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THE SUN Quinta-feira, 21 de Novembro de 2013
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PRINCESA DIANA
PERDE A VIDA EM
TRÁGICO ACIDENTE
DE VIAÇÃO
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O QUE É A CULTURA VISUAL?
Cultura visual é um campo
de estudos que aborda os
processos culturais:
hábitos, costumes visuais,
referentes a um ou vários
povos. Área que,
sobretudo, procura
entender os aspectos
visuais como fonte de
transmissão cultural e, as
relações e interferências
que os sistemas culturais
acarretam ao processo
visual de identificação e
entendimento do mundo e
da realidade.
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QUEM ERA DIANA AFINAL?
Diana de Gales - Diana Spencer
- Princesa de Gales, nasceu a 1
de Julho de 1961 em
Sandringham, Norfolk (Grã-
Bretanha). Filha de aristocratas
britânicos, Edward John
Spencer e de Frances Shand
Kydd, divorciaram-se quando
Diana tinha apenas 8 anos.
Estudou em Riddles Worth Hall
(Norfolk) e na escola West
Heath de Kent e completou os
estudos na Suíça. Depois
trabalhou como professora
num Jardim de Infância.
Em criança já tinha alguns
“contactos” com a família Real Britânica, quando ia jogar com os filhos da Rainha
Elizabeth II, Edward e Charles. Em 1979, com apenas 18 anos, começou a sair com o
Príncipe Charles, ex-noivo de uma de suas irmãs (é o que alguns jornalistas afirmam).
Ao longo do tempo foram-se conhecendo melhor e em 24 de Fevereiro de 1981 o
noivado de ambos foi anunciado. Ainda nesse ano no dia 29 de Julho, casaram-se na
Catedral de São Paulo, em Londres e foi assim que Diana se tornou numa princesa
britânica . Tiveram dois filhos, o primeiro William nasceu em 1982, o segundo Harry
em 1984. No entanto, desde o final da década de 80 que começaram a surgir os
primeiros rumores sobre uma possível crise matrimonial; situação que veio a
confirmar-se algum tempo depois, quando em 1992 se deu a separação entre Diana e
Charles.
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A CRIAÇÃO DE UM ÍCONE
Diana era uma mulher com um
admirável trabalho no campo da
caridade, fruto também do facto de ter
sido professora outrora; com todos os
seus passos neste sentido conseguiu
propulsionar uma mudança social
radical na cultura política britânica, tão
fechada e retrógrada.
Depois da morte dramática da Princesa,
a Grã-Bretanha deixou de ser vista
como um velho país e passou a ser
primeiramente vista como uma das vias
em que a cultura visual global teve a
possibilidade de alterar a vida num
simples instante.
A morte da Princesa Diana marcou o fim
da fotografia e a inauguração da cultura
visual global.
Princesa Diana com Madre Teresa de
Calcutá
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POPULARIDADE E ESTUDOS CULTURAIS
Deve admitir-se que este notável aumento no sentimento popular
dificilmente foi antecipado pelos críticos nos estudos culturais e visuais. O
“Centro de Birmingham para Estudos Culturais Contemporâneos” tinha
anunciado o estudo da "resistência através de ritual", mas eles
certamente não quiseram dizer o funeral de uma princesa, o discurso de
um Conde, ou as músicas de uma artista descontínuas da Radio Lite.
Pareceu que dezoito anos de thatcherismo levaram muitos ao desespero
do mainstream em vez de prosseguirem com as suas pesquisas na minoria
e nos grupos marginalizados. Embora esse foco fosse necessário e bem-
vindo, ele precisava de ser equilibrado com maior compreensão do corpo
fissurado e fragmentado ao que os americanos chamavam de ‘classe
média’ e ‘cultura política britânica’, que agora se refere como o centro
vital. Trabalhos recentes sobre temas como a brancura (Dyer 1997) já
começaram esta tarefa que aparece essencial à luz da morte de Diana.
Darcus Howe viu a reação à morte de Diana como um momento notável:
“Isto veio como um ladrão na noite: destemido e sem aviso prévio, unido,
disciplinado e auto-organizado. À maneira de sua vinda, o estoicismo
deste enorme movimento sugere que o povo britânico anda já há muito
tempo, há muito tempo na sua formação. Não é simplesmente um fluxo de
sangue com a sua histeria que acompanha, típica de espontaneidade
vulgar, mas uma entrada medida lançada pela morte do seu comandante-
chefe, Diana Spencer... Aqueles de nós que comentarem assuntos políticos
e sociais... não têm a menor ideia sobre sua existência e juntamente com
tantas outras questões que foram expostas por falta de observação
cuidadosa e séria negligência histórica.”
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A INFLUÊNCIA DE DIANA. A MULHER POR
DETRÁS DE UM TÍTULO
A esquerda britânica, de onde se originaram os estudos culturais, estava tão errada
sobre o fenómeno de Diana precisamente por causa de sua profunda desconfiança
para com as imagens e a aparência. Na altura da sua morte, Diana havia-se tornado
num ícone visual global, cuja imagem foi divulgada através de todas as três
variedades do sistema operacional
moderno… A imagem dela era tão
extraordinariamente poderosa
exactamente porque incorporou a
imagem formal da realeza, a
fotografia popular e a imagem virtual.
Aquando da sua morte, Diana colocou
esta sobreposição improvável a
desmoronar. Muito do sentido geral
de luxação que se seguiu à sua morte
pode ser atribuído a esta perturbação
da ordem simbólica da vida
quotidiana. Como um membro da
família real britânica, ela beneficiou o
eco do poder que adere à imagem
formal da realeza.
Em 1980, quando Charles e Diana eram casados, feministas usavam crachás
dizendo "Não faças isso Di", enquanto muitos outros viram o espectáculo como
uma tentativa bruta para distrair a atenção dos problemas do desemprego em
massa na época. Com efeito, a rainha e o Príncipe Charles distanciaram-se de
políticas da senhora Thatcher, fortalecendo a aliança peculiar entre a esquerda
britânica aristocrática e a monarquia. Ironicamente, foi Diana, ela mesma, que
alcançou o que décadas de comentário esquerdista e republicano não tinham - o
completo descrédito da monarquia, trabalhando através dos media de massa. Em
tais histórias populares, encontra-se o movimento notado por Darcus Howe. Para
pessoas como as do norte de Londres que frequentavam as escolas infantis, Diana
era simplesmente a última hipótese e/ou chance do antigo sistema colocar um
rosto humano.
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A FOTOGRAFIA E A PRINCESA
A fotografia era crucial para a importância de Diana. Ela não era
simplesmente um símbolo porque as fotografias que comandou tiveram
sempre tanta atenção e foram sempre da sua pessoa, ao invés da noção
abstracta de monarquia que a rainha Elizabeth II se esforçou muito para
representar. Só precisamos imaginar as reacções à morte de uma figura,
comparável com Hillary Clinton, para ver quanto importava quem era
Diana. Ela não era simplesmente uma outra celebridade ou mulher bonita,
mas sim uma pessoa que alcançou o que parece um lugar sem
precedentes na imaginação global por meio da fotografia; um meio que
foi eclipsado durante o seu momento de celebridade em si. Em
retrospecto, parece que não foi por acaso que a ascensão de Diana ao
estrelato foi tão cedo, em 1980, acompanhado a transformação da
representação visual de imagens electrónicas. Importava, de facto, que ela
era tão publicamente infeliz porque essas coisas eram visíveis nas
fotografias, o que atestava a realidade no mundo virtual. A fotografia
criou a fantasia de ser uma princesa e
todos os estereótipos de género
associados a essa fantasia e que então
foram literalmente dissolvidos diante
dos nossos olhos. Diana disse que a
experiência de ser bulímica foi o
desejo de desaparecer
completamente, como uma aspirina
solúvel. Invisibilidade aqui era uma
fantasia, não do poder mas sim de
escapar, especialmente de escapar aos
fotógrafos.
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Seja qual for a primeira
causa, Diana envolveu-
se numa troca
complexa de imagem e
olhar entre ela e os
meios de comunicação
de massa sobre a
representação
tornando-se
rapidamente numa
figura pública.
Para Diana, era quase literalmente impossível ver-se de alguma forma sem
ser fotografada. O sentido real de ser olhado exemplificou aquilo que Coco
Fusco tem chamado a “vigilância sexual" de todas as mulheres por
homens, de homens gays e lésbicas por heterossexuais, de travestis pelos
convencionalmente vestidos e assim por diante. Ao mesmo tempo, ela
forneceu um ponto complexo de identificação. Com o tempo, ela era
mesmo capaz de representar a diferença racial do ponto de vista das
minorias da Grã-Bretanha, algo que teria sido inimaginável para o resto da
família real ainda mergulhada na nostalgia imperial.
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Diana tinha a capacidade de transformar uma fotografia banal em uma imagem
carregada de significado. Isso foi, talvez, conseguido de forma mais
impressionante na sua visita ao Taj Mahal, em 1992. Ela foi fotografada no
mesmo local clássico, em frente do Taj Mahal, mas sentada no banco, ao invés de
em pé. Além disso, as fotografias publicadas foram tiradas com um maior ângulo
e apanhou a piscina de água em frente à princesa. O resultado é que Diana
parece dominada pelo monumento. Sua figura é quase um detalhe na imagem
geral, mas podemos reconhecer a assinatura de inclinação da cabeça e olhar para
cima. A massa de mármore branco e céu sem nuvens dão uma sensação de
opressão, certamente, enfatizando sua solidão.
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PRÍNCIPE CHARLES E A DUQUESA DE
CORNUALHA P DE VISITA À ÍNDIA
"Numa cena que lembra a icónica Princesa Diana e a foto no Taj Mahal, o
príncipe Charles e a duquesa da Cornualha foram fotografados no terceiro
dia de sua visita a Índia na frente de um magnífico complexo do Templo
Hindu", observou o Daily Mail. As semelhanças entre as duas imagens
foram notadas pelos outros, também. "É Camilla tentando dar uma de
Diana?", perguntou o Hindustan Times.
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A VISIBILIDADE DE DIANA NO MUNDO
A visão fetichista das celebridades
cria um efeito punctum - uma
atracção pessoal para aspectos
particulares da imagem que é
derivado de irrisório, desejo e
memória. Diana, filha de um lar
desfeito, bulímica, divorciada, mãe
solteira e vítima de um acidente
fatal, o que veio a servir como um
enorme punctum dos media para
uma perda pessoal dos espectadores. Foi universalmente observado após
a morte de Diana que ela tinha sido a pessoa mais fotografada de sempre.
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O desejo das mulheres ao ver Diana era tão
forte. Talvez mais forte, do que o de homens
porque as mulheres viam-na como uma
heroína, um modelo a seguir, alguém que caí
mas reergue-se várias vezes.
Houve também a identificação com Diana
como o principal exemplo de como é difícil a
vida moderna mesmo para as mulheres que
parecem ter tudo.
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Como as estrelas de
cinema anteriores, o
rosto de Diana veio
para ficar não só para
sua própria
subjectividade, mas
também para que
muitas mulheres que
se identificaram com
ela. Depois de um
certo ponto no seu
casamento, Diana
recusou-se a
permanecer no papel
passivo que foi
atribuído a ela pela
família real.
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O DRAMA DA BANDEIRA
Embora Diana tinha sido oficialmente destituída do título de Sua Alteza Real como parte de seu acordo de divórcio com o príncipe Charles, a família real depressa apressou-se a envolvê-la, literalmente, no simbolismo da bandeira da monarquia após a sua morte. Príncipe Charles voou para Paris, a fim de recuperar o seu corpo e o caixão chegou a Grã-
Bretanha envolta com o estandarte real.
É muitas vezes acreditado que todas as bandeiras devem ser hasteadas a meio mastro por ocasião da morte de um monarca como um sinal de luto. Isto não se aplica a bandeira real, o Royal Standard.
Palácio de Windsor Palácio de Buckingham
Padrão da Família Real Palácio de Balmoral
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TONY BLAIR: “ELA ERA A
PRINCESA DO POVO!”
Depois da morte de Diana, Tony Blair, recente primeiro-ministro inglês,
falou ao país. "Ela era a princesa do povo e é assim que ela vai ficar, como
ela vai permanecer nos nossos corações e em nossas memórias para
sempre”.
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“REVOLUÇÃO FLORAL”: MORTE DE 96
ADEPTOS DO LIVERPOOL CAUSA ONDE DE
FLORES ÀS PORTAS DE ANFIELD
O dia 15 de Abril de
1989 foi um dia negro
para os adeptos do
Liverpool e para o
futebol inglês. Durante
o jogo entre Liverpool
FC e Nottingham Forest
para as meias-finais da
Taça da Inglaterra, 96
adeptos do Liverpool
morreram esmagados e
outros 766 ficaram
feridos.
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PRINCESA DE GALES FAZ TRABALHO
COMUNITÁRIO
Diana foi uma das primeiras
pessoas de mais alto perfil a
ser retratada a tocar nas
vítimas da SIDA e isso teve um
impacto significativo na
mudança de opiniões e
atitudes das pessoas para com
a doença. A princesa de Gales
disse mesmo que, "o vírus da
SIDA não faz das pessoas
perigosas. Podemos apertar-
lhes a mão e dar-lhes abraço, o
céu sabe que eles precisam ".
No mês de Janeiro de 1997, Diana visitou Angola, não sendo fotografada
em locais turísticos, mas com as vítimas das minas terrestres, sendo
voluntária do Comité Internacional da Cruz vermelha.
Como resultado do empenho de Diana,
foi assinado, por apelo da Organização
das Nações Unidas, o Tratado de Ottawa,
que proíbe o uso, a produção e a
transferência de minas terrestres.
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MORTE DE DIANA CAPULTA-A PARA ÍCONE
MUNDIAL
A sua habilidade para falar com todos os
tipos de pessoas fez dela um ícone tão
grande, mas o seu verdadeiro potencial só
foi plenamente revelado depois da sua
morte.
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MORTE DE SELENA E AS SEMELHANÇAS COM
DIANA
Ao invés de comparações intermináveis
a Marilyn Monroe, a morte de Diana
seria melhor comparada com a de
Selena, a popular cantora considerada a
rainha da música tejana que figura
como uma das mais importantes
cantoras da música latina.
A morte de Selena causou um grande
impacto nos Estados Unidos. As redes
de televisão pararam completamente as
suas programações para noticiarem
sobre a morte da “Madonna Mexicana”.
As rádios tocavam as suas músicas sem
parar.
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DODI: “UM BARCO DE SONHO OU UM
CALOTEIRO?”
Em Agosto de 1997, Diana era
capa da revista People que se
questionava sobre a sua relação
com Dodi Al Fayed. Depois da
sua morte a revista dedicou 3
capas à Princesa do Povo.
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“DIANA ERA TÃO PRINCESA DA AMÉRICA
COMO ERA DA GRÃ-BRETANHA”
A sua primeira visita aos
Estados Unidos em 1985
despertou uma histérica
multidão de
simpatizantes a
Washington, o que levou
a que algumas ruas
tivessem de ser cortadas.
O vestido que ela usou no
Jantar de Gala da Casa
Branca foi leiloado,
depois da sua morte,
numa quantia de 800 mil
dólares.
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PROTAGONISTA NA SUA PRÓPRIA NOVELA
A Princesa Diana entendeu que numa era de comunicação de massa,
qualquer senso de identificação vinha de uma visão compartilhada de
programas de televisão e filmes, em vez de uma “cultura” local ou
nacional.
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“CANDLE IN THE WIND”: SUCESSO DE VENDAS
O reeditado trabalho
de Elton John levou
vários espectadores às
lágrimas e foi o single
mais vendido de todos
os tempos.
Vendeu 31,8 Milhões de cópias
até ao final de Outubro de
1997.
Ultrapassou, em 37 dias, as 30
milhões de cópias d “White
Christmas” de Bing Crosby
A canção arrecadou mais de 30
milhões de libras para a
caridade de Diana e gerou uma
verba de 100 milhões num
espaço de poucos meses.
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UM EVENTO À ESCALA MUNDIAL
Enquanto 750 milhões de pessoas tinham visto o seu casamento com
príncipe Charles e 200 milhões a sua entrevista na televisão britânica em
1995, o seu funeral foi visto por um total de 2,5 bilhões de pessoas.