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PRESENÇA NOS CONTEXTOS NATURAIS E NOS CONTEXTOS
MEDIADOS
Miguel de LimaAluno da Universidade Aberta
UC - Materiais e Recursos para E-Learning
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As nossas capacidades crescentes de trazer a presença do mundo «real» e das interacções humanas «reais» para
mundos mediados e relações sociais mediadas representa uma possibilidade
de enriquecimento da experiência humana.
Spagnolli, Lombard e Gamberini (2009)
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Sumário:
Definição de Presença; Definição de Telepresença; Dimensões da presença; Definição de Experiência e Percepção, Definição de Tecnologia; Grau do sentimento de presença; Factores que influenciam a presença; Consequências de diferentes tipos de presença; As três camadas da presença; Optimizando a presença; Medir a Presença.
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Definição de Presença
«O sentimento de estar num ambiente».
Este sentimento pode variar entre desprendimento e imersão.
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Presença
Fraca
Forte
Desprendimento
Imersão
Variação do sentimento de Presença (função possível)
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Definição de Telepresença
Telepresença - é um estado psicológico ou percepção subjectiva em que, apesar de parte ou a totalidade da experiência actual do indivíduo ser gerada e/ou filtrada por tecnologias desenvolvidas por seres humanos, a percepção, em parte ou na totalidade, não reconhece o papel da tecnologia.
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Presença no mundo real
Esta experiência mediada geralmente proporciona percepções que correspondem à verdadeira natureza do mundo físico, também pode
propiciar que não correspondem à verdadeira natureza do mundo físico.
Experiência mediada pelos sentidos humanos e processos perceptuais
complexos
É a maneira «normal» ou «natural» de percebermos o mundo físico e proporciona uma sensação subjectiva de estar presente no meio.
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Presença mediada pela Tecnologia
Experiência mediada pelos sentidos humanos e
processos perceptuais complexos
+Tecnologia
A presença ocorre quando parte ou a totalidade da experiência de um indivíduo é mediada não apenas pelos sentidos humanos e dos
processos perceptivos, mas também pela tecnologia desenvolvida pelo ser humano.
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Seis dimensões da presença
1. Presença como riqueza social;2. Presença como realismo;3. Presença como transporte;4. Presença como imersão;5. Presença como actor social dentro de um
medium;6. Presença como medium como actor
social.
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Definição de Experiência e Percepção
Experiência - é definida como a observação de uma pessoa e/ou interacções com objectos, entidades e/ou eventos no seu ambiente;
Percepção – o resultado de perceber, é definido como uma interpretação significativa da experiência.
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Definição de Tecnologia
Máquina, dispositivo ou outra aplicação desenvolvida pelo homem. Inclui, por exemplo, televisão, rádio, filme, telefone, computadores, realidade virtual, etc.
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Quadro conceptual da experiência do utilizador num filme e num ambiente Virtual
(Marsh, 2001)
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O sentimento de presença pode variar de grau
A presença não ocorre quando as percepções de um utilizador reconhece o papel da tecnologia numa experiência;
A presença é maior, mas não maximizada, quando o utilizador apenas reconhece o papel da tecnologia na experiência;
A presença é maximizada quando o utilizador de tecnologia não se apercebe do papel dela na experiência.
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Factores que influenciam a presença
Conteúdo; Forma; Tipo de utilizador.
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Forma e Conteúdo
A presença, ideal numa experiência mediada, surge de uma boa combinação entre a forma e conteúdo.
A forma deve fornecer os meios para a ilusão de uma convincente percepção corporal e perceptiva, mas o conteúdo deve ser integrado com (E assim atrair a atenção para)a forma, para a ilusão de presença mediada acontecer de forma convincente.
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Características dos media/tecnologia: Forma
Número e consistência dos outputs sensórios;
A qualidade e o tamanho da imagem; Qualidade e tamanho da imagem; Distância de visionamento; Qualidade e volume áudio; etc.
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Características dos media/tecnologia: Conteúdo
Realismo social (credibilidade); Qualidade da escrita; Qualidade do agir; Aparência física dos actores,
personagens; Fama e notoriedade dos
actores/personagens.
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Características dos media/tecnologia: Utilizador
Vontade para suspender a descrença; Conhecimento da tecnologia; Experiências com a tecnologia; Idade; Sexo.
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Consequências de diferentes tipos de presença
Aumentos ou diminuições de excitação fisiológica;
Sentimento de auto-movimento; Prazer; Empatia; Aprender; Melhorar o desempenho da tarefa Treino de habilidades;
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Consequências de diferentes tipos de presença (continuação) Dessensibilização psicológica; Conexão (envolvimento, reciprocidade,
comprometimento) com outras pessoas; Relações parassociais; Diferentes respostas emocionais; Persuasão; Distorção da memória; Julgamentos sociais.
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As três camadas da presença
Primeiro nível: presença proto
Segundo nível: presença nuclear
Terceiro nível: presença alargada
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Primeiro nível: presença proto
A principal responsabilidade do proto Eu é ao nível dos inputs sensoriais.
Por um lado, um movimento de adaptação é a meta evolutiva do Proto Eu.
Por outro lado, é só através da mobilidade que podem inserir as propriedades do mundo externo na
sua representação sensorial-motora.
•Isto dá a sensação, não apenas de que algo está a acontecer, mas de que algo está a acontecer COMIGO.
META A ATINGIR: PREVER AS CARACTERÍSTICAS DO MUNDO EXTERNO DO MESMO MODO COMO É EXPERIMENTADO ATRAVÉS DE INPUTS SENSORIAIS.
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Segundo nível: a presença nuclear
No modelo de Damásio, o segundo nível do Eu é o Eu Nuclear uma entidade transitória, mas consciente, visando a integração de ocorrências específicas em percepções sensoriais únicas
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Terceiro nível: presença alargada
O papel da presença alargada é verificar o significado para o Eu de eventos experienciados no mundo exterior (Eu perante o mundo externo presente)
Presença e emoções: uma ligação importante, mas negligenciada
Influência dos processos emocionais no grau de presença:
a)uma alteração no nível dos afectos nucleares activa um nível mais elevado de presença nuclear, necessária para separar realidade e ficção
b) uma atribuição fácil da alteração resulta num nível mais elevado de presença alargada.
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Presença centrada: integração das três
camadasFocus descreve a natureza da atenção de um
observador, especificamente se a atenção é direccionada sobretudo para os:
acontecimentos presentes (no mundo real ou virtual) ou
cenários gerados internamente (na imaginação) que actualmente não estão presentes no mundo.
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(continuação)
A dimensão locus captura a extensão que o observador está a prestar ao mundo real ou ao mundo veiculado através dos media.
O sensus refere-se ao nível de consciência ou excitação atencional do observador.
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Optimizando a Presença
No mundo real, o nível de presença não é o mesmo em todas as situações. Por exemplo, se eu estou numa aula na Universidade, o meu nível de presença e atenção pode ser maior ou menor, dependendo do interesse no tema, que está a ser discutido.
Existem situações excepcionais na vida real, que possuem um nível ideal de presença. Nestas situações, dispomos de três camadas ou níveis que são estimulados, dando ao sujeito um sentido controlo.
Estes factores, só serão possíveis realizar em situações que provoquem excepcionalmente uma presença elevada.
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Optimizando a Presença
Os ambientes virtuais devem ser desenhados de uma forma que permita a integração das três camadas.
A presença óptima numa experiência mediada surge de uma boa combinação entre a forma e conteúdo.
Evolução Presença Consciência MediaProto Eu Proto presença
(Eu/outro)Mais inconsciente
ProprioceptivaAcções
automatizadas no mundo
Eu nuclear Presença nuclear (estar no mundo)
Consciência do aqui e do agora
Perceptual Presença Máxima
Eu alargado Presença alargada (Eu no mundo)
Consciência do Eu em relação com o
mundoConceptual
Ausência
Optimizando a Presença
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As três abordagens ao design da presença mediada óptima
participação digital
fluxo mediado
imersão incorporada
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Medir a presença
Existem duas abordagens à medição da presença:
Subjectiva; Objectiva.
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Medidas subjectivas
Medidas subjectivas requerem que os participantes em estudos produzam julgamentos conscientes e introspectivos da sua experiência. Por exemplo, utilizando questionários.
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Limitações das Medidas Subjectivas
Dificuldades em entender os itens do estudo por parte dos participantes;
O acto de introspecção sobre a experiência pode influenciar as respostas;
O participante pode prever o tipo de respostas pretendido;
Comparação entre estudos é difícil por não serem utilizados os mesmos itens.
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Medidas Objectivas
Estudam as respostas psicológicas e/ou comportamentais correlacionadas com as respostas psicológicas;
Estas medidas não precisam de introspecção consciente e são, normalmente, aplicadas durante a experiência (e não após).
Exemplos: frequência cardíaca, pressão arterial, respiração, postura, etc.
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Limitações das Medidas Objectivas
Caros; Difíceis de aplicar; Difícil de estabelecer uma relação clara
entre as respostas fisiológicas e as respostas psicológicas que representam.
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Bibliografia/Webgrafia
Lombard, M. & Ditton, T. (2000). Measuring Presence a Literature-Based Approach to the development of a standardized paper-and-pencil instrument.Presence 2000: The Third International Workshop on Presence. http://www.temple.edu/ispr/prev_conferences/proceedings/98-99-2000/2000/Lombard,%20Ditton%20et%20al.pdf
Marsh, T. (2001). Presence as Experience: Framework to Assess Virtual Corpsing. Presence 2001: 4th International Workshop on Presence.
Presence defined. International Society for Presence Research. http://ispr.info/ Acesso entre os dias 1 de Junho e 19 de Junho de 2010.
Riva, G.; Waterworth, J. & Waterworth, E. (2004). «The Layers of Presence: ABio-cultural Approach to Understanding Presence in Natural and Mediated Environments». Cyberpsychology & Behavior. Volume 7, Number 4.
Spagnolli, A.;Lombard, M. & Gamberini . L.(2009). Mediated presence: virtual reality, mixed environments and social networks..Virtual Reality. 13:137–139. http://www.springerlink.com/content/3858186025520116/fulltext.pdf