PARÊNQUIMA,COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA

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A ORGANIZAÇÃO CELULAR DAS PLANTAS VASCULARES

PROFA.MSC. MARIA TEREZA FARIA

Forma e Função em Plantas Vasculares

Como um embrião se transforma em uma planta

inteira?

Matusalém – 4789 - anos

Como árvores podem viver tanto?

Pinus longaeva – bristlecone pine– California -EUA

Pinus longaeva – bristlecone pine– California -EUA

Adansonia digitata – baobá – Madagascar

Como podem

ficar tão

grandes?

QUE MANEIRO!

!!!!

Estr

utu

ra g

era

l

MERISTEMAS( do grego, merizein = repartir, dividir-se ).

Tecido não diferenciado, originado das células embriônicas e responsável pela formação de novas células por divisão celular e que irão se diferenciar em tecidos maduros no corpo primário da planta.

• TECIDOS PERPETUAMENTE JOVENS E EMBRIONÁRIOS

DIFERENCIAÇÃO

Processo pelo qual uma célula relativamente não especializada sofre transformação progressiva numa célula mais especializada.

ESPECIALIZAÇÃO

Algumas células se diferenciam mais das células meristemáticas (células iniciais) do que outras desempenhando funções particulares.

DIFERENCIAÇÃO + ESPECIALIZAÇÃO =OS SISTEMAS DE TECIDOS

• Os sistemas de tecidos são três:• (1) o sistema de tecido fundamental ou desustentação -parênquima, colênquima e esclerênquima.

• (2) o sistema de tecido vascular – xilema 1º e floema 1º.

• (3) o sistema de tecidos de revestimento -epiderme ; periderme

PARÊNQUIMA,COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA

Parênquima

Grego para (ao lado de)

enchein (vazar, derramar)

“esparramado ao lado de”

 PARÊNQUIMA As características apresentadas pelas células

parenquimáticas levou os pesquisadores a acreditarem que o parênquima seja o tecido mais primitivo dos vegetais.

A origem parênquima, ou seja, de grupos de células ligadas por meio de plasmodesmas, parece ter surgido pela primeira vez nas algas Charophyceae.

Os fósseis de plantas terrestres primitivas mostram que estes vegetais já apresentavam o corpo formado por parênquima e que este tecido já apresentava as característica do parênquima encontrado nos musgos e nas hepáticas atuais.

PARÊNQUIMA

Acredita-se que durante a evolução o parênquima foi sofrendo modificações, dando origem aos diferentes tecidos que constituem o corpo do vegetal, se especializando para atender diferentes funções..

PARÊNQUIMA

O parênquima é o principal representante do sistema fundamental de tecidos, sendo encontrado em todos os órgãos da planta, formando um contínuo por todo o corpo vegetal:

1. Córtex e medula de raízes e caules

Lavoisiera sp. Ápice vegetativo, notando-se que a folha é continuidade do caule. As

setas indicam que o córtex do caule (Fig. 2) corresponde ao córtex da nervura

mediana da futura folha (Fig. 4).

2. Pecíolo

Pecíolos deThumbergia

(Fig. 15 – 19) eCrysanthemum

sp. (Fig. 20),notando-se oparênquima

medular (M) emcontato com ocortical (Co), Pr

= periciclo

3. Mesófilo de folhas

PARÊNQUIMA

O parênquima pode existir ainda, como células isoladas ou em grupos, fazendo parte do xilema do floema e da periderme.

Assim, o parênquima pode ter origem diversa, a partir do meristema fundamental do ápice do caule e da raiz, dos meristemas marginais das folhas e, nos órgãos que apresentam crescimento secundário, podem originar-se do câmbio vascular e do felogênio.

PARÊNQUIMA

Características do Tecido

As células parenquimáticas, geralmente, apresentam paredes primárias delgadas, cujos principais componentes são a celulose, hemicelulose e as substâncias pécticas.

Essas paredes apresentam os campos primários de pontoação atravessados por plasmodesmas, através dos quais o protoplasma de células vizinhas se comunicam.

PARÊNQUIMA

Algumas células parenquimáticas podem apresentar paredes bastante espessadas, como se observa, no parênquima de reserva de muitas sementes como, por exemplo, no caqui (Diospyros virginiana) e no café (Coffea arabica).

Nestes tecidos de reserva, a hemicelulose da parede é a substância de reserva, que será utilizada pelo vegetal durante a germinação da semente e desenvolvimento inicial da plântula.

Endosperma de Diospyrus. Parênquima de reserva com paredes

celulares primárias espessas - as setas amarelas indicam a parede

primária.

PARÊNQUIMA

As células parenquimáticas geralmente são vivas e apresentam vacúolos bem desenvolvidos.

Essas células são descritas como isodiamétricas entretanto, sua forma pode variar.

Quando isoladas são mais ou menos esféricas, mas adquirem uma forma definida por ação das várias forças, ao se agruparem para formar um tecido.

PARÊNQUIMA

O conteúdo dessas células varia de acordo com as atividades desempenhadas, assim podem apresentar numerosos cloroplastos, amiloplastos, substâncias fenólicas, etc.

Como são células vivas e nucleadas, podem reassumir características meristemáticas, voltando a apresentar divisões celulares quando estimuladas.

A cicatrização de lesões, regeneração, formação de raízes e caules adventícios e a união de enxertos, são possíveis devido ao reestabelecimento da atividade meristemática das células do parênquima.

As células parenquimáticas podem ser consideradas simples em sua morfologia mas, devido à presença de protoplasma vivo, são bastante complexas fisiologicamente.

PARÊNQUIMA

No parênquima é comum a presença de espaços intercelulares formados pelo afastamento das células, espaços esquizógenos.

O tamanho e a quantidade desses espaços varia de acordo com a

função do tecido.

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Cortical e Medular: encontrado respectivamente no córtex e na medula de caules e raízes.

Fundamental ou de Preenchimento: encontrado no córtex e medula do caule e no córtex da raiz. Apresenta células, aproximadamente, isodiamétricas, vacuoladas, com pequenos espaços intercelulares

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Parênquima Clorofiliano ou Clorênquima: o corre nos órgãos aéreos dos vegetais, principalmente, nas folhas. Suas células apresentam paredes primárias delgadas, numerosos cloroplastos e são intensamente vacuoladas. O tecido está envolvido com a fotossíntese, convertendo energia luminosa em energia química, armazenando-a sob a forma de carboidratos.

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Parênquima Clorofiliano ou Clorênquima:

Parênquima paliçádico - encontrado principalmente no mesofilo e constituído de um ou mais estratos celulares, com grande quantidade de cloroplastídios e poucos espaços intercelulares.

Parênquima esponjoso ou lacunoso – formato irregular, com projeções laterais, delimitando espaços intercelulares. Algumas células se conectam as células do parênquima paliçádico, neste caso, com formato diferenciado ( células coletoras, seu formato pode constituir característica de valor taxonômico).

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Parênquima regular- células de formato pouco variável, normalmente arredondadas; o conjunto celular tem aspecto homogêneo.

Parênquima plicado- possui reentrâncias, assemelhando-se a dobras, pregueado. É encontrado em plantas com área foliar ou mesofilo reduzido, como nas acículas de Pínus, e tem como função aumentar a área da célula.

Parênquima braciforme – apresentam grandes projeções laterais que formam “braços” que conectam células adjacentes, delimitando lacunas.

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Reserva: o parênquima pode atuar como tecido de reserva, armazenando diferentes substâncias ergásticas, como por exemplo, amido, proteínas, óleos, etc., resultantes do metabolismo celular.

São bons exemplos de parênquimas de reserva, o parênquima cortical e medular dos órgãos tuberosos e o endosperma das sementes

Observação ao microscópio óptico de células do parênquima amiláceo da batata não coradas (A) e coradas com soluto de Lugol (B).

parênquima de reserva da raiz de cenoura

( Daucus carota ).

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Aerênquima: as angiospermas aquáticas e aquelas que vivem em solos encharcados, desenvolvem parênquima com grandes espaços intercelulares, o aerênquima, que pode ser encontrado no mesofilo, pecíolo, caule e nas raízes dessas plantas.

O aerênquima promove a aeração nas plantas aquáticas, além de conferir-lhes leveza para a sua flutuação.

Caule de Nymphoides sp. (Menyanthaceae), com aerênquima de amplas lacunas e astroesclereídes.

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Aqüífero: as plantas suculentas de regiões áridas, como certas cactáceas, euforbiáceas e bromeliáceas possuem células parenquimáticas que acumulam grandes quantidades de água - parênquima aqüífero.

Neste caso, as células parenquimáticas são grandes e apresentam grandes vacúolos contendo água e seu citoplasma aparece como uma fina camada próxima à membrana plasmática

Orchidaceae) com parênquima aquífero cujas paredes celulares contêm barras de espessamento lignificadas

Escapo de Eriocaulom modestum

(Eriocaulaceae) com

parênquima clorofiliano e

aquífero.

PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA

Lenhoso ou xilemático: geralmente, o parênquima apresenta apenas paredes primárias, mas as células parenquimáticas do xilema secundário e, ocasionalmente, do parênquima medular do caule e da raiz podem desenvolver paredes secundárias lignificadas, formando o chamado parênquima lenhoso.

TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA

Colênquima- Grego colla (cola)

O colênquima é um tecido formado de células vivas, relativamente alongadas, de paredes primárias celulósicas, espessadas relacionado com a sustentação de regiões jovens, em crescimento, no corpo do vegetal.

O tecido origina-se, principalmente, do meristema fundamental.

COLÊNQUIMA

É um tecido semelhante ao parênquima, ambos apresentam protoplasto vivo, podem possuir cloroplastos e até mesmo reassumir características meristemáticas, voltando a apresentar divisões celulares.

A diferença entre estes dois tecidos está, principalmente, no fato do colênquima, geralmente, apresentar suas células mais alongadas e com paredes mais espessas que as células do parênquima

COLÊNQUIMA

Origem: meristema fundamental

Característica e Função Células vivas PC: celulose e grande quantidade

de subst. pécticas e água (60% do peso é água)

Plasticidade

Crescimento do órgão ou tecido até atingir maturidade

COLÊNQUIMA

Parede celular primária espessadas

Espessamento é irregular: regiões mais espessadas e outras em que são mais delgadas (pontoações).

O colênquima pode retomar sua atividade meristemática (tecidos de cicatrização).

Espessamento irregular da parece celular (critério de classificação).

Ocupa posição superficial

Podem conter cloroplasto e realizar fotossíntese

OCORRÊNCIA:

Localiza – se, geralmente, logo abaixo da epiderme.

Em caules pode formar uma camada contínua ao redor da circunferência do eixo.

Margeando as nervuras das folhas, bordo e pecíolo.

A polpa de frutos quando são maciços e comestíveis geralmente são colenquimatosas.

Raízes terrestres raramente formam colênquima, uma exceção pode ser encontrada nas raízes de videiras (Vitis vinifera).

COLÊNQUIMA -TIPOS

Colênquima angular - quando as paredes são mais espessas nos pontos de encontro entre três ou mais células, como por exemplo no pecíolo de Begonia (begônia), caule de Ficus (figueira), de Coleus e de Curcubita (aboboreira).

Colênquima lamelar - as células mostram um maior espessamento nas paredes tangenciais interna e externa dente-de-leão (Taraxacum- Asteraceae).

COLÊNQUIMA -TIPOS

Colênquima lacunar - quando o tecido apresenta espaços intercelulares e os espessamentos de parede primária ocorrem nas paredes celulares que limitam estes espaços. Este tipo de colênquima pode ser encontrado no pecíolo de Salvia, raiz de Monstera, caule de Asclepia (erva-de-rato) e de Lactuca (alface).

Colênquima anelar ou anular – quando as paredes celulares apresentam um espessamento mais uniforme, ficando o lume celular circular em secção transversal. Caule in vivo de Bidens pilosa

(Asteraceae) com colênquima anelar e parênquima clorofiliano. 

1. Envelhecimento celular > alterações no padrão de espessamento da PC > lume celular torna-se arredondado (um tipo de colênquima transforma-se em outro).

2. Tecido colenquimatoso: tecido que apresenta certas características de colênquima (como o espessamento mais acentuado das paredes celulares), mas não é colênquima.

Parênquima pode transformar-se em colênquima

3. Colênquima pode formar esclerênquima (espessamento mais acentuado e lignificação da PC)

Considerações:

Grego skleros (duro)

Características Tecido de sustentação

presente na periferia

ou nas camadas mais internas do órgão, no corpo primário ou secundário da planta

ESCLERÊNQUIMA

ESCLERÊNQUIMA Parede secundária espessada, lignificada ou não,

sendo o espessamento homogêneo e regular, células mortas na maturidade.

ESCLERÊNQUIMA

Função: Sustentação Resistência Elasticidade

ESCLERÊNQUIMA

Origem: Meristema fundamental Procâmbio Câmbio vascular

ESCLERÊNQUIMA

Características: Paredes secundárias lignificadas Pontoações espessamento variado formato variável protoplasto morto

ESCLERÊNQUIMA Podem funcionar como uma camada protetora ao redor

do caule, sementes, frutos imaturos (contra herbívoros).

Presentes em: raízes, caules, folhas, eixos florais, pecíolos, frutos e sementes.

  

ESCLERÊNQUIMA Tipos:

Esclereíde

Fibra - xilemática e não xilemática

ESCLERÊNQUIMA -ESCLEREÍDES

Esclereides As esclereides são células mortas;

com paredes secundárias espessadas e lignificadas, e intensamente pontoadas;

Podem aparecer isoladas ou em grupos entre as células dos diferentes tecidos;

ESCLERÊNQUIMA -ESCLEREÍDES

Distribuição dos esclereides na planta

Nos caules, podem aparecer como cilindro contínuo na periferia da região vascular; em grupos na região da medula e no córtex.

Na folha, disperso no tecido foliar, ou localizados nas terminações das nervuras menores e nos pecíolos.

Nos frutos aparecem na polpa do fruto, endocarpo e casca.

Envoltório de sementes.

ESCLERÊNQUIMA -ESCLEREÍDES

A forma apresentada pelas esclereides são variadas e têm sido utilizadas para a sua classificação:

Braquiesclerídes ou Células pétreas

Osteoesclereídes

Macroesclereídes:

Astroesclereídes

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Tricoesclereídes

Fibras Células esclereficadas longas com

extremidades afiladas;

Células com lume reduzido e paredes secundárias espessada, em geral, sem protoplasto na maturidade;

Elemento de sustentação das estruturas vegetais que param de se alongar.

ESCLERÊNQUIMA - FIBRAS

Tal como as esclereides, as fibras têm ampla distribuição no vegetal, podendo ser classificadas artificialmente em:

fibras xilemáticas, quando ocorrem junto com os elementos do xilema e

fibras extraxilemáticas.

ESCLERÊNQUIMA - FIBRAS

Distribuição das fibras nas planta Nas dicotiledôneas são freqüentes nos

tecidos vasculares.

Folha de Velloziaceae, observando-se fibras ao

redor do feixe vascular

Grupo de fibras esclerenquimáticas do feixe

vascular da folha de Syngonantus caracensis

(Eriocaulaceae).

Nas monocotiledôneas podem envolver completamente os feixes vasculares, como uma bainha; formar cordões em ambas os lados do feixe vascular, ou formar cordões ou camadas independentes dos feixes vasculares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Dalva Graciano – Ribeiro, 2010 – Aulas anatomia vegetal- unb Prof. João Luiz Pinheiro Bastos, 2010, Aulas anatomia vegetal- UFCE