Linguística i gerativismo

Post on 19-Feb-2017

167 views 7 download

Transcript of Linguística i gerativismo

Linguística IProfª Anyellen Mendanha

Surgiu em 1957. Noam Chomsky Objetivo inicial: resposta e rejeição ao modelo

behaviorista de descrição dos fatos da linguagem.

Bloomfield:◦ linguagem humana: condicionada socialmente,

resposta que o organismo produz mediante os estímulos que recebia da interação social. Essa resposta, a partir da repetição constante e mecânica, seria convertida em hábitos, que caracterizariam o comportamento linguístico do falante.

p. 127 -128

Behaviorismo: ◦ Linguagem fenômeno externo ao indivíduo◦ Linguagem sistema de hábitos gerados como

resposta a estímulos e fixado pela repetição. 1959: Skinner X Chomsky

O indivíduo sempre age

criativamente no uso da

linguagem!Criatividade = principal

aspecto caracterizador do comportamento linguístico

humano

Abandono do modelo teórico e metodológico do behaviorismo,

pois neste não havia espaço para eventos criativos.

p. 128Criatividade como qualidade

distintivamente humana.Criatividade regida por regras

Linguagem: capacidade humana de falar e entender uma língua, deve ser compreendida como o resultado de um dispositivo inato, uma capacidade genética.

Faculdade da linguagem

p. 129

Papel do gerativismo:◦ Constituir um modelo teórico capaz de descrever

e explicar a natureza e o funcionamento dessa faculdade.

Uma das razões para estudar a linguagem (exatamente a razão gerativista) (...) é a possibilidade instigante de ver a linguagem como um “espelho do espírito” (...) Mais instigante ainda (...) é a possibilidade de descobrir, através do estudo da linguagem, princípios abstratos que governam sua estrutura e seu uso, princípios que são universais por necessidade biológica e não por simples acidente histórico, e que decorrem de características mentais da espécie humana. (CHOMSKY apud MARTELOTTA, 2009, p.129)

p. 129

Era (e ainda é) preciso descrever exatamente como é essa faculdade, como ela funciona e como é possível que ela seja geneticamente determinada se as línguas do mundo são tão diferentes.

Análise da linguagem humana de uma forma matemática e abstrata.

Se aproxima dos estudos das ciências cognitivas.

p. 130

Primeira elaboração: gramática transformacional.

Objetivo: descrever como os constituintes transformavam-se em outros por meio da aplicação de regras.

Marcadores sintagmáticos – podem sofrer alterações

As infinitas sentenças de uma língua era formadas a partir da aplicação de um finito sistema de regras (a gramática).

p. 131

O estudante leu o livro.

S

SN SV

DET Nv SN

DET SN

p. 131

Regras de composição sintagmática explicam como uma estrutura simples é gerada.

Mas e estruturas relacionadas?

Regras transformacionais (estrutura profunda e estrutura superficial).

p. 132

O livro foi lido pelo estudante

O estudante leu o livro.

S

SN SV

DET Nv SN

DET SN

p. 132

1990: abandona-se a ideia de estrutura profunda. Não se comparava mais com uma estrutura

independente. Outro ponto de análise gerativista: intuições

(conhecimento implícito e natural)

Gramaticalidade X Agramaticalidade

Como o falante sabe disso? Como ele consegue distinguir uma frase gramatical de uma

agramatical?

p. 133

João disse que ele vai casar. Ele disse que João vai casar.

Todos os falantes de português conhecem inconscientemente essas pequenas regras que

acabamos de descrever e é por isso que entendem e produzem as frases de sua língua.

Mas como é possível? Como podemos saber essas coisas se

ninguém nos ensina explicitamente como a língua

funciona?

p. 133

Conhecimento linguístico inconsciente = competência linguística.

Competência ≠ Comportamento linguístico (desempenho linguístico)

Interesse gerativista: competência e não o desempenho.

Teoria formal: traçar o funcionamento da mente que permite a geração de estruturas linguísticas observadas nos dados de qualquer corpus de fala, mas não lhe interessavam esses dados em função de qualquer fator extralinguístico.

p. 133 -134

Dados de análise dos gerativistas:◦ Testes de gramaticalidade◦ Intuição do próprio linguista

Gerativistas que fazem pesquisas aplicadas:◦ Testes e experimentos psicolinguísticos◦ Testes e experimentos de aquisição da linguagem

com crianças◦ Testes e experimentos neurolinguísticos◦ Evidências de mudança linguística por que

passam a língua

p. 134

1980: Surge a hipótese da gramática universal (GU)

GU = conjunto de propriedade gramaticais comuns compartilhadas por todas as línguas naturais, bem como as

diferenças entre elas que são previsíveis segundo o leque de opções disponíveis na GU.

Faculdade da linguagem = dispositivo inato, herança biológica, que nos fornece um algoritmo.

p. 135

Conjunto pré-definido de regras = GU (dispositivo biológico)

Descrever o funcionamento da GU

Teoria de princípios e parâmetros◦ Fase da regência e da ligação (TRL) (década de 80)◦ Programa minimalista (início da década de 90 até o

presente).◦ Foco na área da sintaxe = gramática modular

SINTAXE

LÉXICO

FONOLOGIA SEMÂNTICA

p. 136

Os componentes da gramática devem ser

analisados como módulos autônomos.

Princípios: propriedades gramaticais que são válidas para todas as línguas naturais.

Parâmetros: possibilidades de variação entre línguas.

p. 136

João disse que ele vai casar.

Ele disse que João vai casar.

O pronome pode se referir a João ou a qualquer outro homem citado no discurso

O pronome não pode se referir a João.Necessariamente, faz referência a outro

homem

Pronome anafóricoUma anáfora

necessariamente deve suceder seu referente

PRINCÍPIO DA GU

p. 136

João disse que ele vai casar.Oração Principal Oração Subordinada

Sujeito Sujeito

Sujeitos correferenciais

João disse que ele vai casar. (“ele” sujeito preenchido)

João disse que vai casar. ( Sujeito nulo)

POSSIBILIDADE

A língua portuguesa suporta a ocorrência de

sujeitos nulos

p. 137

Língua portuguesa = sujeito nulo é gramatical

Outras línguas = sujeito nulo é agramatical

John said that he is going to get married. John said that is going to get married.

Na língua inglesa tem que ocorrer o pronome anafórico

A existência de sujeitos nas sentenças é um PRINCÍPIO da GU.

A possibilidade de deixá-los nulos nas frases é um PARÂMETRO da GU.

p. 137

propriedades gramaticais que são válidas para todas as línguas naturais.

A existência de sujeitos nas sentenças é um PRINCÍPIO da GU.

A possibilidade de deixá-los nulos nas frases é um PARÂMETRO da GU.

possibilidades de variação entre línguas.

p. 137

2001 – descoberta de um gene que aparentemente está destinado a controlar a capacidade linguística humana.

FOXP2 é um dos setenta genes diferentes que compõem o cromossomo 7, que é responsável pela arquitetura genética do cérebro humano.

FOXP2 é um gene existente também em outros primatas, como chimpanzé e gorilas, mas em quantidade muito reduzida.

p. 138 -139