Post on 26-Jul-2015
A DOENÇA, SOB A
ÓPTICA ESPÍRITA
Vamos relembrar rapidamente alguns conceitos:
Saúde – estado de total bem-estar: físico, mental e social;
Doença – estado resultante do desequilíbrio do Espírito e que se vai refletir no corpo espiritual e no corpo físico;
Cura – estado que aparece quando o Espírito se reequilibra e que, tal como o anterior, também se reflete nos dois corpos: espiritual e físico.
Somos Espíritos
corpo etéreo (o perispírito)
corpo físico
Ambiente
Nosso progresso é resultante das inúmeras encarnações
experiências (boas e más) pelas quais vamos passando tanto
em termos de relações sociais como de conhecimentos
adquiridos – até que atingimos a perfeição relativa.
Logo, é através do perispírito que o Espírito
se manifesta no corpo físico, tal como todas
as impressões recebidas do meio ambiente
e das pessoas que o rodeiam, chegam ao
Espírito via perispírito. (Fig. 1)
As experiências, os obstáculos, os desafios, e os sofrimentos físicos e/ou morais
desconforto
às vezes, fazem com que mudemos de atitude
Mas a mudança que escolhermos vai estar condicionada pelo nosso grau de compreensão do que é a vida e também pelo nosso livre arbítrio, um parceiro de peso nesta decisão.
A ilustração (Fig. 2) tenta ajudar a perceber como se dá
este processo.
Se cada vez que tivermos conflitos e desafios na vida,
escolhermos o lado direito da Fig. 2, avançaremos
rapidamente nos nossos equilíbrio e progresso espiritual;
ou, por outras palavras, quando agimos
equilibradamente, com fé, serenidade e justiça.
Infelizmente, a maior parte da humanidade ainda
opta pelo lado esquerdo da citada Fig. 2 e ao fazê-lo,
vai agir desequilibradamente, com ódio, injustiça e
desespero. A consequência destes sentimentos
negativos é o desequilíbrio do psiquismo espiritual, o
qual vai atingir o perispírito e este, por sua vez, vai
passá-lo para o corpo físico, sob a forma de doença.
A única coisa positiva em todo este
processo, é sabermos que temos sempre
a oportunidade de voltarmos à posição
inicial, isto é, a que a própria doença sirva
de desconforto e nos leve a mudarmos
de atitude, até conseguirmos seguir a
linha do equilíbrio.
Nestes termos, a doença é vista por nós,
espíritas, como um instrumento
pedagógico de que ainda precisamos para
nos empurrar para o progresso. É um
remédio amargo, mas também é um
instrumento de retificação.
Para a Doutrina Espírita há três gêneros de doenças:
Doenças Cármicas – são as congênitas e as
hereditárias, resultantes dos desequilíbrios que
tivemos em vidas passadas;
Doenças Adquiridas – são as provocadas por
desequilíbrios tidos nesta vida atual;
Predisposições (físicas ou espirituais) Para as
Doenças
vários desequilíbrios: das vidas passadas
de tendências genéticas que, ante uma fragilidade
na presente existência, se manifestam sob a forma
de doença (a predisposição é cármica, mas a
doença é adquirida).
O Espírito André Luíz explica que: “Os fatores que
programam as condições do renascimento no corpo físico,
são o resultado dos atos e pensamentos das existências
anteriores”. Por aqui constatamos que no que se refere às
doenças cármicas e às predisposições para as mesmas,
somos herdeiros de nós próprios.
Deixamos a herança cármica numa encarnação para nós
mesmos, na próxima.
Há dois comportamentos que marcam negativamente o
perispírito e que provocam as doenças cármicas:
um deles, é a consciência culpada, tanto pelo mal que
fizemos – a nós e/ou aos outros –, como pelo bem que
deixámos de fazer (quando está nas nossas mãos realizar
o bem e por egoísmo ou comodismo, optamos por não o
fazer);
o outro, é o desejo de continuar doente. Há pessoas que
querem ficar ou continuar doentes, como uma maneira
de substituírem a carência afetiva que sentem.
Esta atitude vai marcar fortemente o perispírito, fazendo
com que essa marca passe para outras vidas, onde o atual
desprezo pela saúde, será resgatado pelo desejo de a
poder recuperar.
Podemos pensar: “– Mas não há nada que se possa fazer
para suavizar as doenças cármicas?”
E a resposta é sim!
Vejamos quais são então os meios de que dispomos para isso:
a) aceitar a doença com uma resignação ativa, ou seja, fazendo um
esforço constante para superar ou amenizar as limitações desta, quer
sejam físicas ou psíquicas;
b) nunca nos revoltarmos;
c) trabalhar a favor do próximo – o Mestre Jesus assegurou-nos há mais
de dois mil anos que “o amor cobre a multidão de pecados” e assim,
compreendemos que fazer o bem incondicionalmente é uma excelente
maneira de suavizarmos as nossas dívidas do passado e de amenizarmos
as marcas no nosso perispírito.
Quanto às doenças adquiridas, estas são o resultado
do nosso mau comportamento atual. Com efeito, as
atitudes irresponsáveis, precipitadas, egoístas ou de
ódio, os vícios – drogas, tabaco, álcool –, a violência,
a agressividade, e a maledicência, provocam
emoções tão perturbadoras que vão ter como
desfecho a apresentação de doenças no corpo físico.
Por exemplo, as frustrações e os medos causam
as hoje tão habituais embora tão temidas,
depressões; e a falta de vigilância dos nossos
pensamentos e atitudes, favorecem as obsessões,
que podem estar presentes em todos os tipos de
doenças, potencializando-as.
A CURA DAS DOENÇAS
A cura está formada por três pontos básicos:
1) Ação terapêutica da Fé
Querermos curar-nos e tornarmos este desejo cada dia mais
forte, é fundamental para qualquer cura. Mas para isso,
precisamos de acreditar em nós próprios e em Deus, e
mudarmos a nossa atitude perante a doença, isto é, temos
que vê-la como um obstáculo que temos que ultrapassar.
E para nos ajudar a consegui-lo, devemos usar o recurso da
prece sincera e fervorosa, tal como nos aconselha
O Evangelho Segundo o Espiritismo, no ponto 11 do cap.
XXVII. É que, por meio da prece, entramos em sintonia
com o Mundo Maior, equilibrando o nosso ser e
favorecendo a acção curativa dos Benfeitores espirituais.
“A tua fé curou-te. Vai e não peques mais!” – disse Jesus.
Se aplicássemos esta recomendação do Mestre a toda a
nossa vida, não voltaríamos a adoecer.
A medicina atual já considera que o pensamento positivo no
fortalecimento imunológico do corpo físico, favorecendo a
reacão orgânica pela qual se obtém a cura. Miramez
comenta no seu livro Saúde, psicografado pelo médium João
Nunes Maia, que “não existe verdadeira cura sem oração.
Eis porque em todos os métodos de cura, a devemos usar
para alcançarmos o beijo de luz de Deus, que se transforma
no nosso peito em magnetismo animal, para curar os
nossos semelhantes e a nós mesmos”.
2) Auto-conhecimento
Adenáuer Novaes, no Psicologia do Evangelho diz-nos que
“querer ficar curado é não atribuir aos outros a
responsabilidade pelo processo da cura... O meu salvador
sou eu”. Se nós imprimimos a nossa doença de dentro para
fora, é lógico que devemos curá-la da mesma maneira – de
dentro para fora. Só conhecendo as nossas tendências boas
e más, seremos capazes de nos curar.
Mas para isso precisamos de fazer uma ação terapêutica em
3 passo
identificar as causas do sofrimento;
tentarmos compreender a razão desse sofrimento e
assumirmos a atitude correta;
libertarmo-nos dos sentimentos negativos que temos
dentro de nós, como a mágoa, o rancor ou o ódio –
libertação esta que só é possível mediante o perdão.
Hoje em dia, a ciência médica já chegou à conclusão de
que é o estado psicológico da pessoa, isto é, o seu Espírito,
que influencia o estado de saúde ou de doença; já se sabe
que, por exemplo, o perdoar-se alguém, não só é
necessário devido às concepções morais ou religiosas, mas
também é um imperativo, como meio de se curarem
várias doenças crônicas.
Atualmente, em praticamente todo o mundo, os
psicólogos passaram a fazer parte das equipas
médicas de Oncologia, para fazerem terapia de
recuperação da auto-estima aos pacientes, pois
descobriu-se que este é um componente que tem
muito peso na cura do cancro.
3) Resignação Dinâmica, isto é, aceitação da vontade de Deus.
aceitarmos a doença, mas termos a coragem de a enfrentar e de
extirparmos ou suavizarmos a sua causa;
procurarmos o tratamento para a mesma. Devemos fazer todos
os tratamentos que estiverem ao nosso alcance, através da
medicina, da psicologia e também das terapias espirituais
(passes, palestras e desobsessão).
No entanto, devemos fazer aqui uma ressalva importantíssima:
Tudo aquilo que expusemos só dará resultado se a doença nos
tiver motivado para fazermos a nossa reforma íntima do bem!
Se voltarmos a olhar mais uma vez para o
esquema apresentado na Fig. 2, verificaremos que
a reforma íntima vai provocar uma mudança de
atitude que, por sua vez, e devido ao nosso novo
comportamento equilibrado, vai fazer com que
consigamos a cura e, ao mesmo tempo, que
avancemos no nosso progresso espiritual…
E com estas duas frases tão esclarecedoras
terminamos, desejando-lhes muita Paz e Saúde!
… Adenáuer Novaes esclarece que “curar-se, é alcançar
uns níveis maiores na capacidade de nos amarmos a nós
próprios, ao próximo, e à vida”;
e Roberto Brólio afirma que “a profilaxia das doenças da
alma decorre do conhecimento que cada qual deve ter das
leis da vida, que são totalmente voltadas para o bem”.
Bibliografia:
ESE - cap. V, ponto 3- Justiça das Aflições; cap. XVII, ponto 11 – Cuidar do Corpo e
do Espírito e Pedi e obtereis (Prece)
SAÚDE – Miramez/João Nunes Maia
DOENÇAS DA ALMA – Dr. Roberto Brólio
RENOVANDO ATITUDES – Hammed/Francisco do Espírito Santo Neto
MISSIONÁRIOS DA LUZ – André Luíz/Francisco Cândido Xavier
ACÇÃO E REACÇÃO – André Luíz/Francisco C. Xavier
PSICOLOGIA DO EVANGELHO – Dr. Adenáuer Novaes