetings, como estratégia de interação e desenvolvimento das aulas, por ensino remoto?
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
70
Figura 36. Tenho demonstrado meu interesse em sempre atualizar-me com as formações docentes, participando das capacitações oferecidas pela Faculdade (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 37. Tenho sido responsável com os horários e presenças nas aulas pelo ensino remoto
gerando seriedade com minha prática docente e o respeito dos alunos (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
71
Há anos que as tecnologias digitais de informação e comunicação
potencializam meios para apoiar a educação e os atores sociais que compõem
o contexto escolar e alguns vinham resistindo à sua adesão e inserção nas
práticas cotidianas. A pandemia fez com que os olhares se voltassem para tais
tecnologias e percebeu-se que se vivencia uma sociedade em rede, em que os
indivíduos estão imersos no ciberespaço, agindo, interagindo e proporcionando
culturas digitais, formas de usos e apropriações dos espaços virtuais feitas pelos
sujeitos culturais.
Assim, ao optar-se por uma metodologia adaptada ao contexto da
pandemia, que favorecesse a autonomia, a problematização, a aprendizagem
colaborativa e a interação entre os alunos por meio das tecnologias, buscando
também uma aproximação das culturas digitais por estes já vivenciadas, o
planejamento da disciplina sofreu adequações, o que necessitou maior
demanda de tempo docente na preparação das estratégias metodológicas
(percepção de 98,65% dos docentes – Figura 32), culminando com uma maior
quantidade de tarefas ofertadas aos alunos (percepção de 81,08% dos docentes
– Figura 33).
As figuras 34 e 35 reforçam que, pelo uso das ferramentas e plataformas
digitais, adotadas integralmente pelos docentes da FMPFM, as estratégias
metodológicas determinaram mudanças notórias no volume das atividades
docentes. A adoção de tais ferramentas exigiu, por parte de muitos docentes, a
busca de formação complementar (ofertada também pela FMPFM), conforme
apresenta a Figura 36 (66,22% dos docentes). O que já se esperava era o relato
de total comprometimento do corpo docente com as responsabilidades
anteriormente assumidas quanto a manutenção dos horários de aulas previstos
no momento da apresentação do plano de ensino, no mês de fevereiro, antes da
instalação da pandemia da COVID-19.
Contudo, a CPA-FMPFM acredita que, ao afirmar que não há docência
sem discência, Paulo Freire nos deixou claro que tanto o docente quanto o
discente estão posicionados como sujeitos no processo de ensino e
aprendizagem, não havendo, pois, uma condição de superioridade ou de
inferioridade de um para com o outro. O que se deve trabalhar com a persistência
do ensino remoto, caso se prolongue no primeiro semestre de 2021, é o
firmamento de um pacto total entre aluno e professor quanto às
responsabilidades de sucesso deste modelo de aula. Quando se depara que
72
50% dos alunos não se mostraram com postura adequada para as aulas
remotas, fica muito difícil a tão almejada autonomia docente e o alinhamento do
processo ensino-aprendizagem em período de distanciamento presencial
acadêmico.
Figura 38. Tenho percebido alterações em minha qualidade de vida, considerando aspectos como ansiedade, perda de sono, alteração de humor e apetite, relações de trabalho, etc., neste
momento de ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Os profissionais da educação têm como papel a socialização de
indivíduos, sendo assim, é preciso transferir conhecimentos para formar futuros
profissionais qualificados e prepará-los para o mercado de trabalho. Com isso,
os docentes acadêmicos têm uma visão ampla, que não basta apenas possuir
uma titulação, como especialização, mestrado, doutorado ou a atuação dentro
da sala de aula, pois, é de suma importância que os professores universitários
estejam atualizados e se especializando constantemente para que assim
consigam exercer com eficiência sua função no magistério do ensino superior.
73
Além dos fatores citados anteriormente o professor, seja no setor público
ou privado, possui tarefas extraclasse para serem cumpridas exigindo uma
grande organização no seu cotidiano. Por causa dessa rotina de trabalho, os
profissionais da educação, muitas das vezes, deixam de participar de
compromissos familiares ou diminuem o tempo de descanso para conseguir lidar
com todas as tarefas que possuem e isso interfere diretamente na qualidade de
vida do docente. A pandemia, com a imposição emergencial das aulas remotas,
surgiu como um fator estressor potencializado nas alterações da qualidade de
vida dos docentes. Junto com a insegurança de uma doença totalmente
desconhecida, houve a necessidade de adaptação imediata para um modelo de
ensinar-aprender de grande complexidade, tão desconhecido quanto a
pandemia, o que fez com que 61,62% dos docentes tivessem a percepção,
plena/parcial, de alteração nas suas qualidades de vida. Ponto a se pensar com
a continuidade deste processo.
5.5 Área 4: Infraestrutura 5.5.1 Corpo Discente da Graduação
Figura 39. A secretaria acadêmica tem funcionado adequadamente durante o período de isolamento social (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
74 Figura 40. A biblioteca tem funcionado adequadamente durante o período de isolamento social
(n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 41. Eu tenho utilizado com frequência as possibilidades oferecidas pela biblioteca da FMPFM (acervos físico e virtual) (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
75 Figura 42. Tenho recebido suporte adequado do setor de tecnologia da informação da FMPFM
neste momento de ensino remoto (n = 165).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Importante ressaltar que a CPA-FMPFM, em contato com a secretaria
acadêmica, financeira e os setores de biblioteca e tecnologia da informação,
buscou ter acesso a quantidade de protocolos gerados no período letivo de 2020,
durante as aulas remotas. Percebeu-se uma queda acentuada de geração de
protocolos e atendimentos neste período, mas com resolução e direcionamento
de todos aqueles solicitados. O setor mais acionado foi a secretaria
acadêmica/financeira, como era de se esperar. Sabia-se que haveria uma
percepção inicial de que as tarefas acadêmicas, sobretudo aquelas de sala de
aula, sofreriam “redução” e, com isso, possibilitaria demanda de reformulação
das mensalidades no período. Se, por um lado, aulas de laboratório e atividades
práticas de estágio foram suspensas por um longo período, as responsabilidades
docentes aumentaram na pandemia; porém, houve necessidade de adaptação
do aluno para compreender de fato o esforço acadêmico dos professores
envolvidos no processo.
Houve queda acentuada na utilização da biblioteca no período da
pandemia, sobretudo dos alunos dos cursos noturnos, pois a grande parte
dependia de transporte contratado para ser conduzido até a faculdade. Os
alunos da Medicina foram os mais assíduos quanto a frequentar a biblioteca,
76
pois as demandas modulares do curso e as estratégias de situações-problema
de um curso implantado em metodologia ativa determinavam tais necessidades.
Por outro lado, a FMPFM deu continuidade ao processo de reformulação
da estrutura e acervo da Biblioteca Acadêmica “Professor Ubirajara Ramos”.
Para adequar todo acesso à biblioteca, de forma a atender a comunidade
acadêmica em todos os seus cursos, foram investidos, desde 2017 até o
momento, R$ 653 mil, distribuídos em R$ 208.800,63 para a construção de novo
prédio, R$ 115.122,00 em mobiliário, R$ 236.368,25 na aquisição de livros e R$
40.923,15 na assinatura anual da Biblioteca Virtual Pearson e R$ 51.751,00 em
sistema de ar condicionado. Com esses investimentos, o acervo físico da nova
Biblioteca Acadêmica disponibiliza atualmente 5.526 títulos em 10.196
exemplares, enquanto a Biblioteca Virtual Pearson dispõe de 9.290 títulos online,
com suporte a 900 acessos simultâneos, de acordo com a opção de assinatura
contratada.
Figura 43. Visão interna da biblioteca da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
Assim como a nova biblioteca, também uma nova cantina foi construída,
não só como obra de ampliação da infraestrutura do Campus do Bairro
Cachoeira de Cima, mas para atender às demandas tanto dos cursos noturnos
e de pós-graduação, como especialmente o novo curso de Medicina, que
começou este ano e é ministrado em período integral. Anexa ao Bloco G e
concebida como cantina-restaurante, a obra recebeu investimento de R$
77
285.725,36. Foram adquiridos ainda novos conjuntos de mesa para refeitório, no
valor total de R$ 15 mil, e instalados dois aparelhos de ar condicionado, cujo
investimento está incluído na compra de equipamentos de ar condicionado para
os demais ambientes.
Figura 44. Nova cantina da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
A Faculdade Municipal “Professor Franco Montoro” implantou dois novos
ambientes tecnológicos no Campus do Bairro Cachoeira de Cima. Um é o
Laboratório de Criação, do curso de Ciência da Computação, e o outro é o
Estúdio de Gravação de Práticas Pedagógicas e Ensino à Distância. Os dois
novos espaços foram inaugurados na noite do dia 23 de dezembro de 2020. O
Laboratório de Criação recebeu o nome de Steve Jobs como homenagem ao co-
fundador da Apple e sua contribuição para o desenvolvimento de tecnologias de
informação e comunicação no mundo. É um espaço onde os alunos de Ciência
da Computação poderão desenvolver e colocar em prática vários conceitos
apresentados em diversas disciplinas. Além disso, por intermédio do Núcleo de
Ciência da Computação, também coordenador pelo professor Robson Canato, o
Laboratório de Criação apoiará o desenvolvimento de diversos projetos de
Robótica, Inteligência Artificial e Aplicativos, que beneficiará toda a comunidade
acadêmica.
78
Figura 45. Implantação do Laboratório de Criação e do Estúdio de Gravação de Práticas Pedagógicas e Ensino à Distância.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
O curso de Medicina da FMPFM recebeu de forma oficial os equipamentos
que compõem o Laboratório de Simulação Realística doados pela multinacional
International Paper (IP) do Brasil, com sede em Mogi Guaçu. A novidade foi
apresentada em 23 de dezembro de 2020, para autoridades do Município e
representantes da IP. Os bonecos servirão para aulas de anatomia e que
simulam situações enfrentadas por médicos no dia a dia, como o diagnóstico de
doenças e atendimento a quadros crônicos de urgência e emergência. O
processo de licitação e compra dos equipamentos foram feitos pela FEG
(Fundação Educacional Guaçuana), mantenedora da FMPFM, e os bonecos
estarão à disposição dos alunos do curso de Medicina a partir de 2021. Esse
desenvolvimento tecnológico não se restringe aos alunos. O laboratório estará
de portas abertas para que instituições de saúde do município capacitem seus
profissionais e ampliem a qualidade do corpo médico da nossa cidade.
Figura 46. Implantação do Laboratório de Simulação Realística.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
79
Por fim, as obras de construção da quadra poliesportiva e do novo prédio
que abrigará o curso de Medicina da FMPFM deverão ser concluídas agora no
primeiro semestre de 2021.
Figura 47. Finalização da estrutura da quadra poliesportiva da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional6.
Figura 48. Finalização do prédio do curso de Medicina da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional7.
6 https://www.francomontoro.com.br/quadra-poliesportiva-recebe-cobertura-metalica-com-telhas-sanduiche/ 7 https://www.francomontoro.com.br/construcao-do-predio-para-medicina-deve-ser-concluida-em-setembro/
80
5.5.2 Corpo Docente
Figura 49. Tenho recebido instruções adequadas por parte das coordenações dos cursos que atuo na Faculdade Franco Montoro neste momento de ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 50. Tenho recebido suporte adequado do setor de Tecnologia da Informação da Faculdade Franco Montoro neste momento de ensino remoto (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
81 Figura 51. O Departamento de Recurso Humanos da FEG tem atuado adequadamente neste
momento de isolamento social (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Figura 52. A biblioteca tem funcionado adequadamente durante o período de isolamento social (n = 74).
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020).
Como era de se esperar, e testemunhado pela CPA-FMPFM, houve um
relato de suporte ao docente pelos departamentos da instituição durante o
82
período da pandemia. Uma observação pertinente é quanto a utilização da
biblioteca pelo corpo docente, pois 37,84% dos docentes não souberam
responder quanto ao funcionamento da biblioteca. Ressalta-se que há um acervo
virtual grandioso e que, segundo relato da Biblioteca Acadêmica, o mesmo não
tem sido utilizado conforme o planejado e esperado, o que se confirma pelo
próprio posicionamento docente. O que precisa ser analisado pelas
coordenações é se há baixa aderência de estudantes quanto ao uso da
Biblioteca em algumas áreas do ensino específico dos cursos. Isso pode
comprometer o andamento do projeto pedagógico do curso.
5.6 Área 5: Programas de Pesquisa e Extensão
Por meio do Edital Nº 02/2020- PIBIC 2020/2021 – FMPFM8, a Direção e
a Coordenação de Iniciação Científica da Faculdade Municipal Professor Franco
Montoro (FMPFM) tornaram pública a inscrição para propostas de Projetos
Científicos no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC)
fomentadas pela FMPFM. O PIBIC é voltado para estudantes da graduação que
apresentem bom desempenho acadêmico e aos projetos de pesquisa com
qualidade acadêmica, mérito científico e orientação adequada. As atividades do
PIBIC foram atreladas ao Comitê de Ética em Pesquisa da FMPFM (CEP-
FMPFM)9, que passou por reformulações internas no ano de 2020, acatando
vários direcionamentos do órgão maior, a CONEP – Comissão Nacional de Ética
e Pesquisa, ligado ao Ministério da Saúde.
O PIBIC tem como objetivos:
Despertar vocação científica e incentivar novos talentos entre estudantes
de graduação;
Contribuir para a formação científica de recursos humanos que se
dedicarão a qualquer atividade profissional;
Contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa;
8 https://www.francomontoro.com.br/pibic/ 9 https://www.francomontoro.com.br/departamentos/comite-de-etica/
83
Estimular pesquisadores produtivos da FMPFM e recém-doutores a
envolverem alunos de graduação nas atividades científica, tecnológica e
artístico-cultural;
Proporcionar ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a
aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimular o
desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, decorrentes
das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de
pesquisa;
Ampliar o acesso e a integração do estudante à cultura científica;
Estimular a inserção de jovens estudantes do Ensino Médio nestas
atividades, metodologias, conhecimentos e práticas próprias da pesquisa
científica na graduação;
Estimular uma maior articulação entre a graduação e futura instalação da
pós-graduação strictu senso pela FMPFM;
Contribuir para reduzir o tempo médio de titulação de futuros mestres e
doutores.
Ao todo, foram apresentados 23 projetos sob supervisão docente da
FMPFM ao PIBIC, sendo que os 6 primeiros obtiveram bolsa no valor de R$
400,00, descontado no valor da mensalidade do aluno. Participaram do processo
de seleção 9 projetos do curso de Psicologia, 8 projetos do curso de Medicina, 2
projetos do curso de Nutrição, 2 projetos do curso de Enfermagem, 1 projeto do
curso de Engenharia Química e 1 projeto do curso de Engenharia Ambiental.
A Revista Interciência e Sociedade (ISSN 2238-1295)10 também se
fortaleceu neste ano de 2020, com a publicação de duas edições, conforme a
orientação do seu próprio escopo. Acreditamos que são duas edições históricas
para a instituição e para o progresso da ciência, nas devidas dimensões de
alcance da revista. A primeira edição, lançada no início do ano, anterior à
pandemia, festejava o retorno da Interciência & Sociedade, após 5 anos de hiato
de suas publicações:
10 https://revista.francomontoro.com.br/intercienciaesociedade
84 Figura 53. Capa da edição de retorno da Revista Interciência e Sociedade, no início do ano de
2020.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
A segunda edição, em período de pandemia, trouxe o editorial magnífico,
escrito pela Profa. Dra. Maria Suzett Biembengut Santade, decana da FMPFM.
Um dos trechos do editorial já nos traz a grandeza desta edição:
A palavra solta e fora do texto no contexto perde seu sentido completo. Ela diz e não diz porque solitariamente sem sentido frasal, ela também se esmorece. Ancorando-me em Machado de Assis, a “palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies”. Ainda o mesmo literato diz que os “pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer” 11.
11 https://revista.francomontoro.com.br/intercienciaesociedade/article/view/140/96
85
Figura 54. Capa da edição v. 5, n. 2, 2020, da Revista Interciência & Sociedade.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
A FMPFM tem levado muito a sério a questão de oferecer ensino e
extensão como uma forma de inclusão social, permitindo a muitos desfrutar de
um ensino superior de qualidade próximo a seu local de trabalho e residência.
Para que se propicie qualidade no ensino é imprescindível que se disponibilize
uma infraestrutura com espaços educativos, laboratórios e equipamentos
adequados e modernos, de modo a garantir a qualidade e a credibilidade dos
serviços oferecidos. Por isso, a FMPFM cumpre com os requisitos preconizados
pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e demais recomendações do
Ministério da Educação e Conselho Estadual de Educação, visando o
oferecimento de cursos que propiciem ambientes de excelência e segurança a
alunos, professores e funcionários com os padrões de qualidade definidos em
cada Projeto Pedagógico.
86
No ano de 2020, houve uma parceria inovadora entre a FMPFM e o
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas12. Em
todo o mundo, centenas de universidades já reconheceram o papel e o poder da
educação empreendedora sobre a inovação e o desenvolvimento econômico dos
países. Seguindo a tendência mundial, em agosto de 2020 a FMPFM e o
SEBRAE firmaram parceria com o objetivo de fomentar iniciativas de
empreendedorismo para alunos de Medicina, após conclusão do curso ou ainda
durante a graduação. Os resultados superaram as expectativas, tornando a
iniciativa inovadora um case de sucesso, na avaliação do Escritório Regional do
SEBRAE de São João da Boa Vista. A parceria proporcionou aos estudantes
conteúdo programático com foco no empreendedorismo, permitindo, além da
formação técnica, um olhar diferenciado, sistêmico e mais inovador frente às
possibilidades de atuação e a solução dos desafios da realidade do dia a dia,
tanto em sua área profissional como em sua vida pessoal. A cooperação
SEBRAE-FMPFM se reveste de especial importância como resultado
extremamente positivo no contexto de todo o empenho da diretoria em manter
as atividades acadêmicas num ano atípico e difícil para o sistema educacional,
sem parar e, mais ainda, apesar de todas as adversidades, buscando a
inovação.
Figura 55. Responsáveis pela parceria FMPFM e SEBRAE.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
Atividade de extensão acadêmica, a Empresa Júnior do curso de
Administração da FMPFM está prestando a primeira consultoria, que teve início
neste ano de 2020. O cliente é uma marmoraria de Mogi Guaçu. Segundo o
12 https://www.francomontoro.com.br/parceria-inovadora-entre-sebrae-e-franco-montoro-fecha-o-ano-como-case-de-sucesso/
87
presidente da EJ, Jonathan Farias Oliveira, aluno do 3º ano de Administração, o
primeiro atendimento começou há cerca de dois meses, por indicação do amigo
Willian Oliveira, egresso do mesmo curso. O passo inicial foi realizar uma análise
preliminar da situação organizacional e financeira da empresa para um
diagnóstico preciso, imprescindível para a elaboração de um Plano de Ação. O
Plano de Ação é o próximo passo, que, para ser elaborado, depende da
apresentação da DRE (Demonstração de Resultados do Exercício) – documento
contábil de receitas, custos e despesas de uma empresa. Além disso, a
participação dos estudantes vale como ACC (Atividade Complementar de Curso)
e estágio, que a partir de determinado semestre é disciplina obrigatória como
parte do currículo de graduação.
Figura 56. Alunos integrantes da Empresa Júnior do curso de Administração da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional13.
A aluna Amanda Riego Matsuda, do 2º semestre do curso de Ciência da
Computação da FMPFM, foi uma das estudantes brasileiras selecionadas a
participar da edição de 2020 do programa internacional “Seeds For The Future”,
da multinacional Huawei. Incentivada pelo professor Robson Canato,
coordenador do curso, Amanda se inscreveu para participar e recebeu a
confirmação de que foi escolhida, conforme comunicado da Huawei Brasil. Para
conquistar a oportunidade, Amanda teve de preencher uma série de requisitos,
13 https://www.francomontoro.com.br/empresa-junior-da-franco-montoro-presta-primeira-consultoria/
88
como o domínio do idioma inglês, desempenho acadêmico, afinidade com os
conteúdos a serem desenvolvidos no programa e enviar um vídeo de
apresentação pessoal explicando porque deveria ser selecionada para participar
do “Seeds For The Future 2020”.
Figura 57. Aluna do curso de Ciência da Computação da FMPFM selecionada para programa internacional.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional14.
A FMPFM estabeleceu parceria com a Associação Brasileira de
Fenomenologia Hermenêutica (Sobraphe) para ofertar um novo curso de
extensão acadêmica com o tema “Afetos e Relações – ‘Formas de Ser, Sentir e
se Relacionar’”. As aulas foram ministradas online através das plataformas
Moodle e Zoom, em três sábados, dias 24 e 31 de outubro e 14 de novembro,
das 8h30 às 13h, com carga horária de 16 horas/aula distribuídas em 5h/aula. O
curso foi aberto a psicólogos, psiquiatras, filósofos, profissionais da saúde e
estudantes dessas áreas.
14 https://www.francomontoro.com.br/aluna-da-franco-montoro-amanda-participara-de-programa-internacional-de-tecnologias/
89
Figura 58. Curso de extensão promovido pelo curso de Psicologia da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional15.
5.7 Área 6: Interação com a Comunidade Interna/Externa
A responsabilidade social da FMPFM é entendida também como o
relacionamento ético da faculdade com todos os grupos de interesse que
influenciam ou são impactados pela sua atuação. É a expansão e evolução do
conceito e do papel da Instituição de Ensino Superior para além do ambiente
interno da faculdade. Na medida em que a FMPFM estiver inserida na sociedade,
haverá uma importante relação de interdependência entre ambas.
Esse relacionamento da FMPFM com os grupos de interesse deve
acontecer de acordo com os seus valores, princípios, objetivos e missão. Dessa
forma, a FMPFM está contribuindo para a promoção do desenvolvimento
científico e tecnológico da sua área de inserção, o qual é essencial para o
crescimento econômico e social do país.
Uma comunicação transparente interna e externa, o investimento no
ambiente de trabalho, no bem-estar dos funcionários, na satisfação dos alunos,
professores e comunidade são exemplos de ações que caracterizam a
responsabilidade social da FMPFM.
15 https://www.francomontoro.com.br/parceria-entre-a-franco-montoro-e-a-sobraphe-oferta-novo-curso-de-extensao/
90
A responsabilidade social da FMPFM traduz-se pela busca da
compreensão das reais necessidades e potencialidades da região, assim como
dos caminhos para que seu desenvolvimento ocorra. Conforme afirmado na
introdução deste documento, a FMPFM prima pela inclusão social de seus
alunos e egressos, desenvolvendo atividades educacionais de nível superior
condizentes com o que se espera de uma Instituição cujos princípios, embora
sólidos, a permitam responder com prontidão e eficiência aos muitos desafios de
uma sociedade em constante transformação.
Em outras palavras, observa-se que a FMPFM busca a excelência
educacional e a melhoria contínua, tendo como foco o aluno e o desenvolvimento
da região. Em suas relações com a comunidade, especialmente quando esta se
materializa na forma de associações de classe, empresas, instituições
financeiras, organizações sem fins lucrativos etc., a FMFMP tem como
responsabilidade, entre outras:
Atuar junto a essas entidades, construindo uma imagem favorável de si
mesma;
Promover seminários e cursos de interesse da comunidade e da
Instituição, seja por iniciativa própria ou em parceria e apoio com outras
instituições;
Identificar na comunidade acadêmica e empresarial professores e outros
profissionais que tenham potencial para prestar serviços relevantes à
Instituição;
Identificar necessidades não satisfeitas no mercado e viabilizá-las em
cursos de graduação e extensão;
Avaliar semestralmente seu próprio desempenho, principalmente no
tocante aos seus cursos de graduação e, por meio do Plano de
Autoavaliação Institucional, desenvolvido de acordo com os princípios
estabelecidos na Lei do SINAES e Deliberação CEE No 160/2018.
Esse intercâmbio com a comunidade contribui para o desenvolvimento da
região, gerando mais empregos, capacitando profissionais para atender às
necessidades das empresas e da comunidade em geral e formando cidadãos
dotados de princípios éticos e responsabilidade social.
As pessoas, Diretores, Coordenadores, Professores, Técnico-
Administrativos e demais Funcionários, como o diferencial da FMPFM, são
valorizadas e motivadas, a fim de obter a coesão interna alinhada aos objetivos
91
da Instituição. A Política de Qualificação, o tratamento dos funcionários com
dignidade, responsabilidade e liberdade de iniciativa fazem parte da cultura
desta IES.
A responsabilidade com o público interno também se manifesta na gestão
democrática das atividades acadêmicas, mediante organização colegiada da
instituição, de modo a promover e garantir a cooperação das categorias
integrantes da comunidade acadêmica. As oportunidades são oferecidas a
todos, independentemente de sexo, idade, religião, raça, cor e origem. Essa
postura traz para o ambiente de trabalho da IES diferentes histórias de vida,
habilidades e visão de mercado, permitindo o crescimento da unidade como um
todo. A FMPFM constata que a responsabilidade social com seu público interno
poderá proporcionar maior produtividade, comprometimento com a unidade,
motivação, além de diminuir a rotatividade de mão-de-obra.
A responsabilidade social da FMPFM para com os seus alunos está
relacionada à educação ofertada com qualidade, que permitirá o
desenvolvimento pleno do aluno cidadão preparado para ser agente
transformador da realidade, comprometido com a gradativa eliminação das
desigualdades sociais. A transparência institucional, a divulgação dos resultados
da autoavaliação institucional e as facilidades e oportunidades oferecidas aos
alunos pela unidade contribuem com a responsabilidade social da faculdade
para com os seus alunos.
Neste ano de 2020, foi um grande desafio a manutenção da interação com
a comunidade, seja interna ou externa. Mas a FMPFM promoveu no dia 25 de
novembro de 2020 um seminário virtual focado na temática do
empreendedorismo e dirigido aos formandos de 2020 de todos os cursos de
graduação do período noturno da instituição. O tema central foi “Me formei. E
agora?”16. A programação consistiu de cinco palestras de especialistas de
diversas áreas, com duração média de 30 minutos cada. A apresentação online
foi realizada através da plataforma Moodle, que já vem sendo utilizada para aulas
remotas em razão das medidas de prevenção ao coronavírus. Os palestrantes
foram:
16 https://www.francomontoro.com.br/me-formei-e-agora-e-tema-de-seminario-virtual-para-formandos-de-2020-no-dia-25/
92
Betisa Ravanhani Vitisin, nutricionista especializada em Nutrição do
Esporte e Gestão de Pessoas, Personal & Professional Coach, Coach de
Emagrecimento e Master Coach em Mudanças de Hábitos; palestrante e
influenciadora do estilo de vida saudável para saúde do corpo e da mente.
Renata Biazotto, designer de moda, com especialização em Imagem
Pessoal e Comportamento do Vestir. Proprietária da marca slowfashion
doneREdone, focada em reaproveitamento têxtil e upcycling.
Fernanda Caroline Nogueira, cirurgiã-dentista, formada pela UNESP de
São José dos Campos com intercâmbio na University of Debrecen.
Apresenta várias pós-graduações em Harmonização Orofacial.
Luciano Silva, publicitário formado pela PUC-Campinas, especializado
em Planejamento de Marketing Digital Empresarial pelo Centro de Pós-
Graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing),
especialista em Estratégias de Marketing e Inovação, CEO da Nezz Digital
Marketing no Brasil e MANAGER da ARNZ Digital & Design em Lisboa,
Portugal.
Leila Cristina da Silva Candido, advogada, pós-graduanda em Direito
Previdenciário.
Figura 59. Palestrantes do evento “Me Formei. E Agora?”, realizado pela FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional.
Também com apoio da FMPFM, através do curso de Psicologia, o coletivo
LGBT+ “Reconstruir”, promoveu no dia 10 de setembro de 2020 um evento
93
online sobre o tema “Ações inclusivas à população LGBT+ nas instituições de
saúde”. Com apresentação da psicóloga Erika Schiavon Oliveira, a iniciativa, que
marcou a estreia do canal do grupo no YouTube, contou com a participação da
advogada Monique Nunes Maretti Marchesi e da médica Patrícia Negão.
Monique é educadora social e promotora legal popular e Patrícia é médica da
Saúde da Família e Comunidade, psiquiatra e profissional do SUS há 17 anos,
atualmente na coordenação do CS “Santos Dumont” e AMB Transcender. As
convidadas fizeram explanações sobre a temática do evento e o público que
acompanhava a live pôde formular perguntas. O link de acesso à íntegra do
vídeo é https://www.youtube.com/watch?v=iGqcktjw7V8.
Figura 60. Palestrantes do evento “Ações inclusivas à população LGBT+ nas instituições de saúde”, promovido pela FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional17.
Uma das grandes ações, que teve seu início no ano de 2020 e que será
um marco para a FMPFM e a cidade de Mogi Guaçu, foi a celebração da
implementação do Complexo Hospitalar de Ensino da FMPFM, que atenderá ao
curso de Medicina nos últimos quatro semestres de formação do futuro médico.
O Hospital Municipal “Dr. Tabajara Ramos” e a Santa Casa de Misericórdia de
Mogi Guaçu constituirão o “Complexo Hospitalar de Ensino. O projeto é parte
dos objetivos estabelecidos para a oferta do curso de Medicina, através do Pacto
Organizativo de Ação Pública Interinstitucional de Ensino em Saúde para Mogi
Guaçu, já firmado entre as instituições junto ao Conselho Estadual de Educação
para organizar e oferecer o ensino em saúde dentro dos cenários da prática no
Município.
17 https://www.francomontoro.com.br/acoes-inclusivas-para-populacao-lgbt-sao-temas-de-live/
94
Figura 61. Celebração da estruturação do Complexo Hospitalar de Ensino da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional18.
O Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Municipal “Professor Franco
Montoro” (CEP-FMPFM) passou por processo de renovação de credenciamento
junto ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa de Saúde (CONEP) com
novas diretrizes e ampliação da participação de docentes, conforme Plano de
Ação Institucional já apresentado ao órgão. O CEP-FMPFM foi instituído em
2009 para curso de Psicologia em razão do desenvolvimento de pesquisas com
seres humanos, da mesma forma contemplando, posteriormente, os cursos de
Nutrição e Enfermagem, sendo composto de seis docentes-avaliadores.
Com a implantação do curso de Enfermagem e, agora, também o de Medicina –
iniciado este ano -, o Comitê passa a ter oito avaliadores, ou seja, dois de cada
um dos quatro cursos de graduação na área de saúde, nomeados através da
mesma Portaria que nomeia o Prof. Dr. Joaquim Maria Ferreira Antunes Neto
como novo coordenador. A renovação do credenciamento do CEP-FMPFM junto
ao CONEP e sua adequação representativa de acordo com o número de cursos
da área da saúde ofertados pela “Franco Montoro” têm especial importância
acadêmica para a implantação do Hospital de Ensino de Mogi Guaçu,
denominado Complexo Hospitalar de Ensino pela comissão incumbida do
processo.
18 https://www.francomontoro.com.br/hm-e-santa-casa-constituirao-hospital-de-ensino-para-o-curso-de-medicina/
95
Figura 62. Novo logotipo do CEP-FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020)19.
A FMPFM implantou uma nova plataforma, denominada “Portal de
Egressos”, para promover a interação entre a instituição e seus ex-alunos de
graduação e pós-graduação através de uma rede colaborativa. Trata-se de um
ambiente virtual que tem como objetivo principal reunir informações sobre o
percurso profissional e acadêmico dos ex-alunos, com fins na constante busca
por melhorias gerenciais, acadêmicas e estruturais.
O programa propõe estabelecer ainda um contato permanente com ex-
alunos por meio de convites para participação em eventos, divulgação de
programas de pós-graduação e de vagas de trabalho e outros temas de interesse
dos egressos da “Franco Montoro”.
O “Portal de Egressos” pode ser acessado facilmente através do site da
Faculdade, em https://www.francomontoro.com.br/egressos/. Nele já estão
disponibilizados links para o questionário a ser respondido pelo ex-aluno e o
formulário de cadastro para efetivar sua participação, além de indicações de
oportunidades de emprego e mais um em construção.
A nova plataforma é mais um importante passo da FMPFM para o
aprimoramento de suas funções, buscando ampliar seus canais de diálogo com
a sociedade, além de dedicar-se ao processo permanente de avaliação
educacional como foco no aperfeiçoamento e na melhoria do ensino superior.
Fundada em 1999 e em atividade desde 2000, a Faculdade Municipal “Professor
Franco Montoro” começou com o primeiro curso de Engenharia Ambiental no
Estado de São Paulo, segundo Brasil, seguido do curso de Administração. Desde
então, implantou novos cursos de graduação e formou gerações de profissionais
19 https://www.francomontoro.com.br/departamentos/comite-de-etica/
96
hoje bem-sucedidos em suas carreiras. Atualmente são ofertados também os
cursos de Psicologia, Engenharia Química, Enfermagem, Ciência da
Computação e Nutrição, além do novo curso de Medicina, iniciado este ano, e
das opções em nível de pós-graduação.
Figura 63. O portal de egressos da FMPFM.
Fonte: obtido pela CPA – FMPFM (2020), no site institucional20
20 https://www.francomontoro.com.br/egressos/
97
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta crise gerada pela pandemia da COVID-19, sem precedentes,
colocou em evidência quem éramos, quem somos e nos questionou: quem
queremos ser daqui para a frente enquanto instituição de ensino superior. Em
tempo de convergência digital as pessoas aprenderam de formas diferentes. As
possibilidades abertas pela tecnologia nos levaram a repensar metodologias de
ensino, de pesquisa e até mesmo a forma como as instituições educacionais se
organizam.
A interrupção do ensino presencial e posterior implementação do ensino
remoto trouxe uma série de desafios, como: dificuldade em realizar atividades
práticas, demanda de auxílios digitais para aquisição de Internet e eletrônicos,
falta de capacitação para uso das ferramentas digitais, tanto por parte dos
educadores quanto pelos alunos. Mesmo havendo relato de que haviam
condições de suporte tecnológico, seja por parte do discente quanto do docente,
isso não asseguraria o sucesso do novo modelo de ensino que surgia.
Tornou-se relevante compreender o impacto da pandemia da COVID-
19 no âmbito educacional, bem como, entender a importância de adotar
medidas que permitissem prosseguir com o processo de ensino-
aprendizagem, porém que fossem pertinentes para o contexto da FMPFM. O que
se precisou discutir, em meio a tantas exigências e necessidades, foram os
rumos da transformação das metodologias de ensino, seus papéis e suas
funções, para que se atenuassem os sentimentos de insegurança profissional e
falta de disposição para buscar aperfeiçoamento, bem como o esgotamento pelo
acúmulo de tensões advindas das novas tecnologias de informação, tudo isso
aliado a pandemia. Do outro lado, alunos impactados com uma mudança
emergencial, que relatavam dificuldades, sobretudo, dificuldades em manter
motivação perante o processo de ensino remoto.
Embora alguns docentes e discentes tivessem reagido ao ensino remoto
de forma negativa, ele está sendo uma experiência inovadora, à medida que
proporcionou a continuidade dos estudos através de aplicativos e ferramentas
digitais, disponibilizados pela Plataforma Modele na FMPFM. Esta tem sido uma
oportunidade única para que alunos compreendam que a conquista da
autonomia se dá por um esforço demasiadamente pessoal, sendo o docente um
mediador para que tal condição seja alcançada. Da mesma forma, docentes que
98
sentiam que a sala de aula era o seu espaço mais confortável, precisaram
adaptar-se muito rapidamente para assegurar a continuidade do processo
ensino-aprendizagem. A CPA-FMPFM compreendeu que o professor foi a figura
estruturante para que o ano letivo conseguisse ser concluído com êxito.
Os desafios devem perdurar em parte do primeiro semestre de 2021,
sendo imprescindível que direção da FMPFM e seu órgão superior, a Fundação
Educacional Guaçuana, avaliem todos os aspectos apresentados por este
relatório, as vantagens e desvantagens desse ensino para a educação, assim
como elaborar estratégias de contenção de danos que forem possíveis,
proporcionando benefícios à população acadêmica. Por fim, alerta-se para a
necessidade de a comunidade acadêmica realizar discussões e reflexões sobre
os impactos do ensino remoto, deste momento em diante.
99
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
ALCÂNTARA, L. A. G.; QUARTIER, M. T.; SCHWETNER, S. F.; SCHUCK, R. J.; DULLIUS, M. M. A função da escola na sociedade contemporânea: concepções de uma professora da educação básica. Interfaces da Educação, v. 6, n. 16, p. 118-133, 2015. ANDRADE, S. A informação na sociedade contemporânea: uma breve abordagem sobre a sociedade da informação, o fenômeno global e a mundialização da cultura. Revista da FARN, v. 1, n. 1, p. 207-215, 2001. ANTUNES NETO, J. M. F. Sobre ensino, aprendizagem e a sociedade da tecnologia: por que se refletir em tempo de pandemia? Prospectus, v. 2, n. 1, p. 28-28, 2020. CABRAL, R. B. G.; CHASE, S. A. N.; RIBEIRO, R. C. M.; MARQUES, G. T.; MORAIS, E. C.; ZISSOU, A. J.; ANDRADE, E. S. C.; COUTO, W. O.; SANTOS JÚNIOR, P. C.; CAMPOS, P. S. S.; ALMEIDA, J. F. S.; CHASE, O. A. Estudo inicial sobre a evolução do novo coronavírus (SARS-COV-2) no estado do Pará (Brasil), no período entre 17/03/2020 e 06/04/2020. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 2, p. 2914-2931, 2020. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Coronavirus. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/index.html. Acesso em: 7 Fev 2020. CONFORTO, D.; CAVEDINI, P.; MIRANDA, R.; CAETANO, S. Pensamento computacional na educação básica: interface tecnológica na construção de competências do século XXI. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Matemática, v. 1, n. 1, p. 99-112, 2018. COUTINHO, C.; LISBÔA, E. Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem: desafios para educação no século XXI. Revista de Educação, v. 28, n. 1, p. 5-22, 2011. ESCHER JR., A. R. An ounce of prevention: coronavirus (COVID-19) and mass gatherings. Cureus, v. 12, n. 3, p. e7345, 2020. FARIA, H. S. O avanço da Covid-19 e o isolamento social como estratégia para redução da vulnerabilidade. Espaço e Economia, ano 9, n. 17, p. 1-11, 2020. FERREIRA, M. V. P.; MACHADO, E. C. A escola na sociedade da informação. Revista Eletrônica de Sistemas de Informação, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2002. FIOCRUZ. Por que a doença causada pelo novo vírus recebeu o nome de COVID-19? Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/pergunta/por-que-doenca-causada-pelo-novo-virus-recebeu-o-nome-de-covid-19>. Acesso em: 02/04/2020.
100
GARCIA, L. P.; DUARTE, E. Intervenções não farmacológicas para o enfrentamento à epidemia da COVID-19 no Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, n. 2, p. 1-4, 2020. LIU, Y.; GAYLE, A. A.; WILDER-SMITH, A.; ROCKLÖV, J. The reproductive number of COVID-19 is higher compared to SARS. Journal of Travel Medicine, v. 27, n. 2, p. 1-4, 2020. HELLEWELL, J; ABBOTT, S.; GIMMA, A.; BOSSE, N. I.; JARVIS, C. I.; RUSSELL, T. W.; MUNDAY, J. D.; KUCHARSKI, A. J.; EDMUNDS, W. J.; FUNK, S.; EGGO, R. M.; SUN, F.; FLASCHE, S.; QUILTY, B. J.; DAVIES, N.; LIU, Y.; CLIFFORD, S.; KLEPAC, P; JIT, M.; DIAMOND, C.; GIBBS, H.; VAN ZANDVOORT, K. Feasibility of controlling COVID-19 outbreaks by isolation of cases and contacts. The Lancet Global Health, v. 8, n. 4, p. e488{e496, 2020. NASCIMENTO, F. L. Cemitério x novo coronavírus: impactos da covid-19 na saúde pública e coletiva dos mortos e dos vivos. Boletim de Conjuntura, v. 2, n. 4, p. 1-9, 2020. NASSIF, V. N. J.; CORRÊA, V. S.; ROSSETTO, D. E. Estão os empreendedores e as pequenas empresas preparadas para as adversidades contextuais? Uma reflexão à luz da pandemia do covid-19. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 9, n. 2, p. i-xii, 2020. OLIVEIRA NETO, L.; ELSANGEDY, H. M.; TAVARES, V. D. O.; TEIXEIRA, C. V. S.; BEHN, D. G.; SILVA-GRIGOLETTO, E. S. #TreineEmCasa – Treinamento físico em casa durante a pandemia do COVID-19 (SARS-COV2): abordagem fisiológica e comportamental. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, [online].ahead print:PP.0-0, 2020. POCHMANN, M. Política de educação: novos desafios no início do século XXI. In: SADER, E. (org.). O Brasil que queremos. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2016. SAYÃO, L. F.; MARCONDES, C. H. Integração e interoperabilidade no acesso a recursos informacionais em C&T: a proposta da Biblioteca Digital Brasileira. In: INTEGRAR – congresso Internacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de Documentação e Museus. São Paulo: Imprensa Oficial, 2002. p. 529-546. SOUZA, P. H. As escolas contemporâneas e suas dores. Disponível em: https://direcionalescolas.com.br/as-escolas-contemporaneas-e-suas-dores/. Acesso em: 10 jan. 2017. PERLMAN, S. Another decade, another coronavirus. The New England Journal of Medicine, v. 382, p. 760-762, 2020. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO)a. WHO Director-General’s opening remarks at the media briefing on COVID-19. Disponível em: https://www.who.int/dg/speeches/detail/who-director-general-s-opening-remarks-at-the-media-briefing-on-covid-19--13-april-2020. Acesso em: 07 Mai 2020.
101
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO)b. Novel Coronavirus (2019-nCoV); 2020. Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/situation-reports. Acesso em: 08 Mai 2020. ZHU, N.; ZHANG, D.; WANG. W.; LI, X.; YANG, B.; SONG, J.; ZHAO, X.; HUANG, B.; SHI, W.; LU, R.; NIU, P.; ZHAN, F. A novel coronavirus from patients with pneumonia in China, 2019. The New England Journal of Medicine, v. 383, p. 727-733, 2020.