Post on 07-Apr-2016
LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA
ASPECTOS GERAIS
• Nomes populares: Calazar, Esplenomegalia Tropical, Febre Dum-Dum
• Doença crônica sistêmica – evolução para o óbito (1 a 2 anos após o aparecimento da sintomatologia)
EPIDEMIOLOGIAIncidência anual global: 500.00 casosNo Brasil: 2.000 – 3.000 casos
EPIDEMIOLOGIA – BRASIL (2001)
AGENTE ETIOLÓGICO
Ordem: Kinetoplastida
Família: Tripanosomatidae
Espécies:
L. donovani
L. infantum
L. chagasi
Velho Mundo
Novo Mundo
MORFOLOGIA
Formas amastigotas Formas promastigotas
AGENTE TRANSMISSOR
Lutzomya longipalpis – flebotomíneo, mosquito-palha, birigui
Ciclo biológico da Ciclo biológico da L. chagasiL. chagasi
Carater zoonótico rural e urbano.
- Grande número de casos de leishmaniose visceral canina (LVC);
Sendo assim, o cão é considerado o principal reservatório doméstico do parasito.
- Intenso parasitismo cutâneo nos animais.
(Abranches, 1991; Costa et al., 1999).
Salienta-se a existência de três elementos, dos quais o cão representa um papel fundamental, devido:
Parasitismo celular – Leishmanias no interior de macrófagos
M
RESERVATÓRIOSdomiciliar
silvestrecão
raposa
OUTRAS VIAS DE TRANSMISSÃO
Acidentes de laboratórioTransfusão de sangue
Transmissão congênita
7 casos descritos
Testes imunológicos em bancos de sangue
6 casos descritos
Transmissão através de células do SMF infectadas por amastigotas
Drogas injetáveis
CO-INFECÇÃO HIV/LEISHMANIOSE
• Sul da Europa - + 1000 casos
• Infecção HIV ocorrendo em regiões endêmicas para Leishmaniose
• Pacientes com HIV apresentando Leishmaniose como infecção secundária – compartilhamento de seringa
Mudança no perfil epidemiológico clássico de transmissão (sem a presença do vetor e
do reservatório canino)
PATOGENIA - VISCERALIZAÇÃO
amastigotas presentes em macrófagos na pele –
INFECÇÃO INICIAL
via hematogênica e linfática
Hiperplasia e hipertrofia de células do Sistema
Mononuclear Fagocitário
ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS
- Congestão da microcirculação hepática e esplênica;
- Fibrose;
- Hipertensão portal e ascite;
-Substituição do tecido hematopoiético por macrófagos parasitados;
- Bloqueio da maturação de leucócitos e da plaquetogênese;
- No soro: hipergamaglobulinemia e redução de albuminas.
ASPECTOS CLÍNICOS
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
• Virulência da cepa de L. chagasi;
• Dose de inóculo;
• Características genéticas do hospedeiro;
• Estado imunológico, nutricional, entre outros.
2 – 7 meses
PRIMEIROS SINTOMAS
• Febre baixa recorrente, freqüentemente com 2 ou 3 picos diários
• Febre persistente durante todo o curso da infecção.
Evolução da doença
IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE
CRONIFICAÇÃO
ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS
• Esplenomegalia : hiperplasia e hipertrofia das células do Sistema Mononuclear Fagocitário-SMF, hiperplasia dos folículos linfáticos
• Hepatomegalia: hiperplasia das células do SMF e dilatação dos sinusóides, infiltrado difuso intraparenquimal de células plasmáticas e linfócitos, fibrose septal ou portal leve ou moderada
Desproteinemia
(baixos níveis de albumina)
ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS
• Alterações no Tecido Hemocitopoiético: medula óssea densamente parasitada – a) hiperplasia do setor histiocitário; b) hipoplasia no setor formador de sangue; c) aplasia
Anemia, Leucopenia, Plaquetopenia
• Alterações Renais: Glomerulonefrite (presença de imunocomplexos circulantes – hipergamaglobulinemia); Albuminúria; Altos Níveis de Creatinina e Uréia
ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS
• Alterações Pulmonares: Pneumonite intersticial, infiltrado difuso de linfócitos e células plasmáticas; Raro encontrar amastigotas no pulmão.
Tosse seca
• Alterações no Tubo Digestivo: Excessiva proliferação de células do SMF no íleo e jejuno – edema e alongamento das vilosidades.
• Alterações Cutâneas: Descamação e queda de cabelo.
Diarréia
QUADRO CLÍNICOMortalidade: 90% dos casos em paciente não tratados
CRONIFICAÇÃO DA DOENÇA
Susceptibilidade à infecções secundárias
Tendência à hemorragias (Trombocitopenia)
Anorexia e Anemia (deficiência de vitaminas)
Emagrecimento e Enfraquecimento
caquexia
infecções secundárias
FORMAS CLÍNICAS DA LVA
• ASSINTOMÁTICAAusência de sintomatologia clínica aparente
Reações sorológicas positivas e Intradermoreação de Montenegro positivo
Maioria dos indivíduos de áreas endêmicas
• OLIGOSSINTOMÁTICA
OU SUBCLÍNICA
Forma mais freqüente da doençaAmastigotas encontradas em macrófagos do baço, pulmões, intestino, linfonodos e órgãos hematopoiéticos
Febre baixa recorrente, tosse seca, diarréia, sudorese, prostração
FORMAS CLÍNICAS DA LVA
• AGUDAFebre alta, diarréia e tosse
Discretas alterações hematopoiéticas, discreta hepatoesplenomegalia
Confundida com malária, febre tifóide, esquistossomose, doença de Chagas aguda, dentre outras doenças
• SINTOMÁTICA, CRÔNICA OU CALAZAR
CLÁSSICO
Evolução prolongadaDesnutrição protéico-calórica, edema generalizado, abdome aumentado (hepatoesplenomegalia), emagrecimento progressivo, caquexia acentuada
FORMA SINTOMÁTICA DA LVA
COMPLICAÇÕES:
Pneumonia, broncopneumonia; tuberculose; diarréia e disenteria; otite média, gengivite, estomatite
DIAGNÓSTICO IMUNOSOROLÓGICO DA LV
Reação de Imunofluorescência indireta (RIFI)Reação de Imunofluorescência indireta (RIFI)
Sensibilidade: 92%. Sensibilidade: 92%.
Especificidade: 75%.Especificidade: 75%.
Ensaio Imunoenzimático (ELISA)Ensaio Imunoenzimático (ELISA)
Sensibilidade: 72%. Sensibilidade: 72%.
Especificidade: 87,5%. Especificidade: 87,5%.
(Lira et al., 2006)
Testes Preconizados pelo Ministério da Saúde
(Brito et al., 2000; Valli et al., 1999).
Essas técnicas apresentam limitações na detecção da infecção em indivíduos que
possuem baixos títulos de anticorpos, na maioria das vezes assintomáticos.
REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA (RIFI)
Antígenos fixados em
lâminas de vidro +Soro do paciente
(previamente diluído)
lavar
Anticorpos conjugados com fluoresceina (FITC)- Fluorocromo verde
+lavar
Alvo da técnica
FUNCIONALIDADE: Diagnóstico laboratorial para pesquisa de anticorpos no soro e em fluidos biológicos
Baseia-se na capacidade das moléculas de anticorpo se ligarem covalentemente a fluorocromos sem perder sua reatividade específica com o antígeno
Leitura(Microscópio de Fuorescência)
ELISA (ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent AssayEnzyme-Linked Immunosorbent Assay))Tipo de técnica imunoenzimática baseada na utilização de anticorpos de revelação conjugados com enzimas.
Permite a detecção, titulação e quantificação de substâncias de interesse biológico
Detecção de anticorpos no soro ou em fluidos biológicos
3- Eliminação dos cães soropositivos.3- Eliminação dos cães soropositivos.
1 – Tratamento dos casos humanos;1 – Tratamento dos casos humanos;
MEDIDAS DE CONTROLE DA LV MEDIDAS DE CONTROLE DA LV
2 - Combate ao inseto vetor peridomiciliado;2 - Combate ao inseto vetor peridomiciliado;
TRATAMENTO DOS CASOS HUMANOS TRATAMENTO DOS CASOS HUMANOS
- Antimônios pentavalentes: Glucantime
Aplicações diárias durante 10 dias
ESQUEMA TERAPÊUTICO
Descanso de 10 dias
Aplicações diárias durante 10 dias
Repete-se o esquema terapêutico até ocorrer a cura clínica do paciente
COMBATE AO VETOR COMBATE AO VETOR
-Aplicação de inseticidas (domicílio e peridomicílio) – 3 em 3 meses
- Uso de repelentes (individuais, canis e residências).
ELIMINAÇÃO DOS CÃES SOROPOSITIVOS ? ELIMINAÇÃO DOS CÃES SOROPOSITIVOS ?
SINTOMÁTICOASSINTOMÁTICO
Considerando que a eutanásia dos cães infectados possui impacto
negativo perante a sociedade civil e científica, a imunoprofilaxia constitui
um importante instrumento no controle da LVC.
LEISHMUNE®
Vacina composta pelo antígeno complexo glicoprotéico ligante de fucose e manose
(FML) de Leishmania donovani e o adjuvante saponina.;
Apresenta eficácia vacinal de 76% a 80%;
Capaz de induzir soro-conversão em cães vacinados.
(Da Silva et al., 2001).
A partir da introdução da vacina Leishmune® em clínicas
veterinárias, surgiu uma série de questões de ordem prática para
os órgãos de saúde pública. Dentre elas, e talvez a mais
importante, o fato dos testes diagnósticos utilizados em rotina e
nos inquéritos epidemiológicos não serem capazes de diferenciar
cães infectados de cães vacinados, uma vez que ambos
apresentam sorologia positiva (IgG anti-Leishmania) através dos
métodos convencionais.
“ Ou conscientizamos e instruímos nosso povo, ou teremos essas endemias para sempre”.
Prof. David Pereira Neves