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IFTO – INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E
TECNOLOGIA DO TOCANTINS
CAMPUS DE PORTO NACIONAL
CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGISTICA
KÁTIA CRISTINA CARNEIRO DA SILVA
LOGISTICA REVERSA DE PNEUS
PORTO NACIONAL – TO
2016
KÁTIA CRISTINA CARNEIRO DA SILVA
LOGISTICA REVERSA DE PNEUS
Trabalho Apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins, campus de Porto Nacional – TO, como requisito para aprovação na disciplina de TCC, apresentado a banca avaliadora sob orientação da Professora Especialista Lucivância Pereira Glória.
PORTO NACIONAL – TO
2016
IFTO – INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E
TECNOLOGIA DO TOCANTINS
CAMPUS DE PORTO NACIONAL
CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGISTICA
Trabalho Apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins, campus de Porto Nacional – TO, como requisito para aprovação na disciplina de TCC, apresentado a banca avaliadora sob orientação da Professora Especialista Lucivância Pereira Glória.
Aprovado em: _____/_____/_______.
BANCA AVALIADORA
____________________________________________
PROFA .ESP. LUCIVÂNIA PEREIRA GLÓRIA - ORIENTADORA
____________________________________________
Luana Quadros dos Santos - PROFESSORA
____________________________________________
Lucicleide Maria de Almeida – PROFESSORA – PORTO NACIONAL – TO
PORTO NACIONAL – TO
2016
“A vida não é um corredor reto e tranquilo
que nós percorremos livres e sem
empecilhos, mas um labirinto de
passagens, pelas quais nós devemos
procurar nosso caminho, perdidos e
confusos, de vez em quando presos em
um beco sem saída.”
A.J. Cronin
RESUMO
Este artigo tem com tema a logística reversa de pneus, trás a discussão da logística reversa no Brasil, onde aparece como um novo conceito da logística empresarial, surgindo na década de 90, quando os profissionais desse ramo reconhecem que matérias-primas, componentes e suprimentos representavam custos significativos quando administrados de forma adequada, desde o seu retorno de pós-venda ou pós-consumo. A logística reversa vem ganhando forma nos últimos anos e se tratando da logística reversa de pneus podemos dizer que os pneus descartados inadequadamente, tornam-se extremamente prejudiciais ao meio ambiente e à sociedade, por esse motivo a logística reversa dos pneus usados e inservíveis entra como fator importante para que os descartes sejam realizados de forma correta e principalmente aderida pelos seus fabricantes e consumidores. A metodologia utilizada na pesquisa é bibliográfica com base em livros, artigos, sites de vários autores que abordam essa temática, em função da fundamentação teórica e dos conceitos necessários para a construção de argumentos na realização desta pesquisa. Tem como objetivo geral verificar a destinação dada aos pneus inservíveis pelas fabricantes, demonstrando assim, a capacidade que a reutilização de pneus velhos pode trazer a sociedade, mostrando assim nos resultados que muitas ações podem ser realizadas para minimizar os problemas com relação ao uso inadequado dos pneus.
PALAVRAS-CHAVE: Logística Reversa. Pneus. Reciclagem
SÍNTESIS
Este articulo tiene como temática la logística reversa de pneus, tras la discusión de la logística reversa en el Brazil, donde aparece como un nuevo concepto de la logística empresarial, surgiendo en la década de 90, cuando los profisionales de este ramo reconocen que matérias-primas, componientes y suprimientos representavan cuestos significativos cuando administrados de manera adecuada, desde su retorno de pós-venda o pós-consumo. La logística reversa viene ganando fuerza en los últimos años y se tratando de la logística reversa de pneus podemos decir que los pneus descartados inadecuadamente, tornandose extremamente prejudiciais al medio ambiente y a la sociedad, por ese motivo la logística reversa de los pneus usados e inservíveis entra como factor importante para que los descartes sean realizados de forma corecta y principalmente acepta por sus fabricantes y consumidores. La metodologia utilizada en la pesquisa es bibliográfica con base en livros, articulos, sites de varios pensadores que abordam esa temática, en función de la fundamentación teórica y de los conceptos necesarios para la construcción de argumentos en la realización de la pesquisa. Tiene como objetivo general examinar la destinación dada a los pneus inservíveis por las fabricantes, indicando así, la capacidad que la reutilización de los pneus viejos puede traer a la sociedad, reforzando así en los resultados que muchas acciones pueden ser realizadas para minimizar los problemas con relación al uso inadecuado de los pneus.
PALAVRAS-CHAVE: Logística Reversa. Pneus. Reciclagen.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 LOGÍSTICA .............................................................................................................. 9
2.1 LOGÍSTICA REVERSA .................................................................................... 10
2.2 LOGISTICA REVERSA DO PNEU ................................................................... 11
2.3 USOS E DESCARTE DE PNEUS .................................................................... 11
2.4 IMPACTO DO DESCARTE INADEQUADO DE PNEUS .................................. 12
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 16
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 20
7
1 INTRODUÇÃO
A logística reversa está relacionada ao retorno dos produtos pós-venda para
a reforma, reparos, remanufaturas, substituição de materiais; e pós-consumo para a
reutilização, reciclagem, reaproveitamento, valorização energética; e a disposição
final dos produtos no final da vida útil, a mesma segundo alguns autores tornou-se
uma área de conhecimento que vem crescendo a cada dia, apresentando vários
conceitos que ao longo do tempo foi evoluindo, dentre eles podemos destacar os
seguintes:
De acordo com Leite (2003, p.16);
Logística reversa como sendo um termo amplo e que está relacionado às habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduo de produtos e embalagens que abordada numa perspectiva de negócios tem o papel de retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura.
Continuando esse mesmo raciocínio poderíamos dizer então que a mesma
seria então o processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e
custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos
acabados e as informações correspondentes do ponto de consumo para o ponto de
origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição.
Do ponto de vista de Novaes (2004, p.54), seria o cuidado com os fluxos de
materiais que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos
pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final. Assim,
podemos entender então a logística reversa como sendo a área que: planeja, opera
e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes do retorno dos bens
de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por
meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas
naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem e corporativa.
Desta maneira pode-se afirmar que o objetivo da logística reversa, segundo
Leite (2003, p.16), é tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais
constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios, agregando valor econômico,
ecológico, legal e de localização.
A logística reversa de pneus percebe-se que nos últimos tempos os avanços
industriais no aumento da fabricação de pneus tornaram-se um dos principais
8
problemas ambientais, seja no Brasil seja no mundo. Na fabricação deste utiliza-se
uma enorme quantidade de energia, borracha e outros produtos. Mas, atualmente o
principal problema esta na destinação final do pneu e não está na sua fabricação,
contaminando assim o meio ambiente.
As indústrias fabricantes de pneus, dentre muitas questões, procuram a
melhor resposta para o problema da eliminação da borracha, inclusive apoiando o
desenvolvimento de tecnologias que permitam dar novos usos. No entanto não se
tem uma resposta definitiva, as empresas fabricantes têm assumido sua parcela de
responsabilidade e utilizando-se da logística reversa para se desfazer dos pneus.
Esse movimento logístico reverso inclui a armazenagem temporária, o transporte e o
processamento do pneu usado e inservível.
A temática em questão é de suma importância para os profissionais
envolvidos, visto que a logística reversa dos pneus ainda é um desafio para as
empresas fabricantes. Pois, quando estes não são recolhidos e processados da
forma adequada, tornam-se um problema de difícil solução, com sérias
consequências para o meio ambiente e consequentemente para a vida dos seres
humanos.
O estudo tem como objetivo geral verificar a destinação dada aos pneus
inservíveis pelas fabricantes, demonstrando assim, a capacidade que a reutilização
de pneus velhos pode trazer a sociedade.
9
2 LOGÍSTICA
A logística surge como um meio importante trata das atividades relacionadas
ao aproveitamento dos produtos como: movimentação e armazenagem, e facilita o
fluxo de produtos desde sua aquisição enquanto matéria-prima até o seu destino
final.
A mesma segundo Moura (2006) é um processo que trás vantagem
competitiva. E a empresa que melhor gerir sua cadeia de suprimento/logística
conseguirá ser mais competitiva e se tornará mais eficiente e eficaz, se destacando
em um mercado que está cada vez mais acerado.
Nos últimos anos esse conceito vem se estendendo e sendo mais aplicada
na questão da gestão empresarial, tornando-se importante para a economia de
mercado, sendo bastante utilizada nas organizações, embora seja ainda um termo
bastante novo.
Desta forma, podemos dizer que esse conceito tem muitos significados, um
dele, segundo Ballou, (2006, p. 27) é de que a Logística é responsável pela
distribuição eficiente dos produtos de uma determinada empresa a um custo menor
e excelente serviço ao cliente,
Nesse sentido a logística procura gerenciar de maneira estratégica a
aquisição, movimentação, o armazenamento de produtos e controle do estoque, e
qualquer fluxo de informação associado, através do qual a organização e seu canal
de distribuição são canalizados de forma tal que a rentabilidade presente e futura da
empresa é maximizada em termos de custos e efetividade, determinando e
coordenando de forma rentável o produto certo, o cliente certo, o lugar certo e a hora
certa para a realização do serviço, pois se entendemos que o papel do marketing é
estimular a demanda, o da logística então seria exatamente dar satisfação dessa
demanda.
Assim, pode-se definir que a logística e um processo estratégico que
acrescenta valor, permite a diferenciação, cria vantagem competitiva, aumenta à
produtividade e rendibiliza a organização de planejamento, implementação e
controle dos fluxos de materiais/produtos, serviços e informações relacionadas,
desde o ponto de origem ao ponto de consumo, de acordo com as necessidades dos
elementos a serem servidos pelo sistema logístico em questão.
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2.1 LOGÍSTICA REVERSA
A logística reversa é um processo muito importante quando se fala de
reciclagem, pois viabiliza de maneira econômica mantendo a eficácia em toda a
cadeia, seja no processo de reutilização ou reciclagem.
De acordo com o pensamento de Paoleschi (2011, p.174), a logística reversa
é “a área da logística que trata dos aspectos de retorno de produtos, embalagens e
materiais ao seu centro produtivo”.
Enquanto isso, BOWERSOX (2006, p.22), define que;
Logística consiste nos processos de gestão de estoques e movimentação física, ou seja, é o fluxo de materiais dentro de uma cadeia de suprimentos e o processo pelo qual esta cadeia é operacionalizada e que estabelece a forma logística que melhor se adéqua as atividades desempenhadas.
Com relação a esses procedimentos já mencionados, Pires, (2007, p.36),
fala também do fluxo das embalagens e dos recipientes que são usados para o
transporte e os produtos após o fim de sua vida útil.
A Logística também pode ser compreendida como a gestão de fluxos dentro
de uma organização entre as funções e os processos desenvolvidos. Antigamente a
Logística era entendida apenas como a entrada de matérias-primas ou a saída de
produtos acabados. Atualmente esse termo engloba toda a movimentação de
produtos e informações. (Gardin et al, 2010, p. 235).
A logística reversa ainda segundo Donato (2008) é um ramo que abrange o
retorno de produtos, embalagens e materiais para sua origem. Isso contribui para a
diminuição de gastos da empresa fornecedora do produto e causa menos danos ao
meio ambiente. Pois a mesma não compreende apenas na reciclagem de material,
quando uma empresa recebe um produto devolvido por algum motivo ou compra
materiais recicláveis, ela já está desenvolvendo a logística reversa.
Continuando seu pensamento, Donato (2008) complementa que na logística
reversa os produtos usados ou não, são reaproveitados, através de uma série de
processos, como coleta, separação, entre outros. Todas as etapas envolvidas são
sustentáveis porque esses produtos são reaproveitados, substituídos ou
descartados de forma adequada, evitando o desperdício e possíveis danos ao meio
ambiente.
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2.2 LOGÍSTICA REVERSA DO PNEU
Com relação à logística reversa Leite (2003, p.16);
Define a mesma como “a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo [...]”.
Desta maneira o autor reforça a importância da logística reversa no retorno
dos bens que vai desde o pós-venda ao pós-consumo, facilitando assim
produtividade das empresas fabricantes, bem como dos consumidores.
Com relação ao Brasil a lei N° 12.305 – Política Nacional de Resíduos
Sólidos de 2 de agosto de 2010 exige que os fabricantes deem um destino final aos
pneus inservíveis, por isso, as empresas têm aderido ao conceito de logística
reversa, passando a considerar os custos positivos e negativos financeiros e de
imagem.
Por esse motivo, muitas organizações financiam pesquisas visando novas
soluções tecnológicas que levem à melhor utilização do produto pós-consumo. Cabe
ressaltar que a legislação vigente no país, além de proibir o descarte inadequado e
indiscriminado, incentiva à reciclagem.
A logística reversa pode ser de pós-consumo ou de pós-venda. A logística reversa
de pós-venda, de acordo com o pensamento de Paoleschi (2011, p.175);
Trata do planejamento, do controle e da destinação dos bens sem uso ou com pouco uso, que retornam à cadeia de distribuição por diversos motivos: devoluções por problemas de garantia, avarias no transporte, [...] entre outros. Esse tipo de logística acarreta custos adicionais que as empresas devem considerar, visto que podem ser elevados.
Desta forma o autor já citado acima continua afirmando que a logística
reversa de pós-consumo seria a que “trata dos bens no final de sua vida útil, dos
bens usados com possibilidade de reutilização das embalagens, paletes e dos
resíduos industriais” O enfoque não é de custo e sim de investimento, visto que os
benefícios podem ser variados.
2.3 USOS E DESCARTE DE PNEUS
Segundo Oliveira e Castro (2007), nos últimos tempos são visíveis à
preocupação do homem com os problemas ambientais causados pela poluição,
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dentre eles estão à poluição do ar e da água. Com isso as empresas e seus
financiadores, acionistas entre outros membros começaram a se preocupar em
entender, medir e avaliar riscos e benefícios adquiridos através dessa realidade. Um
objeto que é bastante desprezado no lixo de vários lugares é o pneu.
De acordo com Parra, Nascimento e Ferreira (2010, p.10) „‟os pneus são de
grande importância na sociedade há vários anos devido sua utilização, mas desde
os anos 90 - com o aumento do número de automóveis circulando por todo o Brasil -
a população passou a perceber os impactos ambientais gerados por eles”.
A realidade descrita acima pelos autores é real quando no dia a dia
percebemos as mudanças climáticas que ocorrem frequentemente no ambiente,
ameaçando assim a vida no planeta e consequentemente de todo ser vivo.
De acordo com Lagarinhos e Tenório (2009, p.33):
Antigamente não havia preocupação com os pneus que não eram mais utilizados nem nos países mais desenvolvidos (em que os pneus usados eram descartados em aterros, vales, rios, entre outros), nem nos países emergentes (nos quais os pneus eram levados para aterros ou apenas abandonados nos rios, beira de estradas e outros locais, sem a menor preocupação com o meio ambiente).
Se olharmos para os avanços ocorridos na sociedade atual pode dizer que a
realidade acima descrita pelos autores vem mudando nos últimos anos, graças a
preocupação de toda a população com a situação do meio ambiente que vem
passando por desastre ambientais assustadores e que de certa forma reflete na vida
das pessoas.
Outro fator relevante que fortaleceu muito essas mudanças foi à criação da
Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que é
bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário
ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do uso inadequado dos resíduos sólidos.
Nesse sentido Oliveira e Castro (2007, p.2), continuam afirmando que os
pneus inservíveis dependem de grande espaço para sua armazenagem porque sua
compactação, coleta e eliminação são muito trabalhosas e eles não devem ser
apenas jogados nos lixões ou no meio ambiente, devido sua capacidade de servir de
criadouro de insetos e animais.
2.4 IMPACTO DO DESCARTE INADEQUADO DE PNEUS
Para Gardin et al (2010), apesar dos pneus proporcionarem mobilidade e
rapidez nos veículos modernos, eles são um resíduo que pode ser considerado
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muito contaminante para o meio ambiente devido ele se apresentar em grade
quantidade, além de possuir alguns danos potenciais que comprometem o ambiente
e o bem-estar social, como a fumaça tóxica que geram quando são queimados.
Todos sabem que o pneu quando são descartados de forma inadequada
próximo a rios e cursos d‟água, eles impedem a passagem da água, o que poderá
provocar enchentes. O mesmo acontece quando são jogados em terrenos baldios,
pois, podem tornar-se criadouros de insetos transmissores de doenças, como por
exemplo, o Aedes aegypti que é o transmissor da dengue.
Nesse sentido Parra et al,(2010), chamam atenção para o aumento no
descarte de pneus , pois após seu desgaste completo eles não têm mais utilidade
devido seu processo de decomposição ser bastante demorado ele não deve ser
descartado no meio ambiente para que não cause danos.
Segundo o BNDES, (1998 apud Galdino e Monteiro, 2013 p.40), os
constituintes do pneu são a borracha, o negro de carbono ou negro de fumo, as
fibras orgânicas, como o nylon e o poliéster, os arames de aço, derivados do
petróleo e os produtos químicos.
As borrachas usadas na fabricação dos pneus apresentam-se de duas
maneiras, uma delas é a borracha natural, que é obtida da seringueira (Havea
brasiliensis), a outra é a borracha sintética, que é um tipo de elastômero (polímeros
com propriedades físicas parecidas com a da borracha natural, derivada do petróleo
e do gás natural).
Nesse sentido é que Parra et al, (2010), problematizam que esses
constituintes não são biodegradáveis, por isso sua decomposição é difícil,
demorando cerca de 600 anos para serem totalmente eliminados, além disso, eles
contaminam o solo e a água e quando queimado liberam uma fumaça tóxica.
Diante desta problemática ambiental gerada pela deposição incorreta dos
pneus inservíveis, o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, através da
Resolução 416/2009, “dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada
por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras
providências.”
No artigo 3º determina que “a partir da entrada em vigor desta resolução,
para cada pneu novo comercializado para o mercado de reposição, as empresas
fabricantes ou importadoras deverão dar destinação adequada a um pneu
inservível.” Sendo assim, todos os estabelecimentos que comercializam pneus
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novos ou reformados são obrigados a armazenar de forma adequada e temporária,
os pneus inservíveis sem que haja ônus para os clientes.
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3 METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa de base bibliográfica.
Segundo Gil (2010, p.28), a mesma é elaborada a partir de toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema de estudo. Constituído principalmente de livros,
artigos de periódicos e atualmente com artigos e periódicos disponibilizados na
Internet.
Desta forma tentou-se buscar uma análise histórica critica com relação à
logística reversa e, sobretudo a logística reversa de pneus através da leitura de
vários autores que tratam desta temática proporcionando-lhe maior esclarecimento e
oportunizando melhorias futuramente no campo profissional na área da logística
reversa.
Para que a fundamentação teórica ocorresse de forma positiva e que o
desafio se transformasse em grande aprendizado houve a necessidade de muitas
leituras de livros, textos, sites, artigos e análise bibliográfica, tudo isso na
perspectiva de fundamentá-lo nas teorias existentes. Assim, pode-se dizer que os
autores pesquisados foram de suma importância para a concretização desta
pesquisa no que diz respeito à logística e, sobretudo a logística reversa de pneus.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com os estudos, no Brasil atualmente a logística reversa vem se
desenvolvendo mais rapidamente devido às exigências do poder público e da
sociedade. As empresas passaram a ser responsáveis pelos produtos que fabricam,
inclusive após o término da sua vida útil para que não se tornem um problema para
o meio ambiente e a sociedade.
No caso específico da logística reversa dos pneus inservíveis, a Resolução
416/2009 do CONAMA exige que as fabricantes se responsabilizem pela disposição
final de cada pneu fabricado. Isso ocorre porque um pneu leva aproximadamente
600 anos para poder ser desintegrado na natureza. Além disso, quando jogados em
lixões ou em locais inadequados, os pneus servem para a proliferação de ratos e
insetos que transmitem doenças graves para os seres humanos.
Já com relação ao meio ambiente pode-se dizer que preocupação ambiental
passou, gradativamente, a ser encarada como uma necessidade de sobrevivência,
diferenciando as organizações em termos de política de marketing e de
competitividade no mercado. Sendo assim, os ganhos ao se tornar sustentável são
diversos: minimização de custo pela reutilização de material, redução de aquisições
de matérias-primas, melhoria na imagem da empresa como empresa social e
ambientalmente responsável, diminuição de emissão de resíduos ao meio-ambiente,
geração de emprego e renda, entre outras.
Entre as ações sustentáveis que a sociedade e as empresas adotam, ou
deveriam adotar, está à redução do consumo de pneus, a reutilização, reforma,
reciclagem ou incineração dos mesmos.
Segundo Cavinato; Rodrigues (2003), há diversas possibilidades de
reciclagem de pneus, como por exemplo:
Na engenharia civil, onde o uso de carcaças de pneus envolve diversas
soluções criativas, em aplicações bastante diversificadas, tais como, barreira
em acostamentos de estradas, elemento de construção em parques e
playgrounds, quebra-mar, obstáculos para trânsito e, até mesmo, recifes
artificiais para criação de peixes;
Na regeneração da borracha, pois, o processo de regeneração de borracha
envolve a separação da borracha vulcanizada dos demais componentes e
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sua digestão com vapor e produtos químicos, tais como, álcalis,
mercaptanas e óleos minerais. O produto desta digestão é refinado em
moinhos até a obtenção de uma manta uniforme, ou extrudado para
obtenção de material granulado. A moagem do pneu em partículas finas
permite o uso direto do resíduo de borracha em aplicações similares às da
borracha regenerada;
Na geração de energia, onde o poder calorífico de raspas de pneu equivale
ao do óleo combustível, ficando em torno de 40 Mej/kg. O poder calorífico da
madeira é por volta de 14 Mej/kg. Os pneus podem ser queimados em
fornos já projetados para aperfeiçoar a queima. Em fábricas de cimento, sua
queima já é realidade em outros países. A Associação Brasileira de Cimento
Portland (ABCP) informa que cerca de 100 milhões de carcaças de pneus
são queimadas anualmente nos Estados Unidos com esta finalidade, e que o
Brasil já está experimentando a mesma solução.
No asfalto modificado com borracha, processo esse que envolve a
incorporação da borracha em pedaços ou em pó. Apesar do maior custo, a
adição de pneus no pavimento pode até dobrar a vida útil da estrada, porque
a borracha confere ao pavimento maiores propriedades de elasticidade
perante mudanças de temperatura. O uso da borracha também reduz o ruído
causado pelo contato dos veículos com a estrada. Por causa destes
benefícios, e também para reduzir o armazenamento de pneus velhos, o
governo americano requer que 5% do material usado para pavimentar
estradas federais sejam de borracha moída.
Apesar da grande responsabilidade que o Estado e a Sociedade Organizada
têm e devem ter para com as políticas adequadas para descarte de resíduos sólidos,
maior ainda esta deve ser por parte de cada cidadão, pois um mundo sustentável
começa nas pequenas ações e na conscientização no interior cada lar.
Para que toda esta reestruturação ocorra, há necessidade da cooperação da
sociedade em sua totalidade. Assim, surge uma grande problemática: a
acomodação. A sociedade contemporânea não mais se questiona, busca reflexões
superficiais de suas problemáticas, bem como, pensam estar imunes das
consequências de seus atos. Ocorre que, diante da ausência de reflexões críticas e
planejamento adequado, as consequências de todos os atos praticados influenciam
os futuros cidadãos.
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Portanto, imprescindível é a mudança do comportamento do Estado, da
família e da sociedade quanto à autoanálise de seus atos, pois somente por
intermédio desta mudança haverá esperança para uma vida saudável em um
mundo sustentável.
Porém, sem campanhas efetivas de conscientização da população torna-se
difícil obter resultados positivos. A disposição inadequada dos pneus inservíveis vai
continuar até que a sociedade perceba a real dimensão do problema.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho realizado permite concluir que as mudanças que ocorreram nos
últimos anos provocaram modificações nas relações entre indivíduos e organizações
e dessas para com o meio ambiente. No que se refere à produção e ao consumo em
massa, é cada vez mais discutido os problemas que acarretam ao ecossistema. Em
virtude disso, é imprescindível o desenvolvimento de ações para estimular a
responsabilidade das empresas sobre o fim da vida de seus produtos.
Percebe-se, que há um discurso em comum entre os objetivos das diversas
empresas, a preservação ambiental e os aspectos sociais, dando face a de um
modelo de desenvolvimento que realmente seja sustentável. A relevância da
implantação da Logística Reversa no ciclo produtivo destas empresas para que se
consiga alcançar esses objetivos tem se mostrado crescente.
No entanto, nota-se grande vinculação desses objetivos a metas
estabelecidas na legislação ambiental e não necessariamente a pro-atividade
empresarial advinda da conscientização ambiental. Porém, é possível obter
benefícios econômicos com a utilização de resíduos que retornam ao processo
produtivo, resultado da ascendência da conscientização ambiental por parte dos
consumidores aliado a diferenciação dos serviços oferecidos pelas organizações.
Diante do trabalho realizado, constata-se que o reaproveitamento dos
produtos, nesse caso dos pneus por meio da logística reversa, promove a
sustentabilidade ambiental, por esse motivo é imprescindível à autoanálise crítica do
comportamento dos cidadãos e do Estado quanto ao desempenho do papel como
educadores das gerações futuras, bem como, como garantidores de um mundo
melhor por intermédio de práticas sustentáveis.
Assim, conclui-se que zelar por uma vida digna e saudável, bem como, por
um mundo melhor e sustentável requer um esforço comum da família, do Estado e
da sociedade como um todo.
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21
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