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I SEMINÁRIO DE PESQUISAS DO LABORATÓRIO DE ESTUDOS
SOBRE AS RELIGIÕES E AS RELIGIOSIDADES (LERR):
ABORDAGENS SOCIO-HISTÓRICAS
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS
QUINTA-FEIRA, 18/04/2013 – 14:00 hs - 17:30 hs
MESA 1 – Religião, Política e Novas Sociabilidades Religiosas I (SALA 433 – CESA)
A BUSCA DA RELIGIOSIDADE PENTECOSTAL EM LONDRINA
Denice Barbosa de Souza (Graduada em Serviço Social – UEL)
O número de pessoas que se denominam membros de uma igreja de natureza pentecostal
cresceu significativamente no Brasil a partir da segunda metade do século XX, trazendo um novo
cenário para o campo religioso. Na década de 1970, esse crescimento se aprofundou, pois, se
inicialmente a presença das igrejas evangélicas pentecostais era mais visível entre os
segmentos de baixa renda, logo se fez notar entre a classe média, que vai à busca de igrejas
que oferecem serviços e respostas para suas necessidades. A partir dessa constatação, surgiu o
interesse de entender as motivações que levam os fiéis a buscar os movimentos pentecostais,
especialmente na cidade de Londrina. O objetivo da pesquisa é entender as razões que fazem
com que as pessoas, independentemente de classe social, idade, etnia, entre outras
características, busquem as igrejas pentecostais, e também o porquê da migração que se
verifica no interior das mesmas. Por meio de observações das celebrações religiosas e de
entrevistas com os membros das igrejas pentecostais, é possível verificar que a religião está
cada vez mais forte.
Palavras-chave: Religião, Religiosidade, Modernidade, Movimento Pentecostal.
A DITADURA MILITAR (1964-1985) EM LONDRINA - PR: ANÁLISES DOS DISCURSOS-
ORAIS DE LIDERANÇAS CATÓLICAS E PROTESTANTES
Franciele Rodrigues
Bolsista PIBID-CAPES; subprojeto Ciências Sociais da UEL desde julho de 2011
José Wilson Neves
Participante do Projeto de Pesquisa “Religião e Política em Londrina” (2010/2012) e do Projeto
de Pesquisa “Estudos sobre Religiosidades e Mídia Religiosa” (2012/2013)
Luana Rodrigues de Carvalho
Bolsista PIBID-CAPES; subprojeto Ciências Sociais da UEL (07/2011-03/2013)
Vivian Matsumoto da Silva
Bolsista IC - Fundação Araucária desde agosto 2012 e participante do Projeto de Pesquisa
“Religião e Política em Londrina” (2010/2012).
Prof. Dr. Fabio Lanza (Orientador - UEL)
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A pesquisa analisou e interpretou o discurso oral de membros do clero católico da Arquidiocese
de Londrina e lideranças protestantes sobre a Ditadura Militar (1964-1985). Foram dez
entrevistas realizadas com roteiro semiestruturado em 2009/2010. As interpretações qualitativas
das fontes orais, por meio das categorias de análise, partiram da sociologia das religiões e das
contribuições teórico-metodológicas da análise do discurso e conteúdo. Os resultados permitem
afirmar que ainda existe uma barreira para se falar da repressão instituída com o Golpe Militar
em 1964, não há pronunciamentos abertos sobre a temática. Segundo os depoentes os
acontecimentos dessa época resumem-se em boatos fora do contexto vivido por eles, mas
reconhecem que o regime político era autoritário. Nos relatos é possível perceber que
especificamente na cidade de Londrina-PR, a Igreja Católica e Protestante não estava “tão
envolvida” como nas regiões metropolitanas, tomando desse ponto de vista, entende-se que o
regime militar era repressivo, porém muito mais rígido com os sujeitos que tinham alguma
participação política; que mil que militavam ou expressavam algum desacordo ao governo dos
militares e pudessem desestabilizar a moral conservadora.
Palavras-chave: Sociologia das Religiões; Ditadura Militar (1964-1985); Arquidiocese de
Londrina.
CONCEPÇÃO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NO PROTESTANTISMO LONDRINENSE
Luiz Ernesto Guimarães
Mestre em Ciências Sociais pela UEL
pr.ernesto@gmail.com
Este estudo busca estabelecer uma análise do protestantismo em Londrina durante a ditadura
militar (1964-1985) a partir da compreensão que seus líderes possuíam sobre a Teologia da
Libertação – movimento religioso que fez oposição à ditadura nessa época. Embora não tenha
sido difundida amplamente nas igrejas protestantes nesse momento histórico, a pesquisa busca
analisar como tal segmento religioso foi assimilado no protestantismo e seus efeitos na cidade.
Para tanto, a presente pesquisa se fundamenta na sociologia compreensiva de Max Weber.
Durante sua elaboração, foram realizados depoimentos com lideranças protestantes que viveram
em Londrina nessa época ou que possuíam conhecimento sobre o tema: Carlos Jeremias Klein,
Julio Zabatiero, Gerson Araújo (presbiterianos); Luiz Caetano Grecco Teixeira e Almir dos
Santos (anglicanos). Pode-se perceber que a Teologia da Libertação em Londrina alcançou
segmentos mais elitizados da religião protestante, se fazendo presente mais entre lideranças e
professores de seminários, não atingindo a maior parte dos fiéis, diferente do catolicismo que,
especialmente por meio das CEBs, os fiéis recebiam formação e eram organizados em
intervenções políticas.
Palavras-chave: Teologia da Libertação; protestantismo; Londrina-PR.
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GRUPOS DE ESTUDANTES QUE EXERCEM SUA RELIGIOSIDADE NO INTERIOR DA UEL
Murilo Ziegler Samuel
Graduando em Serviço Social / Bolsista UEL
Professora Dra. Claudia Neves da Silva (Orientadora)
A Religião está presente na vida dos estudantes da UEL e observa-se que nos últimos anos
houve um aumento dessa presença da Religião na vida dos estudantes, e para compreender
este aumento, surge a pesquisa sobre Religiosidade e Juventude. O objetivo do projeto de
pesquisa é entender o aumento de pessoas que frequentam alguma igreja ou movimento
religioso e são estudantes da Universidade Estadual de Londrina; realizaremos observação das
celebrações religiosas e participação nas reuniões dos grupos religiosos, leitura de textos
voltados ao tema, aplicação de questionários junto aos estudantes e entrevistas. Esperamos ao
final da pesquisa entender se esse aumento da religião na vida desses estudantes interfere ou
não na pratica profissional.
Palavras-chave: Serviço Social; UEL; Religião; Estudantes.
RELIGIÃO E MODERNIDADE: UMA ANÁLISE DA PRESENÇA RELIGIOSA NO MEIO
ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (2011-2012)
Pedro Vinicius Rossi
Graduando em Ciências Sociais – UEL
A presente investigação teve como objetivo criar um estudo que relacionasse os processos de
secularização e proselitismo no espaço público correspondente a Universidade Estadual de
Londrina nos anos de 2011 e 2012. A pesquisa aqui elaborada tencionou questionar,
compreender e analisar como os valores religiosos são reproduzidos dentro do meio acadêmico
aos graduandos dos diversos cursos ofertados pela universidade. Por meio de pesquisa
bibliográfica, observação de campo e coleta de materiais de origem proselitista, foi possível
desenvolver a reflexão acerca da relação entre o individuo e os ideais religiosos contrapostos
aos valores modernos dentro da esfera acadêmica. Como resultado final, a pesquisa possibilitou
a percepção de como ideais e valores religiosos encontram dentro dos muros da universidade –
no individuo e nos aspectos modernos de sua interação social – meios que permitem a
propagação de uma moral apaziguadora, sólida, e como os meios para essa difusão agem direta
e abertamente para com os indivíduos presentes na investigação.
Palavras-chave: Sociologia das Religiões. Religiosidade. Religiões e modernidade.
Secularização e proselitismo.
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A POLÍTICA RELIGIOSA (EVANGÉLICA): O COMPORTAMENTO DAS LIDERANÇAS
PROTESTANTES E SEU ENGAJAMENTO NO PROCESSO POLÍTICO ELEITORAL NAS
ELEIÇÕES DE 2010.
Rogério da Costa (Mestrando em Ciências Sociais – UEL)
A presença de representantes religiosos (evangélicos) no cenário político nacional em diversos
estados demonstra a força desse segmento junto à população e reforça a sua posição de ator
político considerável na atual conjuntura política. Esse segmento em suas tipologias e
interpretações de mundo apresenta um quadro não mais espiritual somente. Partindo desta
constatação, este trabalho se propõe a realizar uma reflexão do atual contexto político e social
referente à relação entre os religiosos na política, buscando compreender: a que ponto estes em
sua práxis movida pela sua visão de mundo, pelo discurso de seus líderes religiosos e segundo
seus interesses particulares, corrobora para a conquista ou não de um representante político em
determinado pleito. Tomaremos por base, o ocorrido nas eleições de 2010, onde, houve um
grande levantamento de religiosos (evangélicos e Católicos) demonizando a postulante Dilma
Rousseff ao pleito de presidente do Brasil por uma série de posicionamentos que, segundo eles;
ferem os ensinamentos bíblicos. As principais questões em debate foram: “a legalização do
aborto” e a “união civil entre homossexuais”, pontos amplamente discutidos e divulgados pela
mídia e que nos dias atuais o debate esta em pleno desenvolvimento. Motivados por estas
questões, a eleição de 2010 ficou profundamente marcada por razões morais religiosas e
acabaram por mudar o discurso dos candidatos no segundo turno das eleições. Parece haver
nesses uma “guerra” declarada entre os políticos representantes do segmento religioso
buscando seu espaço num estado laico contra aqueles que defendem de fato um estado laico e
os representantes dos movimentos minoritários da sociedade. A pesquisa esta em andamento e
pode no seminário levantar questões relevantes para seu desfecho.
Palavras-chave: religião, política, estado.
MESA 2 – Religiosidades no Mundo Antigo I (SALA 434 – CESA)
PAPÉIS DE GÊNERO NA IGREJA CRISTÃ PRIMITIVA: AS MULHERES NA
COMUNIDADE CORÍNTIA (SÉC. I D.C.)
Amanda Cristina Martins do Nascimento
Licenciada em História – UEL
Especializanda em Religiões e Religiosidades – UEL
Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Magalhães de Oliveira
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a presença e o papel social da mulher nas
primeiras comunidade cristãs, pertencentes ao século I d.C. Para tal empreendimento optamos
por analisar a I Carta aos Coríntios do apóstolo Paulo e a I Carta de Clemente aos Coríntios.
Apesar de encontrarmos nesse período um mundo social que atribui uma posição submissa à
mulher, observamos conflitos de papéis que se desenvolveram por meio da grande
heterogeneidade de culturas e povos nesse mundo helenístico. Diferenças étnicas, sociais,
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culturais, entre outras devem ser levados em consideração nessa complexidade que constituem
o lugar social (FEITOSA, 2008, p. 125). Paulo e Clemente escreveram a uma mesma localidade,
porém não a uma mesma comunidade cristã. Corinto se revelou (e ainda se revela), um estudo
de caso distinto de outras igrejas primitivas. Mais do que estereótipos e normas, os papéis
femininos passam por relações de poder, embates cotidianos, tanto no espaço da comunidade
cristã como fora dela. Ao realizar uma análise profunda nos textos cristãos antigos vislumbramos
relações mais complexas e dinâmicas.
Palavras-chave: Mulheres – comunidade cristã – Corinto.
O HISTORIADOR E SUAS FONTES:
O CASO DA CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS
Camila Karina Marcelo da Cruz
Mestranda em História Social – UEL
Orientadora: Dra. Monica Selvatici
A história, escrita do passado com suas tramas, seu conteúdo, seus agentes e sujeitos se
apresenta ao deleite ao historiador; figura esta que ao tomar seu lugar na mesa do banquete
historiográfico considera-se o mais abastado e o mais pobre ser humano, capaz de apropriar-se
do vivido e incapaz de contemplar o vivido. O historiador inicia essa empreitada quando se
apossa de modelos teóricos e inicia sua investigação. As fontes, os vestígios do passado, a
matéria prima da operação historiográfica ocupam o papel central desta trama. A análise da
fonte de nosso trabalho: a Carta de Paulo à comunidade de Corinto no primeiro século, aqui
entendida como parte do patrimônio cultural da época nos auxilia na reinterpretação deste
período da história.
Palavras-chave: fontes – 1 Coríntios – cristianismo antigo.
A LEGITIMAÇÃO DO PODER REAL POR MEIO DA RELIGIÃO:
UMA ANÁLISE DO RITUAL DO SAGRADO CASAMENTO NA ANTIGA MESOPOTÂMIA NO
PERÍODO DO TERCEIRO E SEGUNDO MILÊNIO A.C.
Keila Fernandes Batista
Pós-graduanda no curso lato sensu de Religiões e Religiosidades – UEL
Orientadora: Profª Drª Monica Selvatici
O presente trabalho visa discutir a interação entre a religião e o poder político na antiga
Mesopotâmia no período entre o terceiro e segundo milênio a.C, por meio do ritual do Sagrado
Casamento. Para isso é feita a análise de duas fontes de origem suméria. A primeira fonte
analisada é um poema chamado ‘A Corte de Inanna e Dumuzi’, traduzido do sumério por Samuel
Noah Kramer. O poema narra o casamento, datado de meados do terceiro milênio a.C. de
Inanna e Dumuzi, rei de Uruk, e, como após o casamento, a deusa concede bênçãos a ele e sua
terra. A segunda fonte se trata de um hino do segundo milênio a.C. chamado ‘A Alegria da
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Suméria’, também traduzido por Kramer. Essa fonte descreve o ritual do Sagrado Casamento no
qual Inanna se casa com o rei da Suméria, que representa Dumuzi, e também decreta bênçãos
sobre ele e sua terra. As fontes são analisadas de forma a apontar a importância do casamento
do rei com a deusa Inanna para a legitimação do poder real, mostrando como a religião e o
poder político estavam intrinsecamente ligados na antiga Mesopotâmia.
Palavras-chave: poder real – religião – Mesopotâmia – Sagrado Casamento.
UMA ANÁLISE DO TERMO “HIPOCRISIA” NO QUADRO DA RETÓRICA ANTIJUDAICA DO
CRISTIANISMO ANTIGO
Kettuly Fernanda Silva Nascimento
Licencianda em História – UEL
Orientadora: Dra. Monica Selvatici
Este trabalho se insere num quadro de estudos que tem por finalidade analisar o termo
“hipocrisia” e a menção aos “hipócritas” que se encontram nas obras do Novo Testamento, como
por exemplo, o Evangelho de Lucas, Atos dos Apóstolos e a Epístola de Paulo aos Gálatas e
obras produzidas já no final do século I e o início do século II d.C. como o livro da Didaqué. O
objetivo deste trabalho é analisar o desenvolvimento da relação entre as comunidades cristãs e o
judaísmo na antiguidade, levantando questões sobre atitudes negativas a cristãos judaizantes
que estariam dentro do movimento de Jesus. Estes cristãos judaizantes seriam convertidos à fé
em Jesus como Messias que estariam retornando a práticas judaicas que já teriam sido
abandonadas pelos cristãos e exigindo dos novos convertidos, obediência aos rituais da Lei
Mosaica, como: a circuncisão, guardar o sábado e cuidados com a alimentação. Portanto, a
partir das obras mencionadas acima deverei analisar a retórica antijudaica desenvolvida em
reação à prática judaizante.
Palavras-chave: hipocrisia – retórica antijudaica – judaizantes.
MAGIA NO MUNDO ROMANO:
REPRESENTAÇÕES EM “O ASNO DE OURO” DE APULEIO
Lahís Moreno Gibelato
Licenciada em História – UEL
Especializanda em Religiões e Religiosidades – UEL
Orientador: Dr. Julio Cesar Magalhães de Oliveira
De uma forma geral, na Antiguidade a magia era mal vista e condenada, e o uso dos termos que
caracterizassem magia ou feitiçaria era sempre depreciativo. Apesar dessa condenação existia
uma distinção entre a magia boa e má. Essa “magia boa” era associada aos deuses e à religião
oficial romana. Se por um lado era ligada ao conhecimento místico, por outro tinha uma base
considerada científica e fundamentada no que o antropólogo inglês James Frazer posteriormente
chamaria de Teoria da Simpatia Universal. Essa magia que mesclava elementos religiosos e
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especulações filosóficas foi chamada de teurgia. A “magia má” era chamada de goetéa e eram
práticas populares, consideradas maléficas e charlatãs e, consequentemente, condenadas. As
duas formas de magia eram consideradas opostas, mas não havia uma demarcação nítida entre
elas. A diferenciação do fenômeno estava mais ligada à intenção do indivíduo praticante da
magia do que à prática em si. Não se trata exatamente da reprovação do uso de práticas
mágicas, mas das consequências que poderiam trazer. Mesmo dentro da narrativa de Apuleio
em O Asno de Ouro encontramos a distinção entre duas concepções de magia uma de prática
obscura, feita no meio da noite e da escuridão, e outra que prática que acontece junto com uma
festa ao culto de uma deusa que apesar de ser estrangeira, tinha sido aceita e adaptada à
religião romana.
Palavras-chave: Apuleio – magia – mundo romano.
RELIGIÃO HITITA
Leonardo Candido Batista
Licenciando em História – UEL
Orientadora: Profa. Dra. Monica Selvatici
O presente trabalho irá focar os principais aspectos da religião hitita, mostrando como o campo
religioso desse povo era aberto a diversas influências, já que a sociedade hitita era um
verdadeiro melting pot de culturas. É importante destacar que o âmbito da religião hitita
demarcava a fertilidade das colheitas, a domesticação de animais e o povo. O panteão hitita era
diverso, sendo que a maioria dos seus deuses era adotada de outras sociedades com as quais
os hititas haviam tido contato. Os principais deuses desse panteão eram o Deus da tempestade
e a Deusa do sol. Na filosofia religiosa não havia uma separação restrita entre deuses e seres
humanos, sendo que eles viviam em completa interdependência. Assim, nesse pensamento, os
desejos e as vontades dos deuses eram similares aos da camada soberana, os templos
pertencentes a essas divindades eram compostos por armazéns e oficinas. No campo eram
cultivados enormes extensões de terra para a devoção dos deuses em seus determinados
templos. Neste sentido, o trabalho procura preencher esses aspectos cruciais da religião hitita,
mostrando como a religião dessa sociedade era flexível e sempre aberta a novas inspirações.
Palavras-chave: hititas – divindades – interação cultural.
A EPÍSTOLA DE FILEMOM NO CONTEXTO DA ESCRAVIDÃO NA ROMA IMPERIAL
Silvia Domingos de Oliveira
Licencianda em História – UEL
Orientadora: Profa. Dra. Monica Selvatici
Este trabalho tem como finalidade analisar a epístola de Filemom inserida no Cânon da Bíblia
sagrada. A fonte será analisada a fim de compreender como se dava a relação Senhor e escravo
entre os adeptos do movimento cristão nos domínios da Roma imperial, visto que Filemom era
senhor de Onésimo que havia fugido e possivelmente também roubara seu senhor. Também
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será analisada a postura do Apóstolo Paulo diante de tal instituição. Serão ainda investigadas as
condições deste escravo perante a lei do império romano. Para entender esse assunto no
contexto imperial romano, se faz necessário examinar os mecanismos de dominação e de
submissão na relação entre senhor e escravo, pois a fonte do trabalho trata deste assunto, nela
está a narrativa de Paulo endereçada a Filemom, que era um cristão convertido por intermédio
do apóstolo e que, entre a fé cristã e a lei romana, teria que decidir o futuro de seu escravo
foragido.
Palavras-chave: escravidão – cristianismo antigo – império romano.
MESA 3 – Religiosidades, Imagem e Arte (SALA 435 – CESA)
IMAGENS DA MORTE, IMAGENS DE VIDA: A REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DE
CRIANÇAS NAS REPRESENTAÇÕES DE CAPELAS CATÓLICAS DO CEMITÉRIO SÃO
PEDRO – LONDRINA/PR
Danilo Meira Leite
Graduando do 3º ano do curso de História – UEL
Bolsista PROIC/CNPq
A representação fotográfica surge nos idos de 1832, advento este que busca perenizar num
tempo e espaço alguns poucos que detinham este meio de produção. Porém, ainda no século
XIX com o cartão de visita – retrato – de Eugène Disdéri, esta tecnologia populariza-se. A
fotografia busca a criação de uma identidade e/ou identificação, seja individual, coletiva, familiar,
entre outras. Esta mentalidade de representação culminará em última instância no campo
cemiterial no qual se observam representações das mais diversas configurações de grupos.
Entre estes grupos refiro ao infantil e/ou de crianças. Não é possível demarcar a origem –
embora este não vem a ser o fator mais relevante – deste processo de representação e de
anseio pela perenização da criança, que segundo a mentalidade católica, ao falecer passa a
interceder pela família, por ser pura e inocente se estabelece na morada celeste. O advento da
capela neste campo de estudo, um museu a céu aberto, álbum de família, entre outras
designações, tem por finalidade a representação da igreja no espaço público cemiterial
propriamente dito, devido às políticas médico-higiênicas no transcurso temporal dos séculos XIX-
XX as pessoas não puderam mais ser enterradas dentro do espaço destinado ao culto, à fé.
VISÕES SOBRE O FEMININO E O CORPO NA IDADE MÉDIA
João Davi Avelar Pires
Mestrando em História Social – UEL
Orientadora: Profª Drª Ana Heloísa Molina
Neste trabalho, pretendemos discutir as visões sobre o corpo e o feminino presentes na Idade
Média, período marcado pelo predomínio da religião cristã em todas as esferas sociais e
cotidianas, e que influenciou profundamente a construção da imagem da mulher ao longo do
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tempo. Para isso, discutiremos também, ainda que de forma sucinta, a Inquisição, enquanto um
sistema ou instituição que perseguiu, por vários séculos, entre outros grupos, milhares de
mulheres, fundamentada numa visão e interpretação do corpo e do feminino relacionados ao mal
e à figura do demônio. Para isso, nos utilizaremos da obra Malleus Maleficarum, escrita em 1484
pelos inquisidores Heirich Kramer e James Sprenger, cujo teor é perpassado por uma intensa
misoginia, apoiada em ideias de didáticos cristãos como São Tomás de Aquino, Santo Agostinho
e na interpretação das Escrituras e de autores clássicos. Tratamos também brevemente da
oposição criada entre as mulheres santas e as pecadoras, Ave e Eva.
Palavras-chave: Feminino – Malleus Maleficarum – Corpo – Idade Média.
O PROIBIDO É MAIS GOSTOSO: A ALIMENTAÇÃO NO SÉCULO XVI PRÓPRIA PARA O
PERÍODO DE QUARESMA SUGERIDA NO LIVRO DO COZINHEIRO (1525)
Julianna Morcelli Oliveros Mestranda em História (UEM) e membro do Laboratório de História, Ciências e Ambiente – UEM
Christian Fausto Moraes dos Santos (Orientador-PPH-UEM)
A alimentação no continente Europeu teve profundas transformações ao longo do século XVI. A
invasão dos produtos de além-mar modificou sabores tradicionais e proporcionou uma série de
novas receitas. O açúcar, um produto até então caro e de difícil acesso, foi protagonista nessas
mudanças culinárias já que a sua produção teve um aumento significativo no período com o
surgimento da nova colônia. Paralelamente, surgiram obras especializadas no assunto,
destinadas aos comensais de plantão. O presente trabalho tem como objetivo destacar as
receitas prescritas para o período de quaresma apresentadas no Livro do Cozinheiro (1525), do
mestre Robert de Nola. A partir de um contraponto feito com as receitas do período carnal, serão
analisados os ingredientes utilizados, bem como as técnicas e o modo de preparo indicados para
o período de resguardo, apontando para o fato de que, mesmo em um período no qual o açúcar
era considerado algo extraordinário e essencial em qualquer prato, seu consumo já representava
um perigo, devido sua ligação direta com um dos pecados da alma, a gula.
GEORGE HARRISON: UM DEVOTO DE KRISHNA
Marcelo Henrique Violin
Especializando em Religiões e Religiosidades – UEL
O tema dessa pesquisa é a relação do músico George Harrison com a milenar cultura espiritual
da Índia: a cultura védica. Analisarei letras de algumas composições de George Harrison em sua
carreira solo após o fim dos Beatles. Nas letras identificarei sua devoção por Krishna e a
influência da filosofia do movimento Hare Krishna presente nos livros do mestre Prabhupada. A
tradição Gaudiya-Vaishnava, conhecida popularmente como Movimento Hare Krishna, foi
disseminada nos países ocidentais por A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, que foi aos
Estados Unidos em 1965 com a missão de propagar o conhecimento védico e a tradição
Vaishnava. O movimento Hare Krishna foi inaugurado por Caitanya Mahaprabhu, que espalhou o
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canto congregacional do mantra Hare Krishna por toda a Índia no século XVI e restabeleceu a
sucessão discipular que se segue até os dias atuais. Prabhupada visitou os quatro continentes
do globo, iniciou muitos discípulos, escreveu cerca de setenta obras de traduções e comentários
da literatura védica e fundou a ISKCON, a Sociedade Internacional para Consciência de Krishna.
George Harrison conheceu Prabhupada e foi instruído espiritualmente por ele, o que mudou
profundamente sua jornada existencial.
ILUMINURAS MARIANAS E DEVOÇÃO MEDIEVAL
Pamela Wanessa Godoi (Mestranda em História Social – UEL)
Angelita Marques Visalli (Orientadora – UEL)
Neste trabalho apresentamos a análise de duas miniaturas representando Maria e o menino
Jesus. As miniaturas, ou também chamadas de iluminuras, são imagens pintadas nas margens
ou centro das folhas dos livros. As imagens marianas analisadas estão em códices utilizados na
região de Reims, nordeste da França. Buscamos compreender com a comparação das imagens
como suas diferenças podem apontar para as mudanças que a devoção mariana e a
espiritualidade sofreram nessa região. A primeira iluminação está em um Lecionário produzido
pelo mosteiro de Saint Remi de Reims, no ano de 1096. A segunda é uma imagem feita em um
Livro de Horas utilizado na região de Reims, no século XV. Dentre as produções de iluminuras
marianas da região, as duas figuras se destacam como sendo as únicas que encontramos entre
as que foram utilizadas durante a grande distância temporal que as separam. A comparação dos
signos das duas imagens e o relacionamento delas com o que a historiografia atual tem
apresentado sobre a devoção mariana, insere nosso trabalho no campo de pesquisas marianas
e imagéticas, que buscam compreender através da linguagem visual, o pensamento e as
práticas cristãs medievais.
Palavras-chave: iluminuras; devoção mariana; imagem.
A RELIGIOSIDADE MEDIEVAL NAS OBRAS DE VAN EYCK
Rafael Fernandes Speglic (Graduando em História – UEL)
Angelita Marques Visalli (Orientadora – UEL)
Jan Van Eyck, um dos maiores pintores do Renascimento do norte Europeu, nos deixou
importantes documentos, no que se refere à religiosidade medieval. As obras selecionadas neste
trabalho são particularmente especiais, pois contém uma representação da Virgem Maria, além
da presença dos doadores e da religiosidade privada. Todos estes são movimentos
importantíssimos para a compreensão da cultura religiosa do Medievo. Importante ainda
ressaltar a importância de se estudar o Medievo, a partir da perspectiva imagética. Em uma
sociedade onde apenas os mais privilegiados podiam ler e escrever, é essencial voltarmos nossa
atenção para as imagens produzidas no período. A historiografia ainda não se desenvolveu
muito dentro deste prisma, justificando assim o esforço deste trabalho.
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Palavras-chave: Van Eyck; religiosidade medieval; imagem.
A REPRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA BRASILEIRA DO ESPIRITISMO
Vivian Matsumoto da Silva
Graduanda em Ciências Sociais – UEL Bolsista de iniciação científica da Fundação Araucária
O objetivo da pesquisa é salientar a trajetória do Espiritismo no Brasil, porém considerar a
origem europeia da doutrina, para que seja possível entender a instauração na sociedade
brasileira, tendo em vista as diferenças, entre ambas as nações. Com isso será abordado: as
origens, a trajetória, os conflitos e legitimação da doutrina. E com base nisto, utilizar as
perspectivas sociológicas considerando os momentos históricos e efeitos de cada época tratada.
A partir desta articulação, será exposta analises de quatro filmes que possuem como abordagem
o espiritismo: As Mães de Chico Xavier; Bezerra de Menezes, Diário de um Espírito; Chico
Xavier O Filme; e Nosso Lar. Por fim, dar enfoque as estas reproduções cinematográficas diante
das noções de cura, mediunidade, elevação espiritual e substituição de dogmas.
Palavras-chave: Sociologia das religiões, Reprodução cinematográfica, Espiritismo.
SEXTA-FEIRA, 19/04/2013 – 14:00 hs - 17:30 hs
MESA 4 – Religião, Política e Novas Sociabilidades Religiosas II (SALA 433 – CESA)
A GUERRA SANTA, A MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA MARGINAL E A COMUNICAÇÃO
SEXUAL NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO
Andréia Cristina da Cruz
Graduanda em Ciências Sociais – UEL
Silvia Caroline Vieira Alves
Graduanda em Ciências Sociais – UEL
Villenon Edlon de Oliveira de Almeida
Graduando em Ciências Sociais – UEL
A presente investigação propõe uma análise e interpretação que compõem o cenário religioso
brasileiro. Os estudos enveredam sobre os processos de sociabilidade e comunicação, direta e
indireta, com teor religioso e os seus conflitos sexuais nos ambientes restritos das cabines dos
banheiros públicos do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH) da Universidade Estadual
de Londrina (UEL) que se dão por meio dos inscritos em portas em paredes destes locais.
Busca-se questionar quais as intenções dos usuários que deixam este tipo de registro, verificar
qual a frequência e se há o que chamaremos de “nova guerra santa” ou proselitismo nesse tipo
comunicação; pretende-se assim entender o perfil do comunicador e seus objetivos. Para tanto,
será feita discussão teórica; registro das imagens e transcrição das mesmas; diário de campo;
aplicação de questionário e entrevista com roteiro semiestruturado e análise.
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Palavras-chave: Sociologia das Religiões; sexualidade; comunicação.
SOCIOLOGIA DAS RELIGIÕES E A PERSPECTIVA DAS RELAÇÕES POLÍTICAS
Edson Elias de Morais
Mestrando em Ciências Sociais - UEL (sob a orientação do prof. Dr. Fabio Lanza)
Bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais – UEL
Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Sul-Americana
Neste artigo propomos discutir acerca da religião enquanto fenômeno social que se manifesta
dialeticamente com a sociedade, isto é, mantém uma relação de influência permanente com a
sociedade e suas instituições, bem como é influenciada por elas. Desta forma, propomos uma
compreensão sociológica da religião que considera tanto os aspectos subjetivos do indivíduo
(coletivizado), quanto os objetivos, que se manifestam na política e na sociabilidade. Buscamos
refletir sobre as “funções políticas” da religião e religiosidades propostas por Pierre Bourdieu,
bem como da definição de religião apresentada por Otto Maduro, que avança, desde a
perspectiva crítica, além de descrições e generalizações essencialistas do fenômeno. A partir
desta discussão entendemos que ao analisar as religiões e religiosidade na contemporaneidade
desde a perspectiva sociológica se faz necessário perceber as singularidades dos diversos
grupos e suas respectivas manifestações políticas referentes ao status quo.
Palavras-chave: Sociologia das Religiões; Sociedade capitalista; Mercado religioso.
A CONCORRÊNCIA RELIGIOSA NA TELEVISÃO
Ivan Cordeiro da Silva Filho
Mestrando em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória – ES.
Graduado em Administração (Faculdade Juvêncio Terra), Teologia (Faculdade Teológica Sul
Americana), e MBA em Liderança Cristã (Faculdade Teológica Sul Americana)
O fenômeno religioso brasileiro tem experimentado uma nova relação com o campo midiático, o
que tenciona, por assim dizer, uma nova configuração religiosa. Na contemporaneidade, o
desempenho e os bens simbólicos da religião experimentam uma maior visibilidade, alterando
consideravelmente as relações entre as instituições religiosas e também com os fiéis. Por
conseguinte, a atividade religiosa presente na mídia, sendo dependente de espaços de
legitimação e afetada pela lógica de mercado, provoca um acirramento entre as instituições até
então desconhecido. A partir deste cenário, e com a abordagem teórica de John B. Thompson
sobre o processo de midiação da cultura moderna, o presente texto propõe uma reflexão crítica
sobre o processo da concorrência religiosa na televisão e as suas implicações para o campo
religioso.
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ANÁLISE DA CONDUTA DA JUVENTUDE CRISTÃ DA IGREJA BOLA DE NEVE DE
LONDRINA
Maryana Marcondes
Graduanda em Ciências Sociais – UEL
A presente pesquisa encontra-se em fase inicial, pretende discutir as práticas de atração de fiéis
exercidas pela comunidade Bola de Neve, esta denominação se caracteriza pelo fato de ser
voltada para o público jovem, contudo este estudo consiste em verificar se além das práticas de
abordagens diferenciadas, há uma alteração na conduta ético/moral entre seus fiéis comparada
as igrejas pentecostais clássicas e quais as influências recebidas do movimento neopentecostal,
como são trabalhadas na referida comunidade religiosa de Londrina as questões
tradicionalmente vivenciadas em juventude como iniciação da sexualidade, substâncias ilícitas,
álcool e conflitos familiares, estamos realizando pesquisa bibliográfica que será complementada
a observações de campo e entrevistas semiestruturadas com fiéis.
Palavras-chave: Sociologias das Religiões, Pentecostalismo, Juventude e religião.
RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE E SUA RELAÇÃO COM O ASSISTENTE SOCIAL
Regiane Renata de Souza
Graduanda em Serviço Social – UEL
Bolsista Fundação Araucária
Claudia Neves da Silva (Orientadora)
O Serviço Social surge relacionado ao seio das atividades caridosas, tendo como base principal
uma ideologia cristã. Mesmo com as mudanças gerais – desde 1970, com o início do movimento
de reconceituação, até os dias de hoje, com o projeto ético-político – a ideia inicial ainda pode
marcar a realidade deste século; a prática do assistente social ainda pode apresentar vertentes
de religiosidade em sua ação. Partindo disso, desenvolvo esse trabalho com o foco nos
assistentes sociais da cidade de Londrina e região, afim de, primeiramente investigar a
quantidade destes profissionais na cidade, a população que se concentra nela, analisando o
perfil socioeconômico geral e sua renda per capita, para verificar se tais fatores interferem nas
manifestações religiosas, mais especificamente nos profissionais da área de Serviço Social; e
num segundo momento descobrir se a religiosidade ou a religião se faz presente na prática
profissional atual do assistente social. Inicialmente iremos realizar o levantamento de dados (por
meio de sites, telefones, e etc.) sobre número de assistentes sociais em Londrina e região e a
presença de igrejas nas cidades, para em seguida dar continuidade a investigação e por fim
descobrir se há interferência religiosa na atuação, ou seja, entender como, porque e se isso
acontece, no cotidiano profissional.
Palavras-chave: Serviço Social, presença religiosa, prática profissional, Assistente Social,
Londrina e região.
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A PRESENÇA E A INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO ENTRE OS ESTUDANTES DO CURSO DE
SERVIÇO SOCIAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Susana Kobayasi
Graduanda em Serviço Social – UEL
Bolsista CNPq
Profa. Dra. Claudia Neves da Silva (orientadora)
A inserção no curso de Serviço Social pode derivar da influência religiosa, principalmente de
motivações do âmbito caritativo. No entanto, a profissão não está vinculada à proposta de
caridade ou religiosidade, portanto a pesquisa investiga quali-quantitativamente a ligação dos
discentes do curso de Serviço Social com grupos religiosos. O objetivo é analisar a presença da
religião e da religiosidade dos estudantes durante o curso. A metodologia é baseada na
aplicação de questionários junto aos estudantes e professores de todos os anos vigentes, com
intuito investigativo de analisar e compreender como a religiosidade do estudante pode interferir
na futura atuação profissional como assistente social. Ademais, temos a preocupação de
entender como o tema está sendo abordado em sala de aula para esclarecer que a prática
profissional não pode incluir manifestações religiosas e como os alunos absorvem tais
compreensões.
Palavras-chave: Serviço Social; Estudantes; Religião; Religiosidade.
A PRESENÇA DA RELIGIOSIDADE ENTRE OS ESTUDANTES DO CURSO DE SERVIÇO
SOCIAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Vanessa Tiemi Mori
Graduanda em Serviço Social – UEL
Profa. Dra. Claudia Neves da Silva (orientadora)
O presente estudo tem por objetivo investigar a presença da religião e da religiosidade entre os
estudantes do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina. Como natureza
desta pesquisa, optou-se pela quali-quantitativa, por meio de aplicação de questionários, análise
dos agradecimentos e dedicatórias dos trabalhos de conclusão de curso e, como instrumento de
coleta de dados, utilizou-se do levantamento do perfil do aluno ingressante, realizado pela Pró-
Reitoria de Planejamento da Universidade Estadual de Londrina. A partir da pesquisa,
apresentam-se reflexões acerca da relação entre a religião e o Serviço Social, considerando os
aspectos históricos da profissão, além da análise e compreensão das motivações para a ida dos
estudantes do curso a celebrações religiosas, e, por fim, a análise de princípios religiosos como
fator influente na escolha do curso.
Palavras-chave: Serviço Social. Religião. Religiosidade. Estudantes.
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MESA 5 – Religiosidades no Mundo Antigo II (SALA 434 – CESA)
CULTO IMPERIAL EM ROMA: MOS MAIORUM, ESTOICISMO E A DIVINIZAÇÃO DO
PRINCEPS NO PANEGÍRICO DE TRAJANO DE PLÍNIO, O JOVEM
Alex Aparecido da Costa (PPH/UEM-CAPES)
Renata Lopes Biazotto Venturini (Orientadora-PPH/UEM)
Esta comunicação objetiva analisar alguns aspectos relativos ao culto imperial e à divinização
dos imperadores romanos durante o Alto Império a partir da análise do Panegírico de Trajano de
Plínio, o Jovem. Condição especial para a divinização dos imperadores era a posse do imperium,
um poder recebido do deus Júpiter e que estava presente no pensamento romano por meio da
noção de mos maiorum, os costumes ancestrais, para indicar uma força capaz de criar e ordenar
agindo sobre a realidade de acordo com a vontade de seu detentor. Ao lado desse aspecto
tradicional da religião cívica romana a teologia do pensamento estoico também concorreu para
que o culto imperial atingisse uma expressão importante no panorama social e político da Urbs
na época do Principado e, assim, desse respaldo à posição dos césares. Na obra de Plínio, na
qual este celebra a figura de Trajano, o imperador é ilustrado com características do sábio
estoico, possuidor de qualidades divinas, e é apresentado também como um legado do deus,
encarregado de administrar o mundo enquanto Júpiter governa o céu. Estas qualidades
atribuídas a Trajano, sob a ótica da religião cívica, do culto imperial e do estoicismo, lhe
permitiria agir em todos os campos com justiça, razão e onisciência em favor da manutenção do
bem-estar do Império romano.
Palavras-chave: Religião, Principado, filosofia, política.
OS GRUPOS DE JOVENS NA ANTIGUIDADE TARDIA, A PARTIR DAS CONFISSÕES DE
SANTO AGOSTINHO
Alex Lucas Vilas Boas
Licenciado em História – UEL
Especializando em Religiões e Religiosidades – UEL
Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Magalhães de Oliveira
Este trabalho trata-se de um estudo sobre os jovens na Antiguidade Tardia, principalmente seus
modos de organização dentro da sociedade, seus conflitos e suas formas de solidariedade,
tendo sempre como pano de fundo os testemunhos de Santo Agostinho. O objetivo desse
trabalho é de estudar os jovens no campo da história e buscar uma visão mais ampla no campo
histórico-cultural, procurando entender qual o local que os jovens ocupam na sociedade e como
que eles se organizam, indo além das classificações por faixas etárias ou regras jurídicas, para
que assim possamos entender as relações que os jovens estabelecem ente si, na formação de
grupos, buscando estabelecer uma identidade e formas de sociabilidade, vamos nos ater a
analise de alguns trechos da obra Confissões escrita por Santo Agostinho, para isso utilizaremos
diversos trechos nos quais ele trata de seu testemunho quando jovem.
Palavras-chave: Santo Agostinho. Antiguidade Tardia. Jovens. Grupos.
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SIGNIFICADO DA PALAVRA PARRHESIA NO EVANGELHO DE JOÃO
Caroline Camila Batilane
Licencianda em História – UEL
Orientador: Prof. Dr. Alfredo dos Santos Oliva
A análise do capítulo sete do evangelho canônico de João parte do debate sobre o conceito de
parrhesia, termo que se encontra na ultima fase do pensamento do filósofo francês Michel
Foucault. Na ocasião Foucault analisava como os sujeitos eram capazes de moldar a si mesmos
através de técnicas e exercícios, o que denominou como “o cuidado de si”. Procuro investigar se
os significados da palavra parrhesia são similares ou muito distintos daqueles que o filósofo
encontrou em sua análise de textos filosóficos gregos antigos. Em uma definição simples,
parrhesia poderia ser caracterizada como “prática do dizer a verdade”, ou “franqueza no falar”. A
palavra designava um individuo na sua relação com outro, especialmente entre uma pessoa que
possuía um status superior e outra que ocupava uma posição inferior na escala social. Utilizo
como base teórica os três últimos cursos ministrados pelo filósofo francês na Collège de France,
A hermenêutica do sujeito (1982), O governo de si e dos outros (1983) e A coragem da verdade
(1984).
Palavras-chave: Parrhesia; Michel Foucault; Evangelho de João.
MARTÍRIO E IDENTIDADE CRISTÃ EM TERTULIANO DE CARTAGO
Jair Henrique Ferreira Sueki
Licenciando em História – UEL
Orientadora: Profa. Dra. Monica Selvatici
A pesquisa que estamos iniciando gira em torno de duas problemáticas centrais: a construção da
identidade cristã em Cartago dos séculos II e III e o martírio nas considerações de Tertuliano,
bispo da cidade em questão. Em meio a uma sociedade receptiva às demais crenças, os cristãos
tendem a se aproximar e estabelecer contatos com outras religiões pagãs e o próprio judaísmo.
Vê-se assim a necessidade de se separar as práticas cristãs das demais. Tertuliano, assim como
muitos outros clérigos de seu tempo, empreende todo um esforço de “proteger” os cristãos
dessas práticas consideradas inaceitáveis para a doutrina de Cristo. Assim, dialogando com os
autores que recentemente têm se debruçado sobre o fenômeno das identidades no mundo
antigo, procuraremos em Tertuliano pistas para refletir sobre esse movimento tão importante
para a Igreja nascente que ocupou muitas horas de púlpito por parte de muitos pregadores da
antiguidade.
Palavras-chave: Tertuliano – martírio – identidade cristã.
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O MODELO DE DISCIPULADO CRISTÃO ATRAVÉS DO MARTÍRIO ANALISADO A PARTIR
DAS CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA
João Geraldo dos Santos
Licenciado em História – UEL
Trataremos de uma análise das sete cartas do Bispo Inácio de Antioquia confeccionadas por
volta de 110 d.C. durante o processo que culminou com seu martírio, em que o clérigo foi preso
e levado de sua cidade natal até Roma, onde, por fim, foi julgado e morto pelas autoridades
romanas. Quanto ao conteúdo das cartas, elas seguem um padrão começando pela saudação
inicial, elogio às comunidades e recomendações quanto à manutenção de uma fé “correta”, em
relação à origem a paixão, aquela que afirmava o seu status humano e divino de Jesus Cristo,
ressuscitado na sua própria carne. Os preceitos inacianos foram analisados dentro do contexto
de um cristianismo policêntrico em que cada vertente busca sua legitimação e sobrevivência na
sociedade politeísta romana. Sendo que a retórica inaciana estimula primordialmente a unidade
e a submissão da comunidade em torno da hierarquia do Bispo e seus auxiliares diáconos e
presbíteros, juntamente com a prática da caridade, mansidão frente à maioria que os cerca e o
respeito mútuo entre os membros da comunidade, como a preservação das relações
matrimoniais e educação dos filhos, visto o predomínio dessa herança judaica.
Palavras-chave: cristianismo – martírio – Inácio de Antioquia.
ANTIGUIDADE TARDIA, VIOLÊNCIA E CONFLITOS RELIGIOSOS:
UMA PERSPECTIVA HISTORIOGRÁFICA
Juliana Marques Morais
Mestranda em História Social – UEL
Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Magalhães de Oliveira
Os estudos sobre a violência coletiva e os conflitos religiosos na Antiguidade Tardia conheceram
nas últimas décadas um amplo desenvolvimento ligado à revalorização geral do período. Desde
os anos 1970, com efeito, os trabalhos de Peter Brown (1972) e outros têm enfatizado que as
transformações religiosas do período deveriam ser vistas de um modo mais positivo e
compreensivo do que supunham as antigas concepções sobre a decadência, a irracionalidade e
a superstição no Império Romano Tardio. Muitos desses trabalhos mais recentes sobre a
violência na Antiguidade Tardia, sobretudo aqueles que se referem aos conflitos religiosos, mais
do que analisar a violência pela violência, parecem estar mais preocupados com a busca pelo
significado de tais ações. No entanto, embora distanciando- se da visão proposta pelos
historiadores que tendem a ver o período com “decadente”, e que justificam o aumento da
violência coletiva como uma consequência da desestruturação política do império, algumas das
novas pesquisas sobre o tema também não partilham da ideia dos que, acreditando numa
“Longa Antiguidade Tardia”, tendem a esvaziar os impactos das violências coletivas para o
período. Tais abordagens não só enriqueceram o debate sobre o tema, como trouxeram à luz
novas questões sobre a maneira como compreendemos a violência no passado e no presente.
Tendo isso em vista, essa comunicação tem o objetivo de discutir as possibilidades de trabalho
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no campo específico dos debates sobre os conflitos religiosos que se estabeleceram no Império
Romano Tardio.
Palavras-chave: Antiguidade tardia – conflitos religiosos – violência.
AMBIENTE RURAL E DIVERSIDADE DE PRÁTICAS NO CRISTIANISMO ANTIGO:
UM ESTUDO DE CASO DO LIVRO DA DIDAQUÉ
Rafael Juvenal Eugenio
Licenciado em História – UEL
O artigo tem por objetivo analisar a presença de cristãos judaizantes no documento cristão
primitivo chamado Didaqué ou Doutrina dos Doze Apóstolos do final do século I e início do II.
Entendemos por cristãos judaizantes, aqueles de origem não judaica que haviam retornado as
práticas judaicas e que pregavam para que os irmãos da comunidade também seguissem tais
práticas. Através da análise da Didaqué podemos reconstruir o contexto sócio histórico da
comunidade rural próxima de Antioquia na região da Síria em que possivelmente a Didaqué
tenha sido escrita. Ao analisarmos a relação entre a identidade cristã e a judaica, não devemos
levar em consideração a noção moderna e delimitada de identidade que conhecemos, pois no
mundo antigo as identidades são bastante fluidas e também as práticas tanto no cristianismo
como no judaísmo eram diversas, não havendo apenas uma única prática e crença à qual todos
seguiam. Essa diversidade, encontramos em outros documentos cristãos antigos, como as
cartas de Inácio de Antioquia, que revelam estruturas diferentes às da comunidade da Didaqué,
porém o mesmo “problema”, que são os judaizantes, chamados de hipócritas pela Didaqué.
Palavras-chave: Didaqué – identidade – judaizantes.
MESA 6 – Identidades e Religiosidades no Brasil (SALA 435 – CESA)
KUIÃ “IN” (RE)CONFIGURAÇÕES/ RESISTÊNCIA: TRANSFORMAÇÕES DO COMPLEXO
RELIGIOSO KAINGANG
Anderson José de Melo
Graduando em Ciências Sociais (UEL)
Tendo em vista contribuir, sem nenhuma presunção, com a temática central do seminário e de
algum modo com as discussões sobre religiões e religiosidades, contemplando os conceitos
chaves de (re)configurações, (re)significações e metamorfoses do campo do sagrado e das
instituições que contemplam tal, o presente projeto propõem através de recursos visuais,
evidenciar tais discussões a partir do discurso nativo. O vídeo Kuiã “in” (re)configurações/
resistência (em modelo curta metragem) é fruto de entrevista gravada com a Kuiã kaingang
Dna. Maria e Jesus, residente na Terra Indígena Apucaraninha, evidenciando múltiplas
inquietações/abordagens teóricas no que diz respeito, a nível macro, as novas (re)configurações
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do sagrado como também, não menos importante, sobre as particularidades da contextualização
do complexo religioso/ cosmológico/ ritual Kaingang em tal discussão.
Palavras-chave: Religiosidades; complexo xamânico; Kaingang.
UMA ANÁLISE SOBRE A COSMOLOGIA KAINGANG PELA PERSPECTIVA DO CONTATO
INTERÉTNICO E A PARTIR DE SUAS PRÁTICAS DE MANUTENÇÃO À SAÚDE
Eduardo Tardeli de Jesus Andrade
Mestrando em Ciências Sociais – UEL
Este ensaio pretende apresentar aspectos da cosmologia dos índios Kaingang expressas
atualmente pelos habitantes da Terra Indígena (TI) Apucarana, apreendidos a partir de pesquisa
de campo e de um olhar sobre suas práticas de manutenção a saúde. Suas concepções de
saúde e enfermidade refletem diretamente sua visão de cosmos, decorrente de um processo
histórico de contato interétnico que estabelecem com outras etnias indígenas e com a sociedade
nacional. O sistema de saúde Kaingang se caracteriza por ser um sistema dinâmico, ou seja,
formado por elementos culturais não estanques e construídos de forma histórica por meio de
estratégias criativas e ações destes índios. Este sistema de saúde pode ser entendido como um
complexo formado por práticas em que estão presentes elementos culturais atribuídos ao tempo
antigo, pela presença do sistema médico oficial e pelas práticas e influências exercidas pelas
religiões dentro da TI. Diante desta pluralidade de sistemas médicos, nos interessa o como
resistem e têm sido reelaboradas suas práticas relacionadas à saúde e com isso apreender as
transformações histórico-culturais com relação à cosmologia Kaingang.
A TREZENA NA CONSAGRAÇÃO DE UM TAUMATURGO
Élen Ângela Silva
Mestranda – Unesp/Marília
Bolsista Capes
Esse trabalho apresenta parte das reflexões tecidas a partir da etnografia da festa de Santo
Antônio das Tabocas em Abaeté, na região do Alto São Francisco, em Minas Gerais. O objetivo
é pensar a identidade religiosa focando a análise no fazer festivo e na constante reatualização
da consagração de Santo Antônio e, para tanto, delinear a especificidade da devoção em pauta
através do olhar para os eventos, materiais informativos e jornalísticos, personagens e
calendário que a constitui. No Brasil, a fé não eliminou, mas antes reforçou seu parentesco com
formas mágicas e festivas, junto com a pompa no uso das rendas, dos vestidos, sedas e coroas
nos trajes, o esplendor dos fogos de artifício e dos gigantescos estandartes, as dramatizações
jocosas com muita música e dança, os suntuosos cortejos de irmandades com seus oragos e
reinados que interpretam o mundo como um drama teatral de rua, carnavalizando, em muitos
aspectos, as relações de poder eclesiásticas e do Estado recriando “sociedades de corte” ao seu
modo. Minas Gerais, dentro desse contexto, foi um dos estados brasileiros com forte presença
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do barroco, formando desde o seu período de mineração até os dias atuais uma espécie de
“projeto social da festa”.
PENSAMENTO IMIGRANTISTA E SUAS RELAÇÕES COM A LAICIZAÇÃO DO ESTADO
BRASILEIRO
Filipe dos Santos Vieira
Mestrando em História – UEM
Ao estudar o século XIX no Brasil, podemos observar que a imigração europeia esteve presente
entre os principais assuntos discutidos pelos homens que decidiam o futuro do país, sobretudo
no Segundo Reinado. Desta forma, este trabalho analisará por meio de discursos parlamentares
e obras contemporâneas, como o clamor de intelectuais, políticos e fazendeiros do Império a
favor da imigração europeia, sobretudo protestante - vista como solução mais adequada pela
elite dirigente para substituição do trabalho escravo, já fadado ao fracasso a partir da proibição
do tráfico em 1850 - contribuiu para acelerar o processo de democratização da legislação
referente à liberdade religiosa no Brasil, que até o fim do período imperial assegurava
constitucionalmente os direitos civis e políticos apenas aos que professavam o catolicismo,
religião oficial do estado.
MEMÓRIAS DE CURA: O PAPEL DA IMAGEM RELIGIOSA NO UNIVERSO DAS
BENZEDEIRAS
Gabriela Cristina Maceda Rubert
Mestranda em História Social - UEL
Orientadora: Dra. Cláudia Eliane Parreiras Marques Martinez
Este trabalho pretende problematizar as relações entre as memórias das benzedeiras e as
imagens religiosas organizadas por elas em altares. A partir de entrevistas com senhoras
benzedeiras do município de Cambé, percebemos que a prática de construção de altares no
espaço onde são realizados os benzimentos é constante. Os significados, a simbologia e a
origem das imagens variam, por isso procuramos compreender as imagens a partir dos relatos
dessas senhoras. Para além da devoção, as imagens religiosas representam testemunhos de
histórias de cura, pois em muitos casos são presentes de pessoas benzidas em agradecimento a
benzedeira pela graça alcançada. Dessa forma, é pertinente refletir as inúmeras ressignificações
presentes nesses espaços de benzimento, relacionadas com a fé, com a cura e com o
agradecimento.
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TOPOGRAFIA RELIGIOSA DE APUCARANA:
AS QUESTÕES IDENTITÁRIAS DURANTE OS ANOS DE 1943 A 2011
Guilherme Alves Bomba
Especializando em Religiões e Religiosidades – UEL
Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio Neves Soares
O presente trabalho propõe a análise das relações sociais e identitárias da população da cidade
de Apucarana no norte do Paraná, diante da presença do templo católico enquanto símbolo
oficial do municipio no brasão e na bandeira. Diante disto, analisa-se aqui as construções
identitárias forjadas nas relações religiosas no espaço público laico, dando assim um caráter
normativo às práticas sociais. Utilizamos para tal, os relatos de moradores e políticos que
participaram do desenvolvimento da cidade e de suas identidades. A partir dos relatos, das
imagens e dos documentos analisados, podemos perceber o papel desempenhado pela Igreja
Católica, simbolizada em sua Catedral Nossa Senhora de Lourdes, sendo mais do que uma
igreja ou símbolo municipal, ela passou a ser local de encontro e trocas sociais, onde os
individuos mais do que simplesmente passam, eles vivem diante do monumento. Os católicos e
não católicos, estão colocados diante de um mesmo símbolo, que não deixa de ser religioso,
mas passa a ser político e também cultural. Sendo assim, podemos compreender que as
relações de trocas entre os individuos e o meio, criam e ressiginificam as relações sociais,
criando e desfazendo mitos e personagens da cidade.
O “JEJUM DE DANIEL” NO ÂMBITO DO NEOPENTECOSTALISMO:
TRANSFORMAÇÕES RECENTES DA SUBJETIVIDADE
(1977 – 2013)
Marina Fazani Manduchi
Mestranda em História Social – UEL
Orientador: Prof. Dr. Alfredo dos Santos Oliva
O presente trabalho visa analisar de que modo as subjetividades de frequentadores da Igreja
Universal do Reino de Deus são construídas. No primeiro capítulo, realizo uma trajetória
historiográfica mostrando a ascensão da história cultural, em específico, a relação conturbada
entre história cultural e o filósofo Michel Foucault. Tomo emprestadas algumas ferramentas
elaboradas por este pensador francês, entre elas, o discurso, o poder e o cuidado de si.
Empreendo um diálogo com concepções da antropologia para explicar o uso de um diário de
campo que produzi ao realizar o “Jejum de Daniel”. No segundo capítulo, exponho, baseada em
dados estatísticos, uma breve análise do campo religioso brasileiro, com ênfase nos dados do
censo do IBGE de 2010. A partir dessa visão dos fenômenos religiosos no Brasil, apresento e
contextualizo uma sucinta história da Igreja Universal do Reino de Deus. No terceiro e último
capítulo, apresento o objeto central dessa pesquisa, a campanha designada de “Jejum de
Daniel”, em que a Igreja Universal do Reino de Deus propõe aos seus fiéis que realizem um
jejum midiático durante 21 dias, ou seja, que não consumam nenhum “alimento” midiático,
exceto os produzidos pela própria Igreja, com o objetivo de serem batizados no Espírito Santo.