ISOLADAS DE HISTÓRIA (03)

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ISOLADAS DE HISTÓRIA (03)

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ISOLADAS DE HISTÓRIA (03)Prof. Carlos Bidu

A SOCIEDADE FEUDAL

As migrações bárbaras

A transição do Império Romano para o Feudalismo / POVOSBÁRBAROS

•Eram chamados de BÁRBAROS todos os povos que não compartilhavam dacultura romana e que viviam além das fronteiras do Império.

•A palavra “bárbaros” deriva do romano “bárbaroi” = estrangeiro, edesignava qualquer um que não compartilhasse da cultura e dalíngua romanas.

•Os bárbaros, na verdade, dividiam-se em diversos povos distintosque habitavam as regiões dos rios Reno, Danúbio, Vístula e a regiãodos mares do Norte e Báltico, a Germânia

•Durante muito tempo os bárbaros viveram em paz com osromanos que já haviam tido contato com eles desde o Império deJúlio César. Entretanto, com a chegada dos hunos, vindos da Ásiacentral, os bárbaros germânicos foram “empurrados” para osterritórios romanos de forma nem um pouco amistosa causandouma onda de devastação e terror.

•Podemos citar como principais povos Bárbaros: Hunos (AsiaCentral); Anglo-Saxões (Inglaterra); Gauleses (Bélgica, Holanda eFrança); Francos (Belgica e França); Vândalos (Europa Central);Visigodos (Leste Europeu); Lombardos (Norte da Europa)

As migrações bárbaras

• Resumindo, seriam as seguintes as consequências básicas das migrações bárbaras:

• Fragmentação do Império Romano

• Fundação de vários reinos cristãos, com a conversão dos bárbaros.

• Impulso dado ao feudalismo pelas instituições bárbaras, em virtude da decadência do Império Romano e da ruralização.

• Abandono da língua latina, substituída pelas línguas bárbaras (francês, inglês, línguas eslavas, etc.).

OS VÁRIOS POVOS GERMÂNICOS QUE PENETRARAM AS FRONTEIRAS DO IMPÉRIO ROMANO FORMARAM REINOS INDEPENDENTES, DE CURTA DURAÇÃO, POIS VIVIAM EM CONFLITO ENTRE SI OU COM NOVOS INVASORES

Reino dos Francos

• Na fase final do Império Romano, tribos germânicas se instalaram no norte da Itália e no centro atual França, originando o Reino dos Francos, que se tornou o reino mais importante da Alta Idade Média européia, transformando-se num império semelhante ao dos romanos, embora com características bem diversas e comprometido com a formação do feudalismo.

• Houve duas dinastias (poder pela família) que governaram o reino franco: merovíngios e os carolíngios.

Dinastia merovíngia

-Clóvis (481-511 d.c)

-Expansão territorial

-Primeiro chefe bárbaro a se converter ao catolicismo

O Reino Franco e o Império Carolíngio

Dinastia Meronvígia (481 – 751)

*Em 481, após a desintegração do Império, um rei de nome Clóvis unificou as várias tribos e fundou ali o reino dos francos; ele promoveu expansões do domínio franco e converteu-se ao catolicismo, trazendo a Igreja Católica como uma grande aliada ao seu reino. Durante muito tempo a Igreja e os nobres receberam terras como recompensa da aprovação religiosa e apoio militar.

* Em 511, após a morte de Clóvis, o Reino dos Francos foi dividido em quatro partes, pois era um costume germânico fazer a partilha dos bens do falecido entre os seus filhos, e com isso a monarquia franca ficou debilitada, pois foi iniciada uma luta entre os herdeiros.

•Os Mordomos, como ficaram conhecidos os funcionários que administravam as diferentes regiões do Império, passaram a exercer o poder de fato; destaque para Carlos Martel que no ano de 732 se colocou à frente do exército franco e venceu os muçulmanos na batalha de Poitiers, fortalecendo, assim, a aliança entre o Reino Franco e a Igreja católica.

• Em 751, seu filho Pepino, derrubou do trono o último soberano merovíngio e se fez coroar rei dos francos inaugurando a dinastia carolíngia.

•Pepino foi reconhecido como rei pelo papa, Em seguida presenteou a Igreja católica com parte das terras conquistadas na Itália central. Desta doação, originou-se o Patrimônio de São Pedro, também chamado Estados da Igreja, que permaneceram inalterados por mais de mil anos.

O VATICANO SEDE ATUAL DA IGREJA CATÓLICA, É O QUE RESTOU DESSAS TERRAS DOADAS POR PEPINO E POR CARLOS MAGNO SEU SUCESSOR.

NESSE PERÍODO A JÁ PODEROSA IGREJA CATÓLICA TORNOU-SE A FORÇA POLÍTICA, CULTURAL E RELIGIOSA DA EUROPA FEUDAL, DEVIDO AOS ACORDOS QUE CELEBROU COM OS POVOS GERMÂNICOS

• A BASE DESSE ACORDO ERAM SIMPLES: OS REIS BÁRBAROS RECEBIAM O APOIO POLÍTICO E ESPIRITUAL DA IGREJA, QUE LEGITIMAVA O PODER DOS REIS.

• EM TROCA, OS REIS RECONHECIAM A AUTORIDADE MORAL E POLÍTICA DA IGREJA CATÓLICA, PAGAVAM TRIBUTOS E ADOTAVAM O CATOLICISMO COMO RELIGIÃO OFICIAL E ÚNICA.

OS ACORDOS ERAM CELEBRADOS COM A CONVERSÃO DO REI BARBARO E DE SEUS SÚDITOS AO CRISTIANISMO

Império Carolíngio ou Reino Franco

Carlos Magno

A Dinastia dos Carolíngios

Carlos Magno, filho de Pepino, assumiu o trono dos francos em 768 após a morte do pai, dando continuidade à aliança com o papado e à política carolíngia de conquista de novas terras.

Em 800, o rei franco deslocou suas tropas até Roma para prestar auxílio militar ao papa Leão III, ameaçado pela nobreza local. Em troca, o papa concedeu-lhe o título de Carlos Augusto, imperador dos romanos que não era dado a ninguém desde 476.

A tentativa de restaurar o antigo Império romano do Ocidente atendia a interesses tanto do rei franco quanto do papa. Para Carlos, o título de “Imperador coroado por Deus” consolidava e dava legitimidade às suas conquistas.

Durante o reinado de Carlos Magno, O Reino Franco - agora Império Carolíngeo -atingiu seu tamanho máximo em termos territoriais.

Para o papa, a criação do novo império reforçava o poder temporal da igreja de Roma, (poder de governar os seres humanos no sentido político, mas não no sentido religioso) cujo braço armado era o exército do imperador.

Ao mesmo tempo, a Igreja católica se fortalecia diante do Império bizantino, com o qual tinha divergências.

Para conseguir administrar todo o império Carlos Magno dividiu o império em condados, ducados e marcas, criou as captulares que eram normas escritas que

funcionavam como leis.

Após sua morte seu filho Luís I, o Piedoso, assumiu o poder, e reinou de 814 a 840.

Com a morte de Luís I seus três filhos disputaram o poder, mas só em 843 eles assinaram um tratado, o Tratado de Verdum, onde todo o território foi dividido entre si.

As constantes lutas entre herdeiros e asinvasões de novos povos bárbaroscontribuíram para o enfraquecimento dopoder dos reis, e fortalecimento dossenhores locais, descentralizando o podere iniciando o FEUDALISMO na Europa.

A FRÂNCIA OCIDENTAL FICOU COM CARLOS, O CALVO

A LOTARÍNGIA FICOU COM LOTÁRIO

A FRÂNCIA ORIENTAL COM LUÍS, O GERMÂNICO

Com a morte de Carlos Magno, o império foi dividido

Império Carolíngio ou Reino Franco

A DIVISÃO DO REINO NÃO PÔS FIM ÁS LUTAS PELO CONTROLE DO PODER, LEVANDO Á DESINTEGRAÇÃO TOTAL DO IMPÉRIO POUCO TEMPO DEPOIS. MUITOS HISTORIADORES ENTENDEM QUE A PARTIR DESSE MOMENTO CONSOLIDOU-SE O SISTEMA FEUDAL

O SISTEMA FEUDAL

Conceito: modo de produção no qual as relações sociais de

produção estão baseadas na servidão; os meios de produção

estão nas mãos da classe dominante (nobreza feudal); o trabalho era feito basicamente

por servos.

Características do feudalismo

• Relações servis de produção: o servo devia produzir um excedente ao senhor;

• Atividade econômica básica: agricultura de subsistência; feudo era auto-suficiente;

• Fragmentação do poder

• Sociedade estamental, rígida, sem mobilidade social,dividida em Clero (rezava), Nobres (combatiam) e servos (trabalhavam) e vilões (camponeses semi-livres,não presos à terra);

• Predomínio do teocentrismo.

Organização política

• Poder descentralizado (pouco poder dos reis);

• Suserano: senhor que doava o feudo (a terra) a outro senhor ou a um servo, estabelecendo-se relações de vassalagem

(obrigações recíprocas de direitos e deveres);

• Vassalo: quem recebia o feudo;

• O rei era o suserano-mor.

A Igreja

• Era o poder ideológico: “é vontade de Deus que uns nasçam servos, outros, senhores”;

• Tribunal da Inquisição (S. Ofício) para os hereges ou inimigos da fé;

• Pregação do “preço justo”, para inibir a usura e a ganância;

• “Paz de Deus”: punição para os que violassem igrejas, roubassem os pobres ou injuriassem sacerdotes;

• “Trégua de Deus”: proibição de lutar de 6ª-feira até o amanhecer de 2ª f. e em época de plantio e de colheita.

Feudalismo - Servo

• Ao servo cabia o maior peso. Além de trabalhar era obrigado a pagar uma variedade enorme de impostos e taxas.

Feudalismo - períodos

Períodos• Século V ao IX: Formação

• Século IX ao XII: Apogeu

• Século XIII ao XV: Declínio

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A SOCIEDADE FEUDAL

O FEUDALISMO PODE SER DEFINIDO COMO UMA FORMA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL POLÍTICA E ECONÔMICA BASEADA NA RELAÇÃO DE FIDELIDADE E DEPENDÊNCIA ENTRE OS HOMENS

O MODELO CLÁSSICO DO FEUDALISMO VERIFICOU-SE EM PARTES DA FRANÇA E DA ALEMANHA, QUE FORMARAM O IMPÉRIO CAROLÍNGIO.TAMBÉM ESTEVE PRESENTE NA ITÁLIA NA ESPANHA E NA INGLATERRA.

DEPOIS DA DESINTEGRAÇÃO DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO OS REIS PERDERAM GRANDE PARTE DE SEU PODER PARA OS MEMBROS DA NOBREZA.

A FIM DE ASSEGURAR A LEALDADE DOS NOBRES OS REIS FAZIAM COM ELES ALIANÇAS INDIVIDUAIS, POR MEIO DAS QUAIS JURAVAM FIDELIDADE DE UM AO OUTRO.

NA MAIORIA DESSES COMPROMISSO ERA SELADO COM A DOAÇÃO DE UM BENEFÍCIO – O FEUDO – EM GERAL TERRAS , POR PARTE DO REI.

CARACTERÍSTICAS DO FEUDALISMO

ENFRAQUECIMENTO DO PODER CENTRAL.

FRAGMENTAÇÃO DO TERRITÓRIO EM DIVERSOS FEUDOS: PODER DOS NOBRES; LAÇOS DE DEPENDÊNCIA PESSOAL

ECONOMIA AGRÍCOLA DE SUBSISTÊNCIA.

O FEUDO

• O FEUDO ERA UM BENEFÍCIO, MUITAS VEZES UMA ÁREA TERRITORIAL, QUE O SENHOR DOAVA A UM NOBRE.

• QUEM DOAVA ERA CHAMADO DE SUSERANO OU SENHORQUE RECEBIA A DOAÇÃO CHAMAVA-SE VASSALO.

SUSERANO E VASSALO

O VASSALO NÃO ERA PROPRIETÁRIO DO FEUDO – ELE PODIA USUFRUIR DESSE BEM.MAS ESTAVA PROIBIDO DE VENDER A TERRA.A PARTIR DO SÉCULO IX, O FEUDO TORNOU-SE UM BEM HEREDITÁRIO.AO RECEBER AS TERRAS O VASSALO TORNAVA-SE SENHOR DAS TERRAS, QUE RECEBIA.ELE PODIA ENTÃO DOAR PARTE DESSAS TERRAS A UM OUTRO HOMEM, E ASSIM TORNAR-SE TAMBÉM SUSERANO OU SENHOR.TAL PROCEDIMENTO PODERIA OCORRER DIVERSAS VEZES.PORTANTO ERA COMUM UM HOMEM SER SENHOR E VASSALO DE DIFERENTES PESSOAS.

O VASSALO NÃO ERA PROPRIETÁRIO DO FEUDO – ELE PODIA USUFRUIR DESSE BEM.MAS ESTAVA PROIBIDO DE VENDER A TERRA

ELE PODIA ENTÃO DOAR PARTE DESSAS TERRAS A UM OUTRO HOMEM, E ASSIM TORNAR-SE TAMBÉM SUSERANO OU SENHOR

A ORGANIZAÇÃO DO FEUDO

RESERVAS SENHORIAIS

• TERRAS EXCLUSIVAS DO SENHOR CULTIVADAS PELOS CAMPONESES DURANTE ALGUNS DIAS DA SEMANA EM BENEFÍCIO DO SENHOR FEUDAL

MANSOS SERVIS

• PEQUENAS FAIXAS DE TERRA CEDIDAS AOS CAMPONESES PARA QUE CULTIVASSEM PARA SEU PRÓPRIO SUSTENTO.

TERRAS COMUNAIS

• TERRAS USADAS TANTO PELO SENHOR QUANTO PELOS CAMPONESES, PRINCIPALMENTE PARA A PASTAGEM DOS ANIMAIS, A COLETA DE FRUTOS E A EXTRAÇÃO DE MADEIRA

NO CENTRO DOS DOMÍNIOS SENHORIAIS FICAVA A RESIDÊNCIA DO SENHOR: O CASTELO (OU ABADIA, NO CASO DE O SENHORIO TER SIDO CONCEDIDO A IGREJA)

UMA SOCIEDADE DIVIDIDA

SEGUNDO O BISPO ADALBERON, A ESTRUTURA DA SOCIEDADE FEUDAL FOI DIVIDA EM CLERO, NOBREZA E CAMPESINATO E NÃO PODERIA SER MODIFICADA, PORQUE ESSA ESTRUTURA ERA REFLEXO DA ESTRUTURA CELESTE

ESSA ESTRUTURA ERA REFLEXO DA ESTRUTURA CELESTE, REPRESENTADA PELO PAI FILHO E PELO ESPÍRITO SANTO, ALTERÁ-LA SERIA O MESMO QUE IR CONTRA VONTADE DE DEUS.

• PORTANTO QUEM NASCIA NUMA FAMÍLIA DE SERVOS OU DE NOBRES DEVERIAM PERMANECER NESSAS CONDIÇÕES PARA SEMPRE, O MESMO ACONTECENDO COM GERAÇÕES SEGUINTES

OS QUE LUTAVAM

OS QUE ORAVAM

OS QUE TRABALHAVAM

OS QUE LUTAVAM

OS NOBRES ERAM OS ÚNICOS QUE PODIAM RECEBER FEUDOS.

A NOBREZA DIVIDIA-SE EM VÁRIOS GRAUS DE IMPORTÂNCIA, DETERMINADA PELO TÍTULO DO NOBRE: CONDE,DUQUE, MARQUES E CAVALEIRO.ESSES TITULOS PASSAVAM DE PAI PARA FILHO

O REI ERA O MAIS IMPORTANTE DOS NOBRES.

EM TEMPOS DE PAZ ERA PROMOVIDOS TORNEIOS QUE SIMULAVAM COMBATES

COM O PASSAR DO TEMPO A IGREJA CRIOU REGRAS PARA ESSES TORNEIOS, A FIM DE EVITAR PERDAS DE VIDAS E DESTRUIÇÃO DAS PLANTAÇÕES.

OS QUE ORAVAM

OS QUE ORAVAM

• O CLERO DIVIDIA-SE EM DOIS GRUPOS PRINCIPAIS: O ALTO CLERO E O BAIXO CLERO.

• O ALTO CLERO ERA FORMADO, EM SUA MAIORIA POR PESSOAS NASCIDAS NAS FAMÍLIAS NOBRES.

• SEUS MEMBROS TINHAM MUITO PODER E TERRAS E ASSUMIAM AS SEGUINTES TAREFAS:

O ALTO CLERO ERA FORMADO, EM SUA MAIORIA POR PESSOAS NASCIDAS NAS FAMÍLIAS NOBRES

POR SEREM CONSIDERADOS INTERMEDIÁRIOS ENTRE OS HOMENS E DEUS, ERAM RESPONSÁVEIS POR CONDUZIR AS ALMAS NO CAMINHO DA SALVAÇÃO

AO BAIXO CLERO, CABIA O TRABALHO BRAÇAL NAS PARÓQUIAS E O ATENDIMENTO AOS POBRES E NECESSITADOS

OS QUE TRABALHAVAM

O SERVO, OU SERVO DA GLEBA, ERA A PRINCIPAL

FORÇA DE TRABALHO DO SISTEMA FEUDAL.

EM TROCA DE PROTEÇÃO E DO USUFRUTO DA TERRA, O SERVO DEVIA CULTIVAR OS TERRENOS RECEBIDOS E AS TERRAS PESSOAIS DO SENHOR.

ALÉM DISSO PAGAVA IMPOSTOS E FAZIA VÁRIAS OUTRAS TAREFAS COMO CONSERTAR PONTES, ESTRADAS, ETC.

Filmes e séries