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15/03/2016
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Pré-socrát icos
História da Filosofia Antiga: Aula 2
Prof. Rafael de Lima Oliveira
15/03/2016
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Os primeiros filósofos: os pré-socráticos
• Séculos VII-VI a.C.;
• Restam apenas fragmentos de suas obras e comentários doxográficos;
• Filósofos da phýsis (natureza), naturalistas, ou físicos;
• Transformam as questões cosmogônicas em questões COSMOLÓGICAS (lógos).
O que faz com que, apesar de toda mudança, haja algo na realidade que
sempre permanece o mesmo?
ARKHÉ(princípio original e RACIONAL;
fundamento)Identidade na multiplicidade.
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Pré-socráticos
Monistas
(única arkhé)
Jônios
Tales de Mileto
Anaximandro de Mileto
Anaxímenes de Mileto
Heráclito de Éfeso
PitagóricosPitágoras de
Samos
Eleatas
Parmênides de Eleia
Zenão de Eleia
Pluralistas
(várias arkhés)
Empédocles de Agrigento
Anaxágoras de Clazômenas
AtomistasLeucipo e Demócrito
Tales de Mileto (c. 620-546 a.C.)Arkhé: água
De origem fenícia, viveu em Mileto e é considerado o primeiro filósofo.
Como matemático, transformou o saber empírico da geometria das egípcios emconhecimento científico.
Talvez por ter viajado muito e conhecido as cheias do Nilo, intuiu que a águadeveria ser o princípio de tudo, por estar ligada à vida, à germinação,mas também à decomposição e à putrefação.
Por considerar a água um “deus inteligente”, concluiu que“todas as coisas estão cheias de deuses”.
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Anaximandro de Mileto (c. 610-547 a.C.)Arkhé: ápeironRepresenta um avanço em relação aTales, porque não recorre a umprincípio material como a água, esim ao ápeiron, termo grego quesignifica “indeterminado”,“ilimitado” e que daria origem atodos os seres materiais.
Não se trata de algo que possamosconhecer pelos sentidos, mas pelopensamento.
“De onde as coisas têm seunascimento, ali também devem ir aofundo, segundo a necessidade; poistêm de pagar penitência e de serjulgadas por suas injustiças,conforme a ordem do tempo.”
Anaxímenes de Mileto(c. 588-528 a.C.)
Arkhé: arO princípio é o ar, que pela rarefação econdensação faz nascer e transformar todas ascoisas. Para ele, porém, o ar é mais do que oaspecto físico de um elemento, porque o termogrego que corresponde ao ar é pneûma, quetambém significa respiração, sopro de vida,espírito.
“Como nossa alma, que é ar, nos governa e sustém, assim também o sopro e o ar abraçam
todo o cosmo.”
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Heráclito de Éfeso(535-475 a.C.)
Arkhé: fogo
Ao contrário de seus contemporâneos, nãorejeitava as contradições e queria apreendera realidade na mudança, no seu devir.
Para Heráclito, o ser é múltiplo, não apenasno sentido de haver uma multiplicidade decoisas, mas por estar constituído deoposições internas.
“Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio.”
“A guerra é o pai de todos, rei de todos.”
Pitágoras de Samos(571-495 a.C.)Arkhé: número
A Escola Pitagórica: seita de cunho filosófico-religioso restrita a iniciados. O primeiro ausar a palavra “filosofia”.
Como matemático, Pitágoras considerava que a arkhé era o número (harmonia,proporção). Ou seja, o número representa uma estrutura racional.
Influências do Orfismo: culto de interioridade, crença na imortalidade, na transmigraçãoe na superioridade da alma.Mais do que uma cosmologia, era um estilo de vida.
Ponto
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Área
Volume
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Parmênides de Eleia(c. 530-460 a.C.)
Arkhé: o ser
Ao “tudo flui” de Heráclito, contrapôs a identidade absolutado ser.
Princípio de não contradição: “o ser é” e “o não ser não é”.
Características do ser:
• Uno;
• Imóvel;
• Eterno;
• Imutável;
• Ilimitado.
O mundo inteligível é o único verdadeiro. O mundo sensível éo reino da falsidade.
Identidade do Ser e do Pensar (lógica). Inauguração daONTOLOGIA (estudo do ser).
Principal discípulo de Parmênides.
A aporia de Aquiles e a tartaruga: seAquiles, o mais veloz dos homens,apostasse corrida com uma tartaruga, epermitisse que ela saísse na frente,jamais poderia alcançá-la.
O movimento é percebido pelossentidos e esses nos levam ao engano.Apenas o pensamento racional écaminho para a verdade.
Zenão de Eleia(c. 490-430 a.C.)
Arkhé: o ser
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Empédocles de Agrigento(c. 490-432 a.C.)
Arkhés: terra, água, ar e fogo
As raízes (os quatro elementos) misturados formam tudo o que existe.
Essa mistura é movida pela força interna do amor e do ódio, que unem e
separam os elementos num ciclo eterno.
“Ainda outra coisa te direi. Não há nascimento para nenhuma das coisas mortais, como não há fim na morte funesta, mas somente composição e
dissociação dos elementos compostos: nascimento não é mais do que um nome
usado pelos homens”
Anaxágoras de Clazômenas(499-428 a.C.)
Arkhés: homeomerias
Mestre de Péricles, sustentava que as coisassão formadas por minúsculas partículas, ashomeomerias ou spérmata, ordenadas poruma Inteligência cósmica (noûs).
Por recorrer a um Noûs superior e por serecusar a cultuar os deuses gregos, foi presoe expulso de Atenas.
Propôs que a Lua fosse um pedaço da Terraque se desprendeu.
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Leucipo e Demócrito de Abdera(c. 460-370 a.C.)
Arkhés: os átomos
Atomistas.
Atómos: partículas indivisíveis, não criadas,indestrutíveis e imutáveis. Dotados apenas depropriedades geométricas (grandeza e forma).
De tão minúsculas, não se percebem pelossentidos,mas apenas pela inteligência.
Os átomos têm movimento e, parafundamentar essa hipótese desenvolve ateoria da existência do vazio.
Não existe uma causa inteligente que organizeo mundo, que resulta do encontro mecânicoaleatório dos átomos.