Post on 25-May-2015
Aula 3 – 07/03/2012Antiguidades: oriental, grega e romana
Prof.ª Esp. Elisa Maria Gomide
elisa.gomide@aedu.com / (62)9149-8300
Antiguidades: orientais
2
Egípcios, fenícios, gregos, mesopotâmicos, hebreus, chineses,
japoneses e outros grupos humanos colaboraram para a construção
de modelos e agências de formas da tradição oriental que têm uma
dimensão de longa duração na humanidade.
Com o surgimento das civilizações, promovido pelo desenvolvimento da
agricultura e da possibilidade de sedentarização, da fixação dos homens
e mulheres nas terras próximas aos rios – Nilo, tigre e Eufrates, por
exemplo –, a educação foi assumindo formas mais elaboradas e
incorporando novas funções. Não era ela mérito de um povo só, mas
fruto do intercâmbio entre diversas sociedades que coexistiam: nômades,
ex-nômades e comerciais.
A História da Educação Oriental se
estruturou entre dois mil a dois mil
e quinhentos anos, numa região
que consideramos o berço de toda
a civilização.
Mas afinal, a quem coube a educação nestas civilizações?
Para os hebreus todas as atividades significativas eram desenvolvidas em
torno do templo;
já nos Zigurates mesopotâmicos, além de lugar de culto aos deuses,
estocavam-se alimentos, fazia-se ciência (observação dos astros).
A partir destes dois exemplos, observamos que a vida, girava em torno do
templo.
A Educação era tida como uma atividade sagrada, isto é, prodígio dos
deuses. E os grupos sacerdotais eram seus guardiões. Eram eles os
intérpretes dos mitos, os detentores da tradição e os que cuidavam da
tradição ideológica e da concepção do mundo oriental antigo.
3
Não é a toa que os mitos
tiveram uma função
eminentemente educativa entre
estes povos. Neles, a natureza
aparecia divinizada e todas
as explicações para a
realidade e os fenômenos
passavam pelo sagrado.
Antiguidades: orientais
Na Assíria, os sacerdotes eram depositários da formação
escolar.
No Egito todo o saber era ministrado no templo e o Faraó,
senhor de todo conhecimento, era quem indicavam a quem
caberia educar.
Ler e escrever era um prestígio, coisa de homens próximos
de Deus, seus interpretes ou deuses por si mesmos.
Assim, as primeiras escolas institucionalizadas,
enquanto espaços de transmissão dos saberes,
restringiam-se às classes dirigentes. Ao povo sobrava a
educação informal, fruto da experiência e transmitida de pai
para filho. A tradição oral lhes pertencia, não por opção.
Os tipos de educação no Oriente refletiam a
estratificação social.
Em poucas palavras foram estas as soluções educacionais
deste período histórico: divididas por classes sociais,
ligadas ao sagrado e ao primado do saber literário.4
Antiguidades: orientais
Da História de tempos e espaços distantes não nos
separamos, pelo menos das ideais que ainda hoje
parecem atuais. Somos herdeiros da cultura de povos que
na terra viveram antes de nós, não para reproduzi-la, mas
para resignificá-la e a partir dela criar novas formas de
compreender e de viver no mundo. São elas a base da
civilização. A nós cabe, quem sabe, a construção criativa
de novas propostas de educação.
5
Educação Grega e a Paidéia
Na educação grega, de acordo com
Aranha (1996), "(...) as explicações
predominantemente religiosas são
substituídas pelo uso da razão
autônoma, da inteligência crítica e
pela atuação da personalidade
livre, capaz de estabelecer uma lei
humana e não mais divina".
Surge a necessidade de elaborar
teoricamente o ideal da formação,
não do herói, submetido ao destino,
mas do cidadão.
O cidadão = não será mais o
depositário do saber da
comunidade, mas aquele que
elabora a cultura da cidade. Não
está preso ao passado, mas é
capaz de projetar o futuro.
6
O termo Paidéia
+ Foi criado por volta do século V a.C.
+ Inicialmente significava apenas: criação dos meninos (pais, paidós,
“criança”).
A Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia.
* Paiagogos significa literalmente aquele que conduz a criança
(agogôs, “que conduz”): o escravo que conduz a criança à escola.
O termo pedagogia se amplia, adquirindo o sentido de teoria sobre a
educação.
Os gregos, ao discutir os fins da Paidéia, esboçam as primeiras linhas
conscientes da ação pedagógica.
7
Nasce a filosofia
+ Filosofia: milagre grego?
- Passagem do pensamento mítico para o racional e filosófico: O surgimento da
filosofia na Grécia não é um salto realizado por um povo privilegiado, mas a
culminância de um processo que se fez ao longo de milênios e para a qual
concorreram as novidades introduzidas na época arcaica.
+ A escrita:
- Proporciona a possibilidade de maior abstração, que tende a modificar a
estrutura do pensamento ao propiciar o distanciamento do vivido, o confronto das
idéias, a retomada do relato escrito; Surge como exigência de rigor e clareza,
estimulando o espírito crítico
+ A lei escrita:
- A justiça, antes submetida à arbitrariedade dos reis ou da interpretação da
vontade divina, volta-se para a discussão, adquirindo um caráter
humano. Fundamento para a democracia nascente.
+ A polis:
- Está centralizada na ágora (praça pública), onde se discutem os problemas de
interesse comum;
- Constitui-se com a autonomia da palavra (da argumentação).
8
Educação
(...) A expressão da individualidade por meio do debate engendra a política,
libertando o homem dos desígnios divinos, para que ele próprio possa tecer
seu destino na praça pública. (ARANHA, 1996, p. 42).
A formação integral
+ A educação grega era centrada na formação integral (corpo e
espírito). Apesar, conforme a época, fosse enfatizado o preparo
esportivo ou intelectual.
+ Quando não existia a escrita, a educação era ministrada pela própria
família, conforme a tradição religiosa.
+ Com o aparecimento da aristocracia dos senhores de terras, de
formação guerreira, os jovens da elite eram confiados aos preceptores.
+ As escolas apareceram com o advento das polis. No período
clássico, sobretudo em Atenas, a instituição escolar já se encontrava
estabelecida.
+ A escola ainda permanecia elitizada, atendendo aos jovens de
famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos comerciantes
enriquecidos.9
Homero, educador da Grécia
+ A educação na época da aristocracia guerreira
visava a formação cortês do nobre. (Influência das
epopéias de Homero que relatam as ações dos
deuses e transmitem os costumes, a língua, os
valores éticos e estéticos).
+ O guerreiro era formado para a virtude: sentido de
força e coragem, atributos do guerreiro “belo e bom”,
aos quais se acrescentam a prudência, a lealdade, a
hospitalidade, a honra, a glória e o desafio à morte.
+ A criança nobre permanecia em casa até os sete
anos, quando era enviada aos palácios de outros
nobres a fim de aprender, como escudeiro, o ideal
cavalheiresco.
+ Eram contratados preceptores que davam uma
formação integral baseada no afeto e no exemplo.
+ No período arcaico e na época clássica, continuou
a prevalecer a influência cultural das epopéias na
educação.10
Educação espartana
+ Após a fase homérica, ao contrário das demais cidades
gregas, continua a valorizar as atividades guerreiras e a
desenvolver uma educação severa, voltada para a formação
militar.
+ Século IX a.C. O legislador Licurgo organizou o Estado e a
educação: de início, os costumes não eram tão rudes e o
preparo militar era intercalado com a formação esportiva e
musical; depois, quando Esparta derrotou Atenas, o rigor da
educação passou a se assemelhar à vida de quartel.
+ Cuidados com o corpo começaram com uma política de
eugenia = prática de melhoramento da espécie: recomendação
de abandonar as crianças deficientes ou frágeis demais e
procurar fortalecer as mulheres para gerarem filhos robustos e
sadios.
11
Educação ateniense
+ Ao lado dos cuidados com a educação física, destacava-se a
formação intelectual, para que melhor se pudesse participar dos
destinos da cidade.
+ Final do século VI a.C. - apareceram formas simples de escolas. O
Estado demonstrava algum interesse a respeito, mas o ensino não se
tornara obrigatório nem gratuito.
+ A educação se iniciava aos sete anos. As meninas permaneciam no
gineceu (parte da casa onde as mulheres se dedicavam aos afazeres
domésticos). Os meninos desligavam-se da autoridade materna e eram
iniciados na alfabetização, na educação física e musical.
+ Acompanhado por um escravo (o pedagogo), o menino dirigia-se à
palestra, onde praticava exercícios físicos. Sob a orientação do
pedótriba (instrutor físico), era iniciado em corrida, salto, lançamento de
disco, de dardo e em luta (cinco modalidades do pentato). A educação
física não se reduzia à mera destreza corporal, mas vinha
acompanhada pela orientação moral e estética.
+ A educação musical também era valorizada - o pedagogo levava a
criança ao citarista (professor de cítara). Cultivava-se também o canto
coral, a declamação de poesias, geralmente acompanhada por
instrumentos musicais.12
Educação espartana
A preocupação com a formação integral se expressa na frase de
Platão: “Eles [os mestres de música] familiarizaram as almas dos
meninos com o ritmo e a harmonia, de modo que possam crescer na
gentileza, em graça e harmonia, e tornarem-se úteis em palavras e
ações”. (ARANHA, 1996, p.52)
+ Sócrates, Platão e Aristóteles ministraram na educação superior.
Sócrates se reunia informalmente na praça pública,
Platão utilizava um dos ginásios de Atenas (a Academia),
Aristóteles ensinava em outro ginásio (o Liceu).
+ Não há uma preocupação com o ensino profissional, pois os ofícios
deveriam ser aprendidos no próprio mundo do trabalho. Uma exceção
é a medicina, profissão altamente considerada entre os gregos.
13
Atividades - segundo capítulo do PLT – p.41-77.
Responda às seguintes questões propostas no PLT:
- Página 55: questões 2 (d), 3, 4 (a questão 4 será para a
próxima aula, pois demanda pesquisa)
- Página 82: questões 1, 2, 5, e 6
14