Post on 13-Jun-2021
Planejamento Estratégico Situacional
Análise da Situação de Saúde
Modelos explicativos dos processos saúde-doença
Planejamento Estratégico Situacional
Fundamentos do enfoque situacional
• Planifica quem governa
• A planificação refere-se ao presente
• A planificação exige um cálculo situacional
• A planificação não é adivinhação do futuro
• A planificação refere-se à oportunidades e problemas
• A planificação é inseparável da gerência
• A planificação é necessariamente política
• A planificação não é monopólio nosso
• A planificação não domina o tempo
• O plano é modular
Planejamento Estratégico Situacional
TRIÂNGULO DE GOVERNO ou TRIÂNGULO DE GESTÃO
PROJETO DE GOVERNO (Agenda, Plano, Conteúdo Programático...)
• Depende do interesse, da
possibilidade de ação e a
capacidade de
desenhar propostas.
• Nenhum plano é melhor do
a capacidade de escolher
problemas e desenhar
intervenções.
GOVERNABILIDADE
Grau de exigência e de
demanda relacionada
ao conjunto de variáveis
que o ator necessita
para realizar o seu projeto
CAPACIDADE
Capacidade de condução,
direção, aliada à expertise
- total de técnica, método
e habilidade que o ator
dispõe.
Análise da Situação de Saúde
Objetivo
A. Identificar necessidades sociais de saúde
B. Determinar prioridades de ação
Análise da Situação de Saúde
Modelos explicativos do processo saúde-doença
TEORIAS E
MOVIMENTOS
SOCIAIS EM SAÚDE
https://www.planetapop.com.br/como-era-o-trabalho-de-um-medico-durante-a-peste-negra/
Primeira República 1889-1930/ Campanhas sanitárias
Revolta da Vacina - 1904
POLÍCIA MÉDICA, HIGIENE, SANITARISMO - BRASIL
Mercado no centro de
Paris, sec. XIX
https://www.retronews.fr/cycle/cetait-la-une-les-lectures-de-france-culture
https://es.wikipedia.org/wiki/Bulevar#/media/Archivo:Camille_Pissarro_-_Boulevard_Montmartre,_printemps_-_Israel-Museum.jpg
Boulevard francês, Bairro de Paris,
Obra de Camille Pissarro, sec. XIX
“E naquela terra encharcada e
fumegante, naquela umidade quente e
lodosa, começou a minhocar, a
esfervilhar, a crescer, um mundo, uma
coisa viva, uma geração, que parecia
brotar espontânea, ali mesmo, daquele
lameiro, e multiplicar-se como larvas no
esterco.”
O Cortiço, romance do escritor brasileiro Aluísio de Azevedo, 1890
Tratados de higiene pública
Nada podia ser negligenciado: ruas, transportes,
habitações, a alimentação, a sexualidade...
MODELO UNICAUSAL
Fundamento: BACTERIOLOGIA – a partir do sec. XIX
INDIVÍDUO
INFECTADO AGENTE AGENTE
Vírus
Bactéria... INDIVÍDUO
SUSCEPTÍVEL
http://aiba.org.br/aparj/saneamento-avanca-mas-brasil-ainda-joga-55-do-esgoto-que-coleta-na-natureza-diz-estudo
MODELO UNICAUSAL: distanciamento do meio ambiente
AGENTE HOSPEDEIRO
AMBIENTE
Idade, Sexo, Raça, Religião,
Costumes, Ocupação, Perfil
genético, Estado civil,
Antecedentes familiares,
Doenças anteriores, Estado
imunológico
Temperatura, Umidade, Altitude, Aglomeração,
Moradia, Vizinhança, Água, Alimentação, Ar,
Solo, Sonoridade
Agentes patogênicos de origem biológica
(bactérias, vírus, fungos, protozoários,
helmintos...); de origem física (traumas, radiação,
fogo, ruído...); de origem química (agroquímicos,
aditivos alimentares, poluentes atmosféricos,
químicos industriais, fumo de cigarros, pó de
amianto, pó de sílica...); de origem nutricional
(deficiência, excesso)
MODELO MULTICAUSAL DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
“O mecanismo pelo qual opera o conceito
de causalidade na Epidemiologia e
consequentemente na Medicina
Preventiva é o do reducionismo, na
medida em que assume as redes de
causalidade em sua monótona linearidade
e na homogeneidade das categorias.”
Tese de doutorado de Arouca (1975) em Dilema Preventivista, 2003: 171
Paim, J. S. Abordagens teórico-conceituais em estudos de condições de vida e saúde: notas para a reflexão e ação. In: Barata, R. B.
Condições de Vida e Situação de Saúde. Saúde Movimento 4. Rio de Janeiro: ABRASCO, 1997. p. 7-30.
DETERMINAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
COMO APLICAR OS MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA NA PRÁTICA, NO TRABALHO.
Dimensões dos Problemas de Saúde :
Espaços de Castellanos
ESPAÇO SINGULAR: Epidemiologia do que
Cegueira
Hipovitaminose A
Classificação de alto risco –
abordagem individual
Crianças com
desmame precoce
e dieta nutricional
sem reposição de
vitamina A.
ESPAÇO PARTICULAR:
Epidemiologia do quem
Dimensões dos Problemas de Saúde : Espaços de Castellanos
Educação em saúde
Classificação dos indivíduos e famílias quanto ao risco
Abordagem populacional
Casos de crianças com problemas
decorrentes da Deficiência da
Vitamina A (DVA), segundo regiões
de planejamento do Estado de
Minas Gerais
Problema de um
Grupo Social
inserido em uma
população
ESPAÇO GERAL: Epidemiologia do como
Dimensões dos Problemas de Saúde : Espaços de
Castellanos
Políticas Públicas: Políticas de
Saúde; Políticas de Educação;
Políticas de Segurança
Alimentar; Políticas de
Assistência Social...
ESPAÇO SINGULAR:
Epidemiologia do que
ESPAÇO PARTICULAR:
Epidemiologia do quem
ESPAÇO GERAL:
Epidemiologia do
como
Referências Bibliográficas
• ALMEIDA-FILHO, Naomar; PAIM, Jairnilson Silva. Conceitos de Saúde: Atualização do Debate Teórico-Metodológico. In: PAIM Jairnilson Silva; ALMEIDA-FILHO, Naomar (Org.). Saúde Coletiva: Teoria e Prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2014. p.13-28.
• AYRES, José Ricardo. Cuidado e reconstrução das práticas de saúde. Interface, Botucatu , v. 8, n. 14, p. 73-92, fev. 2004 . Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/icse/v8n14/v8n14a04.pdf>
• CAMARGO-JR, Kenneth Rochel. Um Ensaio dobre a In(Definição) de Integralidade. In: PINHEIRO, Roseni; MATTOS, Ruben Araújo. (Org.). Construção da Integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. 5. ed. Rio de Janeiro: UERJ, IMS, 2010.p.37-46.
• CASTELLANOS, Pedro Luis. Sobre el concepto de salud-enfermedad. Descripción y explicación de la situación de salud. Boletín Epidemiológico, 10(4): 1-7, 1990.
• CASTELLANOS, Pedro Luis. Epidemiologia, saúde pública, situação de saúde e condições de vida: considerações conceituais. In: BARATA, R. B. (Org.) Saúde e Movimento: condições de vida e situação de saúde. Rio de Janeiro: Abrasco, 1997.
• CECILIO, Luiz Carlos Oliveira. As Necessidades de Saúde como Conceito Estruturante na Luta pela Integralidade e Equidade na Atenção em Saúde. In: PINHEIRO, Roseni; MATTOS, Ruben Araújo (Org.). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde.8. ed. Rio de Janeiro: CEPESC; IMS/ UERJ; ABRASCO, 2009. p.117-130. Disponível em: < https://www.cepesc.org.br/wp-content/uploads/2013/08/Livro-completo.pdf>
Análise da Situação de Saúde
Identificando e descrevendo problemas de saúde ...
Conceito básico: Problema de Saúde
É uma discrepância entre a realidade
constatada ou simulada e uma norma aceita
ou criada como referência para um
determinado ator social.
Distância entre O que é e O que deveria ser
Classificação: Problema de Saúde
Bem estruturados, quase-estruturados e mal-
estruturados
Atuais ou Potenciais
Finais ou Intermediários
Desafio
Análise da Situação de Saúde X Território
Pensamento Estratégico
Análise da Situação de Saúde X Território - Desafio
Caracterização da População:
a) Variáveis Demográficas
b) Variáveis Culturais
c) Variáveis Políticas
d) Variáveis Socioeconômicas
e) Condições Ambientais
Caracterização do Perfil
Epidemiológico
a) Indicadores de Morbidade
b) Indicadores de Mortalidade
Exemplo: Construindo a Análise da Situação de Saúde na
perspectiva da integralidade da Saúde...
Proporção de óbitos precoces (30 a 69 anos) segundo DCNT no município X de Minas Gerais, 2013-2018*
Fonte: DATASUS, 2019 (ESTATÍSITCAS VITAIS, PAINEL DE MONITORAMENTO)
17
1
38
15
11
0
12
2
0
10
20
30
40
50
60
(C00-C97) Neoplasias [tumores]malignas(os)
(E10-E14) Diabetes mellitus (I00-I99) Doenças do aparelhocirculatório
(J00-J99) Doenças do aparelhorespiratório
Óbitos totais (2013-2018*) Óbitos prematuros (2013-2018*)
Tipo de Internações, segundo Capítulos do Código Internacional de Doenças (CID-10) Número
Cap 01-Algumas doenças infecciosas e parasitárias 22
Cap 02-Neoplasmas [tumores] 27
Cap 03-Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários 6
Cap 04-Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 7
Cap 05-Transtornos mentais e comportamentais 2
Cap 06-Doenças do sistema nervoso 8
Cap 07-Doenças do olho e anexos 1
Cap 09-Doenças do aparelho circulatório 50
Cap 10-Doenças do aparelho respiratório 39
Cap 11-Doenças do aparelho digestivo 54
Cap 12-Doenças da pele e do tecido subcutâneo 11
Cap 13-Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo 10
Cap 14-Doenças do aparelho geniturinário 19
Cap 15-Gravidez, parto e puerpério 71
Cap 16-Algumas afecções originadas no período perinatal 16
Cap 17-Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas 3
Cap 18-Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte 4
Cap 19-Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas 52
Cap 21-Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde 5
Total 407
Quantitativo de internações dos munícipes de X e respectivas causas, no período de maio de 2017 a maio de 2018
Fonte: DATASUS, 2018
• As crianças menores de cinco anos, pesadas e medidas, que tem baixo e elevado peso, respectivamente, são 4% e 6% desta população (MINAS GERAIS, 2016).
• 44% das crianças acompanhadas, com cinco a dez anos, estavam com excesso de peso. Esse mesmo problema de saúde prevaleceu nas gestantes acompanhadas no ano referido (MINAS GERAIS, 2016).
Informações do Sistema de Informação da Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN sobre população do município X
Exemplo: Construindo a Análise da Situação de Saúde na perspectiva da integralidade da Vigilância em Saúde...
Fonte: Sala de Situação, SES-MG - 2019
Proporção de óbitos prematuros estimados por Doenças do Aparelho Circulatório na população do Estado de Minas Gerais e
segundo suas mesorregiões, no ano de 2018* (óbitos estimados)
Localidade
Óbitos totais (I00-I99)
Doenças do aparelho
circulatório
Óbitos precoces (I00-I99)
Doenças do aparelho
circulatório
Percentual
31 Minas Gerais 22.924 12.615 55,03
3101 Noroeste de Minas 339 231 68,14
3102 Norte de Minas 1.406 769 54,69
3103 Jequitinhonha 613 381 62,15
3104 Vale do Mucuri 418 213 50,96
3105 Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 2.510 1.586 63,19
3106 Central Mineira 500 303 60,60
3107 Metropolitana de Belo Horizonte 7.390 3.385 45,81
3108 Vale do Rio Doce 1.911 1.123 58,77
3109 Oeste de Minas 1.169 654 55,95
3110 Sul/Sudoeste de Minas 3.132 1.795 57,31
3111 Campo das Vertentes 730 488 66,85
3112 Zona da Mata 2.806 1.687 60,12
Obs.: Desconsiderados óbitos de região indefinida na soma total dos óbitos totais e soma total dos óbitos precoces na Linha
Minas Gerais
Fonte: http://svs.aids.gov.br/dantps/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/mortalidade/dcnt/
Análise da Situação de Saúde – Por quem?
Por técnicos – profissionais de saúde, trabalhadores da saúde
Caracterização do Perfil Epidemiológico
a) Indicadores de Morbidade
b) Indicadores de Mortalidade
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
×Aparato tecnológico
×Análise, Disseminação, Publicização
Análise da Situação de Saúde:
Problemas do Estado de Saúde da População
Análise da Situação de Saúde – Por quem? Como?
Estratos - área urbana dividida, a partir
de determinado número de imóveis, em
estratos que apresentem
características socioeconômica,
sociocultural, ambiental semelhantes;
elementos físicos também devem ser
destacados (rios, ferrovias, rodovias)...
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_liraa_2013.pdf
Criadouros identificados na pesquisa larvária de infestação predial , BH, 1996-2013
VIGILÂNCIA - QUEM EXPLICA: Problema do processo de trabalho na perspectiva do profissional
Agente de Combate de Endemias entrevistado: “Fui eu mesmo que cuidei dessa parte também. Então a gente fez o
acompanhamento dos pacientes, encaminhamos eles e fizemos uma parte de vistoria
dos locais, orientação, a gente usou bombas pra tentar diminuir a infestação do
mosquito né, porque... maioria dos locais é local em chácara. E o mosquitinho né, o
palha, no caso, ele se desenvolve em detrito orgânico. O pessoal tem mania de jogar
resto de comida, casca de fruta pra virar adubo né. Então cabe toda uma orientação:
Vocês quer fazer adubo? Então abre o buraco, joga e enterra. Além de se decompor
mais rápido evita o risco. A gente conseguiu controlar e a gente não teve mais caso.”
Agente Comunitária de Saúde entrevistada: “Não, eles faz assim: ó, alá, tem outra latinha ali ó, pode pegar (risos)”. Esse povo é desse
jeito. Alá ó, pode pegar aquilo ali, pode levar (risos)”. É desse jeito.”
“Ah, é a população mesmo, né? Mas eles sabem, não faz porque... acho que não querem
mesmo. Você vai lá, você explica e "não, eu sei...". Aí repete tudo que a gente fala, sabe?
Sabe tudo aquilo. "Não, mosquitinho tá...". Aí você fala assim "Ó', a água do cachorro que
tem uma vez por semana". "Não, eu sei, uma vez por semana, tal..." Você explica, eles
sabem tudo, só não faz.”
Fonte: ASSIS, LN. Tese Doutorado Fiocruz Minas 2017: A implantação do Projeto Estadual de Fortalecimento da Vigilância
em Saúde em Municípios de Minas Gerais: análise da sua contribuição para o processo de integralidade da atenção
O QUE OUÇO, ESQUEÇO. O QUE VEJO, RECORDO. O QUE FAÇO, APRENDO.
Confúcio, 500 AC
O QUE É (PROBLEMA DO ESTADO DE SAÚDE OU DOS SERVIÇOS DE
SAÚDE)
DE QUEM OU DO QUE (O QUE E QUEM ESTÁ ENVOLVIDO)
ONDE (TERRITÓRIO)
QUANDO (ATUAL OU POTENCIAL)
DEFINA O PROBLEMA
• Problemas do Estado de Saúde
• Problemas do Sistema de Saúde
Um olhar modifica tudo...
Dependendo como se olha...
Tudo pode se ver ou nada se pode reparar.
Cris Passinato
• ARTMANN Elizabeth. O Planejamento Estratégico Situacional no Nível Local: um instrumento a favor da visão
multissetorial. Disponível em:<http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2153.pdf > Acesso em: 20 Abr2013.
• CASTELLANOS, Pedro Luis. Sobre el concepto de salud-enfermedad. Descripción y explicación de la situación de
salud. Boletín Epidemiológico, 10(4): 1-7, 1990.
• CECILIO, Luiz Carlos Oliveira. As Necessidades de Saúde como Conceito Estruturante na Luta pela Integralidade e
Equidade na Atenção em Saúde. In:PINHEIRO, Roseni; MATTOS, Ruben Araújo (Org.). Os sentidos da integralidade na
atenção e no cuidado à saúde.8. ed. Rio de Janeiro: CEPESC; IMS/ UERJ; ABRASCO, 2009. p.117-130. Disponível
em:<https://www.cepesc.org.br/wp-content/uploads/2013/08/Livro-completo.pdf>
• SÁ Marilene Castilho; ARTMANN Elizabeth. Planejamento Estratégico em Saúde: Desafios e Perspectivas para o Nível
Local. 1994. In Mendes EV (org.).Planejamento e programação da vigilância da saúde no Distrito Sanitário. OPAS, Brasília,
1994, p.19-44.
Referências Bibliográficas