Post on 27-Jun-2015
description
Qual o evento deflagrador e o propósito comunicativo da Carta
de Recomendação?
César Augusto Alves dos Santos (PIBIC/CNPq - UFPI)
Orientador: Prof. Dr. Francisco Alves Filho
Objetivos
• Verificar qual o evento deflagrador e qual(is) o(s) propósito(s) comunicativo(s) presente(s) nas cartas de recomendação.
Fundamentação Teórica• Marcuschi (2003)
– Organização da sociedade através dos gêneros
• Miller (2009)– Gênero como ação social
• Devitt (2004)– Comunidades priofissionais
• Alves Filho (2011)– Evento deflagrador
Metodologia• Corpus formado com 02 textos do gênero carta
de recomendação utilizados em um escritório de contabilidade.
• Entrevista feita com 4 profissionais da área contadora com mais de 10 anos de experiência;
• Análise das cartas de recomendação, observando as pessoas que participaram dos gêneros, qual(is) o(s) propósito(s) comunicativo(s) e qual o evento deflagrador dos gêneros.
Carta de RecomendaçãoNúmero de
gêneros analisados
Sujeitos envolvidos
Evento deflagrador
Propósito(s) comunicativo(s)
2
Ex-funcionários da empresa
Necessidade de pleitear uma
vaga de emprego
Auxiliar na aquisição de um novo emprego
Contador da empresa
Desligamento de um
funcionário
Cumprimento burocrático
É portador desta
Como o consideramos um ótimo funcionário
Exerceu a função de MOTORISTA, desempenhando
com muita propriedade e equilíbrio as tarefas que lhe
foram atribuídas.
Não poderíamos [...] por questão de justiça, [...] deixar de atribuir-lhes as qualidades
inerentes a sua pessoa
4É portador desta
E como o consideramos um ótimo funcionário
Exerceu a função de VENDEDORA, e desempenhou
com muita propriedade e equilíbrio as tarefas que lhe
foram atribuídas.
Não poderíamos [...] por questão de justiça, [...] deixar de atribuir-lhes as qualidades
inerentes à sua pessoa
Carta de Recomendação• Os ex-funcionários se utilizam da carta de
recomendação para auxiliar na aquisição de um novo emprego;
• O evento deflagrador, para o ex-funcionário é a necessidade de pleitear uma nova vaga de emprego, enquanto que, para o contador é desligamento de um funcionário;
• Os dois funcionários das cartas desempenham funções diferentes, mas com as mesmas atribuições;
Carta de Recomendação
• O gênero só se concretiza quando a empresa em que se busca um novo emprego faz uma ligação a empresa em que o candidato trabalhou para poder validar as informações contidas na carta de recomendação.
• Segundo a contadora 01, o Ministério do trabalho não permite que nesse gênero se aponte as falhas do funcionário e esse é apenas um gênero de cumprimento burocrático.
Considerações Finais• Para Devitt (2004), os textos que circulam
nos escritórios de contabilidade organizarem essa comunidade, mas as cartas de recomendação não fazem isso;
• O propósito comunicativo da Carta de Recomendação depende dos usuários. Para o funcionário demitido é uma indicação, enquanto que, para a empresa, tornou-se apenas um cumprimento burocrático;
Considerações Finais
• Assim como o propósito comunicativo, o evento deflagrador também depende dos usuários. Para o ex-funcionário é a necessidade de pleitear uma nova vaga de emprego, enquanto que, para o contador é desligamento de um funcionário;
• A concretização do gênero se dá quando a empresa que recebeu a carta de recomendação faz uma ligação para a empresa em que o ex-funcionário trabalhou para validar as informações.
Referências• ALVES FILHO, Francisco. Trabalhando gêneros jornalísticos
na sala de aula. São Paulo, Cortez Editora, 2011, p. 26-29.
• CARVALHO, Gisele de. Gênero como ação social em Miller e Bazerman: o conceito, uma sugestão e um exemplo de aplicação. IN: Gêneros: teorias, métodos, debates. MEURER, J. L. BONINI, Adair. MOTTA-ROTH, Désirée (Orgs.). São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
• DEVITT, Amy J. Intertextuality in Tax Accounting: Generic, Referential, and Functional. Textual Dynamics of the Professions: Historical and Contemporary Studies of Writing in Professional Communities. Ed. Charles Bazerman and James Paradis. Madison: U Wisconsin P, 1991.
Referências• MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: definição e
funcionalidade. IN: Gêneros textuais & ensino. DIONISIO, Angela Paiva. MACHADO, Anna Rachel. BEZERRA, Maria Auxiliadora (Orgs.). Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
• MILLER, Carolyn R. Gênero como ação social. IN: Estudos sobre: gênero textual, agência e tecnologia. Tradução e adaptação de Judith Hoffnage[et. al.]. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2009.