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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS VEGETAIS
CURSO DE AGRONOMIA
YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES
PRODUÇÃO DE COENTRO CULTIVADO EM DIFERENTES
TEMPOS DE DECOMPOSIÇÃO DE MATA-PASTO
INCORPORADO AO SOLO
MOSSORÓ – RN
2009
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YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES
PRODUÇÃO DE COENTRO CULTIVADO EM DIFERENTES
TEMPOS DE DECOMPOSIÇÃO DE MATA-PASTO
INCORPORADO AO SOLO
MOSSORÓ-RN
2009
Monografia apresentada a Universidade Federal Rural
do Semi-Árido – UFERSA, Departamento de Ciências
Vegetais para a obtenção do título de Engenheiro
Agrônomo.
Orientador: Eng° Agr° MSc. Paulo César Ferreira
Linhares - UFERSA
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YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES
PRODUÇÃO DE COENTRO CULTIVADO EM DIFERENTES
TEMPOS DE DECOMPOSIÇÃO DE MATA-PASTO
INCORPORADO AO SOLO
APROVADA EM:_____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
Eng° Agr° M. Sc. Paulo César Ferreira Linhares (UFERSA)
(Presidente)
Engº Agr° Maiele Leandro da Silva (UFERSA)
(Co-orientadora)
Engº Agrº Maria Francisca Soares Pereira
(Conselheira)
Monografia apresentada ao Departamento de
Ciências Vegetais para a obtenção do título de
Engenheiro Agrônomo.
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A minha mãe Marlene Dantas Fernandes, pelo
incentivo em todas as horas que precisei e que
me acompanhou nesta grande conquista, ao meu
pai Francisco Dourimar Fernandes por ter me
ajudado e contribuído para que eu pudesse
chegar ao fim dessa jornada, ao meu irmão
Yally Ayaky Dantas Fernandes, amo vocês.
DEDICO!
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AGRADECIMENTOS
A DEUS por iluminar meus caminhos e me dar forças para seguir em frente nos
momentos difíceis da minha vida.
A minha mãe Marlene Dantas Fernandes, pelo carinho que me deu durante toda a
vida de por ter me amado sempre.
A meu pai Francisco Dourimar Fernandes, pela ajuda e incentivo para eu nunca
desistir.
Ao meu irmão Yally Ayaky, que apesar das brigas, sempre me ajudou no decorrer do
curso.
A todos os meus familiares pelo amor, carinho e conselhos nos momentos que
precisei.
A meu orientador Paulo Linhares, pela paciência, apoio e orientação ao longo desse
trabalho. A Maiele pelas sugestões e colaboração durante a elaboração deste trabalho.
Aos professores e funcionários da Universidade Federal Rural do Semi Árido por
passar os conhecimentos que adquiri.
Aos meus amigos: Jorge, Ewerton, Emiliano, Ketson, Felipe Bruno, Alexandre,
Boy Silvio, Júlio César, Thiago Araújo, Thiago Holanda (in memorian), Franco Eduardo,
Herlon, Klenio, Rodrigo, Renan, Raimundo, Wilson, Wigliff e Ney que no decorrer do
curso foram parceiros de trabalhos, de grupos de pesquisa, relatórios, e também fizeram parte
das discussões sobre futebol, provas, etc. enfim obrigado por ter conhecido vocês.
Ao meu amigo Vianney Reinaldo, que sempre me ajudou, me auxiliou, e se mostrou
prestativo sempre que precisei, e por nunca colocar dificuldades ao se tratar de ajudar alguém.
As todas as meninas da minha turma que me agüentaram durante esses cinco anos, e
me ajudaram nos momentos que precisei, adoro vocês.
Ao pessoal da casa 10, que me acolheram quando cheguei na Ufersa, a Hugo
Agripino, Jefferson Dantas, Hebert (queijo), pelo convívio durante o decorrer do curso.
A Thiago Holanda (in memorian) que foi uma grande pessoa e neste pequeno tempo
de convívio se mostrou ser um grande homem, uma pessoa de caráter sem igual, e que
infelizmente teve que partir um pouco mais cedo, porém não deixa de se formar no coração de
todos nós.
Enfim A TODOS que somaram para essa grande conquista da minha vida, seja de
forma direta ou indiretamente.
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RESUMO
Um experimento foi conduzido na casa de vegetação do Departamento de Ciências Vegetais
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, no período de
Agosto a Dezembro de 2009, com o objetivo de avaliar o desempenho agronômico do coentro
em função dos tempos de decomposição de mata pasto incorporado ao solo em vasos. Os
tratamentos foram constituídos por: T1 (mata pasto incorporado há zero dia); T2 (mata pasto
incorporado aos sete dias); T3 (mata pasto incorporado aos quatorze dias); T4 (mata pasto
incorporado aos vinte e um dias); T5 (mata pasto incorporado aos vinte e oito dias); e um
tratamento adicional (solo nu) T6. Com base na superfície do vaso (0,042m2), foi adicionado
55g de mata pasto na base seca, a, aproximadamente 13t/ha. A cultivar de coentro utilizada
foi a Verdão. As características avaliadas foram: altura de planta, número de hastes por
parcela, massa fresca da parte aérea e massa seca da parte aérea. Os diferentes tempos de
mata pasto incorporado influenciaram significativamente apenas no rendimento de massa
fresca da parte aérea.
Palavras-chave: Adubação verde. Senna uniflora. Coriandrum sativum L.
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Resultado da análise química do solo utilizado na época do cultivo,
UFERSA, Mossoró-RN, 2009................................................................................................
16
TABELA 2. Resumo das análises de variância para as características, Altura de planta
(AP), Número de hastes (NH), Massa verde (MV) e Massa seca (MS). UFERSA,
Mossoró-RN, 2009..................................................................................................................
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Altura das plantas de coentro em função de diferentes tempos de
decomposição do mata pasto incorporado, UFERSA, Mossoró-RN, 2009............................
19
FIGURA 2. Numero de hastes de coentro por parcela em função de diferentes tempos de
decomposição de mata pasto incorporado, UFERSA, Mossoró-RN, 2009............................
20
FIGURA 3. Massa fresca do coentro em função de diferentes tempos de decomposição do
mata pasto incorporado, UFERSA, Mossoró-RN, 2009.........................................................
21
FIGURA 4. Massa seca do coentro em função de diferentes tempos de decomposição do
mata pasto incorporado, UFERSA, Mossoró-RN, 2009.........................................................
21
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 12
2.1 A CULTURA DO COENTRO.................................................................................. 12
2.2 ADUBAÇÃO VERDE.............................................................................................. 13
2.3 MATA-PASTO.......................................................................................................... 14
3 MATERIAL E METODOS.................................................................................... 15
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTA............................................... 15
3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS.................................. 15
3.3 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS....................................................................... 16
3.3.1 Altura de plantas...................................................................................................... 16
3.3.2 Número de hastes..................................................................................................... 16
3.3.3 Matéria fresca da parte aérea (g)........................................................................... 17
3.3.4 Matéria seca da parte aérea (g).............................................................................. 17
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................................................ 17
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 18
5 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 23
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1 INTRODUÇÃO
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma hortaliça pertencente à família Apiaceae,
originaria da Costa do Mediterrâneo (Sul da Europa - Oriente Médio e África do Norte). É
uma planta anual, herbácea, com caule cilíndrico, estriado e pouco ramificado, que pode
atingir de 0,70 a 1,00m de comprimento. As folhas são de coloração verde-brilhante e
apresentam-se em duas formas: as inferiores pinadas e as superiores bipinadas. Exalam um
aroma forte e fétido quando esmagadas, lembrando o cheiro exalado por percevejos. Sua
floração ocorre entre a primavera e o verão.
Segundo Filgueira (1982) as folhas, com sabor e aroma muito ativos e peculiares, são
incorporadas às receitas culinárias de peixes e às sopas portuguesas e em diversos pratos
típicos do Nordeste do Brasil. Algumas estáticas confirmam que o coentro esteve em 10º
lugar no ano de 1977, e em 1978 atingiu o 5º lugar entre os produtos comercializados na
CEASA, PE, sendo ultrapassado pelo tomate, pela cebola, batatinha e abóbora (SOUZA,
1981).
Preferem regiões de clima quente, solos com boa fertilidade, profundos, bem
trabalhados, drenados e com boa exposição à luz. Recomenda-se uma adubação com esterco
de gado bem curtido, esterco de galinha ou composto orgânico, quando necessário. Água de
irrigação deve ser limpa e de boa qualidade; O cultivo deve ser preferencialmente orgânico:
sem aplicação de agrotóxicos, com rotação de culturas, diversificação de espécies, adubação
orgânica e verde, controle natural de pragas e doenças (VAZ; JORGE, 2007)
Para Oliveira et al. (2002) é possível a produção desta olerícola empregando
unicamente adubo orgânico, porém a aplicação de adubos minerais favorecem um melhor
desenvolvimento e crescimento das plantas.
O sistema de produção orgânica tem crescido nas últimas décadas, isso se deve pela
demanda cada vez maior por produtos orgânicos. Varias técnicas que eliminam adubos
minerais e agroquímicos estão sendo utilizada, uma deles é a adubação verde. Essa técnica
promove melhorias físicas, químicas e biológicas o solo, além de exercer importantes efeitos
no manejo das doenças e de plantas invasoras pelos efeitos físicos e/ou alelopáticos
(FONTANÉTTI, 2004). Porém esses efeitos são bastante variados dependendo da espécie a
ser utilizada, do manejo da biomassa, do tempo de permanência dos resíduos no solo, das
condições locais e da interação desses fatores (ALCÂNTARA et al., 2002).
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Pesquisa na região do Rio Grande do Norte sobre espécies nativas como adubo verde
vem demonstrando resultados satisfatórios. Linhares et al. (2009a) estudando a jitirana
(Merremia aegypta L.) em cobertura em diferentes tempos de decomposição na cultura de
rúcula obtiveram melhores resultados no tempo de 35 dias de decomposição. Estudos com a
flor-de-seda (Calotropis procera) incorporada ao solo avaliando o tempo de decomposição no
desempenho agronômico da rúcula proporcionaram maiores incrementos na cultura nos
tempos de 0 e 15 dias (LINHARES et al., 2009b)
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A CULTURA DO COENTRO
Muitas olerícolas encontram no Brasil condições edafoclimáticas favoráveis
(SACRAMENTO, 2000), mas seus cultivos e comercialização ainda não são
expressivos. O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma das hortaliças mais comuns na
culinária, cujas folhas e sementes são utilizadas na composição e decoração de diversos
pratos regionais. A cultura se adapta bem em regiões de clima quente e se mostra
intolerante a baixas temperaturas (FILGUEIRA, 2000). Seu cultivo é praticado por
pequenos produtores, em hortas domésticas, escolares e comunitárias, e não objetiva
apenas a produção de massa verde, comercializada em feiras livres e supermercados,
mas também a produção de frutos, utilizados nas indústrias alimentícia e cosmética.
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma olerícola, consumido em diversas
regiões do Brasil, especialmente no Norte e Nordeste. Seu cultivo visa não somente a
obtenção de massa verde utilizada na composição de diversos pratos, como o uso para
tempero. As sementes são bastante utilizadas na indústria como condimento para carne
defumada e na fabricação de pães, doces, picles e licores finos. (Pedrosa et al., 1984).
O coentro é uma das hortaliças mais populares da culinária nordestina, cujas
folhas e sementes são utilizadas na composição e decoração de diversos pratos
regionais. Embora seja considerada uma cultura de fundo de quintal, grande número de
produtores está envolvido com o seu cultivo durante todo o ano, tornando-o uma cultura
de grande importância social e econômica (NASCIMENTO; PEREIRA, 2005).
Por apresentar precocidade em seu ciclo (45-60 dias), esta cultura garante
retorno rápido do capital investido, aumentando a renda das famílias envolvidas na
exploração, viabilizando a mão-de-obra familiar ociosa, tornando-se, então, uma espécie
de notável alcance social (HAAG; MINAMI, 1998).
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2.3 ADUBAÇÃO VERDE
É reconhecida a importância e a necessidade da adubação orgânica em
hortaliças, principalmente nas folhosas visando compensar as perdas de nutrientes
ocorridas durante seu cultivo (KIMOTO, 1993).
Atualmente, a preocupação com o ambiente e a qualidade de vida tem difundido
amplamente as correntes de agricultura alternativa, dentre elas, a agricultura orgânica.
Esse sistema de produção tem crescido continuamente, em função de uma demanda
cada vez maior por produtos orgânicos. O Brasil ocupa a 13ª posição mundial quanto à
área destinada à agricultura orgânica certificada, com mais de 275 mil hectares. Dentre
os alimentos produzidos, destacam-se as olerícolas para o mercado interno
(TRIVELLATO; FREITAS, 2003).
A utilização de adubos verdes na adubação complementar das hortaliças é uma
prática que pode viabilizar o sistema de produção orgânico. Para Calegari et al. (1993)
existem diversos efeitos da adubação verde na fertilidade do solo, entre eles estão: o
aumento do teor de matéria orgânica, a maior disponibilidade de nutrientes, a maior
capacidade de troca de cátions efetiva, a diminuição dos teores de alumínio e a
capacidade de reciclagem e mobilização de nutrientes. Esses efeitos são bastante
variáveis, dependendo da espécie utilizada, do manejo dado à biomassa, da época de
plantio e de corte do adubo verde, do tempo de permanência dos resíduos no solo, das
condições locais e da interação entre esses fatores (Alcântara et al., 2000).
O mercado de produtos orgânicos vem crescendo no Brasil e no mundo a uma
taxa de até 50% ao ano. Neste contexto, o cultivo de hortaliças com adubos orgânicos
tem aumentado nos últimos anos, graças principalmente aos elevados custos dos adubos
minerais e aos efeitos benéficos da matéria orgânica em solos intensamente cultivados
com métodos convencionais (ASANO, 1984; RODRIGUES, 1990). As altas
produtividades obtidas com o uso intensivo de capital, de fertilizantes inorgânicos e de
agrotóxicos têm sido questionadas não só por suas contradições econômicas e
ecológicas, mas também por desprezar aspectos qualitativos importantes da produção
vegetal (Santos, 1993; Santos et al., 1994).
Respostas da cultura vêm sendo averiguadas com o emprego de adubos
orgânicos, como intuito de se descobrir formas de utilização desses materiais em seu
benefício. Santos et al. (1999) testaram na cultura do rabanete, as doses de compostos
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orgânicos 120, 90, 60 e 30t ha-1e os resultados demonstraram que a aplicação destas ao
solo, incrementaram a produção de massa seca, tanto da parte aérea como do sistema
radicular.
2.3 MATA PASTO (Senna uniflora)
O mata-pasto, durante muitos anos, foi considerado como Cassia tora L., porém,
após revisão de Irwin; Barnaby (1982) passou a ser designado como Senna obtusifolia
(L.) H. S. Irwin; Barneby. É uma leguminosa herbácea, de ciclo anual, com ampla
dispersão nas regiões tropicais e sub-tropicais do mundo. Com relação à fenologia do
mata-pasto, Kissmann; Groth (1992) afirmaram que a produção de flores por planta não
é elevada, mas o florescimento é indeterminado e contínuo por longo tempo. Segundo
Costa et al. (2002), aos três meses após o início das chuvas começa a fase de produção
de flores do mata-pasto e, um mês mais tarde, a produção de frutos. As folhas, flores e
frutos caem completamente ao final do período chuvoso. Nascimento et al. (2001)
observaram que nas folhas de mata-pasto, os porcentuais de proteína bruta, cálcio e
fósforo, foram de 28,63%, 1,33% e 0,28%, respectivamente, aos 30 dias de idade das
plantas. Estes valores alteraram-se para 11,75%, 3,07% e 0,16%, respectivamente, aos
180 dias. Nos caules, o teor de proteína bruta reduziu-se de 22,46% aos 30 dias para
2,44% aos 180 dias.
No que diz respeito ao uso do mata-pasto (Senna uniflora (L.) H. S. Irwin e
Barneby), como adubação verde, Brito (2008) estudando a produção de rúcula observou
que o melhor tempo de incorporação do mata-pasto como adubo verde é de 30 dias
antes da semeadura.
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3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL
O experimento foi conduzido na casa de vegetação do Departamento de Ciências
Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), em Mossoró-RN, no
período de agosto a outubro de 2009. O município de Mossoró situa-se a 5º11’ de latitude sul
e 37º20’ de longitude oeste e altitude de 18 m. segundo Thornthwaite, o clima local é DdAa’,
ou seja, semi-árido, megatérmico e com pequeno ou nenhum excesso d’água durante o ano, e
de acordo com Köppen é BSwh’, seco e muito quente, com duas estações climáticas: uma
seca, que geralmente compreende o período de junho a janeiro e uma chuvosa, entre os meses
de fevereiro e maio (CARMO FILHO; OLIVEIRA, 1989).
3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS
Empregou-se o delineamento inteiramente casualizado com sete tratamentos e quatro
repetições, sendo cada vaso considerado como unidade experimental. Os tratamentos foram
constituídos por: Os tratamentos serão constituídos por: T1 (mata pasto incorporado há zero
dia); T2 (mata pasto incorporado aos sete dias); T3 (mata pasto incorporado aos quatorze dias);
T4 (mata pasto incorporado aos vinte e um dias); T5 (mata pasto incorporado aos vinte e oito
dias); e um tratamento adicional (solo nu) T6. Com base na superfície do vaso (0,042m2), foi
adicionado 55g de mata-pasto na base seca, a, aproximadamente 13t/ha.
O mata-pasto utilizado foi coletado de uma área, de aproximadamente 2,0 ha,
completamente ocupada com plantas que nascem espontaneamente assim que se inicia o
período chuvoso. Após a colheita, a planta foi triturada em máquina forrageira convencional,
obtendo-se partículas de 2,0 a 3,0 cm, seco ao sol com as seguintes características: 20% de
matéria seca; 2,0% de N-Total e produção de 2,5Kg/m2 de massa verde.
Para enchimento dos vasos, de área de 0,042 m2, foi utilizado solo coletado na fazenda
experimental Rafael Fernandes (UFERSA), classificado como argiloso, cuja análise química,
procedida de acordo com a metodologia preconizada pela Embrapa (1999), apresentou os
seguintes resultados na camada arável de 0-20 cm (Tabela 1).
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Tabela 1. Caracterização química do solo utilizado no experimento.
pH C/N MO P Na+ K
+ Ca
2+ Mg
2+ Al
3+
g kg-1 % - - - - mg . dm-3- - - - - - - - Cmolc . dm-3- - - - - -
6,0 - 0,36 7,7 44,8 44,7 2,00 0,5 0,00
A cultivar de coentro utilizada foi a Verdão, criada pela Empresa Agropecuária do
Pernambuco (IPA), adaptada às condições edafoclimáticas das regiões Norte e Nordeste do
Brasil. Apresenta folhas com coloração verde escuro brilhante, tolerante a doenças de
folhagem e de ciclo longo quando comparada com outros cultivares (MOURA NETO, 1993).
Em cada vaso, foram abertas quatro covas e semeadas em média seis sementes de coentro por
cova. Sete dias após a semeadura foi realizado o desbaste. Aos 35 dias após o plantio (DAP),
as plantas foram coletadas e transferidas para o laboratório de Pós-colheita do Departamento
de Ciências Vegetais, para a determinação das características de crescimento.
3.3 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS
3.3.1 Altura de plantas
Foi determinada em uma amostra de oito plantas, retiradas das repetições dos referidos
tratamentos, através de uma régua, a partir do nível do solo até a extremidade da folha mais
alta, e expressa em centímetro.
3.3.2 Número de Hastes
Determinado na mesma amostra de oito plantas, contando-se o número de hastes por
planta, expresso em termos de média parcela.
3.3.3 Matéria fresca da parte aérea (g)
Determinada da mesma amostra anterior, a partir do peso em balança de precisão de
quatro casas decimais expressa em g.parcela-1
.
3.3.4 Matéria seca da parte aérea (g)
Tomada da amostra anterior, na qual foi determinada a massa seca em estufa com
circulação forçada de ar a 65o C, até atingir peso constante, e expresso em g.parcela
-1.
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3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para análise estatística dos dados foi realizada a análise de variância, utilizando-se o
software SISVAR 3.01 (FERREIRA, 2000), onde foi aplicado o teste de Tukey ao nível de
5% de probabilidade para contrastes das médias. Quando houve significância para o fator
tempo de decomposição, foi feita análise de regressão, definindo o melhor ajuste para as
características avaliadas através de modelos de regressão pelo programa TABLE CURVE v
5.01 (JANDEL SCIENTIFIC, 1991).
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os resultados da análise de variância (TABELA 2), pode-se observar
efeito significativo apenas para a característica rendimento da massa verde em função dos
tempos de decomposição do mata-pasto (Figura 3), avaliadas ao nível de 1% de
probabilidade.
Tabela 2. Resumo das análises de variância para as características, Altura de planta (AP), Número de hastes (NH), Massa v e r d e ( M V ) e M a s s a s e c a ( M S ) . U F E R S A , M o s s o r ó - R N , 2 0 0 9 .
FV
GL
QUADRADOS MÉDIOS (características)
AP
(cm/planta)
NH
(parcela)
MV
(g/parcela)
MS
(g/ parcela)
TRATAMENTOS 5 2,76ns 0,86ns 3,74* 2,63ns
R E S Í D U O 18 - - - -
T O T A L 23 - - - -
M - 10,16 30,25 10,02 6,58
C V ( % ) - 33,09 36,06 23,67 8,19
M- média / CV- coeficiente de variância/**significativo a 1% de probabilidade do teste F./ns -não significativo
Na figura 1 pode-se observar que não houve efeito significativo para altura de plantas,
entretanto a maior altura foi encontrada no tempo sete dias de decomposição do material
utilizado, alcançando uma altura média de 13,85 cm, essa altura decresceu em torno de 4,6 cm
para o tempo de decomposição de quatorze dias. Linhares et al. (2009) avaliando diferentes
tempos de decomposição do mata-pasto na cultura da rúcula obteve a maior altura no tempo
de decomposição de 30 dias.
O material utilizado como adubo verde é uma leguminosa, que são plantas ricas em
nitrogênio. Para Oliveira (2003) doses crescentes de N proporcionam aumento na altura do
coentro.
19
Figura 1. Altura das plantas de coentro em função de diferentes tempos de decomposição do mata pasto incorporado.
Os resultados observados para o número de hastes demonstram que houve um
decréscimo com o decorrer do aumento de tempo de decomposição do mata-pasto (Figura 2).
O maior número de haste foi encontrado no tempo decomposição de sete dias (36
hastes.parcela-1
), quando comparada ao solo nu obteve um aumento de 100%, pois neste
tratamento as plantas não desenvolveram. Linhares et al (2009) estudando tempo de
decomposição da salsa na cultura da rúcula observou que o tempo de 18,3 dias foi o que
proporcionou maiores número de folhas.
O tempo de decomposição encontrado para as características avaliadas pode ser
explicado devido à quantidade de adubo adicionado no solo (13 t.ha-1
), esta talvez seja uma
dose baixa para a cultura estudada.
20
Figura 2. Numero de hastes de coentro por parcela em função de diferentes tempos de decomposição
de mata pasto incorporado.
O rendimento de massa verde foi significativo ao nível de 5 % de probabilidade, com
comportamento polinomial resultando um valor entre 8,49 a 14,08 g.parcela-1
, um incremento
médio de 5,59g do maior ao menor peso, resultados estes diferentes ao de Oliveira et al.
(2002) que obteve um média de 5 kg.m-2
de rendimento de massa verde do coentro produzido
com esterco bovino e adubação mineral.
Observa-se ainda para esta característica que o melhor tempo de decomposição foi de
sete dias, semelhante as demais características avaliadas, diferindo assim dos resultados
encontrado por Linhares et al. (2009) afirmando que a velocidade de decomposição do mata-
pasto influenciou ao rendimento de massa verde da rúcula pela disponibilidade dos nutrientes
do material orgânico, este mesmo autor relata que o mata-pasto possui uma decomposição
mais lenta evidenciado que o melhor tempo de decomposição encontrado foi de 30 dias, em
contra partida aos resultados encontrado neste trabalho.
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Figura 3. Massa fresca da parte aérea de coentro em função de diferentes tempos de decomposição do
mata pasto incorporado.
A resposta do tempo de decomposição do mata-pasto obteve efeito não significativo
para o rendimento de massa seca, porém alcançou seu máximo estimado de 7,35 g.parcela-1
no tempo de sete dias de decomposição, assim como as demais características avaliadas
observou que houve um aumento de 100% para o coentro desprovido de nenhum tipo de
adubo.
Figura 4. Massa seca do coentro em função de diferentes tempos de decomposição do mata pasto
incorporado.
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5 CONCLUSÃO
Através dos resultados observa-se que a cultura do coentro pode ser cultivada com o
mata-pasto no tempo de decomposição de sete dias, pois quando comparada ao coentro sem
adubação, todas as características avaliadas obteve um acréscimo de 100%.
Os baixos valores obtidos neste trabalho podem ser explicados pela baixa dose de
mata-pasto incorporado ao solo.
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REFERÊNCIAS
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degradado. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 35, p. 277-288
ASANO, J. Effect of organic manures on quality of vegetables. Japan Agricultural
Research Quarterly, Ibaraki, v. 18, n. 1, p. 31-36, 1984.
BRITO, B. F. Velocidade de decomposição do mata-pasto (Senna uniflora (P. Mill.) H. S.
Irwin & Barneby) no desempenho agronômico da rúcula (Euruca sativa Hill) cultivar
cultivada./ – Mossoró: 2008
CALEGARI, A.; MONDARDO A; BULISANI EA; COSTA MBB; MIYASAKA S;
AMADO TJC. 1993. Aspectos gerais da adubação verde. In: COSTA, M. B. B. (Coord).
Adubação verde no sul do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Assessoria e Serviços a Projetos em
Agricultura Alternativa. p.1-56.
CARMO FILHO, F. do & OLIVEIRA, O. F. de. Mossoró: um município do semi-árido
nordestino. Características climáticas [e] aspectos florísticos. Mossoró: ESAM, 1989. 62p.
(Col. Mossoroense, Série B, 672).
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L. P. de. Leguminosas forrageiras da caatinga: espécies importantes para as comunidades
rurais do sertão da Bahia. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2002,
112p.
FERREIRA, D. F. 2000. Sistema SISVAR para análises estatísticas: manual de orientação.
Lavras: Universidade Federal de Lavras/Departamento de Ciências Exatas, 37p.
FILGUEIRA, F. A. R. Manual de olericultura: cultura e comercialização de hortaliças. São
Paulo: Ceres, 1982. v. 2, p. 25-26.
FILGUEIRA, F. A. R.; Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção
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FONTANÉTTI, A.; CARVALHO, G. J.; MORAIS, A. R.; ALMEIDA, K.; DUARTE, W. F.
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HAAG, H. P.; MINAMI, K. Nutrição mineral em hortaliças. 2ª ed., Campinas: Fundação
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