Post on 29-Nov-2015
A ORGANIZAÇÃO CELULAR DAS PLANTAS VASCULARES
PROFA.MSC. MARIA TEREZA FARIA
Forma e Função em Plantas Vasculares
Como um embrião se transforma em uma planta
inteira?
Matusalém – 4789 - anos
Como árvores podem viver tanto?
Pinus longaeva – bristlecone pine– California -EUA
Pinus longaeva – bristlecone pine– California -EUA
Adansonia digitata – baobá – Madagascar
Como podem
ficar tão
grandes?
QUE MANEIRO!
!!!!
Estr
utu
ra g
era
l
MERISTEMAS( do grego, merizein = repartir, dividir-se ).
Tecido não diferenciado, originado das células embriônicas e responsável pela formação de novas células por divisão celular e que irão se diferenciar em tecidos maduros no corpo primário da planta.
• TECIDOS PERPETUAMENTE JOVENS E EMBRIONÁRIOS
DIFERENCIAÇÃO
Processo pelo qual uma célula relativamente não especializada sofre transformação progressiva numa célula mais especializada.
ESPECIALIZAÇÃO
Algumas células se diferenciam mais das células meristemáticas (células iniciais) do que outras desempenhando funções particulares.
DIFERENCIAÇÃO + ESPECIALIZAÇÃO =OS SISTEMAS DE TECIDOS
• Os sistemas de tecidos são três:• (1) o sistema de tecido fundamental ou desustentação -parênquima, colênquima e esclerênquima.
• (2) o sistema de tecido vascular – xilema 1º e floema 1º.
• (3) o sistema de tecidos de revestimento -epiderme ; periderme
PARÊNQUIMA,COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA
Parênquima
Grego para (ao lado de)
enchein (vazar, derramar)
“esparramado ao lado de”
PARÊNQUIMA As características apresentadas pelas células
parenquimáticas levou os pesquisadores a acreditarem que o parênquima seja o tecido mais primitivo dos vegetais.
A origem parênquima, ou seja, de grupos de células ligadas por meio de plasmodesmas, parece ter surgido pela primeira vez nas algas Charophyceae.
Os fósseis de plantas terrestres primitivas mostram que estes vegetais já apresentavam o corpo formado por parênquima e que este tecido já apresentava as característica do parênquima encontrado nos musgos e nas hepáticas atuais.
PARÊNQUIMA
Acredita-se que durante a evolução o parênquima foi sofrendo modificações, dando origem aos diferentes tecidos que constituem o corpo do vegetal, se especializando para atender diferentes funções..
PARÊNQUIMA
O parênquima é o principal representante do sistema fundamental de tecidos, sendo encontrado em todos os órgãos da planta, formando um contínuo por todo o corpo vegetal:
1. Córtex e medula de raízes e caules
Lavoisiera sp. Ápice vegetativo, notando-se que a folha é continuidade do caule. As
setas indicam que o córtex do caule (Fig. 2) corresponde ao córtex da nervura
mediana da futura folha (Fig. 4).
2. Pecíolo
Pecíolos deThumbergia
(Fig. 15 – 19) eCrysanthemum
sp. (Fig. 20),notando-se oparênquima
medular (M) emcontato com ocortical (Co), Pr
= periciclo
3. Mesófilo de folhas
PARÊNQUIMA
O parênquima pode existir ainda, como células isoladas ou em grupos, fazendo parte do xilema do floema e da periderme.
Assim, o parênquima pode ter origem diversa, a partir do meristema fundamental do ápice do caule e da raiz, dos meristemas marginais das folhas e, nos órgãos que apresentam crescimento secundário, podem originar-se do câmbio vascular e do felogênio.
PARÊNQUIMA
Características do Tecido
As células parenquimáticas, geralmente, apresentam paredes primárias delgadas, cujos principais componentes são a celulose, hemicelulose e as substâncias pécticas.
Essas paredes apresentam os campos primários de pontoação atravessados por plasmodesmas, através dos quais o protoplasma de células vizinhas se comunicam.
PARÊNQUIMA
Algumas células parenquimáticas podem apresentar paredes bastante espessadas, como se observa, no parênquima de reserva de muitas sementes como, por exemplo, no caqui (Diospyros virginiana) e no café (Coffea arabica).
Nestes tecidos de reserva, a hemicelulose da parede é a substância de reserva, que será utilizada pelo vegetal durante a germinação da semente e desenvolvimento inicial da plântula.
Endosperma de Diospyrus. Parênquima de reserva com paredes
celulares primárias espessas - as setas amarelas indicam a parede
primária.
PARÊNQUIMA
As células parenquimáticas geralmente são vivas e apresentam vacúolos bem desenvolvidos.
Essas células são descritas como isodiamétricas entretanto, sua forma pode variar.
Quando isoladas são mais ou menos esféricas, mas adquirem uma forma definida por ação das várias forças, ao se agruparem para formar um tecido.
PARÊNQUIMA
O conteúdo dessas células varia de acordo com as atividades desempenhadas, assim podem apresentar numerosos cloroplastos, amiloplastos, substâncias fenólicas, etc.
Como são células vivas e nucleadas, podem reassumir características meristemáticas, voltando a apresentar divisões celulares quando estimuladas.
A cicatrização de lesões, regeneração, formação de raízes e caules adventícios e a união de enxertos, são possíveis devido ao reestabelecimento da atividade meristemática das células do parênquima.
As células parenquimáticas podem ser consideradas simples em sua morfologia mas, devido à presença de protoplasma vivo, são bastante complexas fisiologicamente.
PARÊNQUIMA
No parênquima é comum a presença de espaços intercelulares formados pelo afastamento das células, espaços esquizógenos.
O tamanho e a quantidade desses espaços varia de acordo com a
função do tecido.
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Cortical e Medular: encontrado respectivamente no córtex e na medula de caules e raízes.
Fundamental ou de Preenchimento: encontrado no córtex e medula do caule e no córtex da raiz. Apresenta células, aproximadamente, isodiamétricas, vacuoladas, com pequenos espaços intercelulares
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Parênquima Clorofiliano ou Clorênquima: o corre nos órgãos aéreos dos vegetais, principalmente, nas folhas. Suas células apresentam paredes primárias delgadas, numerosos cloroplastos e são intensamente vacuoladas. O tecido está envolvido com a fotossíntese, convertendo energia luminosa em energia química, armazenando-a sob a forma de carboidratos.
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Parênquima Clorofiliano ou Clorênquima:
Parênquima paliçádico - encontrado principalmente no mesofilo e constituído de um ou mais estratos celulares, com grande quantidade de cloroplastídios e poucos espaços intercelulares.
Parênquima esponjoso ou lacunoso – formato irregular, com projeções laterais, delimitando espaços intercelulares. Algumas células se conectam as células do parênquima paliçádico, neste caso, com formato diferenciado ( células coletoras, seu formato pode constituir característica de valor taxonômico).
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Parênquima regular- células de formato pouco variável, normalmente arredondadas; o conjunto celular tem aspecto homogêneo.
Parênquima plicado- possui reentrâncias, assemelhando-se a dobras, pregueado. É encontrado em plantas com área foliar ou mesofilo reduzido, como nas acículas de Pínus, e tem como função aumentar a área da célula.
Parênquima braciforme – apresentam grandes projeções laterais que formam “braços” que conectam células adjacentes, delimitando lacunas.
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Reserva: o parênquima pode atuar como tecido de reserva, armazenando diferentes substâncias ergásticas, como por exemplo, amido, proteínas, óleos, etc., resultantes do metabolismo celular.
São bons exemplos de parênquimas de reserva, o parênquima cortical e medular dos órgãos tuberosos e o endosperma das sementes
Observação ao microscópio óptico de células do parênquima amiláceo da batata não coradas (A) e coradas com soluto de Lugol (B).
parênquima de reserva da raiz de cenoura
( Daucus carota ).
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Aerênquima: as angiospermas aquáticas e aquelas que vivem em solos encharcados, desenvolvem parênquima com grandes espaços intercelulares, o aerênquima, que pode ser encontrado no mesofilo, pecíolo, caule e nas raízes dessas plantas.
O aerênquima promove a aeração nas plantas aquáticas, além de conferir-lhes leveza para a sua flutuação.
Caule de Nymphoides sp. (Menyanthaceae), com aerênquima de amplas lacunas e astroesclereídes.
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Aqüífero: as plantas suculentas de regiões áridas, como certas cactáceas, euforbiáceas e bromeliáceas possuem células parenquimáticas que acumulam grandes quantidades de água - parênquima aqüífero.
Neste caso, as células parenquimáticas são grandes e apresentam grandes vacúolos contendo água e seu citoplasma aparece como uma fina camada próxima à membrana plasmática
Orchidaceae) com parênquima aquífero cujas paredes celulares contêm barras de espessamento lignificadas
Escapo de Eriocaulom modestum
(Eriocaulaceae) com
parênquima clorofiliano e
aquífero.
PARÊNQUIMA - TIPOS DE PARÊNQUIMA
Lenhoso ou xilemático: geralmente, o parênquima apresenta apenas paredes primárias, mas as células parenquimáticas do xilema secundário e, ocasionalmente, do parênquima medular do caule e da raiz podem desenvolver paredes secundárias lignificadas, formando o chamado parênquima lenhoso.
TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA
Colênquima- Grego colla (cola)
O colênquima é um tecido formado de células vivas, relativamente alongadas, de paredes primárias celulósicas, espessadas relacionado com a sustentação de regiões jovens, em crescimento, no corpo do vegetal.
O tecido origina-se, principalmente, do meristema fundamental.
COLÊNQUIMA
É um tecido semelhante ao parênquima, ambos apresentam protoplasto vivo, podem possuir cloroplastos e até mesmo reassumir características meristemáticas, voltando a apresentar divisões celulares.
A diferença entre estes dois tecidos está, principalmente, no fato do colênquima, geralmente, apresentar suas células mais alongadas e com paredes mais espessas que as células do parênquima
COLÊNQUIMA
Origem: meristema fundamental
Característica e Função Células vivas PC: celulose e grande quantidade
de subst. pécticas e água (60% do peso é água)
Plasticidade
Crescimento do órgão ou tecido até atingir maturidade
COLÊNQUIMA
Parede celular primária espessadas
Espessamento é irregular: regiões mais espessadas e outras em que são mais delgadas (pontoações).
O colênquima pode retomar sua atividade meristemática (tecidos de cicatrização).
Espessamento irregular da parece celular (critério de classificação).
Ocupa posição superficial
Podem conter cloroplasto e realizar fotossíntese
OCORRÊNCIA:
Localiza – se, geralmente, logo abaixo da epiderme.
Em caules pode formar uma camada contínua ao redor da circunferência do eixo.
Margeando as nervuras das folhas, bordo e pecíolo.
A polpa de frutos quando são maciços e comestíveis geralmente são colenquimatosas.
Raízes terrestres raramente formam colênquima, uma exceção pode ser encontrada nas raízes de videiras (Vitis vinifera).
COLÊNQUIMA -TIPOS
Colênquima angular - quando as paredes são mais espessas nos pontos de encontro entre três ou mais células, como por exemplo no pecíolo de Begonia (begônia), caule de Ficus (figueira), de Coleus e de Curcubita (aboboreira).
Colênquima lamelar - as células mostram um maior espessamento nas paredes tangenciais interna e externa dente-de-leão (Taraxacum- Asteraceae).
COLÊNQUIMA -TIPOS
Colênquima lacunar - quando o tecido apresenta espaços intercelulares e os espessamentos de parede primária ocorrem nas paredes celulares que limitam estes espaços. Este tipo de colênquima pode ser encontrado no pecíolo de Salvia, raiz de Monstera, caule de Asclepia (erva-de-rato) e de Lactuca (alface).
Colênquima anelar ou anular – quando as paredes celulares apresentam um espessamento mais uniforme, ficando o lume celular circular em secção transversal. Caule in vivo de Bidens pilosa
(Asteraceae) com colênquima anelar e parênquima clorofiliano.
1. Envelhecimento celular > alterações no padrão de espessamento da PC > lume celular torna-se arredondado (um tipo de colênquima transforma-se em outro).
2. Tecido colenquimatoso: tecido que apresenta certas características de colênquima (como o espessamento mais acentuado das paredes celulares), mas não é colênquima.
Parênquima pode transformar-se em colênquima
3. Colênquima pode formar esclerênquima (espessamento mais acentuado e lignificação da PC)
Considerações:
Grego skleros (duro)
Características Tecido de sustentação
presente na periferia
ou nas camadas mais internas do órgão, no corpo primário ou secundário da planta
ESCLERÊNQUIMA
ESCLERÊNQUIMA Parede secundária espessada, lignificada ou não,
sendo o espessamento homogêneo e regular, células mortas na maturidade.
ESCLERÊNQUIMA
Função: Sustentação Resistência Elasticidade
ESCLERÊNQUIMA
Origem: Meristema fundamental Procâmbio Câmbio vascular
ESCLERÊNQUIMA
Características: Paredes secundárias lignificadas Pontoações espessamento variado formato variável protoplasto morto
ESCLERÊNQUIMA Podem funcionar como uma camada protetora ao redor
do caule, sementes, frutos imaturos (contra herbívoros).
Presentes em: raízes, caules, folhas, eixos florais, pecíolos, frutos e sementes.
ESCLERÊNQUIMA Tipos:
Esclereíde
Fibra - xilemática e não xilemática
ESCLERÊNQUIMA -ESCLEREÍDES
Esclereides As esclereides são células mortas;
com paredes secundárias espessadas e lignificadas, e intensamente pontoadas;
Podem aparecer isoladas ou em grupos entre as células dos diferentes tecidos;
ESCLERÊNQUIMA -ESCLEREÍDES
Distribuição dos esclereides na planta
Nos caules, podem aparecer como cilindro contínuo na periferia da região vascular; em grupos na região da medula e no córtex.
Na folha, disperso no tecido foliar, ou localizados nas terminações das nervuras menores e nos pecíolos.
Nos frutos aparecem na polpa do fruto, endocarpo e casca.
Envoltório de sementes.
ESCLERÊNQUIMA -ESCLEREÍDES
A forma apresentada pelas esclereides são variadas e têm sido utilizadas para a sua classificação:
Braquiesclerídes ou Células pétreas
Osteoesclereídes
Macroesclereídes:
Astroesclereídes
http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/23507859.jpg
Tricoesclereídes
Fibras Células esclereficadas longas com
extremidades afiladas;
Células com lume reduzido e paredes secundárias espessada, em geral, sem protoplasto na maturidade;
Elemento de sustentação das estruturas vegetais que param de se alongar.
ESCLERÊNQUIMA - FIBRAS
Tal como as esclereides, as fibras têm ampla distribuição no vegetal, podendo ser classificadas artificialmente em:
fibras xilemáticas, quando ocorrem junto com os elementos do xilema e
fibras extraxilemáticas.
ESCLERÊNQUIMA - FIBRAS
Distribuição das fibras nas planta Nas dicotiledôneas são freqüentes nos
tecidos vasculares.
Folha de Velloziaceae, observando-se fibras ao
redor do feixe vascular
Grupo de fibras esclerenquimáticas do feixe
vascular da folha de Syngonantus caracensis
(Eriocaulaceae).
Nas monocotiledôneas podem envolver completamente os feixes vasculares, como uma bainha; formar cordões em ambas os lados do feixe vascular, ou formar cordões ou camadas independentes dos feixes vasculares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Appezzato-da-Glória, B. & Carmello-Guerreiro, S. M. (eds.) 2006. Anatomia Vegetal. 2a ed. Viçosa: Editora UFV. Ferri, M. G.; Menezes, N. L. & Monteiro, W. R. 1981. Glossário Ilustrado de Botânica. São Paulo: Nobel.FERRI, M. G. 1983. Botânica: morfologia externa das plantas. 4. ed. São Paulo: Melhoramentos.FERRI, M.G. 1999. Botânica: morfologia interna das plantas (anatomia). Nobel 9ª ed. Raven, P. H.; Evert, R. F. & Eichhorn, S. E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan .Heywood, V.H. 1993. Flowering plants of the world. Oxford University press. New York.OLY, A.B. 1987. Botânica. Introdução à taxonomia vegetal. 8a ed. Compania. Editora Nacional. São Paulo.JUDD, W.S, Campbell, C.S., Kellog, E.A. & Stevens, P.F. Plant Systematics. Sinauer Associates, Inc. Sunderland, Massachusetts. U.S.A.Vidal, W. N. & Vidal, M. R. R. 2003. Botânica - Organografia. 4ª edição. Viçosa: Editora UFV.
Dalva Graciano – Ribeiro, 2010 – Aulas anatomia vegetal- unb Prof. João Luiz Pinheiro Bastos, 2010, Aulas anatomia vegetal- UFCE