Post on 10-Nov-2018
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
DE PRODUTOS: O PROJETO DE UM
COOLER PARA LATÃO DE CERVEJA
Elton Cesar dos Santos Silva (UFCG )
elton-ceesar@hotmail.com
Franciel de Carvalho Monte (UFCG )
franciel_monte@hotmail.com
Lanne Karelle Vieira Aragao (UFCG )
lannearagao@gmail.com
Luan Emerson Soares de Lima (UFCG )
luanemerson8@gmail.com
Pamela Caroline Silva de Oliveira (UFCG )
pamela.caroline.ufcg@gmail.com
O mundo competitivo em que as empresas se deparam atualmente
exige delas a criação de novas ideias e com isso novos produtos para
que possam continuar a atuar competitivamente, e a inovação é um
fator essencial para atingir esse objetivo. IInovação é a chave para a
sobrevivência das empresas, assim é um diferencial e deve ser utilizada
como parte estratégica das organizações. Portanto, desenvolver novos
produtos e aperfeiçoar com qualidade os já existentes é uma forma de
a empresa se manter no mercado e também conquistar novos
territórios. Além disso, o processo e a gestão do desenvolvimento de
produtos é umas das grandes áreas de atuação do engenheiro de
produção, que graças a sua formação abrangente, é capaz de integrar
as diferentes áreas envolvidas nesses processos. Assim, esse trabalho
tem como objetivo aplicar conceitos da literatura existente sobre o
Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) a fim de expor as
fases do processo de desenvolvimento de um cooler para latão de
cerveja visando à criação de um produto inovador e competitivo para o
mercado de cervejaria.
Palavras-chave: Processo de desenvolvimento de produtos; Inovação;
Cooler para cerveja.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
As empresas de países desenvolvidos utilizam a inovação de novos produtos como estratégia
para sair de suas crises ou prosperarem em seus negócios, consequentemente aumentando a
competitividade, para isso estas ampliam a variedade e a frequência de novos produtos
introduzidos no mercado (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007). A nova competição
empresarial, fortemente focada no desenvolvimento de novos produtos, exige que o Processo
de Desenvolvimento de Produtos (PDP) seja um processo dinâmico e flexível (MACHADO
& TOLEDO, 2006 e ROZENFELD et al., 2006). Ademais, Arai et al. (2003) ressaltam que a
atividade de desenvolvimento de novos produtos é arriscada, uma vez que pode representar
um sucesso, auferindo os lucros esperados, ou mesmo um fracasso, que representa um
prejuízo com o investimento dos recursos envolvidos.
Além disso, o desenvolvimento de produtos é um processo complexo que envolve vários
estágios que precisam ser filtrados e também se deve considerar a forma que a empresa os
executa (velocidade, eficiência, qualidade do trabalho), pois esses fatores serão determinantes
para a competitividade do produto (TAKAHASHI & TAKAHASHI, 2007). Assim, percebe-
se que, os processos envolvidos no desenvolvimento de produtos são extremamente
importantes para o sucesso do mesmo. De acordo com Cheng & Filho (2007) é possível
elencar alguns tópicos referentes ao sucesso na Gestão de Desenvolvimento de Produtos: o
processo de desenvolvimento de produtos (PDP); o suporte da alta administração aos projetos;
a necessidade premente de uma organização interfuncional; a necessidade de flexibilização da
arquitetura organizacional para a estruturação da interfuncionalidade.
Dessa forma, entende-se que tanto o processo de desenvolvimento de produtos (PDP) quanto
à gestão de desenvolvimento de produtos (GDP) são processos essenciais para o aumento da
competitividade das organizações. Estes são processos sistêmicos com características multi e
interdisciplinares que devem seguir metodologias e etapas. Assim O PDP e a GDP são umas
das grandes áreas do engenheiro de produção que com sua formação abrangente poderá
utilizar das diversas áreas envolvidas nesses processos a fim de desenvolver produtos
inovadores e tornar as empresas mais competitivas.
Portanto, observou-se o mercado de cervejaria como um potencial consumidor de coolers para
armazenamento de lata de cerveja. O projeto foi desenvolvido com embasamento na literatura
existente, objetivando a fabricação de um produto inovador, no qual visa qualidade e
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comodidade no ato de tomar cerveja. O produto não chegou a ser fabricado, foi feito apenas o
modelo para a análise de sua principal função, que é a de manter a baixa temperatura da
cerveja por um período de tempo maior que a de produtos já existentes. Além disso, foi
desenvolvido teoricamente o projeto do produto com a apresentação do produto final em 3D.
2. Geração do conceito
A geração do conceito consistiu-se no estudo preliminar visando à definição de mercado,
clientes, concorrentes em potencial, principais características do produto, distribuição, preço,
qualidade, análise de viabilidades, delimitação de público alvo e especificações de
oportunidades. O estudo mostra como um conceito para um produto novo é gerado,
apresentando suas principais fontes de geração de conceito para criar novos produtos, as
ideias para gerar um novo produto parte de duas origens distintas. Fontes externas, que são os
consumidores ou concorrentes; e fontes internas, que são o departamento de pesquisa e
desenvolvimento, sugestões do pessoal de contato com os clientes e a própria análise das
necessidades do mercado consumidor (SLACK, 1996). Conforme a figura a seguir:
Figura 1 - Origem das Ideias (SLACK, 1996)
Fonte: Adaptado de Slack (1996)
Em seguida, é feito a triagem, analisando a viabilidade e aceitabilidade do projeto do novo
produto. De acordo com Slack (1997), as pessoas que lidam com projeto de novos produtos
deverão estar atentas a responder algumas questões como:
Quais investimentos financeiros e gerenciais serão necessários?
Qual retorno em melhoria de desempenho e finanças o projeto possibilitará?
Quais os riscos que se corre se as coisas saírem erradas?
Quais os riscos que se corre se não realizarmos o projeto?
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Se o setor de criação de produto responder essas questões abordadas de forma equivocada e
não passar satisfação, o novo conceito será arquivado ou simplesmente excluído do processo.
Um dos grandes problemas encontrados pelo público consumidor de cerveja, diz respeito ao
processo de retardar o descongelamento do produto. Diante da situação, foi encontrada uma
possível solução desse problema com a criação de um cooler para latão de cerveja, para
retardar o processo de descongelamento da mesma enquanto sendo consumida. Um produto
que, embora seja de baixa complexidade, seja capaz de satisfazer esse tipo de necessidade,
sendo então, de grande utilidade.
2.1. Geração de ideias
As ideias podem surgir das mais diversas fontes e contextos. Existem várias fontes conhecidas
e utilizadas para geração de ideias. As mais comuns são: brainstorming, grupos de discussão,
questionários nas empresas, sugestões, pesquisas formais, dentre outras.
Inicialmente, foi aplicado o método brainstorming, e a ideia que prevaleceu foi a de
desenvolver um cooler para latão de cerveja, para retardar o processo de descongelamento da
mesma enquanto sendo consumida. Assim, o público alvo seria o de pessoas que consomem
cervejas o que é considerado um nicho de mercado bastante amplo. Com relação ao caráter de
inovação, pode-se considerar a eficiência do cooler se comparado aos produtos com
finalidades similares existentes no mercado atualmente. Sendo assim um produto muito útil
para os consumidores que desejam que a cerveja permaneça gelada enquanto a consomem. O
esboço do poduto está apresentado na figura 2. Inicialmente, foi considerado que para a
fabricação do produto são necessários: isopor, recipiente de metal, material plástico (para o
isolador e o lacre), e fio de metal.
Figura 2 - Ideia inicial do produto
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Fonte: Elaborada pelos autores (2016)
2.2. Análise de viabilidade
O objetivo desta etapa é analisar a viabilidade do produto, ou seja, fazer pesquisas para
verificar se o preço do produto é compatível com o que o mercado está disposto a pagar por
ele e se já existem similares, ou o próprio produto no mercado.
O referente produto foi pesquisado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI),
verificando-se a existência do mesmo. O resultado da pesquisa é apresentado a seguir na
figura 3:
Figura 3 - Análise do produto através do INPI
Fonte: Instituto nacional de propriedade industrial (2015)
2.3. Descrição da oportunidade em termos comerciais
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Segundo a CERVBRASIL (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja) o Brasil ocupa
atualmente o 3º lugar no ranking mundial de produção de cerveja, e em 2012 teve um
consumo anual per capita de 68,3 litros. Bem como, dentre as mais variadas marcas e tipos de
cervejas, encontram-se as cervejas conhecidas popularmente como “super latão”, que são
cervejas vendidas em latas de 550 ml. Esse tipo de cerveja assim como as demais existentes
no mercado brasileiro são culturalmente bebidas geladas. Analisando essas características de
consumo e possíveis produtos existentes no mercado percebeu-se a necessidade de criação de
um produto que pudesse retardar o processo de descongelamento da cerveja de forma mais
eficiente, sendo assim o produto criado por uma possível demanda de mercado.
Comparando-o com produtos de finalidades semelhantes já existentes no mercado, percebe-se
uma limitação muito grande destes, tal como baixa eficácia e praticamente nenhuma variação
no grau de funcionalidade entre os produtos concorrentes. Os produtos atuais são baratos, mas
consequentemente apresentam uma eficiência baixa. Estes são feitos apenas de isopor que é o
único material que protege a lata do ambiente externo. Assim, podem ser considerados
produtos não tão eficazes, pois não retardam o descongelamento da cerveja na lata por um
período muito longo gerando a desaprovação dos consumidores. O benefício básico do
produto em pauta seria o de retardar o processo de descongelamento da cerveja na lata, porém
de uma forma mais planejada. Assim, sendo sua eficiência a principal característica que o
diferencia dos demais produtos existentes.
3. Projeto preliminar
3.1. Definição da forma e especificação dos materiais
Nessa fase foi desenvolvido o arranjo definitivo do projeto com a definição da forma e
especificação dos materiais, conforme apresentados na figura e na tabela abaixo:
Figura 4 – Definição da forma do produto
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Fonte: Elaborada pelos autores (2016)
O produto desenvolvido será constituído de um compartimento externo de isopor que o
revestirá por completo e terá uma tampa. Haverá também um compartimento interno feito de
metal e um lacre de plástico removível. Além disso, o material que envolve o recipiente
interno e fecha o vácuo (isolador) será de plástico, e o suporte do lacre, feito de um material
metálico maleável.
3.2. Análise das funções e análise de valores
A análise das funções do produto é uma técnica orientada para o consumidor. Onde, as
funções do produto são apresentadas como são percebidas e avaliadas por eles. Assim, a fim
de aumentar o conhecimento sobre o produto do ponto de vista funcional, analisaram-se as
funções do mesmo utilizando a ferramenta “árvore funcional”.
Figura 5 - Árvore funcional do produto
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Fonte: Elaborada pelos autores (2016)
A análise de valores procura aumentar o valor relativo (em relação ao custo) das peças e
componentes e do produto como um todo, sem comprometer as suas funções e nem a
qualidade, baseando-se nas seguintes etapas:
Identificar as funções de um produto;
Estabelecer valores para essas funções;
Procurar realizar essas funções ao mínimo custo, sem perda de qualidade.
Analisando o conceito de identificação das funções de um produto, temos que:
As funções podem ser classificadas quanto à hierarquia como:
1. Principal – explica a existência do produto;
2. Básicas – são aquelas que fazem funcionar o produto;
3. Secundárias – são aquelas que suportam, ajudam, possibilitam ou melhoram a
função básica.
E também podem ser classificadas quanto à finalidade como:
1. Uso – possibilitam o funcionamento do produto e podem ser tanto básicas como
secundárias;
2. Estima – são aquelas características que tornam o produto atrativo e excitam o
consumidor, aumentando o desejo de possuí-lo.
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Assim, a fim de fazer uma analise funcional mais profunda do produto, foi gerada uma tabela
de classificação de funções. Vale ressaltar que a função principal do produto é a de retardar o
processo de descongelamento da cerveja.
Tabela 1 - Classificação das funções do produto
Componente Função Básico Secundário Uso Estima
Tampa
Proteger a cerveja do contato com o
ambiente externo
x x
Permitir acesso à parte interna do
cooler
x x
Revestimento
Externo
Proteger a cerveja do contato com o
ambiente externo
x x
Permitir um bom manuseio do
produto
x x
Armazenar solução x x
Criar Beleza x x
Revestimento
Interno
Transferir a temperatura da solução
para a lata
x x
Permitir que cerveja permaneça
gelada por mais tempo
x x
Armazenar lata de cerveja x x
Encaixe para
Tampa
Permitir o encaixe da tampa ao
recipiente externo
x x
Isolador Não deixar que a solução
derrame/saia do vácuo
x x
Lacre
Possibilitar a entrada da solução no
vácuo
x x
Não deixar que a solução
derrame/saia do vácuo
x x
Suporte do Lacre Facilitar retirada/encaixe do lacre x x
Corpo Permitir pega x x
Facilitar encaixe da cerveja x x
Fonte: Elaborada pelos autores (2016)
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3.3. Concepção do estilo
Tendo-se definido as características funcionais do novo produto, deve-se pensar no seu estilo.
Isso significa uma definição da forma global do produto (BAXTER, 2011).
O estilo do produto foi definido de acordo com a finalidade do mesmo. A necessidade de
encaixar a lata de cerveja em um recipiente deu a ideia imediata de qual formato básico o
produto teria. A aparência externa deste não se diferencia muito dos produtos concorrentes,
sendo na parte interna o grande diferencial físico e funcional. Pode-se dizer que esse produto
não necessita de um acabamento muito caprichado já que o foco principal está na sua
funcionalidade. Conclui-se que é desejável um acabamento simples, mas com aspecto
confortável ao tato e que seja de fácil manuseio para o consumidor.
4. Planejamento do projeto
4.1. Divisão do processo de projeto em etapas
Projetos costumam ser divididos em várias etapas para facilitar seu entendimento e sua gestão
e ligá-los a outras operações institucionais. No conjunto, as fases do projeto são conhecidas
como seu ciclo de vida. A divisão em etapas do ciclo de vida de um projeto ajuda a
estabelecer metas cumulativas e a facilitar a coordenação de pessoas e processos.
Neste trabalho, o processo foi dividido em várias etapas até se chegar ao resultado final, onde
realmente podem ser colocadas em prática todas as atividades para a fabricação do produto
original. Essas etapas são:
Geração de ideias (Brainstorming);
Análise de viabilidade;
Descrição de oportunidade em termos comerciais;
Definição da forma e especificações;
Análise das funções e valores;
Concepção do estilo;
Desenvolvimento do modelo;
Teste de eficiência e confiabilidade;
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Projeto escrito;
4.2. Estimativa otimista e pessimista
Estimativa otimista:
Consideramos que o nosso produto se diferencia dos demais principalmente na eficiência,
pois os produtos já existentes (isopor, e isopor revestido com plástico) apesar de retardarem o
processo de descongelamento da cerveja, não são tão eficientes e eficazes se comparados ao
nosso.
O nicho de mercado do produto em desenvolvimento é muito grande, consequentemente
considera-se que o produto terá um amplo mercado consumidor.
Estimativa pessimista:
Em relação a valores, o nosso produto terá um preço maior do que os produtos de
concorrentes diretos, gerando uma possível desvantagem competitiva.
O produto em desenvolvimento nesse trabalho terá algumas restrições de uso, por ser bem
específico.
5. Construção e teste do modelo
Para execução dessa etapa foi necessária à criação do modelo e a visualização do produto em
3D. A construção do produto para demonstração foi considerado um “modelo” e não um
protótipo, pois houve restrições de materiais, assim como de instrumentos necessários para a
produção do protótipo, além disso, o mesmo foi construído em escala menor que a do produto
real. Assim, a construção do modelo serviu especialmente para demonstrar a capacidade de
conseguir manter a cerveja gelada por muito mais tempo (funcionalidade), uma vez que esta
estará numa baixíssima temperatura por conta da solução (gelo + sal) colocada entre o
recipiente externo e interno (vácuo).
O processo de produção do modelo foi realizado de acordo com as seguintes etapas: O
recipiente externo de isopor foi cortado, o copo de metal (recipiente interno) foi colado dentro
do recipiente de isopor, um isolador de isopor foi colocado entre o recipiente externo e o copo
de metal (recipiente interno) e revestido com massa de modelar para melhorar o acabamento e
isolamento. Parte do isopor cortado do isolador serviu como lacre, e o apoio para lacre foi
adicionado. Por fim, fizemos um acabamento no revestimento externo do modelo a fim de
gerar uma melhor aparência (por conta dos cortes feitos no recipiente externo feito de isopor).
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Vale ressaltar que essas etapas de produção do modelo diferem das etapas de produção do
produto real. O modelo do produto é apresentado na figura abaixo.
Figura 6 – Modelo do produto
Fonte: Elaborada pelos autores (2016)
Após a construção do modelo, o mesmo foi testado para analisar se de acordo com o
planejado, este teria uma eficiência maior no processo de conservação da temperatura da
cerveja. Para isto, utilizou-se de uma solução congelada de água e sal, que, para ser colocada
no recipiente precisou ser triturada. Vale ressaltar que o processo de utilização deste produto é
muito específico, pois para o seu correto funcionamento, precisa-se de materiais
complementares, neste caso, a solução congelada de água e sal. Assim, verificou-se que ao
colocar a solução água e sal no recipiente a cerveja durou muito mais tempo gelada que nos
demais coolers feitos apenas de isopor. Mostrando assim a eficiência do modelo desenvolvido
e fortalecendo as ideias preliminares do projeto. Desta forma, pode-se concluir que a função
principal do produto seria alcançada sendo o mesmo produzido com todos os recursos
necessários para a produção do produto real.
Por fim, foi desenvolvida a visualização em 3D do produto real. Apresentado na a seguir.
Figura 7 – Visualização em 3D do produto
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Fonte: Elaborada pelos autores (2016)
6. Considerações finais
Neste trabalho, utilizou-se de conhecimentos na área de planejamento e projeto do produto
para representar o passo a passo de como se desenvolver um produto de acordo com a
literatura básica. Apesar de o produto real não ter sido produzido, o objetivo do projeto foi
atingido, já que se conseguiu inserir dentro de um contexto literário, todo o processo de
desenvolvimento de um novo produto. Assim, foi produzido apenas o modelo, para
demonstração da principal função do produto em pauta, que é o de manter a temperatura da
cerveja baixa, conservando-a por mais tempo em condições satisfatórias para o consumo.
Além disso, o desenvolvimento deste trabalho proporcionou a experiência de desenvolver
algo novo, colocando em prática o conhecimento de diversas áreas, e mostrando a importância
do planejamento e projeto de produto para o engenheiro de produção. Assim como, ficou
claro que o desenvolvimento de produto pode ser uma peça fundamental para as empresas,
tornando-as mais competitivas no mercado atual.
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REFERÊNCIAS
ARAI, A. et al. Projeto de produto aplicado à situação de trabalho dos vendedores ambulantes de praias: o
desenvolvimento de caixa térmica ergonômica. XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Ouro
Preto, 2003.
BAXTER, M. Projeto de Produto: Guia prático para o design de novos produtos. 3ª ed. São Paulo: Editora
Blucher, 2011.
CERVBRASIL (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja – Anuário 2014) Disponível em:
<www.cervbrasil.org.br>
CHENG, L. C. E FILHO, L. D. R. M. QFD – Desdobramento da função qualidade na gestão de
desenvolvimento de produtos. São Paulo: Editora Blucher, 2007.
INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/>
MACHADO, M.C. & TOLEDO, N. N. Criação de valor no Processo de Desenvolvimento de Produtos: Uma
avaliação da aplicabilidade dos princípios e práticas enxutas. Revista Gestão Industrial. Ponta Grossa. v. 2. n. 3.
p. 142-153, 2006.
ROZENFELD, H.; FORCELLINI, F.A.; AMARAL, D.C.; TOLEDO, J.C.; SILVA, S.L.; ALLIPRANDINI,
D.H.; SCALICE, R.K. Gestão de Desenvolvimento de Produtos: uma referência para a melhoria do processo.
São Paulo: Saraiva, 2006.
SLACK ET AL. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.
TAKAHASHI, S. & TAKAHASHI, V. P. Gestão de inovação de produtos: estratégia, processo, organização e
conhecimento. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2007.