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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Patrícia Geraldes Curso Integrado de Estudos Pós-graduados em Museologia
Setembro de 2008
FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TÉCNICAS DE PATRIMÓNIO
SECÇÃO DE MUSEOLOGIA
CURSO INTEGRADO DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM MUSEOLOGIA
(VIA ESPECIALIZAÇÃO)
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO
DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO
Patrícia Geraldes
Porto
2007/08
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO
PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08
I I
À Paula Menino Homem, responsável da área cientifica de Conservação Preventiva,
pela orientação, paciência, disponibilidade e
pela forma pragmática e objectiva com que transmite os seus conhecimentos.
Aos colegas de trabalho e de turma pela partilha de ideias.
Ao Luciano pela falta de tempo que tive para ele.
A todos os meus mais sinceros agradecimentos.
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO
PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08
II II
SUMÁRIO Pág.
ABREVIATURAS ............................................................................................................................................................. III
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................................................... IV
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................................................... VI
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................ 1
I. AVALIAÇÃO DE RISCO............................................................................................................................................... 10
A INSTITUIÇÃO .......................................................................................................................................................... 11
CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL ........................................................................................................ 13
O EDIFICIO................................................................................................................................................................. 20
A RESERVA TÉCNICA ................................................................................................................................................. 29
O ESPÓLIO EM RESERVA ........................................................................................................................................... 34
PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DE ACTUAÇÃO .......................................................................................... 36
II. PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA ................................................................................................................. 39
AUDITORIA ................................................................................................................................................................ 41
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E ESPACIAL DA RESERVA ............................................................................................ 43
PLANO DE DISTRIBUIÇÃO DO MOBILIÁRIO ............................................................................................................... 45
PLANO DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS .................................................................................................................. 49
SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO ....................................................................................................................................... 61
III. MANUAL DE PROCEDIMENTOS E NORMAS DE GESTÃO DA RESERVA TÉCNICA ................................................... 64
ACESSO FÍSICO À RESERVA ........................................................................................................................................ 65
IDENTIFICAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS ................................................................................................... 67
MARCAÇÃO DOS OBJECTOS ...................................................................................................................................... 67
ARMAZENAMENTO ................................................................................................................................................... 68
MOVIMENTAÇÃO ...................................................................................................................................................... 68
AUDITORIA ................................................................................................................................................................ 70
MANUTENÇÃO .......................................................................................................................................................... 72
IV. PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA RESERVA TÉCNICA DE OBJECTOS .................................................... 73
PRINCIPIOS GERAIS ................................................................................................................................................... 74
ESTRATÉGIA DE MONITORIZAÇÃO E CONTROLO AMBIENTAL .................................................................................. 74
EXAME/INSPECÇÃO E REGISTO ................................................................................................................................. 77
INTERVENÇÃO E REGISTO ......................................................................................................................................... 79
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRECTIVA ............................................................................................................ 80
V. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................................................. 85
GLOSSÁRIO .................................................................................................................................................................. 94
ANEXOS ..................................................................................................................................................................... 101
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................ 119
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III III
ABREVIATURAS
ICOM – International Council of Museums
ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto
MPL – Museu Parada Leitão
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IV IV
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DO DISTRITO DO PORTO EM PORTUGAL ................................................................................14
FIGURA 2 - LOCALIZAÇÃO DA FREGUESIA DE PARANHOS NA CIDADE DO PORTO ...............................................................14
FIGURA 3 - LOCALIZAÇÃO DO ISEP .........................................................................................................................15
FIGURA 4 - LOCALIZAÇÃO DO MUSEU NO CAMPUS DO ISEP ........................................................................................15
FIGURA 5 - SISMICIDADE HISTÓRICA E ACTUAL (1755 - 1996) ....................................................................................20
FIGURA 6 - ZONAS VERDES NA ÁREA CIRCUNDANTE AO MUSEU ....................................................................................22
FIGURA 7 - PLANTA DO PISO -1 DO EDIFÍCIO C E ÁREA OCUPADA PELO MUSEU (1998) .....................................................23
FIGURA 8 - PLANTA DO PISO -1 DO EDIFÍCIO C (2000)...............................................................................................24
FIGURA 9 - PLANTA DO MUSEU DEPOIS DAS OBRAS DE AMPLIAÇÃO E REORGANIZAÇÃO (PREVISÃO: 2008) ...........................24
FIGURA 10 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................25
FIGURA 11 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................25
FIGURA 12 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................25
FIGURA 13 - EXEMPLOS DE CANALIZAÇÕES ABERTAS E DE SISTEMAS DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS ........................................26
FIGURA 14 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................26
FIGURA 15- CANALIZAÇÕES JUNTO AO TECTO COLOCADAS POR CIMA DOS OBJECTOS EM EXPOSIÇÃO ...................................26
FIGURA 16 – DESUMIDIFICADOR ...........................................................................................................................27
FIGURA 17 - SISTEMA DE AR CONDICIONADO ...........................................................................................................28
FIGURA 18 - SISTEMA DE VENTILAÇÃO ELÉCTRICA ......................................................................................................28
FIGURA 19 - CAIXA-DE-AR....................................................................................................................................29
FIGURA 20 - PLANTA DO MUSEU COM OS FACTORES QUE INFLUENCIAM A CONSERVAÇÃO E SEGURANÇA DO MUSEU ...............29
FIGURA 21 – PLANTA DO MUSEU E LOCALIZAÇÃO DAS DIFERENTES ÁREAS ......................................................................30
FIGURA 22 - ESPAÇO DESTINADO À RESERVA TÉCNICA ................................................................................................31
FIGURA 23 – ASPECTO GERAL DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DOS OBJECTOS EM RESERVA (ATÉ DEZEMBRO DE 2007) 33
FIGURA 24 - OBJECTOS EM RESERVA POR CATEGORIA (DEZEMBRO 2007) .....................................................................34
FIGURA 25 - ESTADO DE CONSERVAÇÃO DOS OBJECTOS (DEZEMBRO 2007) ..................................................................35
FIGURA 26 - OBJECTOS EM RESERVA POR CATEGORIA: RESULTADOS APÓS A AUDITORIA ....................................................41
FIGURA 27 – FICHAS DE INVENTÁRIO CRIADAS DURANTE A AUDITORIA ..........................................................................42
FIGURA 28 - DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DA RESERVA TÉCNICA ...........................................................................................43
FIGURA 29- ÁREA DE RISCO ..................................................................................................................................44
FIGURA 30- ÁREA DE RISCO ..................................................................................................................................44
FIGURA 31 - ÁREA DE TRABALHO ...........................................................................................................................44
FIGURA 32- ÁREA DE RISCO (ANTES E APÓS A TRANSFERÊNCIA) ....................................................................................45
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V V
FIGURA 33- ÁREA DE RISCO (ANTES E APÓS A TRANSFERÊNCIA) ....................................................................................45
FIGURA 34 - RESERVA: VISTA GERAL (ANTES DA TRANSFERÊNCIA DOS OBJECTOS).............................................................46
FIGURA 35- RESERVA: VISTA GERAL (APÓS A TRANSFERÊNCIA DOS OBJECTOS) .................................................................46
FIGURA 36 - ASPECTO DO ESPAÇO DESTINADO À RESERVA ANTES DA TRANSFERÊNCIA .......................................................47
FIGURA 37 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A TRANSFERÊNCIA DOS OBJECTOS ....................................................................47
FIGURA 38 - PLANO DE DISTRIBUIÇÃO DO MOBILIÁRIO E ÁREAS DE CIRCULAÇÃO ..............................................................49
FIGURA 39 - ESQUEMA DE COLOCAÇÃO DOS OBJECTOS NAS ESTANTES ..........................................................................50
FIGURA 40 - EXEMPLO DE OBJECTO AO QUAL NÃO FOI EFECTUADO NENHUM PROCEDIMENTO DE LIMPEZA ...........................51
FIGURA 41 - EXEMPLO DE SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO PROVISÓRIO ................................................................................53
FIGURA 42 – SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................54
FIGURA 43- SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO. ......................................................................................................54
FIGURA 44 - SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................55
FIGURA 45 - SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................56
FIGURA 46 - SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................56
FIGURA 47- SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO .......................................................................................................57
FIGURA 48- SOLUÇÃO CONTRA CHOQUES E VIBRAÇÕES ..............................................................................................57
FIGURA 49 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS .......58
FIGURA 50 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS .......58
FIGURA 51 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS. ......59
FIGURA 52 - OBJECTOS COLOCADOS NA ZONA DE RISCO SEM QUALQUER CRITÉRIO DE ARRUMAÇÃO. ...................................60
FIGURA 53 - OBJECTOS COLOCADOS NO CHÃO SEM QUALQUER CRITÉRIO DE ARRUMAÇÃO ................................................60
FIGURA 54 - SOLUÇÃO DE ARMAZENAMENTO ..........................................................................................................61
FIGURA 55 - SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS POR PRATELEIRA ........................................................................61
FIGURA 56 - SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS POR ESTANTE ............................................................................62
FIGURA 57 - SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DAS ESTANTES POR CATEGORIA .......................................................................63
FIGURA 58 - EXEMPLO DE SOLUÇÃO DE ARMAZENAMENTO: ARMÁRIOS DE SISTEMA MÓVEL ..............................................90
FIGURA 59- EXEMPLO DE SOLUÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO DE CONTENTORES....................................................................90
FIGURA 60 - TIPOLOGIAS DE CONTENTORES ACONSELHADOS .......................................................................................90
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO
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VI VI
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - DADOS RELATIVOS À TEMPERATURA MÉDIA MENSAL ENTRE MAIO DE 2006 E FEVEREIRO DE 2008 ....................16
TABELA 2 - DADOS RELATIVOS Á HUMIDADE RELATIVA MÉDIA MENSAL ..........................................................................17
TABELA 3 - DADOS RELATIVOS À PRECIPITAÇÃO ........................................................................................................17
TABELA 4 - DADOS RELATIVOS AO VENTO ................................................................................................................18
TABELA 5 - DADOS RELATIVOS Á RADIAÇÃO SOLAR MÉDIA MENSAL ...............................................................................18
TABELA 6 - DADOS RELATIVOS AOS POLUENTES (2005) .............................................................................................19
TABELA 7 - CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR, DE ACORDO COM AS CLASSES DE CONCENTRAÇÃO, PARA 2005 ...19
TABELA 8 - IDENTIFICAÇÃO DE 3 TIPOS DE RISCO CONSOANTE FREQUÊNCIA E SEVERIDADE .................................................36
TABELA 9 - PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA DOS OBJECTOS EM RESERVA ..........................................................................52
TABELA 10 - VALORES DE TEMPERATURA E HUMIDADE RELATIVA ACONSELHADOS ...........................................................75
TABELA 11 - LISTAGEM DE DANOS E/OU PERDAS ......................................................................................................78
TABELA 12 - LISTAGEM DOS MÉTODOS DE INTERVENÇÃO ............................................................................................79
TABELA 13 - DOSES DE ILUMINÂNCIA MÁXIMA RECOMENDADA CONFORME SENSIBILIDADE DOS MATERIAIS ..........................81
TABELA 14 - OLOCAÇÃO DE MATERIAIS NAS ESTANTES DA RESERVA CONSOANTE SENSIBILIDADE DE MATERIAIS ......................81
TABELA 15 - RESPONSABILIDADES DOS PROFISSIONAIS DO MUSEU NA PREPARAÇÃO DO PLANO ..........................................92
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | INTRODUÇÃO
PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08
1 1
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | INTRODUÇÃO
PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08
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Este trabalho pretende ser o reflexo das actividades e tarefas desenvolvidas no âmbito do
estágio do Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados em Museologia leccionado na Faculdade
de Letras da Universidade do Porto.
Integrado na área científica de Conservação Preventiva, foi orientado internamente pela Mestre
Paula Menino Homem e externamente pela Mestre Patrícia Costa, directora do Museu Parada
Leitão (ISEP), local onde decorreu o estágio.
Após a análise de um conjunto de hipóteses de programas de estágio passíveis de ser realizados,
decidiu-se conjuntamente que o de maior importância se prendia com a organização da reserva
técnica do museu. O MPL está a passar por uma fase de reorganização espacial, com o
incremento de novas áreas destinadas aos serviços técnicos e, por consequência, a libertação de
outras para a definição de uma exposição de longa duração. O maior desafio seria a concepção
do discurso expositivo da exposição. No entanto, sem a organização das condições espaciais e
ambientais dos materiais na reserva técnica, esse processo tornar-se-ia incompleto.
Assim, o objectivo primordial do estágio assentou na planificação da estrutura da reserva
técnica de objectos, de modo a criar as condições de conservação, acesso e gestão adequadas.
A reserva técnica de um museu é um espaço destinado a armazenar e acondicionar os objectos,
concebida para dar a máxima protecção e permitir uma utilização optimizada das colecções.
Uma reserva apropriada é um dos mais importantes componentes no programa de conservação
preventiva para preservar a colecção museológica. Quando bem planeada e organizada, para
além de assegurar o acesso à colecção, minimiza os riscos para os objectos, seja por
deterioração, danos ou perdas, através de:
Armazenamento e acondicionamento adequados;
Boas práticas de manuseamento;
Um programa de gestão de riscos efectivo;
Condições ambientais ideais;
Um ambiente livre de infestações;
Acesso ao espaço e colecções condicionado.
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Preservar o espólio em reserva envolve uma avaliação de todo o sistema de armazenamento e
acondicionamento e inclui três níveis: o espaço, o equipamento e os dispositivos de
armazenamento e acondicionamento.
Perante isto, optou-se por delinear um plano de acção como se apresenta a seguir:
1. Avaliação de risco
A realização de um diagnóstico de situação deveria permitir a identificação dos factores
presentes no museu e nas colecções que poderiam contribuir para a degradação activa do
espólio. Apenas na posse de dados concretos, não só do presente, como de um historial de
ocorrências, se poderia traçar a verdadeira relação objecto – ambiente e estabelecer
prioridades e estratégias de actuação de forma a minimizar, eliminar ou bloquear os riscos de
forma assertiva e diminuir custos.
2. Plano de organização da reserva técnica de objectos
O planeamento da reserva técnica depende directamente:
da natureza das colecções, i.e., quantidade, material, tamanho e estado de conservação;
do espaço físico e mobiliário disponíveis e das áreas que este vai incorporar, i.e., se vai
incorporar uma zona de trabalho, de investigação e/ou de acesso público;
da frequência de movimentações de objectos.
3. Metodologias e materiais de acondicionamento e armazenamento
Os métodos e materiais de acondicionamento e armazenamento deveriam garantir o acesso e
movimentação em segurança de objectos, pessoas e equipamentos.
4. Manual de normas e procedimentos de acesso e gestão da reserva técnica de objectos
A normalização facilita, acima de tudo, uma circulação eficaz da informação e da comunicação
entre a equipa técnica e os procedimentos devem assegurar que a cada objecto ou conjunto
corresponda um número de inventário único e diferenciado, seja possível saber de forma
rápida e exacta quantos e que tipo de objectos existem na reserva e quantos objectos existem
fora dela, se estabeleçam quais as responsabilidades dos técnicos do museu e se obtenha a
informação o mais detalhada possível acerca de um objecto ou conjunto, contribuindo ao
mesmo tempo para a conservação e fruição das colecções.
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5. Plano de Manutenção Preventiva da reserva técnica de objectos
De índole preventivo e protector, neste plano deveriam ser expostas não só as rotinas,
estratégias e actuações a assegurar, mas também os critérios e métodos de manuseamento e
os parâmetros de controlo e avaliação do estado de conservação dos objectos.
6. Recomendações
No final, deveriam ser apresentadas recomendações de actuação futuras, principalmente no
que diz respeito à segurança e situações de emergência.
O estágio foi programado, distribuindo as 300 horas disponíveis para a realização do mesmo,
pelos pontos de acção principais e as actividades inerentes ao mesmo conhecidas de antemão,
conforme o cronograma apresentado de seguida. Juntamente com esta calendarização,
apresentam-se também os desvios que aconteceram durante o processo.
Previsto
Realizado
Mês
Actividades
Nov.
07
Dez.
07
Jan.
08
Fev.
08
Mar.
08
Abril
08
Mai.
08
Jun.
08
Contacto entre instituições e
coordenadores/supervisores e
definição do plano de estágio
Formação complementar e integrada
Pesquisa bibliográfica e contacto com
instituições com trabalho de
relevância e interesse na área
Elaboração de relatórios mensais
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Mês
Actividades
Nov.
07
Dez.
07
Jan.
08
Fev.
08
Mar.
08
Abril
08
Mai.
08
Jun.
08
Diagnóstico das condições actuais
Organização da disposição estrutural
e espacial da reserva técnica
Definição das condições de
acondicionamento e armazenamento
adequadas e dos métodos de
monitorização e controlo ambiental
Delineação dos procedimentos e
normas de gestão da reserva
Concepção do plano de manutenção
preventiva
Transferência dos objectos
Limpeza dos objectos
Criação e/ou revisão das fichas de
inventário
Redacção do relatório final
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RESUMO DAS ACTIVIDADES, TAREFAS E RESPECTIVA DURAÇÃO
Horas previstas: 300 horas
Horas realizadas: 309,5 horas (a este número excluiu-se o nº de horas aplicadas na
realização do relatório final)
DEZEMBRO
TOTAL de horas do mês de Dezembro destinadas ao estágio: 60 horas
ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO
Formação integrada
Visita ao Museu do Vinho do Porto 3 horas
Visita à Casa - Museu Marta Ortigão Sampaio 3 horas
Conferência “Software de inventário, Gestão e
Divulgação nos Museus UP Índex Rerum” 7,5 horas
Conferência “Museus e Sociedade” 7,5 horas
Visita ao Museu Parada Leitão
Preparação prévia do guião da visita
3 horas Recepção dos alunos
Acompanhamento da visita
Diagnóstico da situação
Caracterização do acervo em reserva
22 horas
Caracterização do espaço: potencialidades e pontos
fracos
Avaliação dos dispositivos de
armazenamento/acondicionamento disponíveis
Caracterização das condições de monitorização e
controlo ambiental do espaço
Previsão de crescimento do acervo em reserva
Plano de distribuição espacial Definição da distribuição do mobiliário
3,5 horas Definição da área de circulação e acesso
Transferência dos objectos Colocação dos objectos no novo espaço 8 horas
Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 2,5 horas
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JANEIRO
TOTAL de horas do mês de Janeiro destinadas ao estágio: 16 horas
ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO
Diagnóstico da situação
Aferição e registo das dimensões.
14 horas
Avaliação do risco de perda ou dano mediante condições
ambientais existentes.
Organização do espólio Concepção do plano de organização e distribuição do
espólio de acordo com condições disponíveis 1 horas
Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 1 horas
FEVEREIRO
TOTAL de horas do mês de Fevereiro destinadas ao estágio: 72 horas
ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO
Formação integrada
Critérios e metodologias de marcação de artefactos 4 horas
Visita de estudo ao Centro de Materiais da Universidade do
Porto (CEMUP), Laboratório de Microscopia Electrónica de
Varrimento e Laboratório de Análises de Superfícies
4 horas
Sessão prática Índex Rerum 4 horas
Diagnóstico da situação
Avaliação do estado de conservação dos objectos e dos
sistemas de acondicionamento
10 horas Avaliação dos factores de risco actuais
Estabelecimento de prioridades de actuação
Plano de organização da reserva
Criação e / ou revisão das fichas de inventário
40 horas Colocação dos objectos na reserva técnica
Criação do sistema de localização
Acondicionamento e armazenamento Concepção dos métodos e materiais de acondicionamento
possíveis 2 horas
Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 8 horas
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8 8
MARÇO
TOTAL de horas do mês de Março destinadas ao estagio: 36 horas
ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO
Plano estratégico de
monitorização e controlo ambiental
Definição de estratégias
8 horas
Pesquisa de mercado: equipamentos e material
apropriado
Concepção do Manual de procedimentos e Gestão da documentação 1 hora
Concepção do Plano de Manutenção Preventiva 16 horas
Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 3 horas
Formação integrada
Formação teórica e prática em contexto laboratorial:
seminário / Identificação, caracterização e diagnóstico de
materiais: Madeiras
7 horas
Visita à reserva do Museu de Física da Universidade de
Coimbra 1 hora
ABRIL
TOTAL de horas do mês de Abril destinadas ao estágio: 105 horas
ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO
Plano estratégico de
Monitorização e controlo ambiental
Definição das condições de acondicionamento e
armazenamento adequadas e dos métodos de
monitorização e controlo ambiental
16 horas
Concepção do Plano de Manutenção Preventiva 16 horas
Plano de organização da reserva Colocação dos objectos em reserva 7 horas
Criação de fichas de inventário 2 horas
Limpeza mecânica dos objectos e dos equipamentos 54 horas
Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 3 horas
Formação integrada
Seminário A avaliação de Bens Culturais Móveis: Critérios
e Metodologias para mais eficiente gestão de riscos 4 horas
Formação teórica e prática em contexto laboratorial:
seminário / Identificação, caracterização e diagnóstico de
materiais: Vidros e Cerâmicas
3 horas
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MAIO
TOTAL de horas do mês de Maio destinadas ao estágio: 8 horas
ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO
Formação integrada Seminário Colecções de Fotografia 6 horas
Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 2 horas
JUNHO
TOTAL de horas do mês de Abril destinadas ao estágio: 12 horas
ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO
Formação integrada
Seminário Materiais Metálicos 3,5 horas
Seminário Gestão de Risco 3,5 horas
Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 5 horas
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I.
AVALIAÇÃO DE RISCO
AVALIAÇÃO DE RISCO
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A INSTITUIÇÃO
NOME DA INSTITUIÇÃO
Museu Parada Leitão
ENDEREÇO
Rua Dr. António Bernardino de Almeida, n.º 431. 4200-072 Porto
TELEFONE
(+351) 228340508
museu@isep.ipp.pt
RESPONSÁVEL
Mestre Patrícia Costa
TIPO DE INSTITUIÇÃO
Museu
DATA DE CRIAÇÃO
1998
PROPRIETÁRIO
Fundação Instituto Politécnico do Porto
MISSÃO
Reunir, em beneficio da comunidade, bens culturais, materiais e imateriais,
representativos da evolução do ensino industrial, destacando o seu contributo para o
desenvolvimento nacional.
OBJECTIVOS:
Promover o conhecimento do património científico e técnico da cidade do Porto no
seu contexto sociocultural, económico, geográfico e científico;
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Promover relações de reciprocidade entre o Museu e o tecido sociocultural
envolvente, funcionando como instituição âncora do desenvolvimento de projectos
inovadores com a comunidade local;
Ter um papel activo na vida cultural portuense;
Atrair um público alargado e implantar medidas que atendam às suas necessidades e
que o façam sentir implicado e protagonista nas actividades do museu;
Perspectivar novas e facilitadas relações de qualidade entre público, profissionais e
museu;
Estimular o papel do museu na sociedade e a sua relação com o território;
Promover a investigação sobre públicos, colecções, comunicação, exposição e
conservação, mantendo uma noção de progresso e inovação constantes;
Abrir o museu às tecnologias da informação e comunicação como um instrumento que
complementa, aperfeiçoa e transforma os dispositivos de conhecimento, informação,
investigação, exposição, criando novas formas de relação com o público, os
especialistas e os agentes culturais, principalmente através do Museu Virtual;
Desenvolver os procedimentos e políticas que assegurem a conservação e segurança
das colecções e que garantam o seu papel activo na evocação da riqueza cultural do
território;
Promover a participação activa e a formação contínua dos profissionais na vida do
museu.
Divulgar o estudo das ciências da engenharia, mostrando como se fez ontem, o que se
faz hoje e projectando, sempre que possível, o futuro;
Promover exposições temporárias e conferências a fim de divulgar a ciência, enquanto
meio de desenvolvimento cultural e científico da sociedade;
Incentivar e promover pesquisas e estudos em algumas áreas científicas
CONSERVAÇÃO
Função inerente à definição do museu e um dos objectivos da instituição
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | AVALIAÇÃO DE RISCO
PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08
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EQUIPA
Conservadora: Mestre Patrícia Costa
Técnica Superior: Dra. Patrícia Geraldes
METAS PRETENDIDAS COM O DIAGNÓSTICO
Melhorar os cuidados com as colecções em reserva;
Desenvolver um sistema de armazenamento e acondicionamento das colecções em
reserva;
Conceber um plano de manutenção e gestão da reserva;
Aumentar a consciencialização da direcção e equipa técnica em relação às
preocupações e técnicas para a conservação das colecções.
CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
O Museu Parada Leitão situa-se na Rua Dr. António Bernardino de Almeida, freguesia de
Paranhos, concelho e distrito do Porto e encontra-se provisoriamente instalado no ISEP.
Esta instituição fica localizada no limite noroeste da cidade numa densa malha urbana,
caracterizada por bairros residenciais como o bairro de Agra do Amial e o bairro da Azenha, pelo
Pólo Universitário da Asprela (o maior da cidade do Porto) que integra vários estabelecimentos
do ensino superior como a Universidade Portucalense Infante D. Henrique e a Universidade
Católica do Porto, a Escola Superior de Enfermagem, a Escola Superior de Educação do Porto, a
Faculdade de Medicina, Economia, Ciências e Desporto, Medicina Dentária e de Engenharia da
Universidade do Porto, o próprio Instituto Superior de Engenharia do Porto e algumas escolas
primárias. A par destes estabelecimentos de ensino, a zona envolvente integra ainda duas das
mais importantes estruturas de saúde do país: o Hospital de S. João e o Instituto Português de
Oncologia onde diariamente chegam milhares de pessoas para serem assistidas.
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Além destes aspectos é importante referir que esta zona está próxima de duas das vias mais
movimentadas da cidade do Porto: a VCI com ligação à auto-estrada n.º 3 e a Circunvalação.
Figura 2 - Localização da freguesia de Paranhos na cidade do Porto
Figura 1 - Localização do distrito do Porto em Portugal
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15 15
Figura 3 - Localização do ISEP
Figura 4 - Localização do museu no Campus do ISEP
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Temperatura média
(ºC) Mai-06 15,6
Jun-06 20,2
Jul-06 20,2
Ago-06 (*)
Set-06 (*)
Out-06 16,5
Nov-06 12,3
Dez-06 10,3
Jan-07 10,4
Fev-07 11,8
Mar-07 12,6
Abr-07 15
Mai-07 16,3
Jun-07 17,5
Jul-07 19
Ago-07 20,5
Set-07 20,3
Out-07 17
Nov-07 13
Dez-07 11
Jan-08 11,5
Fev-08 9
(*) sem dados
Tabela 1 - Dados relativos à Temperatura média mensal entre Maio de 2006 e Fevereiro de 2008
CONDIÇÕES AMBIENTAIS EXTERNAS
A cidade do Porto caracteriza-se por ter um clima temperado Atlântico, embora bastante
húmido e com algum arrefecimento nocturno.
A zona onde se localiza o Museu Parada Leitão não diverge desta apreciação. Através da Estação
Meteorológica situada na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1), instituição
também situada na área de análise, foram adquiridos os dados apresentados de seguida
relativos às condições climatéricas entre Maio de 2006 e Maio de 2007. Esta estação encontra-
se actualmente desactivada, mas media e registava com uma frequência de 10 minutos a
Temperatura, a humidade relativa, a direcção e velocidade do vento, a radiação solar e a
pressão média e está localizada a uma Latitude de 41°10' N, Longitude de 08° 35' O e a uma
Altitude de 73m.
Conseguiram apurar-se alguns valores respeitantes ao período de tempo entre Junho de 2007 e
Fevereiro de 2008, através dos Relatórios Mensais do
Instituto de Meteorologia Português (2), mas apenas
referentes à Temperatura média e ao nível de
precipitação registados na Estação Meteorológica de
Pedras Rubras.
TEMPERATURA (Tabela n.º 1)
Temperaturas médias elevadas diminuem as
oportunidades de arrefecimento. Variações anuais e
alterações diurnas reduzidas limitam os ciclos diários ou
sazonais de arrefecimento.
A Temperatura média é de 14°C, apesar da
tendência, como sabemos, ser para aumentar, e
verifica-se que existe uma amplitude térmica de
1 Fonte: Estação Metereológica da FEUP (http://paginas.fe.up.pt/~em01024/Estacao.htm)
2 Fonte: Relatórios Climáticos do Instituto de Meteorologia de Portugal (http://www.meteo.pt/pt/clima/info_clima/clim_informac.jsp)
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cerca de 10°C entre o Inverno e o Verão.
Face ao aquecimento global do planeta e às alterações climáticas visíveis que se têm registado
um pouco por todo o nosso país é de esperar que os dados venham a registar algumas
alterações todos os anos, sendo necessário estar com atenção a este factor nos próximos anos.
HUMIDADE RELATIVA (Tabela n.º 2)
Humidade relativa elevada aumenta as probabilidades de
desenvolvimento de fungos e insectos e oxidação.
A humidade relativa média é de 90%, um valor muito elevado,
traduzido muitas vezes em formação de nuvens e ocorrência
de nevoeiro, sendo que nos meses de Verão ou sempre que a
Temperatura
aumenta durante o
dia, se revela menor.
PRECIPITAÇÃO (Tabela n.º 3)
Os padrões de precipitação são importantes para entender
os níveis de humidade relativa e para desenvolver
estratégias de controlo ambiental.
A precipitação anual (valor de referência) da cidade
do Porto é de 1265mm. No entanto, analisando os
últimos 22 meses, como podemos ver no quadro (3), a
tendência é para diminuir, visto que em quase dois
anos apenas se registou cerca de 1517mm de
precipitação.
3 Fonte: Relatórios Climáticos do Instituto de Meteorologia de Portugal (http://www.meteo.pt/pt/clima/info_clima/clim_informac.jsp e
http://www.meteo.pt/resources/im/pdfs/clim_ac_61_90_Porto.pdf )
Precipitação
(mm)
Valores de referência
(mm) Mai-06 9 89
Jun-06 37 53
Jul-06 7 16
Ago-06 13.1 22
Set-06 94.5 64
Out-06 243 131
Nov-06 223 152
Dez-06 135 176
Jan-07 35 171
Fev-07 159.8 169
Mar-07 53 112
Abr-07 44 112
Mai-07 63 89
Jun-07 94 53
Jul-07 38 16
Ago-07 20 22
Set-07 16 64
Out-07 10 131
Nov-07 57 152
Dez-07 40 176
Jan-08 100 171
Fev-08 25 169
Tabela 3 - Dados relativos à precipitação
H.R. média (%)
Mai-06 92
Jun-06 74
Jul-06 74
Ago-06 (*)
Set-06 (*)
Out-06 98
Nov-06 96
Dez-06 92
Jan-07 93
Fev-07 96
Mar-07 83
Abr-07 86
Mai-07 89
(*) sem dados
Tabela 2 - Dados relativos á humidade
relativa média mensal
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Segundo dados do Instituto de Meteorologia, todos os valores mensais dos últimos 22 meses se
encontram abaixo do nível normal, à excepção dos meses de Setembro, Outubro e Novembro
de 2006 e de Junho e Julho de 2007 que ultrapassaram em muito os valores de referência. A
precipitação é mais frequente nos meses de Inverno, mas no ano passado registaram-se valores
anormais de precipitação no Verão.
VENTO E MOVIMENTAÇÃO DO AR (Tabela n.º 4)
Os padrões do vento e da movimentação são importantes para
determinar as estratégias de ventilação natural e arrefecimento.
Estando a menos de 30Km de distância do mar, nesta
zona, o ar é marítimo. O vento não tem uma direcção
predominante, variando entre os 42° e os 153°.
Em média a velocidade do vento rondou o 1,3 km/h, e
ainda que menor no Verão que no Inverno, esta
velocidade não representa qualquer risco para as
colecções ou edifício.
RADIAÇÃO SOLAR (Tabela n.º 5)
Os padrões de radiação solar e a existência de nuvens afecta a
intensidade da luz natural no interior assim como as perdas e ganhos de
calor e a Temperatura.
Sobressaem os meses de Inverno e de Verão, embora estes
últimos apresentem cerca de metade dos valores registados em
Dezembro e Janeiro. As horas de maior incidência são as do meio
do dia. A média anual atingiu os 378,3 W/m2.
Direcção do vento
media
(°)
Velocidade do vento
média (Km/h)
Mai-06 95 1,2
Jun-06 77 0,9
Jul-06 77 0,9
Ago-06 (*) (*)
Set-06 (*) (*)
Out-06 135 2,5
Nov-06 153 1,3
Dez-06 104 1,6
Jan-07 89 1,3
Fev-07 101 1,8
Mar-07 76 1,4
Abr-07 50 1,1
Mai-07 42 1,2
(*) sem dados
Tabela 4 - Dados relativos ao vento
Radiação
solar (W/m2) Mai-06 193,3
Jun-06 233,9
Jul-06 233,9
Ago-06 (*)
Set-06 (*)
Out-06 104,8
Nov-06 79,6
Dez-06 528,5
Jan-07 552,5
Fev-07 173,3
Mar-07 395,4
Abr-07 507,4
Mai-07 402,9
(*) sem dados
Tabela 5 - Dados relativos á radiação solar média mensal
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QUALIDADE DO AR (Tabelas n.º 6 e n.º7)
A qualidade do ar é uma área crítica a considerar na implementação de estratégias de ventilação,
especialmente quando a filtração mecânica não é eficiente ou viável.
A presença no ar de partículas em suspensão, liquidas ou sólidas, ou de gases que, a partir de
uma certa concentração, representam um transtorno ambiental, é outro factor que é necessário
avaliar, pois provocam a degradação das características físicas ou químicas do ecossistema e o
ambiente externo é a maior fonte desses poluentes.
Tipo de poluente
Estação Medições horárias
(nº)
Média anual
(µg.m-3)
Máximo horário (µg. m-3)
Máximo diário (µg. m-3)
SO2 Senhora da Hora 8727 9,5 324 87
NO2 Antas 8216 48,5 244 115
O3 Antas 8713 36 219 s/dados
Tabela 6 - Dados relativos aos poluentes (2005)
Tabela 7 - Classificação do índice de qualidade do ar, de acordo com as classes de concentração, para 2005 (4)
De acordo com o definido na legislação nacional e comunitária em vigência no que diz respeito à
qualidade do ar, nomeadamente a Directiva nº 1999/30/CE, a Directiva nº 2002/3/CE, o
Decreto-Lei nº 320/2003 e o Decreto-Lei nº 111/2002, os dados relativos à cidade do Porto
obtidos em 2005 (4) são representativos dos elevados índices de poluentes:
o dióxido de enxofre está abaixo dos valores limite diário para protecção da saúde humana
(125µg.m3);
o dióxido de azoto ultrapassa o limite recomendado (200µg.m3);
o ozono atinge limites prejudiciais a longo prazo, atingindo uma classificação de Fraco (limiar
de alerta: 240 µg.m3).
4 Fonte: Relatório Estado da Qualidade do Ar na Região Norte – 2005 CCDRN – Universidade de Aveiro
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NÍVEIS FREÁTICOS
Não existem dados exactos acerca dos níveis freáticos daquela zona, no entanto sabe-se que são
superficiais porque esta é uma zona de confluência de águas com pequenos cursos de água
subterrâneos que vão desaguar à ribeira da Asprela, actualmente entubada e principal curso de
água da referida zona. Por este facto a capacidade de absorção dos solos satura rapidamente,
podendo provocar inundações nos pisos inferiores e abaixo da cota do solo.
INTENSIDADE SISMICA
A carta de sismicidade histórica (1755-1996)
mostra que a região do Porto se encontra numa
zona com isossistas de intensidade máxima de
5, o que significa que no máximo poderá ser
sentido pela maioria das pessoas, cair estuque
dos edifícios e partirem-se vidros de janelas.
Figura 5 - Sismicidade histórica e actual (1755 - 1996), Instituto do Ambiente (1996)
O EDIFICIO
O Museu Parada Leitão situa-se, desde 1998, no piso -1 do Edifício C do campus do ISEP à cota
de -2,70m. O acesso ao Museu é efectuado, internamente, pelas escadas a Sul e pelo elevador, e
exteriormente através de uma rampa na fachada oeste.
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS
O edifício é construído num sistema misto de estrutura de betão armado e paramentos em
alvenaria de tijolo. O revestimento das fachadas é em tijolo aparente formando caixa-de-ar. No
revestimento das coberturas foi aplicado fibrocimento e lagetas de betão e, nas clarabóias, que
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são rebocadas e pintadas, foram colocadas telas auto protegidas. Os isolamentos térmicos e
hidrófugos foram garantidos.
As paredes são pintadas sobre betão aparente, o reboco estanhado com acabamento a tinta
plástica em todas as superfícies. Os tectos são pintados sobre betão aparente, reboco estucado
com acabamento a tinta de água e a tinta plástica nos espaços de circulação.
No que diz respeito à impermeabilização e vedações, as juntas de dilatação são preenchidas
com placas de aglomerado negro de cortiça e a impermeabilização das fundações e faces
exteriores de paredes enterradas com flintkote aplicado em duas demãos.
Todas as paredes enterradas foram drenadas com a aplicação de telas de Encadrayn, e na sua
base colocado um tubo de 150mm de Ø que liga à rede exterior de águas pluviais. As juntas de
dilatação das paredes enterradas foram vedadas com perfil de borracha do tipo watter stop de
25cm de largura.
Os terrenos sobre os quais foram assentes os pavimentos em betonilha foram nivelados e
compactados e a camada final foi executada com massame de betão onde foi incorporado um
aditivo hidrófugo de 1ª qualidade.
O pavimento interior é em betonilha atalochada e revestido de tijoleira nas salas de exposição e
da reserva e de linóleo nos serviços técnicos e educativos, materiais que se evidenciam pelas
suas características de durabilidade, resistência ao desgaste e abrasão e facilmente limpáveis.
Todo o espaço expositivo e de reserva do museu prima pela ausência de janelas ou qualquer
passagem para o exterior. No entanto, nos espaços destinados aos gabinetes técnicos e serviços
educativos existem duas janelas.
VEGETAÇÃO E PAISAGEM CIRCUNDANTE
A vegetação e a paisagem têm implicações benéficas e adversas: se por um lado são filtros naturais de
poluentes, providenciam sombra, afectam a ventilação e a velocidade do vento, por outro elevam os níveis
de humidade e facilitam o aparecimento de insectos e microorganismos. Além disso, o tratamento de
jardins introduz poluentes do equipamento, humidade da irrigação e restos de vegetação cortada.
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Na área envolvente ao edifício onde está localizado o museu existe bastante vegetação,
predominando o relvado e as árvores, algumas delas de fruto, mas não se encontram flores com
frequência. Todos os meses procede-se ao tratamento dos jardins.
O terreno que circunda o edifício resulta da substituição dos aterros existentes anteriormente
por aterro de saibro devidamente compactado.
Outro factor que pode interferir directamente no ambiente do museu é a constante utilização
das zonas circundantes para estacionamento de carros, privilegiando o aumento da poluição na
área.
Figura 6 - Zonas verdes na área circundante ao museu
EVOLUÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
Quando, em 1998, o Museu foi instalado na garagem do edifício C ocupava apenas duas salas:
Na primeira sala foram colocados os objectos da categoria de Física e Geometria Descritiva
dentro de armários e vitrinas. Instalaram-se dois sistemas de ar condicionado (Airwell) a
19°C, dois desumidificadores (Dantherm CDP20 e Dantherm CDP30) a 55% e duas caixas-
de-ar ligadas ao exterior.
Na sala seguinte, de dimensões mais reduzidas, foi instalado um sistema de ar
condicionado (Airwell) igual ao da sala anterior e um desumidificador (Dantherm CDP30)
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regulados para os mesmos valores. Nesta sala acondicionaram-se os objectos da categoria
de Mecânica em vitrinas e armários. Outros de maior dimensão e com um peso elevado
foram colocados directamente sobre o pavimento.
Figura 7 - Planta do piso -1 do edifício C e área ocupada pelo museu (1998)
A crescente “descoberta” de espólio em diversos pontos do ISEP e o interesse dos visitantes em
poder aceder ao que não passava ainda de uma reserva, tornou necessário aumentar o espaço
útil e realizar obras de ampliação para tornar a reserva visitável e incorporar o novo espólio. No
entanto, as novas salas não foram apetrechadas de sistemas de monitorização ou controle
ambiental.
Após esta alteração o museu passou a ser constituído por 4 salas visitáveis e por uma área
reservada:
A primeira e a segunda sala não sofreram qualquer alteração;
Na 3ª sala foram colocados os objectos de Química em armários e vitrinas e, em alguns
casos, no pavimento, o que põe em causa a integridade física dos objectos. Ao contrário das
duas salas anteriores não possui nenhum sistema para monitorizar e controlar o ambiente,
tornando esta sala dependente dos sistemas instalados nas salas anteriores;
Na 4ª sala foram colocados os objectos de Civil, Minas e Metalurgia e Desenho Técnico. O
único sistema de controlo ambiental que possui é um desumidificador portátil com
capacidade para 10 litros e duas caixas-de-ar com ligação ao exterior;
Na área de acesso condicionado passaram a coexistir o fundo documental do museu (sala 5), um
pequeno espaço destinado às tarefas de manutenção e limpeza (sala 6) e um outro subdividido
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através de paredes movíveis para o desenvolvimento das actividades dos serviços educativos e
armazenamento de objectos (sala 7).
Figura 8 - Planta do piso -1 do edifício C (2000)
Neste momento, está a decorrer uma nova fase de ampliação e reorganização da exposição. A
intenção é criar salas que permitam uma exposição de longa duração, espaços apropriados de
reserva e arquivo, zonas de consulta e de apoio e transferir os serviços técnicos para o mesmo
piso.
Figura 9 - Planta do museu depois das obras de ampliação e reorganização (previsão: 2008)
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ROTINAS DE MANUTENÇÃO
Não existe um plano de manutenção para o Museu. A limpeza depende directamente dos
serviços contratados pelo ISEP: a limpeza do pavimento é realizada diariamente, antes do início
do horário de funcionamento, pela empresa que limpa todas as instalações do Instituto. A
equipa de limpeza não teve formação específica, apenas foi informada que não poderia utilizar
quaisquer produtos de limpeza sem consultar previamente a conservadora do museu, optando
preferencialmente por limpar apenas com água.
As inspecções mensais ao equipamento de controlo ambiental são feitas também por empresas
que estão contratadas pelo Instituto para realizar a manutenção do equipamento similar de
todo o Campus. A equipa de manutenção dos equipamentos tem um técnico formado para o
efeito. Não foi possível apurar o tipo de filtros existentes e a regularidade com que são
substituídos.
PLANO DE SEGURANÇA E EMERGÊNCIA
O Museu Parada Leitão está localizado no espaço do ISEP e como esta instituição não tem
nenhum Plano de segurança e emergência, não fez sentido existir um para o museu, pois não
pode ser integrado no de escala institucional.
No entanto, existem alguns sistemas de detecção e extinção de incêndios que já se encontravam
em algumas das salas antes da instalação do museu e que se mantiveram nos mesmos locais.
Mas são os únicos sistemas de gestão de riscos existentes. Mais nenhum foi pensado aquando
da instalação do museu neste espaço, mesmo as portas colocadas posteriormente são em
madeira e não existem extintores. Apenas o pavimento em tijoleira e as paredes em betão
armado previnem de algum modo o alastramento de fogo e a existência de saída de emergência
facilita o acesso ao museu para qualquer sala. No entanto não está devidamente assinalada.
Figuras 10, 11 e 12 – Sistemas de alarme e extinção de incêndios
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No que diz respeito a riscos de dano/perda por inundação ou infiltrações existem algumas
condições negativas que não foram tomadas em consideração: o Museu foi instalado numa cave
à cota de -2,70m, as canalizações situam-se em todas as salas junto ao tecto e, em alguns dos
espaços existem canalizações abertas. No entanto, foram instaladas sistemas de escoamento de
água e as paredes em betão armado têm aditivos hidrófugos.
Figura 15 - Canalizações junto ao tecto colocadas por cima dos objectos em exposição
Figuras 13 e 14 – Exemplos de canalizações abertas e de sistema de escoamento de águas
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CONTROLO E MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL DO MUSEU
Até há pouco tempo os gabinetes dos serviços técnicos estavam afastados da área museológica,
o que por vezes influenciou na decisão de se realizarem inspecções regulares. Além disso,
apesar de existirem alguns sistemas de controlo ambiental, não existem sistemas de
monitorização para aferição do bom funcionamento do equipamento.
Para o controlo da humidade relativa, não existem métodos instalados em toda a área do
museu, apenas 2 desumidificadores nas duas primeiras salas (regulados a 55%) e outro no
arquivo (regulado entre 45% e 55%). Uma estratégia de monitorização ambiental nunca foi
implementada.
Provavelmente fruto desta falta de aferição de resultados e consequente regulação dos
equipamentos, medições pontuais efectuadas em Junho/Julho de 2007 apontaram para valores
de humidade relativa entre 65% e 77%. É extremamente necessário implementar uma estratégia
de monitorização para averiguar se estes resultados são constantes e quais os factores que os
influenciam. Até porque, por outro lado, existem condições positivas que facilitam o controlo da
humidade relativa: isolamento hidrófugo do edifício, não existem janelas nas salas de exposição
nem nas reservas e o fluxo de visitantes é reduzido.
Figura 10 – Desumidificador
No que diz respeito ao controlo da Temperatura, este é feito apenas através de dois sistemas de
ar condicionado localizado nas duas primeiras salas e regulados para uma Temperatura de 18°C.
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No entanto, tal como acontece com a humidade relativa, não existe nenhuma estratégia de
monitorização.
Figura 11 - Sistema de ar condicionado
Medições pontuais efectuadas durante 15 dias em Junho/Julho de 2007 indicaram valores
máximos de 21°C, mas, tal como acontece com a humidade relativa, apenas depois de
implementada uma estratégia de monitorização ambiental se poderia compreender estes
valores em todas as suas dimensões.
Não se pode deixar de apontar alguns factores positivos no
controlo da Temperatura: isolamento térmico do edifício, não
existem janelas nas salas de exposição nem nas reservas e o fluxo
de visitantes é reduzido.
Relativamente ao controlo da qualidade do ar e da poluição,
como já foi referido, não existe um plano de manutenção, mas é
feita limpeza diária de pavimentos e mensalmente os
equipamentos de controlo ambiental são verificados. Não existem
janelas nas salas de exposição nem nas reservas e o fluxo de
visitantes é reduzido, decrescendo também as possibilidades da
entrada de poluentes no espaço museológico.
A ventilação é assegurada por caixas-de-ar em praticamente todas
as salas e por ventiladores eléctricos no arquivo, mas não existem
Figura 12 - Sistema de ventilação
eléctrica
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quaisquer filtros purificadores do ar.
A actuação proactiva contra ataques de agentes orgânicos é
feita através de aplicações trimestrais por meio de biocidas
contra insectos bibliófagos, apenas na área do arquivo e
reserva documental. Não foi possível identificar qual o
principio activo do produto. As inspecções após a aplicação
neste espaço são regulares, mas nas restantes áreas do
museu não são feitas com frequência.
Figura 20 - Planta do museu com os factores que influenciam a conservação e segurança do museu
A RESERVA TÉCNICA
Com a reorganização do espaço do museu e das diferentes áreas de actividades museológicas, o
objectivo é transferir a reserva técnica para uma nova zona específica. Como qualquer outra
apresenta características e riscos que se relacionam com as mesmas e com as actividades que aí
se vão realizar.
A opção tomada prendeu-se, por um lado, com o facto da área agora destinada à reserva técnica
se localizar num espaço contíguo aos serviços técnicos e, por outro, por permitir a libertação do
espaço anterior para aí se instalar mais uma zona de exposição.
Figura 13 - Caixa-de-ar
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Figura 2114 – Planta do museu e localização das diferentes áreas
Assim sendo, no planeamento e organização do espaço devem ser tidos em conta os factores
que podem contribuir para a degradação dos objectos e que influenciam normas de gestão e
segurança.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
O espaço destinado à nova reserva técnica de objectos prima pela ausência de janelas e
passagens para o exterior.
O acesso a esta área é feito através de duas portas sem qualquer tipo de protecção contra
mudanças ambientais ou entrada de organismos. Ambas são utilizadas com regularidade e
trancadas, mas não dispõe de qualquer alarme contra a entrada de pessoas não autorizadas.
Conta com uma área de cerca de 92m2 e um pequeno espaço com cerca 8,5 m2 que poderá ser
aproveitado.
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Figura 22 - Espaço destinado à reserva técnica
ROTINAS DE MANUTENÇÃO
Para este espaço não existe qualquer rotina de manutenção.
PLANO DE SEGURANÇA E EMERGÊNCIA
Como já foi referido, o Museu Parada Leitão não tem nenhum Plano de segurança e emergência.
Os riscos de inundação e incêndio são os mesmos referidos anteriormente para toda a área
expositiva. Nesta zona apenas existe um sistema de detecção e extinção de incêndios que já se
encontrava no espaço antes da instalação do museu e que se manteve. O pavimento em tijoleira
e as paredes em betão armado previnem de algum modo o alastramento de fogo.
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CONTROLO E MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL
Neste espaço não está instalado nenhum sistema de controlo ambiental. A monitorização da
humidade relativa foi realizada pontualmente durante os meses de Junho/Julho de 2007,
apontando para valores médios de 77,7%.
No que diz respeito à Temperatura também não existem meios de controlo ou monitorização.
Medições pontuais efectuadas durante a mesma altura indicaram valores médios de 22°C.
Existem condições positivas que facilitam o controlo da humidade relativa e da Temperatura:
isolamento hidrófugo e térmico do edifício, não existem janelas nos espaços e a circulação no
espaço é reduzida.
No entanto, apenas depois de implementada uma estratégia de monitorização ambiental se
poderia compreender estes valores em todas as suas dimensões. Esta estratégia de
monitorização permitirá averiguar se estes resultados são constantes e quais os factores que os
influenciam. Existem valores teóricos de referência, mas a sua aplicação deve ser realizada com
precaução, pois caso se verifique que o acervo se encontra estável, as condições de humidade
relativa e Temperatura devem ser mantidas. O objectivo é providenciar condições que impeçam
oscilações bruscas.
Relativamente ao controlo da qualidade do ar e da poluição não existe um plano de
manutenção, a limpeza de pavimentos, estantes e acervo não é feita com regularidade e não
existem meios de monitorização. A ventilação é assegurada por caixas-de-ar, mas não existem
quaisquer filtros purificadores do ar. No entanto, não existem janelas nas salas e o fluxo de
circulação de pessoas, até ao momento, é reduzido, decrescendo as possibilidades da entrada
de poluentes no espaço.
Não estão implementadas quaisquer rotinas proactivas contra ataques de agentes orgânicos.
A iluminação é artificial o que permite um controlo mais facilitado. Através de medições com o
monitor ambiental Elsec 764 registaram-se valores máximos de iluminância de 3401lx.h (a cerca
de 60cm das fontes luminosas). Os valores da radiação não são apropriados: 100 μ/lúmen.
POLÍTICAS E SISTEMA DE ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO
Até ao momento de inicio do estágio, a organização da Reserva era feita do seguinte modo:
a) Objectos inventariados
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b) Objectos não inventariados
- Identificados
- Não identificados
Não existiam áreas de quarentena nem espaço suficiente para permitir a movimentação sem
problemas de funcionários, objectos ou equipamentos. Muitos dos objectos estavam em
corredores ou zonas de passagem e depositados no chão.
O responsável pela colecção de objectos é a conservadora do museu, mas toda a equipa técnica
tem permissão para manusear o acervo em reserva e qualquer pessoa na instituição pode
aceder ao espaço com autorização dos órgãos de gestão do ISEP.
Até este momento, a instituição tem colocado em segundo plano a conservação dos objectos,
sendo que as tarefas que se desenvolveram neste âmbito foram a colocação de etiquetas nos
materiais inventariados e a limpeza mecânica superficial dos mesmos. Não existe qualquer
orientação formal, plano ou documentação de qualquer tarefa de manutenção, conservação,
Figura 23 – Aspecto geral das condições de armazenamento dos objectos em reserva (até Dezembro de 2007)
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34 34
manuseamento ou movimentação dos objectos em reserva. Não existe qualquer sistema de
localização dos objectos.
O ESPÓLIO EM RESERVA
INVENTÁRIO E MARCAÇÃO
Em Dezembro de 2007, aquando do inicio do estágio, o inventário da instituição indicava que
em reserva existiam 543 objectos inventariados (cerca de 25% do total da colecção de Objectos),
distribuídos por categoria como se mostra no gráfico.
Figura 24 - Objectos em reserva por categoria (Dezembro 2007)
Os objectos inventariados são identificados de forma clara, com o número de inventário visível,
mas, por vezes, é necessário manuseá-los para os verificar.
É, no entanto, necessário realizar uma auditoria para verificar se estes registos estão
actualizados, assim como a marcação dos objectos.
MATERIAIS
Os materiais predominantes existentes na colecção em reserva são:
Inorgânicos: Vidro, metal, gesso
1,50%10,50%
7,50%
30%
1%
16%
2%
30%Civil
Desenho Técnico
Electrotecnia
Física
Indeterminado
Mecânica
Minas e Metalurgia
Quimica
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35 35
Orgânicos: Madeira (em alguns casos policromada)
Materiais compostos: instrumentos científicos e técnicos
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
Consultando a base de dados, o estado de conservação dos objectos em reserva era o
apresentado no gráfico seguinte:
Figura 15 - Estado de conservação dos objectos (Dezembro 2007)
Para além de, como podemos verificar, não existir um registo do estado de conservação de
cerca de 14% dos objectos em reserva, não estão registadas quaisquer especificações relativas
às causas ou ao tipo de danos provocados.
Não existem normas de definição dos diversos estados de conservação, sendo registado de
forma puramente empírica e subjectiva. É, por isso, necessário definir normas de identificação
de estado de conservação, realizar uma auditoria para verificar se estes registos estão correctos
e registar agentes ou danos, dependendo da estratégia que se vier a adoptar.
1%
11%
58%
15%
1%14%
Muito Bom
Bom
Regular
Deficiente
Mau
Indeterminado
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36 36
PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DE CONSERVAÇÃO
Para se realizar esta avaliação pensou-se, inicialmente, em recorrer ao método de Robert
Waller, que para além de identificar os riscos (agentes de degradação e tipos de risco), permite
estimar as magnitudes de risco. Os agentes de degradação reconhecidos são 10, incluindo os 9
identificados por Michalsky (5): forças físicas, crime, fogo, água, pestes, contaminantes,
radiações visíveis e invisíveis, temperatura incorrecta, humidade relativa incorrecta e,
finalmente, a negligência.
Muitos autores apenas têm em conta na gestão de risco os desastres. No entanto, a avaliação de
riscos deve considerar também os menos catastróficos. Para o facilitar são organizados em três
tipos de risco:
Tabela 8 - Identificação de 3 tipos de risco consoante frequência e severidade
Para se estimar a magnitude dos riscos são consideradas quatro premissas:
Probabilidade (P) de um determinado dano ocorrer, num período de 100 anos.
fracção da colecção vulnerável a esse dano (FS)
extensão do dano (E)
perda de valor antecipada (PV)
Cada uma destas variáveis é avaliada numa escala de 0 a 1, inclusive, e tem de ser determinada
ou estimada para cada um dos agentes de deterioração.
O seu cálculo é realizado do seguinte modo:
para os tipos de risco 1 e alguns do tipo 2: P x FS X PV
para os restantes tipos: P × FS × E × PV
No entanto, após a recolha de dados para avaliação de risco, optou-se por não seguir esta
metodologia, visto que, de facto, perante os dados já apresentados anteriormente, de forma
quase empírica se pode reconhecera frequência e severidade elevadas perante todos os tipos de
risco.
5 Michalski, S., An overall framework for preventive conservation and remedial conservation in ICOM Committee for Conservation 9th Triennal Meeting.
Dresden (1990)
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37 37
Assim, optou-se por resumir os factores de risco a que os objectos estão sujeitos na nova
reserva técnica do Museu Parada Leitão e a sua vulnerabilidade face a cada um:
RISCOS
MATERIAIS
Metais Madeira Madeira
Policromada Gesso Vidro
FAC
TOR
ES D
E R
ISC
O
ÁGUA
Inundação 3 3 3 3 1
Humidade relativa
elevada 3 3 3 3 1
RADIAÇÃO Visível 1 2 3 3 1
UV 3 3 3 3 1
ATAQUE
BIOLÓGICO
Fungos e Bactérias 2 3 3 3 1
Insectos 1 3 3 3 1
Roedores 1 1 1 1 1
NEGLIGÊNCIA DO
HOMEM
Acondicionamento
incorrecto 3 3 3 3 3
Manuseamento
incorrecto 2 2 2 2 2
Registo incorrecto 2 2 2 2 2
SEGURANÇA Roubo 3 3 3 3 3
Vandalismo 3 3 3 3 3
SISMO Baixa densidade 1 1 1 2 2
POLUIÇÃO 3 3 3 3 3
TEMPERATURA 2 2 2 2 1
INCÊNDIO 2 3 3 3 2
1 – menor vulnerabilidade | 2 – vulnerabilidade moderada | 3 – maior vulnerabilidade
Perante este cenário, propôs-se que a estratégia a assumir fosse a seguinte:
1. Plano de organização da reserva: auditoria às fichas de inventário e marcações; distribuição
do mobiliário existente; concepção do plano de colocação dos objectos; criação de sistema
de localização
2. Sistema de acondicionamento adequado: pesquisa, definição e aquisição de materiais;
acondicionamento; identificação dos objectos nos materiais de acondicionamento de modo
a evitar manuseamento desnecessário
3. Definição e implementação da estratégia de monitorização e controlo ambiental
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38 38
4. Concepção do plano de manutenção preventiva e das normas e procedimentos de acesso,
utilização e gestão da reserva
5. Indicações para o Plano de Segurança e Emergência
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39 39
II.
PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA
PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA
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40 40
Este plano tem como objectivo primordial contribuir para uma melhoria das condições de
armazenamento e acondicionamento dos materiais em reserva. Numa situação ideal este
espaço nunca seria considerado como hipótese para armazenar qualquer tipo de acervo
museológico. Como foi verificado, apresenta algumas condicionantes inapropriadas para se
instalar aí a reserva:
Não tem uma zona independente e suficientemente ventilada para aí se instalar a área de
trabalhos;
Está localizada abaixo da cota do edifício;
Registam-se com frequência inundações devido à instalação deficiente das canalizações;
Não é suficientemente vedado à entrada de poeiras e organismos.
Além destas condicionantes apresenta ainda outros aspectos menos favoráveis ao
armazenamento e acondicionamento dos materiais:
Não existe qualquer equipamento de monitorização e controlo das condições ambientais;
Os meios de detecção e combate a incêndios, inundações, roubos são inexistentes ou
insuficientes;
O mobiliário é insuficiente e não é suficientemente seguro, principalmente quando não
existem os materiais de acondicionamento necessários.
Assim sendo, como não existem condições ideais, propõe-se a concretização de soluções o mais
adequadas possível, tendo em conta as condicionantes apresentadas. Torna-se imprescindível
conceber uma solução integrada, tendo um cuidado redobrado na colocação do mobiliário, na
concepção de meios de acondicionamento e na movimentação de objectos, equipamentos e
pessoas. Para isso, definiu-se um plano de acção estratégico:
1. auditoria às fichas de inventário e marcações, o que vai permitir aferir exactamente que
materiais existem, suas dimensões e estado de conservação, ao mesmo tempo que se
corrige e/ou actualiza a base de dados;
2. distribuição do mobiliário existente, de acordo com as dimensões do espaço físico, do
mobiliário e permitindo a existência de corredores de circulação apropriados a objectos,
equipamentos de transporte e pessoas;
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41 41
3. concepção do plano de colocação dos objectos, incluindo a definição de critérios de
arrumação, prevenindo a sua manipulação cuidada sem que coloque em risco os restantes
objectos e permitindo a sua inspecção periódica;
4. criação de sistema de localização.
Todos os desvios à concretização deste plano vão sendo assinalados e justificados ao longo da
apresentação de resultados.
AUDITORIA
Foi realizada uma auditoria a todos objectos existentes na reserva técnica e às respectivas fichas
de inventário e marcações.
Após esta auditoria foi necessário corrigir e/ou actualizar cerca de 30% das fichas de inventário
já existentes, no que diz respeito principalmente a localização, material e categoria, e criaram-se
137 fichas de inventário novas. No total, a base de dados passou a indicar a existência na
reserva técnica de 680 objectos.
Aos materiais foi necessário acrescentar na lista de valores porcelana, barro e grés.
As marcações coincidiam todas com o número de inventário do objecto.
Figura 16 - Objectos em reserva por categoria: resultados após a auditoria
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
Civ
il
Desenho
Ele
ctr
ote
cnia
Fís
ica
Mecânic
a
Não c
lassific
ado
Min
as e
Meta
lurg
ia
Quím
ica
1,5%
10,5%
7,5%
30,0%
16,0%
1,0% 2,0%
31,5%
3,0%
10,0%9,0%
28,0%
10,0%
6,0%4,0%
30,0%
Dez-07
Abr-08
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Figura 17 – Fichas de inventário criadas durante a auditoria
No que diz respeito ao estado de conservação, ainda não foi corrigida nenhuma ficha de
inventário, por se encontrar ainda em discussão com a conservadora a definição de cada um dos
valores. No entanto, propõe-se o seguinte:
Muito Bom – peça em perfeito estado de conservação: os materiais não apresentam
perdas ou lacunas e os danos provocados por agentes de degradação foram nulos.
Bom – peça sem problemas de conservação: os danos provocados por agentes de
degradação foram mínimos (atingiram menos de 25% do material) e os materiais estão
estabilizados.
Regular – peça ou fragmento de peça (que permita uma restituição da original) que
apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) em mais de 25% e menos de 50% do objecto e que
necessita de intervenções de restauro, mas que tem os materiais estabilizados.
Deficiente – peça em que é urgente intervir: Apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) e sinais de
degradação contínua em mais de 25% do material (não estabilizado).
Mau – peça deteriorada em mais de 50% do material (estabilizado ou não), que apresenta
graves problemas de conservação que dificultam a leitura integral da peça.
63
9
22
6
982
Civil
Desenho
Electrotecnia
Física
Mecânica
Minas e Metalurgia
Química
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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E ESPACIAL DA RESERVA
Como foi referido anteriormente o espaço conta com uma área de cerca de 92m2, ao qual
devem ser subtraídos 1,35m2, correspondentes a uma zona considerada de risco por se
encontrar localizada em baixo de canalizações colocadas junto ao tecto, e outra de 7,5m2,
reservada à zona de trabalhos de conservação e manutenção.
Figura 18 - Definição das áreas da reserva técnica
A limitação das áreas de risco revelava-se de extrema importância para a definição da
distribuição espacial dos dispositivos de armazenamento, visto representar sérios riscos à
integridade do espólio.
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44 44
Vejamos as imagens ilustrativas:
Não é conveniente a existência de uma zona de
trabalhos na mesma sala, mas por razões de
insuficiência espacial não existia outra opção.
Contudo, há que ter em conta que este factor
vai induzir factores de risco, nomeadamente:
Flutuações térmicas e de humidade relativa;
Aumento de probabilidade de infestações;
Aumento das doses de iluminância.
Figuras 29 e 30- Área de risco
Figura 31 - Área de trabalho
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PLANO DE DISTRIBUIÇÃO DO MOBILIÁRIO
Aquando do inicio do
estágio, a transferência dos
objectos para a reserva
nova foi feita sem qualquer
planeamento. O espaço
anteriormente ocupado
pela reserva ia ser
necessário para uma
actividade temporária não
incluída no programa de
actividades, mas decidida
pelos responsáveis da
instituição e, como o tempo
de concepção da mesma
era extremamente
reduzido, a transferência
foi realizada, não tendo
sido por isso possível a
colocação dos objectos de
forma adequada. Aliás,
muitos deles foram
colocados na área
considerada de risco.
Este facto veio influenciar muito na concretização atempada das actividades programadas no
projecto de estágio, já que dificultava e complicava muito mais a circulação, o manuseamento e
a distribuição dos equipamentos e objectos.
Figuras 32 e 33- Área de risco (antes e após a transferência)
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Figura 34 - Reserva: vista geral antes da transferência dos objectos
Antes da transferência final estavam a ser limpos e inventariados os objectos que existiam anteriormente no novo espaço
da reserva. Os que se encontram no chão já tinham sido removidos, mas o seu espaço foi ocupado por muitos outros...
Figura 35 - Reserva: vista geral após a transferência dos objectos
Aspecto da reserva após a transferência dos objectos: os corredores de circulação estavam repletos de objectos e outros
foram colocados nas prateleiras juntamente com os que já existiam no local.
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As únicas soluções que ainda foram possíveis implantar foi o planeamento da distribuição do
mobiliário existente e a definição do espaço de circulação, de modo a permitir o acesso
facilitado e a circulação de carrinhos de mão, os objectos de maior porte e pessoas no espaço.
Figura 36 - Aspecto do espaço destinado à reserva antes da transferência
Figura 37- Aspecto da reserva após a transferência dos objectos: os corredores de circulação eram diminutos, mas foram
alargados com a junção de duas filas de estantes
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48 48
O espaço e a estratégia de arrumação necessitavam de ser reconfigurados, de modo a oferecer
mais segurança ao acervo e uma melhor utilização do espaço.
Os únicos equipamentos disponíveis na reserva são estantes de dois formatos. Vejamos:
Material: Metal indeterminado
Quantidade: 42 (27 formato A +15 formato B)
Medidas: 2,30m (A) x 0,60m (L) x 1m (C)
Estantes Formato A
Características gerais: estante de metal com prateleiras movíveis
Medidas das prateleiras: 0,60m (L) x 0,94m (C)
Distância mínima entre elas: 10cm
Nº máximo de prateleiras: 23
Estantes Formato B
Características gerais: estante de metal com prateleiras movíveis
Medidas das prateleiras: 0,40m (L) x 0,94m (C)
Distância mínima entre elas: 10cm
Nº máximo de prateleiras: 23
Nenhuma estante apresenta evidências de qualquer tipo de corrosão nem têm qualquer tipo de
resguardo contra as condições ambientais do espaço, apenas protecções laterais contra
vibrações.
O mobiliário disponível foi distribuído de modo a permitir áreas de circulação com as dimensões
assinaladas na figura seguinte:
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49 49
Figura 38 - Plano de distribuição do mobiliário e áreas de circulação
PLANO DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS
Perante as situações que tinham sido criadas, era emergente a necessidade de criar um plano de
acção que permitisse rapidamente o acesso facilitado e a circulação de carrinhos de mão, os
objectos de maior porte e pessoas no espaço, sem colocar em risco a integridade dos objectos.
Lembro que nesta altura ainda decorriam os processos de diagnóstico de riscos e a auditoria às
fichas de inventário, de modo a saber-se exactamente o que existia e em que condições.
O plano deveria:
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50 50
Assentar na segurança;
Ser lógico;
Permitir o fácil acesso a cada objecto;
Retirar os objectos do chão, das zonas de passagem, da área de risco ou em contacto com
paredes exteriores;
Colocar os objectos de maior dimensão nas prateleiras inferiores, de modo a poder utilizar-
se para sua movimentação os meios mecânicos disponíveis (carrinho de transporte);
Optou-se por dividir o processo de trabalho por fases conforme as necessidades mais
emergentes:
1. Colocação dos objectos nas estantes
Agruparam-se os objectos por categorias e tendo em consideração o peso e dimensão, do modo
indicado na figura seguinte:
Figura 39 - Esquema de colocação dos objectos nas estantes
Não existem recursos logísticos que permitam a pesagem dos materiais, daí que se tenha
optado pela seguinte classificação de forma meramente empírica:
Manipulação e transporte conseguido por apenas uma pessoa = Objectos de tipo A
Manipulação e transporte conseguido apenas por duas pessoas = Objectos de tipo B
Manipulação e transporte não conseguido por duas pessoas = Objectos de tipo C
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51 51
Cada objecto foi arrumado de modo a garantir-se o acesso facilitado, sem que para isso
implicasse a movimentação de outros.
2. Limpeza dos objectos e do mobiliário
Limpeza mecânica e superficial dos objectos e das estantes por ordem de categoria e
começando pelas áreas mais afastadas das zonas de entrada no espaço, de modo a reduzir as
probabilidades da limpeza se tornar condicionada pelo acesso e circulação no espaço, ao mesmo
tempo que se continuava a auditoria dos dados existentes na base de dados.
Nos materiais que se encontravam em mau estado de conservação, ao apresentarem, por
exemplo destacamento do revestimento ou estrutura fragilizada, não foi efectuada nenhuma
limpeza.
Figura 40- Exemplo de objecto ao qual não foi efectuado nenhum
procedimento de limpeza por apresentar estrutura fragilizada e destacamento
de policromia
O mobiliário foi limpo com recurso a panos de algodão e água destilada. Para os objectos
procedeu-se da forma indicada na tabela seguinte:
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA
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Material Tipo de sujidade Recursos Método
Madeira
Pó/poeira solto/a
Pincel de pelo macio
Aspirador de
conservação, de baixa
pressão e de sucção
controlável
Cotonetes
Água destilada
1. Colocação do objecto numa
superfície lisa e limpa
2. Limpeza do material com o
pincel, aplicando pouca
pressão, ao mesmo tempo que
se aspirava a sujidade que se ia
soltando
3. As poeiras mais resistentes ou
em zonas de acesso difícil
foram retiradas com recurso a
cotonete embebido em água
destilada, utilizando um pouco
mais de pressão
Vidro
Tufos de algodão
Água destilada
1. Colocação do objecto numa
superfície lisa e limpa
2. Limpeza do material com
algodão humidificado com
água destilada
Metal
Pincel de pelo macio
Aspirador de
conservação, de baixa
pressão e de sucção
controlável
1. Colocação do objecto numa
superfície lisa e limpa
2. Limpeza do material com o
pincel, aplicando pouca
pressão, ao mesmo tempo que
se aspirava a sujidade que se ia
soltando
Gesso
Pincel de pelo macio
Aspirador de
conservação, de baixa
pressão e de sucção
controlável
1. Colocação do objecto numa
superfície lisa e limpa
2. Limpeza do material com o
pincel, aplicando pouca
pressão, ao mesmo tempo que
se aspirava a sujidade que se ia
soltando
Tabela 9 - Procedimentos de limpeza dos objectos em reserva
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3. Identificação das estantes
De modo a criar um sistema de localização provisório, identificou-se cada estante com a
categoria dos objectos aí colocados.
Figura 41 - Exemplo de sistema de localização provisório
4. Concepção de métodos de acondicionamento provisórios possíveis.
Durante o processo de arrumação dos materiais em reserva, foram surgindo algumas situações
em que, de algum modo, foi possível actuar para melhorar o seu acondicionamento. Apesar de
ainda não existir um plano de acondicionamento, foi requisitado ao economato do ISEP para
que fossem guardados todos os materiais de acondicionamento que, noutra situação, iriam ser
destruídos. Exemplo: esferovite, plástico bolha, etc. Este facto permitiu proteger minimamente
alguns materiais.
Vejamos alguns exemplos:
Caso 1: objectos pequenos e que facilmente deslizam, correndo o risco de cair das prateleiras
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Soluções: concepção de uma estrutura em esferovite com margens mais elevadas que os
objectos; realização de cortes na estrutura com o mesmo formato dos objectos; ou, aplicação de
mais esferovite entre o objecto e a estrutura de modo a estabilizá-lo. Os que tinham ponta
bicuda espetaram-se na estrutura.
Figura 42 – Solução de acondicionamento
Figura 43 - Solução de acondicionamento. Neste caso verifica-se também a optimização do espaço, através do empilhamento das
estruturas em esferovite, sem colocar em risco os objectos
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55 55
Caso 2: objectos pequenos, pertencentes ao mesmo conjunto, que se pretendiam guardar na
mesma caixa, mas que corriam risco de danos através de choque ou fricção entre eles
Soluções: utilização de caixas em polipropileno e protecção em plástico-bolha. Deixaram-se
aberturas para se visualizar as etiquetas com número de inventário, de modo a que não fosse
necessário retirar o plástico para se localizar os objectos. Com a mesma finalidade, as caixas
foram identificadas, com recurso a etiquetas livre de ácido, com um número individualizado e
com os números de inventário dos objectos existentes no seu interior.
Figura 44 - Solução de acondicionamento
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Figura 45 - Solução de acondicionamento
Figura 46 - Solução de acondicionamento
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57 57
Caso 3: protecção de tubos em vidro
Soluções: utilização de esferovite para a concepção de meios de acondicionamento com encaixe
para os tubos de vidro.
Figura 47 - Solução de acondicionamento
5. Proteger os objectos menos estáveis contra vibrações ou choques
No caso de objectos de maiores dimensões,
colocaram-se as estruturas anti-queda do mobiliário
ao nível do objecto, tentando evitar choques ou
quedas.
Figura 19 - Solução contra choques e vibrações
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Figura 49 - Aspecto da reserva após a concretização do plano de emergência de arrumação dos objectos
Figura 50 - Aspecto da reserva após a concretização do plano de emergência de arrumação dos objectos
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Figura 51 - Aspecto da reserva após a concretização do plano de emergência de arrumação dos objectos.
Note-se que na zona inferior direita da imagem, a área considerada de risco, está completamente vazia.
Entretanto, no decorrer da organização espacial do museu houve a necessidade de armazenar
mais objectos na reserva que diferiam dos restantes principalmente na dimensão, peso e estado
de conservação.
Após discussão das possibilidades de armazenamento, por decisão da conservadora do museu,
apesar da apresentação por parte da estagiária dos riscos e dificuldades que condicionavam essa
solução, foram colocados em áreas de passagem ou consideradas anteriormente de risco.
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Figura 52 - Objectos colocados na zona de risco sem qualquer critério de arrumação. Mesmo após a queda de água, provocada por
deficiências nas canalizações também visíveis na imagem, a opção tomada pela conservadora foi mantê-los no mesmo local.
Figura 53 - Objectos colocados no chão sem qualquer critério de arrumação
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Perante isto, apenas se conseguiu minorar os riscos numa situação. Objectos de grandes
dimensões e peso iam ser colocados no chão numa zona de risco. Apesar de não serem
deslocados para outra área, colocaram-se sobre uma palete que possibilitará uma deslocação
mais facilitada com recurso a porta paletes. Vejamos:
Figura 54 - Solução de armazenamento
SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO
O sistema de localização dos objectos foi concebido através da atribuição de números e letras às
filas, estantes e prateleiras. Veja-se as imagens:
Figura 55 - Sistema de localização dos objectos por prateleira
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Figura 56 - Sistema de localização dos objectos por estante
Às filas foram atribuídas letras. Às estantes e prateleiras números, sendo que:
Quando há duas filas de estantes juntas, os números par são atribuídos ao lado direito e os
impar ao esquerdo;
As prateleiras são numeradas por ordem crescente, sendo o inicio da contagem na prateleira
superior.
Foi colocado nas portas de acesso à reserva mapas de orientação, como o apresentado de
seguida, de modo a garantir uma rápida localização não só por letra e número, mas também por
categoria.
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Figura 57 - Sistema de identificação das estantes por categoria
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III.
MANUAL DE PROCEDIMENTOS E NORMAS DE
GESTÃO DA RESERVA TÉCNICA
MANUAL DE PROCEDIMENTOS E NORMAS DE GESTÃO DA RESERVA
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ACESSO FÍSICO À RESERVA
O acesso físico à reserva só pode ser feito pelo conservador ou por quem tenha autorização da
direcção, sempre sob a sua supervisão.
Deve-se ter em conta que é absolutamente proibido comer, beber ou fumar na reserva durante
qualquer actividade e todos devem zelar para que esta regra se cumpra.
Quem aceder à reserva deverá preencher a folha de controlo. Esta ficha deve conter
obrigatoriamente:
Nome
Finalidade do acesso
data e hora de entrada
data e hora de saída
Assinatura de quem autorizou o acesso
Veja-se o exemplo na página seguinte.
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FICHA DE CONTROLO REGISTO DE ACESSO
LOCAL: Reserva Técnica de Objectos
NOME FINALIDADE DATA HORA DE ENTRADA
HORA DE SAÍDA
ASSINATURA DO
RESPONSÁVEL
Luísa Faria Limpeza do
espaço 12/07/2008 9h30m 12h30 Patrícia Costa
Henrique Dias Transporte de peças (saída)
10/07/2008 14h35 15h00 Patrícia Costa
Henrique Dias Transporte de
peças (entrada) 12/09/2008 10h00 10h30 Patrícia Costa
Patrícia Geraldes
Auditoria 09/09/2008 9h00 12h30 Patrícia Costa
Patrícia Geraldes
Auditoria 09/09/2008 14h00 18h00 Patrícia Costa
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IDENTIFICAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS
Na documentação relacionada com os objectos em reserva, a localização deve ser mencionada
do modo e pela ordem apresentados de seguida:
1.escrever Reserva,
2. f [fila] em letra minúscula seguida da letra identificativa maiúscula,
3. e [estante] em letra minúscula seguida do número identificativo;
4. p [prateleira] em letra minúscula seguida do número identificativo
5. Caso esteja dentro de um contentor ou caixa, coloca-se por fim, a letra c [caixa/contentor] em
letra minúscula seguida do número identificativo
Exemplo: Reserva fA, e1, p3, c12
MARCAÇÃO DOS OBJECTOS
Os objectos em reserva devem ser marcados recorrendo a etiquetas livres de ácido, movíveis,
com linha de algodão, poliéster ou linho. No caso de uma peça que se desmonte, que esteja
fracturada ou de um conjunto, deve ser colocada uma etiqueta em cada uma das partes
constituintes.
Quando colocados em contentores ou caixas, a cada recipiente deve ser atribuído um número
individual, marcado no seu exterior e deve conter a identificação de todos os objectos colocados
no seu interior. Esta marcação pode ser feita através de qualquer material desacidificado, de
preferência etiquetas.
Exemplo:
CAIXA 21
45, 654, 7890
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ARMAZENAMENTO
O objecto só poderá ser armazenado em reserva se garantir os seguintes pontos:
1. Ficha de Inventário preenchida (ver Manual de Gestão da Documentação do Museu Parada
Leitão para aferir procedimentos) e marcação do objecto;
2. Exames e preenchimento do Condition Report (ver Manual de Gestão da Documentação do
Museu Parada Leitão para aferir procedimentos);
3. Limpeza do objecto;
4. Garantia de inexistência de agentes de degradação que causem perdas ou danos no espólio já
armazenado em reserva.
MOVIMENTAÇÃO
Sempre que haja necessidade de movimentar objectos para fora da reserva, o conservador deve
preencher a ficha de controlo e apenas ele pode autorizar a sua movimentação.
Esta ficha deve obrigatoriamente incluir os seguintes dados:
Número de inventário do objecto;
Indicação especifica do local onde o objecto se deve encontrar normalmente;
Indicação especifica do local onde o objecto se encontra temporariamente e data de
devolução do mesmo ao local normal;
Data e justificação do movimento;
Nome dos responsáveis pela movimentação do objecto;
Nome do responsável pela autorização de movimentação do objecto.
Quando se retirar um objecto do seu local de armazenamento, deve deixar-se em seu lugar uma
cópia da ficha de controlo de movimentação.
Veja-se o exemplo na página seguinte.
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FICHA DE CONTROLO REGISTO DE MOVIMENTAÇÃO
N.º Inventário MPL4766OBJ
Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto
Super-Categoria Objectos
Categoria Minas e Metalurgia
Sub-Categoria Minas
Designação Modelo de desmonte por bancadas
LOCALIZAÇÃO
Habitual Reserva fA, e1, p3 Temporária Sala 1 Justificação Exposição temporária Data de saída 10/07/2008 Data de devolução 12/09/2008 Responsável pela movimentação Henrique Dias Autorizado por: Patrícia Costa
N.º inv. imagem: 4766(1)OBJ Localização: c:/Meus Documentos/Inventarioobj
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AUDITORIA
Semestralmente deve ser realizada uma auditoria aos objectos em reserva pelo conservador, ou
por um técnico designado por ele. Deve estar sempre actualizada e feita em sistema de tabela.
Em situação alguma é permitido alterar ou eliminar qualquer informação anterior.
A auditoria deve avaliar:
A presença do objecto no local referido;
A concordância entre o número do inventário atribuído e o número marcado no objecto;
A veracidade da descrição e do estado de conservação do objecto.
A ficha de auditoria deve conter obrigatoriamente:
Data da auditoria;
Resultado da auditoria ao nível da localização;
Resultados da auditoria ao nível da informação e do estado de conservação;
Nome e rubrica do responsável pela auditoria.
Posteriormente, e caso seja necessário, a base de dados informática deve ser actualizada.
Veja-se o exemplo na página seguinte.
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FICHA DE CONTROLO AUDITORIA
Nº Inv. Marcação Localização Estado de
Conservação Actualização
f e p c
513 × D 10 2 × Regular ×
1058 × D 7 1 × Bom ×
1078 × D 4 2 × Bom ×
1079 × D 7 1 × Regular ×
1081 × D 10 2 × Bom ×
1084 × D 10 1 × Bom ×
1089 × D 10 3 × Deficiente ×
1114 × D 11 2 × Regular ×
1116 × D 6 3 × Bom ×
1197 × D 11 2 × Regular ---- Materiais não estabilizados
1232 × D 6 3 × Regular ×
1235 ---- D 3 3 × bom × Marcação inexistente. Efectuada durante auditoria
1236 × D 8 2 × bom ×
1239 × D 10 2 × bom ×
1240 × D 5 3 × Regular ×
1242 × D 10 1 × Bom ×
1244 × D 8 4 × Regular ×
Data: 09/09/2008
Responsável: Patrícia Geraldes
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MANUTENÇÃO
A manutenção do espaço, dos equipamentos e dos materiais em reserva deve ser efectuada em
conformidade com o Plano de Manutenção Preventiva da Reserva Técnica do Museu Parada
Leitão.
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IV.
PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA
DA RESERVA TÉCNICA DE OBJECTOS
PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA RESERVA TÉCNICA DE OBJECTOS
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PRINCIPIOS GERAIS
A manutenção é um dos aspectos mais importantes do trabalho de conservação;
A manutenção não pode ser uma actividade efémera, deve ser desenvolvida
permanentemente;
A conservação deve ser desenvolvida de acordo com a capacidade de manutenção;
Quando surgirem dúvidas de actuação, é preferível não tomar nenhuma medida e consultar
técnicos de conservação e restauro à instituição ou entidades de renome especializadas na
área;
Apenas o conservador pode decidir e/ou autorizar operações de conservação e de restauro.
Qualquer opção que não esteja definida neste plano deve ser autorizada ou realizada pelo
conservador.
ESTRATÉGIA DE MONITORIZAÇÃO E CONTROLO AMBIENTAL
Para que se possa ter uma verdadeira noção do ambiente e das suas características e variações e
se possa actuar em conformidade, não podemos ter em conta apenas dados recolhidos
esporadicamente. É importante perceber como se comporta o ambiente interno e as colecções
consoante as alterações climáticas anuais e a movimentação no espaço da reserva. Assim sendo,
é necessário proceder de forma sistemática e contínua à recolha de dados sobre humidade
relativa, Temperatura, ventilação, iluminação, poluição e biodegradação.
AGENTES BIOLÓGICOS
Trimestralmente, o conservador deve procurar indícios da presença de agentes biológicos.
Quando encontrar insectos mortos ou vivos, estes devem ser recolhidos com muito cuidado e
entregues a agentes especializados na sua identificação. Deve-se sempre tentar capturar um
exemplar porque os procedimentos para combater a sua presença variam em conformidade
com a espécie infestante.
Sempre que um objecto dê entrada no museu, deve ser examinado. Sempre que se identificar
ou suspeitar de uma infestação, deve ser isolado e quando possível proceder-se à sua
desinfestação e limpeza.
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As equipas de limpeza devem ser sensibilizadas para a possibilidade de existirem vestígios de
insectos que não devem ser “apagados”. De preferência devem ser realizadas acções de
formação nesse âmbito, tendo como destinatários todos os que de algum modo intervêm na
manutenção do espaço físico e equipamentos.
TEMPERATURA E HUMIDADE RELATIVA
Todos os materiais que contenham água reagem com a quantidade de água que está presente
no ar que os circunda de forma a atingir um equilíbrio. Assim, quando o ar está mais seco, eles
perdem água para o ambiente e, quando se regista o oposto, o seu teor de humidade aumenta.
No entanto, como ar quente contém, normalmente, mais água que o frio, é necessário ter em
atenção a humidade relativa, ou seja, a relação da quantidade de água numa determinada
quantidade de ar com a máxima quantidade de água que o ar pode conter a uma determinada
Temperatura.
A humidade relativa pode afectar os objectos de três formas: pode estimular a proliferação de
agentes biológicos, alterar as dimensões físicas e acelerar reacções químicas. A Temperatura
elevada e o ar estagnado também contribuem para o crescimento de fungos.
A monitorização da Temperatura e da humidade relativa deve ser realizada pelo responsável da
colecção ou, na ausência deste, por outro técnico por ele designado e treinado, de forma
contínua. Por ser uma reserva onde estão armazenados vários tipos de materiais e até alguns
compostos, a Temperatura deve situar-se entre os 19°c e os 21°C e a humidade relativa nos
50%. No entanto, caso existam materiais não estabilizados deve ter-se em consideração os
valores aconselhados para aquele que for mais sensível:
MATERIAL °C HR
Vidro
Entre 15°C e 24°C
45% (+ ou – 5%)
Madeira 50% (+ ou - 5%)
Metal ≤ 35%
Gesso 45% (+ ou – 5%)
Tabela 10 - Valores de Temperatura e humidade relativa aconselhados
O sistema de ar condicionado e o desumidificador devem estar ligados ininterruptamente para
evitar oscilações bruscas sobre o acervo. Deve-se evitar que os níveis de humidade relativa e de
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Temperatura se modifiquem à noite, fim-de-semana ou em outras ocasiões em que o espaço
esteja encerrado.
Os equipamentos devem ser verificados:
uma vez por semana, por um elemento da equipa museológica, para se averiguar o seu
correcto funcionamento;
devem ser calibrados uma vez por mês, por um elemento da equipa museológica;
uma vez por ano, por um técnico especializado.
QUALIDADE DO AR
A colecção não pode ser armazenada ou exposta junto de qualquer fonte de poluição, como
sejam fotocopiadoras, entradas de ar, áreas pintadas de fresco, ar condicionado e
desumidificadores ou outros. Devem existir purificadores de ar e ventiladores.
A filtragem do ar da sala pode remover grande parte dos gases poluentes e contribuir para um
ambiente mais salutar para as espécies. Devem ser utilizados filtros de carvão activado. A
selecção do filtro deve ser indicada aos técnicos de ar condicionado dependendo dos gases que
se pretende eliminar.
Outro elemento que prejudica o ambiente é o pó, pois pode penetrar e sujar os objectos,
provocando alterações de cor. Uma sala que deixa entrar o pó tem de ser limpa
frequentemente, o que aumenta o manuseamento dos materiais. Assim, o primeiro passo para
evitar a entrada de poeiras deve ser o isolamento das portas, que devem permanecer fechadas,
reduzindo-se, desta forma, as necessidades de limpeza.
Os aparelhos de ar condicionado têm geralmente filtros de absorção de poeiras que podem ser
muito eficientes. Estes filtros, para serem eficazes, devem ser limpos regularmente e
substituídos dentro dos prazos aconselhados.
Um outro filtro de ar sempre à disposição é o vulgar aspirador caseiro. O seu uso é inofensivo
para as colecções e pode ser muito eficaz na eliminação de poeiras. Antes de se usar o
aspirador, deve verificar-se se o sistema de filtragem se encontra em bom estado ou corre-se o
risco a devolver à sala o pó que se aspira.
De cinco em cinco anos deve ser feita uma auditoria à qualidade do ar interno, recorrendo a
empresas externas.
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EXAME/INSPECÇÃO E REGISTO
O exame deve ser realizado pelo conservador, ou por um técnico designado por ele,
trimestralmente ou sempre que hajam alterações na localização do objecto.
Esta avaliação deve estar sempre actualizada e em situação alguma é permitido alterar ou
eliminar qualquer informação anterior.
O documento deve incluir obrigatoriamente:
a) Data do exame
b) Escala do exame: Macroscópica ou Lupa binocular
c) Nome e rubrica do responsável pelo exame
d) Avaliação do estado de conservação:
Muito Bom – peça em perfeito estado de conservação: os materiais não apresentam
perdas ou lacunas e os danos provocados por agentes de degradação foram nulos.
Bom – peça sem problemas de conservação: os danos provocados por agentes de
degradação foram mínimos (atingiram menos de 25% do material) e os materiais estão
estabilizados.
Regular – peça ou fragmento de peça (que permita uma restituição da original) que
apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) em mais de 25% e menos de 50% do objecto e que
necessita de intervenções de restauro, mas que tem os materiais estabilizados.
Deficiente – peça em que é urgente intervir: apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) e sinais
de degradação contínua em mais de 25% do material (não estabilizado).
Mau – peça deteriorada em mais de 50% do material (estabilizado ou não), que
apresenta graves problemas de conservação que dificultam a leitura integral da peça.
e) Registo dos resultados da inspecção: o critério de exame deve ser a identificação dos
efeitos ou danos no objecto. Deve ser sempre referida a extensão e a localização dos
mesmos.
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EXAME EFEITO
Sujidade
Pó/poeira
Concreções
Dejectos de agentes biológicos
Proliferação Micro ou Macro biológica
Resíduos
Restauros envelhecidos /disfuncionais
Estabilidade
Revestimento
Alteração da cor
Alteração do tom
Alteração da transparência
Lacunas
Fissuração
Laminação
Destacamento
Pulverização da preparação
Desgaste
Suporte
Alteração da cor
Alteração do tom
Oxidação
Corrosão
Fissura
Fractura
Desagregação
Pulverização
Deformação
Lacunas
Perfurações
Perdas
Mutilação
Tabela 11 - Listagem de danos e/ou perdas
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INTERVENÇÃO E REGISTO
As intervenções devem ser realizadas pelo conservador, por um técnico designado por ele ou
por uma instituição externa especializada. Qualquer intervenção deverá ficar registada e em
situação alguma é permitido alterar ou eliminar qualquer informação anterior. Este documento
deve incluir obrigatoriamente:
a) Data da intervenção
b) Nome e rubrica do responsável pela intervenção
c) Registo da intervenção e descrição exaustiva da metodologia adoptada, da extensão e
localização
INTERVENÇÃO MÉTODO
Limpeza
Mecânica
De quê?
Com quê?
Como?
Química
Mista
Estabilização
Consolidação
Colagem
Fixação
Reforço estrutural
Protecção
Revestimento
Inibidor de Oxidação
Restauro Colmatação de
lacunas
Preenchimento
Reconstituição de formas
Integração cromática
Tabela 12 - Listagem dos métodos de intervenção
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MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRECTIVA
REGRAS DE MANUSEAMENTO
Existem procedimentos a ter em consideração quando manuseamos os objectos:
Lavar sempre as mãos, retirar todas as jóias ou outros acessórios que possam entrar em
contacto com os objectos e usar sempre luvas de vinilo, latex (não esquecendo que pelo
facto da borracha ser vulcanizada com enxofre, os seus resíduos poderem contaminar e
contribuir para a alteração dos materiais) ou de algodão (esta última opção, para além de
mais cara, é mais arriscada, visto que obriga a uma lavagem frequente das luvas e a um
maior cuidado com os agentes de limpeza utilizados);
Quem proceder ao manuseamento de objectos deve vestir sempre bata e, opcionalmente,
usar máscara. Todos os materiais devem ser descartáveis, excepto as batas que devem ser
lavadas frequentemente com sabão neutro;
Não manusear os objectos mais tempo do que o extremamente necessário;
Antes de se manusear um objecto, deve-se observá-lo cuidadosamente de modo a identificar
zonas mais fragilizadas;
Sempre que for necessário movimentar um objecto deve-se utilizar uma base de suporte
livre de ácido. Para o colocar em cima do suporte deve-se colocar este ao mesmo nível do
objecto e utilizar sempre ambas as mãos.
Nunca se deve erguer objectos pelas asas, puxadores, abas ou outras protuberâncias.
INSPECÇÕES AO EDIFICIO
Não se pode mudar a geografia e o clima que muitas vezes causam catástrofes mas, através de
uma inspecção regular ao edifício, pode-se prevenir ou reduzir emergências comuns e outros
problemas. Assim sendo, mensalmente deve ser verificado:
Se não existe água em nenhuma zona anormal e se as calhas e grelhas de escoamento estão
limpas;
Se as canalizações e as instalações eléctricas não apresentam anomalias;
Se todo o acervo está localizados pelo menos a 15cm do chão;
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Se os extintores estão dentro da data de validade da última inspecção e se os alarmes de
incêndio estão a funcionar assim como a sua conectividade com a central de policia e
bombeiros;
Se existem rachas ou outros pontos de entrada de organismos no edifício;
o bom funcionamento dos equipamentos de controlo ambiental e o estado dos filtros dos
mesmos.
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES VISIVEIS E INVISIVEIS
Relativamente aos UV, as lâmpadas são fluorescentes, logo existe algum perigo visto que a
radiação UV atinge os 100µW/lúmen e não dever ultrapassar os 75µW/lúmen.
Em relação às doses de iluminância anuais, os valores recomendados são os seguintes:
CATEGORIA EXEMPLOS DE MATERIAIS DOSE MÁXIMA ANUAL
RECOMENDADA
Sensibilidade
elevada
Têxteis, documentos gráficos, objectos etnográficos, espécimes
botânicos e zoológicos, fotografias a cores 10000 lx.h/ano
Sensibilidade
moderada
Pinturas a óleo, osso, marfim, madeira, esculturas policromas,
fotografia P/B 100000 lx.h/ano
Sensibilidade baixa Cerâmica, esmaltados, joalharia, metal, pedra, vidro, gesso sem
cor 3000000 lx.h/ano
Tabela 13 - Doses de iluminância anual máxima recomendada conforme sensibilidade dos materiais
Na reserva técnica, tendo em conta de que existe acesso durante 219 dias por ano em média
durante 1 hora/dia e com base nos dados adquiridos na medição dos lux, caso não seja possível
a substituição das lâmpadas, sugere-se a distribuição dos materiais do seguinte modo, de acordo
com os valores apurados:
PRATELEIRAS LUX/HORA DOSE ANUAL MATERIAIS RECOMENDADOS
SUPERIOR 3401 lx.h 744 819 lx.h/ano Sensibilidade baixa (metais, vidro e gesso sem cor)
MEIO 478 lx.h 104 682 lx.h/ano Sensibilidade baixa (metais, vidro e gesso sem cor)
INFERIOR 216 lx.h 47 304 lx.h/ano Sensibilidade moderada (madeira)
Tabela 14 - Recomendação da colocação de materiais nas estantes da reserva consoante sensibilidade de materiais
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A medição dos lux e das radiações deve ser feita nas seguintes condições:
Semestralmente, de modo a verificar se o sistema de iluminação continua a funcionar do
modo original;
Sempre que um objecto for deslocado para outro local, de modo a garantir que os valores
das radiações são apropriados e a contabilizar a quantidade de lux que afectará o material
durante a sua estadia.
Para monitorizar a luz pode utilizar-se um fotómetro que meça tanto as radiações visíveis como
as invisíveis. Este deve ser calibrado pelo menos uma vez por ano, por um elemento da equipa
museológica.
PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA
A sujidade é o agente de deterioração que mais afecta os objectos e, quando conjugada com
condições ambientais inadequadas, provoca reacções de destruição de todos os suportes num
acervo. Por isso, a limpeza deve ser um hábito de rotina na manutenção do espólio, razão pela
qual é considerada a conservação preventiva por excelência.
Limpeza mecânica dos objectos
O objectivo desta acção é reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à
superfície dos objectos.
Cada objecto deve ser examinado individualmente para determinar se a limpeza é necessária e
se pode ser realizada em segurança.
A limpeza mecânica deve ser feita:
No momento de incorporação;
A seguir a desinfestações para eliminar resíduos que possam contribuir para a sua
deterioração;
No momento de regresso ao museu, após um empréstimo.
O processo de limpeza deve seguir os seguintes procedimentos:
não deve ser muito frequente;
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deve fazer-se uso de um pincel macio numa mão enquanto a outra segura ou estabiliza o
objecto;
em zonas mais fragilizadas ou que foram reparadas não se deve aplicar força ou fricção;
se for necessária a utilização de água, devem lavar-se pequenas áreas de cada vez, sem
submergir o objecto e utilizando pequenos tufos de algodão ou cotonetes humedecidos com
água destilada;
a limpeza mecânica de objectos em metal deve ser feita o mínimo de vezes possível (no
máximo 2 a 3 vezes ao ano), visto que pode ser abrasiva;
é proibido esfregar, apenas se deve utilizar um pincel ou escova de pelo macio com gestos
muito suaves e sem pressão;
é proibido polir ou lavar qualquer metal.
Limpeza química ou mista dos objectos
Nenhum material pode ser limpo por via química ou mista, excepto pelo conservador ou por
empresas externas contratadas para o efeito.
Limpeza do espaço físico
A forma mais eficiente e adequada de limpeza do piso e das estantes ou armários é com
aspirador de pó de baixa potência e com protecção na zona de sucção. Nunca devem ser
utilizados espanadores ou vassouras, pois apenas redistribuem a sujidade.
Não se recomenda a utilização de qualquer tipo de solvente ou cera.
Deve-se evitar a água, caso não exista um desumidificador de condensação, pois altera a
humidade relativa do espaço. Caso seja necessário remover sujidade muito intensa pode ser
utilizada água passada com pano muito bem torcido e de seguida passar um pano seco.
A limpeza das estantes deve ser feita a partir da prateleira de cima para a de baixo.
O acesso ao museu deve ter em conta que é absolutamente proibido comer, beber ou fumar em
qualquer zona e durante qualquer actividade e todos devem zelar para que esta regra se
cumpra.
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ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO
O acondicionamento tem como objectivo a protecção dos objectos que não se encontrem em
boas condições ou a protecção daqueles já tratados e recuperados, armazenando-os de forma
segura.
Os objectos devem ser armazenados em prateleiras ou caixas sem estarem amontoados nem
empilhados, de modo a não pesarem sobre os que ficam na base. Nunca devem ser
armazenados no chão, principalmente de tijolo, pedra ou cimento. Os de grandes dimensões e
peso que só possam ser transportados através de meios mecânicos, como carrinhos, devem ser
armazenados nas prateleiras inferiores.
Deve-se evitar o armazenamento em estantes de madeira, pois podem ser uma fonte de origem
de infestações, dando-se preferência às metálicas, tomando sempre atenção que as prateleiras
devem ser sempre revestidas com folhas de polietileno, no caso de suportarem objectos em
metal.
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V.
RECOMENDAÇÕES
RECOMENDAÇÕES
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Se excluirmos a acção humana, admitindo que podemos reduzir ao mínimo necessário a sua
acção destrutiva, resta-nos o controlo das condições ambientais para garantir a conservação do
acervo.
Os materiais orgânicos e inorgânicos reagem de formas diferenciadas às condições do meio. As
peças mais difíceis de conservar são as compostas por vários materiais (ex: madeira e metal).
HUMIDADE RELATIVA
1. Valor recomendado aconselhado: 45%
Uma das situações mais difíceis para se determinar os valores de HR óptimos diz respeito
precisamente ao caso dos objectos compostos por materiais muito diferentes. Nestes casos, o
nível de HR a respeitar será o do material mais frágil.
2. Instrumentos de monitorização: psicómetro, termohigrógrafo ou higrómetro
Incentiva-se a aquisição de um higrómetro, visto que os termohigrógrafos, apesar de mais
baratos, necessitam de um psicrómetro para ser calibrado.
3. Instrumentos de controlo: desumificador
TEMPERATURA
1. Valor recomendado aconselhado: entre 18°C e 20°C
Não existe uma Temperatura ideal de conservação para todas as peças. O mais importante é
que ela seja estável, não devendo ter variações de mais de 1°C/24horas, nem ultrapassar os
24°C.
2. Instrumentos de monitorização: termómetro ou termohigrógrafo
3. Instrumentos de controlo: ar condicionado
Rotina e procedimentos de monitorização e controlo da HR e da Temperatura
Deve ser feito o registo da HR e da Temperatura durante pelo menos um ano, sem nenhum
controlo ambiental, para se verificar se existe alguma alteração nos materiais. Neste registo
deve constar: Temperatura interna e externa, HR interna e externa, número de acessos ao
espaço, tempo permanência no espaço, actividades que se realizaram. O tratamento de dados
deve poder demonstrar quais as principais razões das variações de HR e da Temperatura.
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Este vai contribuir para que a médio prazo se consiga implementar uma estratégia de controlo
ambiental adequada, verificando quais os equipamentos a adquirir. Nem sempre é necessário
existir sistemas de controlo dos dois factores, até porque, normalmente, a humidade relativa
diminui se a Temperatura aumenta e vice-versa. No entanto, esta decisão apenas deve ser
tomada após a monitorização contínua e sistemática e a interpretação dos dados.
A aquisição de um higrómetro com data logger permite a aferição e o registo permanente dos
valores de HR, ao mesmo tempo que se pode registar e verificar as alterações, dependendo das
diversas actividades que se forem realizando.
No caso de se adquirir um termohigrógrafo, que regista para além da HR, a Temperatura, ele
deve ser colocado numa zona central da reserva e deve-se proceder à verificação dos registos
diariamente e tratá-los informaticamente, de modo a visualizar-se mais facilmente as alterações
que possam ter ocorrido.
Nenhum equipamento pode ficar localizado junto a qualquer fonte de calor ou muito acima do
nível do solo (ex: em cima de armários) e, no caso de não ser informatizado, deve existir um
responsável pelo tratamento dos dados.
Após a aquisição de equipamentos de controlo ambiental deve-se, gradualmente, modificar os
níveis de HR cerca de 5%/24horas, nunca podendo exceder os 10% / 24horas, até se atingir o
valor recomendado. As inspecções aos objectos devem ser feitas regularmente, de modo a
verificar-se se existiram danos e os registos e análises devem manter-se da mesma forma.
QUALIDADE DO AR
A filtragem do ar da sala pode remover grande parte dos gases poluentes e contribuir para um
ambiente mais salutar para as espécies. Devem ser utilizados filtros de carvão activado. O carvão
activado é essencialmente carvão granular, onde a superfície de contacto com o ar está muito
aumentada. O carvão retém à superfície os gases poluentes e não pode ser regenerado.
A eficácia do filtro aumenta se o ar da sala for forçado a passar, várias vezes, através do filtro: o
dióxido de enxofre é parcialmente absorvido por este tipo de filtros, o ozono é destruído por
eles, mas o dióxido de azoto não é afectado. Existem vários tipos de filtros de carvão, alguns
misturados com reagentes alcalinos, para absorção de gases específicos. A selecção do filtro
deve ser indicada aos técnicos de ar condicionado dependendo dos gases que se pretende
eliminar.
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Outro elemento que prejudica o ambiente é o pó, pois pode penetrar e sujar os objectos,
provocando alterações de cor. Uma sala que deixa entrar o pó tem de ser limpa
frequentemente, o que aumenta o manuseamento dos materiais. Assim, o primeiro passo para
evitar a entrada de poeiras deve ser o isolamento das portas, que devem permanecer fechadas,
reduzindo-se, desta forma, as necessidades de limpeza.
Os aparelhos de ar condicionado têm geralmente filtros de absorção de poeiras que podem ser
muito eficientes. Estes filtros, para serem eficazes, devem ser limpos regularmente e
substituídos dentro dos prazos aconselhados. Os filtros do tipo electrostático não são
recomendados. Eles absorvem as poeiras por criação de um campo eléctrico estático, mas são
geradores de ozono e dióxido de azoto, gases oxidantes.
Um outro filtro de ar sempre à disposição é o vulgar aspirador caseiro. O seu uso é inofensivo
para as colecções e pode ser muito eficaz na eliminação de poeiras. Existem já no museu um
aspirador adequado, que utiliza filtro de ar muito apertado e capaz de absorver poeiras muito
finas. De qualquer modo, antes de se usar o aspirador, deve verificar-se se o sistema de
filtragem se encontra em bom estado ou corre-se o risco a devolver à sala o pó que se aspira.
Outro modelo de aspirador interessante é o pequeno portátil, a pilhas.
Os armários com portas são um bom auxiliar na protecção contra o pó, sendo mais eficazes do
que as estantes. No entanto, há que verificar primeiro, se permitem a circulação do ar no seu
interior, para facilitar a saída da humidade.
De cinco em cinco anos deve ser feita uma auditoria à qualidade do ar interno, recorrendo a
empresas externas.
RADIAÇÕES VISIVEIS E INVISIVEIS
A gestão de riscos não fica completa se não se tiver em consideração a exposição às radiações
visíveis e invisíveis. A maioria dos materiais é afectado pela radiação UV e pela luz visível, daí
que seja importante limitar a sua exposição a condições inadequadas.
Ao contrário dos objectos, o olho humano não é sensível à radiação UV, daí que esta possa ser
eliminada sem causar qualquer tipo de efeito na visualização dos objectos. Isto pode ser obtido
através da utilização de filtros que absorvam as radiações invisíveis, mas que permitem a
passagem das visíveis. Sugere-se a utilização de lâmpadas fluorescentes em detrimento das
incandescentes. A taxa de deterioração causada pela luz é directamente proporcional à
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intensidade da radiação e ao tempo de exposição, consequência da lei da reciprocidade, por
isso, para reduzir este dano é importante diminuir os dois factores.
Relativamente aos UV, apesar das lâmpadas serem fluorescentes, existe algum perigo visto que
a radiação UV atinge os 100µW/lúmen e não dever ultrapassar os 75µW/lúmen. Sugere-se a sua
substituição.
Relativamente às doses de iluminância verificadas, sugere-se a distribuição dos materiais tal
como indicado no Plano de manutenção Preventiva. No entanto, visto que a maioria dos
materiais são compostos e não se poder concretizar esta divisão de forma linear, sugere-se a
aquisição de armários fechados ou, uma solução mais barata, a colocação de cortinas opacas nas
estantes.
A medição dos lux e das radiações deve ser feita nas seguintes condições:
Semestralmente, de modo a verificar se o sistema de iluminação continua a funcionar do
modo original;
Sempre que um objecto for deslocado para outro local, de modo a garantir que os valores
das radiações são apropriados e a contabilizar a quantidade de lux que afectará o material
durante a sua estadia.
Para monitorizar a luz pode utilizar-se um fotómetro que meça tanto as radiações visíveis como
as invisíveis. Este deve ser calibrado pelo menos uma vez por ano, por um elemento da equipa
museológica.
ARMAZENAMENTO E ACONDICIONAMENTO
O mobiliário deverá eliminar a exposição à luz visível e ultravioleta, proteger contra roubos, criar
micro ambientes no seu interior, controlando variações térmicas e de humidade relativa e
reduzir a entrada de poeiras, poluição e de agentes biológicos. As escolhas existentes no
mercado são variadas, mas existem algumas regras que devem ser tomadas em consideração na
definição do mobiliário:
Deve ser forte o suficiente para suportar os materiais mais pesados (não foi possível pesar
os materiais existentes, mas é indispensável fazê-lo logo que haja equipamento
apropriado);
Deve ter em conta as dimensões dos objectos;
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Deve ter prateleiras amovíveis, para se adaptarem a diferentes alturas dos materiais.
Uma solução existente no mercado que poderia duplicar o espaço existente, permitindo a
colocação em reserva (como se pretende) de mais peças são os armários de sistema móveis.
Vejamos a imagem exemplificativa (6):
Figura 58 – Exemplo de solução de armazenamento: armários de sistema móvel
Outro tipo de equipamento de acondicionamento, armazenamento e até mesmo de transporte
passível de ser utilizado são contentores. Estes devem ter as seguintes características:
Material: polipropileno;
Resistentes;
Empilháveis e com sistema de encaixe;
Com sistema que permita movimentação
Figura 59 – Exemplo de solução de movimentação de contentores
Vejamos os exemplos (7):
Figura 60 - Tipologias de contentores aconselhados
6 In http://www.spacesaver.com/prod_cat.asp?cat_id=2
7 In catálogo Potássio Quatro – Conservation Solutions
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PLANO DE SEGURANÇA E EMERGÊNCIA: CONTRIBUTO PARA O SEU PLANEAMENTO
Apesar de, neste momento, não ser possível integrar um Plano de Segurança e Emergência num
institucional, visto que o ISEP não possui um alargado a todo o Campus, julga-se essencial prever
o seu planeamento e definir alguns pontos necessários à sua elaboração.
Relembra-se que para um plano desta natureza para ser eficaz deve:
ter apoio incondicional dos orgãos de gestão e de todo o pessoal afecto ao museu;
ser simples e focar apenas as situações que são mais prováveis de acontecer;
ser flexível o suficiente para dar resposta a situações inesperadas;
ser realista no que diz respeito aos recursos do museu;
ser testado regularmente, pelo menos anualmente.
O Plano de emergência deve ter em atenção e desenvolver cinco questões:
1. Prevenção: eliminar perigos ou reduzir os seus efeitos na equipa técnica, visitantes e
património.
2. Preparação: preparar e equipar a equipa técnica para lidar com uma emergência.
3. Resposta: prevenir prejuízos e diminuir perdas após qualquer acontecimento.
4. Recuperação: preparar e treinar a equipa técnica para continuar o processo até se voltar à
normalidade
5. Comunicação: definir quando se activa os procedimentos de resposta, como se comunica
em “modo de emergência” e quando se declara que a situação de emergência terminou.
Planear, avaliar e rever planos de emergência e de segurança deveria fazer parte da rotina do
museu e ser entendido por todos os profissionais envolvidos na instituição como essencial. O
seu sucesso requer empenho, paciência, trabalho de equipa e um orçamento anual. Aliás, o
trabalho de equipa é tão fundamental como os deveres individuais. O quadro que se segue
apresenta as responsabilidades de cada grupo de profissionais do museu na preparação deste
plano:
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Quem? O quê?
Director
Define as políticas do programa e prepara o Plano de segurança e emergência
Define a equipa de trabalho e o seu coordenador
Estabelece o orçamento para o programa
Orienta a lista de recursos
Orienta o envolvimento da comunidade e dos meios de comunicação
Colabora na avaliação prévia de riscos
Coordenador
Estabelece o contacto entre director e equipas de trabalho
Implementa medidas preventivas conforme as recomendações
Numa emergência monta e dirige o centro de comando
Equipas de
trabalho
Equipa de preparação
Segurança
Definição de vulnerabilidades
Procedimentos de resposta
Colecções
Edifício/Manutenção
Registo/ Gestão
Equipa de resposta
Segurança Medidas preventivas
Plano de resposta
Plano de recuperação
Colecções
Edifício/Manutenção
Registo/ Gestão Tabela 15 - Responsabilidades dos profissionais do museu na preparação do plano
O plano deve expor deveres e procedimentos nas seguintes áreas:
Organização: as regras de resposta das equipas numa emergência; como montar uma base
de operações após uma evacuação e como estabelecer um posto de comunicação e relações
públicas;
Pessoas: quando evacuar visitantes e equipa técnica e quem o decide, como estabelecer um
abrigo de emergência, como providenciar cuidados médicos, caso seja necessário, como
contactar voluntários e especialistas externos;
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Colecções e edifício: onde e quando recolocar ou evacuar as colecções e quem o decide,
como contactar a seguradora, como avaliar os danos, como proteger o edifício, que recursos
materiais e logísticos são necessários e onde estão armazenados.
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GLOSSÁRIO
A
Abrasão – desgaste da superfície por fricção. Difere de erosão, que é um processo químico de
desgaste (v. Erosão).
Acidez - relativo a pH inferior a 7.0, que resulta na instabilidade molecular do material,
provocando descoloração e enfraquecimento do suporte.
Acondicionamento - protecção dos materiais, armazenando-os de forma segura.
Amarelecimento - tendência para adquirir um tom amarelo provocado pelo envelhecimento do
suporte, acidez e/ou más condições de acondicionamento.
Análise - decomposição de um todo em partes; identificação das substâncias que compõem
uma mistura ou dos elementos que constituem uma substância
Armazenamento - sistema que recebe o material, acondicionado ou não, para ser guardado.
Consiste essencialmente no mobiliário destinado à guarda do acervo: estantes, armários,
contentores...
Auditoria – acto de verificar se as normas e regras estão a ser aplicadas, vistoria, inspecção,
passar revista.
C
Calibração – Conjunto de operações que estabelecem, sob condições especificadas, a relação
entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição e os valores
correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões.
Canais – cavidades, galerias.
Concreção - acto de se condensar, de se solidificar, de se tornar concreto; efeito de agregação
dos sólidos contidos num líquido; conjunto de partículas no interior de tecidos vegetais;
deposição de partículas inorgânicas no interior de órgãos vegetais e animais.
Condicionado – Sujeito a condições, regularizado.
Conservação curativa – intervenção directa e obrigatória sobre uma colecção ou objecto cuja
integridade está ameaçada.
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Conservação Preventiva – Intervenção indirecta sobre o ambiente ou directa sobre a colecção
ou objecto para reduzir os riscos de potencial deterioração.
Consolidação – tornar sólido ou seguro, fortalecer
Corrosão - alteração superficial de uma substância devido à reacção química que esta
estabelece em contacto com uma outra
Craquelé – acabamento com aspecto de fissuração em rede, obtido através da aplicação de um
verniz base e um craquelador.
D
Deformação - alteração da forma
Desagregação – dissociação, separação do suporte
Descoloração - tendência para o material perder a definição da cor. Diferente de desvio de tom.
Desinfestação – eliminação de macroorganismos.
Destacamento – dissociação, separação do revestimento
Desvanecimento - Redução da densidade da imagem. Tendência para a imagem perder o seu
contraste e, consequentemente, pormenor (particularmente nas zonas mais claras), devido ao
processo de degradação da tinta. Pode ocorrer em toda a imagem, ou apenas em certas partes.
Desvio de tom - mutação da cor, por reacção química, geralmente relacionada com a exposição
à luz, levando a um desequilíbrio cromático e à formação de uma cor dominante (azul, amarelo,
etc.).
Deterioração – diz-se de qualquer alteração da condição, física ou química, de um objecto.
Deterioração física – qualquer alteração num objecto que implique mudança na sua estrutura
física.
Deterioração química - qualquer alteração num objecto que implique mudança na sua
composição química, normalmente através da reacção com outra substância química (poluição,
água, despojos de animais) ou radiação (luz e calor).
Distensão - Alongamento ou alargamento da superfície do papel ou da emulsão (em situações
de humidade relativa elevada, a emulsão incha e alarga, podendo desprender-se do suporte).
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E
Enrugado - Formação de pregas na superfície do material.
Erosão - Corrosão; alteração superficial devido a uma reacção química com outra substância.
Difere de abrasão, que se caracteriza pelo desgaste físico (v. Abrasão).
Exame – observação atenta
F
Ferrugem - Óxido que se forma à superfície do ferro, quando está exposto à humidade.
Caracteriza-se pela sua cor alaranjada.
Flintkote - Produto betuminoso impermeável
Fissuração – produção de fendas; aberturas
Fixação – fazer aderir uma parte a outra
Foxing - formação de pontos acastanhados ou avermelhados provocados pelo desenvolvimento
de micro-organismos ou pela oxidação.
Fractura – quebra, ruptura
G
Gestão de risco – Processo que envolve monitorização e avaliação, no sentido de identificar,
medir, controlar, minimizar ou eliminar os riscos para o museu, colecções e pessoas.
H
Hidrófugo – que preserva da humidade
Higroscópicos – capacidade de uma substância ou material para absorver a humidade do ar.
Humidade relativa – é a relação entre a quantidade de vapor de água existente num
determinado volume de ar (humidade absoluta) e o valor máximo que esse volume pode
absorver antes de se dar a saturação ou condensação.
Humidade relativa – é a relação entre o volume de ar e a quantidade de vapor de água que este
contém, numa determinada Temperatura.
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I
Iluminância - quociente da intensidade luminosa de uma superfície pela área aparente dessa
superfície
Infestação – invasão por organismos que provocam estragos.
Infravermelhos – Parte visível da radiação electromagnética, com comprimento de onda longo.
L
Lacuna - Falha na constituição física do material
Laminado - Tendência para formar lâminas, isto é, folhas ou camadas lameliformes.
Limiar de alerta [respeitante à qualidade do ar]- nível de poluentes na atmosfera acima do qual
uma exposição de curta duração apresenta riscos para a saúde humana e a partir do qual devem
ser adoptadas medidas imediatas, segundo as condições fixadas
Limpeza mecânica – reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à
superfície dos objectos sem recurso a substâncias químicas, apenas através de máquinas ou
outros mecanismos
Limpeza mista – reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à superfície
dos objectos com recurso a substâncias químicas e máquinas
Limpeza química - reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à superfície
dos objectos com recurso a substâncias químicas
Luz – é uma forma de energia que estimula o sentido da visão.
M
Macroscópico(a) - que se vê sem auxílio de microscópio ou lente
Manchas - Marcas na superfície do material, que podem adquirir várias formas e tons e que
podem ter origem em vários factores.
Manutenção – actuações de rotina que previnem danos e/ou perdas.
Materiais higroscópios – materiais que absorvem e emitem água de e para o ambiente
conforme necessitam de forma a manterem o níveis de humidade equilibrados
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Materiais inorgânicos - têm origem geológica. Incluem-se neste grupo metais, cerâmicas, vidro,
pedra, minerais e alguns pigmentos. Todos os materiais inorgânicos partilham as mesmas
características:
Foram submetidos a pressões ou calor extremos
Não são inflamáveis a temperaturas normais
Em interacção com o ambiente podem alterar a sua estrutura química
Podem ser porosos e absorver contaminantes
À excepção de alguns tipos de vidro e pigmentos, não são sensíveis à luz
Materiais orgânicos – são materiais com origem em seres vivos, plantas ou animais. Incluem-se
neste grupo madeira, papel, têxteis, peles e couros, ossos, marfim, ceras, plásticos, alguns
pigmentos e espécimes biológicos de história natural. Todos os materiais orgânicos partilham as
mesmas características:
Contém carbono
São sensíveis a níveis extremos e variações de humidade relativa e Temperatura
São inflamáveis
São higroscópios (v. Materiais higroscópios)
São sensíveis à luz
São fonte de alimentação de fungos e insectos
Mutilação – acto de cortar, decepar qualquer parte de um corpo.
N
Neutro – que não é ácido nem alcalino
O
Objectos compostos – são objectos produzidos com dois ou mais materiais e, dependendo
destes, podem ter características de materiais orgânicos e inorgânicos. Assim, cada material
pode reagir com o ambiente de forma individual ou provocar alterações químicas no outro,
causando danos e/ou perdas
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Ondulação - Tendência que o material tem de deformar a superfície de modo sinuoso, com uma
série de saliências e depressões na superfície.
Oxidação - converter em óxido, ferrugem
P
Perfuração – furo
Prevenção – conjunto de atitudes, que actuam sobre as pessoas e bens, e que visam prevenir o
dano provocado por agentes diversos.
Pulverização – redução de uma substância a pó.
R
Reserva técnica - espaço físico destinado a armazenar e acondicionar objectos museológicos,
concebida para dar a máxima protecção e permitir uma utilização optimizada das colecções,
normalmente de acesso restrito e ambiente controlado para a sua melhor conservação.
Restauro – intervenção directa e facultativa sobre um objecto com o objectivo de facilitar a sua
leitura.
Retracção - Contracção do papel que resulta numa alteração da sua forma original (para mais
pequeno).
Riscado - ter riscos ou traços. O arrastamento de algum objecto sobre uma superfície pode
resultar em riscos, na direcção na qual o objecto foi arrastado. Pode também resultar em
abrasões, se a força empregue for mais considerável. (v. Abrasão).
T
Temperatura – é uma medida do movimento das moléculas de um material. Se a Temperatura
aumenta, as moléculas movem-se mais rápido e espalham-se, logo o material expande. Se
acontecer o oposto, as moléculas abrandam e aproximam-se, logo o material contrai.
U
UV, Ultravioletas – Parte invisível da radiação electromagnética, com reduzido comprimento de
onda e energia elevada.
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V
Valor limite [respeitante à qualidade do ar] - nível de poluentes na atmosfera, fixado com base
em conhecimentos científicos, cujo valor não pode ser excedido, durante períodos previamente
determinados, com o objectivo de evitar, prevenir ou reduzir os efeitos nocivos na saúde
humana e ou no meio ambiente
Vinco - É uma marca ou aresta resultante de uma dobra (v. Dobras)
Vinilo - radical monovalente não saturado, também designado etenilo.
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ANEXOS Listagem de objectos em reserva
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LEGISLAÇÃO
Directiva nº 1999/30/CE, de 22 de Abril
Directiva nº 2002/3/CE, de 9 de Março
Decreto-Lei nº 111/2002, de 16 de Abril
Decreto-Lei nº 320/2003, de 20 de Dezembro
CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO
PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08
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