Post on 26-Mar-2016
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Produções
O circo chega à cidade junto com o inverno, mais precisamente no começo de julho. Alegria é o nome de seu novo espetáculo.
O sol mal derramava seus raios sobre a cidade, ainda sob a neblina, quando um grito estarrecedor vindo da primeira página do jornal Rotativo, informa os primeiros leitores da cidade.
Há sempre aquelas pes-soas que não
perdoam nada...
-Você viu só isso?
-É, agora o espetáculo vai ter que se chamar Tristeza.
O dono do circo, também conhecido como pa lhaço Ricochete, não se continha de desolação.
Inconformado pela distância que percor-rera para encontrar o tal detetive dos clas-
Discutira com todos os dete-tives do corpo policial, berros e palavrões não faltaram em seu discur-so. Desiludido busca ajuda nos classifica-dos.
sificados, atravessa-lhe a porta dum supetão.
-Era minha única filha! Doze anos completos no mês passado!
- Pelo amor de Deus você precisa encontrar o assassino da minha filha.
- Calma lá meu chapa, como você entra assim no meu es-critório a essa hora da noite.
- Quero dez mil adiantados.
- Quero que mate o desgraçado que fez isso com minha filha.
- Ela deve estar uma
fera...
- Puta perdi o café com
Sabrina!
- Como assim?! Já é meio dia!
- Olha aqui meu chapa, sou um detetive e não um assassino.
- Fala o preço que eu pago.
- Tome dois, terá mais quan-do trouxer alguma pista.
Ramone tem um jeito particular de desvendar os mistérios. Com a grana no bolso zera sua conta e pede uma garrafa do conhaque mais barato.
Já quase sem consciência ele se apruma na direção do vento farejando um cheiro qualquer de morte no ar.A luz que entra pela janela fere seus olhos e ele desperta com uma dor de cabeça colossal.
Com o resto de força que lhe restara
arrasta-se até o jornal. Mais uma vítima do que parece ser um assassino
em série.
- Puta que pariu, alguém anotou a placa do ca-minhão que me atropelou? Que noite foi essa?
- Se eu lem-brasse de al-guma coisa, até que teria um peso na consciência.
A noite estava clara, mas a neblina não deixava ver muito longe. O ar permanecia pesado
e úmido. Os valores da recompensa tinham
mexido com a cabeça das pessoas.
Não era costume nessa ci-dade o porte de armas, mas percebiam-se os vo-lumes sobre
as casacas. Gritos atônitos cruzaram a noite, do lugar de onde eles vinham a ne-blina se afastava lentamente dando lugar a luz da lua.
- Já tenho conta aqui? - Porque o café eu pago, mas a dose de conhaque sê pendura.
- Meu Deus aquele palhaço ofereceu quinze mil pela cabeça do assassino! - Só quero um café bem forte! Deve ter sobrado algum troco de ontem.
- Ei chefe eu quero um café e um maço de cigarros, pera aí, coloca um pingo de leite que eu não lembro a última vez que comi.
Logo os fotógrafos chegaram
para estampar a cara do assassino
na primeira página.
O palhaço foi acordado as pressas assim que o jornal chegou ao circo.
Não foi preci-so nem abrir o periódico para ver a cara do sujeito magro e pálido den-tro do saco
preto.
- Eu peguei! Peguei esse assassino fila da puta!
- Não! Não pode ser!
- Eu sabia que isso não ia ficar assim, aquele bandido teria o que merecia.
-Aquele maldito Ramone!
Créditos Fotonovela
CriaçãoCarlos Angelo / João Fidellis
Marcus BellaverArgumento e Edição
Carlos AngeloRoteiro e Direção de Arte
Paula CantieriCapa
João Fidellis / Marcus BellaverFotografia
Rodrigo Moreno / João FidellisMarcus Bellaver / Edson Luis / Alan
Direção de AtoresTati BafoElenco
Carlos AngeloFernando Pena
Participação EspecialTariq Elid / Diogo Figueira / Karon Souza/
Paula Cantieri / João Fidellis Diego Geronymo / Marcus Bellaver
Munique Akemi / Leonardo Kisser / AlanAgradecimentos
Bar do Jaime / Bar do Jota / Contabilex
www.arotativa.com