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EMEB JOSÉ DE ANCHIETA
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
2017
São Bernardo do Campo
Sumário
I. Identificação da Unidade Escolar ........................................................................... 05
1.Quadro de identificação dos Funcionários .......................................................... 06
2. Quadro de Organização das Modalidades ......................................................... 07
3. Histórico da Unidade Escolar ............................................................................. 09
II. Concepção Pedagógica ........................................................................................ 09
1.1. Concepção de Escola ..................................................................................... 09
1.2. Concepção de Aluno....................................................................................... 12
1.3. Concepção de Comunidade ........................................................................... 15
1.4. Concepção do papel educativo dos diferentes atores .................................... 17
III. Análise e reflexão das avaliações realizadas pela Equipe Escolar no ano de
2016...................................................................................................................18
IV. Caracterização e Plano de ação para os segmentos de atuação da
Escola................................................................................................................22
1. Caracterização da Comunidade ........................................................................ 22
2. Comunidade Escolar.......................................................................................... 23
2.1. Caracterização da Comunidade Escolar ......................................................... 23
2.2. Plano de Ação para Comunidade Escolar ...................................................... 27
2.3. Avaliação ........................................................................................................ 27
3. Equipe Escolar ................................................................................................... 28
3.1 Plano de formação da Equipe Escolar ....................................................28
3.2. Professor ........................................................................................................ 31
3.2.1. Caracterização ..............................................................................................32
3.2.2. Plano de Formação para os Professores ..................................................... 33
3.2.3. Avaliação do Plano de Formação ................................................................ 35
3.3. Auxiliares em Educação ................................................................................. 36
3.3.1. Caracterização ............................................................................................. 36
3.3.2. Plano de Formação para os Auxiliares ........................................................ 36
3.3.3. Avaliação do Plano de Formação ................................................................ 37
3.4. Funcionários ................................................................................................... 37
3.4.1. Caracterização ............................................................................................. 37
3.4.2. Plano de Formação...................................................................................... 39
3.4.3. Avaliação do Plano de Formação ................................................................ 40
4. Conselhos .......................................................................................................... 40
4.1. Conselho de Escola ........................................................................................ 41
4.1.1. Caracterização do Conselho de Escola ....................................................... 41
4.1.2. Plano de Ação do Conselho de Escola ........................................................ 42
4.1.3. Avaliação do Plano de Ação do Conselho de Escola .................................. 43
5. Associação de Pais e Mestres ........................................................................... 43
5.1. Caracterização ................................................................................................ 43
5.2. Plano de Ação da APM ................................................................................... 45
5.3. Avaliação ........................................................................................................ 46
V. Organização e Desenvolvimento do Trabalho Pedagógico .................................. 46
1. Objetivos ............................................................................................................ 46
1.1. Objetivos da Educação Básica ....................................................................... 46
1.2. Objetivos da Educação Infantil ....................................................................... 46
2. Levantamento dos Objetivos e Conteúdos por Área de Conhecimento ............ 47
2.1. Área de Conhecimento e Temas na Educação Infantil ................................... 48
2.1.1. Língua Portuguesa ...................................................................................... 48
2.1.2. Matemática .................................................................................................. 53
2.1.3. Corpo e Movimento...................................................................................... 58
2.1.4. Ciências e Educação Ambiental .................................................................. 62
2.1.5. Artes Visuais e Música ................................................................................. 65
2.1.6. Brincar ......................................................................................................... 69
3. Rotina ................................................................................................................ 71
4. Avaliação na Educação Infantil .......................................................................... 80
4.1 Avaliações das aprendizagens dos alunos.............................................81
5. Acompanhamento dos Instrumentos Metodológicos ......................................... 81
6. Ações complementares ..................................................................................... 86
6.1. AEE – Atendimento Educacional Especializado ............................................. 86
VI. Calendário Escolar homologado .......................................................................... 88
VII. Referências ......................................................................................................... 89
VIII. Anexos ............................................................................................................... 91
MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS
I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
Denominações, Endereço e Telefone.
Nome: Escola Municipal de Educação Básica “José de Anchieta”
Módulo II - Região 2
Endereço: Rua Guadalajara, 510 - Bairro Assunção.
Fone/Fax: (11) 4109.3794
E-mail: jose.anchieta@ saobernardo.sp.gov.br
CIE: 50799
Equipe Gestora
Diretora Escolar: Simone Camargo
Vice diretora: Valdivia Francisca do Bonfim Matesco
Coordenadora Pedagógica: Dislene Mercia Oliveira Sousa Ladeia
Orientadora Pedagógica: Regina Aparecida Rodrigues
Equipe de Orientação Técnica:
Fisioterapeuta: Emila Stender de Oliveira
Fonoaudióloga: Elaine C. Paixão da Silva
Psicóloga: Denise A. de Barros Monteiro
Terapeuta Ocupacional: Ana Maria Diniz Canet
Professoras do AEE:
Ivoni Maximiano dos S. Hermann (período da manhã)
Vania Maria de Sá S. Costa (período da tarde)
Modalidade de ensino oferecida: 03 a 05 anos
Períodos e horário funcionamento da escola:
2ª à 6ª feira das 07h00 às 18h00 min.
Horário de atendimento da secretaria:
2ª à 6ª feira das 07h00 às 18h00 min.
1. Quadro de identificação dos funcionários
Nome Matrícula Cargo / Função Horário de trabalho
Simone Camargo 20.265-7 Diretora 40 horas
Valdívia F. do Bonfim Matesco 25.831-5 PAD 48 horas
Dislene Mercia Oliveira Sousa Ladeia 25245-8 CP 40 horas
Patrícia Beltrame da Silva 32.802-5 Professora Manhã/30h
Renata Contreras Lopez 31.114-3 Professora Manhã/30h
Yara Regina dos Santos 33.064-8 Professora Manhã/30h
Angela C. Pereira Carajiliascov 33.245-4 Professora Manhã/30h
Cátia Regina Mazotti Lacerda 32.567-9 Professora Manhã/30h
Daniela Leite Benevides 26.951-8 Professora sem
titularidade Manhã/30h
Adriana Siqueira E. S. Santiago 41.379-9 Professora Manhã/30h
Carla Regina B. do Nascimento 60.744-3 Professora Substituta
Manhã/30h
Elisangela Maria D. dos Santos 38.050-4 Professora Tarde/40h
Andreia da Silva Malpelli 33.040-2 Professora Tarde/30h
Eloá Pier Moraes da Rosa 38.361-7 Professora Tarde/30h
Renata Contreras Lopez 33.992-7 Professora Tarde/30h
Luciana de Souza Bezerra Oliveira 32.607-3 Professora Tarde/30h
Marla Cristina da S. U. Santos 38.054-6 Professora Tarde/30h
Angela C. Pereira Carajiliascov 40.763-5 Professora sem
titularidade Tarde/30h
Naomi Edna Shimogaito 38.385-3 Professora Tarde/30h
Daniela Souza Leite 42.557-8 Professor sem
titularidade Tarde/30h
Edileusa Marcos Ferreira 40.041-3 Oficial de escola SECRETARIA
40 horas
Ivanildo Gonçalves de Sousa 40.524-3 Oficial de escola-
BEI 40 horas
Marlene Nunes da Costa 19.696-5 Auxiliar de
limpeza 40 horas
Jailton Barboza de Souza 61.607-6 Auxiliar de
limpeza 40 horas
Marilene de Almeida e Silva 61.929-4 Auxiliar de
limpeza 40 horas
Carlos Batista Viera 19.973-5 Auxiliar de
limpeza 40 horas
Débora Barbosa de Oliveira 19.216-5 Auxiliar de
limpeza 40 horas
Vanessa de Castro 79.014-9 Estagiária Pedagogia
30 horas
Michelle Jurema da Rocha 79.433-9 Estagiária Pedagogia
30 horas
Alzira Quirino 1.019.815 Merendeira 40 horas
Isabel de Oliveira Fernandes 1.022.852 Auxiliar de
cozinha 40 horas
2. Quadro de Organização das Modalidades
Período Agrupamento Turma Professor Total de alunos / turma
Total de alunos / série
Manhã
Infantil III III-A Daniela 25 51
Infantil III III-B Renata 26
Infantil IV IV-A Yara 27 54
Infantil IV IV-B Adriana 27
Infantil V V-A Cátia 23
64 Infantil V V-B Ângela 21
Infantil V V-C Patrícia 20
Total de Alunos MANHÃ 169
Tarde Infantil III III-C Renata 24 24
Infantil IV IV-C Andreia 26
80 Infantil IV IV-D Marla 28
Infantil IV IV-E Elisangela 26
Infantil V V-D Luciana 25
75 Infantil V V-E Naomi 25
Infantil V V-F Eloá 25
Total de Alunos TARDE 179
TOTAL DE ALUNOS DA U.E. 348
*Agrupamentos de alunos: Esta unidade escolar atende crianças de 3 a 6
anos, compreendendo um total de 348 alunos, divididos em 14 turmas, fazendo
uso de sete salas em cada período. Os alunos mencionados são agrupados
pela faixa etária, conforme a Resolução SEC 34/2004, que dispõe sobre os
parâmetros de número de alunos nas classes da Rede Municipal de Ensino,
indicando quanto ao número máximo de alunos por turma, sendo Infantil III, IV
e V com no máximo 28 alunos por classe e Infantis.
No que diz respeito à redução do número de alunos a mesma resolução
dispõe em seu artigo 2º dos seguintes casos:
Artigo 2º: Para haver redução do número de alunos por motivo de inclusão de aluno com deficiência, é necessária a análise de Equipe Escolar, da Equipe de Orientação Técnica e da Chefia Imediata. §1º (...) § 2º De acordo com o desenvolvimento do aluno e após a análise da Equipe Escolar, Equipe de Orientação Técnica e Chefia Imediata, a redução do número de alunos poderá sofrer alteração, chegando-se a redução mínima necessária.
Considerando algumas especificidades da escola e das turmas, bem
como o perfil e experiências anteriores do corpo docente, a Direção da Unidade
Escolar atribui as classes e as salas de aula, no início do ano letivo, de acordo
com o calendário escolar.
3. Histórico da Unidade Escolar A escola iniciou suas atividades em 14 de agosto de 1971 com a
denominação de Parque Infantil de Vila Alves Dias, tendo como dirigente a
professora Thaís Tereza Baddini Cavinato de 01/08/71 à 12/02/81.
Em junho de 1977 a escola passou a denominar-se Núcleo de
Educação Infantil Alves Dias.
Dia 28/08/79 a escola passou a denominar-se Escola Municipal de
Educação Infantil “José de Anchieta” pelo decreto nº 6265.
A cinco de novembro de 1977 foi instituída a Associação de Pais e
Mestres cujo presidente foi o senhor Antonio Caravaggi.
A primeira árvore plantada nas escolas municipais de São Bernardo do
Campo foi na nossa escola e foi uma muda de Pau Brasil.
Quando da fundação da APM na escola foi formado o Curso de
Ginástica feminina cujas mães dançavam quadrilha no Lar de Velhos de São
Vicente de Paula.
Em 30/03/90 é instituído o 1º pré Conselho de Escola.
A escola está funcionando a 44 anos, tendo hoje boa participação da
comunidade e sendo considerada uma escola com excelente prática
pedagógica.
II. Concepção Pedagógica
Conforme artigo 29 da LDB 9394/96 “a educação infantil, primeira etapa
da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança de até 6 anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico
intelectual e social, complemento a ação da família e comunidade”.
1.1. Concepção de Escola
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”.
Paulo Freire
O Projeto Político Pedagógico foi elaborado inicialmente com base na
LDB 9394/96, PCN e RCNs de Educação Infantil, Proposta Curricular volume I
e II e referendados pelos objetivos gerais de educação definidos pelo município
e adaptados pela escola de acordo com a realidade. Além desses documentos,
ao longo das discussões, foram acrescidas as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil, que fortaleceram a concepção de criança como o
centro do planejamento escolar e sujeito histórico e de direitos.
O estudo sistemático desses documentos apresenta reflexos diretos
sobre o Projeto Político Pedagógico da unidade escolar, pois envolve
mudanças de práticas, pautadas na concepção de infância e no papel da
escola na construção das aprendizagens e interações.
O papel desempenhado pela escola de educação infantil tem sido alvo
de discussões, provocando mudanças em seu percurso que nos levaram de
um atendimento pautado no caráter assistencial para a ideia de que a escola
de educação infantil “é a primeira etapa da Educação Básica e tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de 0 a 5 anos em seus
aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico social”. Sendo assim, tem forte o
compromisso de pensar o espaço, promover propostas e favorecer interações
onde as crianças tenham a oportunidade de “construir sua identidade, brincar,
imaginar, desejar, fantasiar, observar, experimentar, aprender, narrar,
questionar produzindo cultura”.
A pergunta sobre o que e como ensinar precisa ser alvo da reflexão de
toda a equipe escolar, pois com o entendimento de que currículo é uma
construção social, escolhemos os conhecimentos que são considerados válidos
por uma sociedade, num determinado momento histórico. De tal forma que as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil em seu Artigo 3º
afirmam que “o currículo da educação infantil acontece na articulação dos
saberes e das experiências das crianças com o conjunto de conhecimentos já
sistematizados pela humanidade, ou seja, o patrimônio cultural, artístico,
ambiental, cientifico e tecnológico.”
Ao privilegiar o trabalho com projetos favorecemos uma visão
interdisciplinar do conhecimento, buscando sentido para a aprendizagem e
considerando o aluno como protagonista neste processo, para isso é preciso
uma escuta atenta e perspicácia para identificar os interesses que circulam
entre as crianças. O trabalho com projetos emergentes tem sido abordado nos
momentos formativos com intuito de garantir que esses interesses sejam
ouvidos, que as crianças experimentem procedimentos como a elaboração de
perguntas e busquem respostas para os questionamentos em diferentes fontes,
além da sistematização dos dados para serem apreciados por outras pessoas,
sejam estes alunos de outras turmas ou mesmo familiares e toda a
comunidade escolar.
Em todo o processo de articulação que da voz as crianças e busca
garantir seu acesso aos conhecimentos construídos pela humanidade temos
clareza sobre a necessidade de considerar a diversidade de nossos alunos,
não como a aceitação da “diferença” ou “deficiência”, mas refletindo sobre
ações que favoreçam a aprendizagem como um direito de todos. Dispondo-
nos, segundo André (2002, p.22), a encontrar estratégias para trabalhar com os
alunos considerados difíceis, tendo consciência e aceitando que não existem
receitas prontas e nem uma única forma de solução.
Uma escola de educação infantil também não pode negligenciar a
organização de seus espaços, pois entende que este é mais um componente
ativo no processo educacional, entre outras questões pela capacidade de
revelar as concepções de ensino e aprendizagem através de “decoração de
suas paredes” ou mesmo pela análise de ocorrências e adoção de medidas
preventivas das injúrias não intencionais que inclui reflexões quanto ás
propostas, materiais e organização do espaço.
Por fim, na educação infantil é preciso considerar as características e
especificidade da faixa etária para que não corramos o risco de transformá-la
na antecipação da escolarização, se orientando, de forma equivocada, por
práticas do Ensino Fundamental, nem mesmo ignorando a aprendizagem como
direito fundamental de nossos alunos neste espaço de educação.
Considerando que o PPP é um esforço sistemático e contínuo
direcionado para mudança das condições de ensino e aprendizagem e
condições internas com a finalidade principal de alcançar as metas educativas
de maneira mais eficaz, este se torna não somente um documento que reflete
desejos e grandes palavras, mas o registro de avanços no processo formativo
da equipe escolar. Ele se torna um “lugar” da memória da realidade que é
construída dia a dia. Um “lugar” no qual se pensa no caminho que está sendo
feito pela escola a partir da reflexão indagadora que é gerada na prática. PPP,
portanto não é um documento meramente burocrático, mas uma proposta real
para continuar melhorando e aprendendo.
1.2. Concepção de aluno
A concepção de criança é historicamente construída, portanto marca e é
marcada pelo meio social e cultural em que vive. “A criança é concebida como
um ser dinâmico que, a todo o momento interage com a realidade, operando
ativamente com objetos e pessoas, constituindo-se desta forma, como
construtora de conhecimentos” Jean Piaget.
“Cada criança apresenta um ritmo e uma forma própria de colocar-se nos relacionamentos e nas interações, de manifestar emoções e curiosidade, e elabora um modo próprio de agir nas diversas situações que vivencia desde o nascimento conforme experimenta sensações de desconforto ou incerteza diante de aspectos novos que lhe geram necessidades e desejos, e lhe exigem novas respostas. Assim busca compreender o mundo e a si mesma, testando de alguma forma as significações que constrói, modificando-as continuamente em cada interação, seja com outro ser humano, seja com objetos.” (Parecer CNE/CEB nº: 20/ 2009 p. 07).
De acordo com Piaget, a criança como todo ser humano, é um sujeito
social e histórico, pois faz parte de uma organização familiar que está inserida
em uma sociedade, com determinada cultura e em determinado momento
histórico. Portanto, possuem uma natureza singular, que as caracteriza como
seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.
Sendo assim o conhecimento não pode ser concebido como algo
predeterminado desde o nascimento, nem como resultado do simples registro
de percepções e informações. Ele resulta das ações e interações do sujeito
com o ambiente onde vive. Todo o conhecimento é uma construção que vai
sendo elaborada desde a infância, através de interações do sujeito com os
objetos que procura conhecer, sejam eles do mundo físico ou cultural.
Portanto no processo de construção do conhecimento, as crianças
utilizam-se das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que
possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam
desvendar. Sendo assim, segundo Faria (1999) a criança não é uma abstração,
mas um ser produtor e produto da história e da cultura.
Considerando tais aspectos, o cuidar e o educar são importantes para o
seu desenvolvimento e a escola participa efetivamente desse momento. A base
do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a desenvolver as suas
capacidades. Assim, o cuidado caracteriza-se como um ato em relação ao
outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em
procedimentos específicos.
“Na história cotidiana das interações com diferentes parceiros, vão sendo construídas significações compartilhadas, a partir das quais a criança aprende como agir ou resistir aos valores e normas da cultura de seu ambiente. Nesse processo é preciso considerar que as crianças aprendem coisas que elas se apropriam no contato com os adultos ou com as crianças já mais velhas. Além disso, à medida que o grupo de crianças interage, são construídas as culturas infantis.” (Parecer CNE/CEB nº: 20/ 2009 p. 07).
O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados relacionais, que
envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do
corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto
da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso
a conhecimentos variados. Nesse sentido, podemos inferir que o papel da
escola é instrumentalizar o aluno para a realização da leitura do mundo à sua
volta.
Cerisara (1999, p.9) esclarece: “Cuidar de uma criança em um contexto
educativo demanda a integração de vários campos do conhecimento e a
cooperação de profissionais de diferentes áreas. A base do cuidado humano é
compreender como ajudar o outro a desenvolver-se enquanto ser humano.
Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um
ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e
implica em procedimentos específicos”.
Segundo John Dewey (1959), o educador é o responsável pelo
conhecimento dos indivíduos e pelos conhecimentos dos assuntos-tema, os
quais permitirão que as atividades sejam selecionadas tendo como objetivo
uma organização social no qual todos os indivíduos tenham oportunidades de
contribuir e na qual os principais transmissores do controle são as atividades
em que todos participam.
Para desenvolver a capacidade de criar é imprescindível que haja
riqueza e diversidade nas experiências oferecidas nas instituições e
vivenciadas pelos alunos.
As crianças se utilizam de diversas linguagens no seu processo de
construção do conhecimento, para assim expressarem suas ideias e hipóteses
sobre o objeto de conhecimento. Tal elaboração deriva de um intenso processo
de criação, significação e ressignificação do mundo. As reflexões das crianças
sobre suas ações são uma parte fundamental no processo de aprendizagem.
Ouvir e encorajar a forma particular como cada criança pensa, fortalece seu
pensamento emergente e as suas capacidades de raciocínio. (Mary Hohmam e
David Weikart)
Além desses aspectos é preciso considerar ainda a importância de
estabelecer no espaço escolar um ambiente acolhedor, o que não significa
eliminar conflitos, disputas e divergências presentes não apenas na escola
como nas interações sociais, mas pressupõe que o professor forneça
elementos afetivos e de linguagem para que as crianças aprendam a conviver,
buscando as soluções mais adequadas para as situações com as quais se
defrontam diariamente. Lembramos que o desenvolvimento da autonomia se
dá também essencialmente por meio de situações de interação social, nas
quais conflitos e negociação de sentimentos, ideias e soluções são elementos
indispensáveis.
As capacidades de interação também são desenvolvidas quando as
crianças podem ficar sozinhas, quando elaboram suas descobertas e
sentimentos e constroem um sentido de propriedade para as ações e
pensamentos já compartilhados com o outro. Essa capacidade vai
potencializar novas interações. Nas situações de troca, podem desenvolver os
conhecimentos e recursos de que dispõem, confrontando-os e reformulando-
os.
Nessa perspectiva, a escola deve atuar como facilitadora e
potencializadora das interações infantis, favorecendo o desenvolvimento dos
alunos com relação à autonomia, construção da identidade social e cultural,
elaboração de sentimentos e descobertas, futuramente convertidos em
conhecimento/aprendizagem e envolvendo inclusive aspectos da sexualidade
infantil.
1.3. Concepção de Comunidade
“Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre
de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele deu e o
lance a outro; de outro galo que apanhe o grito de um galo
antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos
outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre
todos os galos.”
João Cabral de Melo Neto
A instituição escolar não se constitui sozinha, a construção de uma
escola com mais qualidade é permanente e depende da articulação com toda a
sociedade, desde as políticas públicas que decidem os investimentos
econômicos aos diferentes segmentos que compõem a comunidade escolar.
Contribuir com a formação de cidadãos críticos, participativos e
conhecedores de seus direitos e deveres pressupõe a inserção da comunidade
na qual os alunos fazem parte.
A escola surge então na vida da criança como um dos principais
ambientes extrafamiliares. Surge como um espaço estimulante, capaz de
facilitar e sugerir várias possibilidades de ação, ampliando as suas vivências e
experiências compreendendo suas necessidades e expectativas em busca de
caminhos para melhor atendê-las.
É na escola que a criança segue com seu processo de socialização,
compartilhando conhecimentos e ampliando seu universo cultural. Essa
ampliação deve funcionar como continuidade do processo iniciado em casa,
onde há muito tempo ela constrói sua história (cultura, valores, princípios etc.).
Considerar os conhecimentos prévios das crianças e suas experiências
pessoais significa considerar que a criança é um ser único, integral e não
fragmentado nos espaços aos quais frequenta. Portanto, a comunidade em que
está inserida faz parte da sua formação e é nesta comunidade que a criança
constrói sua identidade. Ainda segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil, a escola precisa garantir o acesso aos bens culturais
e às possibilidades de vivência da infância, cumprindo assim, o seu papel de
promover a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças.
Desde muito pequena já começa a usufruir o que é seu de direito, como
o atendimento a UBS, praças públicas, creches etc. Ou até mesmo a sentir as
dificuldades existentes da comunidade, como falta de espaço para lazer, vaga
insuficiente nas creches, falta de segurança no bairro, impedindo-a de brincar
na vizinhança, entre outras.
E por todas as questões já mencionadas, é que se justifica a escolha do
poema de João Cabral “Tecendo o amanhã”, porque não se trata do caráter
coletivo de uma construção qualquer. Estamos pensando na criação do
amanhã da escola para que ela seja melhor do que a que temos hoje, pois
ainda não temos a escola que almejamos e isso significa que há sempre
possibilidades de nos mobilizarmos para construí-la.
Compete à escola tomar diversas medidas com o intuito de aumentar a
participação da família, fortalecendo as parcerias entre escola e comunidade.
Neste sentido, a EMEB José de Anchieta busca:
Manter um diálogo e parceria constante com os pais por meio de
reuniões e também através do Conselho de Escola e APM;
Aproximar as famílias das ações pedagógicas da escola através
de convite para participar do primeiro dia de aula;
Fortalecer a participação e organização coletiva dos segmentos
no Conselho de Escola;
Incentivar a participação da comunidade nos eventos escolares.
Este trabalho visa construir uma relação de colaboração e
integração das famílias no ambiente escolar, por meio do
envolvimento voluntário dos responsáveis em atividades da
escola;
Favorecer o envolvimento das famílias, planejando situações em
que possam estabelecer parceria com as crianças na realização
de atividades pedagógicas;
Valorizar a parceria diária, onde as famílias reconhecem o seu
papel e o da escola.
De acordo com Mello (2000, p90),
“Os pais e mães, assim como a comunidade, de acordo com seu nível de organização participam das atividades que podem ser delegadas e testemunham aquelas que, por sua natureza, cabem aos educadores e não devem ser delegadas à comunidade. Pais e mães são protagonistas da experiência educativa em conjunto com os educadores e com as crianças. Escola e família se articulam como polos complementares na tarefa de educar as crianças; por isso, mantêm um diálogo assíduo de intercâmbio de informações e de concepções.”
1.4. Concepção do papel educativo dos diferentes atores
A escola de educação infantil é um espaço habitado por diferentes
sujeitos: crianças, professores, profissionais de apoio (cozinha e limpeza),
funcionários da secretaria, da BEI, coordenador pedagógico, PAD, diretor,
família e comunidade que desempenham no cotidiano seus papéis e constroem
uma história que tem ao final um objetivo comum: a educação coletiva das
crianças.
Ao pensarmos que todos se relacionam com as crianças assumimos o
papel de educadores, ou seja, pessoas que contribuem para a formação e
crescimento das crianças.
Considerar vozes e perspectiva das crianças no trabalho realizado
diariamente na unidade escolar, contar com sua participação no planejamento
pedagógico, reconhece e efetiva o protagonismo infantil e alicerça o papel da
criança ativa em seu processo de aprendizagem, como centro do processo
educativo da escola.
A participação das famílias na instituição é de extrema importância e é
organizada, planejada e cuidada constantemente. A escola busca criar
momentos de convivência em reuniões com pais qualificadas, participação dos
familiares no Conselho de Escola e APM e eventos.
O PPP deve legitimar as intenções de todos os atores envolvidos,
deixando claras as concepções defendidas.
III. Análise e reflexão das avaliações realizadas pela Equipe Escolar no
ano de 2016
Durante o ano de 2016 a equipe gestora da EMEB José de Anchieta
teve como objetivo formativo para a equipe docente uma discussão acerca das
experiências oferecidas nas instituições de educação infantil e particularmente
em nossa escola, visando promover o desenvolvimento levando em conta a
ação mediadora da escola como articuladora das experiências e saberes das
crianças.
Neste contexto, também foi tema do plano de formação o letramento.
Buscamos refletir sobre tempos e espaços da rotina onde se privilegia as
situações comunicativas, como por exemplo, a roda de conversa e a hora da
historia. Discutimos que devemos utilizar os textos em situação de
comunicação similares ao que acontecem fora da escola, formas de trabalho
sugeridas são os projetos didáticos e situações problemas, tendo sempre a
preocupação com o interlocutor ausente. O fato é que o trabalho em sala de
aula deve contemplar os diferentes gêneros textuais e suas esferas de
circulação (jornalística divulgação cientifica, publicitaria, literária, cotidiana,
politica, jurídica, etc.). As crianças devem entrar em contato com o mundo da
leitura e da escrita de maneira interessante. Em sala de aula é possível
articular as atividades regulares da rotina, projetos de diferentes áreas de
conhecimento e sequencia de atividades ao trabalhar com os gêneros
discursivos.
A Unidade Escolar implantou o empréstimo do PPP a comunidade
escolar, que foi acondicionado numa pasta, com papéis a disposição das
famílias para críticas, dúvidas e elogios. Após a leitura a Coordenadora
Pedagógica envia a família um bilhete, para este específico fim, agradecendo
pela leitura e sugestões realizadas e se necessário dirimindo eventuais
dúvidas.
Durante a avaliação anual foi considerado como muito positivo este
acesso, sendo esclarecedor a sua leitura e as famílias pontuaram que puderam
entender melhor os procedimentos adotados pela escola e a importância dos
mesmos.
Sobre a comunicação interna para o ano de 2017 implantaremos a ação
de envio de redes para os funcionários por e-mail, além da ciência na própria
escola.
Quanto aos órgãos colegiados podemos afirmar que é um desafio à
frequência dos pais durante as reuniões e assembleias desta forma no ano de
2016 publicamos o primeiro Informativo da escola, com informações gerais
acerca da escola e também sobre o funcionamento e convidando os pais a
participarem dos mesmos. Em reuniões com pais, que tem um índice elevado
de comparecimentos, em sua parte coletiva damos publicidade aos atos dos
órgãos colegiados e realizamos a prestação de contas do trimestre.
Os pais avaliaram de forma muito positiva os eventos realizados pela
escola no decorrer do ano letivo expressando que a família entende a
importância da parceria escola/comunidade e revelando que o intuito de
promover a demonstração dos conhecimentos construídos pelas crianças foi
bem compreendido e faz diferença no entendimento da importância de
frequentar a Educação Infantil.
O período de adaptação é um momento utilizado pela equipe docente
para realizar as entrevistas e formar os primeiros vínculos com as famílias. A
maior parte dos familiares entende sua importância e a escola entende o
quanto este período muda a rotina familiar de forma que todo ano repensam
suas ações.
É na ação cotidiana da equipe escolar que garantimos o acolhimento
das crianças e suas famílias em nossa escola. Desde o ato de
inscrição/encaminhamento que este acolhimento inicia, por meio da visitação
dos espaços da escola acompanhada por um membro da equipe gestora, na
reunião realizada exclusivamente para responsáveis pelos alunos novos que
ocorre sempre no final do ano letivo que antecede o inicio da criança na escola,
no atendimento pessoal e interessado realizado via telefone ou pessoalmente,
ao ouvir a comunidade nos diferentes instrumentos de avaliação e na
devolutiva que é feita a partir dos mesmos.
Segue abaixo o resultado da avaliação encaminhada para
preenchimento pela comunidade escolar:
20
Avaliação EMEB JOSÉ DE ANCHIETA 2016
198
93
3 10
50
100
150
200
250
EMEB José de Anchieta
Aprendizagem
183
112
4 10
20406080
100120140160180200
EMEB José de Anchieta
Relatório deaprendizagem
194
104
1 10
50
100
150
200
250
EMEB José de Anchieta
Propostapedagógica daescola
190
106
3 00
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
ótimo bom regular ruim
EMEB José de Anchieta
Projetos
197
833 0 8
0
50
100
150
200
250
EMEB José de Anchieta
Reunião compais
211
88
1 00
50
100
150
200
250
EMEB José de Anchieta
Comunicação
21
179
94
10 2 6 0
20406080
100120140160180200
EMEB José de Anchieta
Organizaçãoentrada esaída
185
106
4 1 0
20406080
100120140160180200
EMEB José de Anchieta
Atendimentoda secretaria
183
109
5 0 0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
ótimo bom regular ruim
EMEB José de Anchieta
Equipegestora
186
97
2 0 0
20406080
100120140160180200
EMEB José de Anchieta
Funcionários
141 128
24 0 0
20
40
60
80
100
120
140
160
EMEB José de Anchieta
Infraestrutura
170
122
3 0 0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
EMEB José de Anchieta
Limpeza eorganização
22
IV. Caracterização e plano de ação para os segmentos de atuação da escola
“Crescer como profissional significa ir localizando-se no tempo e nas circunstâncias
em que vivemos, para chegarmos a ser um ser verdadeiramente capaz de criar e
transformar a realidade em conjunto com os nossos semelhantes para o alcance de
nossos objetivos como profissionais da Educação.”
Paulo Freire
1. Caracterização da Comunidade
A escola não ocorre isolada do contexto social. Assim, compreender o seu entorno,
aumenta a possibilidade de um planejamento mais realista e adequado.
Está localizada num conjunto habitacional. O bairro onde está localizada conta com uma
população de aproximadamente 42.000 habitantes, com uma média de 04 pessoas por moradia,
em sua maioria mulheres.
O bairro dispõe de equipamentos de lazer como o complexo esportivo MESC, o campo de
futebol Pérola, o ginásio de esporte Atílio Pessotto e diversas praças, sendo que boa parte delas
sem nenhum tipo de equipamentos.
O Bairro Assunção origina-se da Fazenda Jurubatuba, formada pelos Monges Beneditinos
no séc. XVIII. No séc. XIX a área do Bairro serviu à Linha Jurubatuba, ocupada a partir de 1877
por imigrantes europeus com predominância italiana, o que explica a denominação de várias
ruas.
Conforme Médici (2012), o nome Assunção foi dado ao bairro em 1957, para homenagear
sua santa padroeira, oficializado pela lei municipal nº 304.
A partir dos anos 90 o bairro começou a receber agências bancárias, aumentou o número
de lojas, lanchonetes e padarias, havendo um considerável aumento do comércio local.
Consequentemente também aumentou o trânsito local, o que parcialmente justifica o atraso que
ocorre na entrada dos períodos da manhã e tarde, além da rua da escola não comportar o trânsito
por ser considerada uma rua pequena, ou seja, não tem espaço suficiente para acolher os
transportes particulares e dos pais.
Sobre os serviços de água encanada, luz elétrica e esgoto, consultamos o site
www.saobernardo.sp.gov.br onde nos mostra que o bairro conta com serviço de água encanada e
luz elétrica em 99,9% dos lares, esgoto em 96,1% e coleta de lixo atende a todos.
Os equipamentos de cultura que se situam no bairro são: Biblioteca Municipal Guimaraes
Rosa, Centro Cultural Antônia Marçon Bonício e Teatro Elis Regina, não sendo possível,
entretanto a partir da escola, termos acesso a pé a estes locais.
23
Relacionado à saúde, contamos com a e UPA Alves Dias e com UBS Alves Dias, sendo
estabelecida parceria com a unidade escolar através do PSE.
2. Comunidade Escolar
2.1. Caracterização da Comunidade Escolar
Podemos observar em nossa comunidade que a maioria dos pais que participaram da
amostragem cursou o Ensino Médio e estão inseridos no mercado de trabalho que exige uma
educação mais elevada e bom desempenho acadêmico. Desta forma é comum a preocupação
que as famílias apresentam quanto à vida escolar dos filhos, desde os anos escolares iniciais.
Acreditam que a escola pode ser um fator que propicie sucesso profissional e pessoal e buscam
que seus filhos tenham uma educação de qualidade.
Preocupam-se com questões referentes à alfabetização e desenvolvimento acadêmico de seus
filhos, cabendo à escola esclarecer as famílias que desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação
Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDB em seu artigo
29: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.” As Diretrizes
curriculares Nacionais para a Educação Infantil estabelecem que a proposta pedagógica das
instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de
10% 4%
7%
44%
3%
32%
EMEB JOSÉ DE ANCHIETA ESCOLARIDADE DOS PAIS
Fundamental Incompleto
Fundamental Completo
Médio Incompleto
Médio Completo
Superior Incompleto
Superior Completo
24
apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes
linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à
dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
A figura materna e paterna tem dividido a responsabilidade pelo sustento da família. No
planejamento do período de adaptação é um importante fator a ser levado em consideração no
planejamento realizado pela escola.
É grande o número de famílias que recorrem a transportes particulares devido ao seu
horário de trabalho. Desta forma, eventos e reuniões com pais têm o status de garantir a
interação entre pais e professores. Sendo assim, a escola elaborou o que se tem convencionado
chamar de Projeto de Reunião com Pais (para maiores detalhes vide página 94).
Também é numeroso o agendamento realizado pela Equipe Gestora, corpo docente e
familiares para que se possam efetivar as trocas de informação acerca das aprendizagens
infantis.
19%
17%
12% 3%
13%
2%
10%
24%
EMEB JOSÉ DE ANCHIETA ÁREA DE ATUAÇÃO DOS PAIS
Industria
Comércio
Educação
Saúde
Do lar
Serviço Público
Professional Liberal / Autonomo
OUTRAS
25
Sendo a escola um dos espaços onde as crianças estabelecem relações sociais e
desenvolvem valores, conviver com a diversidade lhes oportuniza construir uma visão de mundo
alicerçada na pluralidade cultural da qual o povo brasileiro é constituído.
As manifestações e tradições culturais brasileiras serão trabalhadas na perspectiva da
experiência educativa permitindo a criança interagir com os conhecimentos Regionais (DCNEI,
art. 9º, inciso XI).
0%
15% 2%
80%
3%
EMEB JOSÉ DE ANCHIETA REGIÃO DE PROCEDÊNCIA DOS PAIS
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
32%
14% 10%
12%
24%
8%
0%
EMEB JOSÉ DE ANCHIETA EXPECTATIVA DOS PAIS
Contribuição para oaprendizado
Socialização da Criança
Apropriação de regras
Preocupação / Cuidado filho
Profissional confiável
Adaptação
OUTRAS
26
O levantamento das expectativas familiares é realizado durante as entrevistas feitas entre
familiares e corpo docente, durante o período de adaptação. Os motivos que levam os pais a
colocarem seus filhos na escola são diversos, entretanto, todos desejam o mesmo: um lugar
seguro, que os ajude em seu desenvolvimento, com profissionais competentes, cuidadosos e de
confiança.
Como a criança passa uma parte significativa de seu dia na escola existe uma grande
preocupação com relação aos profissionais que estarão com as crianças e quanto às interações
que se estabelecerão entre crianças e crianças e destas com os adultos. As reuniões com pais
são momentos possíveis para criação dos vínculos necessários e esclarecimentos sobre a
proposta pedagógica adotada na escola.
A família tem a primazia na escolha da educação que deve dar aos filhos, inclusive quanto
à doutrina religiosa a seguir. O ambiente educativo deve garantir o respeito a todas as religiões e
àqueles que não professarem nenhuma religião.
O respeito à diversidade é um conteúdo pedagógico, é importante aprender a conviver com
as diferenças e valorizá-las, sem criar um ambiente onde aquele que não se enquadra é deixado
a parte, uma vez que o espaço público é de todos.
42%
10%
33%
5% 10%
EMEB JOSÉ DE ANCHIETA RELIGIÃO DOS PAIS
Católica
Espírita
Evangélica / Cristã
Sem Religião
OUTRAS
27
2.2. Plano de Ação para Comunidade Escolar
Justificativa Objetivo Ações propostas
Responsáveis Prazo/periodicidade
A escola é o local onde aprendemos a conviver com pessoas de valores diferentes dos nossos
•propiciar a comunidade participar da vida escolar, •tornar públicas informações relativas às aprendizagens •tornar pública as informações sobre as ações do Conselho de Escola e APM, •fomentar a participação das famílias nos eventos promovidos pela escola.
•organizar reuniões com Conselho de Escola e APM periodicamente para discussão e planejamento das ações previstas no PPP da escola, • estabelecer escuta atenta dos participantes • organizar reunião com pais interessantes e esclarecedoras, que permitam a participação da família e agendamento de atendimento individual pelos pais e/ou escola. •usar painel informativo para dar visibilidade aos projetos da escola e construção de conhecimento pelas crianças, •fomentar a participação familiar nos projetos coletivos da escola.
Equipe escolar com participação das famílias
Anual
2.3. Avaliação
A avaliação levará em consideração os indícios da participação da comunidade, presença
e envolvimento da mesma, o grau de satisfação nos encontros promovidos além de avaliar a
qualidade dos serviços oferecidos.
28
3. Equipe Escolar
3.1 Plano de formação da Equipe Escolar
O Enfoque Emergente é assim denominado pelo fato de que tudo
aquilo que vai ser desenvolvido para e com as crianças emerge do
seu cotidiano; por isso, o professor busca o reconhecimento dos
temas a serem tratados através da escuta, dos movimentos realizados
pelas crianças, dos seus interesses e necessidades. Partindo do que
captura dessa escuta, encaminha em conjunto com as crianças, “um
mergulho” em um determinado assunto, constituindo-se, assim, um
projeto. (SILVA, 2011, P.23)
Justificativa.
A educação é um direito de todos os cidadãos e dever do Estado e da família, conforme
determina a Constituição Federal em seu artigo 205, garantir o acesso à educação infantil é um
dever do Estado assegurado pela Constituição Federal em seu artigo 208, inciso IV. Uma das
características da educação infantil é a de que ela desempenha um papel complexo no
atendimento integral das crianças, compondo o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do
Adolescente, na promoção, defesa e controle da efetivação dos direitos da infância e da
adolescência previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. A promoção dos direitos das
crianças à educação e à infância começa a ser efetivada desde a defesa de princípios como a
equidade e a qualidade no atendimento até a definição da proposta pedagógica dos
estabelecimentos de educação infantil enquanto promotores dos direitos humanos.
Os conceitos de infância e crianças foram por muito tempo tratados como semelhantes;
sabemos que as crianças sempre existiram como seres humanos de pouca idade, entretanto as
sociedades, em momentos diferentes da história, criaram formas de pensar sobre o que é ou
como deve ser a vida nesta faixa de idade.
Estabelecer um diálogo entre as pessoas envolvidas diretamente com as crianças favorece
a troca e a aprendizagem, aproximando, incluindo e abrindo espaço para que todos se sintam
pertencentes a esta dinâmica escolar, em que a criança é o centro e o porquê de tudo. Neste
sentido, devemos nos perguntar qual é a criança que atendemos? Qual é a construção
sociológica de infância que nos move? Como garantimos seus direitos dentro e fora da escola?
Como o lúdico está estabelecido em nossa rotina? Como garantimos o protagonismo infantil?
29
O respeito ao brincar e à brincadeira deve ocorrer por ser ela a experiência inaugural de
sentir o mundo e experimentar-se, de aprender a criar e inventar linguagens através do exercício
lúdico da liberdade de expressão. Assim, não se trata apenas de um domínio da criança, mas de
uma expressão cultural que especifica o humano. Para a constituição de contextos lúdicos
deve-se levar em conta a compreensão do mundo da criança pequena se faz por meio de
relações que estabelece com as pessoas, os objetos, as situações que vivencia, pelo uso de
diferentes linguagens expressivas (o movimento, o gesto, a voz, o traço).
As vozes das crianças precisam ser escutadas no dia-a-dia, ter direito ao respeito, a
aprender, a brincar, a escolher, isto é a viver em uma democracia como sujeitos históricos e
produtores de cultura. O Planejamento no Enfoque Emergente, oriundo da cidade de Reggio
Emília/Itália, evidencia diferentes modos de planejar, organiza os interesses de todos os
envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, crianças, professores e famílias,
no decorrer do próprio percurso, reconhecendo o direito da criança de aprender e ser
protagonista de sua aprendizagem.
Objetivo Geral
Discutir sobre os conceitos de infância, criança, direitos das crianças e o lúdico, abordando
a organização dos tempos e espaços, levando em consideração o papel do educador na
promoção do protagonismo infantil.
Objetivos específicos
Aprofundar o estudo sobre o conceito protagonismo infantil,
Aprofundar os estudos sobre o conceito de infância e criança,
Aprofundar os estudos sobre o conceito de projetos emergentes,
Aprofundar os estudos sobre ludicidade,
Refletir sobre a prática docente, compreendendo os reflexos destas concepções sobre a
prática,
A partir dos estudos realizados, aperfeiçoar o trabalho realizado em diferentes tempos e
espaços, considerando o protagonismo infantil,
Conteúdos
Conceito de protagonismo infantil;
Conceito de infância;
30
Conceito de criança;
Conceito de brincar;
Conceito de projeto emergente;
Garantia de direitos infantis;
Documentação pedagógica na Educação Infantil;
Concepções teóricas de infância e do papel da escola correspondente a tal concepção;
Etapas Previstas
Socializar o plano de formação, estabelecendo o contrato didático entre os sujeitos
envolvidos; o que deve ocorrer nos momentos de formação da Reunião Pedagógica para
que todos os funcionários da escola possam participar;
Levantamento dos conhecimentos prévios dos funcionários;
Estudo dos conceitos de infância, criança, garantia de direitos, projeto emergente, o
brincar e protagonismo infantil;
Reflexão sobre as práticas pedagógicas.
Estratégias Formativas
Tematização de situações, acompanhada de leitura sobre o tema,
Análise de projetos realizados pelos professores;
Discussão e vivencias acerca dos temas elencados;
Orientações didáticas
Considerar os saberes de cada educador;
Estabelecer com o grupo clima de solidariedade e envolvimento que propicie a
discussão da prática dos integrantes;
Organizar previamente os materiais utilizados na formação, buscando teóricos que
auxiliem nas discussões e/ou reflexões;
Definir um período de estudo e discussão entre os integrantes da equipe de gestão;
31
3.1.3. AVALIAÇÃO DO PLANO DE FORMAÇÃO
Os participantes farão uma reflexão sobre os conceitos discutidos com registros,
questionários e/ou relatórios de acompanhamento.
3.2. Professores
As professoras, coordenadas pela Equipe Gestora, realizam o HTPC semanalmente às
quintas feiras das 18h40minh às 20h40minh conforme resolução SEC 08/2003. Durante esse
período discute-se a organização da escola e a prática pedagógica, realizam-se estudos,
planejamentos acompanhados e especialmente a reflexão sobre suas práxis.
As reuniões Pedagógicas, previamente definidas em calendário escolar, ofereceram a
oportunidade de formação para os diferentes segmentos da escola sobre assuntos comuns à
equipe.
No primeiro semestre de 2017 tendo como foco a reescrita do Projeto Político Pedagógico
realizamos estudos acerca dos temas: rotina, avaliação e projetos e, no segundo semestre
daremos continuidade a formação sobre letramento, pensando também sobre aspectos da
reflexão sobre o código escrito. Assunto este, que foi observado como necessário pela equipe
gestora e apontado também pela equipe docente nas expectativas sobre a formação.
Nas reuniões Pedagógicas privilegiaremos o estudo sobre a infância e o papel da escola
na formação e desenvolvimento deste sujeito ativo que desempenha o protagonismo em seu
processo de construção de conhecimento.
Horário de trabalho pedagógico (HTP)
Entende-se por HTP o horário de trabalho pedagógico realizado na Unidade Escolar, em
atividade de planejamento, preparação e avaliação do trabalho dos alunos, em atendimento a
alunos e pais de alunos com a gestão da Unidade Escolar com início em 2013.
32
3.2.1. Caracterização
Quadro de professores
Nome
Situação funcional
Escolaridade Tempo PMSBC
Tempo
na escola
Observação
Formação Acadêmica
Pós-graduação
Simone Estatutária Pedagogia Gestão Escolar, Ed. Ambiental e
Ed. Infantil.
26 anos 05/1990
14 anos 02/2003
Valdívia Estatutária Pedagogia Supervisão
escolar e Ed. Infantil.
18 anos 02/1999
10 anos 02/2007
02 matrículas na U. E.
Dislene Estatutária Psicologia e Pedagogia
Educação Infantil e Arte
Educação
19 anos 03/1998
02 anos 02/2015
Patrícia Estatutária Magistério e Pedagogia
Arte e Educação
09 anos 05/2007
06 anos 02/2011
Renata Estatutária Magistério e Pedagogia
Não tem 12 anos 06/2004
08 anos Tarde 02/2009
06 anos Manhã 02/2011
02 matrículas na U. E.
Yara Estatutária Magistério e Pedagogia
Não tem 09 anos 10/2007
06 anos 02/2011
Angela Estatutária Magistério e
Letras Educação
Infantil 09 anos 02/2008
06 anos 02/2011
Cátia Estatutária Magistério e Psicologia
Psicopedagogia / Alfabetização em letramento
10 anos 03/2007
01/02/2017
Daniela L. B.
Estatutária Pedagogia Educação
Infantil e séries iniciais
17 anos 01/2000
02 anos 02/2015
Adriana Estatutária Pedagogia Não tem 01 ano 04/2015
01 ano 09/04/2015
Carla CLT Magistério e Psicologia
Psicopedagogia 10 anos 09/2006
02 anos 02/2015
Elisangela Estatutária Pedagogia Não tem 05 anos 03/2012
02 anos 02/2015
Andreia Estatutária Pedagogia
Metodologia das práticas
educacionais e Ludo pedagogia
09 anos 09/2007
01/02/2017
Eloá Estatutária Pedagogia / Ciências da Computação
Ludo pedagogia / Artes em Educação
04 anos 05/2012
01/02/2017
Luciana S. O.
Estatutária Magistério e Pedagogia
Arte Educação 10 anos
12/03/2007 08 anos 02/2009
Marla Estatutária Pedagogia Não tem 05 anos
06/03/2012 04 anos 02/2013
Naomi Estatutária Pedagogia Não tem 04 anos 05/2012
01/02/2017
Daniela S. L.
Estatutária Pedagogia Educação
Infantil 17/09/2016 01/02/2017
33
3.2.2. Plano de Formação para os Professores
“A formação permanente dos professores inicia a partir daquilo que os próprios
educadores produzem, acreditando que as competências educativas nascem da
interação com a prática educativa e com as crianças – e quem está com elas – são os
primeiros produtores de cultura da infância. Todos os adultos e as crianças são vistos
como seres criativos, capazes de gerar aprendizagem.” (BARBOSA, Maria Carmen
Silveira e HORN, Maria da Graça Souza).
Justificativa
É no cotidiano da Educação Infantil que as crianças observam aspectos da cultura escrita,
na forma como os adultos se relacionam com ela, como recorrem à escrita para organizar o
cotidiano, para se informar, para se divertir, entre outros, no documento intitulado Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, em seu artigo 9º, inciso III, existe apontamentos
sobre o favorecimento de “experiências narrativas de apreciação e interação com a linguagem
oral e escrita e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos”.
Sabemos que o professor anseia por uma formação que parta de sua prática e dialogue
com a teoria, é o que buscamos realizar nesta formação, partindo de sua experiência cotidiana
buscaremos significar teoricamente sua prática identificando e explicitando as intervenções
pedagógicas e refletindo sobre as mesmas.
Desta forma é de dentro da sala de aula que retiramos subsídios para refletir a prática
pedagógica da Unidade Escolar. Assim acompanhar o planejamento elaborado pelas professoras
e as intervenções realizadas traz elementos para a equipe gestora pensar sobre uma formação
em letramento por meio do trabalho com projetos que levasse em consideração as perspectivas
interdisciplinares, situando a aprendizagem como experiência coletiva e cooperativa.
Segundo Horn e Barbosa (2008), os projetos abrem a possibilidade de aprender os
diferentes conhecimentos de modo relacional e não linear, propiciando as crianças aprender
através de múltiplas linguagens, reconstruindo o que já foi aprendido. As autoras afirmam que é
preciso partir de uma situação, de um problema real, de uma interrogação, de uma questão que
afete o grupo tanto do ponto de vista socioemocional quanto cognitivo.
Objetivo Geral
Discutir sobre o conceito de projeto e letramento na Educação Infantil, abordar a
organização dos tempos e espaços, levar em consideração a ênfase do uso das diferentes
linguagens sugerido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil e explicitar as
práticas pedagógicas nas situações de comunicação.
34
Objetivos específicos
Aprofundar os estudos sobre a concepção de projetos e letramento;
Refletir sobre a prática docente, reconhecendo boas propostas relacionadas à teoria
estudada;
Discutir sobre a documentação pedagógica realizada pelas professoras, ampliando as
possibilidades e desenvolvendo as concepções subjacentes à escrita;
Elaborar propostas pedagógicas significativas que considerem as necessidades e
interesses das crianças;
Discutir sobre as práticas que envolvam o uso de diferentes linguagens;
Discutir como tempos e espaços atuam favoravelmente no auxílio às aprendizagens
infantis, como a qualidade dos espaços escolares reflete uma nova forma de pensar a
educação;
Socializar práticas que possibilitem a reflexão e ampliação de boas práticas
pedagógicas.
Conteúdos
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil;
Projetos Pedagógicos na Educação Infantil;
Documentação pedagógica na Educação Infantil;
Concepções de projetos e letramento.
Etapas Previstas
Socializar o plano de formação, estabelecendo o contrato didático entre os sujeitos
envolvidos;
Levantamento das expectativas de aprendizagens (levantamento de tópicos
emergentes, que podem ou não suscitar um estudo ou problema a resolver) acerca dos
temas a serem estudados;
Planejamento conjunto das questões que serão investigadas,
Estabelecer estratégias e acompanhamento dos registros;
Reflexão sobre os registros e projetos em andamento na Unidade Escolar;
Reflexão sobre as práticas pedagógicas,
35
Socialização das descobertas, da trajetória e participação ativa dos professores, no
desenvolvimento da temática, organização e avaliação da formação.
Estratégias Formativas
Levantamento do problema a ser resolvido, por meio das perguntas que serão
realizadas pelos professores acerca do assunto,
Leitura dialogada com textos de suporte e outros que possibilitem acesso às
informações que auxiliem encontrar respostas para os problemas,
Acompanhamento dos instrumentos metodológicos.
Observação da prática.
Análise de atividades realizadas pela professora.
Orientações didáticas
Considerar os saberes de cada educador;
Considerar as perguntas como o foco da formação,
Estabelecer com o grupo clima de solidariedade e envolvimento que propicie a
discussão da prática dos integrantes;
Organizar previamente os materiais utilizados na formação, buscando teóricos que
auxiliem nas discussões e/ou reflexões;
Definir um período de estudo e discussão entre os integrantes da equipe de gestão.
3.2.3. AVALIAÇÃO DO PLANO DE FORMAÇÃO
Os participantes farão uma reflexão sobre os conceitos discutidos com registros,
questionários e/ou relatórios de acompanhamento.
36
3.3. Auxiliares em educação e Estagiárias de Apoio a Inclusão
3.3.1. Caracterização
Em nosso quadro contamos com uma auxiliar em educação para atendimento de crianças
com necessidades educacionais especiais que ingressou na prefeitura em 2014, passando a
compor a equipe escolar da unidade a partir de 2016, após processo de remoção. Além disso,
temos duas estagiárias do curso de pedagogia que trabalham no apoio à inclusão, atuando uma
em cada período.
Pelo caráter do cargo que inclui atuação junto a crianças, entendemos que a formação é
extremamente necessária e deve ocorrer em espaços formativos que reúnem toda a equipe
escolar como as reuniões pedagógicas, bem como em encontros com a equipe gestora, nos
quais serão abordados temas referentes à infância, condutas preventivas, questões relacionadas
atribuições e parceria com professores. No entanto, reconhecemos que o grande desafio é
encontrar momentos da rotina em que possam retirar-se da sala sem prejudicar o atendimento as
crianças.
Nome Situação
funcional
Escolaridade Tempo
PMSBC
Tempo
na
escola
Obs Ensino
médio Graduação
Pós-
Graduação
Cleide Estatutária Normal
04
anos
02
anos
Vanessa Estagiaria
de apoio à
inclusão
Cursando
pedagogia
1 ano
Michele Estagiaria
de apoio à
inclusão
Cursando
Pedagogia 1 mês
3.2.2. Plano de formação para os Auxiliares
Justificativa Objetivos gerais/Ações
propostas Responsáveis Cronograma
Para atuar junto às
crianças, é condição
essencial conhecer
sobre infância e seu
Participar da elaboração
do PPP da escola.
Compreender a
importância de sua
Equipe
Gestora
●ano letivo
(Encontros
individuais e
reunião
37
desenvolvimento
para que possa
intervir, enquanto
educadora de forma
apropriada e
intencional.
intervenção e interação
com as crianças na
construção de condutas
o preventivas.
Refletir sobre a prática a
partir da teoria do
desenvolvimento infantil
e diretriz legal.
pedagógica)
3.2.3. Avaliação do Plano de formação
A auxiliar em educação participará das mesmas avaliações propostas para o grupo de
funcionários. Considerando aspectos qualitativos e quantitativos tais como em que medida o
plano contribuiu para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças.
3.4. FUNCIONÁRIOS
“Quando todos pensam da mesma forma, alguém não está pensando.” George Patton
Aqui na EMEB José de Anchieta, os funcionários, são considerados sujeitos históricos e
sociais, que imprimem, no seu fazer diário, a dinamicidade necessária para a materialização de
suas tarefas. Sejam elas referente ao espaço ou na relação com as crianças. Portanto todas as
pessoas que atuam na área da educação e em contato com a criança cumprem um papel
educativo, seja pelos exemplos que lhe fornece, seja pelas oportunidades que lhe são oferecidas
ou negadas.
Para que todos se comprometam com o propósito da educação e tenham uma efetiva
contribuição para a melhoria da educação brasileira é preciso valorizar e investir no conhecimento
e experiência dos funcionários.
Para tanto esses profissionais são parte importante dentro do contexto da escola, sendo
fundamental sua participação nas reuniões pedagógicas e/ou de grupo de apoio estudando,
discutindo e contribuindo com suas ideias e experiências, além de entenderem o porquê e como
acontecem determinadas situações dentro do ambiente escolar.
3.4.1. Caracterização
A característica principal desse grupo é estar disponível às necessidades do trabalho, ter
inciativa e discernimento para avaliar as prioridades da escola.
38
Oficial de escola: Final de 2015 e início de 2016 foi ano de remoção para os oficiais de
escola. Remoção esta onde todos os oficiais da rede de São Bernardo do Campo foram
obrigados a participar. A EMEB José de Anchieta já conta com um oficial titular, porém a mesma
encontra-se trabalhando na Secretaria de Educação, junto ao departamento de suporte técnico na
área de informática. Portanto estamos com um oficial sem titularidade. A mesma tem experiência
nas demandas da secretaria, como matrículas e sistema informatizado de matrículas. Ingressou
na Rede municipal de SBC em 2014 e a EMEB José de Anchieta é a terceira escola em seu
currículo. Está adaptada a rotina da unidade. Sua transferência se dará ao final de 2017, ano de
remoção, pois a mesma terá que obrigatoriamente passar por ela por não ter titularidade. O
Oficial citada tem criado vínculo profissional entre a equipe de gestão e equipe de professores,
favorecendo assim o andamento do trabalho. Em sua experiência traz também o trabalho com a
informática, o que facilita o trabalho na secretaria, principalmente junto aos computadores.
Conhece a clientela atendida e a demanda da escola, procurando interagir com desenvolvimento
do trabalho, tanto pedagógico no auxílio aos professores quanto burocrático, se dedicando em
sua maior parte no trabalho burocrático.
Auxiliares de limpeza e ajudante geral: Atualmente, o quadro de apoio é composto por 05
funcionários, o que tem facilitado um pouco a divisão do serviço. Exceto em períodos de férias ou
licenças, pois os demais ficam sobrecarregados, necessitando um empenho e dedicação maior
nas tarefas do dia a dia. A equipe que compõe o quadro de apoio da unidade são funcionários
celetistas da prefeitura, todos ingressaram na rede a partir do concurso de 2005. São pessoas
dispostas a aprender, participando das reuniões pedagógicas, ajudando nas reflexões, dando
opiniões e sugestões. A escola não tem enfrentado frequentes trocas de funcionários, pois todos
que aqui iniciam, tem permanecido, provavelmente, devido à organização e vínculo profissional
da equipe. Atualmente são três pessoas se dedicando à escola a partir das 07h00 da manhã e
outras dois se dedicam até as 18h00.
Cozinheiras: Esta escola conta com duas cozinheiras. Ambas, prestam serviço terceirizado.
Procuram ser responsáveis no que fazem e no trato com as crianças. Na hora do self-service, se
revezam para dar suporte as crianças e manter a cozinha em ordem permanecendo na cozinha e
a outra, no refeitório. São responsáveis por manter a dispensa com o estoque em ordem,
mantendo os setores responsáveis sempre atualizados com informações e os formulários em dia,
além da merenda.
39
3.4.2. Plano de formação
Compartilhar algo é tê-lo em comum com o outro. O compartilhamento é criado, construído na interação social, portanto não se refere ao comportamento de um indivíduo, mas se refere a uma relação entre indivíduos, a qual por sua vez, possibilita que eles possuam em comum algo que foi construído socialmente. (Carvalho, 1992).
Manter somente a conservação da limpeza dentro de um espaço de aprendizagem não
basta. E neste espaço não se educa uma criança de forma isolada, mas na interação social, e
segundo Morin (2001) o objetivo da educação não é somente transmitir conhecimentos, mas
construir práticas que terão reflexão para toda vida, onde ensinar é viver em transformação
consigo próprio e com o outro.
Justificativa
Objetivos
Ações
Responsáveis
Cronograma
A
necessidade de
reflexão sobre
nossas práticas
diárias requer a
implementação de
formas de atuação
que exige ao refletir
sobre as
transformações na
educação da
família e da
sociedade o
fortalecimento do
corpo de
funcionários que
deve ser
competente e
qualificado.
Existem
expectativas de
-participar da elaboração do PPP da Unidade Escolar para compreender o contexto escolar -participar das reuniões pedagógicas para conhecer, refletir e inferir sobre os projetos desenvolvidos. -discutir sobre condutas preventivas na Educação Infantil -formular sugestões para a resolução de situações problemas - estabelecer formas de condutas adequadas ao atendimento às crianças -intensificar a
- Proporcionar a participação reuniões pedagógicas -proporcionar encontros para a discussão e reflexão sobre educação infantil, família, sociedade e questões relativas à sua atuação profissional. -utilizar leituras, debates, conversas e o aprofundamento da experiência e conhecimento dos participantes em reuniões pedagógicas. -favorecer formas de cooperação e aprendizado coletivo -discutir casos reais em equipe -definir critérios de atendimento as crianças
Diretora /PAD Mensal: Fevereiro Março Abril Maio Junho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
40
que estes
funcionários
possam ser os
agentes que
promovem
mudanças
necessárias no
contexto escolar ao
adotar atitudes
éticas compatíveis
com o desempenho
da função pública.
O
aperfeiçoamento
profissional é um
trabalho contínuo
de aprendizagem
que permite a
análise e o
questionamento
das práticas
estabelecidas.
comunicação a fim de garantir que as informações cheguem a todos -estabelecer um canal direto para ouvir as reivindicações, reclamações e dúvidas. -promover o desenvolvimento de habilidades para o estabelecimento de parcerias, favorecendo a capacidade de trabalho em equipe de forma colaborativa.
-incentivar atitudes proativas e colaborativas -criar na rotina espaço para troca de informação
3.4.3. Avaliação do Plano de formação
A cada encontro, os participantes devem fazer uma reflexão escrita e/ou oral sobre os
assuntos discutidos e como eles afetam a sua prática.
4. Conselhos
Para a garantia da transparência nos procedimentos pedagógicos, administrativos e
financeiros e com a finalidade de favorecer a participação dos profissionais da escola e dos
diferentes segmentos da comunidade escolar faz-se necessária à implantação de instituições que
tem como função aprimorar o processo de construção da autonomia da escola e as relações de
convivência dentro e fora dos muros escolares.
41
Estas instituições escolares foram criadas por leis específicas e contam com estatuto
próprio – Associação de Pais e Mestres e Conselho de Escola, cabendo à equipe gestora garantir
a articulação entre ambos, bem como destes com o Projeto Político Pedagógico da escola.
4.1. Conselho de Escola
De acordo com o Regimento Escolar Único para as Escolas de Educação Infantil e Ensino
Fundamental, a gestão democrática escolar é desenvolvida de modo coletivo, sendo o Conselho
de Escola a instancia de deliberação, acompanhamento e avaliação do funcionamento da
Unidade Escolar.
Tem natureza deliberativa, cabendo-lhe auxiliar nas formas de organização, funcionamento
e relacionamento com a comunidade, em consonância com o PPP e seguindo as diretrizes da
Secretaria de Educação.
Sua autonomia almeja o compromisso com a democratização da gestão escolar e da
representação dos integrantes da comunidade escolar em favor a construção de uma escola
pública de qualidade.
4.1.1. Caracterização do Conselho de Escola
O Conselho de Escola é composto pelo diretor da escola, seu membro nato e por
representantes eleitos dos docentes, do apoio da direção, de funcionários e de pais ou
responsáveis por alunos, contemplando o critério da paridade e proporcionalidade.
Cabe ao Conselho de Escola estabelecer seu funcionamento, o dia e o horário de seus
encontros, sendo que ao ser convidado para participar dos encontros a pauta deve ser conhecida
com antecedência.
Nome Segmento (pai,
funcionário).
Titular/
Suplente
Simone Camargo Diretora Titular
Dislene Mercia. O. S. Ladeia Coordenadora Titular
Renata Lopez Contreras Professora Titular
Cleide Pereira do Amaral Funcionário Titular
Fernanda Batista de Oliveira Miranda da Silva
Mãe de aluno Titular
Jamilton Lopes de Almeida Pai de aluno Titular
42
Camila Lopes Bento Mãe de aluno Titular
Michelli Regina de Jesus Mãe de aluno Titular
Maria Luiza Pereira de Araújo Mãe de aluno Suplente
Daniela Leite Benevides Professora Suplente
Marlene Nunes da Costa Funcionária Suplente
Filipe Rodolfo Mendes Carvalho Pai de aluno Suplente
4.1.2. Plano de ação do Conselho de Escola
Justificativa Objetivos Ações Responsáveis Cronograma
Diante da importância do Conselho de Escola como instrumento de participação numa perspectiva democrática é preciso estabelecer conjuntamente ações buscando a melhoria da qualidade escolar. A gestão democrática e participativa pressupõe uma ação organizada em constante aprendizado para a formação da consciência cidadã.
Promover regularmente a discussão entre os diversos segmentos que compõem o Conselho de Escola, Realizar discussão acerca do calendário escolar, Observar, discutir e encaminhar propostas para a resolução das situações discutidas, Conhecer, analisar e discutir o PPP da escola.
Reuniões marcadas de acordo com a disponibilidade dos membros eleitos, Apresentar e discutir o PPP, Analisar e discutir as propostas de calendário escolar, Deliberar e acompanhar em conjunto com a APM a melhor destinação dos recursos provenientes dos convênios federal e municipal Elaborar informativo sobre as ações do Conselho de Escola.
Membros titulares e suplentes do Conselho de Escola.
Conforme calendário letivo, respeitando-se a legislação que prevê dois encontros semestrais.
43
4.1.3. Avaliação do Plano de Ação do Conselho de Escola
A avaliação deve ser feita sistematicamente com o objetivo do replanejamento do trabalho,
para tanto, ocorrerá durante o percurso, por meio das avaliações realizadas pelos membros ao
final das reuniões, por meio da avaliação geral anual, avaliações periódicas acerca dos
acontecimentos e a pedido de algum interessado.
5. Associação de Pais e Mestres
A APM é uma entidade criada com a finalidade de colaborar para o aperfeiçoamento do
processo educacional.
Para tanto a Associação de Pais e Mestres (APM) foi composta por pessoas da
comunidade escolar, convocados pela Assembleia Geral Ordinária durante o mês de fevereiro,
pois de acordo com o Estatuto a composição anterior responde até 31 de março do corrente ano.
Faz parte também dessa composição professores e funcionários que foram escolhidos através do
voto. Reuniram-se mensalmente e/ou extraordinariamente para discutir e tomar decisões a curto
e/ou longo prazo relacionadas à escola, conforme as atribuições do Estatuto das Associações de
Pais e Mestres, visando atingir o mais amplo desenvolvimento da educação. Os objetivos são de
natureza social e educativa, sem caráter político, racial ou religioso, assim como sem finalidades
lucrativas. Sua principal função é atuar participando das decisões financeiras. A efetiva
participação dos membros implica tomar parte da aplicação dos recursos financeiros recebidos
pela Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo - Convênio SBC nº 79/2017-SE e Governo
Federal – FNDE/PDDE-2017, no aprimoramento das condições de ensino aprendizagem,
representando as aspirações dos pais junto à direção da escola auxiliando-a na obtenção de suas
metas.
5.1. Caracterização
A APM da EMEB “José de Anchieta” é composta pelo Conselho Deliberativo, fazendo parte
deste, três pais ou mãe de aluno, um professor e o diretor da escola. A Diretoria Executiva,
composto por quatro pais e dois professores e o Conselho Fiscal composto por dois pais ou mãe
de aluno e um professor.
44
As reuniões irão ocorrer com frequência mensal, sempre às terças feiras no período da
tarde, facilitando a organização dos participantes. Os membros do Conselho de Escola são
convidados a participarem das reuniões para assim facilitar as tomadas de decisões. Decisão
esta, definida pelos membros da APM.
Além das reuniões realizadas na escola, os membros da APM, poderão ser convidados a
participarem de encontros formativos oferecidos pela Secretaria da Educação.
Nome Segmento (pais e
profissionais da
escola)
Função na APM Titular/Suplente
Conselho Deliberativo
Simone Camargo Diretora Presidente do
Conselho
Deliberativo
Titular
Luciana de Sousa
Bezerra Oliveira
Professora 1º secretária Titular
Claudete Aparecida de
Carvalho Santos
Mãe de aluno 2º secretária Titular
Gabriel Sartori
Fonseca
Pai de aluno Membro Titular
Suelen Fernandes de
Sousa Serra
Mãe de aluno Membro Titular
Conselho Executivo
Osmar Ribeiro
Mendonça
Pai de aluno Diretora
Executiva
Titular
Adriana Siqueira Silva
Santiago
Mãe de aluno Vice Diretor
executivo
Titular
Dislene Mercia de
Oliveira Sousa Ladeia
Mãe de aluno 1º Tesoureira Titular
Ana Paula Pussateli
de Azevedo
Mãe de aluno 2º Tesoureiro Titular
Eloá Pier Moraes
Rosa
Professora 1ª Secretária Titular
Valdivia Francisca do
Bonfim Matesco
Professora 2ª Secretária Titular
45
Conselho Fiscal
Jamilton Lopes de
Almeida
Pai de aluno Presidente do
Conselho Fiscal
Titular
Fernanda Batista de
Oliveira Miranda da
Silva
Mãe de aluno Membro Titular
Marla Cristina da Silva
Urbino
Professora Membro Titular
5.2. Plano de Ação da APM
Justificativa Objetivos Ações Responsáveis Cronograma
A APM é um importante órgão para a autonomia financeira da Unidade Escolar. Funciona como uma importante ferramenta no apoio ao colegiado para elaboração e execução de seu plano de trabalho, contribuindo assim para o aprimoramento do processo educacional. A participação dos membros se dará direta e ativamente no
planejamento anual das necessidades, despesas, disponibilidade financeira e das prioridades da escola tendo em vista o melhor aproveitamento
●ser elo de comunicação constante para com a comunidade escolar, primando pela busca de solução para os problemas coletivos do dia a dia. ●conhecer o PPP para subsidiar a elaboração do plano anual de trabalho ●conhecer as normas e orientações referentes ao repasse, sua forma de utilização e de prestação de contas para melhorar a administração dos recursos públicos. ●planejar o orçamento de forma a focar nas necessidades, principalmente as emergenciais, colaborando na aquisição, conservação, recuperação e melhoria do prédio e equipamentos da U. E. ●examinar as contas, registros e documentos referentes ao exercício, à situação econômica financeira do convênio SBC e PDDE/FNDE.
●realizar reuniões em horários que possibilite a participação de todos ●discutir amplamente as questões com os membros para tomada de qualquer decisão ●elaborar o plano anual de trabalho, levando em consideração as prioridades de acordo com as necessidades da escola e uso das verbas. ●discutir e adequar o plano de aplicação de recursos financeiros disponíveis, considerando o Plano anual de trabalho. ●conhecer o manual de instrução para o
Diretora e vice-diretora
Reuniões mensais: Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
46
5.3. Avaliação
Ocorrerá de forma processual a cada encontro através de auto avaliação das pessoas
envolvidas. A avaliação terá como foco a qualidade da educação, entendendo que a escolha de
aplicação dos recursos financeiros implica na responsabilidade da mesma. Sendo assim a
participação será significativa e implica tomar parte na elaboração, decisão e na avaliação das
ações educacionais da escola. Espera-se que o colegiado entenda que a escolha financeira feita
através de decisões pensadas coletivamente e com responsabilidade é importante para a prática
pedagógica alcançando as metas propostas.
V. ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
1. Objetivos
Serão desenvolvidos conforme as leis: Lei 9.394, de 20/12/1996 - Lei de Diretrizes e
Bases; Lei 11.274 de 06/02/2006 que altera a LDB com os artigos: art. 3º que altera a redação do
art. 32 da Seção III Do Ensino Fundamental; art. 5º que estabelece: “Os Municípios, Os Estados e
o Distrito Federal, terão prazo até 2010 para implementar a obrigatoriedade para o Ensino
Fundamental disposto no art. 3º desta lei e a abrangência da pré-escola de que trata o art. 2º
desta lei”.
1.1. Objetivo da Educação Básica
Art. 22º da LDB 9394/96. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,
assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
1.2. Objetivos da Educação Infantil
De acordo com o art. 29º. a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade (ou zero a cinco, na
dos recursos disponibilizados primando pela busca constante de soluções equilibradas para os problemas coletivos do dia a dia escolar.
repasse dos convênios ●avaliação do plano anual de trabalho
47
medida em que as crianças de seis anos ingressem no Ensino Fundamental), em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Para tanto uma equipe escolar deve ter plena convicção de que um trabalho pedagógico
intencional e significativo deva partir de um objetivo que alicerce todas as ações educativas. No
entanto, deve considerar necessário aprofundar os estudos e reflexões sobre as implicações da
mudança da faixa etária decorrente do Ensino de nove anos, considerando a infância de 0 a 10
anos, e assim elaborar os objetivos para a educação infantil, de forma que sejam reais as ações
educativas.
No ano de 2016, paralelamente às discussões, teremos como norteador, os objetivos da
Unidade Escolar e objetivos das áreas de conhecimento/PPP, considerando os Parâmetros
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil V.I e V.II, as Diretrizes Curriculares Nacionais
para Educação Infantil, a formação em reuniões de HTPC e Reuniões Pedagógicas.
2. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS E CONTEÚDOS POR ÁREA DE CONHECIMENTO
Objetivo geral da EMEB “José de Anchieta”
A Educação Infantil deverá se organizar de forma que construam as seguintes
capacidades:
Contribuir para a construção de uma prática educacional significativa e prazerosa, para
os envolvidos no processo educacional;
Socializar o conhecimento historicamente acumulado considerando a realidade da
criança e a faixa etária;
Possibilitar, intencionalmente, situações educativas onde a criança vivencie, observe,
pesquise, interprete e reconstrua o conhecimento, permitindo seu desenvolvimento
integral, criatividade, participação, criticidade e autonomia;
Possibilitar a ampliação das capacidades expressivas e simbólicas das crianças para
que possam reelaborar e dar significados sobre o mundo através do brincar;
Contribuir para a construção da autoestima das crianças, ampliando suas possibilidades
de comunicação e interação social;
Contribuir para uma cultura de respeito e valorização da diversidade desenvolvendo
atitudes de cooperação.
48
2.1. Áreas de Conhecimento e Temas - Educação Infantil
2.1.1 - Língua Portuguesa
Ao longo da educação infantil, as crianças tornam-se progressivamente usuárias
competentes da linguagem oral e escrita, possibilitando-as a participarem das práticas sociais,
comunicando, tendo acesso a informações, expressando-se, defendendo seus pontos de vista,
compartilhando e construindo sua atuação num mundo letrado.
Antes de compreender o sistema escrito a criança elabora hipóteses sobre a escrita e a
leitura quando tem a oportunidade de pensar e refletir sobre as mesmas.
A prática educacional está organizada nas habilidades linguísticas básicas: falar e escutar,
ler e escrever.
Objetivos:
Ampliar gradualmente suas possibilidades de comunicação, por meio da oferta de
vários gêneros orais e escritos e participação nas diversas situações de intercâmbio
social nas quais possam contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, elaborar e
responder perguntas;
Familiarizar-se com a diversidade textual que circula socialmente;
Apreciar e fazer escolhas dentre os diversos gêneros;
Conhecer os diferentes autores e portadores textuais;
Relacionar texto e contexto;
Interessar-se pela leitura de textos conhecidos e avançar nas hipóteses que têm sobre
a escrita;
Compreender o funcionamento comunicativo da escrita, ou seja, o que se escreve é
para ser lido;
Produzir textos escritos, ainda que não de forma convencional, utilizando a escrita de
acordo com as hipóteses que possui no momento;
Construir critérios de seleção dos livros que se quer ler, ao elegê-los na biblioteca;
Comportar-se como leitor e escritor;
Considerar e respeitar as variações linguísticas que fazem parte do português falado
(língua);
Contar e recontar histórias, dar recados, explicar um jogo, pedir ou dar informações.
Conteúdo:
49
Leitura
Escuta de textos lidos pelo educador;
Reconhecimento do próprio nome dentro do conjunto de nomes do grupo nas situações
em que isso se fizer necessário;
Leitura pela criança de textos memorizados: parlendas, adivinhas, letras de músicas, etc.,
ajustando o texto falado ao texto escrito;
Reconhecimento e apropriação do próprio nome, dos colegas em diferentes contextos;
Manuseio e leitura de livros na sala e empréstimo dos livros para leitura em casa;
Através do uso da biblioteca: busca de informações e consulta a fontes de diferentes
tipos (jornais, revistas, enciclopédias, etc.) com ajuda;
Valorização da leitura como fonte de prazer, entretenimento e enriquecimento do seu
vocabulário;
Escuta da leitura feita pela professora especialmente de textos literários e informativos
compartilhando opiniões, ideias e preferências.
Linguagem oral
Uso da linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos,
necessidades, opiniões, ideias, preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas
diversas situações de interação presentes no cotidiano;
Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos dos quais
participa;
Participação em situações que envolvam a necessidade de perguntar, de responder, de
explicar e argumentar suas ideias e pontos de vista;
Relato de experiências vividas e narração de fatos em sequencia temporal e causal;
Reconto de histórias conhecidas com aproximação às características da história original
no que se refere à descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda
do professor;
Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais, como trava-línguas, parlendas,
adivinhas, quadrinhos, poemas e canções;
Conto de histórias, onde seja o próprio autor.
Linguagem escrita
Produção de textos diversos, ditados pelo educador, ou seja, o professor é o escriba;
Produção de textos escritos como processo coletivo, envolvendo: planejar, definir para
quem, pensar sobre a finalidade, considerar tipo de texto, elaborar e revisar;
50
Respeito pela produção própria e pela dos outros;
Reescrita e revisão de texto produzido coletivamente, acrescentando, deslocando,
retirando trechos para torná-los mais legível e mais bonito e agradável de ler.
Escrita
Escrita do próprio nome dos colegas da sala e outros;
Prática de escrita, utilizando o conhecimento de que cada criança dispõe, no momento,
sobre o sistema de escrita;
Escritas espontâneas
Orientações didáticas
Promover ambientes para brincar ampliando o universo discursivo trazendo para o
cotidiano da escola novas formas de interação da linguagem. Este espaço pode conter
diferentes caixas previamente organizadas pelo professor para incrementar o jogo
simbólico, tais como embalagens diversas, livros de receitas, blocos de escrever,
impressos diversos;
O professor deverá possibilitar ambientes favoráveis para a ação da escrita, leitura e ter
como base a oralidade para ensinar a linguagem que usa para escrever considerando
os alunos como escritores, leitores, oradores plenos, capazes de produzir e ler textos
diversos, mesmo que não dominem as convenções da língua escrita e falada;
O professor deve utilizar de atividades de reconto, pois auxiliam a criança a reorganizar
suas ideias em uma base sólida. São momentos que possibilitam diferenciar a
linguagem oral da escrita, ampliando seu repertório sobre o mundo letrado, dando
modelos de postura de leitor e escritor, onde este parceiro mais experiente possa intervir
e problematizar, favorecendo a aprendizagem;
O professor deve considerar o pensamento sincrético da criança, valorizando sua fala e
garantindo espaços para que se expressem, por exemplo, realizando nas rodas de
conversas;
A escrita exige alguns cuidados como: escolher palavras do mesmo campo semântico,
começar por palavras polissílabas, não utilizar o desenho, já que para a criança isso
pode ser uma forma de representação. O professor deve realizá-la de forma individual e
com acompanhamento atento, pois o que se quer avaliar é a relação entre o que se fala
e o que se escreve.
Linguagem escrita
51
O professor deve proporcionar acesso às diferentes fontes de informações, ou seja, a
diversidade textual, onde a criança vivencie situações reais de leitura e escrita;
Escrever e/ou ler diariamente, oferecendo momentos oportunos em que alunos
escrevam e/ou leiam individualmente, em dupla, trios, ou em grupos maiores,
considerando as parcerias produtivas;
Promover situações didáticas em que o professor participa como escritor, disposto a
compartilhar com as crianças os problemas e soluções envolvidas na escrita ou em que
o professor atue como leitor que mostra os efeitos que o texto produz, propondo uso de
suportes adequados para cada situação de escrita como o papel para carta, agenda ou
caderneta para anotar nomes, endereços e telefones, etc.;
Propor reelaboração de texto produzidos pelas crianças para melhorar o texto
acrescentando, retirando, deslocando alguns trechos para torná-los mais legível e mais
bonito.
Escrita
O professor deve propor produção de textos escritos. Devem ser rotineiras as atividades
que contemplem a necessidade da escrita ou a utilizem como suporte: escrever na lousa
o nome da história que vai ser lida para a classe, ou jogo de quadra que vai ser
realizado, colocar nomes nos trabalhos dos colegas, a agenda do dia, a escrita dos
textos e/ou informações, resultados de pesquisas realizadas pelas crianças, tendo o
professor como escriba. São os textos coletivos que poderão ficar afixados na sala e/ou
nos painéis para possíveis pesquisas, ou para que a própria criança possa ler ou
observar os outros lendo;
O professor deve garantir o acesso à diversidade de textos escritos, assim como a
produção de textos que reproduzam contextos cotidianos nos quais escrever tenha
sentido, buscando uma proximidade com as práticas sociais.
Linguagem oral
O professor deve garantir atividades tais como: rodas de conversa, reconto oral, narrativas
(casos/relato/história), hora da história e de relatos de experiências (fatos/ acontecimentos/
atualidades) em sua rotina diária.
Leitura feita pela professora
O professor deve conhecer o texto a ser lido antecipadamente e possibilitar o
acompanhamento da leitura a partir de texto impresso, considerando as preferências de
52
leitura das crianças e ampliando as possibilidades de escolha (diversidade textual),
tomando o cuidado de diferenciar as leituras das narrativas;
O professor deve ter o cuidado de não conferir conteúdo no final da história, e sim
proporcionar momentos significativos de aprendizagem;
As atividades de leitura diária devem contemplar os diferentes tipos de portadores
textuais e gêneros literários. Estas leituras ocorrem na classe, na biblioteca da escola,
ou em outro lugar, sendo realizado pelo professor ou por um aluno;
Todo material impresso pode servir de fonte para o desenvolvimento do trabalho na área
de Língua Portuguesa, bem como as práticas sociais de leitura e escrita.
Avaliação
As situações de avaliação não precisam se utilizar de exercícios especiais ou atividades
descontextualizadas para que se possa observar a evolução da criança. É possível aproveitar as
inúmeras ocasiões em que as crianças leem e escrevem para se fazer um acompanhamento de
seu processo de aprendizagem. Uma avaliação global da aprendizagem não se refere somente
aos níveis de conceitualização da criança acerca da escrita, mas alcança também outros
conteúdos referentes ao trabalho com a leitura e a escrita.
Em relação às práticas de leitura, pode-se observar se a criança pede que o educador leia.
Assim, criança manifesta o interesse pela leitura de histórias realizadas pelo educador, se procura
livros de histórias ou outros textos na biblioteca da sala, se considera as ilustrações ou outros
indícios para antecipar o conteúdo dos textos, se realiza comentários sobre o que “leu”, se
compartilha com os outros o efeito que a leitura produziu, se recomenda a leitura que há
interesse, se existe interesse em emprestar livros da biblioteca e cumpre as regras estabelecidas,
se recorre ao portador adequado ao propósito do leitor, se ajusta a sua “leitura” ao tipo de texto,
se recorda outros textos a partir do texto lido, etc.
Em relação às práticas de escrita e de produção de textos, o professor deve observar se a
criança escreve o seu nome e o nome de alguns colegas, se recorre à escrita, ou propõe que se
recorra quando tem que se dirigir a um destinatário ausente, se escreve seu nome para identificar
seus trabalhos, se ajusta sua produção a algumas características do gênero, se procura melhorar
o que escreveu ou ditou, revisando suas produções, se elabora sua produção e de seus
companheiros, lendo ou ditando, se ao ditar, acomoda o ritmo da fala e a voz ao ditado, se sente
vontade de escrever da forma que é capaz no momento, se respeita e valoriza suas escritas e a
dos colegas, etc.
O educador deve colecionar os registros das crianças como as escritas, desenhos com
escritas, ensaios de letras, os comentários que fizeram e suas próprias anotações como
53
observador das produções de cada uma. Sendo possível através da documentação construída,
visualizar a evolução de cada criança ao longo do processo.
Deve-se ter claro que, uma vez que a avaliação esteja sendo feita de forma continuada e
sistemática, a avaliação final será apenas mais um passo neste processo.
Através dos registros feitos pelas crianças em vários momentos de escritas, pode-se
verificar sobre o conhecimento que o aluno possui sobre a mesma (psicogênese da linguagem
escrita) e a avaliação diagnóstica sobre os demais conhecimentos da língua tem a finalidade de
adequar as atividades e desafios que lhes serão propostos.
2.1.2 – Matemática
A Matemática é um produto cultural, objeto de uso social cotidiano, presente em várias
práticas sociais.
A proposta de trabalho de matemática para a escola infantil deve encorajar a exploração
de uma grande variedade de ideias matemáticas relativas a número, medidas, geometria e
noções rudimentares de estatística, de forma que as crianças desenvolvam e conservem uma
curiosidade acerca da matemática, desenvolvendo suas hipóteses acerca do sistema de
numeração decimal.
“Função lúdica: o jogo propicia a diversão, o prazer e até o desprazer quando escolhido voluntariamente. Função educativa: o jogo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo”. (KISHIMOTO, 1989, p.112).
Este trabalho não deve ser esporádico, espontâneo e casual. É necessário que as crianças
estejam diariamente cercadas por propostas e oportunidades que evoquem o uso da competência
lógico-matemática em ligação permanente com os demais componentes da realidade. Para tal o
uso de jogos e a resolução de situações-problema é fundamental.
Segundo Kátia Stocco (2014), na Educação Infantil, a aprendizagem matemática se dá a
partir da curiosidade e do entusiasmo das crianças e cresce em função do tipo de experiências
vivenciadas nas aulas. Experiências desafiadoras incentivam a explorar ideias, levantar e testar
hipóteses e construir argumentos de maneira cada vez mais sofisticada. Contudo, a despeito de
haver muita matemática ao redor dos alunos, nem sempre as ideias matemáticas aparecem por
sorte ou espontaneamente. Elas são elaboradas ao longo do tempo, estruturando-se na criança e
organizando-se em uma rede de relações construídas todos os dias, com aulas bem planejadas
pelo professor.
Objetivos
● Estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como:
contagem, relações espaciais, etc.;
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● Lidar com situações matemáticas desconhecidas utilizando conhecimentos prévios;
● Argumentar as hipóteses, processos e resultados desenvolvidos em contextos cotidianos para
resolução de problemas;
● Valorizar conceitos matemáticos, instrumentalizando ao uso adequado dos mesmos;
● Desenvolver estratégias próprias experimentando formas de raciocínio como relações e
estimativa;
● Construir as noções de números e sistemas de numeração, grandezas, medidas, espaço e
forma;
● Utilizar e identificar elementos da linguagem matemática: símbolos numéricos, marcas ou
signos alternativos para registro de quantidades, representação de figuras e formas;
● Ampliar os conhecimentos do aluno sobre as formas e os sólidos geométricos que delas
provém em situações contextualizadas.
Conteúdos
a) Números e sistema de numeração
Contagem/ operações matemáticas, cálculo mental;
Notação numérica, leitura dos números;
Organização posicional.
b) Medidas e grandeza
Exploração de diferentes procedimentos para comparar grandezas;
Introdução às noções de medida de comprimento, peso, volume, capacidade e tempo,
pela utilização de unidades convencionais e não convencionais.
c) Espaço e forma
Explicação e ou representação da posição de pessoas e objetos, utilizando vocabulário
pertinente nos jogos, nas brincadeiras e nas diversas atividades onde se consideram
necessárias essas ações;
Exploração e identificação de propriedades geométricas de objetos e figuras, como
formas, tipos de contornos, bidimensionalidade, tridimensionalidade, faces planas, lados
retos, etc.;
Representações bidimensionais e tridimensionais dos objetos, através da construção de
maquetes e dobraduras. (Ligia Clark);
Identificação de pontos de referência para situar-se e deslocar-se no espaço.
Descrição, representação e leitura de mapas de pequenos percursos e trajetos,
observando o ponto de referência;
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Elaboração de gráficos.
Orientações didáticas
A linguagem matemática deve estar incluída num conjunto de situações significativas
dentro de atividades como aniversários, festas, contos, brincadeiras simbólicas, jogos e situações
do cotidiano.
Os conteúdos devem ser oferecidos de forma a oportunizar uma crescente atenção à
construção de conceitos e atitudes especificamente matemáticos, agrupando ideias e diferentes
formas de representação e expressão:
O professor deve considerar as competências das crianças e propor estratégias para que
as mesmas se desenvolvam e se potencializem, além de considerar os conhecimentos prévios
dos alunos.
O professor deve levar em consideração que aprender matemática na educação infantil é
um processo contínuo em constante alteração em que a criança atribui significados, fazendo
relações com base nas observações, experiências e ações sobre elementos do seu ambiente
físico e sociocultural.
Todo conteúdo deve ter intencionalidade matemática, evitando-se os procedimentos rituais.
É sabido que as crianças recorrem de forma não convencional a contagens e operações
para resolver pequenos problemas no cotidiano. Portanto cabe à escola favorecer que as
crianças articulem sua experiência extraescolar com os conhecimentos matemáticos construídos
socialmente.
Em geral, o conhecimento e a atividade matemática estão associados à atividade mental.
Entre os elementos essenciais da matemática estão à abstração, a generalização, a dedução, a
gestão e a interpretação de símbolos e o raciocínio sobre relação e entidades abstratas.
No entanto o ensino da matemática não pode se limitar ao aspecto cognitivo. Em primeiro
lugar porque seus objetivos relacionam-se ao desenvolvimento de capacidade associada à
comunicação ou à compreensão do meio social. Em segundo, porque o ensino da matemática é
realizado em um ambiente social e o mesmo acontece com seu uso posterior.
É importante destacar que as crianças entre 2 e 3 anos dependem das ações dos adultos
para aprender que os números possuem distintas funções e as crianças entre 4 e 6 anos podem
participar de situações envolvendo o funcionamento dos números em diferentes tipos de
problemas e contextos e enfrentar problemas que lhes permitem avançar em seus conhecimentos
sobre a série numérica e explorar suas regularidades.
É comum, para evitar erros, os professores tentarem controlar a situação, muitas vezes
induzindo as crianças à resposta correta. E encontram dificuldade em assumir que as crianças
conseguem refletir sobre o objeto de conhecimento em toda sua complexidade. Portanto isso
56
significa aceitar respostas diferentes das convencionais, significa considerar a provisoriedade do
conhecimento e o que as crianças não sabem como algo a ser conquistado por elas. As crianças
produzem e interpretam escritas convencionais muito antes de poder justificá-las e estão as
voltas com os números quando pesquisam, ordenam, comparam e refletem sobre o sistema de
numeração.
HIPÓTESES DAS CRIANÇAS
Quanto maior a quantidade de algarismos, maior é o número?
Nesta hipótese o critério de comparação se baseia na quantidade de algarismos, não
conhecem o nome dos números;
Intervenções possíveis de serem realizadas pela professora:
Utilizar jogos diversificados que contemplem números variados e a possibilidade de
construção e comparação dos números, como por exemplo: cards, jogos de batalha,
super trunfo, etc.;
Utilizar portadores numéricos onde as crianças possam manter contato pesquisando e
observando. A sala pode se tornar um dicionário da matemática, com materiais de
pesquisa expostos como tabela numérica, reta, calendários, balança e outros;
Elaborar questões que façam as crianças a refletirem, confrontando hipóteses, fazendo
relações e fazer circular as informações;
Trabalhar com fita ou reta numérica para que as crianças construam uma série mental;
Questionar qual o número vem primeiro nas contagens, nas comparações, etc.
O último número é o maior
Nesta hipótese as crianças relacionam o valor numérico ao valor absoluto de cada numeral.
Intervenções possíveis de serem realizadas pela professora
Utilizar jogos diversificados que contemplem números variados e a possibilidade de
construção e comparação dos números, como por exemplo: cards, jogos de batalha,
super trunfo, etc.;
Utilizar portadores numéricos onde as crianças possam pesquisar;
Tornar a sala um dicionário da matemática, com quadro numérico, reta e calendários;
Verificar a quantidade de algarismos, questionar sobre o valor do primeiro;
Trabalhar a regularidade da tabela numérica, comparando tamanhos e quantidades.
Inverter posição dos números questionando qual dele vem primeiro, por exemplo, 12 e
21, qual é o maior? Comparar também os números em que os últimos sejam iguais
como, por exemplo, 25 e 35.
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O primeiro é quem manda/ o último é o que manda
Nesta hipótese as crianças já descobriram que a posição dos algarismos cumpre uma
função relevante.
Aqui as crianças já descobriram que além do vínculo entre a quantidade de algarismos e a
magnitude do número existe outra característica: o valor que um algarismo representa apesar de
ser sempre o mesmo depende do lugar em que está localizado em relação aos outros que
constituem o número. A isso chamamos valor posicional.
Oferecer números com quantidades diferentes de numerais, onde há vários deles de
início e final igual (para a criança buscar no segundo numeral).
Oferecer à criança algarismos móveis e pedir que construa, por exemplo, o menor
número com eles. Deverá proporcionar a comparação com outras escritas numéricas.
Trabalhar coleções, realizando trocas de figurinhas para auxiliar o entendimento de
inclusão hierárquica,
Trabalhar a comparação dos números em diferentes situações, observando seu valor
posicional.
Escrita de números com zeros
A apropriação da escrita convencional dos números pelas crianças não segue a ordem da
série numérica.
Elas manipulam em primeiro lugar a escrita de números com zeros e depois elaboram a
escrita dos números posicionados nos intervalos entre eles.
Intervenções possíveis de serem realizadas pela professora:
● Evidenciar junto às crianças a importância dos nós nos portadores numéricos, trabalhando
sua regularidade. A análise das regularidades da numeração escrita é uma fonte insubstituível de
progresso na compreensão das leis do sistema por parte das crianças.
Escreve como fala
Para produzir números cuja escrita convencional não dominam, as crianças se baseiam nas
informações da numeração falada e do que já sabem, misturando os símbolos que já conhecem e
procuram fazê-lo corresponder com a ordenação dos termos na numeração falada. Ao se sentir
em conflito diante do número que escreveu a criança efetua correções que são somente
possíveis depois desta escrita.
Esta escrita entra em contradição com as hipóteses vinculadas à quantidade de algarismos
das notações numéricas. Por exemplo: Pedimos para que a criança escreva 102. Nessa hipótese
ela escreverá: “1002”.
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Avaliação
A educação infantil deve garantir que a criança entre em contato com os números e
sistema de numeração, para que possa sistematizar os seus usos sociais, com um trabalho
significativo, potencializando o aprendizado para que possa estabelecer relações através de
situações problema, avançando nas hipóteses já elaboradas e ampliando seu repertório.
A avaliação terá a função de mapear e acompanhar o pensamento das crianças sobre
noções matemáticas, isto é, o que elas sabem e pensam para reorientar o planejamento da ação
educativa.
A avaliação será feita através da observação das aprendizagens das crianças, seus
registros e do registro do professor.
Portanto o professor deve verificar se as crianças:
Elaboram novas hipóteses e conhecimentos sobre os números, como se organizam
(regularidade) e onde são usados.
Usam dos conhecimentos matemáticos como estratégias para resolução das situações
do cotidiano.
Percebem o avanço do signo para o símbolo.
Utilizam de forma adequada às unidades de medida.
Atendem consignas para localizar-se, utilizando-se de uma referência.
Reconhecem as formas geométricas nos objetos do seu cotidiano.
2.1.3. Corpo e movimento
O movimento está relacionado à ação mental que é projetada por meio de atos motores, e
também está relacionado à representação, na medida em que torna presente um objeto ou cena
imaginada por meio de gestos que a criança utiliza para imitar.
“O movimento humano é uma forma de linguagem é mais facilmente traduzida pelo termo “gesto”. O gesto, por sua vez, é entendido como um movimento intencional significativo do ponto de vista sociocultural, dado que se constrói na relação sujeito-cultura e permite a comunicação entre os membros de um determinado grupo. Aqui se encaixam desde a piscadela e o sorriso até as danças, mímicas, brincadeiras e demais produções da cultura corporal.” (NEIRA E NUNES, 2007, p.103).
Ao se movimentar, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos,
ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento
humano, portanto, é mais do que um simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em
uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente
humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
59
Nessa perspectiva é por meio de uma educação corporal crítica que os sujeitos terão
oportunidade de conhecer mais profundamente o seu próprio repertório de cultura corporal,
ampliando-o e compreendendo-o, como também acessar a alguns códigos de comunicação de
diversas culturas por meio da variedade de formas de manifestações corporais. Daí ser possível
conceber a gestualidade presente como um texto, passível de leitura e interpretação. Sendo
assim é pela interpretação dos textos corporais, explicam Neira e Nunes (2007), que se nota a
disponibilidade do momento (alegria, tristeza, cansaço, raiva, sono).
Portanto as maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações sociais e
da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em
função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes
nas diferentes culturas em diversas épocas da história.
Consideramos ainda Henry Wallon, tal a faixa etária que a Unidade Escolar atende,
quando apresenta o movimento a partir de três formas: a primeira são os movimentos de
equilíbrio (relação de compensação e de reajustamento do corpo sob a ação da gravidade), a
segunda são os movimentos de preensão e locomoção (deslocamento e percepção de si) e a
terceira são as relações posturais (deslocamento dos segmentos corporais que permitem atitudes
expressivas e mímicas).
Gradativamente, o movimento começa a submeter-se ao controle voluntário, o que se
reflete na capacidade de planejar e antecipar ações, ou seja, de pensar antes de agir, e no
desenvolvimento crescente de recursos de contenção motora.
O movimento segundo Wallon compreende duas dimensões: movimento expressivo e
movimento instrumental. O primeiro tem como base a emoção e é caracterizado pela mímica
facial, gestos e postura corporal sem deslocamento. O segundo se refere ao movimento
propriamente dito, caracterizando-se pelo deslocamento no espaço. É grande o volume de jogos
e brincadeiras encontradas nas diversas culturas que envolvem complexas sequencias motoras
para serem reproduzidas, propiciando conquistas no plano da coordenação, precisão do
movimento, cognição, socialização, interação, compreensão de regras, etc.
A escola atualmente é um local privilegiado para aprendizagens corporais e motoras, uma
vez que outros espaços ao ar livre ou não existem ou não são seguros.
A partir dessa reflexão, Neira e Nunes (2007) sugerem ações pedagógicas a partir das
práticas sociais dos diversos grupos culturais, para, pela mediação, socialização e ampliação de
saberes, proporcionar-lhes uma melhor compreensão das teias que envolvem os produtos
sociais, suas condições e modos de produção, uma vez que, este fato é absolutamente
necessário para a revisão das representações iniciais e a adoção de novas condutas a favor da
transformação social. Aqui nos referimos explicitamente à construção de novos olhares sobre as
práticas corporais e seus representantes.
60
Concluímos então que as atividades de Corpo e Movimento oferecidas às crianças serão
de forma lúdica, considerando a cultura corporal do grupo, ampliando o repertório de jogos e
brincadeiras, podendo estender para as oficinas de percurso lúdico motor e os circuitos
contextualizados através de histórias.
Objetivos
Locomover-se no espaço inserido num contexto, por exemplo, levar um bilhete à
secretaria da escola.
Desenvolver atitudes de confiança na própria capacidade motora.
Adequar seus gestos e movimentos às suas intenções e às demandas da realidade.
Desenvolver o gesto simbólico, através de uma situação comunicativa.
Ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento, utilizando gestos diversos
e o ritmo corporal nas suas brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação.
Explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força, equilíbrio,
velocidade, resistência e flexibilidade, conhecendo gradativamente os limites e as
potencialidades de seu corpo, sempre com intencionalidade.
Controlar gradualmente o próprio movimento, aperfeiçoando seus recursos de
deslocamento e ajustando suas habilidades motoras para utilizar em jogos, brincadeiras,
danças e demais situações, relacionadas a vivencia.
Utilizar os movimentos de preensão, encaixe, equilíbrio, transposição, lançamento etc.
para ampliar suas possibilidades de manuseio dos diferentes materiais e objetos, bem
como superar desafios.
Apropriar-se progressivamente da imagem global de seu corpo, conhecendo e
identificando para desenvolver cada vez mais uma atitude de interesse e cuidado com
suas partes, valorizando suas conquistas corporais.
Ampliar a sensibilidade da criança à música, à dança, à linguagem teatral.
Conteúdos
Desenvolvimento de atitudes de confiança nas próprias habilidades motoras tais como:
velocidade, força, resistência, flexibilidade, equilíbrio, através do deslocamento no
espaço: andar, correr, pular, saltar, etc., para ampliar as possibilidades de movimento,
através de jogos e brincadeiras.
Desenvolvimento das capacidades de manuseio dos diferentes materiais e objetos
utilizando movimentos de preensão, encaixe, lançamento e etc.
Desenvolvimento do gesto simbólico (brincadeira simbólica).
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Exploração de movimentos corporais, gestos e ritmos corporais, através das
brincadeiras e demais situações de interação e reconhecer-se na imagem refletida.
Jogos Cooperativos que fazem parte da cultura do grupo e/ou ampliação dos mesmos.
Utilização expressiva intencional do movimento nas situações cotidianas e em suas
brincadeiras.
Percepção de estruturas rítmicas para expressarem-se corporalmente por meio da
dança, brincadeiras e de outros movimentos.
Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento
e utilização de diferentes modalidades de dança.
Percepção das sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio
corpo.
Jogos, brincadeiras e circuitos, exploração de materiais, circuitos e ritmos.
Orientações didáticas
Usar variados materiais e exploração dos espaços da escola.
Utilizar o espelho para trabalhar com imagem corporal.
Garantir na sua rotina atividade sistematizada e intencional de corpo e movimento,
considerando a cultura corporal do grupo.
Avaliar constantemente o tempo de contenção motora ou de manutenção de uma
mesma postura, dentro das brincadeiras propostas, interpretando os significados
culturais das brincadeiras apresentadas pelas crianças.
Observar a exploração e ampliação dos movimentos e propor novos desafios.
Ao elaborar os jogos, há necessidade de convergir esforços e motivar todas as
crianças a participarem das atividades, acolhendo, incentivando, localizando possíveis
causas da não participação.
Discutir as regras do jogo com o grupo e ir ampliando conforme suas possibilidades.
Avaliar os jogos e brincadeiras para retomá-las.
Proporcionar atividades com danças e brincadeiras cantadas com repertório das
crianças. O professor deve contribuir ampliando esse repertório.
Propor diversas formas de jogos (competição e cooperação).
Possibilitar diferentes movimentos, pular, saltar, subir, descer, jogar bola, etc. dentro de
um contexto lúdico.
É importante atentar ao modo como o currículo privilegia certos conhecimentos em
detrimento de outros, certas identidades culturais em detrimento de outras. Ao focalizar
as brincadeiras, por exemplo, o professor poderá atentar para uma distribuição curricular
62
equilibrada entre aquelas tradicionais e pertencentes aos grupos masculinos e
femininos. Poderá também equilibrar vivências individuais e coletivas.
A variação da emoção provoca mudança no tônus, capaz de comunicar ao meio em que
a criança está inserida estas alterações.
As atividades corporais nesta fase devem ser criteriosamente escolhidas para que não
se tornem meras preparações para práticas futuras, para que incluam e não selecionem
os alunos, evitem situações de competição direta e excessiva entre as crianças.
Avaliação
O professor deve observar e recorrer aos seus registros a fim de avaliar se:
A atividade é suficientemente desafiadora e promove situações de interação, incluindo a
todas as crianças.
O ambiente e os materiais utilizados são adequados, levando em conta a cultura
corporal do grupo para a atividade proposta.
A criança apresenta avanço quanto à expressão do movimento, a intenção comunicativa
do mesmo e sua diversidade instrumental.
2.1.4. Ciências e Educação Ambiental
O espaço da Educação Infantil é muito propício à construção de outras explicações para os
acontecimentos da natureza. Propiciar às crianças a livre observação, a construção de “mini
espaços ecológicos” que lhes permitam visualizar processos biológicos e formular hipóteses a
cerca das diferentes formas de vida também é algo enriquecedor e possibilita compreender a
natureza de diferentes modos.
Ciências e Educação Ambiental é uma área, de conhecimento que se refere às
abordagens de temas sociais e ambientais de maneira integrada. Para isso deve estabelecer
relações entre os conhecimentos historicamente construídos com novas experiências, pesquisas
e estudos críticos do meio em que vive em busca de práticas e ações que levem a uma
sociedade sustentável.
Para resolver os problemas ambientais é necessário refletir sobre o nosso comportamento
e as relações que temos com o meio em que vivemos e com a natureza. Nesse sentido, as
situações de ensino devem se organizar de forma a propiciar oportunidade para que as crianças
possam utilizar o conhecimento sobre o meio ambiente para compreender a sua realidade e atuar
sobre ela.
Comportamentos “ambientalmente corretos” serão aprendidos na prática do dia-a-dia na
escola: gestos de solidariedade, hábitos de higiene pessoal e dos diversos ambientes,
participação em pequenas negociações podem ser exemplos disso, ou seja, a questão ambiental
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será trabalhada no desenvolvimento de valores, atitudes e posturas éticas e no domínio dos
procedimentos para tonar o ambiente e as crianças comprometidas com a vida, à natureza.
Objetivos
Tal ação educativa deverá se organizar de forma que as crianças possam:
Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural formulando e
reformulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, manifestando
opiniões, levantando críticas sobre os acontecimentos, buscando informações e
confrontando ideias, a partir da metodologia cientifica como pesquisar, observar,
experimentar, criar hipóteses, explicar e concluir.
Estabelecer relações entre o modo de vida característico de seu grupo social e de outros
grupos ao longo do tempo histórico.
Explorar e estabelecer relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se
estabelece valorizando sua importância para a preservação das espécies e para a
qualidade de vida.
Refletir sobre questões do cotidiano comprometendo-se com uma nova relação ética,
estética, recriando novos campos de beleza, desfocando a ideologia do consumismo e
política.
Observar fenômenos, relatar acontecimentos, formular hipóteses, prever resultados para
experimentos, etc.
Conteúdos
Relações humanas - convivência, expressão e compreensão de sentimentos e
necessidades físicas.
Individualização e individualidade no espaço coletivo, conhecimento do próprio corpo por
meio do uso e da exploração de suas habilidades físicas, motoras e perceptivas.
Noção de tempo, datas e acontecimentos significativos na vida da criança.
Produção e consumo.
Diferentes culturas.
Alimentação - produção, consumo, transporte.
Higiene e saúde individual e coletiva.
Uso do solo - contaminação, poluição, recursos naturais (renováveis e não renováveis).
Fenômenos naturais.
Ocupação do espaço – desmatamento, extinção.
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Animais - extinção, habitat e características.
Ciclo da Água.
Orientações didáticas
Considerar as hipóteses que as crianças formulam para explicar os fatos observados.
O educador dever ser um sensibilizador, em relação às questões ambientais e as das
ciências. Sua função será de ajudar os alunos a sistematizarem os conhecimentos
gerados, não no sentido de dar-lhes a resposta final, e sim de continuar alimentando sua
postura investigativa.
Propor situações problemas para que as crianças participem ativamente das soluções.
Favorecer a busca de novas informações através da observação, pesquisa,
experimentação, leituras, etc., de forma a estabelecer algumas relações simples,
confrontando ideias.
Sistematizar os conhecimentos (conhecimentos prévios, informação e construção de
novos conhecimentos).
Organizar situações diversas que complementem ou ampliem as aprendizagens
(passeios, entrevistas, experiências, etc.).
Favorecer a elaboração de registros pelas crianças.
Ampliar seus conhecimentos sobre os temas a serem trabalhados com as crianças e
atentar para as reais necessidades do grupo, a fim de nortear o trabalho, ter clareza dos
objetivos a serem atingidos.
Selecionar previamente os materiais necessários e fazer coerência entre sua ação e seu
discurso.
Valorizar as apropriações atitudinais e/ou procedimentais dos alunos, mantendo um
olhar voltado mais para o processo do que para o produto ou conteúdo conceitual.
Avaliação
A avaliação consiste em um trabalho de reflexão do professor que se faz pela observação,
acompanhamento no desenvolvimento das hipóteses das crianças registrando as mesmas.
Para tanto é preciso que sejam oferecidas às crianças oportunidades para explorar o
ambiente, manipulando materiais, pois a oferta de materiais diversificados possibilita diferentes
experiências. A proposta de atividades interessantes também são condições necessárias que
incentivam as ações exploratórias das crianças.
O professor deve observar se a criança é capaz de:
Falar sobre o assunto abordado, relacionando-o a acontecimentos e fatos e suas
vivências.
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Situar-se no tempo e no espaço.
Ordenar sua ação em função das informações que recebe e observa, tendo atitudes de
cuidado com o meio ambiente.
Conhecer e valorizar algumas manifestações culturais.
Demonstrar interesse pela pesquisa.
Expor suas hipóteses acerca das experiências que vivencia.
Identificar problemas e propor soluções.
Mudar mentalidade, comportamento e valores.
2.1.5. Artes Visuais e Música
Artes
“No ler e fazer arte, são necessárias propostas que instiguem a criança a compreender o que ainda não alcançou e fazer o que ainda não ousou, isto é a aprender o conhecimento novo. ” ( IAVELBERG)
A educação em Artes não visa formar artistas, mas crianças sensíveis ao mundo e
conhecedora na linguagem em arte. Constitui-se em formar cidadãos capazes de respeitar e
valorizar a diversidade de histórias, costumes, culturas locais e regionais.
Na escola, desde pequena as crianças podem e devem apreciar e fazer arte, refletindo
sobre esta forma de linguagem.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil precisamos garantir
experiências que possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais
que alarguem padrões de referência e de identidades, por meio do diálogo e conhecimento da
diversidade. E também incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o
questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e
social, ao tempo e à natureza.
Objetivos
A escola deve organizar sua prática em torno da aprendizagem em arte, garantindo
oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
Conhecer, apreciar e explorar as mais diversas formas de expressões artísticas
(musicais, teatrais, plásticas) a fim de ampliar o conhecimento de mundo que possuem.
66
Apreciar e observar obras de artistas, suas próprias produções e de outras crianças.
Desenvolver percurso de criação própria (imaginação, curiosidade e a capacidade de
expressão).
Aprimorar-se na linguagem gráfica, fazendo uso competente da mesma.
Organizar intencionalmente atividades exploratórias sistematizando-as e
contextualizando-as.
Expressar-se através das diferentes linguagens.
Conteúdos
Produção de desenhos, pinturas, colagem, modelagem a partir do seu próprio repertório
e da utilização dos elementos (ponto, linha, forma, cor volume, espaço, textura,
contraste).
Exploração e apropriação das possibilidades oferecidas pelos diversos materiais,
instrumentos e suportes necessários para o fazer artístico.
Acesso à diversidade artística, como desenhos, pinturas, esculturas, construções,
fotografias, colagens, ilustrações, cinema, etc.
Apreciação da produção histórica e contemporânea por meio da observação e leitura
dos elementos da linguagem plástica.
Apreciação das Artes Visuais e estabelecimento de correlação com as experiências
pessoais.
Orientações didáticas
O professor deve:
Propiciar às crianças manusear diferentes materiais, valorizando o percurso individual
de cada uma, considerando seus conhecimentos prévios.
Organizar os diversos materiais para produção artística de maneira que a criança tenha
fácil acesso a eles. Isso contribui para que elas possam cuidar dos materiais de uso
individual e coletivo, desenvolvendo, de forma autônoma, noções relacionadas à sua
conservação e organização.
Possibilitar o contato com artistas, processos de criação e suas obras, valorizando o
fazer artístico, inclusive da própria comunidade.
Observar a produção dos alunos para conhecer como ela se transforma e a partir daí
propor novas intervenções.
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Propor situações contextualizadas de observação, utilização dos elementos constituintes
da linguagem visual: ponto, linha, forma, cor, volume, contraste, luz e textura.
Garantir a exposição dos trabalhos realizados como forma de propiciar a leitura das
produções feitas pelas crianças e a valorização das mesmas, refletindo sobre os
resultados obtidos.
Promover visita a exposições, possibilitando que a criança desenvolva relações entre as
representações visuais e suas vivências pessoais ou grupais, enriquecendo seu
conhecimento do mundo, das linguagens, das artes e instrumentalizando-as como
leitoras e produtoras de trabalhos artísticos.
Realizar rodas de apreciação de diferentes imagens e trabalhos realizados pelas
crianças. Elaborar perguntas que instiguem a observação, a descoberta e o interesse
das crianças.
Diversificar as maneiras de se realizar essas apreciações, como apreciação
identificadora focada, o que será, faça de conta, contar uma história, o que estou vendo,
quebra-cabeça, própria pessoa (com molde vazado).
Oferecer boas imagens para repertoriar suas produções evitando estereótipos.
Propor situações de um mesmo tema em diferentes linguagens artísticas.
Propor atividades em que as crianças tenham autonomia de escolhas dos materiais para
que a mesma desenvolva um percurso de criação pessoal.
Propor momentos de apreciação de diferentes estilos e ritmos musicais, como músicas
folclóricas, populares, regionais, eruditas, etc.
Garantir uma regularidade diária ou semanal na rotina das crianças que contemple os
conteúdos através de oficinas de percurso e proposta.
Utilizar os quadros para expor as produções das crianças visando ampliar o universo de
suas experiências e conhecimentos.
Utilizar a parede com azulejos brancos para pintura explorando as tintas.
Música
Na Educação Infantil o trabalho com a música não tem por objetivo formar músicos ou
ensinar um instrumento. A proposta é trabalhar a musicalização por meio do resgate das canções
e brincadeiras infantis, rodas cantadas e com movimentos, músicas e brincadeiras do nosso
folclore, ampliando para outros gêneros, estilos e culturas.
A música como linguagem comunica ideias e sentimentos. Portanto as crianças devem ter
oportunidades de ouvir e fazer música, além de pensar sobre ela.
Objetivo
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Conhecer e apreciar o mundo da linguagem musical percebendo ritmos e identificando
variados gêneros musicais.
Expressar-se utilizando a voz, o corpo, materiais sonoros e o meio, na exploração e
produção musical.
Participar de atividades musicais de apreciação, improvisação e pensamentos.
Conteúdo
Participação de brincadeiras e jogos cantados e ritmados.
Exploração de brinquedos sonoros.
Escuta de obras musicais variadas e informação sobre as mesmas.
Produção musical-exploração, improvisação, interpretação e composição musical
utilizando os elementos da música-som, silêncio, ritmo, timbre, altura, duração e
intensidade.
Produção de objetos sonoros.
Orientações Didáticas
Propor momentos de apreciação de diferentes estilos e ritmos musicais, como
musicais folclóricas, populares, regionais, eruditas, etc.
Considerar as crianças como produtoras de músicas.
É importante que os professores acreditem que são capazes de fazer música,
produzir e pensar sobre música, capazes de se arriscarem a descobri-la, investigá-
la, cantar, dançar, perceber, apreciar, refletir, etc. Enfim, de gostar de música e
gostar de ensinar e aprender com a música.
Avaliação
Antes de tudo avaliar é refletir, buscar soluções, tomar decisões e superar-se. Sendo assim
a avaliação em artes e música deve fornecer ao educador informações que se referem aos
procedimentos didático-metodológicos utilizados por ele assim como os que se referem às
questões de aprendizagem do aluno.
A Avaliação será feita mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento dos
alunos, no dia a dia, buscando entender o processo de cada criança, a significação que cada
trabalho comporta, afastando julgamentos como feio ou bonito, certo ou errado, sua capacidade
de dar forma visual às ideias, sua participação em atividades, a competência na utilização das
ferramentas, equipamentos, processos e técnicas relacionadas com as diferentes manifestações
artísticas. A observação do grupo além de constante deve fazer parte de uma atitude sistemática,
69
explicitando suas conquistas e as etapas de seu processo criativo, fornecendo ao professor
informações sobre a adequação de sua prática para que possa repensá-la e reestruturá-la com
maior adequação.
2.1.6. Brincar
“Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo - o que ela gostaria que ele fosse quais suas preocupações e que problemas a estão minando”. Pela brincadeira, ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, a sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina as suas atividades lúdicas; brincar é a sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos. “(BETTELHEIM, 2001, P.37)”.
Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos e o que lhes deram origem,
sabendo que estão brincando. A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a
superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. No ato de brincar, os sinais, os
gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser.
Quando brinca a criança cria um mundo imaginário, assimilando-o do seu jeito, sem se
prender a realidade concreta.
A brincadeira é a imaginação da criança agindo sobre o mundo, em que muitas vezes a
sua relação com os materiais não depende da natureza destes e sim da função que atribui aos
mesmos.
A situação lúdica, a brincadeira, proporciona à criança um momento de criação, uma vez
que “é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e
utiliza a sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu
eu”. (WINNICOTT, 1975, p.80).
Objetivos
Vivenciar papéis nas brincadeiras explicitando seus sentimentos, contribuindo para a
resolução de conflitos.
Interagir através da brincadeira simbólica, atribuindo significados diversos a ações e
objetos.
Manusear diferentes materiais (sucatas/jogos de montar) favorecendo a capacidade
criativa e de imaginação.
Apropriar-se das brincadeiras tradicionais, bem como resgatar os valores culturais da
memória coletiva.
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Conteúdo
Existem três modalidades de brincadeiras, as simbólicas, de construção e as tradicionais,
que juntas no cotidiano educativo contribuem para o pleno desenvolvimento da criança.
A brincadeira simbólica é aquela na qual a imaginação entra em cena. Para Vygotsky
(1991) a “brincadeira é a imaginação da criança agindo no mundo, sendo ela mediador do conflito
que surge da tensão que enfrenta entre o desejo de algo e a frustração por não ter realizado”.
É na brincadeira de construção que a criança transforma materiais diversos em brinquedos
que caibam em seu faz-de-conta.
As brincadeiras tradicionais são aquelas com bolas, bambolês, brincadeiras de rodas,
parlendas, entre outras e que são passadas de geração em geração.
Orientações didáticas
Oferecer às crianças um espaço organizado. Esse espaço pode ser construído junto
com as crianças, tornando-os ambientes ainda mais significativos, despertando
interesses e desejos, favorecendo a autonomia.
Oferecer às crianças momentos para que possam brincar livremente, sem intervenção
do adulto.
Permitir que as crianças modificassem o espaço inicialmente proposto, de acordo com o
que ficar de mais significativo ou vivências anteriores.
Montar kits diversificados, tais como casinha, médico, cabeleireiro, escritório, etc. tendo
como possibilidade de uso nos mais diversos espaços da Unidade Escolar.
Providenciar objetos diversos como: máscaras, fantasias, chapéus, bijuterias, sapatos,
bolsas, etc. para compor os kits.
Possibilitar o manuseio de fantoches industrializados ou construídos pelos alunos.
Favorecer diferentes ambientes para as brincadeiras (brinquedoteca, diversificada,
parque, área externa e outros).
Adequar os kits ou objetos ao alcance do aluno e no mesmo canto, exemplo: kit de
cabeleireiro próximo a um espelho.
Estar atento a prazos de validade quanto a esmaltes, maquiagens e a higienização de
frascos vazios de perfumes, etc.
Avaliar as condições dos materiais disponíveis para a brincadeira pensando na
segurança dos alunos.
Oportunizar o uso da sucata para construção de brinquedos.
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Apresentar diversas modalidades de brincadeiras tradicionais, tais como roda, corda,
trava-língua, bolinha de gude, entre outras contribuindo para a memória histórica e uma
cultura lúdica.
Resgatar brincadeiras tradicionais vivenciadas pela família.
Propor situações em que os alunos possam modificar as regras da brincadeira,
adotando uma postura crítica investigativa e curiosa.
Observar a turma com o intuito de avaliar o tempo necessário para cada brincadeira.
Prever oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características
ambientais e socioculturais da comunidade.
Registrar momentos significativos das brincadeiras dando suporte para o
replanejamento, refletindo acerca das próximas intervenções.
Ficar atento à higiene dos brinquedos e materiais e encaminha-los para higienização
sempre que necessário.
Avaliação
No registro de avaliação o professor deve considerar se:
Durante as brincadeiras a criança conseguiu vivenciar diferentes papéis.
A criança interage com os demais colegas e com os objetos.
O aluno demonstra interesse e criatividade no manuseio dos diferentes materiais.
O aluno se apropriou das brincadeiras tradicionais e de suas regras.
O professor deve ter um olhar compreensivo e investigativo no decorrer das brincadeiras
para ter uma boa avaliação e replanejamento das situações de brincadeiras.
3. ROTINA
“A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas. Onde as relações, regras e limites são diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não a nova situação. Depende também da forma como é acolhida... a qualidade do acolhimento é que garantira a qualidade da adaptação, por tanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um inter jogo de movimentos, tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo.” Cisele Ortiz.
Os primeiros dias letivos são muito desafiadores para todos os que se envolvem com a
entrada ou retorno de uma criança à escola e por este motivo exige esforço da equipe escolar de
forma a tornar esta experiência o mais agradável possível. As expectativas são muitas e a
vontade única: proporcionar um ambiente alegre onde às crianças possam se sentir acolhidas em
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suas necessidades. Mas, sabemos que os primeiros dias na escola são geralmente os mais
difíceis. Não à toa, ganhou até um nome: “período de adaptação”.
A necessidade de adaptar-se não é apenas da criança que chega a um ambiente
desconhecido, com adultos e crianças que até então não faziam parte de seu cotidiano. Os
familiares também ficam ansiosos por conhecer os adultos que estarão com seu filho (a) e
também se preocupam com as reações que a criança apresentará. Por isso, é preciso aproveitar
os momentos em que estamos com as famílias (sábado letivo, reunião com pais, aula
demonstrativa e entrevistas) para estabelecer relações caracterizadas por vínculo e parceria.
Nos primeiros dias, as crianças têm seu tempo de permanência na escola aumentando
gradativamente e todos os funcionários se envolvem, principalmente no momento da entrada,
para garantir atenção individualizada e até um “colinho” para aqueles que necessitam, porém na
medida em que vão se familiarizando com a rotina escolar, se apropriando do espaço e também
estabelecendo vínculo com crianças e adultos, demonstram maior autonomia e embora haja
preocupação constante com o acolhimento, a intervenção direta dos funcionários, aos poucos vai
se fazendo menos necessária.
A organização e uso planejado dos espaços fazem parte das estratégias pensadas para
garantir um ambiente lúdico e convidativo e assim, aos poucos, o desafio de conhecer o novo
grupo, identificando necessidades, interesses, dinâmicas e conflitos traz a possibilidade pensar
em intervenções que atendessem a cada agrupamento.
Depois de alguns dias, os avanços conquistados em relação à adaptação permitem pensar
em outros desafios, como por exemplo, entrar na escola e dirigir-se a sua sala sem a
necessidade ser acompanhado pelo familiar e, para que essa experiência possa ser vivida com
prazer, as equipes de apoio e gestão permanecem no portão oferecendo apoio para as crianças e
familiares que necessitem.
Logo já estão familiarizados com amigos, professoras e ambiente e passamos a investir no
estabelecimento de uma rotina que organize o período que passam na escola, ao mesmo tempo
em que os desafie a construção de novas aprendizagens, caracterizando-se assim como uma
intervenção educativa.
Na elaboração da rotina é fundamental considerar que todas as ações dentro do espaço
escolar têm de ser planejadas e avaliadas dentro de uma proposta educativa intencional,
respeitando os ritmos das crianças e seus tempos.
A rotina compõe-se de diferentes momentos e atividades, sendo que algumas atividades
são permanentes, porque acontecem diariamente e estruturam a rotina quanto ao tempo e ao
espaço e outras podem ser flexíveis, conforme necessidade e interesses das crianças.
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Entrada: recepcionar as crianças de forma acolhedora, orientar quanto ao local de colocar
os cadernos de recado sobre a mesa todos os dias, quanto ao local de colocar as mochilas
e favorecer momentos de conversa entre as crianças é uma atividade diária.
Atividades diversificadas: são atividades que ocorrem simultaneamente, de livre escolha,
diferenciadas, desafiadoras, sobre as quais os alunos já devem ter certo domínio para que
possam trabalhar com autonomia, através da forma de se propor as escolhas das
atividades.
Este horário está dividido quanto ao manuseio de materiais mais diversos possíveis. A
professora pode propor experiências, tais como:
Dramatização e leitura;
Corpo e Movimento
Jogos de regra (dama, percurso, dominó);
Jogo simbólico (casinha, cabeleireiro, médico, escritório, escola);
Oficinas (recorte colagem, pintura, música);
Jogos de montar (roda mágica, pino mágico, monta tudo, bloco mágico, engenheiro,
etc.).
A organização do espaço pode ser por mesa, por cantos, etc. A escolha da atividade
deve ser feita pela criança, cabe à professora incentivar a criança a conhecer as outras
atividades. Algumas professoras usam este espaço para introduzir novas atividades como,
por exemplo, o Lego Dacta ou um jogo com regras mais elaboradas, pois o professor pode
acompanhar uma mesa, ou fazer intervenções pontuais de diversas naturezas (escrita,
leitura, etc.), enquanto as outras crianças estão envolvidas em suas atividades. Cabe à
professora adequar a proposta à faixa etária de sua turma. As crianças devem ser
orientadas a guardar o material, organizando nos recipientes (potes, caixas, etc.) que
favoreçam a identificação e a ação da criança.
Roda de conversa: A roda de conversa é um momento da rotina escolar que consiste na
criação de espaços de diálogo que além de estimular a construção da autonomia e da
identidade, as crianças podem se expressar e serem ouvidas, sobretudo, escutar os outros e
a si mesmos, comunicar ideias, pensamentos e intenções de diversas naturezas. A
professora acomoda as crianças de forma que todas possam se ver por isso a forma “roda”,
podendo acontecer na sala de aula ou em outro espaço que julgar adequado e bom para as
crianças. A professora deve sentar-se no chão juntamente com as crianças, pois ela é parte
integrante do grupo. Sua coordenação deve ser clara e objetiva, a qual pode oscilar momentos
entre professor e criança.
Uma vez que as rodas permitem o conhecimento de algo novo para o grupo e/ou resgate de
assuntos já vivenciados, se configura em um espaço de partilha e confronto de ideias,
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possibilitando ao grupo como um todo e a cada criança em particular, um maior conhecimento
de si e do mundo. Trocas de experiências, conversas, discussões, construção e divulgação
coletiva de conhecimentos são fatores oriundos dessa prática, que explora e fortalece os
aspectos sociais favoráveis a posturas coletivas e singulares.
As rodas também se determinam principalmente em promover o desenvolvimento do raciocínio
e aprendizagens, garantindo a variedade de conteúdos e recursos a serem experimentados
dialeticamente, discutindo e construindo, respeitando e valorizando a opinião dos colegas e
aprendendo com a diversidade de ideias e conhecimentos que os integrantes do grupo
socializam.
Algumas estratégias para a roda de conversa que podemos utilizar são o saco surpresa, caixa
sensorial, resgate de combinados ou temas, observação e reflexão de imagens e/ou objetos,
música, etc.
Hora da história: A hora da história além de ser de extrema importância na educação
infantil, é uma experiência muito significativa. No processo de desenvolvimento infantil a
hora da história propicia à criança a ampliação do vocabulário, adquirir postura leitora (saber
como manusear livros, revistas e outros textos), visando à formação de ouvintes ativos. O
importante nessa fase é que a criança adquira o prazer e o hábito da leitura.
Leitura em locais diferentes, com materiais diferentes e com histórias diferentes... Todas as
crianças devem estar bem acomodadas, sentadas em tapetes ou em semicírculos para que
todas vejam o livro que está sendo lido. Enfatizamos a importância da escolha de um bom
livro, prestando atenção se o mesmo está com todas as páginas, e se o contexto da história
é apropriado. O professor precisa conhecer a história que será lida e gostar dela para conta-
la com emoção.
Os títulos devem ser escolhidos levando em conta as necessidades da turma. As figuras
devem chamar a atenção, devem ser apresentada uma de cada vez e pela ordem. Os títulos
devem despertar a curiosidade das crianças, com boa qualidade estética.
Utilizamos também de outras estratégias para condução das situações de leitura, como
preparar ou escolher um ambiente acolhedor, tranquilo, onde o foco será somente a história
que será contada, criar um ritual de leitura como músicas que introduzam o momento; mudar
a entonação da voz de acordo com as personagens da história, utilizar recursos alternativos
como fantoches de vara, dedo, mão, papel, sombras ou objetos que personifiquem as
personagens, fazer a sonoplastia como bater e porta, fazer o som do trovão, além de
propiciar às crianças a oportunidade de ser o contador da história (narrador) e do reconto.
As histórias que mais agradam devem ser recontadas mais de uma vez, desde que
solicitadas pelas crianças.
Assim, com a contação de histórias na rotina diária e deixando os livros ao alcance das
crianças, faremos com que estes hábitos façam parte da vida delas desde cedo.
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Lanche/Self-Service: RODRIGUES (2012, p94) afirma que “a alimentação envolve várias
dimensões, entre elas o prazer e as emoções. Os alimentos servidos, sua apresentação,
seus aromas, seus sabores, o ambiente, a atmosfera e os participantes envolvidos, todos
estes fatores contribuem para tornar únicos aquele momento e a experiência de convívio
nele vivenciada”.
A hora do lanche está prevista na rotina da unidade escolar e ocorrem todos os dias no
mesmo horário, o local pode variar dependendo da decisão da turma.
A maior parte dos professores avisa antecipadamente o lanche que será servido, outros
avisam na chegada ao refeitório, onde o cardápio fica em local de fácil acesso. O cardápio
é fornecido pelo Munícipio de São Bernardo do Campo, sendo que de tempos em tempos
sofre algumas alterações em relação aos gêneros oferecidos.
As crianças vão gradativamente se apropriando do procedimento de lavagem das mãos,
anterior e posterior ao lanche, que ocorre em local coletivo.
As crianças podem escolher com quem se sentarão uma vez que dispomos de seis mesas
de seis lugares a sua disposição. Os professores demonstram a preocupação durante o
lanche de que todas as crianças sintam-se incluídas, apesar de respeitar a escolha das
crianças estimulam-se novas parcerias. Em alguns casos pode ocorrer intervenção por parte
da professora com vistas à variedade de parceiros, esta intervenção ocorre com maior
frequência no inicio do ano.
O sistema self service oferece a criança a oportunidade de auto regulação da quantidade e
dos alimentos a serem ingeridos. É importante para as turmas menores que o professor
ajude ao mesmo tempo em que ensina o procedimento. Com o tempo passam a fazer
sozinhos. Devido a algumas embalagens, como por exemplo, a do suco, é necessário que
se tome alguns cuidados, como uso de copos e já colocar os canudos. Professores e
funcionários da merenda auxiliam a criança a encorajando para que se sirva sozinha e para
que prove o alimento. Este horário exige grande atenção por parte dos professores na
prevenção de ocorrências que possam comprometer a saúde das crianças.
O uso dos guardanapos de pano é estimulado pela unidade escolar, tendo em vista a
diminuição do consumo de guardanapo de papel. Este combinado precisa ser regularmente
renovado com as famílias em momentos como reunião com pais.
As crianças também precisam ser lembradas ao longo do período em que estão na escola
sobre a necessidade de ingestão de água.
O final da hora do lanche é marcado por avisos por parte das professoras, entretanto as
crianças que precisam de maior tempo para se alimentar tem esta necessidade atendida e
ficam sob a supervisão de outro funcionário, normalmente das merendeiras. A transição
para outra atividade ocorre quando a maioria das crianças tenha terminado.
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A hora do lanche é um momento onde conseguimos envolver as crianças na limpeza e
organização do espaço utilizado. Elas são responsáveis por sacudir as migalhas de seus
guardanapos no lixo, colocar as canecas em local combinado e jogar no lixo restos de
alimentos, com relação à limpeza das mesas contamos com um funcionário do apoio
especialmente para este fim.
No ano de 2017, o plano do atual governo incluiu o complemento alimentar oferecido as
crianças em horário diferenciado do lanche. As turmas do infantil IV C e V recebem próximo
ao horário de entrada já que o momento do lanche ocorre mais tarde e, as turmas que
lancham nos primeiros horários recebem o complemento no final do período.
Ao longo dos anos temos percebido o aumento dos casos de restrição alimentar
apresentado pelas crianças, e o procedimento da escola nestes casos refere-se à solicitação
do relatório médico, envio ao setor de nutrição da SE para orientações e a substituição dos
alimentos por itens encaminhados pela própria SE. A equipe de cozinha é informada através
de cartaz exposto em seu ambiente de trabalho onde a criança é identificada por foto, nome
e informações quanto à turma. Além disso, tem ciência também do relatório encaminhado
pelo setor de nutrição e responsabiliza-se pelo preparo do alimento e juntamente com a
professora responsável pela turma assegura que a criança se alimente com de acordo com
a prescrição médica e gêneros recebidos.
Higiene: esse momento visa garantir na escola a promoção e manutenção da higiene
pessoal das crianças, o papel do educador é observar, registrar e avaliar o que as crianças
já sabem planejando as intervenções necessárias para que avancem no processo de
aprendizagem desenvolvendo sua autonomia. É interessante que se desenvolva ações que
favoreça a construção dos conhecimentos necessários para que a criança comece a cuidar
de si nos diversos momentos da rotina como na hora da escovação, na higiene das mãos
antes do lanche e após o uso do banheiro, no cuidado com o kit de higiene pessoal, etc.
Parque: é o momento que as crianças utilizam as áreas externas, exploram o espaço, os
brinquedos e o grupo. Neste momento o educador tem o papel de observar e mediar
fazendo intervenções quando necessárias. Deve ser planejado para favorecer as
brincadeiras e a exploração espacial.
Atividades Dirigidas: momento importante onde às atividades devem estar planejadas e
estruturadas de acordo com a faixa etária e necessidades da sala, atendendo aos objetivos
pedagógicos, propondo atividades coletivas, individuais e parcerias produtivas.
Também podem compor diferentes modalidades organizativas, como os projetos, as
atividades sequenciadas, as atividades permanentes, as situações independentes.
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Brinquedoteca: cabe à professora observar as interações, o jogo simbólico que é
favorecido pelos brinquedos, e deve intervir quando as crianças não conseguirem resolver
conflitos criados pela disputa de um mesmo objeto.
Ateliê de artes: este espaço tem por objetivo oferecer à criança um local específico para
desenvolver atividades plásticas. Ao planejar o uso deste espaço a professora deve ter claro
seu objetivo, o material que vai utilizar e pensar na dinâmica da turma. Ao utilizar materiais
aquosos deve orientar as crianças na lavagem de pincéis, rolinhos, brochas, “dedos”,
pratinhos e potes no lavatório. Este espaço não possui horário numa grade fixa, mas é
agendado conforme a necessidade da turma. Ou seja, o educador não precisa esperar a
próxima aula, por exemplo, na próxima segunda para terminar uma determinada atividade.
BEI (Biblioteca escolar interativa): A biblioteca da EMEB José de Anchieta foi inaugurada em
10 de novembro de 2004. O nome da BEI surgiu após uma votação realizada pelas crianças
que frequentavam a EMEB naquele ano e homenageia o escritor Ziraldo.
Neste espaço há um potencial muito maior escondido naquelas prateleiras repletas de
saber. É um espaço interativo e dinâmico. Portanto as professoras podem agendar o horário
de utilização de acordo com a necessidade da turma e atuar na melhoria da relação da
criança com o conhecimento.
Segundo Perrotti, com diálogo entre os repertórios culturais da biblioteca e das pessoas que
se movem nesse meio cria-se um espaço de trocas de experiências.
Várias propostas podem ser trabalhadas na BEI, porém o foco sempre será o de garantir
que as crianças participem e enriqueçam o planejamento dos projetos e atividades.
A EMEB disponibiliza através de seu acervo, livros da literatura infantil e juvenil, cd´s, dvd´s,
o uso da BEI às 2ªs feiras pela comunidade para leitura dos periódicos (revistas, gibis e
jornais) assinados pela APM, além do empréstimo de livros e pesquisas e acesso à internet.
Também é oferecido às crianças o empréstimo de livros infantis quinzenalmente para que as
famílias possam ler com elas.
As professoras pensam e organizam atividades como a diversificada, onde faz com que as
crianças tenham uma atitude desenvolvida, não só de curiosidade intelectual, mas de
domínio dos recursos de informação. Essa atividade visa oferecer estímulos para que as
crianças possam aprender a se relacionar com a informação nos mais diferentes suportes,
além de permitir que a criança se mova com autonomia, manuseando livros, revistas, gibis e
jornais, usando os fantoches para contos ou criação de histórias e pesquisas em livros,
revistas, jornais e computador.
Nessas estações de conhecimento, como Perrotti (1997) prefere chamá-las, a aprendizagem
é estimulada pela presença de suportes tecnológicos, como o computador e a televisão.
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Sendo assim os livros convivem com outras linguagens, como a do teatro em um ambiente
que convida as crianças a descobrir e aprofundar o prazer da leitura.
Por fim o maior objetivo da biblioteca é que as crianças descubram e criem o prazer pela
leitura.
Quadra: é um espaço destinado a jogos e brincadeiras onde a criança tenha a oportunidade
e explorar movimentos, desafios e interagir com o grupo. Cada turma tem contemplado na
sua rotina um horário específico e diário. São momentos planejados com intervenções do
educador, contemplando os objetivos e conteúdos da Área de Corpo e Movimento a
proposta não pode resumir-se em percurso ou exploração de materiais, devem estar
inseridas em um contexto como jogos, brincadeiras, rodas cantadas, etc.
Saída: é o momento em que as crianças deixam a escola, com funcionários reesposáveis
para ajudar na recepção e no controle de fluxo de pessoas.
Horta/jardinagem: local para atividade de jardinagem, propiciando o desenvolvimento de
atitudes favoráveis aos cuidados com as plantas e o trabalho pedagógico sobre os conceitos
como preservação, entre outros.
Dia + feliz “A escola já contém elementos válidos de alegria. Ela não é oposta à alegria, esse sentimento já é possível na escola atual, o que torna ainda mais lamentável que ela não esteja entre seus objetivos primordiais”. Snyders (1993)
Como costumamos dizer: “... o dia + feliz aqui na escola é um dia mais feliz que os outros!”,
ou seja, os outros são felizes, mais esse dia é mais que feliz. Temos como premissa o
“brincar”, a essência do ser criança. É o que a torna feliz. Para tanto o lúdico faz parte das
ações educacionais para esse dia, tendo o mesmo como ideias para o fazer pedagógico, o
aprender brincando.
Neste dia oportunizamos situações concretas, que possibilitem a construção do
conhecimento através dessas experiências lúdicas, prazerosas e desafiadoras, sempre
desenvolvendo a autonomia da criança e a interação entre as faixas etárias, sendo o
professor o mediador. Dessa forma entende-se o Dia + feliz, como um espaço onde são
oferecidas uma vez ao mês, oportunidades para o desenvolvimento da criança,
proporcionando a construção do conhecimento através da ludicidade.
O desenvolvimento para esse dia acontece da seguinte maneira:
1) Planejamento/proposta em HTPC: Primeiramente é elencado o tema. Exemplo: dia do
cabelo maluco, dia da fantasia, dia de brincadeiras simbólica, arte, corpo e movimento, etc.
A partir daí o planejamento das atividades é realizado de acordo com o tema escolhido
entre as professoras dos períodos manhã e tarde. Geralmente o mesmo planejamento
contempla os dois períodos. Em algumas propostas há a colaboração das famílias no envio
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de materiais e/ou arrumação das crianças para o dia. Por exemplo, no dia do cabelo
maluco ou dia da fantasia, as famílias usam a criatividade em fantasiar ou inventar um
penteado maluco.
A equipe de professores se divide, ficando geralmente duas professoras responsáveis por
um espaço, se empenhando separar materiais para as atividades desse espaço. As
professoras do período da manhã organizam os materiais no espaço determinado para a
realização da atividade e as professora da tarde desmontam e guardam os materiais
utilizados.
2) Execução: Antes de iniciar o dia + feliz a professora da turma ainda em sala de aula
distribui pulseiras coloridas às crianças, formando então 07 grupos de crianças, sendo um
de cada cor. Esse formato se adequa para 07 atividades diferenciadas nos espaços de
acordo com o tema proposto. Após as crianças se encontram no salão para saberem como
será o dia e com qual professora iniciará atividade. Cada professora é responsável por um
grupo de criança de uma determinada cor. Depois os grupos se revezam nos espaços
respeitando os horários combinados, ou seja, a cada tempo determinado, geralmente 20
minutos, os grupos trocam de proposta. Ao final de cada atividade há uma reorganização
da sala para que o próximo grupo.
3) Avaliação: Posteriormente a equipe de professoras faz uma avaliação/reflexão referente
ao dia sobre o planejamento/proposta, execução, cumprimento dos combinados
(professoras/crianças), envolvimento das professoras e envolvimento das crianças. Após a
Equipe de Gestão faz uma compilação desses dados para posterior socialização ao grupo.
Entrada coletiva: a cada quinze (15) dias os alunos participam da “Entrada coletiva”,
momento de descontração e integração entre todas as crianças. A cada encontro uma
dupla e/ou trio de professoras são responsáveis pela organização da atividade, que pode
ser uma cantiga roda, uma música, uma dança, brincadeira ou apresentação infantil. A
Entrada coletiva é uma ação em que todos participam e têm a oportunidade de conhecer
os colegas e compartilhar experiências.
Observação: A forma de organizar os materiais para as crianças: é um ponto a ser ressaltado,
uma vez que isso pode ser decisivo no uso que as crianças venham a fazer deles, os brinquedos
e os demais materiais ficam acessíveis às crianças, permitindo seu uso autônomo, sua
visibilidade, bem como uma organização que possibilite identificar os critérios de ordenação.
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4. Avaliação na Educação Infantil
A Avaliação na Educação Infantil está embasada na Lei de Diretrizes e Bases, lei nº
9394/96 art. 31 e artigo 52 do Regimento Escolar Único de São Bernardo do Campo.
Artigo 31 – na educação infantil a avaliação far-se-á
mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento,
sem o objetivo de promoção mesmo para o acesso ao ensino
fundamental.
Regimento Escolar:
Artigo 52 – A avaliação dever estar voltada para o processo
de ensino e de aprendizagem, para a organização do ensino e
para o desenvolvimento do Projeto Pedagógico Educacional.
§ 1º A Avaliação do desempenho do aluno deve abranger
todo o processo de aprendizagem, considerando os
conhecimentos prévios, os graus de competência
desenvolvidos em relação aos objetivos propostos, às
singularidades e a auto avaliação.
§2º A Avaliação do processo de ensino deve ser feita
sistematicamente, visando ao replanejamento do trabalho
pedagógico.
§3º - As metas da escola, definidas em seu Projeto
Pedagógico Educacional, devem ser objeto de avaliação com
vistas às adaptações necessárias no decorrer do ano letivo.
O processo de avaliação na unidade escolar acontece de forma continua e com diferentes
focos, pois além da avaliação sistemática das aprendizagens também nos debruçamos sobre a
avaliação das praticas pedagógicas, contando para essa tarefa com a contribuição de toda
comunidade escolar. Ou seja, os pais são convidados a apresentar suas opiniões sobre
reuniões, eventos, aprendizagens, estrutura do prédio, etc. Os funcionários avaliam entre outras
questões os espaços formativos, organização de espaços e materiais, rotina escolar. As crianças
nos apresentam suas considerações sobre estudos de meio, propostas como Dia +Feliz, etc.
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A escuta e reflexão sobre os dados colhidos na avaliação com os diferentes atores nos
auxiliam a progredir no desafio constante de aprimorar a prática.
4.1 Avaliações das aprendizagens dos alunos
A avaliação hoje, só faz sentido se tiver o intuito de buscar caminhos para
melhorar a aprendizagem. (Hoffmann, 1996)
A avaliação formativa consiste em uma prática educativa contextualizada flexível, interativa, que
deve estar presente no cotidiano da sala de aula de maneira contínua e dialógica (Freire, 1975).
Seu objetivo é obter informações capazes de nortear o planejamento visando o máximo
desenvolvimento das crianças não possuindo, portanto um caráter classificatório. O professor
através da observação e da escuta atenta das crianças exercita sua habilidade de registro
significativo interpretando e refletindo constantemente sobre sua prática, as aprendizagens
construídas e os desafios apresentados pelas crianças.
Seu registro como instrumento de reflexão pautado na observação e escuta será o material
indispensável para o desenvolvimento do trabalho que considere a crianças como protagonista de
seu processo de aprendizagem, contribuindo com seus desejos e questionamentos para uma
pratica pedagógica contextualizada e significativa.
Como cada aluno tem um percurso de aprendizagem individual e, portanto, próprio faz-se
necessário um acompanhamento individual constante, com observações sistematizadas e coleta
de atividades que resultam na organização do portfólio e na escrita do relatório individual
elaborado ao final de cada semestre, onde as aprendizagens são apresentadas como fruto das
experiências.
O trabalho docente tendo como foco as propostas apresentadas através de projetos,
sequenciadas, etc. também são avaliados através do relatório geral onde o foco são as intenções
o desenvolvimento, os avanços conquistados pelo grupo e novos encaminhamentos.
Diversos teóricos afirmam da importância da documentação pedagógica. Essa documentação
possibilita a descrição e o registro do processo de aprendizagem do aluno corporificando-a.
5. Acompanhamento dos Instrumentos metodológicos
Segundo os estudos de Madalena Freire os instrumentos metodológicos utilizados pelo
professor, são identificados como: observação, registro, reflexão, planejamento e avaliação. Eles
contribuem para a estruturação da ação e caracterizam a intencionalidade da nossa prática,
garantindo o uso de forma inter-relacionada e articulada, de maneira que seja imprescindível à
existência do outro.
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Pensando assim, compartilhamos com a ideia de Madalena Freire Weffort que o ato de
observar engloba a reflexão, a avaliação e o planejamento, pois eles se cruzam e se misturam no
processo dialético de interpretar e ler a realidade. Como também conclui Loris Malaguzzi
(EDWARDS, GANDINI, FORMAN, 1999) “observar e documentar são atos inseparáveis”.
O planejamento é a própria ação pedagógica. Nele definimos os objetivos e as ações
propostas considerando os conhecimentos e interesses do grupo. Respeitar as crianças não
significa que devemos, como professores, seguir cegamente todas as suas ideias. Devemos
estudá-las a fim de determinar a quais delas podemos dar seguimento, e como elas poderiam ser
encorajadas, em um contexto de planejamento flexível e de um currículo flexível. Isto nos
permitirá fazer os preparativos adequados e ser flexíveis durante o curso do nosso trabalho com
as crianças. Portanto, professores e crianças constroem juntos um plano flexível. (Gandini, 2002,
p. 155).
O planejamento é um conjunto de ações que devem ser registradas, avaliadas e
replanejadas continuamente.
O trabalho deve ser organizado em diferentes modalidades: projetos, atividades
sequenciadas, atividades permanentes e atividades independentes nas diversas áreas de
conhecimento.
Leva em conta o encadeamento de atividades, o progresso de desafios e consideram as
aproximações sucessivas dos alunos ao objeto de conhecimento. Também é fundamental pensar
em parcerias produtivas entre as crianças (Proposta Curricular vol. 2 pág. 161). Para isso o
educador usa do que chamamos de ação-reflexão-ação. Ou segundo o dicionário Aurélio,
reflexão significa “ação de voltar-se para trás, virar-se; ato ou efeito de refletir.”.
O exercício de refletir necessita de disciplina, de comprometimento. É preciso “olhar para
trás” e rever ações e intenções para que se possa organizar e replanejar de maneira intencional e
significativa a própria prática com vistas a alcançar o desenvolvimento das crianças em suas
aprendizagens imprescindíveis.
Uma melhor qualidade de reflexão ocorre quando há um distanciamento da ação,
posteriormente há outro olhar com novos questionamentos e ideias a serem levantados.
O registro da reflexão torna-se um importante instrumento, pois possibilita um ir e vir entre
o passado, o presente e as ações futuras.
Juntamente com o registro da reflexão há a prática da observação com intencionalidade.
Ela é fundamental no acompanhamento sistemático dado aos alunos, por isso, é atribuída grande
importância ao ato de focar o olhar, ao observar os alunos. Essa prática contribui com elementos
para o fazer pedagógico do professor.
É o processo de observação, seguido de registro e reflexão, que permitirá o educador
conhecer e participar das experiências coletivas ou individuais das crianças promovendo ações
83
para o seu planejamento uma necessidade de concretizar o trabalho pedagógico, que será
pensado sobre as ideias e interesses das crianças, com o intuito de contribuir para o crescimento
delas.
O conhecimento advindo da observação colabora com o professor para lançar novos
desafios, construir novas hipóteses e adequá-las conforme a necessidade dos alunos.
O ato de observar e mais do que ver constatar, exige profundidade e reflexão. É
necessário um olhar estudioso e intencional da realidade, num constante exercício de
ação/reflexão/ação.
O olhar investigativo do educador, intencional, planejado, e sem estereótipos leva-se em
consideração que não é possível observar todos os alunos ao mesmo tempo. O professor deve
ter clareza do que observar e como observar.
Ao observar o trabalho realizado juntamente com as crianças através da documentação,
considerando o processo desenvolvido pelas mesmas, as suas experiências, estaremos
avaliando o trabalho durante sua elaboração. Desse modo avaliamos não só o processo de
desenvolvimento, mas o caminho que levou as crianças ao conhecimento.
“A observação sistemática, crítica e criativa do comportamento de cada criança, de grupos de crianças, das brincadeiras e interações entre as crianças no cotidiano, e a utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, etc.), feita ao longo do período em diversificados momentos, são condições necessárias para compreender como a criança se apropria de modos de agir, sentir e pensar culturalmente constituídos. Conhecer as preferências das crianças, a forma delas participarem nas atividades, seus parceiros prediletos para a realização de diferentes tipos de tarefas, suas narrativas, pode ajudar o professor a reorganizar as atividades de modo mais adequado ao alcance dos propósitos infantis e das aprendizagens coletivamente trabalhadas. “ (DCNEI- Parecer CNE/CEB, 2009 p.17).
REGISTRO E DOCUMENTAÇÃO
Os registros são instrumentos de avaliação do desenvolvimento das crianças. E de acordo
com, ou seja, o registro é um instrumento metodológico do trabalho docente. Dá-se através de
observações, lembretes, informações pontuais e planejamento ao lado da reflexão sobre a
prática. Portanto o registro é fundamental para a educação infantil, quanto mais sofisticado, mais
olhares se têm sobre a criança. É aí que os professores anotam suas impressões sobre o
trabalho que vai acontecendo nas aulas, revisando e analisando a própria prática e a
documentação está a serviço do educador, quando o mesmo reflete sobre a prática, quando
avalia o processo de aprendizagem das crianças e do planejamento, contribuindo também para a
melhoria de sua ação.
Porém, nem todo registro transforma-se em documentação, pois a documentação
sistematiza o trabalho pedagógico, produzindo memória sobre o percurso de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças e dos próprios professores a partir da seleção e organização de
diferentes registros. Relatos, experiências e direções que são indicados nestes registros são
articulados, agrupados, retomando ou dando novos significados de modo a modificar e reelaborar
84
o dia a dia com a turma. Portanto documentação é uma construção de vivências e saberes com
as crianças, registrando através de um material o que as crianças estão dizendo e fazendo.
É um processo de reflexão/investigação do portfólio, é tomada de decisão.
“Visualizar a prática requer que o processo de documentação se torne parte integrante do trabalho cotidiano e não algo que está fora. É o trabalho que tem que se alternar entre focos diferentes: as próprias experiências da pessoa, a aquisição de um entendimento que determinam as direções e as visões para o trabalho pedagógico.” (DALBERG, MOSS e PENCE, 2003, p. 201).
Existem diferentes possibilidades de documentação construídas pela equipe docente a
partir das necessidades e características do contexto. Alguns documentos são selecionados de
acordo com o objetivo: coleta de material durante o ano, fotos, desenhos, narrativas, diário de
bordo, murais, painéis. São as diferentes formas que a equipe docente pode documentar os
processos.
“... quando você documenta, você constrói uma relação entre você mesmo como pedagogo e a criança/crianças, cujo pensamento, cujas palavras e cujas ações você documenta. Nesse aspecto, a prática da documentação não pode, de modo algum, existir à parte do nosso envolvimento no processo. Do mesmo modo que a encenação, ela é o que desempenhamos daquilo que documentamos, é também seletiva, parcial e contextual. O que documentamos representa uma escolha, uma escolha entre muitas outras escolhas, uma escolha de que os próprios pedagogos estão precisando. Da mesma forma, aquilo que não escolhemos é também uma escolha.” (DALBERG, MOSS e PENCE, 2003, p. 193).
O registro passa a ser documentação quando há reflexão e ação para melhorar a ação que
consta nele. Ao registrar, o educador documenta o percurso da criança bem como recolhe dados
que o subsidiarão ao replanejar as próximas ações no intuito de avançar no seu percurso.
Os principais protagonistas das documentações são as crianças e os próprios educadores.
A documentação amplia nosso entendimento sobre os conceitos que as crianças estão
elaborando, sobre as teorias que elas estão construindo e os questionamentos que elas propõem,
ou seja, possibilita conhecer-lhes melhor.
A possibilidade de revisar a documentação juntamente com as crianças, faz com que elas
se conscientizem da própria aprendizagem, construindo assim seu próprio conhecimento,
relembrando suas ideias, sentindo que seu trabalho é valorizado, reconsiderando suas teorias,
reformulando perguntas, podendo a partir daí, construir e reconstruir seus significados e seus
relacionamentos.
Os educadores são avaliadores do processo de aprendizagem das crianças, entendendo
como as crianças aprendem e o que as leva ao saber, tendo como base a observação e o
diálogo.
Com relação ao registro do professor não há uma receita ideal de escrita, porém, há a
necessidade de avaliar continuamente se o registro de fato atende às necessidades do educador
e do seu trabalho.
85
O grupo de professoras mantém registros semanais de suas atividades. Algumas
professoras optaram pela forma padronizada, as demais sentem necessidade de usar agendas
e/ou cadernos, buscando uma nova forma de registrar suas atividades e planejar. Planejam
diariamente/semanalmente durante os HTPs (horário de trabalho pedagógico) e HTPLs (horário
de trabalho pedagógico livre).
Com relação aos relatórios individuais, eles apontam os avanços do aluno em relação a ele
mesmo e aos objetivos propostos para o grupo. É preciso observar individualmente os alunos e
registrar tais informações, pois a observação coletiva não traz elementos suficientes para a
construção de relatório individual. Eles devem apresentar uma escrita clara, evitando o uso de
termos pejorativos e neologismos. É fundamental registrar o máximo de informações possíveis
sabre a criança. Algumas informações imprescindíveis não devem faltar, como:
●aspectos gerais: comportamento da criança, gostos/preferências, habilidades, saberes,
interesses, envolvimento com os demais colegas do grupo e professora, participação nas
atividades propostas e interesse pelos projetos trabalhados.
●avanços obtidos desde o início do ano (aprendizagem, relacionamento, adaptação, brincadeiras,
etc.).
●Projetos e sequenciadas trabalhados e como a criança participou.
Assim nos relatórios individuais não devem ser considerados apenas os aspectos cognitivos, mas
o desenvolvimento integral da criança.
Essas informações devem constar tanto no relatório individual do 1º semestre quanto no
relatório individual do final do ano.
Como no relatório individual do 1º semestre, o relatório individual final é composto pelo relatório
semestral, contendo os avanços, as dificuldades e os encaminhamentos para o próximo ano.
Trata-se de um relatório completo sobre a criança durante o ano letivo. O relatório individual será
destinado ao ano seguinte e deverá ser entregue uma cópia para os pais para ciência nas turmas
do infantil V.
É importante o professor ter o acompanhamento por parte da equipe gestora, pois é
importante outros olhares para que se possam ser levantadas questões que façam o educador
avançar em seu processo de aprendizagem. Este acompanhamento constitui-se em ação que
privilegia a formação, para muito além do controle.
Há também o relatório geral da turma e tem como objetivo caracterizar o trabalho realizado
com a mesma no final de cada semestre, podendo ser mostrado aos pais em reunião. Nele é
importante conter a caracterização da turma, assim como os aspectos gerais: comportamento do
grupo, gostos/preferências, habilidades, saberes, interesses entre outros. Também o que foi
desenvolvido para a adaptação do grupo e apropriação da rotina, os projetos e sequenciadas já
trabalhados e como a turma participou, além dos encaminhamentos para o próximo semestre.
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A documentação das observações deverá acompanhar a criança ao longo de sua trajetória
da Educação Infantil e ser entregue para a Escola do Fundamental para a qual a criança for
encaminhada, a fim de garantir a continuidade dos processos educativos vividos por ela.
6. Ações complementares
6.1. AEE – Atendimento Educacional Especializado
O AEE “tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da
disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras
para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem”.
Consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições
de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a
utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos,
dos sistemas de comunicação, dos transportes e dos demais serviços” (Resolução CNE/CEB
4/2009).
Justificativa
A política de inclusão em São Bernardo do Campo visa resguardar o direito de todos à
educação, assegurando as condições de acesso, participação e aprendizagem de todos os
alunos nas escolas regulares em igualdade de condições.
Sendo assim a educação inclusiva em São Bernardo do Campo é definida como uma
modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza
recursos e serviços e realiza o Atendimento Educacional Especializado.
O Atendimento Educacional Especializado- AEE acontece na escola com o serviço de
itinerância e ação colaborativa, após discussão com EOT, EG e professora do AEE, atendendo
alunos com necessidades educacionais, que apresentem impedimento de longo prazo de
natureza física, intelectual, sensorial (visual e pessoas com surdez parcial ou total) e alunos com
transtornos globais de desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação.
O objetivo é observar e identificar as necessidades específicas dos alunos e pensar em
conjunto com a professora regular, equipe gestora e equipe de orientação técnica, sobre
estratégias e intervenções indicadas para favorecer ao aluno avanços em seu processo de
aprendizagem. Nos casos em que avaliada a necessidade pela EOT, será solicitado à realização
de estudo de caso.
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Objetivos Gerais
É importante destacar que o plano de trabalho dos profissionais do AEE considera as
necessidades individuais de cada aluno atendido:
Apoiar o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Disponibilizar o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização.
Oferecer, orientar, acompanhar e avaliar o uso de recursos de tecnologia assistida – TA.
Adequar e produzir materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista as necessidades
específicas dos alunos.
Oportunizar ampliação e suplementação curricular (para alunos com altas
habilidades/superdotação).
Ações propostas
Nas modalidades da educação básica o atendimento é organizado para apoiar o
desenvolvimento dos alunos, possibilitando e ampliando a oportunidades de escolarização e
efetiva participação social.
Dentre as formações planejadas para a qualificação do atendimento na escola
promovemos formação aos profissionais de apoio e aos estagiários de inclusão, garantindo
informações necessárias para acessibilidade e para atendimento a necessidades específicas das
crianças no âmbito da acessibilidade às comunicações e da atenção aos cuidados pessoais de
alimentação, higiene e locomoção.
Em nosso espaço escolar desenvolvemos as seguintes ações:
Itinerância com o professor da sala regular;
Formação em HTPC;
Elaboração e a execução do plano do AEE;
Elaboração e confecção de materiais;
Reunião com pais;
Participação na elaboração do relatório Individual dos alunos;
Esclarecimento às dúvidas dos professores da sala regular;
Participação em jogos e brincadeiras diversas;
Exploração dos espaços físicos da escola;
Participação nas diversas situações de utilização de materiais gráficos (leituras,
apreciações);
Registros diversos (escrita, colagens, desenhos, etc.).
88
I. CALENDÁRIO ESCOLAR HOMOLOGADO
89
90
Referências
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BETTELHEIM, Bruno. Na Escola Infantil todo Mundo Brinca se Você Brinca, in: Educação infantil pra que te quero? Craidy, Carmem; Kaercher, Gládis Elise. (Org). Porto Alegre: Artmed, 2001. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros de Qualidade para a Educação Infantil/Secretaria de Educação Básica. Brasília:MEC,SEB,2008. BRASIL.Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil/Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental.Brasília:MEC/SEF,1998. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil/Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Brasilía: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. CAPILHEIRA, Bianca H., et al. Projeto de pesquisa: Geometria e arte através dos “Bichos” de Lygia Clark. VI Seminário de Pesquisa Qualitativa, Rio Grande, 2007. CERISARA, Ana Beatriz. A produção acadêmica na área da educação infantil a partir da análise de pareceres sobre o referencial curricular nacional da educação infantil: primeiras aproximações. In: FARIA, Ana Lúcia, PALHARES, Maria Silveira (orgs.) Educação infantil pós-LDB rumos e desafios: polêmicas do nosso tempo. Campinas (SP): Autores Associados, 1999. p. 19 – 49.
DAHLBERG, MOSS & PENCE. Qualidade na Educação da Primeira Infância. Porto Alegre:
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DEWEY, John Como pensamos, Tradução Anísio Teixeira 3ª ed., São Paulo, Ed. Companhia Nacional, 1959 FARIA, Ana Lucia Goulart de. Educação pré-escolar e cultura. Campinas: Cortez, 1999.
FERNÁNDEZ, Alicia O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade - 16ª edição – editora Paz e Terra – SP 1974. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa - 43ª edição, 2011, editora Paz e Terra. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. GANDINI, Lella. Duas Reflexões sobre a Documentação. In: GANDINI, Lella e EDWARDS,
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92
VIII. Anexos
Biografia
José de Anchieta era um jesuíta, nascido em 19 de março de 1534, nas Ilhas Canárias.
Faleceu em 09 de julho de 1597, em Reritiba, atual cidade de Anchieta, no estado do Espírito
Santo. Foi um dos fundadores de São Paulo. Foi beatificado em 1980 pelo Papa João Paulo II e
canonizado por decreto papal em três de ABril de 2014 pelo Papa Francisco, sendo conhecido
como o Apóstolo do Brasil, tornando-se o segundo nativo santo das Ilhas Canárias.
Era filho de Juán López de Anchieta que lutou na revolta dos Comuneros que tinha se
oposto contra o Imperador Carlos V da Espanha. Sua mãe se chamava Mência Dias de Clavijo,
de origem judaica. Era descendente de uma família de origem basca “Antxeta”. Entre seus doze
irmãos, dois também ingressaram ao sacerdócio.
Aos quatorze anos de idade, se mudou para Coimbra, Portugal, para estudar filosofia numa
escola anexa à Universidade de Coimbra, referida como Colégio das Artes. Em 1551, foi aceito
como noviço na Companhia de Jesus. Aos 19 anos, ingressou na missão que viria ao Brasil
acompanhado por Duarte da Costa. Em 1554, chegou a São Vicente, onde teve os primeiros
contatos com os índios. Junto com o jesuíta Manuel da Nóbrega, fundaram um acanhado colégio
e rezaram uma missa na região denominada pelos índios de Piratininga, ao longo do rio Tietê.
Entre os índios exerceu as tarefas de médico, sacerdote e professor. No processo de
catequização utilizou o teatro e a poesia para ensinar a fé cristã. Ensinou latim e aprendeu o tupi
guarani. Em 1595, publicou a “Arte gramática da Língua mais falada na costa do Brasil”.
Teve ao lado de Manuel da Nóbrega, um conflito com Duarte da Costa, e iniciaram
negociações de paz com a tribo dos Tamoios na atual Ubatuba (leia: Confederação dos
Tamoios).
Em 1565, adentrou na Baía de Guanabara ao lado de Estácio de Sá, e posteriormente
seguiu para Salvador, capital da colônia onde foi ordenado padre.
Viveu em Salvador por dez anos, foi nomeado supervisor provincial da missão jesuíta no
Brasil. Em 1585, no atual estado do Espírito Santo, fundou a aldeia de Guaraparim (atual
Guarapari). Faleceu aos 63 anos, sendo seu corpo carregado pelos índios até o seu
sepultamento em Vitória.
Descrição da Estrutura física da escola
A escola dispõe de um prédio central construído em alvenaria de tijolos, com sete salas de
aula que foram construídas ao redor do mesmo. As salas possuem 02 portas laterais em
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esquadrias de alumínio e 01 porta de saída principal de madeira. Encontra-se acoplado ao prédio
central 02 dessas salas de aula. Uma do lado direito e outra do lado esquerdo. O piso de toda
escola é revestido em Paviflex, com exceção do salão que é revestido com piso granilite.
Seis salas de aula e quatro banheiros, sendo que dois estão adaptados para crianças com
necessidades especiais. O banheiro pertencente ao prédio das salas de número 03 e 04 possui
um trocador com base em mármore, acompanhando um colchonete e caixa plástica com itens de
higiene. Os mesmos estão interligados ao galpão central por uma cobertura de telhas tipo
calhetão, que fica na lateral do prédio central, onde auxilia a passagem das crianças em dia de
chuva.
As salas externas recebem a incidência do sol, tendo o teto com revestimento de PVC e
ventiladores de parede. As janelas são do tipo basculante com vidros transparentes, o que facilita
a iluminação e a ventilação nas mesmas.
No prédio central funciona: o refeitório, a cozinha, um sanitário para uso das merendeiras,
um sanitário para funcionárias com armário para as mesmas, um sanitário masculino, um
almoxarifado, uma sala de arquivo e duas salas de aula.
De fundo para o prédio central, existe um pequeno tanque de areia, com uma casa do
Tarzan e duas balanças com pneu, um escorregador e uma teia de aranha entrelaçada de corda,
embaixo de uma seringueira localizada dentro do mesmo. Ao redor desse tanque de areia
localiza-se uma área aberta, na qual tem vários jogos pintados no chão como amarelinha, dama,
caracol. Neste espaço foi instalado no ano de 2012 um playground de plástico.
A entrada principal da escola possui um portão social automático, onde é necessário que a
pessoa interfone para ser autorizada a sua entrada. Após o portão de entrada, há um toldo de
policarbonato azul para proteção em dias de chuva. Embaixo deste toldo há vasos com plantas
nas laterais ornamentando o corredor. Do lado esquerdo encontramos a secretaria e diretoria,
sala dos professores/coordenadora e uma sala de aula com banheiro para as turmas de 03 anos.
Ao lado dessa sala, encontra-se a horta já preparada para plantio e o estacionamento,
acompanhado de portão automático, onde os funcionários que possuem carro podem adentrar
acionando o controle que tem em seu poder. Contamos ainda com uma lavanderia e uma quadra
de esportes em processo de cobertura.
Do lado direito contamos com o ateliê, a brinquedoteca e a Biblioteca Escolar Interativa
Menino Maluquinho. Os espaços, ateliê e brinquedoteca, não possuem o mobiliário projetado
para os mesmos.
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Temas Transversais
Educação Ambiental e sua importância nesta Unidade Escolar
No contexto educacional os temas transversais foram inseridos no currículo com o intuito
de promover um tratamento didático que contemple a complexidade e a dinâmica dos mesmos.
Os temas transversais dizem respeito a conteúdos de caráter social que devem ser trabalhados
não com uma área de conhecimento específica.
Desta forma o educador assume a função de mediador na construção de referências
ambientais que possibilitem a criação de novos estilos de vida.
Os valores e atitudes que compõem os princípios da Educação Ambiental devem estar
incorporados por todos os envolvidos no projeto pedagógico, transformando o espaço escolar em
ambiente exemplo, pois as palavras não valem se falta a “corporeidade do exemplo”. (Freire,
1996, p.38).
Por meio do projeto Agenda 21 Escolar instituído na Unidade, a Educação Ambiental
ocorre voltada para o cotidiano do aluno e seu ambiente mais próximo, ao enaltecer a importância
da problematização que faz a criança refletir, analisar, questionar sua realidade e se perceber
enquanto sujeito transformador, possibilitando sua mudança de atitude e não somente
comportamentos.
A inclusão desta temática no PPP implica refletir sobre os problemas sociais tais como,
cuidar e conservar o ambiente mais próximo, respeito e solidariedade entre as crianças e entre
adulto-adultos e criança/adulto, mudanças de hábitos de consumo e produção de lixo, entre
outros.
A avaliação em Educação Ambiental visa responder em qual medida as situações
de ensino contribuíram para a formação de atitudes desejadas, ocorre em longo prazo e
vislumbra a construção de um mundo mais justo, solidário e sustentável para todos os seres vivos
do planeta.
Organização de Eventos
A preocupação com a melhoria da qualidade da educação levantou a necessidade de
descentralizar e democratizar a gestão escolar e consequentemente a participação tornou-se um
conceito nuclear.
A concepção de que na organização da escola a participação da comunidade escolar tem
importante papel vem se efetivando gradualmente uma vez que entendemos participação como
integração e engajamento de todos no processo decisório, o que acarreta muitos desafios.
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Ancorada na Constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB/96), pais e comunidade tem sua participação assegurada na gestão das escolas públicas,
mediante a criação obrigatória de órgãos colegiados – Conselho de Escola e Associação de Pais
e Mestres.
Assim, mecanismos legais e midiáticos vêm incentivando a participação da comunidade na
escola pública, porém um dos maiores desafios ainda é o de conseguir efetivar a participação
compromissada de todos os sujeitos que fazem parte da escola.
Sendo assim ao organizar eventos a escola com a participação de todos os seus
segmentos se preocupa em atender aos princípios pelos quais se norteia, com a intencionalidade
de suas práticas educativas e com as aprendizagens proporcionadas.
A equipe escolar comprometida com uma pedagogia cujo elemento central é o aluno tem
planejado eventos que ocorrem nos sábados letivos obrigatórios voltados ao compartilhamento da
produção cultural das crianças e profissionais da escola, expondo o conhecimento adquirido em
sala de aula e valorizando o trabalho docente.
Estudo do meio
A Unidade escolar promoverá alguns passeios durante o ano letivo de acordo com as
orientações do Plano de trabalho do convênio para o ano de 2014, ou seja, 01 passeio municipal
(trajeto curto) e 01 passeio municipal (trajeto longo). Sendo assim, a Equipe Escolar planejará os
mesmos com o objetivo de oportunizar aos alunos experiências que enriqueçam seu repertório
cultural e social.
Eles serão sugeridos pelas professoras de acordo com os projetos de cada turma.
A escola também planejará o acompanhamento dos alunos, dispondo para cada 10
crianças um adulto, permanecendo junto à turma pessoas que conhecem os alunos e que seja
conhecida por eles para que se sintam seguros, como por exemplo, as professoras, as
estagiárias para as turmas que possuem crianças com necessidade educacional e infantil II
juntamente com a equipe de gestão.
Com relação ao transporte, os primeiros contatos serão feitos através de membros da
APM. Algumas informações serão solicitadas à empresa como: se o veículo está em bom estado,
podendo haver por parte da APM uma vistoria no mesmo, se está em dia com o seguro, EMTU e
que enviem os orçamentos para serem analisados pela APM.
Uma semana antes da realização do passeio, será enviado memorando a Secretaria de
Educação/Alimentação escolar, informando data do passeio, local, quantidades de crianças que
participarão do mesmo, para que sejam enviados os kits lanche.
Quanto ás autorizações, os pais e/ou responsáveis são informados na reunião com pais
sobre o local dos passeios, os objetivos, horários previstos de saída e chegada com as crianças.
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Serão enviados com antecedência, bilhetes com as mesmas informações passadas em reunião
para que os pais e/ou responsáveis possam assinar as autorizações e se organizar para retirar a
criança caso haja atrasos na chegada.
No dia do passeio, a professora deverá ter em mãos, as autorizações devidamente
assinadas pelos responsáveis.
A identificação de todos os alunos será através de crachás, com o seu nome, nome da
professora, nome da escola, endereço e telefone da unidade escolar.
Datas Comemorativas
A escola por muito tempo achou que fosse importante para o trabalho com as crianças ter
seu planejamento baseado na comemoração de diferentes datas, entre elas as datas históricas
(dia da Bandeira), datas afetivas (dia das mães, dia dos pais), datas festivas e religiosas
(carnaval, festa junina, páscoa, natal), datas simbólicas (dia da mulher, dia da paz), datas que
marcam eventos naturais (aniversário) e datas de homenagem (dia da criança) e que desta
maneira estaríamos proporcionando às crianças contato com a cultura brasileira, mas fomos aos
poucos percebendo que precisávamos ter um olhar critico sobre estas ações porque muita coisa
mudou.
As datas estão presentes no universo escolar por uma razão histórica: a construção de
uma religião comum a todos e a ideia de nação fizeram com que as datas comemorativas se
tornassem inquestionáveis, mas é preciso ver com outros olhos o que está naturalizado dentro do
ambiente escolar. Dentre as várias mudanças ocorridas na educação mudou nossa visão sobre
o que é realmente importante trabalhar dentro da escola. Atualmente o planejamento já não é
mais feito baseado em datas comemorativas, resultado de anos de discussão, de se refletir sobre
a forma mais adequada de ajudar a criança em seu desenvolvimento global.
A escola pública é laica, o que significa dizer que a escola não tem nenhuma religião
oficial, postura que acata determinação da Constituição Federal do Brasil, o que resulta em não
comemorarmos datas religiosas, para não ferir os princípios daqueles que não são cristãos e que
merecem ser respeitados como todas as outras pessoas.
Já faz muito tempo que o modelo de família nuclear foi substituído por outras realidades e
não podemos impor um modelo como sendo o correto. A escola não precisa das datas
comemorativas para ser um lugar lúdico, prazeroso, que respeita a educação para a infância
todos os dias. Também não é necessário o trabalho com as datas comemorativas para convidar
as famílias a fazer parte e conhecer nosso trabalho pedagógico.
Por meio das reuniões com Conselho Escolar e APM, refletindo sobre a análise dos
diferentes instrumentos de avaliação que ocorrem durante o ano letivo e através da participação
da comunidade no planejamento dos eventos, discutimos como fazer um calendário significativo
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para as crianças e comunidade, que converse com aquilo que acreditamos e que está explicitado
em nosso Projeto Político Pedagógico acerca das comemorações que ocorrem na escola.
Reunião com pais
Dada à importância da participação das famílias, a reunião com pais tem como objetivo
formar e informar, discutindo a proposta educacional para assim conhecer a realidade vivida pela
criança em seu meio familiar e social. Bem como entender como a criança aprende e o que é
importante para essa fase da infância. Por exemplo, que é brincando que se aprende.
No momento das matrículas, a Equipe de Gestão agenda uma reunião com pais de
crianças novas, ou seja, pais de crianças que nunca estudaram ou que vem de outras escolas.
Essa reunião tem como objetivo diminuir a ansiedade que os pais têm em relação à escola, por
ser um espaço desconhecido, com pessoas desconhecidas tanto para eles quanto para as
crianças. Tem como pauta mostrar a rotina da escola com algumas fotos, ilustradas no Power
point, conversar sobre o choro, a insegurança, a sensação de separação entre família e criança
que ocorrem com nesses primeiros momentos, principalmente com as crianças pequenas e
algumas vezes até com os adultos. Nessa reunião a família é orientada a conversar várias vezes
com os filhos, para que não seja uma surpresa para eles a sua vinda à escola.
A primeira reunião no início do ano tem como objetivo apresentar as regras da Unidade
Escolar e as pessoas que aqui atuam. As famílias são recebidas no salão com uma mensagem
de boas vindas pela Equipe Gestora. Algumas informações consideradas importantes são dadas
pela Equipe Gestora como: o cuidado que as famílias devem ter ao contratar um transporte
particular, a colaboração das pessoas que vem de carro quanto às vagas para o transporte e para
com os vizinhos, já que a rua da escola não comporta o fluxo de trânsito que se forma, nos
momentos de entrada e saída das crianças. Após, as famílias são encaminhadas para as salas
com a respectiva professora de seu filho.
As próximas reuniões são planejadas em dois momentos: o primeiro no pátio com a Equipe
Gestora onde se agradece a presença e compartilham algumas informações que se façam
necessárias, além de informar sobre as ações da APM e do CE. O segundo momento é
coordenado pela professora de cada turma. Esses encontros são planejados pelos professores
em parceria com a equipe Gestora, sendo entregue a Coordenadora Pedagógica, o projeto de
reunião com pais, relatando a necessidade (que pode ser individual ou coletiva) que será tratada
na reunião. Algumas estratégias são usadas neste momento como dinâmicas, nutrições literárias
e leitura de textos formativos, apresentação de relatórios gerais e individuais, etc., procurando
manter participação significativa e parceria entre escola e família.
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As reuniões com pais ocorrerão em datas previamente agendadas no calendário escolar,
sendo duas no primeiro semestre e duas no segundo.
A reunião é registrada em um instrumento de uso do educador para reflexão e ciência da
equipe gestora. Após, a professora faz a avaliação e encaminhamento de algumas ações, como:
retomar algum assunto na próxima reunião de acordo com a necessidade da turma, planejar a
reunião de acordo com o que ficou combinado com os pais, mudar a estratégia para que a
participação não fique centralizada sempre com o mesmo familiar etc.
Além das reuniões agendadas em calendário, sempre que se fizer necessário pode-se
agendar uma reunião individual com os responsáveis pela criança, com a professora e/ou Equipe
Gestora e em alguns casos com a Equipe de Orientação Técnica, reservando a reunião com pais
para tratar de assuntos que interessem ao grupo todo e não apenas a um ou outro familiar em
particular.
Avaliação
Estratégias avaliativas
A avaliação visa saber se atingiu os objetivos propostos e nortear as próximas ações. Ela
será feita em cada reunião e de acordo com a estratégia definida pela professora.
A avaliação de final de ano com a comunidade será realizada com alternativas e espaço
para observações/sugestões considerando os Documentos Oficiais.
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Projeto: Agenda 21 Escolar
Optamos por trabalhar com o tema meio ambiente, porque a perspectiva ambiental oferece
instrumentos para que os alunos possam compreender problemas que afetam a sua vida, a de
sua comunidade, a de seu país e a do planeta. Nesse sentido, as situações de ensino devem se
organizar de forma a oportunizar que os alunos utilizem o conhecimento sobre Meio Ambiente
para compreender a sua realidade e atuar sobre ela.
O exercício da participação em diferentes instâncias (desde atividades dentro da própria
escola, até movimentos mais amplos referentes aos problemas da comunidade é também
fundamental para que os alunos possam contextualizar o que foi aprendido.). Sendo assim, no
ano de 2016, daremos continuidade aos estudos, por entender que este tema tem grande
relevância perante a comunidade escolar e local.
A agenda 21 está baseada nas resoluções da ECO 92, encontro ambiental realizado no
Rio de Janeiro e que produziu um documento com 21 tipos de ações voltadas à preservação
ambiental. Nesta agenda, como em qualquer outra, estão marcados os compromissos da
humanidade com o século XXI. Esta agenda é o compromisso que esta Unidade Escolar assume
com relação ao meio ambiente.
Em nossa escola já contamos com o Eco ponto desde 2007, que se localiza frente ao
Ateliê de Arte, local propício para a coleta do material que não se utiliza mais nas aulas de arte e
também o material coletado pela comunidade, funcionários e alunos.
Escola
A questão ambiental será trabalhada no desenvolvimento de valores, atitudes e posturas éticas,
no domínio dos procedimentos, nas contribuições que a escola pode dar para tornar o ambiente e
os alunos e a comunidade cada vez mais comprometidos com a vida, a natureza e a melhoria dos
ambientes com os quais convivem.
Os temas: implementação de verde no espaço externo, implementação da coleta seletiva,
redução do consumo de água e energia elétrica, conservação da limpeza dos espaços,
reaproveitamento dos materiais, falta de cuidados com o parque, humanização do concreto e
relacionamento escola/comunidade foram eleitos como os mais significativos, para transformar a
situação atual preparamos planos para a consecução das metas eleitas.
100
Plano de ação
Tema: Ampliação, manutenção e utilização de espaço verde na área externa.
Objetivos: Concretizar ações que visem à manutenção dos diversos vasos existentes na escola,
ampliando a quantidade dos mesmos com outros tipos de planta, florais e/ou frutíferas.
Ações: Propostas de conscientização das crianças quanto a cuidado com as plantas, adequação
do espaço do gramado para utilização em diferentes atividades (pic-nic roda de conversa, roda de
história etc.), manutenção dos vasos pelas crianças com frequência e constância adequada;
utilização e manutenção dos canteiros; utilização da horta; manutenção e troca dos vasos
quebrados;
Tema: Divulgação da coleta seletiva
Objetivos: Estimular os pais, funcionários e alunos a realizar a coleta seletiva.
Ações: Divulgar na reunião com pais a coleta de óleo e eco ponto na escola; limpeza dos eco
pontos; trabalhar o ícone, a imagem que representa a reciclagem com as crianças, separando os
materiais de acordo com os mesmos, considerando que o munícipio de São Bernardo do Campo
está implantando o sistema de coleta de lixo reciclado porta-a-porta e utiliza outros símbolos;
implementar o uso de guardanapo e toalhinhas de pano; uso de copo individual; reduzir o uso de
papel nas exposições; assistir vídeos sobre o tema; ter nas salas recipientes para separação do
lixo;
Tema: Redução do consumo de água e energia elétrica
Objetivos: Conscientização do consumo de água e energia elétrica.
Ações: Expor orientações visuais sobre controle do consumo; acompanhamento e orientação na
escovação, higiene das mãos; procedimentos de limpeza e organização dos materiais utilizados
no ateliê, como pincéis, godês, etc.; organização dos espaços e conservação dos materiais pela
turma que estiver utilizando; apagar a luz ao sair dos ambientes (brinquedoteca, ateliê, biblioteca,
sala de aula e salão); confecção de manual pelas crianças com dicas de economia; usar álcool
gel para higiene das mãos em algumas situações; coletar agua da chuva;
Tema: Conservação da limpeza dos espaços
Objetivos: Conscientização sobre a importância do cuidado com livros e materiais.
Ações: Usar nas aulas de arte o avental de pintura fornecido pela SE; manutenção dos armários
das salas de aula, garantido a funcionalidade e o aspecto estético; utilizar recipiente para limpeza
dos materiais do ateliê; trabalhar com as crianças procedimentos que garantam a organização e a
101
conservação da limpeza da sala de aula, refeitório, espaços externos, ateliê, brinquedoteca, etc.
guardar brinquedos após o uso; fazer combinados sobre a organização dos espaços; evitar o uso
de giz nos espaços pintados (amarelinha, quadra), paredes e vidros; manutenção dos banheiros;
limpeza mais frequente da quadra; comunicar quebras e solicitar manutenção de mobiliários;
Tema: Cuidados com o parque
Ações: Cuidados com a higiene do parque: uso periódico de cloro na areia; separação dos
brinquedos quebrados; rastelar o parque no início de cada período e rega-lo quando o tempo
estiver seco; guardar os brinquedos do parque diariamente; ensinar às crianças sobre o uso dos
brinquedos, evitando que retirem a areia do parque; retirar a areia dos tênis para auxiliar na
conservação dos outros espaços; retomar combinados com os professores a respeito do uso
deste espaço.
Tema: Humanização do concreto
Ações: Uso dos murais para exposição de fotos e atividades; expor fotos dos eventos ou projetos
desenvolvidos na área externa da escola; repintar os jogos no chão da escola; pintar a parede ao
lado da biblioteca com tinta para quadro escolar; expor trabalhos nas paredes de forma que não
danifique a pintura; combinados referentes ao uso das motocas (estacionar, guardar); conservar
os jogos pintados no chão, evitando o uso do giz de lousa sobre eles.
Tema: Relacionamento escola e comunidade
Ações: Divulgar o trabalho com a Agenda 21; incentivar e orientar a Coleta seletiva; envolver os
pais nos planejamentos e execução dos eventos; envolver os pais com as pesquisas
encaminhadas para casa; realizar reuniões bem planejadas, acolhedoras e formativas que
incentivam a participação nas mesmas com os pais; incentivar a participação na coleta; trabalho
de conscientização sobre o lixo no entorno da escola, com a realização de folders, cartas, etc.;
incentivo para uso da BEI; planejar estratégias de contação com professora de 40 horas ou Oficial
da Biblioteca; colocar caixa de sugestões para as famílias;
Para a execução desta Agenda 21 Escolar, contamos com os seguintes recursos
humanos: corpo docente e discente, funcionários da U.E., pais e/ou responsáveis, comunidade do
entorno escolar, APM e Conselho de Escola.
Com parcerias aumentam as chances da agenda 21 na Escola dar certo. O trabalho em
equipe é fundamental. Todos são importantes e podem sentir-se corresponsáveis nessa
caminhada.
102
Avaliação
A avaliação ocorrerá em todo o processo de realização da Agenda 21 escolar, feita pela
equipe escolar, crianças e comunidade, por meio de desenhos, produções de textos coletivos
buscando solução para os desafios encontrados no percurso.
A Equipe escolar irá avaliar o trabalho do ano de 2016, buscando encontrar as soluções
para os problemas que surgirem no decorrer do trabalho. Possíveis questões a serem avaliadas:
se as crianças, comunidade e a própria equipe adquiriram procedimentos relativos à coleta
seletiva; economia de água, redução do consumo de energia elétrica, etc.
Com relação às crianças, será feito uma avaliação em roda de conversa, onde as mesmas
irão avaliar o trabalho realizado, expondo suas ideias através da oralidade, desenhos ou
produção de texto coletivo tendo a professora como escriba.
A avaliação com a comunidade se dará através de pesquisas e/ou questões relativas ao
trabalho no decorrer do seu desenvolvimento.
Levantamento no decorrer do ano das necessidades e ações para o próximo ano.
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Programa Saúde na Escola
O Programa Saúde na Escola (PSE) visa à integração e articulação permanente entre Educação
e Saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população.
Os principais objetivos deste Programa são:
• I – Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde;
• II – Articular as ações da rede pública de saúde com as ações da rede pública de
Educação Básica, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos
estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos
disponíveis;
• III – Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos;
• IV – Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da
cidadania e nos direitos humanos;
• V – Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam
comprometer o pleno desenvolvimento escolar;
• VI – Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de
informações sobre as condições de saúde dos estudantes;
• VII – Fortalecer a participação comunitária nas políticas de Educação Básica e saúde, nos
três níveis de governo.
As ações previstas pelo programa no segmento da Educação Infantil são:
Trabalhar com os conteúdos de Educação alimentar e nutricional na perspectiva da
promoção da alimentação e modos de vida saudáveis.
Verificação de carteira de vacinação.
Registro de cartão SUS
Exame antropométrico – pesar e medir
Acuidade visual
Saúde Bucal (avaliação)
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Formações PSE (1º Tema: Alimentação; 2º Tema: Prevenção da violência contra as
mulheres-Ensino Fundamental; 3º Tema: Direitos sexuais e reprodutivos-Ensino
Fundamental e EJA).
Dentre as ações previstas, em 2015 foram realizadas: verificação de carteira de vacinação;
Registro de cartão SUS; Exame antropométrico – pesar e medir; Acuidade visual; Saúde Bucal
(avaliação). Além destas ações, houve formações com palestras sobre Alimentação e Prevenção
da violência contra mulheres.
Em consonância com o PSE, os professores desenvolvem projetos sobre alimentação saudável
(Projeto Horta) e atividades de Corpo e Movimento a fim de consolidar uma parceria efetiva,
atuando no interesse todos os envolvidos.
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PROJETO: “Brincar em família... não custa nada”.
“É preciso olhar o mundo com olhos de criança.” (MATISSE, HENRI).
Justificativa
O olhar da criança captura o mundo com uma lógica toda própria. Neste sentido no
planejamento devem estar previstas situações que favoreçam o pensar infantil acerca dos fatos
vividos, de forma que privilegie a participação de todos, protagonizando a construção de sua
própria historia.
Brincadeira é coisa séria, é uma forma surpreendente de aprender, pois brincando, a
criança aprende a lidar com o mundo que a cerca, forma sua personalidade, desenvolve suas
habilidades de expressão, criação, de relacionar-se e de interagir. As cantigas e brincadeiras de
roda desenvolvem a atenção, a aproximação entre as pessoas, o conhecimento e a valorização
da cultura.
Objetivos
● Tornar visível para os pais à organização dos tempos e espaços da Unidade Escolar em
especial ao que se denomina Dia + Feliz e Entrada coletiva,
● Promover momentos de vivências de construção e de brincadeiras entre as crianças e suas
famílias.
Conteúdos
● Rotina escolar – Dia + Feliz e Entrada coletiva;
Brincadeira
Etapas previstas
● Organização do acervo fotográfico para revelar aos pais a rotina na Unidade Escolar
Preparo e organização das atividades a serem desenvolvidas em parceria família/escola,
Encenação pelas professoras da adaptação do livro “Tanto, tanto”, e apresentação do coral
formado pelas crianças e professoras da música – “Não custa nada”.
Oficina de confecção de peteca,
Brincadeira coletiva.
Materiais a serem utilizados
106
● Acervo fotográfico
● TNT, elástico, jornal, canetas etc. para confecção da peteca.
Painel (Monet) para cenário, vasos com flores, teatro de fantoche, mesas cadeiras,
figurinos e adereços a serem organizados pela equipe escolar;
Caixa de som, rádio e cabos para sonoplastia.
Orientações didáticas
● A equipe de gestão deverá possibilitar espaço coletivo para a realização de ensaio e
montagem do cenário da apresentação, as professoras deverão garantir em sua rotina, espaços e
tempos para a aprendizagem da música que será apresentada pelas crianças,
● A fotografia como documento amplia sua função e utilização ao ser eleita como categoria de
fonte histórica e dessa forma ser caracterizada como registro de imagens que oferecem indícios
de modos de fazer, de viver e pensar dos homens,
● No decorrer do desenvolvimento integral, a criança cresce e compreende a realidade por
meio de brincadeiras e do faz de conta, que em alguns momentos são representações da vida
adulta. A criança também libera emoções de diferentes origens e intensidades, demonstrando
suas preferências e seus interesses pessoais. Brincando de formas variadas, entre elas, sozinha,
com outras crianças ou pessoas, ela elabora conceitos e, progressivamente, vai integrando com
seu mundo, ou seja, com a realidade vivida.
Avaliação
Ocorrerá ao final do encontro com convite às famílias para avaliarem se “curtiram ou não a
atividade realizada pela família e observações que acharem necessárias” (usando como
referência o like das redes sociais) . Além de questionário entregue posteriormente para
avaliação mais detalhada pela comunidade escolar.
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PROJETO: “Ouvir e cantar... não custa nada”.
“O ambiente sonoro, assim como presença da música em diferentes e
variadas situações do cotidiano fazem com que os bebês, e crianças iniciem
seu processo de musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias
curtas, cantigas de ninar, fazem brincadeiras cantadas, com rimas parlendas,
reconhecendo o fascínio que tais jogos exercem”. (Brasil, 1998. p.51)
Justificativa
A música é a linguagem cultural que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e
comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento
expressivo entre o som e o silêncio. O ensino e o aprendizado da música envolve a construção
de um sujeito musical, a partir da constituição da linguagem da música. Esta linguagem modifica
os modos da criança perceber o mundo e suas formas de ação e pensamento.
As cantigas e brincadeiras de roda, músicas, parlendas, mímicas permitem a expansão da
criatividade, desenvolvem a atenção, a aproximação entre as pessoas, o conhecimento e a
valorização da cultura, a expressão oral e a audição.
Objetivos
Despertar no indivíduo habilidades e o gosto pela música,
Aumentar a acuidade auditiva, a audição deve ser privilegiada em relação á escrita,
Pesquisar e descobrir materiais sonoros,
Favorecer a interação das crianças ao propiciar a escuta e o brincar com música em
conjunto, potencializando sua capacidade de ouvir e interagir,
Proporcionar o contato com um repertório diferenciado das canções da cultura infantil,
Utilizar movimentos corporais (gesto expressivo) para expressar como entende a música,
Conteúdos
Jogos cantados e ritmados,
Brinquedos sonoros,
Escuta de obras musicais (repertório variado) e pesquisa sobre as mesmas,
Expressão corporal,
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Apreciação musical,
Fazer musical
Registro musical (registro dos sons),
Etapas previstas
● Utilizar a voz, corpo e movimento como meios de expressão,
Brincar com objetos sonoros que estão ao seu alcance,
Jogos que explorem a possibilidade de imitação com a voz,
Categorizar e dar sentido aos sons,
Sensibilizar as crianças para a audição de diferentes estilos e ritmos musicais,
Representar o que ouviu de diferentes formas (desenho, expressão gestual),
Solicitar participação da família no envio de pesquisas e confecção de materiais,
Realizar avaliações após cada atividade musical, perguntando a cada criança o que
gostou, sentiu e se gostaria de modificar alguma coisa na brincadeira,
Materiais a serem utilizados
● Aparelho de som, Cd’s,
Equipamentos para corpo e movimento (bambolê, bexigas, fitas),
Bandinha rítmica,
Corpo, movimento e voz.
Orientações didáticas
Trabalhar a letra da música não significa educação musical, é trabalho com poesia. Não
restringir a música a estratégias para formar hábitos e atitudes - como lavar as mãos,
escovar os dentes - ou para ajudar a memorizar números ou letras do alfabeto. Essas
canções costumam ser acompanhadas por gestos corporais que são imitados pelas
crianças de forma mecânica, sem criatividade.
Focar as atividades em bandinhas rítmicas ou na confecção de instrumentos de sucata
também não é recomendável. Esse material geralmente fica com uma qualidade sonora
deficiente e reforça a imitação, deixando pouco espaço para as atividades de criação e
percepção,
Explorar a diversidade de estilos e gêneros musicais existentes no mundo, explorar a
descoberta e a vivência da riqueza de sons e movimentos que são produzidos a partir do
corpo de cada um. Sons que podem ser inventados ou ainda produzidos pelo ser humano
e por outros elementos da natureza, vivos ou não.
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O gesto e o movimento corporal estão ligados e conectados ao trabalho musical. Implica
tanto em gesto como em movimento, porque o som é, também, gesto e movimento
vibratório, e o corpo traduz em movimento os diferentes sons que percebe.
Cantar, juntamente com outras pessoas, requer habilidades de escuta, que ocorrem de
maneira quase inconsciente: a busca de uma tonalidade comum, a coordenação dos
ritmos, a articulação entre a palavra e a melodia, entre outras. (GRANJA, p. 66).
Avaliação
A avaliação, na área de música, deve considerar a qualidade do envolvimento nas
atividades propostas, a postura para o fazer musical e a disposição para pesquisar e para
escutar atentamente.
Ocorrerá ao final do sábado letivo por meio de questionário a ser preenchido pela
comunidade.
GRANJA, C, E, S, C, (2006) Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação. São
Paulo: Escrituras Editora.