Post on 09-Jan-2019
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CENTRO DE PESQUISA AGROPECUKRIA DO TROPICO SEMI-ÁRIDO-CPATSA-EMBRAPA
INSTRUÇOES PARA A CULTURA DO PIMENTÃO
F. Lopes Filho
Petrolina, 1979
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INSTRUÇOES
1 - INTRODUÇÃO
Estas instruções acerca da cultura do pimentão, apresen-tam informações coletadas de algumas publicações, dados pro-veninetes de evidências experimentais e experiências de pes-quisadores.
Tais instruções destinam-se a orientar a condução de trabalhos de campo com a cultura do pimentão, na Região do Sub-Médio São Francisco.
2 - PREPARO DA ÃREA
2.1. Roçagem: Caso a·ãrea a ser-preparada apresente muita
cobertura vegetal, esta deverá ser eliminada através
da roçagem para que facilite as operações posterio-
res.
2.2. Aração e Gradagem: O solõ deverá ser bem araddie gr~
deado uma ou duas .vezes,dependendo das condições fr-
sicas do mesmo.
2.3. Sulcamento: Deverão ser abertos sulcos distanciados
um do outro de 0,70 m.
2.4. Coveamento: As covas deverão ser abertas 0.40 a 0,50
m uma da outra. Em locais com maior insolução. dis
tâncias menores são recomendadas para que seja forma
do um melhor sombreamento aos frutos pelas folhas
das plantas, evitando queimaduras de sol.
3.- VARIEDADES
As variedades mais recomendadas para exportação sao as
que apresentam frutos do tipo quadrado. As mais comuns são a
Califôrnia Wonder, Emerald Giant, Yolo Wonder.
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Para o mercado brasileiro as preferidas sao as que apre-
sentam frutos do tipo intermediário e compridos e as princi-
pais são cascadura, cascadura avelar e cascadura Ikeda.
4 - PRODUÇÃO DE MUDAS
As sementeiras devem ser préparadas com cuidado e-receber
adubaçio adequada. A aplicação de 10 a 15 kg de esterco, 150
a 200 g de Superfosfato Simples e 30 g de Cloreto de Potássio
por metro quadrado, proporciona um bom leito para as mudas.
As sementes deverão ser distribuídas em pequenos sulcos
de 1 em de profundidade, distanciados 10 em um do outro. A2densidade de semeadura ê de 3 g/m , de modo que as plântulas
não fiquem muito juntas uma da outra. A repicagem deve ser
evi tada, porque a mud inha de pimentão, não se recupera tão
bem, como a do tomate. Portanto, após a formação da muda em
sementeira, ela deverá ser transplantada para o local defini-
tivo.
As sementes de pimentão tambêm poderão ser semeadas em1/
copinhos de jornal, como se usa para o tomate, com 10 de altu,
ra e 6 de diâmetro. Devido a delicadeza das mudas, talvez es
ta seja _a melhor maneira para se fazer a propagação do pimen-
tão.
Os tratos culturais sao as irrigações frequentes, elimin~
ção de ervas daninhas e pulverizações sistemáticas e preventi
vas contra pragas e doenças.
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S - TRANSPLANTIO
o transplantio'~ feito quando as mudas estão com 4 a 6
folhas definitivas, ocorrendo isso, aproximadamente dentro de
30 a 4S dias apôs o semeio.
Nessas condições, as mudas estarão com 10 a lS cm de altu.ra. Por~m, a característica indicativa para se: fazer o trans
plantio ~ o número de folhas definitivas.
Quando se vai efetuar o transplantio, deve-se irrigar a
sementeira para facilitar a retirada das mudas, que é fe í t a
com a ajuda de uma colher de transplante.
o transplante das mudas para o campo deve ser feito o
mais depressa possível. As horas mais frescas do dia, ou dias
nublados são mais recomendáveis para se efetuar o transplan-
te. Deve-se irrigar diariamente após o plantio das mudas no
campo, para facilitar o pegamento.
No ato da retirada das mudas da sementeira, recomenda-se
fazer uma seleção das mesmas, levando-se para o campo apenas
as mudas bem desenvolvidas e sadias.
6 - ADUBAÇÃO
Com anteced~ncia, retirar !amostras de solo pai a análise
e adubar de acordo com a recomendação do laboratório. Não sen
do possível analisar o solo, adubar com ZOO kgjha de N, na
forma de su1fato àe amônia, 60 kg/ha de PZOS na forma de su-
perfosfato simples e ZO kgJha de KZO, usando-se como fonte o
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cloreto de potàssio. Em fundação aplicar, todo o fósforo, o
potássio e lj5 do nitrogênio. Colocar o restante do nitrogê-
nio aos 20, 50, 80 e 110 dias após o transplantio.
7 - TRATOS CULTURAIS
7.l~.Capinas: A culturq deve ser conduzida no limpo, com
a finalidade de evitar a concorrência de ervas da-
ninhas. A capina que poderá ser X&'L'ttamanual ou meca
me~, será repetida quantas vezes forem -necessa-
rias, sendo feita o mais superficialmente possível
para não prejudicar o sistema radicular da planta.
7.2. Irrigações: A umidade do solo & mantida em nível ade
quado através de irrigações. A frequência depende na
turalmente das condições locais de clima e solo e p~
dem ser usados os sistemas de aspersão ou infiltra--çao.
Um excesso de umidade pode prejudicar o sistema radicu-
lar, e a escassez pode provocar o ··.a.parê-cimento da podridão
apical dos frutos em desenvolvimento.
8 - TRATOS FITOSSANIT~RIOS
A cultura do pimentão esta sujeita tambê~ ao ataque de
diversas doenças e pragas, cujo controle devej·ser feito pre-
ven1ivamente com aplicações de produtos quImi~os adequados, ~
bedecendo-se as recomendações específicas para cada produto.
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Para o Vale do são Francisco, o seguinte tratamento pode
ser adotado:
- Contra o ataque de insetos, aplicar 15 cc de Folimat
1000 para 20 l de igua ou Nuvacron 400, de acordó com as reco
mendações do fabricante. Próximo a colheita substituir o Nuva
cron por Nuvan 100, u~ando-se 12 cc pJ20 l ~e igua.
- Contra doenças bacterianas aplicar preventivamente 50 g
de Cupravit azul + 6 cc do adesivo Extravon 200 para 20 l de
igua. Pulverizar semanalmente.
9 - COLHEITA
Os consumidores dão preferência ao pimentão verde, sendo
pequena a comercialização do fruto maduro (vermelho). Embora
de cor verde, deve-se colher sbmente os frutos" bem desenvolvi
dos e fisiologicamente maduros para que suportem melhor o ar-
mazenamento e o transporte.
Quando se faz a colheita antes do tempo, os frutos mur-
cham em poucos dias e a cor é também prejudicada com o apare-
cimento de manchas claras, o que reflete na venda do produto.
Dependendo da variedade, do clima e dos tratos dispensa-
dos â cultura, os frutos podem ser colhidos aproximadamente
aos 100 di~s do semeio.
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o período de colheita se prolonga por 2 meses ou até
mais, dependendo das condições das plantas e dos cuidados dis
pensados à mesmas.
10 - CLASSIFICAÇÃO
Embora nao existam normas para a classificação e embala
'gem do pimentão, uma seleção por tamanho, for~a, sanidade e
cor dos frutos ~ de grande importincia para a _ 'comercializã-
çao.
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11 - LITERATURA CONSULTADA
ARAOJO. J.P. 1975. Ensaios de n!veis de adubação em pimentão.
SUVALE (Estação Experimental de Bebedouro) Mimeografado .
. 1975. Experimento de competição de variedades e espa----çamento em pimentão. SUVALE (Estação Experimental de Bebe-
douro) .
COUTO. F.A.A. Cultura~ do pimentão. Apontamentos do Curso
Avançado de Hortaliças. UREMG. Viçosa - Mimeografado.
FILGUEIRA. F.A.R. 1972. Manual de Olericultura. São
Ed. Agronômica CERES.
Paulo.
LOPES FILHO. F. 1977. Ensaio de cultivares de pimentão em
dois solos do Sub-Médio São Francisco. Resumos de Ativida-
de de Pesquisa (CPATSA) n C( 1. vol. 1.
MAKISHIMA, N. 1962. A cultura do pimentão. Campinas,
s v d , 36 p. (Boletim Técnico, g1.CATI,
FLF/11lia.