Post on 19-Jul-2015
Universidade Federal do Ceará
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Projeto Urbanístico 3
Aluna: Luana Duarte Vieira 0275728
Professora: Vera Mamede
FICHA DE LEITURA
Referência Bibliográfica
DEL RIO, Vicente. Introdução ao desenho Urbano no processo de planejamento. Sao
Paulo: Pini, 1990.
Sobre o autor
Vicente del Rio é arquiteto e urbanista, mestre em Desenho Urbano pela Universidade
de Oxford e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela (USP). Recebeu diversos prêmios
por este trabalho e de publicações no Brasil e nos Estados Unidos, além de publicações
de mais de cinquenta títulos no Brasil e no exterior. Escreveu cinco livros, incluindo o
melhor Best-seller Introdução ao Desenho Urbano. Atualmente é professor titular da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ.
FICHA DE LEITURA
5. Uma Proposta Metodológica
Ao admitir as mais diversas teorias e propostas metodológicas existentes para o
desenho urbano, o autor propõe uma metodologia que considere todos esses estudos,
de forma a se completarem sendo utilizados, cada um, conforme a especificidade de
cada problema.
Nessa busca por uma metodologia, ele destaca alguns trabalhos que considera mais
importantes como os de Trancik, Rapoport, Lynch, Norberg-Schulz, entre outros.
Também apóia-se nos estudos do psicólogo-ambiental David Canter, que sugere o
“sentido do lugar” gerado em três esferas: atividades ou usos, atributos físicos
propriamente ditos e as concepções e imagens. Daí, o autor sugere uma nova
metodologia para o desenho urbano em quatro esferas: morfologia urbana,
comportamento ambiental, análise visual e percepção do meio ambiente.
Aprofundando a esfera da análise visual constatamos que essa categoria de análise
sugere nos anos 50 e 60 com o crescente interesse em ambientes históricos e
vernaculares. Ele cita os estudos de Wolfe e Cullen como “marcos fundamentais
para a aceitação da teoria da paisagem urbana para análise e projetos,
principalmente em áreas historicamente sensíveis”. Para Cullen, tratamentos
diferenciados da paisagem urbana geram percepções, sentimentos e posturas
diferenciados.
“Uma edificação isolada é uma obra de arquitetura, mas um grupo delas já conforma uma outra arte diferente de arquitetura, uma arte de relacionamento” (Cullen, 1961)
Segundo Cullen há três maneiras pelas quais o meio ambiente pode gerar respostas
emocionais.
1- Ótica – Diz respeito a reações a partir de novas experiências visuais e estéticas
dos percursos e espaços. Ressalta o conceito de visão serial, que é como
percebemos visualmente um ambiente considerando os deslocamentos. Observa-
se que percursos sinuosos ou com rompimentos de direção em pequenas
distâncias se tornam mais interessantes aos usuários. São temáticas que
influenciam na experiência visual: deflexão (desvio angular da visada), incidente
(atrai o olhar), estreitamentos (converge o olhar), antecipação (desperta
curiosidade) e outros.
2- Lugar- “Ao relacionar-se a si próprio com o que nos rodeia é um hábito
institivo do corpo humano, não é possível ignorar esse sentido posicional.”
(Cullen, 1961:10). Sensações de pertencer, de proteção, de territorialidade, de
domínio. São temáticas analisadas por Cullen: possessão, ponto focal, recintos,
vista, aqui/ali, interno/externo, espaço definidor, etc.
3- Conteúdo – Percepção dos espaços através de elementos como cor, escala,
textura, estilo, caráter e unidade. Uma composição com variedades de
mensagens provocam significados e sugestões de comportamento que empolga o
usuário. São temáticas de análise: intimidade, multiplicidade de usos, escala,
confusão, complexidade e antropomorfia.
Aliado a isso, o autor considera a gestalt que fixa algumas leis que regem a
percepção visual. Para TRIEB, “Uma imagem urbana vital seria, então, facilidade
pela continuidade do desenho urbano e alterações na arquitetura”.
A percepção das configurações urbanas também estaria sujeita a certas leis de conformação, como de proximidade, de semelhança, de coesão, de pregnância, e outras, que condicionariam conceitos “gestalticos”estáticos e dinâmicos (envolvimento, alargamento, acentuação, emolduramento, etc.), dependentes da seqüência de movimento, como subsídios para o projeto.”(Kohlsdorf 1975, 1979, 1984)
Concluindo, “A análise visual busca a lógica das qualidades estéticas urbanas. [...] É uma categoria de análise subjetiva que depende da capacidade de observação e interpretação do pesquisador consequentemente permeada por seus próprios sistemas de valores.”