Post on 22-Jun-2015
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,Gestão AmbientalFormadora: Ana Queirós
Elaborado por, Dorinda Da Silva
Desenvolvimento sustentável
O progresso e o aumento populacional conduziram a vários problemas ambientais
colocando o nosso planeta em risco, o que despertou nas comunidades uma consciência
ecológica e a promoção do conceito de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável tem em consideração um compromisso da geração
actual com o futuro (mais propriamente com as gerações vindouras) em respeitar os
limites físicos do planeta na exploração de recursos, bem como evitar a sua
contaminação, de modo a garantir a continuidade do planeta azul. O conceito de
“pegada ecológica” vem ao encontro deste interesse e funciona como um indicador a ter
em consideração para a reflexão do nosso estilo de vida ambiental.
A Educação Ambiental tem por finalidade assegurar a manutenção desse compromisso
na aldeia global e desenvolve em cada ser humano a cidadania participada e
comprometida de modo a que faça dela um exercício continuado a todo momento em
todo lugar.
A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável
A sustentabilidade é a capacidade que um sistema tem de sobreviver durante um certo
intervalo de tempo. Alguns investigadores acreditam que a resolução dos problemas
ambientais do nosso planeta está em saber, qual o nível populacional óptimo que
permitiria viver com um conforto razoável e uma liberdade tal, sem comprometer a
capacidade do planeta para suprir as necessidades das gerações vindouras. Ao longo da
existência humana no planeta Terra, todas as acções realizadas no presente condicionam
o futuro, quer a médio quer a longo prazo. Estas acções podem ter repercussões
positivas ou negativas, na medida em que possam vir a comprometer, ou não, as
gerações futuras. É neste sentido que surge o conceito de desenvolvimento sustentável,
ou seja, definido como o desenvolvimento económico e social, promovido por uma
sociedade que procura satisfazer as necessidades actuais sem utilizar os recursos
renováveis acima da capacidade de regeneração natural dos mesmos, da mesma forma
que se evita um excesso de poluição/contaminação acima da capacidade natural de
depuração do ambiente.
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Esta concepção não surgiu por acaso: a segunda metade do século XX ficou marcada
pelo enorme desenvolvimento económico, entendido então por progresso, e que também
ficou ligado a práticas prejudiciais para o ambiente (poluição generalizada,
desflorestação, perda da biodiversidade, exploração desmesurada de recursos).
Mas esta tendência inverter-se-ia, pois a consciência ecológica iria estar na ordem do
dia, visto que as populações passaram a estar cada vez mais alertas e a tomar medidas
para que os responsáveis políticos viessem a ter a iniciativa de promover a preservação
do meio ambiente e a continuidade do planeta.
A “Pegada Ecológica”
O conceito de “Pegada Ecológica” foi criado por William Rees e Mathis Wackernagel
permitindo calcular a área de terreno produtivo necessário para sustentar o nosso estilo
de vida. Cada ser vivo necessita de uma quantidade mínima de espaço natural produtivo
para sobreviver.
A nossa sobrevivência depende da existência de alimentos, de uma fonte constante de
energia, da capacidade dos vários resíduos que produzimos serem absorvidos e, assim,
deixarem de constituir uma ameaça, bem como da disponibilidade de matérias-primas
para os processos produtivos.
Para calcular a nossa pegada ecológica é preciso ter em conta os seguintes
componentes:
Área de energia fóssil (absorção do excesso de CO2); Terra arável (área de terreno
agrícola necessária para a alimentação da população); Pastagens (área necessária para o
gado pastar); Floresta (área necessária para a vida do homem); Área urbanizada (área de
construção, destruição do solo); Mar (área de pescas). Somando estas parcelas obtemos
um valor global que representa uma área produtiva capaz de repor, pelo menos em
teoria, o capital natural por cada um de nós consumido. Esta área pode ser comparada
com o espaço efectivamente existente, dependendo assim a sustentabilidade do sistema.
Contudo, visto que há ainda vários impactos que não estão contabilizados na “Pegada
Ecológica”, o valor obtido é uma estimativa por defeito.
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Contudo, a população mundial tem aumentado, assim como o consumo, pelo que o
espaço físico do planeta pode não ser suficiente para nos sustentar. Para assegurar a
existência das condições favoráveis à vida que ainda hoje existem, teremos que viver de
acordo com a capacidade de carga do planeta, ou seja, de acordo com o que a Terra pode
fornecer e não com o que gostaríamos que fornecesse.
Educação Ambiental
O desenvolvimento económico e o aumento populacional conduziram ao aparecimento
de vários problemas ambientais, principalmente nas grandes potências do Ocidente.
Para combater este grave problema surge um novo conceito: Educação Ambiental, uma
proposta que incide não só na teoria, mas também (e principalmente) na prática, porque
este não é um problema de saber, mas sim de acção. É necessário que a população mude
os seus comportamentos e hábitos para que o rumo do nosso planeta mude.
Para que esta mudança de mentalidades e sobretudo de comportamentos se faça notar, é
necessária a compreensão dos conceitos de sustentabilidade e de “sociedade
sustentável” que têm por objectivo melhorar e proteger o ambiente exortando ao ser
humano que promova o crescimento económico e social de uma forma equilibrada,
fazendo uma gestão mais cuidada e responsável dos recursos ao seu dispor.
Esta mudança passa por uma consciencialização de todos, para que não sejam apenas
meros servidores da sociedade em que vivem, mas que contribuam positivamente para a
resolução dos problemas.
É preciso que se exerça uma cidadania participativa e comprometida com a
sustentabilidade e o planeta.
A escola deve ser um dos pontos de partida para esta mudança.
É um local em que a Educação Ambiental é fundamental para consciencializar os jovens
da problemática ambiental. No entanto, só chega às camadas mais jovens e, por
consequência, é desenvolvido um trabalho com fruto a médio ou longo prazo. Outro
ponto de partida importante é a família, a nossa casa, onde se verifica uma continuação
do que é feito na escola. Além disso, é um dos melhores locais onde o jovem pode
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exercer activamente (ou iniciar) a nova cidadania implicando os adultos residentes.
Torna-se necessário um maior investimento ao nível de políticas educativas/ formativas,
apoiando projectos e acções de várias instituições que incentivem e trabalhem
directamente com as comunidades. O sucesso da Educação Ambiental passa pelo
alcance de práticas e estratégias, que possam tornar sustentável a acção do ser humano,
uma vez que estas mesmas acções têm implicações para o planeta, num futuro próximo.
A poluição atmosférica
A poluição atmosférica caracteriza-se basicamente pela presença de gases tóxicos e
partículas sólidas no ar. As principais causas desse fenómeno são a eliminação de
resíduos por certos tipos de indústrias (siderúrgicas, petroquímicas, de cimento, etc.) e a
queima de carvão e petróleo em fábricas, automóveis e sistemas de aquecimento
doméstico. Porém, se a esta lista de agentes poluidores atmosféricos adicionarmos os
gases e fumos provenientes da incineração dos resíduos sólidos urbanos, então podemos
dizer, sem receio de exagero, que a vida dos animais, das plantas e do próprio ser
humano corre sério perigo. Neste rol temos de incluir ainda a desarborização
descontrolada e os incêndios florestais que têm desbastado as florestas, que constituem
a principal fonte de reserva e de renovação do oxigénio do ar. Calcula-se que a poluição
do ar tenha provocado um crescimento do teor de gás carbónico na atmosfera, que teria
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sofrido um aumento de 14% entre 1830 e 1930. Hoje em dia esse aumento é de
aproximadamente de 0,3% ao ano. Os desmantelamentos contribuem bastante para isso,
pois a queima das florestas produz grande quantidade de gás carbónico.
Como o gás carbónico tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado "efeito
estufa", um aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar um
aquecimento da superfície terrestre. O ozono é um gás que filtra os raios ultravioletas
do Sol. Se esses raios chegassem à superfície terrestre com mais intensidade
provocariam queimaduras na pele, que poderiam até causar cancro, e destruiriam as
folhas das árvores. O gás CFC — clorofluorcarbono —, contido em "sprays" de
desodorizante ou insecticidas, parece ser o grande responsável pela destruição da
camada de ozono. Por sorte, esses danos foram causados na parte da atmosfera situada
acima da Antárctida. Nos últimos anos esse buraco na camada de ozono tem-se
expandido constantemente.
NP EN ISO 14001 e EMAS
O EMAS representa uma abordagem à protecção ambiental, é um sistema europeu e
voluntário de gestão, que visa a melhoria ambiental contínua de uma organização.
Envolve a adopção e implementação de: política ambiental, revisão ambiental, sistema
de gestão ambiental, plano de acção, auditorias e a declaração ambiental.
Quando da adopção desta ferramenta a organização deverá assumir um conjunto de
compromissos, tais como:
Melhoria contínua do desempenho ambiental;
Aplicação do princípio de prevenção da poluição e da utilização de tecnologias
limpas;
Informação sobre o desempenho ambiental disponível;
Apoio total da Direcção à implementação do SGA;
Apoio de implementação com os recursos necessários.
As principais vantagens na adopção desta
ferramenta são:
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Uso eficiente dos recursos com redução dos custos;
Redução dos impactes ambientais;
Melhoria das condições de trabalho com redução de riscos;
Incorporação dos princípios de desenvolvimento sustentável;
Melhoria da imagem da organização.
A primeira publicação foi feita a 10 de Julho de 1993, onde só as empresas que
desenvolviam actividades industriais podiam participar.
Devido à competitividade existente entre a norma NP EN ISO14001e o sistema EMAS,
o regulamento foi revisto, e em 2001 um novo regulamento foi publicado. Esse novo
regulamento permite a participação voluntária de qualquer organização num sistema
comunitário de ecogestão e auditoria (EMAS), mais conhecido por EMAS II.
O EMAS é compatível com a norma ISO 14001 mas vai ainda mais longe. O EMAS é
uma marca comercial que significa que uma empresa com o sistema implementado, não
só cumpre a legislação mas também que todos os seus trabalhadores estão activamente
envolvidos na gestão ambiental. Também significa que tudo que é feito na empresa a
nível ambiental é comunicado com honestidade e rigor.
A implementação depende da dimensão da organização, dos produtos e serviços
fornecidos e do seu nível de gestão. Não existe portanto um método único, mas é
necessário usar o bom senso para que os objectivos definidos possam ser atingidos.
Ninguém pode controlar a natureza ou pelo menos nem deveria tentar.
A única coisa a ser controlada são os danos que nós provocamos com a nossa ganância e
a pouca vontade que temos em preservar o que pensamos ser uma reserva inesgotável.
A Terra fornece-nos; água e o ar que respiramos e todos os recursos naturais necessários
para satisfazer as nossas necessidades, mas se continuarmos a poluir fechando os olhos
para as consequências, esta reserva transformar-se-á numa lixeira gigante.
O EMAS adverte-nos contra os perigos mais emergentes, e indica-nos o caminho a
seguir para que o nosso planeta se torne numa terra limpa onde nós e as próximas
gerações possamos viver, podendo usufruir de todas as riquezas que ele contém.
A separação dos resíduos, o aproveitamento das águas, o facto de consumir menos
energia, tudo isso multiplicado por 11 000 000 de habitantes (Portugal) faz uma
diferença enorme.
Uma coisa que podemos fazer é procurar reduzir a quantidade de lixo produzida em
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nossa casa. Como? Aqui ficam alguns exemplos:
Comprar apenas o necessário, para não haver desperdícios.
Imprimir ou copiar apenas as quantidades necessárias.
Procurar comprar produtos cuja embalagem seja reciclável.
Preferir embalagens de vidro às de plástico (o vidro é mais facilmente
reciclável).
Sempre que possível optar por produtos sem embalagem.
Utilizar papéis de menor gramagem, de preferência não clorados, utilizando
sempre as duas faces da folha de papel.
Separar materiais para reciclar.
Fazer a compostagem de resíduos orgânicos.
Reutilizar sempre que possível.
É também de extrema importância a redução dos consumos de água e energia eléctrica.
Não deixe a torneira aberta ao escovar os dentes ou fazer a barba.
Não deixe as torneiras a pingar (uma torneira a pingar gasta cerca de 200 litros
por dia).
Não lavar os carros à mangueira. Se o fizer com um balde e uma esponja gasta
apenas cerca de 60 litros, enquanto que com a mangueira pode gastar 10 vezes
mais (600 litros).
Não use a mangueira para "varrer" os passeios.
Utilizar as máquinas de lavar roupa e loiça apenas quando estiverem cheias.
Não utilize o autoclismo como cinzeiro (para além de os restos do cigarro
constituírem um problema na fase de tratamento das águas, cada descarga do
autoclismo gasta, em média, 40 litros de água).
Não tomar banhos prolongados (5 minutos com um chuveiro aberto consomem
cerca de 60 litros de água).
Não deixar as luzes acesas desnecessariamente.
Não abrir o frigorífico sem necessidade nem deixar a porta aberta.
Não ligue o ferro para passar pouca roupa.
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Reutilizar
Outro passo indispensável. Há materiais concebidos para serem utilizados várias vezes.
A opção de reutilização diminui a curto prazo a quantidade de resíduos domésticos
adiando a sua rejeição e consequente eliminação.
Outra forma de produzir menos resíduos é reutilizar tudo aquilo que possa ser útil para
alguma coisa. Deixo aqui algumas ideias:
Usar o verso de folhas impressas para rascunho.
Imprimir frente e verso do papel.
Usar os restos de frutas e legumes para fazer adubo (compostagem).
Destinar algumas embalagens para outros fins que não o lixo (por exemplo,
frascos de maionese ou outros semelhantes para guardar alimentos; caixas de
sapatos para arquivos; latas para porta-lápis...).
Reciclar
Objectivo Final. Consiste na transformação do material inútil em material útil,
diminuindo assim a quantidade de resíduos e poupando recursos naturais energéticos.
Separe papéis, vidros, latas e plásticos para serem reciclados. Assim contribui para a
diminuição do lixo acumulado e ajuda a obter matéria-prima sem que seja necessário
extrai-la do meio ambiente.
Sabe quanto tempo a Natureza demora a absorver os detritos?
Jornais, de 2 a 6 semanas.
Embalagens de papel, de 1 a 4 semanas.
Frutas, 3 meses.
Guardanapos de papel, 3 meses.
Pontas de cigarro, 2 anos.
Fósforos, 2 anos.
Pastilhas elásticas, 5 anos.
Nylon, 30 a 40 anos.
Sacos e copos de plástico, 200 a 450 anos.
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Latas de alumínio, 100 a 500 anos.
Tampas de garrafas, 100 a 500 anos.
Pilhas, 100 a 500 anos.
Garrafas e frascos de vidro ou plástico, indeterminado.
Cada 50 kg de papel reciclado poupa o corte de uma árvore. A reciclagem de
uma tonelada de plástico economiza 130 kg de petróleo.
Todos poluímos, por isso a obrigação de preservar e combater tudo que possa ferir a
terra cabe a todos nós.
“ Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si três grandes problemas que foram
ironicamente provocados por ele próprio: a super povoação, o desaparecimento dos
recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre estes problemas,
vistos sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda motivação.”
Jacques Yves Cousteau (1910-1997)
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